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Genética Mendeliana ▪ A noção predominante era a da ‘Herança por mesclagem’, segundo a qual o espermatozoide e o óvulo continham uma amostra das essências de várias partes do corpo parental, que se misturavam para formar o novo indivíduo. ▪ Esta hipótese explicava o fato de que a prole exibe tipicamente algumas características semelhantes às de ambos os pais, mas não explicava por que nem sempre os filhos possuem uma mistura intermediária das características dos pais. Pensamento de hereditariedade pré-mendeliano ▪ Mendel propôs substituir a teoria da ‘Herança por mesclagem’ por sua nova teoria da ‘Herança partilhada’. ▪ Ele introduziu a noção de gene (mas não a palavra) em 1865, como sendo as unidades independentes, herdáveis ao longo das gerações, e que determinam as características hereditárias. ▪ O trabalho do Mendel era excessivamente estatístico para a sua época e pouco divulgado. Foi redescoberto somente 1900 por três pesquisadores (De Vries, Correns e Tschermak), que trabalhavam independentemente. Percepção de Mendel quanto a hereditariedade ▪ Nasceu na Vila de Heinzendorf (Czechoslovakia) em 1822; ▪ Era filho de camponês; ▪ Estudou filosofia em Olomouc (1841- 1843); ▪ Entrou no mosteiro de Brno (Saint Thomas – Eslováquia) em 1843; ▪ Estudou História Natural entre 1851- 1853 na Universidade de Viena, e tornou-se professor de ciências naturais e física na escola do mosteiro de Brno. Gregor Johann Mendel (1822 – 1884): O pai da Genética ▪ Em 1856 inicia suas experiências no jardim do mosteiro. ▪ Em 1863 termina suas experiências com plantas e animais que duraram cerca de sete anos. ▪ de 8 de Março à 8 de Fevereiro de 1865 apresenta à sociedade local o seu trabalho “Experimentos na hibridização de Plantas”. ▪ Publica oficialmente o seu livro em 1866. ▪ É eleito abade do mosteiro em 1868. Cronograma histórico ▪ 1871 - É nomeado presidente da Sociedade de Apicultura de Brno. ▪ 1873 – Mendel demite-se do cargo. ▪ 1884 – Morre em 6 de Janeiro em relativa obscuridade, aos 62 anos de idade. ▪ 1900 – Os botânicos K. Correns (Alemanha), E. Tschermak (Áustria) e H de Vries (Holanda), redescobrem o trabalho de Mendel, demonstrando a sua importância e estabelecendo as leis de Mendel. Cronograma histórico Modelos para a experiência do Mendel ▪ Inicialmente Mendel faria o experimento com camundongos, entretanto, teve problemas com essa escolha: ▪ Mau cheiro exalado pelos roedores, e ▪ O Bispo local; ▪ A solução foi mudar de animal para planta! Afinal de contas, o bispo não sabia que também existe sexo entre as plantas. Solução??? Ervilhas!!! Anton Ernst Schaffgotsch Razões do sucesso de Mendel Mendel foi um gênio revolucionário da ciência, por que soube: ▪ Planejar cuidadosamente os experimentos; ▪ Escolheu um modelo para a experimentação adequado; ▪ Executou os experimentos com rigor científico; ▪ Analisou os dados estatisticamente, e ▪ Testou suas hipóteses em novos experimentos. Por que a escolher da ervilha Pisum sativum ▪ Fácil cultivo; ▪ Ciclo de vida curto; ▪ Muitos descendentes; ▪ Características discretos – tudo ou nada; ▪ Características visíveis à olho nu; ▪ Planta com flores fechadas. ▪ Antes de começar seus experimentos, Mendel deixou que as ervilhas fizessem autofertilização por 2 anos (6 gerações) dentro da estufa do mosteiro que agilizava este processo; ▪ Após garantir que as sementes eram PURAS, o experimento pode ser iniciado; ▪ Incialmente Mendel anotou as características e realizou a fertilização cruzada. Em seguida castrou e protegeu as flores fecundadas com tecido. O estudo com as ervilhas do Mendel O estudo com as ervilhas do Mendel O estudo com as ervilhas do Mendel 2 Fertilização cruzada das variedades alta e anã 1 Toda a prole híbrida é alta 3 4 5 Toda a prole é alta. A prole híbrida é autofertiliza- da. As plantas altas e anãs aparecem na prole das planta híbridas em razão aproximada de 3 altas: 1 anã. Alta anã Simplificando os cruzamentos Cor da flor P: Roxa X Branca F1: (n=929) Roxa (100%) F2: Roxa (705) Branca (224) Proporção: 705:224, (3,15:1) = 3:1. BB bb BB / Bb bb Bb Forma da semente P: Lisa X Rugosa F1: (n=929) Lisas (100%) F2: Lisas (5474) Rugosas (1850) Proporção: 2,96:1 ou 3:1. Simplificando os cruzamentos RR rr RR / Rr rr Rr Hipóteses de Mendel ▪ Existem determinantes hereditários de natureza particulada; ▪ Cada caráter é determinado por 2 fatores (genes); ▪ Um fator é dominante B e outro recessivo b (alelos); ▪ Os membros de um par de fatores separam-se igualmente para os gametas; ▪ Cada gameta carrega um só membro do par de fatores; ▪ A união dos gametas é aleatória, produzindo as proporções observadas. Dedução da 1ª Lei de Mendel Cor da semente X F1 Vv vvVV P V v X Vv Vv Vv VvVV vvF2 V v V v Proporção de Genotípica: 1/4 2/4 1/4 (1:2:1) Proporção de Fenotípica: 3 amarelas : 1 verde (3:1) Cruzamentos realizados por Mendel com as ervilhas Pisum sativum Cruzamento (P) F1 F2 Proporção de F2 1. Semente lisa x rugosa 100% lisas lisas 5.474 : 1.850 rugosas 2,96 : 1 2. Semente amarela x verde 100% amarelas amarelas 6.022: 2.001 verdes 3,01 : 1 3. Pétala roxa x branca 100% roxas roxas 705 : 224 brancas 3,15 : 1 4. Vagem inflada x vincada 100% infladas infladas 882 : 299 vincadas 2,95 : 1 5. Vagem verde x amarela 100% verdes verdes 428 : 152 amarelas 2,82 : 1 6. Flor axial x terminal 100% axiais axiais 651 : 207 terminais 3,14 : 1 7. Tamanho alto x anão 100% altas altas 787 : 277 anãs 2,84 : 1 ▪ Em todos os experimentos Mendel obteve sempre os mesmos resultados na F2, ou seja, a proporção de 3:1 se repetiu para cada par de características testadas. ▪ Uma características ficava completamente ausente na F1, mas reaparecia na F2, na proporção de ¼. ▪ Dedução de Mendel: As plantas F1, apesar da aparência uniforme, receberam de seus genitores a capacidade de produzir ambas as características e que essa capacidade é transmitida para a geração seguinte SEM haver MISTURA. ▪ O fenótipo que não aparecia na F1 Mendel chamou de recessivo, denominando o outro de dominante. Conclusões do Mendel Princípios descobertos por Mendel ▪ O princípio da dominância: em um heterozigoto, um alelo pode ocultar a presença de outro; ▪ O princípio da segregação: em um heterozigoto, dois alelos diferentes segregam-se um do outro durante a formação dos gametas; ▪ O princípio da distribuição independente: os alelos de diferentes genes são segregados, ou, distribuídos, de maneira independente uns dos outros. Primeira lei de Mendel Os dois membros de um par de genes se separam durante a formação dos gametas. Cada membro do par de genes é carregado por metade dos gametas do indivíduo. Cruzamentos Diíbridos e o Princípio da distribuição independente. ▪ Objetivo: verificar se a herança das duas características da semente (cor e textura) são independentes. ▪ Para Mendel, as relações numéricas sugeriam que cada característica era controlada por um gene diferente, com dois alelos, e os dois genes tinham herança independente. Simplificando os cruzamentos Diíbrido Cada homozigoto parental produz um tipo de gameta Os heterozigotos de F1 produzem quatro tipos de gametas em iguais proporções. A autofertilização dos heterozigotos de F1 produz quatro fenótipos em proporção de 9:3:3:1.1 2 3 2ª Lei de Mendel Durante a formação dos gametas, a separação dos alelos de um par é independente da separação dos outros pares de genes. Método do quadrado de Punnett A a A AA Aa a Aa aa ▪ Método chamado de Punnett é uma homenagem ao geneticista R. C. Punnett. ▪ Nas situações onde há participação de um ou dois genes, é possível anotar todos os gametas e combiná-los sistematicamente; ▪ Feito isso, pode-se usar o Principio da Dominância para determinar os fenótipos associados. Proporção fenotípica (PF): • 9 lisas, amarelas • 3 lisas, verdes • 3 rugosas, amarelas • 1 rugosa, verde F1 RrVv RrVv Gametas RV Rv rV rv RV RRVV RRVv RrVV RrVv Rv RRVv RRvv RrVv Rrvv rV RrVV RrVv rrVV rrVv rv RrVv Rrvv rrVv rrvv Método do quadrado de Punnett Método da linha bifurcada O método da linha bifurcada para prever o resultado de um intercruzamento com três genes de distribuição independente em ervilhas. D – dwarfness (anã). G – green (verde). W – wrinkled (rugosa) Método da probabilidade ▪ Quando um heterozigoto produz gametas, metade contém um alelo e metade, o outro. Portanto a probabilidade de que determinado gameta contenha o alelo dominante é ½ , assim como o alelo recessivo. ▪ Podemos usar essas frequências para prever o resultado do cruzamento de dois heterozigotos? ▪ Suponha o cruzamento entre Aa x Aa. Qual a chance de que o zigoto seja AA? ▪ (½) x (½) = ¼ , já que a produção dos gametas é independente. ▪ Qual a chance de um homozigoto aa?, e Aa? ▪ A chance de se aa é de ¼ . ▪ A chance de se Aa é de ½. Método da probabilidade ▪ Assim obtemos a seguinte distribuição de probabilidade dos genótipos obtidos por cruzamento de Aa x Aa: ▪ AA = ¼. ▪ Aa = ½. ▪ aa = ¼. ▪ Aplicando o Princípio da Dominância, concluímos que (¼) + (½) = ¾ da prole terão o fenótipo dominante e ¼ terá o fenótipo recessivo. Aplicação do método da probabilidade ▪ Considere o cruzamento AaBb X AaBb, qual a fração da prole terá o fenótipo recessivo para pelo menos um gene? Resolução do problema: •Estes genótipos satisfariam a essa condição [A_bb] e [aaB_] e [aabb]. •Portanto, a resposta dessa questão deve ser a soma das probabilidades correspondentes de cada um desses genótipos. •Probabilidade de ser A_bb = 3/16. •Probabilidade se ser aaB_ = 3/16. •Probabilidade se ser aabb = 1/16. •Somando as probabilidades temos = (3/16) + (3/16) + (1/16) = 7/16. AB Ab aB ab AB AABB AABb AaBB AaBb Ab AABb AAbb AaBb Aabb aB AaBB AaBb aaBB aaBb ab AaBb Aabb aaBb aabb
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