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Aula 01 Direito Empresarial p/ DPU (Defensor Público da União) - Com videoaulas Professor: Paulo Guimarães DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares AULA 01 NOME EMPRESARIAL. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. Sumrio Sumrio ................................................................................................. 1 1 Ð Consideraes Iniciais ......................................................................... 2 2 Ð Nome Empresarial .............................................................................. 2 2.1. Aspectos introdutrios .................................................................... 2 2.2. Espcies de nome empresarial ......................................................... 5 2.3. Princpios relacionados formao do nome empresarial e sua proteo 9 2.4. Alienabilidade do nome empresarial ................................................. 14 2.5. Perda do nome ............................................................................. 14 3 Ð Estabelecimento Empresarial .............................................................. 15 3.1. Aspectos introdutrios ................................................................... 15 3.2. Natureza jurdica do estabelecimento empresarial .............................. 17 3.3. Contrato de trespasse .................................................................... 17 3.4. Sucesso empresarial .................................................................... 18 3.5. Clusula de no concorrncia .......................................................... 19 3.6. Ponto de negcio ........................................................................... 21 4 Ð Questes ......................................................................................... 31 4.1. Questes sem comentrios ............................................................. 31 4.2. Gabarito ...................................................................................... 31 4.3. Questes comentadas .................................................................... 46 5 - Resumo da Aula ................................................................................ 76 6 Ð Jurisprudncia Aplicvel ..................................................................... 81 7 - Consideraes Finais .......................................................................... 85 DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares AULA 01 - NOME EMPRESARIAL. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. 1 Ð Consideraes Iniciais Ol, futuro defensor pblico federal! Na aula de hoje estudaremos temas importantssimos para as provas de Direito Empresarial. Os temas nome empresarial e estabelecimento empresarial aparecem com muita frequncia em todos os tipos de provas de concurso que cobram conhecimento em Direito Empresarial. Chamo sua ateno especialmente para os detalhes acerca do estabelecimento empresarial, como a ao renovatria de contrato de locao, a locao sui generis em shopping center, entre outros aspectos. Se tiver alguma considerao no deixe de me procurar, ok!? J Bons estudos! 2 Ð Nome Empresarial 2.1. Aspectos introdutrios No h uma definio legal de nome empresarial, mas para esclarecer nosso entendimento podemos buscar a definio adotada pelo Departamento de Registro Empresarial e Integrao (antigo Departamento Nacional de Registro do Comrcio), que estabelece, no art. 1o de sua Instruo Normativa n. 15/2013, que Ònome empresarial aquele sob o qual o empresrio individual, a empresa individual de responsabilidade limitada Ð EIRELI, as sociedades empresrias, as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentesÓ. uma noo bem simples, mas podemos traar um paralelo entre o nome empresarial e o nome civil: da mesma forma que cada um de ns tem um nome, pelo qual somos conhecidos e com base no qual negociamos, o empresrio (seja empresrio individual, EIRELI ou sociedade empresria) tambm precisa ser conhecido por um nome. A importncia do nome empresarial to grande, que a Doutrina o reconhece como um direito personalssimo1. Alm disso, o STJ j decidiu que a mudana no nome empresarial torna necessria a outorga de nova procurao aos mandatrios da sociedade, to importante o nome empresarial para a identidade do empresrio. 1 RAMOS, Andr Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 6. Ed. So Paulo: Mtodo, 2016, p. 97. A proteo do nome (tanto civil quanto empresarial) assegurada pelo Cdigo Civil em seus arts. 16, 52 e 1.164. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. NOVA DENOMINAÌO. FALTA DE COMPROVAÌO DA ALTERAÌO SOCIAL. FALTA DE INSTRUMENTO PROCURATîRIO. SòMULA 115/STJ. 1. Havendo alterao na denominao social da pessoa jurdica antes da interposio do recurso, compete parte trazer aos autos documentos comprobatrios da mudana social, assim como instrumento de mandato com poderes outorgados pela nova denominao social. Precedentes. 2. cedio nesta Corte Superior que o recurso apresentado por advogado sem poderes de representar a parte recorrente inexistente (Smula 115/STJ). 3. Alm disso, firme o entendimento de que a regularidade de representao processual deve ser aferida no instante da interposio do recurso, sendo incabvel, aps esse momento, qualquer diligncia para suprir a falta de instrumento de procurao. Isso porque no se aplica o art. 13 do CPC, nesta instncia especial. 4. Agravo regimental no conhecido. AgRg no AREsp 557063 SC 2014/0193205-0, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, DJ 11.11.2014. O nome empresarial possui basicamente duas funes: a primeira, de ordem subjetiva, a de identificar o empresrio enquanto sujeito capaz de titularizar direitos e obrigaes. A segunda, de ordem objetiva, garantir ao empresrio fama, renome e reputao. importante ainda esclarecer que o nome empresarial no o nico elemento identificador do empresrio. A Doutrina aponta ainda mais alguns elementos, que voc deve tomar cuidado para no confundir com o nome empresarial. ELEMENTOS DE IDENTIFICAÌO DO EMPRESçRIO Marca Nome de fantasia, ttulo de estabelecimento ou insgnia Nome de domnio Sinais de propaganda DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Explicarei, a grosso modo, o que cada um desses elementos, e como voc pode diferenci-los do nome empresarial. A marca um sinal distintivo que identifica os produtos e servios do empresrio. Ela composta basicamente por elementos visuais que so criados, no mbito do design, para ÒrepresentarÓ a empresa em diversas ocasies, a exemplo das campanhas publicitrias e das embalagens de produtos. O nome de fantasia a expresso que identifica o ttulo do estabelecimento2. Alguns autores dizem que poderia ser algo semelhante ao que representa o apelido em relao ao nome civil. Eu particularmente considero essa ideia um tanto exagerada, j que a grande maioria das pessoas naturais conhecida pelo seu nome, e no por um apelido. O empresrio, por outro lado, na esmagadora maioria dos casos, conhecido entre seus stakeholders pelo nome de fantasia, apesar de, nas relaes formais, utilizar sempre o nome empresarial3. O nome de domnio o endereo eletrnico do stio do empresrio na internet. Nos ltimos anos esses ambientes virtuais adquiriram grande importncia, deforma que h empresrios que hoje trabalham exclusivamente por meio de stios eletrnicos, e l contratam fornecedores, oferecem seus produtos, fazem suas vendas, etc. Cabe aqui mencionar deciso do STJ, segundo a qual o fato de empresrio ou sociedade empresria ter registrado um nome empresarial que contenha determinada expresso no significa que ele tenha automaticamente o direito exclusivo de usar essa expresso como nome de domnio. DIREITO EMPRESARIAL. RECURSO ESPECIAL. COLIDæNCIA ENTRE MARCAS. DIREITO DE EXCLUSIVA. LIMITAÍES. EXISTæNCIA DE DUPLO REGISTRO. IMPUGNAÌO. AUSæNCIA. TêTULO DE ESTABELECIMENTO. DIREITO DE PRECEDæNCIA. INAPLICABILIDADE. NOME DE DOMêNIO NA INTERNET. PRINCêPIO "FIRST COME, FIRST SERVED". INCIDæNCIA. 1. Demanda em que se pretende, mediante oposio de direito de exclusiva, afastar a utilizao de termos constantes de marca registrada do recorrente. 2. O direito de precedncia, assegurado no art. 129, ¤ 1¼, da Lei n. 9.729/96, confere ao utente de marca, de boa-f, o direito de reivindicar para si marca similar apresentada a registro por terceiro, situao que no se amolda a dos autos. 3. O direito de exclusiva, conferido ao titular de marca registrada sofre limitaes, impondo-se a harmonizao do princpio da anterioridade, da especialidade e da territorialidade. 2 Fbio Ulhoa Coelho diz que o ttulo do estabelecimento identifica o ponto, e no exatamente o empresrio (COELHO, Fbio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 28 ed. So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 83. 3 No nosso ordenamento no h previso especfica de proteo do nome de fantasia, o que lastimvel, pois este nome em geral representa verdadeiro patrimnio para a empresa. Para evitar situaes de mau uso de ttulo de estabelecimento, a conduta terminou sendo criminalizada pela Lei n. 9.279/1996 (Lei de Propriedade Industrial). DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares 4. "No Brasil, o registro de nomes de domnio na internet regido pelo princpio 'First Come, First Served', segundo o qual concedido o domnio ao primeiro requerente que satisfizer as exigncias para o registro". Precedentes. 5. Apesar da legitimidade do registro do nome do domnio poder ser contestada ante a utilizao indevida de elementos caractersticos de nome empresarial ou marca devidamente registrados, na hiptese ambos os litigantes possuem registros vigentes, aplicando-se integralmente o princpio "First Come, First Served". 6. Recurso especial desprovido. REsp 1238041 SC 2011/0035484-1, Rel. Min. Marco Aurlio Belizze, Terceira Turma, DJe 17.04.2015. Por fim, temos os sinais de propaganda, que no se destinam propriamente a identificar o empresrio, mas exercem a importante funo de chamar a ateno dos consumidores para o produto ou servio oferecido4. Na maioria das vezes, opta-se, por convenincia econmica ou estratgia mercadolgica, pela adoo de expresses idnticas ou semelhantes. Do ponto de vista jurdico, isso no tem nenhuma relevncia, pois cada um dos elementos de identificao continuam distintos, recebendo tratamentos jurdicos diferentes, sob diferentes nveis de proteo legal. 2.2. Espcies de nome empresarial O Cdigo Civil, em seu art. 1.155, faz distino entre duas espcies de nome empresarial: a firma e a denominao. Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominao adotada, de conformidade com este Captulo, para o exerccio de empresa. A firma pode ser individual ou social. uma espcie de nome formada pelo nome civil do prprio empresrio (no caso da firma individual), do titular (no caso de EIRELI), ou de um ou mais scios (no caso da firma social). O importante aqui lembrar que o ncleo da firma sempre um nome civil. Art. 1.156. O empresrio opera sob firma constituda por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designao mais precisa da sua pessoa ou do gnero de atividade. 4 A legislao anterior permitia o registro desses sinais junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), mas essa possibilidade no existe na redao da Lei n. 9.2789/1996, como existe para o caso da marca, por exemplo. De qualquer forma, a lei ainda prev uma proteo penal especfica para os sinais de propaganda. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Perceba que a parte final do art. 1.156 autoriza ainda que seja adicionada firma a designao do gnero de atividade. Imagine, por exemplo, que este humilde professor resolvesse operar empresa de consultoria empresarial. A firma poderia ser Paulo Guimares Consultoria Empresarial, ou, ainda P. Guimares Consultoria Empresarial. Lembre-se de que isso uma faculdade, e no uma obrigatoriedade, ok!? A denominao, por sua vez, pode ser usada por certas sociedades ou, ainda, pela EIRELI, j que o empresrio individual somente pode operar sob firma. A denominao pode ser formada por qualquer expresso lingustica (que alguns doutrinadores chamam de elemento fantasia), e neste caso a meno ao objeto social obrigatria, conforme regra do art. 1.158, ¤2o, bem como pelos arts. 1.160 e 1.161 do Cdigo Civil. So diversos dispositivos porque cada um deles trata de uma espcie diferente de sociedade empresria. Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominao, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. ¤ 1o A firma ser composta com o nome de um ou mais scios, desde que pessoas fsicas, de modo indicativo da relao social. ¤ 2o A denominao deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais scios. [...] Art. 1.160. A sociedade annima opera sob denominao designativa do objeto social, integrada pelas expresses "sociedade annima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Pargrafo nico. Pode constar da denominao o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom xito da formao da empresa. Art. 1.161. A sociedade em comandita por aes pode, em lugar de firma, adotar denominao designativa do objeto social, aditada da expresso "comandita por aes". O entendimento da Doutrina dominante, portanto, no sentido de que a firma privativa de empresrios individuais e sociedades de pessoas, enquanto a denominao privativa de sociedades de capital. A exceo fica por conta da EIRELI, que por excelncia um tipo empresarial mais flexvel, e que pode adotar tanto firma quanto denominao. Em outras palavras, a firma usada, em regra, pelos empresrios individuais e pelas sociedades em que haja scios com responsabilidade ilimitada (sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita por aes), enquanto a denominao usada, em regra, pelas sociedades em que todos os scios respondem de forma limitada (sociedade limitada e sociedade annima). Facultativamente, a sociedade limitada tambm pode usar firma social, conforme previso do art. 1.158. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Ainda em relao sociedade annima, perceba que ela deve usar denominao, e, alm disso, seu nome deve conter as expresses "sociedade annima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Normalmente as que utilizam a expresso ÒS.A.Ó o fazem ao final do nome, enquanto as que usam ÒcompanhiaÓ preferem colocar no incio da denominao. A seguir um quadro esquemtico contendo as principais informaes acerca das espcies de nome empresarial,que voc precisa conhecer para a sua prova. Voc pode estar sentindo falta da sociedade em conta de participao, no mesmo? Isso ocorre porque, de acordo com a regra do art. 1.162 do Cdigo Civil, a sociedade em conta de participao no pode ter firma ou denominao. De acordo com a regra do art. 1.162 do Cdigo Civil, a sociedade em conta de participao no pode ter firma ou denominao. Uma questo que j levantou alguma polmica diz respeito ao nome adotado pelas sociedades simples, lembrando que neste caso inadequado falar em nome empresarial, j que no estamos nos referindo a sociedades empresrias. A polmica gira em torno do disposto no inciso II do art. 997 do Cdigo Civil. Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou pblico, que, alm de clusulas estipuladas pelas partes, mencionar: [...] II - denominao, objeto, sede e prazo da sociedade; NOME EMPRESARIAL Firma Empresrio Individual Sociedade em nome coletivo Sociedade em comandita simples Denominao Sociedade annima Firma ou Denominao Sociedade limitada (somente firma social) Sociedade em comandita por aes EIRELI No pode ter firma e nem denominao Sociedade em conta de participao DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Houve poca em que se dizia que o dispositivo levava concluso de que a sociedade simples no poderia utilizar firma, mas a doutrina aponta equvoco, tendo sido aprovado inclusive o Enunciado 213 da Jornada de Direito Civil do CJF, segundo o qual Òo art. 997, II, no exclui a possibilidade de sociedade simples utilizar firma ou razo socialÓ. H ainda mais uma distino acerca das espcies de nome empresarial que merece ser feita. A firma, alm de identificar quem exerce a atividade econmica, tem tambm a funo de assinatura do empresrio ou da sociedade empresria. A denominao, por outro lado, no exerce essa funo, servindo apenas como elemento identificador. A firma, alm de identificar quem exerce a atividade econmica, tem tambm a funo de assinatura do empresrio ou da sociedade empresria. A denominao, por outro lado, no exerce essa funo, servindo apenas como elemento identificador. Por essa razo o empresrio individual deve assinar a sua firma individual quando estiver tratando das suas relaes empresariais (por exemplo, P. Guimares Consultoria Empresarial), e no o seu nome civil (Paulo Guimares simplesmente). Por estranho que parea, a mesma lgica se aplica ao administrador de sociedade que adota firma social. Este deve assinar a firma social como descrita no ato constitutivo. Se a sociedade utiliza denominao, o administrador assina seu nome civil sob a denominao social impressa ou escrita. FIRMA Deve conter o nome civil do empresário ou dos sócios Pode conter o ramo de atividade Serve de assinatura do empresário DENOMINAÇÃO Pode adotar o nome civil ou qualquer outra expressão Deve designar o objeto da empresa Não serve como assinatura do empresário DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares 2.3. Princpios relacionados formao do nome empresarial e sua proteo Voltamos aqui a mencionar a Lei n. 8.934/1994, que trata do registro de empresas. Art. 34. O nome empresarial obedecer aos princpios da veracidade e da novidade. Enxergo esse dispositivo com especial interesse para questes de concurso. Se eu fosse o examinador, elaboraria uma questo cobrando o conhecimento desses princpios aplicveis especificamente formao do nome empresarial, talvez at numa questo discursiva em que pediria ao candidato para explicar do que se trata cada um desses princpios. O princpio da veracidade aquele segundo o qual o nome empresarial no poder conter informaes falsas. Esse um fator importante para dar segurana s negociaes feitas com aquele empresrio. H dispositivos no Cdigo Civil que determinam, por exemplo, que a ausncia da palavra ÒlimitadaÓ na firma ou denominao importa na responsabilidade solidria e ilimitada dos administradores que assim empregarem a forma ou denominao da sociedade (art. 1.158, ¤3o do Cdigo Civil), e que o nome do scio que falecer, for excludo da sociedade ou dela se retirar no pode ser mantido na firma social (art. 1.165 do Cdigo Civil). Por outro lado, tambm h algumas situaes legalmente previstas em que a alterao do nome empresarial obrigatria: a)!Quando se provar, posteriormente ao registro, a coexistncia do nome registrado com outro que j exista nos assentamentos da Junta Comercial; b)!Quando ocorrer a morte ou a sada de scio cujo nome conste da firma da sociedade; c)! Quando houver transformao, incorporao, fuso ou ciso da sociedade, entre outras situaes especficas. O princpio da novidade, por sua vez, est relacionado proibio de registrar um nome empresarial idntico ou muito parecido com outro que j tenha sido registrado. Ocorrer a identidade de nomes ocorrer quando forem homgrafos. Quando forem homfonos ser o caso de semelhana5. 5 Este o entendimento de Waldo Fazzio Junior acerca de identidade e semelhana: FAZZIO Junior, Waldo. Manual de Direito Comercial Ð 17 ed. So Paulo: Atlas, 2016, p. 64. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Aqui vale lembrar o art. 5o, XXIX da Constituio, que estabelece a proteo ao nome empresarial, bem como alguns dispositivos do Cdigo Civil. CF, art. 5o, XXIX - a lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao, bem como proteo s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do Pas; No dispositivo que trata da proteo propriedade intelectual, a Constituio tambm menciona o nome empresarial, apesar de, neste caso, a proteo ser assegurada pelo registro na Junta Comercial, no sendo necessrio o procedimento junto ao INPI. Veja o que diz o Cdigo Civil sobre o assunto. Art. 1.163. O nome de empresrio deve distinguir-se de qualquer outro j inscrito no mesmo registro. [...] Art. 1.166. A inscrio do empresrio, ou dos atos constitutivos das pessoas jurdicas, ou as respectivas averbaes, no registro prprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Pargrafo nico. O uso previsto neste artigo estender-se- a todo o territrio nacional, se registrado na forma da lei especial. Perceba, porm, que a proteo do art. 1.163 apenas se estende Òao mesmo registroÓ, enquanto o art. 1.166 ainda mais claro no sentido de que a proteo ao nome empresarial no que se refere ao princpio da novidade restrita ao territrio do Estado da Junta Comercial em que o empresrio se registrou. O pargrafo nico do art. 1.166 traz uma exceo essa regra restrita, prevendo a possibilidade de um registro especial que asseguraria ao empresrio PRINCêPIOS APLICçVEIS AO NOME EMPRESARIAL Princpio da veracidade o nome empresarial no poder conter informaes falsas. Princpio da novidade no pode ser registrado um nome empresarial idntico ou muito parecido com outro que j tenha sido registrado. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares a exclusividade no uso do nome empresarial em todo o territrio nacional.Essa proteo nacional poder ser requerida pelo empresrio ao DREI nos termos de instruo normativa prpria. A inscrio no registro prprio assegura o uso exclusivo do nome empresarial nos limites do respectivo Estado. Essa exclusividade pode ainda estender-se- a todo o territrio nacional, se o nome empresarial for registrado na forma da lei especial. Ainda no que tange proteo ao nome empresarial, temos um interessante julgado do STF, segundo o qual tal proteo no absoluta, visando apenas, diante da semelhana ou identidade de nomes, prevenir prejuzos para quem detm o registro. Ainda que se trate de uma deciso bastante antiga, vale a pena conhecer. NOME COMERCIAL. EXCLUSIVIDADE. ART. 153, PAR. 24, DA C.F. DE 1967/1969. 1. Segundo o disposto no paragrafo 24 do art. 153 da e.c. n. 1/69, a lei assegurara a exclusividade do nome comercial. 2. No incide em ofensa direta a essa norma da constituio, acrdo que, interpretando a lei infraconstitucional nela referida, conclui que a proteo ao nome comercial no e absoluta, mas relativa, pois o que visa e, diante da semelhanca ou identidade de nomes de competidores, evitar prejuizos para quem tem o registro, os quais, todavia, na hiptese, no teriam ficado demonstrados, operando, quanto a esse ponto, a smula 279. R.e. no conhecido. RE 115820, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Primeira Turma, julgado em 26/02/1991, DJ 19-02-1993 PP-02037 EMENT VOL-01692-05 PP-00861 So muito comuns nos tribunais as disputas judiciais acerca do uso de nomes empresariais. Trago aqui alguns exemplos que aparecem em obras de autores conhecidos, e servem para ilustrar alguns entendimentos desenvolvidos principalmente pelo STJ. Um dos julgados diz respeito semelhana entre os nomes Best Way Importao e Exportao Ltda. e The Best Way Informtica Ltda. Neste caso o STJ decidiu que os nomes so colidentes, assegurando o direito de uso primeira sociedade registrada. COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. ACîRDAO ESTADUAL. NULIDADE NAO CONFIGURADA. NOME COMERCIAL. REGISTRO. ANTERIORIEDADE. CONJUGAAO DE PALAVRAS INGLESAS (ÒBEST WAYÓ). ATIVIDADES SEMELHANTES. AUSæNCIA DE EXPRESSAO COMUM. IDENTIFICAAO PRîPRIA. USO DESAUTORIZADO. PROTEAO LEGAL. LEI N. 8.934/1994, ARTS. 33 E 35, V. I. A conjugao de palavras corriqueiras, mas que, conjugadas, criam expresso que traz significado prprio e identificao especfica para quem a emprega em seu nome (ÒBest DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares WayÓ), constitui marca a que a lei confere proteo a partir do registro da empresa na Junta Comercial, de sorte que se afigura ilegtima a utilizao, por outra, da mesma denominao, notadamente quando ainda exercem atividades sociais semelhantes, caso dos autos. II. Recurso especial conhecido e provido. REsp 267.541 - SP (2000/0071836-0). Rel Min. Aldir Passarinho Junior, 4a Turma. j. 22.08.2006, DJ 16.10.2006, p. 376. A tese aqui, como voc pode observar, no sentido de que a conjugao das duas palavras (ÒBest WayÓ) possui identidade prpria, permitindo a individualizao do titular do nome, no se podendo afirmar que se trata de nome corriqueiro e comum. Em outra oportunidade o STJ julgou disputa referente ao uso do nome Odebrecht. EMBARGOS DE DECLARAÌO Ð OMISSÌO Ð CARACTERIZAÌO Ð EFEITOS MODIFICATIVOS Ð POSSIBILIDADE Ð PRIMEIROS ACLARATîRIOS Ð OMISSÌO E CONTRADIÌO EM ARESTO DESLINDADOR DE AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL Ð CONFIGURAÌO Ð SOCIEDADES COMERCIAIS Ð DENOMINAÍES SOCIAIS Ð EXCLUSIVIDADE Ð LIMITAÌO GEOGRçFICA Ð MARCAS Ð PATRONêMICO DOS FUNDADORES DE AMBAS AS LITIGANTES Ð PRINCêPIO DA ESPECIFICIDADE Ð APLICAÌO Ð CONFUSÌO AO CONSUMIDOR AFASTADA PELAS INSTåNCIAS ORDINçRIAS Ð REEXAME DE PROVAS - VALIDADE DO REGISTRO DAS MARCAS DA EMBARGANTE Ð DECLARATîRIOS ACOLHIDOS Ð RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. [...] 4. A proteo legal da denominao de sociedades empresrias, consistente na proibio de registro de nomes iguais ou anlogos a outros anteriormente inscritos, restringe-se ao territrio do Estado em que localizada a Junta Comercial encarregada do arquivamento dos atos constitutivos da pessoa jurdica. 5. No se h falar em extenso da proteo legal conferida s denominaes de sociedades empresrias nacionais a todo o territrio ptrio, com fulcro na Conveno da Unio de Paris, porquanto, conforme interpretao sistemtica, nos moldes da lei nacional, mesmo a tutela do nome comercial estrangeiro somente ocorre em mbito nacional mediante registro complementar nas Juntas Comerciais de todos os Estados- membros. 6. A anlise da identidade ou semelhana entre duas ou mais denominaes integradas por nomes civis (patronmicos) e expresses de fantasia comuns deve considerar a composio total do nome, a fim de averiguar a presena de elementos diferenciais suficientes a torn-lo inconfundvel. 7. A proteo de denominao social e nome civil em face do registro posterior de marca idntica ou semelhante encontra previso dentre as vedaes legais previstas ao registro marcrio (art. 65, V e XII, da Lei n¼ 5.772/71, aplicvel, in casu). 8. Conquanto objetivando tais proibies a proteo de nomes comerciais ou civis, mencionada tutela encontra-se prevista como tpico da legislao marcria, pelo que o exame de eventual colidncia no pode ser dirimido exclusivamente com base no critrio da anterioridade, subordinando-se, em ateno interpretao sistemtica, aos preceitos legais condizentes reproduo ou imitao de marcas, dizer, aos arts. 59 e 65, XVII, da Lei n¼ 5.772/71, consagradores do princpio da especificidade. Precedentes. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares 9. Especificamente no que tange utilizao de nome civil (patronmico) como marca, verifica-se a absoluta desnecessidade de autorizao recproca entre homnimos, alm da inviabilidade de exigncia, ante a ausncia de previso legal, de sinais distintivos marca do homnimo que proceder posteriormente ao registro, tambm submetendo-se eventual conflito ao princpio da especificidade. 10. Consoante o princpio da especificidade, o INPI agrupa os produtos ou servios em classes e itens, segundo o critrio da afinidade, de modo que a tutela da marca registrada limitada aos produtos e servios da mesma classe e do mesmo item. Outrossim, sendo tal princpio corolrio da necessidade de se evitar erro, dvida ou confuso entre os usurios de determinados produtos ou servios, admite-se a extenso da anlise quanto imitao ou reproduo de marca alheia ao ramo de atividade desenvolvida pelos respectivos titulares. 11. Ë caracterizao de "marca notria" (art. 67, caput, da Lei n¼ 5.772/71), a gozar de tutela especial impeditiva do registro de marcas idnticas ou semelhantes em todas as demais classes e itens, perfaz-se imprescindvel a declarao de notoriedade pelo INPI, com a concesso do registro em aludida categoria especial. 12. Diversas as classes de registro e o mbito das atividades desempenhadas pela embargante (comrcio e beneficiamento de caf, milho, arroz, cereais, frutas, verduras e legumes, e exportao de caf) e pela embargada (arquitetura, engenharia, geofsica, qumica, petroqumica, prospeco e perfurao de petrleo), e no se cogitando da configurao de marca notria, no se vislumbra impedimento ao uso, pela embargante, da marca Odebrecht como designativa de seus servios, afastando-se qualquer afronta, seja denominao social, seja s marcas da embargada. Precedentes. 13. Possibilidade de confuso ao pblico consumidor dos produtos e servios das litigantes expressamente afastada pelas instnciasordinrias, com base no exame do contexto ftico-probatrio, do qual so absolutamente soberanas. Inviabilidade de reviso de mencionado entendimento nesta seara especial, nos termos da Smula 07/STJ. Precedentes [...]. EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 653.609/RJ, Rel. Min. Jorge Scartezzini, 4a Turma, j. 19.05.2005, DJ 27.06.2005, p. 408. A controvrsia aqui, como voc pode observar, girou em torno do uso do nome Odebrecht para a famosa construtora da Bahia (Odebrecht S/A), e para outra sociedade chamada Odebrecht Caf, oriunda do Paran. Vale ressaltar que neste caso no havia ocorrido a extenso da proteo do nome para todo o territrio nacional. Considerando esse fato e a distino feita em razo do uso de palavras que individualizam as denominaes sociais e os ramos em que cada uma das sociedades atua, o STJ afastou a possibilidade de confuso neste caso. Com esses dois exemplos voc deve ter percebido que a principal questo enfrentada pelo Poder Judicirio diz respeito possibilidade de os diferentes nomes empresariais causarem confuso entre consumidores. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares 2.4. Alienabilidade do nome empresarial Em relao alienabilidade do nome empresarial, diante do princpio da veracidade, claro que, tratando-se de firma ou razo social, se o nome for constitudo pelos nomes civis dos scios, no ser possvel sua alienao. A regra geral do Cdigo Civil, porm, no sentido de proibir a alienao de qualquer nome empresarial. Art. 1.164. O nome empresarial no pode ser objeto de alienao. Pargrafo nico. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu prprio, com a qualificao de sucessor. Parte da doutrina defende que, quanto denominao, nada impede que seja transmitida a outra pessoa, seja como elemento integrante da empresa, seja de forma autnoma6. O pargrafo nico do art. 1.166 prev a possibilidade de alienao do nome empresarial juntamente com o estabelecimento, o que ocorre por meio do contrato de trespasse. Seguindo essa lgica, a alienao s ser possvel por ato inter vivos. 2.5. Perda do nome Voltamos aqui a mencionar a Lei n. 8.934/1994, mais precisamente seu art. 59 e seguintes. Art. 59. Expirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perder a proteo do seu nome empresarial. Art. 60. A firma individual ou a sociedade que no proceder a qualquer arquivamento no perodo de dez anos consecutivos dever comunicar junta comercial que deseja manter- se em funcionamento. No caso da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perder a proteo ao seu nome empresarial. Outra hiptese de perda da proteo ao nome a que atinge a empresa que passa 10 anos consecutivos sem fazer qualquer arquivamento. Neste caso a empresa deve informar Junta Comercial que deseja manter-se em funcionamento, caso contrrio ser notificada pela Junta e, se ficar omissa, ser 6 Para fins de concurso pblico, este posicionamento adotado claramente por Andr Santa Cruz Ramos, mas a imensa maioria das questes de prova no cobra nada alm do contedo do art. 1.164 do Cdigo Civil. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares considerada inativa. A Junta Comercial ento promover o cancelamento do registro, com a perda automtica da proteo ao nome empresarial. Por fim, extingue-se o nome empresarial pela cessao do comrcio (por qualquer causa), pela liquidao (no caso da sociedade empresria) ou peal transformao societria. 3 Ð Estabelecimento Empresarial 3.1. Aspectos introdutrios Se voc perguntar a um leigo o que o estabelecimento empresarial, provavelmente essa pessoa responderia, intuitivamente, que se trata do local onde o empresrio desenvolve suas atividades. Essa noo, obviamente, no corresponde ao sentido tcnico-jurdico que precisamos conhecer aqui. Na definio de Oscar Barreto Filho, estabelecimento empresarial Ò o complexo de bens materiais e imateriais que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante para a explorao de determinada atividade mercantilÓ. Essa basicamente a mesma definio trazida pelo art. 1.142 do Cdigo Civil. Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exerccio da empresa, por empresrio, ou por sociedade empresria. O estabelecimento empresarial o complexo de bens, materiais e imateriais, que o empresrio utiliza no exerccio de sua atividade. Podemos dizer que o estabelecimento a projeo patrimonial da empresa. Voltando noo geral e intuitiva, portanto, podemos dizer que o local onde o empresrio exerce suas atividades um dos elementos que compe o estabelecimento comercial, mas no o nico ou necessariamente o principal deles. Por outro lado, o estabelecimento no se confunde com a empresa. Lembre-se sempre de que empresa atividade, enquanto estabelecimento um conjunto de bens. Da mesma forma, o estabelecimento tambm no se confunde com o empresrio, j que este a pessoa natural ou jurdica que explora a atividade empresarial. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares importante ainda fazer uma distino importante, entre o estabelecimento empresarial e o patrimnio do empresrio. Veja bem, o patrimnio composto por quaisquer bens que pertenam a uma pessoa fsica ou jurdica e seja suscetvel de apreciao econmica. Para que seja considerado parte do estabelecimento empresarial, porm, esse bem deve guardar relao com o exerccio da atividade empresarial. A doutrina italiana aponta dois elementos importantes na noo de estabelecimento empresarial: o complexo de bens e a organizao. O estabelecimento composto por bens que assumem um carter marcadamente instrumental para o exerccio da atividade empresarial, e essa instrumentalidade est relacionada justamente organizao, ou seja, esses bens constituem um todo articulado pelo empresrio para o exerccio de sua atividade. Empresrio Pessoa que explora a atividade empresarial Empresa Atividade em si Estabelecimento empresarial Complexo de bens materiais e imateriais ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL Bens corpreos Mercadorias Instalaes Equipamentos Veculos etc. Bens incorpreos Marcas Patentes Direitos Ponto etc. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares 3.2. Natureza jurdica do estabelecimento empresarial Das teorias j mencionadas para explicar o estabelecimento empresarial, merecem destaque as chamadas teorias universalistas. O que essas teorias tm de comum que consideram o estabelecimento empresarial como uma universalidade, que nada mais do que um conjunto de elementos que, quando reunidos, podem ser concebidos como coisa unitria, ou seja, algo novo e distinto que no representa a mera juno dos elementos componentes. O ponto de divergncia entre essas teorias diz respeito natureza dessa universalidade, seria uma universalidade de direito ou uma universalidade de fato. Na universalidade de direito a reunio dos bens que a compem determinada pela lei (a exemplo da massa falida e do esplio), enquanto na universalidade de fato a reunio dos bens determinada por um ato de vontade (a exemplo de uma biblioteca ou rebanho de animais). A doutrina brasileira majoritria no sentido de que o estabelecimento empresarial uma universidadede fato, j que os elementos formam uma coisa em razo da destinao que o empresrio lhes d. 3.3. Contrato de trespasse Este um tema que aparece com muita frequncia em provas de concursos pblicos. O contrato de trespasse um tipo especfico de relao por meio da qual se pode negociar a alienao do estabelecimento empresarial como conjunto. Vamos comear analisando o art. 1.143 do Cdigo Civil. Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitrio de direitos e de negcios jurdicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatveis com a sua natureza. Neste dispositivo o Cdigo Civil prev a possibilidade de o estabelecimento empresarial ser negociado como uma universalidade de fato, ou seja, como um todo unitrio. O contrato de trespasse, portanto, nada mais do que o contrato oneroso de transferncia do estabelecimento empresarial. O contrato de trespasse o contrato oneroso de transferncia do estabelecimento empresarial. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienao, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, s produzir efeitos quanto a terceiros depois de averbado margem da inscrio do empresrio, ou da sociedade empresria, no Registro Pblico de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. O registro do contrato de trespasse na Junta Comercial, margem do registro do empresrio ou da sociedade empresria, condio de eficcia do contrato perante terceiros. Existe ainda uma peculiaridade do contrato de trespasse que diz respeito relao do empresrio que est alienando o estabelecimento com seus credores. Art. 1.145. Se ao alienante no restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficcia da alienao do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tcito, em trinta dias a partir de sua notificao. Simplificando a redao do dispositivo, podemos dizer que o empresrio que pretende alienar o estabelecimento tem duas opes: conservar bens suficientes para pagar todas as suas dvidas perante terceiros, ou obter o consentimento dos credores. Esse consentimento, porm, pode ser expresso ou tcito. Cabe ao empresrio notificar os credores e, se estes no se manifestarem no prazo de 30 dias, haver consentimento tcito e a venda poder ser realizada. Este fator to importante que a Lei n. 11.101/2005, conhecida como Lei de Falncias e Recuperao Judicial, considera a alienao irregular do estabelecimento empresarial como ato de falncia, fundamentando o pedido para decretao da ÒquebraÓ do empresrio. 3.4. Sucesso empresarial Agora falaremos sobre os efeitos do trespasse em relao sucesso empresarial. Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos dbitos anteriores transferncia, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos crditos vencidos, da publicao, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Do dispositivo podemos depreender que o adquirente do estabelecimento empresarial responde pelas dvidas existentes, desde que devidamente contabilizadas. Isso significa que quem compra o estabelecimento assume as dvidas, desde que estas tenham sido regularmente escrituradas, pois a DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares escriturao o que d segurana a quem decide adquirir um estabelecimento empresarial. Normalmente o trespasse precedido por uma fase em que so levantadas diversas informaes sobre o estabelecimento, conhecida como due diligence, que , na realidade, uma ampla investigao sobre a real situao econmica do empresrio alienante. Mas tenha muita ateno com essa regra, pois, embora o adquirente assuma essas dvidas devidamente contabilizadas, o alienante fica solidariamente responsvel por elas durante o prazo de 1 ano. Se a dvida j estiver vencida, esse prazo ser contado a partir da publicao do contrato de trespasse; se a dvida for vincenda, o prazo ser contado de seu vencimento. Embora o adquirente do estabelecimento empresarial assuma todas as dvidas devidamente contabilizadas, o alienante fica solidariamente responsvel por elas durante o prazo de 1 ano. Se a dvida j estiver vencida, esse prazo ser contado a partir da publicao do contrato de trespasse; se a dvida for vincenda, o prazo ser contado de seu vencimento. Ateno! Estamos falando sobre a sucesso empresarial, e essa lgica de assuno de dvidas se aplica s obrigaes assumidas em relaes diretamente ligadas ao exerccio da atividade empresarial. Dvidas trabalhistas e tributrias, por exemplo, esto sujeitas a regramento prprio. Vale ainda mencionar nova regra trazida pela Lei n. 11.101/2005, segunda a qual a alienao de estabelecimento empresarial feita em processo de falncia ou recuperao judicial de empresas no acarreta nenhum nus para o adquirente. Neste caso especfico, portanto, o adquirente no responder pelas dvidas anteriores, inclusive as tributrias e trabalhistas. Nesses termos, o produto da alienao ser usado para saldas as dvidas, ao mesmo tempo em que a regra deixa mais fcil e mais atrativa a venda dos ativos da empresa falida ou em recuperao. 3.5. Clusula de no concorrncia O art. 1.147 do Cdigo Civil trouxe para a legislao brasileira a chamada clusula de no concorrncia, tambm chamada de clusula de no restabelecimento ou clusula de interdio da concorrncia, sempre muito cobrada em concursos pblicos. Art. 1.147. No havendo autorizao expressa, o alienante do estabelecimento no pode fazer concorrncia ao adquirente, nos cinco anos subsequentes transferncia. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares A clusula de no concorrncia foi construda na jurisprudncia brasileira j desde o incio do sculo XX, no sentido de que, mesmo na ausncia de clusula contratual expressa, o alienante tem a obrigao contratual implcita de no fazer concorrncia ao adquirente do estabelecimento empresarial. Essa mesma lgica foi positivada pelo dispositivo do Cdigo Civil de 2002, como decorrncia da aplicao do princpio da boa-f objetiva s relaes contratuais. Se algum adquire o estabelecimento comercial de outrem, deve-se ao menos supor que a clientela da empresa Òvenha juntoÓ. Se o alienante desvia essa clientela, estar agindo de m-f. A obrigao estabelecida pelo Cdigo Civil se estende pelo prazo de 5 anos a partir da transferncia do estabelecimento, durante os quais o alienante no deve fazer concorrncia ao adquirente. A nica exceo a possibilidade de autorizao expressa no contrato, que inverte a lgica da autonomia da vontade, estabelecendo uma presuno que somente pode ser elidida por disposio contratual expressa. A discusso ento se move adiante, passando da dimenso tempo dimenso espao. Qual seria o mbito territorial de aplicao da clusula de no concorrncia!? De acordo com a melhor doutrina, essa questo no comporta uma resposta genrica e plenamente aplicvel a qualquer caso. O julgador dever, analisando as circunstncias fticas do caso concreto, verificar se o eventual restabelecimento do alienante configura, de fato, concorrncia ao adquirente. Essa deciso depender, por exemplo, na envergadura do negcio objeto do trespasse. Se estivermos falando de um negcio online de alcance nacional, por exemplo, o alienante no poderia estabelecerempreendimento semelhante que tambm funcionasse nos mesmos termos. Se no houver autorizao expressa no contrato, o alienante do estabelecimento empresarial no pode fazer concorrncia ao adquirente nos 5 anos subsequentes transferncia. No h previso legal, porm, acerca da abrangncia territorial dessa proibio. Art. 1.148. Salvo disposio em contrrio, a transferncia importa a sub-rogao do adquirente nos contratos estipulados para explorao do estabelecimento, se no tiverem carter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicao da transferncia, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. O art. 1.148 prev a sub-rogao do adquirente nos contratos firmados com o alienante, com exceo daqueles que tenham carter pessoal. Os contratos pessoais so aqueles em que a prestao pessoal parte essencial do acordo de vontades. Se um conhecido consultor empresarial especialista em DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares determinada matria decide alienar seu estabelecimento, razovel imaginar que haja contratos com ele firmados em razo de seu currculo e experincia, e no faria sentido que tais contratos fossem assumidos pelo adquirente do estabelecimento, no mesmo!? Uma discusso interessante a esse respeito a que diz respeito ao contrato de locao. Grande parte da doutrina entende (e j entendia mesmo antes do Cdigo Civil de 2002) que este tipo de contrato se mantm vigente aps a realizao do trespasse, mas h polmica acerca do carter pessoal ou no desse tipo de contrato. Mais recentemente o entendimento que parece dominar o de que o contrato de locao contrato de carter pessoal, e por isso depende de anuncia do locador do imvel para que o adquirente do estabelecimento suceda o alienante na condio de locatrio. Art. 1.149. A cesso dos crditos referentes ao estabelecimento transferido produzir efeito em relao aos respectivos devedores, desde o momento da publicao da transferncia, mas o devedor ficar exonerado se de boa-f pagar ao cedente. Da mesma forma que o adquirente assume as dvidas do alienante, assume tambm todo o ativo contabilizado. Por isso, a partir do registro do trespasse, cabe aos devedores pagar ao adquirente do estabelecimento. Por outro lado, caso esses devedores paguem de boa-f ao antigo titular do estabelecimento, ficaro livres da responsabilidade pela dvida, cabendo ao adquirente, neste caso, cobrar do alienante, que recebeu os valores de forma indevida. 3.6. Ponto de negcio A definio de ponto de negcio muito simples: o ponto o local onde o empresrio exerce sua atividade, onde se encontra sua clientela. Essa definio no deve ser restrita ao ambiente fsico, j que hoje h diversos negcios que funcionam principalmente, ou mesmo apenas, em ambientes virtuais. O ponto, portanto, pode ser um local fsico ou mesmo um website por meio do qual os clientes possam encontrar o empresrio. O ponto de negcio um dos mais relevantes elementos do estabelecimento empresarial, influenciando MUITO o desenvolvimento dos negcios do empresrio. Por essa razo o ordenamento jurdico assegura especial proteo a esse elemento, notadamente quando as instalaes so alugadas. Basicamente a legislao confere ao empresrio a possibilidade de permanecer no imvel locado mesmo contra a vontade do locador. Trata-se da renovao compulsria do contrato de aluguel. O tema tratado pela Lei n. 8.245/1991. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Art. 51. Nas locaes de imveis destinados ao comrcio, o locatrio ter direito a renovao do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mnimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatrio esteja explorando seu comrcio, no mesmo ramo, pelo prazo mnimo e ininterrupto de trs anos. O art. 51 confere ao locatrio o direito de renovar o contrato, quando forem preenchidos trs requisitos: um formal (contrato escrito e por prazo determinado), um temporal (mnimo de 5 anos de relao contratual contnua) e outro material (mnimo de 3 anos na explorao de atividade no mesmo ramo). Quanto ao requisito temporal, o perodo de 5 anos exigido pela legislao no precisa necessariamente ter sido obtido por meio de um nico contrato, podendo ser alcanado tambm pela soma dos prazos de vrios contratos escritos, desde que a relao contratual no tenha sofrido interrupo. Aqui vale mencionar ainda a Smula 482 do STF. SòMULA 482 DO STF O locatrio, que no for sucessor ou cessionrio do que o precedeu na locao, no pode somar os prazos concedidos a este, para pedir a renovao do contrato, nos termos do Decreto n¡ 24.150. Perceba que subsiste a proteo ao sucessor do locatrio, mas ele no pode, para fins de atendimento ao requisito temporal, somar seu tempo de locao ao do anterior, para fins de renovao de contrato. Voltando renovao compulsria do contrato de locao imobiliria, importante saber que a ao renovatria deve ser ajuizada nos 6 primeiros meses do ltimo ano do contrato de aluguel. No ltimo ano do contrato deve o empresrio procurar o titular do imvel para negociar a renovao da relao contratual. Caso o locador manifeste o desejo de retomar o imvel, o locatrio dever tomar as providncias para propositura da ao. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Art. 71. Alm dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a petio inicial da ao renovatria dever ser instruda com: I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51; II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; III - prova da quitao dos impostos e taxas que incidiram sobre o imvel e cujo pagamento lhe incumbia; IV - indicao clara e precisa das condies oferecidas para a renovao da locao; V Ð indicao do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando no for o mesmo, com indicao do nome ou denominao completa, nmero de sua inscrio no Ministrio da Fazenda, endereo e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profisso e o nmero da carteira de identidade, comprovando, desde logo, mesmo que no haja alterao do fiador, a atual idoneidade financeira; VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovao aceita os encargos da fiana, autorizado por seu cnjuge, se casado for; VII - prova, quando for o caso, de ser cessionrio ou sucessor, em virtude de ttulo oponvel ao proprietrio. Primeiramente, o art. 282 mencionado pelo dispositivo corresponde ao art. 319 do Cdigo de Processo Civil de 2015. Os demais requisitos se referem s provas das circunstncias que sero alegadas por ocasio da propositura da ao. O STJ j decidiu que a renovao deve ser feita pelo mesmo prazo do ltimo contrato e que o prazo mximo de renovao de 5 anos. AÌO RENOVATîRIA DE LOCAÌO. PRAZO DO CONTRATO RENOVADO. ARTIGO 51 DA LEI 8.245/91. 1. O prazo da prorrogao de contrato de locao estabelecido por fora de ao renovatria deve ser igual ao do ajuste anterior, observado o limite mximo de cinco anos. Inteligncia do artigo 51 da Lei n¼ 8.245/91. 2. Recurso conhecido e provido. REsp 182713-RJ, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, j. 17.08.1999,Informativo 28/1999. Requisitos para ao renovatria de aluguel Formal contrato escrito e por prazo determinado Temporal mnimo de 5 anos de relao contratual contnua Material mnimo de 3 anos na explorao de atividade no mesmo ramo DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares ÒMas professor, esse direito renovao compulsria absoluto?Ó De acordo com a Doutrina, no. Se assim fosse, o direito do locatrio aniquilaria completamente o direito propriedade do locador, e no esse o sentido do nosso ordenamento. por isso que a prpria Lei n. 8.245/1991 estabelece alguns casos em que o locatrio, mesmo tendo preenchido os requisitos que lhe asseguram, em tese, o direito de inerncia ao ponto, no ter assegurado o direito renovao do contrato de aluguel. O nome do instituto exceo de retomada, e as possibilidades de seu manejo esto previstas nos arts. 52 e 72 da Lei n. 8.245/1991. Vejamos as hipteses uma a uma. Art. 72. A contestao do locador, alm da defesa de direito que possa caber, ficar adstrita, quanto matria de fato, ao seguinte: [...] II - no atender, a proposta do locatrio, o valor locativo real do imvel na poca da renovao, excluda a valorizao trazida por aquele ao ponto ou lugar; Esta primeira hiptese diz respeito ao valor da locao. Aqui o locatrio fez uma proposta insuficiente para renovao do contrato, mediante comparao com o real valor locativo do imvel. Se o locador, mesmo preenchendo os requisitos do art. 52, fizer uma proposta abaixo do valor real de locao do bem, o locador no ser obrigado a renovar o contrato. Nessa situao, o locador dever apresentar, em contraproposta, as condies de locao que considere compatveis com o valor locativo real do imvel. Art. 72. A contestao do locador, alm da defesa de direito que possa caber, ficar adstrita, quanto matria de fato, ao seguinte: [...] III - ter proposta de terceiro para a locao, em condies melhores; A segunda hiptese est relacionada a uma proposta de contrato feita por terceiro, mais interessante do que a proposta do locatrio. Nesse caso o locador dever juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara indicao do ramo a ser explorado, que no poder ser o mesmo do locatrio. O locatrio, por sua vez, ter a oportunidade de aceitar as condies para obter a renovao do contrato. Nessa hiptese a lei prev ainda, juntamente com a possibilidade de retomada do ponto pelo locador, a obrigao de indenizar o locatrio pela perda do ponto. Essa indenizao ser arbitrada pelo juiz para ressarcir os prejuzos e os lucros cessantes que o locatrio tiver que arcar com mudana, perda do lugar e desvalorizao do estabelecimento empresarial. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares Art. 52. O locador no estar obrigado a renovar o contrato se: I - por determinao do Poder Pblico, tiver que realizar no imvel obras que importarem na sua radical transformao; ou para fazer modificaes de tal natureza que aumente o valor do negcio ou da propriedade; A terceira hiptese a do locador estar obrigado a promover obras no imvel, Òpor determinao do Poder PblicoÓ ou Òpara fazer modificaes de tal natureza que aumente o valor do negcio ou da propriedadeÓ. O locador neste caso tem obrigao de comprovar a determinao do Poder Pblico ou apresentar relatrio pormenorizado das obras a serem realizadas e da estimativa de valorizao do imvel, assinado por engenheiro devidamente habilitado. Art. 52. O locador no estar obrigado a renovar o contrato se: [...] II - o imvel vier a ser utilizado por ele prprio ou para transferncia de fundo de comrcio existente h mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cnjuge, ascendente ou descendente. Aqui temos a quarta e a quinta hipteses. A quarta a da retomada do imvel para uso do prprio locador, e a quinta a retomada para transferncia de estabelecimento empresarial existe h mais de 1 ano, cuja maioria do capital social seja de sua titularidade ou de seu cnjuge, ascendente ou descendente. Nestas duas ltimas hipteses, o imvel retomado no poder ser utilizado para desenvolver atividade empresarial no mesmo ramo do locatrio. Alguns autores, com destaque para Fbio Ulhoa Coelho, apontam a inconstitucionalidade dessa regra, pois estabeleceria uma limitao exagerada ao direito de propriedade do locador. Por outro lado, caso o locador queira explorar o imvel exercendo empresa no mesmo ramo de atividade do locatrio, dever indeniz-lo pela perda do ponto. Veja bem, nas trs ltimas hipteses (reforma substancial, uso prprio ou transferncia de estabelecimento empresarial), o locador tem 3 meses, a partir da entrega do imvel, para dar a este o destinado alegado ou iniciar as obras. Se isso no ocorrer, o locador ter o dever de indenizar o locatrio pelos prejuzos e lucros cessantes referentes mudana, perda do lugar e desvalorizao do estabelecimento empresarial. O STJ entende ainda que o locatrio tem direito a ser indenizado caso o locador d ao bem destinao diferente do que for declaro por ocasio da ao renovatria. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares RECURSO ESPECIAL. LOCAAO. RETOMADA DEFERIDA EM RENOVATîRIA. DESVIO DE USO. INDENIZAAO. POSSIBILIDADE. ART. 52, 1¼, DA LEI 8.245/91. TRANSFERæNCIA DO FUNDO DE COMRCIO JUNTAMENTE COM A LOCAAO. PREQUESTIONAMENTO. AUSæNCIA. SòMULAS 282 E 356/STF. REEXAME DE MATRIA FçTICO-PROBATîRIA. IMPOSSIBILIDADE. SòMULA 7/STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. firme a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia no sentido de que, nos termos do art. 52, 3¼, da Lei 8.245/91, assegurado ao locatrio o direito de ressarcimento por eventuais danos causados pelo locador que, utilizando-se indevidamente da prerrogativa legal insculpida no art. 52, II, da Lei do Inquilinato, empregando-a como subterfgio especulativo, confere ao imvel destinao diversa daquela declarada na ao renovatria. [...] REsp 594.637-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5a Turma, j. 09.05.2006, DJ 29.05.2006, p. 286 3.7. O caso especfico dos shopping centers Imagino que todos os leitores sabem o que um shopping center, mas no custa nada definir: trata-se de um espao especialmente dedicado ao comrcio e prestao de servios, que oferecem, por meio de locao, espaos autnomos a empresrios interessados em desenvolver suas atividades naquele local. Como consequncia desse modelo de negcios, desenvolveu-se ao longo dos anos uma interessante discusso acerca da natureza jurdica do contrato de locao em shopping center. Para os maiores doutrinadores, trata-se de um contrato de locao sui generis. No podemos dizer que se trata de contrato de outra natureza, at porque a prpria Lei n. 8.245/1991 prev a existncia desses contratos de locao especficos. Art. 54. Nas relaes entre lojistas e empreendedores de shopping center, prevalecero as condies livremente pactuadas nos contratos de locao respectivos e as disposies procedimentais previstas nesta lei. O aspecto mais interessante do contrato de locao em shopping center a forma de remunerao, que se d por meio de aluguel percentual, ou seja, o lojista entrega parte do valor do seu faturamento. O propsito principal nesse tipo de contrato o estabelecimento de uma relao associativa entre empreendedor e lojistas, que pem em prtica umplano estratgico que mistura produtos e servios, com vista a um bem comum: rentabilidade pela venda de mercadorias, da qual participam ambos7. Essa ÒmisturaÓ entre bens e servios j foi reconhecida pela jurisprudncia do STJ. 7 Esta definio dada pela Ministra Eliana Calmon, que foi relatora no julgamento do REsp 178.908. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares TRIBUTçRIO - SHOPPING CENTER - FATURAMENTO MENSAL - COFINS: NÌO- INCIDæNCIA. 1. O fato gerador da COFINS o faturamento mensal pela venda de mercadorias, de mercadorias e servios e servios de qualquer natureza. 2. O resultado econmico pela locao de coisas ou de bens escapa incidncia da contribuio questionada (LC n. 70/1991, art. 2¼). 3. Os contratos de locao de espaos em shopping center so contratos atpicos, ensejando locao de bens e servios. 4. Recurso especial provido. REsp 178.908-CE, Rel. Min. Eliana Calmon, 2a Turma, j. 12.09.2000, DJ 11.12.2000, p. 187. muito comum, em especial quando o aluguel contratado em percentual do faturamento do lojista, que haja clusula que preveja a fiscalizao das contas do lojista. A doutrina no tem apontado problemas nisso. Devemos ainda destacar que admitida nesses contratos a propositura de ao renovatria. Art. 52. O locador no estar obrigado a renovar o contrato se: I - por determinao do Poder Pblico, tiver que realizar no imvel obras que importarem na sua radical transformao; ou para fazer modificaes de tal natureza que aumente o valor do negcio ou da propriedade; II - o imvel vier a ser utilizado por ele prprio ou para transferncia de fundo de comrcio existente h mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cnjuge, ascendente ou descendente. ¤ 1¼ Na hiptese do inciso II, o imvel no poder ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatrio, salvo se a locao tambm envolvia o fundo de comrcio, com as instalaes e pertences. ¤ 2¼ Nas locaes de espao em shopping centers, o locador no poder recusar a renovao do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. Perceba que, no caso do contrato de locao em shopping center, no se admite a retomada por parte do locador para uso prprio do imvel, nem para transferncia de estabelecimento empresarial constitudo h mais de 1 ano cuja maioria do capital seja de titularidade do locador ou de seu cnjuge, ascendente ou descendente. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares No caso do contrato de locao em shopping center, no se admite a retomada por parte do locador para uso prprio do imvel, nem para transferncia de estabelecimento empresarial constitudo h mais de 1 ano cuja maioria do capital seja de titularidade do locador ou de seu cnjuge, ascendente ou descendente. comum tambm que aparea nesse tipo de contrato a clusula de raio, que probe que o lojista se instale tambm em shopping center concorrente durante a vigncia do contrato. A discusso aqui gira em torno da potencial lesividade dessa clusula em relao aos consumidores, pois restringiria a livre concorrncia, posicionamento j adotado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econmica (CADE) em pelo menos uma ocasio. O STJ analisou a questo no julgamento do REsp 1.535.727-RS. Em tese, no abusiva a previso, em normas gerais de empreendimento de shopping center ("estatuto"), da denominada "clusula de raio", segundo a qual o locatrio de um espao comercial se obriga - perante o locador - a no exercer atividade similar praticada no imvel objeto da locao em outro estabelecimento situado a um determinado raio de distncia contado a partir de certo ponto do terreno do shopping center. REsp 1.535.727-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, 4a Turma, j. 10.05.2016 (Informativo STJ 585) A clusula de raio foi definida no julgado como aquela em que "o locatrio de um espao comercial se obriga, perante o locador, a no exercer atividade similar praticada no imvel objeto da locao em outro estabelecimento situado a um determinado raio de distncia daquele imvel". A clusula de raio nos contratos de locao em shopping center, considerada legal pelo STJ, definida como aquela em que o locatrio de um espao comercial se obriga, perante o locador, a no exercer atividade similar praticada no imvel objeto da locao em outro estabelecimento situado a um determinado raio de distncia daquele imvel. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares 3.8. Aviamento e clientela O termo aviamento se refere aptido que um determinado estabelecimento empresarial possui para gerar lucros. uma qualidade, um atributo do estabelecimento, que vai influenciar notadamente seu valor do ponto de vista econmico. Para exemplificar a importncia do aviamento, Gladston Mamede menciona o caso da Microsoft, que atingiu em 1999 o valor de mercado de US$ 507,5 bilhes, enquanto seu patrimnio, composto pelos ativos reais, era de ÒapenasÓ US$ 11 bilhes. A diferena entre o patrimnio e o valor real do estabelecimento corresponde justamente sua aptido para gerar lucros, ou seja, ao aviamento. A clientela, por sua vez, se refere ao conjunto de pessoas que mantm relaes constantes com o empresrio. Nesse sentido a clientela seria uma manifestao externa do aviamento, que tambm goza de proteo jurdica, notadamente pelas normas de proteo da concorrncia e da livre iniciativa. Contrato de locao em shopping center forma de remunerao aluguel percentual, ou seja, o lojista entrega parte do valor do seu faturamento relao associativa entre empreendedor e lojistas restries retomada no se admite a retomada para uso prprio do imvel, nem para transferncia de estabelecimento empresarial constitudo h mais de 1 ano cuja maioria do capital seja de titularidade do locador ou de seu cnjuge, ascendente ou descendente. clusula de fiscalizao possibilidade a fiscalizao das contas do lojista por parte do empreendedor clusula de raio o locatrio se obriga a no exercer atividade similar em outro estabelecimento situado a um determinado raio de distncia admitida pelo STJ (Informativo 585) DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares A clientela e o aviamento no so considerados pela doutrina como elementos do estabelecimento empresarial, mas apenas como atributos ou qualidades. 3.9. Penhora do estabelecimento empresarial O Cdigo de Processo Civil de 2015 manteve a previso, j existente no CPC de 1973, de penhora do estabelecimento empresarial. Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou agrcola, bem como em semoventes, plantaes ou edifcios em construo, o juiz nomear administrador-depositrio, determinando-lhe que apresente em 10 (dez) dias o plano de administrao. De acordo com o dispositivo, uma vez que a penhora recaia sobre estabelecimento empresarial, o juiz dever nomear administrador-depositrio, que, por sua vez, dever apresentar seu plano de administrao no prazo de 10 dias. Apresentado o referido o plano, caber ao juiz ouvir as partes e decidir, sendo lcito s partes ajustar a forma de administrao e escolher o depositrio, caso em que o juiz homologar a indicao. importante, contudo, salientar que a penhora de estabelecimento empresarial medida excepcional, que somente deve serdecretada quando no houver outro meio eficaz para efetivao do crdito. Neste caso o regramento do CPC nada mais faz do que confirmar o que j dizia a jurisprudncia do STJ. Por fim, cabe mencionar a Smula 451 do STJ, segundo a qual, alm da penhora do estabelecimento como um todo, admite-se tambm a penhora do imvel em que funciona a sede do estabelecimento. Smula 451 do STJ legtima a penhora da sede do estabelecimento comercial. ¥ Aptido que um determinado estabelecimento empresarial possui para gerar lucros.AVIAMENTO ¥ Conjunto de pessoas que mantm relaes jurdicas constantes com o empresrioCLIENTELA DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares 4 Ð Questes Agora resolveremos algumas questes sobre os temas que estudamos na aula de hoje. Em minhas aulas costumo colocar tanto questes do tipo certo ou errado quando questes de mltipla escolha. Tenha certeza de que coloquei o maior nmero de questes que me foi possvel encontrar. Primeiramente voc vai encontrar a lista das questes sem comentrios, para que voc possa praticar, e em seguida temos a lista com as mesmas questes adicionadas dos meus comentrios, para ajuda-lo a saber melhor em que voc est indo bem e no que pode melhorar. Eventualmente podem surgir questes que contenham alternativas acerca de temas que no tratamos na aula de hoje. Se isso acontecer no se preocupe, pois ao final do nosso curso voc ser capaz de responder qualquer questo! J 4.1. Questes sem comentrios QUESTÌO 1. TJ-RJ Ð Juiz de Direito Ð 2011 Ð VUNESP. Quanto ao nome empresarial, assinale a alternativa correta. a) Nas sociedades limitadas, os administradores que omitirem a palavra ÒlimitadaÓ no uso da firma ou denominao social sero responsveis solidariamente, desde que ajam com dolo comprovado e assumam obrigaes com valor superior a 10 salrios mnimos vigentes no pas. b) A inscrio do empresrio, ou dos atos constitutivos das pessoas jurdicas, ou as respectivas averbaes, no registro prprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do territrio nacional, independentemente de registro na forma da lei especial. c) de 4 (quatro) anos o prazo para o prejudicado intentar ao para anular a inscrio do nome empresarial feita com violao da lei ou do contrato. d) Equipara-se ao nome empresarial, para efeitos de proteo legal, a denominao das sociedades simples, associaes e fundaes. QUESTÌO 2. TJ-MA Ð Titular de Servios de Notas e de Registros Ð 2016 Ð IESES. Sobre o nome empresarial, pode-se afirmar: I. No mbito da junta comercial sero aceitos os atos de empresas mercantis com nome idntico ou semelhante a outro j existente. II. O nome empresarial obedecer aos princpios da veracidade e da novidade. III. A proteo ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alteraes. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares IV. O princpio da insignificncia aplicado ao nome empresarial. A sequncia correta : a) Apenas a assertiva I est correta. b) Apenas as assertivas I, III e IV esto corretas. c) Apenas as assertivas II e III esto corretas. d) As assertivas I, II, III e IV esto corretas. QUESTÌO 3. TJ-MG Ð Titular de Servios de Notas e de Registros Ð 2016 Ð Consulplan. Assinale a alternativa correta, cujo enunciado contenha nome comercial que est em conformidade com o Cdigo Civil: a) Antnio Santos e Francisco Lacerda so scios em uma sociedade em conta de participao, cujo nome empresarial Santos & Lacerda, Comrcio de Pedras Preciosas Ltda. b) Mrcia Flores e Adriana Dias so scias em uma sociedade limitada, cujo objeto social o comrcio de roupas e sua denominao Floricultura Flores e Dias Ltda. c) Roberto Carlos e Carlos Roberto so scios de uma sociedade limitada, cujo objeto a compra e venda de veculos automotivos, sendo sua denominao Roberto & Carlos Ltda. d) Ana Silveira e Maria Andrade so acionistas da companhia cuja denominao Tecelagem Santa Clara S.A. QUESTÌO 4. TJ-MG Ð Titular de Servios de Notas e de Registros Ð 2016 Ð Consulplan. A respeito do nome empresarial e luz do Cdigo Civil brasileiro, correto afirmar: a) A sociedade em que houver scios de responsabilidade ilimitada operar sob firma e denominao, na qual somente o nome daqueles podero figurar, bastando para form-la aditar ao nome de um deles, a expresso Òe companhiaÓ ou sua abreviatura. b) Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominao, integradas pela palavra final ÒlimitadaÓ ou a sua abreviatura. c) A sociedade cooperativa funciona sob firma integrada pelo vocbulo ÒcooperativaÓ. d) A sociedade em conta de participao funciona sob firma ou denominao, integrada pela palavra final Òem conta de participaoÓ. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares QUESTÌO 5. Prefeitura de Niteri-RJ Ð Fiscal de Tributos Ð 2015 Ð FGV. O empresrio e a sociedade empresria devem adotar um nome para o exerccio da empresa, de acordo com o Cdigo Civil. Esse instituto, conhecido como nome empresarial, possui regras para sua formao e utilizao. A afirmativa que revela corretamente uma regra para utilizao/formao do nome empresarial : a) a sociedade em nome coletivo dever adotar firma como nome empresarial, que incluir o nome de pelo menos um dos scios, sendo facultativo o aditivo & Companhia, caso todos os scios sejam nominados; b) a denominao social uma espcie de nome empresarial, tambm conhecida como Ònome de fantasiaÓ, porque nela no se inclui nome patronmico, apenas palavras ou expresses designativas do objeto social; c) nas sociedades cujo capital dividido em aes, proibido o uso da firma social como nome empresarial, somente sendo permitido o uso da denominao com a indicao do objeto social; d) o adquirente de estabelecimento por ato entre vivos ou causa mortis, pode usar a firma do alienante ou do de cujus, precedida de sua prpria, com a qualificao de sucessor; e) na sociedade em conta de participao a espcie de nome empresarial firma, exclusivamente, formada pelo nome patronmico do scio ostensivo seguida do aditivo & Companhia, por extenso ou abreviado. QUESTÌO 6. TJ-SE Ð Juiz Substituto Ð 2015 Ð FCC. Considere as proposies abaixo acerca do nome empresarial. I. A sociedade em que houver scios de responsabilidade ilimitada operar sob denominao social. II. A sociedade annima poder adotar firma ou denominao social. III. O nome de scio que vier a falecer pode ser conservado na firma social. IV. O nome empresarial no pode ser objeto de compra e venda. V. A sociedade em conta de participao no pode ter firma ou denominao. Est correto o que se afirma APENAS em: a) II e V. b) I e III. c) II e III. d) I e IV. DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) Teoria e Questes Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimares e) IV e V. QUESTÌO 7. SAEB-BA Ð Analista de Registro de Comrcio Ð 2015 Ð IBFC. Considere as disposies do cdigo civil brasileiro sobre o nome empresarial e assinale a alternativa correta. a) A omisso da palavra ÒlimitadaÓ determina a responsabilidade solidria e ilimitada dos scios, administradores ou no. b) A sociedade em comandita por aes obrigada a adotar denominao como nome empresarial. c) A sociedade em conta de participao pode ter firma ou denominao. d) Equipara-se ao nome empresarial, para
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