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POP - PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO URINALISE (EAS). Código: Área Emitente: Laboratório Escola do UNIVAG Data da Emissão: 26/07/2017. Próxima Revisão: Versão nº: 01 Emitido por: Ingridy Jessika Gomes Souza Araujo MÉTODO E PRINCÍPIO: Compreender as análises física, química e microscópica da urina, com o objetivo de detectar doença renal, do trato urinário ou sistêmico, que se manifesta através do sistema urinário. OBJETIVO: Este procedimento operacional padrão (POP) descreve os procedimentos, os critérios e os requisitos mínimos para a realização do exame de urina no laboratório clínico para que os profissionais estabeleçam e apliquem diretrizes padronizadas na execução do processo, a fim de evitar não conformidades na elaboração dos laudos. BIOSSEGURANÇA: Um laboratório de analise é um ambiente interessante pelas inúmeras possibilidades de conhecimentos e descobertas que oferece porem os manuseios de equipamentos e materiais inadequados podem apresenta risco ao profissional da área da saúde. É de suma importância usar os equipamentos de proteção individual (EPI), fazer a descontaminação de bancadas e equipamentos conforme as normas de segurança do laboratório. Observação: Não se esquecer de fazer assepsia das mãos (lavar com água e sabão), álcool 70%. ETAPAS PARA SEGUIR DURANTE O PEDIDO DO EXAME: Pedir a solicitação do médico, o documento com foto, o CPF se precisar e a carteirinha do convênio; Realizar o cadastro do paciente; Preencher a guia de exames SADT; Verificar se o convênio está autorizado; Depois de verificar, solicitar que o paciente assine a guia de exames e entregar o recipiente para que ele faça a coleta; Instruir o paciente de acordo com as etapas desse exame e esclarecer suas duvidas. PREPARAÇÃO DO PACIENTE A preparação do paciente e a colheita da amostra de urina constituem de fato a primeira fase do exame de urina; O paciente deve ser primeiramente, informado de que para a realização do exame solicitado, uma amostra de urina deve ser colhida; Em seguida o paciente deve ser orientado sobre como se procede à coleta da amostra de urina para o exame solicitado; Esta orientação é importante para que o resultado da análise de urina a ser realizada permita a interpretação confiável que reflita as reais condições do trato urinário do (a) paciente; As orientações ao (a) paciente devem ser fornecidas oralmente e por escrito, sendo estas, sempre, acompanhadas de material ilustrativo para facilitar a compreensão do (as) mesmo (a). Coleta Feminina: Lavar as mãos; Sentar no vaso sanitário com as pernas afastadas (aberta); Fazer assepsia no local com água e sabão de frente para traz; Enxaguar com abundancia; Secar com gases ou toalha limpa; Logo apos destampar o frasco estéril; Com uma das mãos afastar os grandes lábios e com a outra segurar o frasco já destampado; Desprezar o primeiro jato de urina no vaso; Colher a porção média no frasco estéril, urinando em jato para que a urina não escorra na região genital; Desprezar o restante da micção; Tampar o frasco imediatamente. Coleta Masculina: Fazer assepsia das mãos; Em seguida, retrair o prepúcio (glande do pênis); Lavar com água e sabão; Enxaguar com abundancia; Secar com gases ou toalha limpa; Destampar o frasco estéril com uma das mãos desprezar o primeiro jato de urina no vaso; Colher a porção média no frasco estéril, urinando em jato para que a urina não escorra na região genital; Desprezar o restante da micção; Tampar o frasco imediatamente. Criança: Orientações para utilização do coletor adesivo: Realizar higiene na região perineal da criança, adaptando o coletor de acordo com o sexo; Se a criança demorar muito para urinar tem que realizar a troca do coletor (a cada 30 minutos), procedendo à nova higiene; Se por ventura a criança evacuar simultaneamente, desprezar o material, e realizar nova higiene colocando novo coletor; Por isso a melhor forma de colher sempre que possível é no laboratório, devido os cuidados especiais com assepsia que em casa não teriam o mesmo procedimento. NOTA: A não realização da assepsia pode causar interferência no resultado de seu exame. TRIAGEM: Pegar o recipiente e identificar com o nome completo do paciente, data hora, o tipo de amostra colhida; Entregar o protocolo com a data do resultado do exame; O equipamento que devem ser utilizados para manipular substancia químico e materiais potencialmente infectantes são: Luvas de proteção. ETAPAS PARA SEGUIR NO LABORATÓRIO: Materiais: Pipeta; Ponteira; Centrífuga; Lamínula; Câmara de Neubauer; Lâmina microscopia; Luva; Papel toalha; Microscópio óptico; Amostra coletada; Tubo de ensaio. Reagentes: Tiras Reativas. Obs.: O frasco de tiras reagentes deve ser mantido, sempre fechado, abrindo-o apenas, brevemente para a retirada da tira reagente. Coleta e tratamento da amostra: A higienização deverá ser realizada com sabão neutro; Secar o local com papel ou toalha limpa; Colher preferencialmente a primeira urina da manhã, ou dar um intervalo mínimo de 4 horas após a última micção; Desprezar o primeiro jato (para limpar o canal uretral, retirando células mortas); Colher jato médio 30 a 50 ml de urina em frasco próprio (oferecido pelo laboratório ou adquirido em farmácia), limpo e seco, de boca larga; O material coletado deverá ser analisado em até 2hs, se mantido em temperatura ambiente ou em 24hs, se mantido sob refrigeração (2-8ºC); Ao levar para o laboratório, coloque o pote de urina dentro de uma caixa térmico, isso evita que contamine a urina; A amostra não deve ser congelada, pois o congelamento destrói os elementos figurados e ocorre turvação ao descongelar; Para coleta de urina em mulheres, recomenda-se abstinência sexual de pelo menos 24 horas e em mulheres menstruadas (em caso de urgência) usar tampão vaginal depois da lavagem, para não contaminar a urina com sangue; O ideal seria coletar a urina de 3 a 5 dias após o término do sangramento menstrual. PROCEDIMENTO DETALHADO: Procedimentos para URINA TIPO I 1 – Quando o material chega ao laboratório, este é recebido na triagem, e etiquetado com hora, data e nome completo; 2 – Homogeneizar bem a urina no próprio coletor com movimentos rotatórios e transferir para tubo de ensaio, um volume de 10 ml; 3 – Mergulhar a tira e retira-la imediatamente, retirando o excesso de urina com o papel toalha; 4- Fazer a leitura da tira; 5- Apos a leitura, centrifugar a 1500 – 2 000 RPM por 5 minutos; 6-Retirar 9,0 ml do sobrenadante, com cuidado para não ressuspender o sedimento, deixando um volume de 1,0 ml no tubo; 7-Ressuspender o sedimento com leves batidas no fundo do tubo; 8-Tirar um pouco de amostra com uma pipeta, e inserir entre lâmina e lamínula e prosseguir com a leitura. 9– O equipamento faz a análise físico-química da urina, conforme manual do equipamento, e os resultados. 10- Todas as amostras serão conferidas manualmente por microscopia, como segue. EXAMES FÍSICOS A análise macroscópica da urina deve ser realizada antes de ser processada. Atualmente, a segunda etapa do exame de urina e é constituído da observação de características físicas como cor, odor, aspecto ou transparência, depósito e densidade. Cor: Amarelo claro: Urina diluída (diabetes, consumo excessivo); Amarelo ouro: Urina normal; Âmbar: Urina concentrada, pigmentos de bilirrubina; Marrom: Bilirrubina, hemoglobina e metahemoglobina; Verde: Bilirrubina oxidada, azul de metileno, medicações; Vermelho/rosa: Porfirinas, mioglobina, hemoglobina, medicações; Laranja: Medicações; Preta: Melanina e ácido homogentísico. Valor referência: Amarelo citrino. Variação: amarelo claro a âmbar. Aspecto/ Turbidez: Pode ser influenciada pela concentração urinária. (Leucócitos, eritrócitos, cristais, bactérias, muco, lipídeos e materiais contaminantes podem aumentar a turbidez da amostra). Transparente/Límpido; Semi-turvo; Turvo/Opaco; Leitoso. Odor: aromático fracode origem indeterminado Crescimento bacteriano - odor amoniacal fétido EXAMES QUÍMICOS O exame químico da urina é a terceira etapa do exame de urina sendo, atualmente, realizadas através de tiras reagentes que são tiras plásticas nas quais se encontram fixadas diferentes áreas reagentes. A realização do exame químico através das tiras reagentes pode oferecer informações sobre a função hepática, função renal, metabolismo de carboidratos, infecções do trato urinário e até mesmo sobre o equilíbrio ácido-básico. É importante ressaltar que estas avaliações são de certo modo apenas superficiais, necessitando exames complementares serem realizados a fim de permitir avaliação mais precisa e mais sensível. LEITURA: TIRA REAGENTE Esterases de leucócitos: Avaliação de processos infecciosos e inflamatórios do trato urinário (ITU). Pode ocorrer com ou sem bacteriuria. Valores de referência: negativo. Quando positivo: + a +++ ou traços, pequena, moderada ou grande quantidade. Nitrito: Avaliação de processos infecciosos do trato urinário (ITU). Valores de referência: negativo. Urobilinogênio: Avaliação de distúrbios hepáticos e hemolíticos. Valores de referência: <1mg/dl. Quando positivo: MG/dl. Proteínas: Proteinúria: Indicador de doença renal. Valores de referência: Negativo. Quando positivo: + a ++++ ou MG/dl. PH: Detecção de possíveis distúrbios eletrolíticos sistêmicos de origem metabólica ou respiratória. Valores de referência: 5,5 a 6,5 Sangue: Detecção e avaliação das hematúrias. Valores de referência: negativo. Quando positivo: + a ++++ ou MG/dl. Traços, pequena, moderada ou grande quantidade. Densidade: Avaliação da capacidade renal de reabsorção e concentração. Valores de referência: 1015 a 1025. Cetonas: Avaliação de Diabetes Mellitus (cetoacidose), jejum prolongado. Valores de referência: negativo. Quando positivo: Traços, pequena, moderada e grande quantidade. Bilirrubina: Indicação precoce de hepatopatias. Valores de referência: negativo. Quando positivo: + a +++ ou pequena, moderada ou grande quantidade. Glicose: Avaliação de Diabetes Mellitus, e distúrbios de reabsorção tubular. Valores de referência: Negativo. Quando positivo: + a ++++ ou MG/dl. Obs.: Feminino: Se for encontrado espermas na amostra de urina, paciente especifico feminino por condutas, não mencionar no laudo. Criança: Ao encontrar esperma na urina de menina menor de 12 anos, é de suma importância denúncia à polícia de imediato (estupro). AVALIAÇÃO DO SEDIMENTO URINÁRIO - SEDIMENTOSCOPIA O exame microscópico é a quarta e última etapa do exame de urina. A microscopia do sedimento urinário se constitui, historicamente, no procedimento laboratorial importante e mais utilizado, do exame de urina, no diagnóstico de doenças do trato urinário. Os resultados do sedimento urinário devem ser interpretados juntamente com o conhecimento do método de coleta, exame químico e exame físico. Volume mínimo para análise: 10 ml de urina; Centrifugar por 10min a 3.000RPM; Desprezar o sobrenadante; Com o auxílio da pipeta, coletar o sedimento e preparar a lâmina; Fazer a leitura no microscópio com objetiva de 10x e de 40x. PROCEDIMENTO LÂMINA: Objetiva de 10x: Filamentos de muco: Raras, Moderadas, Abundante; Células epiteliais: Raras, Moderadas, Abundante. Objetiva de 40x: Hemácias: Homens: 0 – 3/campo. Mulheres: 0 – 5/campo. Leucócitos: 0 – 4/campo. Epitélios: 0 – 1 (pavimentoso) /campo. Cilindros: 0 – 1 (hialino) /campo. Flora microbiana: Ausente ou escasso. EXAME MICROSCÓPICO: CÂMARA DE NEUBAUER Faz se os mesmo procedimentos e analise física como mencionados acima na preparação de lamina; Usando tubos cônicos, enchê-los de urina até a marca de 10 ml; Centrifugar os tubos a 2500 R.P.M. por 10 minutos; Retirar o sobrenadante deixando 1 ml no tubo; Agitar o tubo e colocar a urina com capilar ou pipeta, na câmara de Neubauer; Proceder à leitura no microscópio (40x) - primeiro focar com uma objetiva menor (4x) e depois proceder para a objetiva maior. Observar: Filamentos de Muco: Raros, Moderadas, Abundante. Leveduras: Raras, Moderadas, Abundante. Cristais: Raros, Moderado, Abundante (Citar o tipo encontrado). Espermatozoides: Citar presenças (apenas em urinas de homens). Bactérias: Raros, Moderados, Abundante. CONTAGEM DO EXAME NO MICROSCÓPICO: Lamina: - Se faz leitura em 10 campos: soma tudo o valor de leucócitos e hemácias encontrados e depois divide por 10. Câmara Neubauer: - Se for contado 1 quadrante: multiplicar o valor de hemácias e leucócitos encontrados por 1.000 e liberar em ml; - Se for contado os 4 quadrantes: multiplicar o valor encontrado por 250 e liberar o resultado por ml;·. SIGNIFICADO CLÍNICO: Todos os achados microscópicos têm uma importância clínica significativa como: a) Leucócitos: infecção ou inflamação urinária, seleção de amostras para cultura. b) Cilindros: glomerulonefrite, exercício físico intenso, pielonefrite, lesão nos túbulos renais, infecção do trato urinário, stress, síndrome nefrótica, estase do fluxo urinário. c) Cristais: a maioria dos cristais não tem significado patológico, exceto os casos de alteração metabólica, formação de cálculos e na regulação do fluxo urinário. d) Hemácias: cálculo renal, glomerulonefrite, pielonefrite, tumor, trauma, exposição a agentes químicos, drogas e exercícios intensos. e) Células epiteliais: compõe o revestimento tecidual do sistema urogenital e correspondem as descamações normais de células velhas, ao menos que estejam presentes em grande número ou em formação anormal. f) Bactérias: Normalmente a urina não tem bactéria, se as amostras não forem colhidas em condições estéreis, pode ocorrer contaminação sem significado clínico. Quando presente em grande número. Pode ser indicativo de infecção: g) Leveduras: candidíase vaginal, diabetes mellitus. h) Parasitas: contaminação por secreção vaginal por Trichomonas vaginalis. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ministério da Saúde - Manual de apoio aos gestores do SUS. Organização Da rede de laboratórios clínicos, Brasília-DF: 2001. http://amrigs.com.br/revista/50-01/proc02.pdf; acesso em 15/09/2017. file:///C:/Users/ATENDENTE/Downloads/2_Exame_fisico-quimico.pdf 08/09/2017. file:///C:/Users/ATENDENTE/Downloads/320101011105633.pdf;acesso em 08/09/2017. file:///C:/Users/ATENDENTE/Downloads/protocolo-exames-16-3-2016.pdf;acesso em 08/09/2017. http://www.sbpc.org.br/upload/congressos/2_Exame_fisico-quimico.pdf; acesso em 06/09/2017. http://www.bioanalise.com.br/webroot/filesexames/instrucao_para_coleta_de_exames-cfa50.pdf; acesso em 30/08/2017.
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