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12/11/2017 1 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO IIMATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Aglomerantes Agregados para concreto Concreto Argamassa Patologias do Concreto Misturas Betuminosas Prof. Hilton Porto Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2 Propriedades do Concreto Endurecido - Concreto resiste bem à compressão, até 150 MPa - Resiste mal à tração: 5 a 20% da resistência à compressão - Resiste mal ao cisalhamento 12/11/2017 2 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Resistência a ser especificada para o concreto: Em todos os projetos Compressão simples Módulo de Elasticidade Tração simples Em projetos especiais Tração por compressão diametral Tração por flexão Desgaste por abrasão Cisalhamento direto Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l A resistência à compressão mínima do concreto é de 20 MPa, conforme a NBR 6118. A Resistência do concreto depende do tipo de esforço que imprime-se ao mesmo: a) compressão; b) tração; c) flexão; d) torção; e) flambagem; f) Cisalhamento. 12/11/2017 3 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Nota fiscal do concreto Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2.1 Resistência à compressão Medida no Brasil em corpos-de-prova cilíndricos: - 15 x 30 cm ou 10 x 20 cm; - (25 x 50 cm concretos c/ agregados grandes); - adensamento manual ou mecânico; - desforma em 24 h; - “cura” em câmara úmida ou por imersão até o ensaio; - ensaio com velocidade controlada até a ruptura; 12/11/2017 4 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Medida da resistência à compressão do concreto no Brasil - Moldagem e cura segundo a NBR 5738 - Ensaio segundo a NBR 5739 Obs.: A cura do corpo de prova de concreto é muito mais intensa e cuidadosa que da estrutura (na obra), essa cura não é para reproduzir o comportamento estrutural, é para garantir que o modelo de determinação da resistência adotado tem o mínimo de erro possível. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Pode-se utilizar corpo de prova cúbico, porém se o modelo de dimensionamento utilizado foi baseado no corpo de prova cilíndrico, deve-se fazer a conversão utilizando-se a fórmula: fccubo ≈ 1,2 x fccilíndrico Depende do grau de confinamento do concreto. 12/11/2017 5 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Pode-se utilizar corpo de prova cúbico, porém se o modelo de Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l A resistência à compressão é a propriedade mais controlada: - facilidade com que é determinada; - em geral, relacionada às demais propriedades - os corpos-de-prova, moldados de diferentes betonadas, de um mesmo concreto (homogêneo), têm resultados com distribuição normal, representada por: - Média e desvio padrão 12/11/2017 6 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l A resistência à compressão é considerada no projeto pelo engenheiro calculista através de um valor característico: fck O valor do fck deve ser superado por 95% ou mais do concreto produzido e lançado na estrutura. fck = fcm – 1,65 x Sd fck = 95% corpos-de-prova romperão com valor ≥ definido fcm = média de resistência dos corpos-de-prova O fck também é critério básico atual de classificação dos concretos estruturais pela NBR 8953. Classes de resistência: Grupo I : C10 até C50 (de 5 em 5 MPa) Grupo II: C55 - C60 - C70 - C80 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Fatores determinantes da resistência à compressão: I – Porosidade Função das fases componentes (agregados, pasta) e compactação. Em geral, existe uma relação fundamental inversa entre porosidade e resistência para os materiais sólidos homogêneos. 12/11/2017 7 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Porosidade x Resistência à compressão Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Porosidade é uma propriedade de difícil determinação; o concreto é um material complexo. A relação entre a porosidade e resistência não pode ser usada de forma corrente. De forma prática é controlada pela porosidade da pasta de cimento, que varia com: - relação água/cimento, kg/kg (relação a/c); - grau de hidratação do cimento: (idade do concreto); - grau de compactação (adensamento). 12/11/2017 8 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l II – Relação água/cimento (a/c) Lei de Abrams: “Dentro do campo dos concretos plásticos, a resistência aos esforços mecânicos, variam na relação inversa da relação água/cimento” Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Na prática, é definida por: - Trabalhabilidade do concreto fresco - Natureza e proporção constituintes - Tipo de cimento, agregados - Aditivos e adições 12/11/2017 9 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l III – Grau de hidratação da pasta de cimento Varia com: - Idade do concreto - Tipo de cimento (mais fino hidrata mais rápido) - Uso de aditivos (aceleradores, retardadores) - Adições - Cinzas volantes atrasam ganho de resistência - Sílica Ativa aumenta a resistência. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Varia com: - Condições de cura após produção do concreto: - Ambiente de conservação do concreto e período de exposição nestas condições. - Umidade e temperatura: Perda de resistência por falta de cura úmida. (Ideal = U.R.>95%, temp. 20 a 25oC) - Idade do concreto - A hidratação do cimento: - Inicia no contato com a água - Início da pega (2 a 3 horas) – inicia solidificação - Final da pega (8 a 12 horas) - estado sólido - 28 dias (70 a 80% da resistência final) - Prossegue endurecendo por muitos meses – 1 ano 12/11/2017 10 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Evolução da resistência mecânica sob condições padrão ASTM Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Composição química dos cimentos varia: - Mais C3S – hidrata mais rápido – maior fc aos 28 dias - Mais C2S – Maior resistência final - Adição de cinzas volantes retarda o ganho de fc Finura do cimento: - Mais fino = Superfície Específica maior – hidrata mais rápido - CP V – ARI – mais fino, grãos 20% menores 12/11/2017 11 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l IV -Condições de ensaio - Geometria e dimensões dos corpos-de-prova - Grau de compactação do corpo-de-prova - Teor de umidade do concreto - Velocidade de aplicação da carga - Distribuição de tensões 12/11/2017 12 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Efeitos da relação L/D do corpo-de-prova cilíndrico Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Prensa para ensaio de compressão 12/11/2017 13 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Ajuste das extremidades dos corpos-de-prova à prensa Necessidade da distribuição uniforme da carga Retífica de corpo-de-prova automática Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Velocidade de aplicação da carga Segundo a NBR 5739, a velocidade de carregamento deve ser constante e de (0,45 ± 0,15 Mpa/s. O aumento da taxa de carregamento do corpo-de-prova compromete a segurança das estruturas. Quando aumenta-se a taxa de carregamento (ou taxa de deformação) a resistência em relação a resistência estimada sobe entre 20 e 40%. A resistência sobe com taxas de carregamento mais intensas, pois não existe tempo para propagação do dano, da fissura. 12/11/2017 14 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Velocidade de aplicação da carga Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l V - Efeitos do Ar Incorporado Vazios com ar são incorporados ao concreto devido a: - Adensamento inadequado (Ar aprisionado) - Aditivos incorporadores de ar (IAR) (Ar incorporado) Efeitos: - Aumentam porosidade - Reduzem resistência - Melhoram trabalhabilidade sem aumentar o consumo de água. 12/11/2017 15 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Efeitos do ar incorporado sobre a resistência do concreto. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l VI – Influência dos agregados Agregados não “regulam” mas LIMITAM os valores da fc Rochas fracas ou agregados leves podem baixar a fc Formato dos grãos: - Agregados de formato lamelar Prejudicam a trabalhabilidade – exigem mais água Acomodam-se com mais vazios - exigindo mais pasta - Superfícies dos grãos muito lisas podem prejudicar a aderência com a pasta. 12/11/2017 16 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Onde ocorre a ruptura: fc baixo: Tendência de ruptura na Zona de Transição (descolamento dos agregados graúdos) e miúdos da Pasta. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Onde ocorre a ruptura: fc alto: Tendência de ruptura dos grãos dos agregados 12/11/2017 17 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2.2 Módulo de elasticidade Quanto maior o módulo de elasticidade mais rígido é o material. - menor é a deformação de uma estrutura para uma dada geometria; - menor é a deformação por retração; - maiores são as tensões para o mesmo nível de deformação imposta - menor é a deformação lenta Quanto menor o módulo de elasticidade mais flexível é o material. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Determinação do Módulo de elasticidade Ensaio de difícil de executar e de se obter medições confiáveis. Com extensômetro elétrico Com extensômetro mecânico (strain gauge) 12/11/2017 18 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Módulos de elasticidade Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l A NBR 6118/2014 permite estimar o Módulo de Elasticidade, quando este não é determinado experimentalmente. Módulo de Elasticidade Inicial Eci para ser utilizado nas análises globais e avaliação de perdas de protensão. Módulo de Elasticidade Secante Ecs para ser utilizado na avaliação do comportamento de um elemento estrutural ou uma seção transversal. 12/11/2017 19 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2.3 Resistência à tração Critério utilizado em algumas obras especiais: - Pisos industriais - Pavimentos de aeroportos - Pavimentos de Rodovias NBR 6118/2014 permite que na ausência de ensaios específicos, os valores de resistência média à tração sejam estimados a partir do fck . fct,m = 0,3 fck2/3 para fck ≤ 50 Mpa fct,m = 2,12 ln(1+0,11 fck) para fck>50 até 90 MPa 12/11/2017 20 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Tração direta – ft direta Ensaio de difícil execução, por tensões secundárias de fixação do corpo-de-prova. Topos do CP colados com epóxi Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Tração direta – ft direta Ensaio de difícil execução, por tensões secundárias de fixação do corpo-de-prova. Tração direta com dispositivo Leroy 12/11/2017 21 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Resistência à tração por compressão diametral - ftD Ensaio de reconhecimento internacional como “Método Brasileiro ” Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Resistência à tração por compressão diametral – ftD Cálculo limite de resistência NBR 7222 ftD = (2.P)/( π.D.L) Valores típicos: ftD ≈ 1,10 a 1,15 ft direta ftD ≈ 0,10 fc 12/11/2017 22 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Resistência à tração na flexão – fctM - NBR 12142 Cálculo limite de resistência ftf = (P.L) / (b.d2) Ruptura no terço central Resultados fctM ≈ 1,5 a 2,0 ftd fctM ≈ 0,15 a 0,20 fc Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2.4 Resistência à abrasão Critério utilizado em algumas obras especiais: - Pisos industriais - Pavimentos de aeroportos - Pavimentos de rodovias Máquina de desgaste Amsler-Laffon Indica a redução de espessura (mm) após um percurso abrasivo de 1.000m. O abrasivo é areia quartzosa. Simula, a solicitação por atrito pelo tráfego de pessoas ou veículos. 12/11/2017 23 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2.5 Resistência à erosão Critério utilizado em algumas obras especiais: - Canais - Vertedores Ensaio simula a ação abrasiva da água em movimento, contendo objetos sólidos em suspensão. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2.5 Resistência ao cisalhamento Critério utilizado em algumas obras especiais: - Barragens - Juntas frias de concretagem 12/11/2017 24 Materiais de Construção IIMateriais deConstrução II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2.6 Porosidade Porosidade = % vazios dentro do concreto A permeabilidade da pasta é diretamente relacionada com a porosidade. Microfissuras (retração, contração térmica, ...) interligam os poros capilares aumentando a permeabilidade. Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l O concreto é um material obrigatoriamente poroso. Origem dos vazios presentes no concreto: - excesso de água na mistura buscando-se maior trabalhabilidade; - diminuição do volume absoluto que acompanha a hiratação dos constituintes do cimento; - ar eventualmente ou propositalmente aprisionado durante a operação de mistura; - fissuras de diversas origens: - térmicas; - de retração; - mecânicas e etc.; - consequência da má elaboração e má dosagem do material. 12/11/2017 25 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l POROSIDADE >>> PERMEABILIDADE A taxa de penetração de agentes deletérios no concreto, está diretamente ligada a porosidade da pasta de cimento no concreto. (Khatri,1974) Quanto maior a relação água/cimento, maior a quantidade de poros e maior volume de poros de diâmetros maiores. (Reinardt,1992) Mais importante do que o tamanho, diâmetro e quantidade de poros, é a sua distribuição e a sua intercomunicabilidade. (Helene,1993) Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Na zona de transição, entre as partículas dos agregados e a pasta, é encontrada uma região de grande porosidade. (Mehta, 1995) A quantidade e maior volume de poros depende essencialmente de: - Relação água /cimento; - Grau de hidratação (idade); - Refinamento dos poros por adições. 12/11/2017 26 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l 3.6.2.7 Permeabilidade Por ser um material poroso e como esses vazios são geralmente interligados, o concreto é normalmente permeável aos líquidos e gases. É importante o conhecimento da permeabilidade do concreto uma vez que a durabilidade do material pode ser ameaçada pela ação de agentes agressivos, tanto menor quanto menor for a permeabilidade do material. A permeabilidade do concreto se exprime pela quantidade de água que atravessa uma superfície unitária, numa espessura unitária durante a unidade de tempo e sob pressão unitária (l/m²h). Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Para concretos usuais a 5 kg de pressão, a permeabilidade varia entre 0 e 2 x 10-4 l/cm²h. A determinação da permeabilidade sob pressão é feita em aparelhos que forçam a passagem da água sob pressão constante através de um corpo-de-prova cilíndrico. 12/11/2017 27 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Fatores que afetam a permeabilidade: Constituintes do concreto Água quantidade pureza Cimento quantidade finura composição quantidade Agregados tipo miúdos graduação graúdos impurezas Aditivos umidade inertes ativos Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l Fatores que afetam a permeabilidade: Preparação mistura adensamento acabamento Tratamento idade cura condições de ensaio Todo fator que tende a melhorar a resistência do concreto à compressão tem efeito benéfico a impermeabilidade. Quanto melhor o concreto, menos permeável ele é. 12/11/2017 28 Materiais de Construção IIMateriais de Construção II E n g e n h a r i a C i v i l A impermeabilidade cresce com a redução da relação a/c, com a proporção dos finos presentes na mistura, com os cuidados na cura e com o emprego de certos aditivos.
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