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Direito Empresarial - Nome e Estabelecimento Empresarial

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Aula 01
Direito Empresarial p/ DPU (Defensor Público da União) - Com videoaulas
Professor: Paulo Guimarães
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
 
AULA 01 
NOME EMPRESARIAL. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. 
Sum‡rio 
Sum‡rio ................................................................................................. 1	
1 Ð Considera›es Iniciais ......................................................................... 2	
2 Ð Nome Empresarial .............................................................................. 2	
2.1. Aspectos introdut—rios .................................................................... 2	
2.2. EspŽcies de nome empresarial ......................................................... 5	
2.3. Princ’pios relacionados ˆ forma‹o do nome empresarial e sua prote‹o 9	
2.4. Alienabilidade do nome empresarial ................................................. 14	
2.5. Perda do nome ............................................................................. 14	
3 Ð Estabelecimento Empresarial .............................................................. 15	
3.1. Aspectos introdut—rios ................................................................... 15	
3.2. Natureza jur’dica do estabelecimento empresarial .............................. 17	
3.3. Contrato de trespasse .................................................................... 17	
3.4. Sucess‹o empresarial .................................................................... 18	
3.5. Cl‡usula de n‹o concorrncia .......................................................... 19	
3.6. Ponto de neg—cio ........................................................................... 21	
4 Ð Quest›es ......................................................................................... 31	
4.1. Quest›es sem coment‡rios ............................................................. 31	
4.2. Gabarito ...................................................................................... 31	
4.3. Quest›es comentadas .................................................................... 46	
5 - Resumo da Aula ................................................................................ 76	
6 Ð Jurisprudncia Aplic‡vel ..................................................................... 81	
7 - Considera›es Finais .......................................................................... 85	
 
 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
AULA 01 - NOME EMPRESARIAL. 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. 
1 Ð Considera›es Iniciais 
Ol‡, futuro defensor pœblico federal! 
Na aula de hoje estudaremos temas important’ssimos para as provas de Direito 
Empresarial. Os temas nome empresarial e estabelecimento empresarial 
aparecem com muita frequncia em todos os tipos de provas de concurso que 
cobram conhecimento em Direito Empresarial. 
Chamo sua aten‹o especialmente para os detalhes acerca do estabelecimento 
empresarial, como a a‹o renovat—ria de contrato de loca‹o, a loca‹o sui 
generis em shopping center, entre outros aspectos. 
Se tiver alguma considera‹o n‹o deixe de me procurar, ok!? J 
Bons estudos! 
2 Ð Nome Empresarial 
2.1. Aspectos introdut—rios 
N‹o h‡ uma defini‹o legal de nome empresarial, mas para esclarecer nosso 
entendimento podemos buscar a defini‹o adotada pelo Departamento de 
Registro Empresarial e Integra‹o (antigo Departamento Nacional de Registro 
do ComŽrcio), que estabelece, no art. 1o de sua Instru‹o Normativa n. 
15/2013, que Ònome empresarial Ž aquele sob o qual o empres‡rio individual, a 
empresa individual de responsabilidade limitada Ð EIRELI, as sociedades 
empres‡rias, as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos atos a 
elas pertinentesÓ. 
ƒ uma no‹o bem simples, mas podemos traar um paralelo entre o nome 
empresarial e o nome civil: da mesma forma que cada um de n—s tem um 
nome, pelo qual somos conhecidos e com base no qual negociamos, o 
empres‡rio (seja empres‡rio individual, EIRELI ou sociedade empres‡ria) 
tambŽm precisa ser conhecido por um nome. 
A import‰ncia do nome empresarial Ž t‹o grande, que a Doutrina o reconhece 
como um direito personal’ssimo1. AlŽm disso, o STJ j‡ decidiu que a 
mudana no nome empresarial torna necess‡ria a outorga de nova procura‹o 
aos mandat‡rios da sociedade, t‹o importante o nome empresarial para a 
identidade do empres‡rio. 
 
 
1 RAMOS, AndrŽ Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 6. Ed. S‹o Paulo: MŽtodo, 
2016, p. 97. A prote‹o do nome (tanto civil quanto empresarial) Ž assegurada pelo C—digo 
Civil em seus arts. 16, 52 e 1.164. 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. NOVA 
DENOMINA‚ÌO. FALTA DE COMPROVA‚ÌO DA ALTERA‚ÌO SOCIAL. FALTA DE 
INSTRUMENTO PROCURATîRIO. SòMULA 115/STJ. 
1. Havendo altera‹o na denomina‹o social da pessoa jur’dica antes da interposi‹o do 
recurso, compete ˆ parte trazer aos autos documentos comprobat—rios da mudana social, 
assim como instrumento de mandato com poderes outorgados pela nova denomina‹o 
social. Precedentes. 
2. ƒ cedio nesta Corte Superior que o recurso apresentado por advogado sem poderes de 
representar a parte recorrente Ž inexistente (Sœmula 115/STJ). 
3. AlŽm disso, Ž firme o entendimento de que a regularidade de representa‹o processual 
deve ser aferida no instante da interposi‹o do recurso, sendo incab’vel, ap—s esse 
momento, qualquer diligncia para suprir a falta de instrumento de procura‹o. Isso 
porque n‹o se aplica o art. 13 do CPC, nesta inst‰ncia especial. 
4. Agravo regimental n‹o conhecido. 
AgRg no AREsp 557063 SC 2014/0193205-0, Rel. Min. Luis Felipe Salom‹o, DJ 
11.11.2014. 
 
O nome empresarial possui basicamente duas fun›es: a primeira, de ordem 
subjetiva, Ž a de identificar o empres‡rio enquanto sujeito capaz de titularizar 
direitos e obriga›es. A segunda, de ordem objetiva, Ž garantir ao empres‡rio 
fama, renome e reputa‹o. 
ƒ importante ainda esclarecer que o nome empresarial n‹o Ž o œnico elemento 
identificador do empres‡rio. A Doutrina aponta ainda mais alguns elementos, 
que voc deve tomar cuidado para n‹o confundir com o nome empresarial. 
 
ELEMENTOS DE 
IDENTIFICA‚ÌO DO 
EMPRESçRIO
Marca
Nome de fantasia, t’tulo 
de estabelecimento ou 
ins’gnia
Nome de dom’nio
Sinais de propaganda
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
Explicarei, a grosso modo, o que Ž cada um desses elementos, e como voc 
pode diferenci‡-los do nome empresarial. 
A marca Ž um sinal distintivo que identifica os produtos e servios do 
empres‡rio. Ela Ž composta basicamente por elementos visuais que s‹o criados, 
no ‰mbito do design, para ÒrepresentarÓ a empresa em diversas ocasi›es, a 
exemplo das campanhas publicit‡rias e das embalagens de produtos. 
O nome de fantasia Ž a express‹o que identifica o t’tulo do estabelecimento2. 
Alguns autores dizem que poderia ser algo semelhante ao que representa o 
apelido em rela‹o ao nome civil. Eu particularmente considero essa ideia um 
tanto exagerada, j‡ que a grande maioria das pessoas naturais Ž conhecida 
pelo seu nome, e n‹o por um apelido. O empres‡rio, por outro lado, na 
esmagadora maioria dos casos, Ž conhecido entre seus stakeholders pelo nome 
de fantasia, apesar de, nas rela›es formais, utilizar sempre o nome 
empresarial3. 
O nome de dom’nio Ž o endereo eletr™nico do s’tio do empres‡rio na 
internet. Nos œltimos anos esses ambientes virtuais adquiriram grande 
import‰ncia, deforma que h‡ empres‡rios que hoje trabalham exclusivamente 
por meio de s’tios eletr™nicos, e l‡ contratam fornecedores, oferecem seus 
produtos, fazem suas vendas, etc. 
Cabe aqui mencionar decis‹o do STJ, segundo a qual o fato de empres‡rio ou 
sociedade empres‡ria ter registrado um nome empresarial que contenha 
determinada express‹o n‹o significa que ele tenha automaticamente o direito 
exclusivo de usar essa express‹o como nome de dom’nio. 
 
DIREITO EMPRESARIAL. RECURSO ESPECIAL. COLIDæNCIA ENTRE MARCAS. 
DIREITO DE EXCLUSIVA. LIMITA‚ÍES. EXISTæNCIA DE DUPLO REGISTRO. 
IMPUGNA‚ÌO. AUSæNCIA. TêTULO DE ESTABELECIMENTO. DIREITO DE 
PRECEDæNCIA. INAPLICABILIDADE. NOME DE DOMêNIO NA INTERNET. 
PRINCêPIO "FIRST COME, FIRST SERVED". INCIDæNCIA. 
1. Demanda em que se pretende, mediante oposi‹o de direito de exclusiva, afastar a 
utiliza‹o de termos constantes de marca registrada do recorrente. 
2. O direito de precedncia, assegurado no art. 129, ¤ 1¼, da Lei n. 9.729/96, confere ao 
utente de marca, de boa-fŽ, o direito de reivindicar para si marca similar apresentada a 
registro por terceiro, situa‹o que n‹o se amolda a dos autos. 
3. O direito de exclusiva, conferido ao titular de marca registrada sofre limita›es, 
impondo-se a harmoniza‹o do princ’pio da anterioridade, da especialidade e da 
territorialidade. 
 
2 F‡bio Ulhoa Coelho diz que o t’tulo do estabelecimento identifica o ponto, e n‹o exatamente o 
empres‡rio (COELHO, F‡bio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 28 ed. S‹o 
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 83. 
3 No nosso ordenamento n‹o h‡ previs‹o espec’fica de prote‹o do nome de fantasia, o que Ž 
lastim‡vel, pois este nome em geral representa verdadeiro patrim™nio para a empresa. Para 
evitar situa›es de mau uso de t’tulo de estabelecimento, a conduta terminou sendo 
criminalizada pela Lei n. 9.279/1996 (Lei de Propriedade Industrial). 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
4. "No Brasil, o registro de nomes de dom’nio na internet Ž regido pelo princ’pio 'First 
Come, First Served', segundo o qual Ž concedido o dom’nio ao primeiro requerente que 
satisfizer as exigncias para o registro". Precedentes. 
5. Apesar da legitimidade do registro do nome do dom’nio poder ser contestada ante a 
utiliza‹o indevida de elementos caracter’sticos de nome empresarial ou marca 
devidamente registrados, na hip—tese ambos os litigantes possuem registros vigentes, 
aplicando-se integralmente o princ’pio "First Come, First Served". 
6. Recurso especial desprovido. 
REsp 1238041 SC 2011/0035484-1, Rel. Min. Marco AurŽlio Belizze, Terceira Turma, DJe 
17.04.2015. 
 
Por fim, temos os sinais de propaganda, que n‹o se destinam propriamente a 
identificar o empres‡rio, mas exercem a importante fun‹o de chamar a 
aten‹o dos consumidores para o produto ou servio oferecido4. 
Na maioria das vezes, opta-se, por convenincia econ™mica ou estratŽgia 
mercadol—gica, pela ado‹o de express›es idnticas ou semelhantes. Do ponto 
de vista jur’dico, isso n‹o tem nenhuma relev‰ncia, pois cada um dos 
elementos de identifica‹o continuam distintos, recebendo tratamentos jur’dicos 
diferentes, sob diferentes n’veis de prote‹o legal. 
 
2.2. EspŽcies de nome empresarial 
O C—digo Civil, em seu art. 1.155, faz distin‹o entre duas espŽcies de nome 
empresarial: a firma e a denomina‹o. 
 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denomina‹o adotada, de 
conformidade com este Cap’tulo, para o exerc’cio de empresa. 
 
A firma pode ser individual ou social. ƒ uma espŽcie de nome formada pelo 
nome civil do pr—prio empres‡rio (no caso da firma individual), do titular (no 
caso de EIRELI), ou de um ou mais s—cios (no caso da firma social). O 
importante aqui Ž lembrar que o nœcleo da firma Ž sempre um nome civil. 
 
Art. 1.156. O empres‡rio opera sob firma constitu’da por seu nome, completo ou 
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designa‹o mais precisa da sua pessoa ou do gnero 
de atividade. 
 
 
4 A legisla‹o anterior permitia o registro desses sinais junto ao Instituto Nacional da 
Propriedade Industrial (INPI), mas essa possibilidade n‹o existe na reda‹o da Lei n. 
9.2789/1996, como existe para o caso da marca, por exemplo. De qualquer forma, a lei ainda 
prev uma prote‹o penal espec’fica para os sinais de propaganda. 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
Perceba que a parte final do art. 1.156 autoriza ainda que seja adicionada ˆ 
firma a designa‹o do gnero de atividade. Imagine, por exemplo, que este 
humilde professor resolvesse operar empresa de consultoria empresarial. A 
firma poderia ser Paulo Guimar‹es Consultoria Empresarial, ou, ainda P. 
Guimar‹es Consultoria Empresarial. Lembre-se de que isso Ž uma faculdade, e 
n‹o uma obrigatoriedade, ok!? 
 
A denomina‹o, por sua vez, pode ser usada por certas sociedades ou, ainda, 
pela EIRELI, j‡ que o empres‡rio individual somente pode operar sob firma. A 
denomina‹o pode ser formada por qualquer express‹o lingu’stica (que alguns 
doutrinadores chamam de elemento fantasia), e neste caso a men‹o ao objeto 
social Ž obrigat—ria, conforme regra do art. 1.158, ¤2o, bem como pelos arts. 
1.160 e 1.161 do C—digo Civil. S‹o diversos dispositivos porque cada um deles 
trata de uma espŽcie diferente de sociedade empres‡ria. 
 
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denomina‹o, integradas pela 
palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. 
¤ 1o A firma ser‡ composta com o nome de um ou mais s—cios, desde que pessoas f’sicas, 
de modo indicativo da rela‹o social. 
¤ 2o A denomina‹o deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o 
nome de um ou mais s—cios. 
[...] 
Art. 1.160. A sociedade an™nima opera sob denomina‹o designativa do objeto social, 
integrada pelas express›es "sociedade an™nima" ou "companhia", por extenso ou 
abreviadamente. 
Par‡grafo œnico. Pode constar da denomina‹o o nome do fundador, acionista, ou 
pessoa que haja concorrido para o bom xito da forma‹o da empresa. 
Art. 1.161. A sociedade em comandita por a›es pode, em lugar de firma, adotar 
denomina‹o designativa do objeto social, aditada da express‹o "comandita por a›es". 
 
O entendimento da Doutrina dominante, portanto, Ž no sentido de que a firma Ž 
privativa de empres‡rios individuais e sociedades de pessoas, enquanto a 
denomina‹o Ž privativa de sociedades de capital. A exce‹o fica por conta da 
EIRELI, que Ž por excelncia um tipo empresarial mais flex’vel, e que pode 
adotar tanto firma quanto denomina‹o. 
Em outras palavras, a firma Ž usada, em regra, pelos empres‡rios individuais e 
pelas sociedades em que haja s—cios com responsabilidade ilimitada (sociedade 
em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade em comandita 
por a›es), enquanto a denomina‹o Ž usada, em regra, pelas sociedades em 
que todos os s—cios respondem de forma limitada (sociedade limitada e 
sociedade an™nima). 
Facultativamente, a sociedade limitada tambŽm pode usar firma social, 
conforme previs‹o do art. 1.158. 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
Ainda em rela‹o ˆ sociedade an™nima, perceba que ela deve usar 
denomina‹o, e, alŽm disso, seu nome deve conter as express›es "sociedade 
an™nima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Normalmente as 
que utilizam a express‹o ÒS.A.Ó o fazem ao final do nome, enquanto as que 
usam ÒcompanhiaÓ preferem colocar no in’cio da denomina‹o. 
A seguir um quadro esquem‡tico contendo as principais informa›es acerca das 
espŽcies de nome empresarial,que voc precisa conhecer para a sua prova. 
Voc pode estar sentindo falta da sociedade em conta de participa‹o, n‹o Ž 
mesmo? Isso ocorre porque, de acordo com a regra do art. 1.162 do C—digo 
Civil, a sociedade em conta de participa‹o n‹o pode ter firma ou denomina‹o. 
 
 
 
De acordo com a regra do art. 1.162 do C—digo Civil, a 
sociedade em conta de participa‹o n‹o pode ter firma 
ou denomina‹o. 
 
Uma quest‹o que j‡ levantou alguma polmica diz respeito ao nome adotado 
pelas sociedades simples, lembrando que neste caso Ž inadequado falar em 
nome empresarial, j‡ que n‹o estamos nos referindo a sociedades empres‡rias. 
A polmica gira em torno do disposto no inciso II do art. 997 do C—digo Civil. 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou pœblico, que, 
alŽm de cl‡usulas estipuladas pelas partes, mencionar‡: 
[...] 
II - denomina‹o, objeto, sede e prazo da sociedade; 
 
NOME 
EMPRESARIAL
Firma
Empres‡rio Individual
Sociedade em nome coletivo
Sociedade em comandita simples
Denomina‹o Sociedade an™nima
Firma ou 
Denomina‹o
Sociedade limitada (somente firma 
social)
Sociedade em comandita por a›es
EIRELI
N‹o pode ter firma e 
nem denomina‹o
Sociedade em conta de participa‹o
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
Houve Žpoca em que se dizia que o dispositivo levava ˆ conclus‹o de que a 
sociedade simples n‹o poderia utilizar firma, mas a doutrina aponta equ’voco, 
tendo sido aprovado inclusive o Enunciado 213 da Jornada de Direito Civil do 
CJF, segundo o qual Òo art. 997, II, n‹o exclui a possibilidade de sociedade 
simples utilizar firma ou raz‹o socialÓ. 
H‡ ainda mais uma distin‹o acerca das espŽcies de nome empresarial que 
merece ser feita. A firma, alŽm de identificar quem exerce a atividade 
econ™mica, tem tambŽm a fun‹o de assinatura do empres‡rio ou da sociedade 
empres‡ria. A denomina‹o, por outro lado, n‹o exerce essa fun‹o, servindo 
apenas como elemento identificador. 
 
A firma, alŽm de identificar quem exerce a atividade 
econ™mica, tem tambŽm a fun‹o de assinatura do 
empres‡rio ou da sociedade empres‡ria. A denomina‹o, 
por outro lado, n‹o exerce essa fun‹o, servindo apenas 
como elemento identificador. 
 
Por essa raz‹o o empres‡rio individual deve assinar a sua firma individual 
quando estiver tratando das suas rela›es empresariais (por exemplo, P. 
Guimar‹es Consultoria Empresarial), e n‹o o seu nome civil (Paulo Guimar‹es 
simplesmente). Por estranho que parea, a mesma l—gica se aplica ao 
administrador de sociedade que adota firma social. Este deve assinar a firma 
social como descrita no ato constitutivo. Se a sociedade utiliza denomina‹o, o 
administrador assina seu nome civil sob a denomina‹o social impressa ou 
escrita. 
 
 
FIRMA
Deve	conter	o	nome	
civil	do	empresário	
ou	dos	sócios
Pode	conter	o	ramo	
de	atividade
Serve	de	assinatura	
do	empresário
DENOMINAÇÃO
Pode	adotar	o	nome	
civil	ou	qualquer	
outra	expressão
Deve	designar	o	
objeto	da	empresa
Não	serve	como	
assinatura	do	
empresário
 
 
 
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Teoria e Quest›es 
Aula 01 Ð Prof. Paulo Guimar‹es 
 
2.3. Princ’pios relacionados ˆ forma‹o do nome 
empresarial e sua prote‹o 
Voltamos aqui a mencionar a Lei n. 8.934/1994, que trata do registro de 
empresas. 
 
Art. 34. O nome empresarial obedecer‡ aos princ’pios da veracidade e da novidade. 
 
Enxergo esse dispositivo com especial interesse para quest›es de concurso. Se 
eu fosse o examinador, elaboraria uma quest‹o cobrando o conhecimento 
desses princ’pios aplic‡veis especificamente ˆ forma‹o do nome empresarial, 
talvez atŽ numa quest‹o discursiva em que pediria ao candidato para explicar 
do que se trata cada um desses princ’pios. 
O princ’pio da veracidade Ž aquele segundo o qual o nome empresarial n‹o 
poder‡ conter informa›es falsas. Esse Ž um fator importante para dar 
segurana ˆs negocia›es feitas com aquele empres‡rio. H‡ dispositivos no 
C—digo Civil que determinam, por exemplo, que a ausncia da palavra 
ÒlimitadaÓ na firma ou denomina‹o importa na responsabilidade solid‡ria e 
ilimitada dos administradores que assim empregarem a forma ou denomina‹o 
da sociedade (art. 1.158, ¤3o do C—digo Civil), e que o nome do s—cio que 
falecer, for exclu’do da sociedade ou dela se retirar n‹o pode ser mantido na 
firma social (art. 1.165 do C—digo Civil). 
Por outro lado, tambŽm h‡ algumas situa›es legalmente previstas em que a 
altera‹o do nome empresarial Ž obrigat—ria: 
a)!Quando se provar, posteriormente ao registro, a coexistncia do nome 
registrado com outro que j‡ exista nos assentamentos da Junta 
Comercial; 
b)!Quando ocorrer a morte ou a sa’da de s—cio cujo nome conste da firma da 
sociedade; 
c)! Quando houver transforma‹o, incorpora‹o, fus‹o ou cis‹o da 
sociedade, entre outras situa›es espec’ficas. 
 
O princ’pio da novidade, por sua vez, est‡ relacionado ˆ proibi‹o de 
registrar um nome empresarial idntico ou muito parecido com outro que j‡ 
tenha sido registrado. Ocorrer‡ a identidade de nomes ocorrer‡ quando forem 
hom—grafos. Quando forem hom—fonos ser‡ o caso de semelhana5. 
 
 
5 Este Ž o entendimento de Waldo Fazzio Junior acerca de identidade e semelhana: FAZZIO 
Junior, Waldo. Manual de Direito Comercial Ð 17 ed. S‹o Paulo: Atlas, 2016, p. 64. 
 
 
 
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Aqui vale lembrar o art. 5o, XXIX da Constitui‹o, que estabelece a prote‹o ao 
nome empresarial, bem como alguns dispositivos do C—digo Civil. 
 
CF, art. 5o, XXIX - a lei assegurar‡ aos autores de inventos industriais privilŽgio 
tempor‡rio para sua utiliza‹o, bem como prote‹o ˆs cria›es industriais, ˆ propriedade 
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o 
interesse social e o desenvolvimento tecnol—gico e econ™mico do Pa’s; 
 
No dispositivo que trata da prote‹o ˆ propriedade intelectual, a Constitui‹o 
tambŽm menciona o nome empresarial, apesar de, neste caso, a prote‹o ser 
assegurada pelo registro na Junta Comercial, n‹o sendo necess‡rio o 
procedimento junto ao INPI. 
Veja o que diz o C—digo Civil sobre o assunto. 
 
Art. 1.163. O nome de empres‡rio deve distinguir-se de qualquer outro j‡ inscrito no 
mesmo registro. 
[...] 
Art. 1.166. A inscri‹o do empres‡rio, ou dos atos constitutivos das pessoas jur’dicas, ou 
as respectivas averba›es, no registro pr—prio, asseguram o uso exclusivo do nome nos 
limites do respectivo Estado. 
Par‡grafo œnico. O uso previsto neste artigo estender-se-‡ a todo o territ—rio nacional, 
se registrado na forma da lei especial. 
 
Perceba, porŽm, que a prote‹o do art. 1.163 apenas se estende Òao mesmo 
registroÓ, enquanto o art. 1.166 Ž ainda mais claro no sentido de que a 
prote‹o ao nome empresarial no que se refere ao princ’pio da novidade Ž 
restrita ao territ—rio do Estado da Junta Comercial em que o empres‡rio se 
registrou. 
O par‡grafo œnico do art. 1.166 traz uma exce‹o ˆ essa regra restrita, 
prevendo a possibilidade de um registro especial que asseguraria ao empres‡rio 
PRINCêPIOS 
APLICçVEIS AO NOME 
EMPRESARIAL
Princ’pio da veracidade o nome empresarial n‹o poder‡ conter informa›es falsas.
Princ’pio da novidade
n‹o pode ser registrado um 
nome empresarial idntico ou 
muito parecido com outro que j‡ 
tenha sido registrado.
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL Ð DPU (DEFENSOR) 
Teoria e Quest›es 
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a exclusividade no uso do nome empresarial em todo o territ—rio nacional.Essa 
prote‹o nacional poder‡ ser requerida pelo empres‡rio ao DREI nos termos de 
instru‹o normativa pr—pria. 
 
A inscri‹o no registro pr—prio assegura o uso exclusivo 
do nome empresarial nos limites do respectivo Estado. 
Essa exclusividade pode ainda estender-se-‡ a todo o 
territ—rio nacional, se o nome empresarial for registrado na forma da lei 
especial. 
 
Ainda no que tange ˆ prote‹o ao nome empresarial, temos um interessante 
julgado do STF, segundo o qual tal prote‹o n‹o Ž absoluta, visando apenas, 
diante da semelhana ou identidade de nomes, prevenir preju’zos para quem 
detŽm o registro. Ainda que se trate de uma decis‹o bastante antiga, vale a 
pena conhecer. 
 
NOME COMERCIAL. EXCLUSIVIDADE. ART. 153, PAR. 24, DA C.F. DE 1967/1969. 
1. Segundo o disposto no paragrafo 24 do art. 153 da e.c. n. 1/69, a lei assegurara a 
exclusividade do nome comercial. 
2. N‹o incide em ofensa direta a essa norma da constitui‹o, ac—rd‹o que, interpretando a 
lei infraconstitucional nela referida, conclui que a prote‹o ao nome comercial n‹o e 
absoluta, mas relativa, pois o que visa e, diante da semelhanca ou identidade de nomes 
de competidores, evitar prejuizos para quem tem o registro, os quais, todavia, na 
hip—tese, n‹o teriam ficado demonstrados, operando, quanto a esse ponto, a sœmula 279. 
R.e. n‹o conhecido. 
RE 115820, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Primeira Turma, julgado em 26/02/1991, 
DJ 19-02-1993 PP-02037 EMENT VOL-01692-05 PP-00861 
 
S‹o muito comuns nos tribunais as disputas judiciais acerca do uso de nomes 
empresariais. Trago aqui alguns exemplos que aparecem em obras de autores 
conhecidos, e servem para ilustrar alguns entendimentos desenvolvidos 
principalmente pelo STJ. 
Um dos julgados diz respeito ˆ semelhana entre os nomes Best Way 
Importa‹o e Exporta‹o Ltda. e The Best Way Inform‡tica Ltda. Neste caso o 
STJ decidiu que os nomes s‹o colidentes, assegurando o direito de uso ˆ 
primeira sociedade registrada. 
 
COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. ACîRDAO ESTADUAL. NULIDADE NAO 
CONFIGURADA. NOME COMERCIAL. REGISTRO. ANTERIORIEDADE. CONJUGA‚AO 
DE PALAVRAS INGLESAS (ÒBEST WAYÓ). ATIVIDADES SEMELHANTES. AUSæNCIA 
DE EXPRESSAO COMUM. IDENTIFICA‚AO PRîPRIA. USO DESAUTORIZADO. 
PROTE‚AO LEGAL. LEI N. 8.934/1994, ARTS. 33 E 35, V. 
I. A conjuga‹o de palavras corriqueiras, mas que, conjugadas, criam express‹o que traz 
significado pr—prio e identifica‹o espec’fica para quem a emprega em seu nome (ÒBest 
 
 
 
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WayÓ), constitui marca a que a lei confere prote‹o a partir do registro da empresa na 
Junta Comercial, de sorte que se afigura ileg’tima a utiliza‹o, por outra, da mesma 
denomina‹o, notadamente quando ainda exercem atividades sociais semelhantes, caso 
dos autos. 
II. Recurso especial conhecido e provido. 
REsp 267.541 - SP (2000/0071836-0). Rel Min. Aldir Passarinho Junior, 4a Turma. j. 
22.08.2006, DJ 16.10.2006, p. 376. 
 
A tese aqui, como voc pode observar, Ž no sentido de que a conjuga‹o das 
duas palavras (ÒBest WayÓ) possui identidade pr—pria, permitindo a 
individualiza‹o do titular do nome, n‹o se podendo afirmar que se trata de 
nome corriqueiro e comum. 
Em outra oportunidade o STJ julgou disputa referente ao uso do nome 
Odebrecht. 
 
EMBARGOS DE DECLARA‚ÌO Ð OMISSÌO Ð CARACTERIZA‚ÌO Ð EFEITOS 
MODIFICATIVOS Ð POSSIBILIDADE Ð PRIMEIROS ACLARATîRIOS Ð OMISSÌO E 
CONTRADI‚ÌO EM ARESTO DESLINDADOR DE AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO ESPECIAL Ð CONFIGURA‚ÌO Ð SOCIEDADES COMERCIAIS Ð
DENOMINA‚ÍES SOCIAIS Ð EXCLUSIVIDADE Ð LIMITA‚ÌO GEOGRçFICA Ð 
MARCAS Ð PATRONêMICO DOS FUNDADORES DE AMBAS AS LITIGANTES Ð 
PRINCêPIO DA ESPECIFICIDADE Ð APLICA‚ÌO Ð CONFUSÌO AO CONSUMIDOR 
AFASTADA PELAS INSTåNCIAS ORDINçRIAS Ð REEXAME DE PROVAS - VALIDADE 
DO REGISTRO DAS MARCAS DA EMBARGANTE Ð DECLARATîRIOS ACOLHIDOS Ð 
RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. 
[...] 4. A prote‹o legal da denomina‹o de sociedades empres‡rias, consistente na 
proibi‹o de registro de nomes iguais ou an‡logos a outros anteriormente inscritos, 
restringe-se ao territ—rio do Estado em que localizada a Junta Comercial encarregada do 
arquivamento dos atos constitutivos da pessoa jur’dica. 
5. N‹o se h‡ falar em extens‹o da prote‹o legal conferida ˆs denomina›es de 
sociedades empres‡rias nacionais a todo o territ—rio p‡trio, com fulcro na Conven‹o da 
Uni‹o de Paris, porquanto, conforme interpreta‹o sistem‡tica, nos moldes da lei 
nacional, mesmo a tutela do nome comercial estrangeiro somente ocorre em ‰mbito 
nacional mediante registro complementar nas Juntas Comerciais de todos os Estados-
membros. 
6. A an‡lise da identidade ou semelhana entre duas ou mais denomina›es integradas 
por nomes civis (patron’micos) e express›es de fantasia comuns deve considerar a 
composi‹o total do nome, a fim de averiguar a presena de elementos diferenciais 
suficientes a torn‡-lo inconfund’vel. 
7. A prote‹o de denomina‹o social e nome civil em face do registro posterior de marca 
idntica ou semelhante encontra previs‹o dentre as veda›es legais previstas ao registro 
marc‡rio (art. 65, V e XII, da Lei n¼ 5.772/71, aplic‡vel, in casu). 
8. Conquanto objetivando tais proibi›es a prote‹o de nomes comerciais ou civis, 
mencionada tutela encontra-se prevista como t—pico da legisla‹o marc‡ria, pelo que o 
exame de eventual colidncia n‹o pode ser dirimido exclusivamente com base no critŽrio 
da anterioridade, subordinando-se, em aten‹o ˆ interpreta‹o sistem‡tica, aos preceitos 
legais condizentes ˆ reprodu‹o ou imita‹o de marcas, Ž dizer, aos arts. 59 e 65, XVII, 
da Lei n¼ 5.772/71, consagradores do princ’pio da especificidade. Precedentes. 
 
 
 
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9. Especificamente no que tange ˆ utiliza‹o de nome civil (patron’mico) como marca, 
verifica-se a absoluta desnecessidade de autoriza‹o rec’proca entre hom™nimos, alŽm da 
inviabilidade de exigncia, ante a ausncia de previs‹o legal, de sinais distintivos ˆ marca 
do hom™nimo que proceder posteriormente ao registro, tambŽm submetendo-se eventual 
conflito ao princ’pio da especificidade. 
10. Consoante o princ’pio da especificidade, o INPI agrupa os produtos ou servios em 
classes e itens, segundo o critŽrio da afinidade, de modo que a tutela da marca registrada 
Ž limitada aos produtos e servios da mesma classe e do mesmo item. Outrossim, sendo 
tal princ’pio corol‡rio da necessidade de se evitar erro, dœvida ou confus‹o entre os 
usu‡rios de determinados produtos ou servios, admite-se a extens‹o da an‡lise quanto ˆ 
imita‹o ou ˆ reprodu‹o de marca alheia ao ramo de atividade desenvolvida pelos 
respectivos titulares. 
11. Ë caracteriza‹o de "marca not—ria" (art. 67, caput, da Lei n¼ 5.772/71), a gozar de 
tutela especial impeditiva do registro de marcas idnticas ou semelhantes em todas as 
demais classes e itens, perfaz-se imprescind’vel a declara‹o de notoriedade pelo INPI, 
com a concess‹o do registro em aludida categoria especial. 
12. Diversas as classes de registro e o ‰mbito das atividades desempenhadas pela 
embargante (comŽrcio e beneficiamento de cafŽ, milho, arroz, cereais, frutas, verduras e 
legumes, e exporta‹o de cafŽ) e pela embargada (arquitetura, engenharia, geof’sica, 
qu’mica, petroqu’mica, prospec‹o e perfura‹o de petr—leo), e n‹o se cogitando da 
configura‹o de marca not—ria, n‹o se vislumbra impedimento ao uso, pela embargante, 
da marca Odebrecht como designativa de seus servios, afastando-se qualquer afronta, 
seja ˆ denomina‹o social, seja ˆs marcas da embargada. Precedentes. 
13. Possibilidade de confus‹o ao pœblico consumidor dos produtos e servios das litigantes 
expressamente afastada pelas inst‰nciasordin‡rias, com base no exame do contexto 
f‡tico-probat—rio, do qual s‹o absolutamente soberanas. Inviabilidade de revis‹o de 
mencionado entendimento nesta seara especial, nos termos da Sœmula 07/STJ. 
Precedentes [...]. 
EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 653.609/RJ, Rel. Min. Jorge Scartezzini, 4a Turma, j. 
19.05.2005, DJ 27.06.2005, p. 408. 
 
A controvŽrsia aqui, como voc pode observar, girou em torno do uso do nome 
Odebrecht para a famosa construtora da Bahia (Odebrecht S/A), e para outra 
sociedade chamada Odebrecht CafŽ, oriunda do Paran‡. Vale ressaltar que 
neste caso n‹o havia ocorrido a extens‹o da prote‹o do nome para todo o 
territ—rio nacional. 
Considerando esse fato e a distin‹o feita em raz‹o do uso de palavras que 
individualizam as denomina›es sociais e os ramos em que cada uma das 
sociedades atua, o STJ afastou a possibilidade de confus‹o neste caso. 
 
Com esses dois exemplos voc deve ter percebido que a principal quest‹o 
enfrentada pelo Poder Judici‡rio diz respeito ˆ possibilidade de os diferentes 
nomes empresariais causarem confus‹o entre consumidores. 
 
 
 
 
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2.4. Alienabilidade do nome empresarial 
Em rela‹o ˆ alienabilidade do nome empresarial, diante do princ’pio da 
veracidade, Ž claro que, tratando-se de firma ou raz‹o social, se o nome for 
constitu’do pelos nomes civis dos s—cios, n‹o ser‡ poss’vel sua aliena‹o. A 
regra geral do C—digo Civil, porŽm, Ž no sentido de proibir a aliena‹o de 
qualquer nome empresarial. 
 
Art. 1.164. O nome empresarial n‹o pode ser objeto de aliena‹o. 
Par‡grafo œnico. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o 
contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu pr—prio, com a 
qualifica‹o de sucessor. 
 
Parte da doutrina defende que, quanto ˆ denomina‹o, nada impede que seja 
transmitida a outra pessoa, seja como elemento integrante da empresa, seja de 
forma aut™noma6. 
O par‡grafo œnico do art. 1.166 prev a possibilidade de aliena‹o do nome 
empresarial juntamente com o estabelecimento, o que ocorre por meio do 
contrato de trespasse. Seguindo essa l—gica, a aliena‹o s— ser‡ poss’vel por 
ato inter vivos. 
 
2.5. Perda do nome 
Voltamos aqui a mencionar a Lei n. 8.934/1994, mais precisamente seu art. 59 
e seguintes. 
 
Art. 59. Expirado o prazo da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perder‡ a 
prote‹o do seu nome empresarial. 
Art. 60. A firma individual ou a sociedade que n‹o proceder a qualquer arquivamento no 
per’odo de dez anos consecutivos dever‡ comunicar ˆ junta comercial que deseja manter-
se em funcionamento. 
 
No caso da sociedade celebrada por tempo determinado, esta perder‡ a 
prote‹o ao seu nome empresarial. 
Outra hip—tese de perda da prote‹o ao nome Ž a que atinge a empresa que 
passa 10 anos consecutivos sem fazer qualquer arquivamento. Neste caso a 
empresa deve informar ˆ Junta Comercial que deseja manter-se em 
funcionamento, caso contr‡rio ser‡ notificada pela Junta e, se ficar omissa, ser‡ 
 
6 Para fins de concurso pœblico, este posicionamento Ž adotado claramente por AndrŽ Santa 
Cruz Ramos, mas a imensa maioria das quest›es de prova n‹o cobra nada alŽm do conteœdo do 
art. 1.164 do C—digo Civil. 
 
 
 
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considerada inativa. A Junta Comercial ent‹o promover‡ o cancelamento do 
registro, com a perda autom‡tica da prote‹o ao nome empresarial. 
Por fim, extingue-se o nome empresarial pela cessa‹o do comŽrcio (por 
qualquer causa), pela liquida‹o (no caso da sociedade empres‡ria) ou peal 
transforma‹o societ‡ria. 
 
3 Ð Estabelecimento Empresarial 
3.1. Aspectos introdut—rios 
Se voc perguntar a um leigo o que Ž o estabelecimento empresarial, 
provavelmente essa pessoa responderia, intuitivamente, que se trata do local 
onde o empres‡rio desenvolve suas atividades. Essa no‹o, obviamente, n‹o 
corresponde ao sentido tŽcnico-jur’dico que precisamos conhecer aqui. 
Na defini‹o de Oscar Barreto Filho, estabelecimento empresarial Ҏ o complexo 
de bens materiais e imateriais que constituem o instrumento utilizado pelo 
comerciante para a explora‹o de determinada atividade mercantilÓ. Essa Ž 
basicamente a mesma defini‹o trazida pelo art. 1.142 do C—digo Civil. 
 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para 
exerc’cio da empresa, por empres‡rio, ou por sociedade empres‡ria. 
 
O estabelecimento empresarial Ž o complexo de bens, 
materiais e imateriais, que o empres‡rio utiliza no exerc’cio 
de sua atividade. Podemos dizer que o estabelecimento Ž a 
proje‹o patrimonial da empresa. 
 
Voltando ˆ no‹o geral e intuitiva, portanto, podemos dizer que o local onde o 
empres‡rio exerce suas atividades Ž um dos elementos que comp›e o 
estabelecimento comercial, mas n‹o o œnico ou necessariamente o principal 
deles. 
Por outro lado, o estabelecimento n‹o se confunde com a empresa. Lembre-se 
sempre de que empresa Ž atividade, enquanto estabelecimento Ž um conjunto 
de bens. Da mesma forma, o estabelecimento tambŽm n‹o se confunde com o 
empres‡rio, j‡ que este Ž a pessoa natural ou jur’dica que explora a atividade 
empresarial. 
 
 
 
 
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ƒ importante ainda fazer uma distin‹o importante, entre o estabelecimento 
empresarial e o patrim™nio do empres‡rio. Veja bem, o patrim™nio Ž 
composto por quaisquer bens que pertenam a uma pessoa f’sica ou jur’dica e 
seja suscet’vel de aprecia‹o econ™mica. Para que seja considerado parte do 
estabelecimento empresarial, porŽm, esse bem deve guardar rela‹o com o 
exerc’cio da atividade empresarial. 
A doutrina italiana aponta dois elementos importantes na no‹o de 
estabelecimento empresarial: o complexo de bens e a organiza‹o. O 
estabelecimento Ž composto por bens que assumem um car‡ter marcadamente 
instrumental para o exerc’cio da atividade empresarial, e essa 
instrumentalidade est‡ relacionada justamente ˆ organiza‹o, ou seja, esses 
bens constituem um todo articulado pelo empres‡rio para o exerc’cio de sua 
atividade. 
 
 
Empres‡rio Pessoa que explora a atividade empresarial
Empresa Atividade em si
Estabelecimento 
empresarial
Complexo de bens 
materiais e imateriais
ESTABELECIMENTO 
EMPRESARIAL
Bens corp—reos
Mercadorias
Instala›es
Equipamentos
Ve’culos
etc.
Bens incorp—reos
Marcas
Patentes
Direitos
Ponto
etc.
 
 
 
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3.2. Natureza jur’dica do estabelecimento 
empresarial 
Das teorias j‡ mencionadas para explicar o estabelecimento empresarial, 
merecem destaque as chamadas teorias universalistas. O que essas teorias 
tm de comum Ž que consideram o estabelecimento empresarial como uma 
universalidade, que nada mais Ž do que um conjunto de elementos que, quando 
reunidos, podem ser concebidos como coisa unit‡ria, ou seja, algo novo e 
distinto que n‹o representa a mera jun‹o dos elementos componentes. 
O ponto de divergncia entre essas teorias diz respeito ˆ natureza dessa 
universalidade, seria uma universalidade de direito ou uma universalidade de 
fato. 
Na universalidade de direito a reuni‹o dos bens que a comp›em Ž 
determinada pela lei (a exemplo da massa falida e do esp—lio), enquanto na 
universalidade de fato a reuni‹o dos bens Ž determinada por um ato de 
vontade (a exemplo de uma biblioteca ou rebanho de animais). 
 
A doutrina brasileira majorit‡ria Ž no sentido de que o 
estabelecimento empresarial Ž uma universidadede fato, j‡ 
que os elementos formam uma coisa em raz‹o da 
destina‹o que o empres‡rio lhes d‡. 
 
3.3. Contrato de trespasse 
Este Ž um tema que aparece com muita frequncia em provas de concursos 
pœblicos. O contrato de trespasse Ž um tipo espec’fico de rela‹o por meio da 
qual se pode negociar a aliena‹o do estabelecimento empresarial como 
conjunto. Vamos comear analisando o art. 1.143 do C—digo Civil. 
 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unit‡rio de direitos e de neg—cios jur’dicos, 
translativos ou constitutivos, que sejam compat’veis com a sua natureza. 
 
Neste dispositivo o C—digo Civil prev a possibilidade de o estabelecimento 
empresarial ser negociado como uma universalidade de fato, ou seja, como um 
todo unit‡rio. O contrato de trespasse, portanto, nada mais Ž do que o contrato 
oneroso de transferncia do estabelecimento empresarial. 
 
O contrato de trespasse Ž o contrato oneroso de 
transferncia do estabelecimento empresarial. 
 
 
 
 
 
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Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a aliena‹o, o usufruto ou arrendamento do 
estabelecimento, s— produzir‡ efeitos quanto a terceiros depois de averbado ˆ margem da 
inscri‹o do empres‡rio, ou da sociedade empres‡ria, no Registro Pœblico de Empresas 
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
 
O registro do contrato de trespasse na Junta Comercial, ˆ margem do registro 
do empres‡rio ou da sociedade empres‡ria, Ž condi‹o de efic‡cia do contrato 
perante terceiros. 
Existe ainda uma peculiaridade do contrato de trespasse que diz respeito ˆ 
rela‹o do empres‡rio que est‡ alienando o estabelecimento com seus 
credores. 
 
Art. 1.145. Se ao alienante n‹o restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a 
efic‡cia da aliena‹o do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou 
do consentimento destes, de modo expresso ou t‡cito, em trinta dias a partir de sua 
notifica‹o. 
 
Simplificando a reda‹o do dispositivo, podemos dizer que o empres‡rio que 
pretende alienar o estabelecimento tem duas op›es: conservar bens 
suficientes para pagar todas as suas d’vidas perante terceiros, ou obter o 
consentimento dos credores. 
Esse consentimento, porŽm, pode ser expresso ou t‡cito. Cabe ao empres‡rio 
notificar os credores e, se estes n‹o se manifestarem no prazo de 30 dias, 
haver‡ consentimento t‡cito e a venda poder‡ ser realizada. 
Este fator Ž t‹o importante que a Lei n. 11.101/2005, conhecida como Lei de 
Falncias e Recupera‹o Judicial, considera a aliena‹o irregular do 
estabelecimento empresarial como ato de falncia, fundamentando o pedido 
para decreta‹o da ÒquebraÓ do empres‡rio. 
 
3.4. Sucess‹o empresarial 
Agora falaremos sobre os efeitos do trespasse em rela‹o ˆ sucess‹o 
empresarial. 
 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos dŽbitos 
anteriores ˆ transferncia, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor 
primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos crŽditos 
vencidos, da publica‹o, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 
 
Do dispositivo podemos depreender que o adquirente do estabelecimento 
empresarial responde pelas d’vidas existentes, desde que devidamente 
contabilizadas. Isso significa que quem compra o estabelecimento assume as 
d’vidas, desde que estas tenham sido regularmente escrituradas, pois a 
 
 
 
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escritura‹o Ž o que d‡ segurana a quem decide adquirir um estabelecimento 
empresarial. 
Normalmente o trespasse Ž precedido por uma fase em que s‹o levantadas 
diversas informa›es sobre o estabelecimento, conhecida como due diligence, 
que Ž, na realidade, uma ampla investiga‹o sobre a real situa‹o econ™mica 
do empres‡rio alienante. 
Mas tenha muita aten‹o com essa regra, pois, embora o adquirente assuma 
essas d’vidas devidamente contabilizadas, o alienante fica solidariamente 
respons‡vel por elas durante o prazo de 1 ano. Se a d’vida j‡ estiver 
vencida, esse prazo ser‡ contado a partir da publica‹o do contrato de 
trespasse; se a d’vida for vincenda, o prazo ser‡ contado de seu vencimento. 
 
Embora o adquirente do estabelecimento empresarial 
assuma todas as d’vidas devidamente contabilizadas, o 
alienante fica solidariamente respons‡vel por elas durante o 
prazo de 1 ano. Se a d’vida j‡ estiver vencida, esse 
prazo ser‡ contado a partir da publica‹o do contrato de trespasse; se a d’vida 
for vincenda, o prazo ser‡ contado de seu vencimento. 
 
Aten‹o! Estamos falando sobre a sucess‹o empresarial, e essa l—gica de 
assun‹o de d’vidas se aplica ˆs obriga›es assumidas em rela›es diretamente 
ligadas ao exerc’cio da atividade empresarial. D’vidas trabalhistas e tribut‡rias, 
por exemplo, est‹o sujeitas a regramento pr—prio. 
 
Vale ainda mencionar nova regra trazida pela Lei n. 11.101/2005, segunda a 
qual a aliena‹o de estabelecimento empresarial feita em processo de falncia 
ou recupera‹o judicial de empresas n‹o acarreta nenhum ™nus para o 
adquirente. Neste caso espec’fico, portanto, o adquirente n‹o responder‡ pelas 
d’vidas anteriores, inclusive as tribut‡rias e trabalhistas. 
Nesses termos, o produto da aliena‹o ser‡ usado para saldas as d’vidas, ao 
mesmo tempo em que a regra deixa mais f‡cil e mais atrativa a venda dos 
ativos da empresa falida ou em recupera‹o. 
 
3.5. Cl‡usula de n‹o concorrncia 
O art. 1.147 do C—digo Civil trouxe para a legisla‹o brasileira a chamada 
cl‡usula de n‹o concorrncia, tambŽm chamada de cl‡usula de n‹o 
restabelecimento ou cl‡usula de interdi‹o da concorrncia, sempre muito 
cobrada em concursos pœblicos. 
 
Art. 1.147. N‹o havendo autoriza‹o expressa, o alienante do estabelecimento n‹o pode 
fazer concorrncia ao adquirente, nos cinco anos subsequentes ˆ transferncia. 
 
 
 
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A cl‡usula de n‹o concorrncia foi constru’da na jurisprudncia brasileira j‡ 
desde o in’cio do sŽculo XX, no sentido de que, mesmo na ausncia de 
cl‡usula contratual expressa, o alienante tem a obriga‹o contratual 
impl’cita de n‹o fazer concorrncia ao adquirente do estabelecimento 
empresarial. 
Essa mesma l—gica foi positivada pelo dispositivo do C—digo Civil de 2002, como 
decorrncia da aplica‹o do princ’pio da boa-fŽ objetiva ˆs rela›es contratuais. 
Se alguŽm adquire o estabelecimento comercial de outrem, deve-se ao menos 
supor que a clientela da empresa Òvenha juntoÓ. Se o alienante desvia essa 
clientela, estar‡ agindo de m‡-fŽ. 
A obriga‹o estabelecida pelo C—digo Civil se estende pelo prazo de 5 anos a 
partir da transferncia do estabelecimento, durante os quais o alienante n‹o 
deve fazer concorrncia ao adquirente. A œnica exce‹o Ž a possibilidade de 
autoriza‹o expressa no contrato, que inverte a l—gica da autonomia da 
vontade, estabelecendo uma presun‹o que somente pode ser elidida por 
disposi‹o contratual expressa. 
A discuss‹o ent‹o se move adiante, passando da dimens‹o tempo ˆ dimens‹o 
espao. Qual seria o ‰mbito territorial de aplica‹o da cl‡usula de n‹o 
concorrncia!? 
De acordo com a melhor doutrina, essa quest‹o n‹o comporta uma resposta 
genŽrica e plenamente aplic‡vel a qualquer caso. O julgador dever‡, analisando 
as circunst‰ncias f‡ticas do caso concreto, verificar se o eventual 
restabelecimento do alienante configura, de fato, concorrncia ao adquirente. 
Essa decis‹o depender‡, por exemplo, na envergadura do neg—cio objeto do 
trespasse. Se estivermos falando de um neg—cio online de alcance nacional, por 
exemplo, o alienante n‹o poderia estabelecerempreendimento semelhante que 
tambŽm funcionasse nos mesmos termos. 
 
Se n‹o houver autoriza‹o expressa no contrato, o 
alienante do estabelecimento empresarial n‹o pode fazer 
concorrncia ao adquirente nos 5 anos subsequentes ˆ 
transferncia. N‹o h‡ previs‹o legal, porŽm, acerca da abrangncia territorial 
dessa proibi‹o. 
 
Art. 1.148. Salvo disposi‹o em contr‡rio, a transferncia importa a sub-roga‹o do 
adquirente nos contratos estipulados para explora‹o do estabelecimento, se n‹o tiverem 
car‡ter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da 
publica‹o da transferncia, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a 
responsabilidade do alienante. 
 
O art. 1.148 prev a sub-roga‹o do adquirente nos contratos firmados com o 
alienante, com exce‹o daqueles que tenham car‡ter pessoal. Os contratos 
pessoais s‹o aqueles em que a presta‹o pessoal Ž parte essencial do acordo 
de vontades. Se um conhecido consultor empresarial especialista em 
 
 
 
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determinada matŽria decide alienar seu estabelecimento, Ž razo‡vel imaginar 
que haja contratos com ele firmados em raz‹o de seu curr’culo e experincia, e 
n‹o faria sentido que tais contratos fossem assumidos pelo adquirente do 
estabelecimento, n‹o Ž mesmo!? 
Uma discuss‹o interessante a esse respeito Ž a que diz respeito ao contrato de 
loca‹o. Grande parte da doutrina entende (e j‡ entendia mesmo antes do 
C—digo Civil de 2002) que este tipo de contrato se mantŽm vigente ap—s a 
realiza‹o do trespasse, mas h‡ polmica acerca do car‡ter pessoal ou n‹o 
desse tipo de contrato. Mais recentemente o entendimento que parece dominar 
Ž o de que o contrato de loca‹o Ž contrato de car‡ter pessoal, e por isso 
depende de anuncia do locador do im—vel para que o adquirente do 
estabelecimento suceda o alienante na condi‹o de locat‡rio. 
 
Art. 1.149. A cess‹o dos crŽditos referentes ao estabelecimento transferido produzir‡ 
efeito em rela‹o aos respectivos devedores, desde o momento da publica‹o da 
transferncia, mas o devedor ficar‡ exonerado se de boa-fŽ pagar ao cedente. 
 
Da mesma forma que o adquirente assume as d’vidas do alienante, assume 
tambŽm todo o ativo contabilizado. Por isso, a partir do registro do trespasse, 
cabe aos devedores pagar ao adquirente do estabelecimento. Por outro lado, 
caso esses devedores paguem de boa-fŽ ao antigo titular do estabelecimento, 
ficar‹o livres da responsabilidade pela d’vida, cabendo ao adquirente, neste 
caso, cobrar do alienante, que recebeu os valores de forma indevida. 
 
3.6. Ponto de neg—cio 
A defini‹o de ponto de neg—cio Ž muito simples: o ponto Ž o local onde o 
empres‡rio exerce sua atividade, onde se encontra sua clientela. Essa defini‹o 
n‹o deve ser restrita ao ambiente f’sico, j‡ que hoje h‡ diversos neg—cios que 
funcionam principalmente, ou mesmo apenas, em ambientes virtuais. O ponto, 
portanto, pode ser um local f’sico ou mesmo um website por meio do qual os 
clientes possam encontrar o empres‡rio. 
O ponto de neg—cio Ž um dos mais relevantes elementos do estabelecimento 
empresarial, influenciando MUITO o desenvolvimento dos neg—cios do 
empres‡rio. Por essa raz‹o o ordenamento jur’dico assegura especial prote‹o 
a esse elemento, notadamente quando as instala›es s‹o alugadas. 
Basicamente a legisla‹o confere ao empres‡rio a possibilidade de permanecer 
no im—vel locado mesmo contra a vontade do locador. Trata-se da renova‹o 
compuls—ria do contrato de aluguel. O tema Ž tratado pela Lei n. 
8.245/1991. 
 
 
 
 
 
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Art. 51. Nas loca›es de im—veis destinados ao comŽrcio, o locat‡rio ter‡ direito a 
renova‹o do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
II - o prazo m’nimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos 
contratos escritos seja de cinco anos; 
III - o locat‡rio esteja explorando seu comŽrcio, no mesmo ramo, pelo prazo m’nimo e 
ininterrupto de trs anos. 
 
O art. 51 confere ao locat‡rio o direito de renovar o contrato, quando forem 
preenchidos trs requisitos: um formal (contrato escrito e por prazo 
determinado), um temporal (m’nimo de 5 anos de rela‹o contratual cont’nua) 
e outro material (m’nimo de 3 anos na explora‹o de atividade no mesmo 
ramo). 
Quanto ao requisito temporal, o per’odo de 5 anos exigido pela legisla‹o n‹o 
precisa necessariamente ter sido obtido por meio de um œnico contrato, 
podendo ser alcanado tambŽm pela soma dos prazos de v‡rios contratos 
escritos, desde que a rela‹o contratual n‹o tenha sofrido interrup‹o. 
Aqui vale mencionar ainda a Sœmula 482 do STF. 
 
SòMULA 482 DO STF 
O locat‡rio, que n‹o for sucessor ou cession‡rio do que o precedeu na loca‹o, n‹o pode 
somar os prazos concedidos a este, para pedir a renova‹o do contrato, nos termos do 
Decreto n¡ 24.150. 
 
Perceba que subsiste a prote‹o ao sucessor do locat‡rio, mas ele n‹o pode, 
para fins de atendimento ao requisito temporal, somar seu tempo de loca‹o ao 
do anterior, para fins de renova‹o de contrato. 
Voltando ˆ renova‹o compuls—ria do contrato de loca‹o imobili‡ria, Ž 
importante saber que a a‹o renovat—ria deve ser ajuizada nos 6 primeiros 
meses do œltimo ano do contrato de aluguel. No œltimo ano do contrato deve o 
empres‡rio procurar o titular do im—vel para negociar a renova‹o da rela‹o 
contratual. Caso o locador manifeste o desejo de retomar o im—vel, o locat‡rio 
dever‡ tomar as providncias para propositura da a‹o. 
 
 
 
 
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Art. 71. AlŽm dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a 
peti‹o inicial da a‹o renovat—ria dever‡ ser instru’da com: 
I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51; 
II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; 
III - prova da quita‹o dos impostos e taxas que incidiram sobre o im—vel e cujo 
pagamento lhe incumbia; 
IV - indica‹o clara e precisa das condi›es oferecidas para a renova‹o da loca‹o; 
V Ð indica‹o do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando n‹o for o mesmo, 
com indica‹o do nome ou denomina‹o completa, nœmero de sua inscri‹o no MinistŽrio 
da Fazenda, endereo e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a 
profiss‹o e o nœmero da carteira de identidade, comprovando, desde logo, mesmo que 
n‹o haja altera‹o do fiador, a atual idoneidade financeira; 
VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renova‹o aceita os 
encargos da fiana, autorizado por seu c™njuge, se casado for; 
VII - prova, quando for o caso, de ser cession‡rio ou sucessor, em virtude de t’tulo 
opon’vel ao propriet‡rio. 
 
Primeiramente, o art. 282 mencionado pelo dispositivo corresponde ao art. 319 
do C—digo de Processo Civil de 2015. Os demais requisitos se referem ˆs provas 
das circunst‰ncias que ser‹o alegadas por ocasi‹o da propositura da a‹o. 
O STJ j‡ decidiu que a renova‹o deve ser feita pelo mesmo prazo do œltimo 
contrato e que o prazo m‡ximo de renova‹o Ž de 5 anos. 
 
A‚ÌO RENOVATîRIA DE LOCA‚ÌO. PRAZO DO CONTRATO RENOVADO. ARTIGO 
51 DA LEI 8.245/91. 
1. O prazo da prorroga‹o de contrato de loca‹o estabelecido por fora de a‹o 
renovat—ria deve ser igual ao do ajuste anterior, observado o limite m‡ximo de cinco 
anos. Inteligncia do artigo 51 da Lei n¼ 8.245/91. 
2. Recurso conhecido e provido. 
REsp 182713-RJ, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, j. 17.08.1999,Informativo 28/1999. 
Requisitos para a‹o 
renovat—ria de aluguel
Formal contrato escrito e por prazo determinado
Temporal
m’nimo de 5 anos de 
rela‹o contratual 
cont’nua
Material
m’nimo de 3 anos na 
explora‹o de atividade 
no mesmo ramo
 
 
 
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ÒMas professor, esse direito ˆ renova‹o compuls—ria Ž absoluto?Ó 
De acordo com a Doutrina, n‹o. Se assim fosse, o direito do locat‡rio 
aniquilaria completamente o direito ˆ propriedade do locador, e n‹o Ž esse o 
sentido do nosso ordenamento. ƒ por isso que a pr—pria Lei n. 8.245/1991 
estabelece alguns casos em que o locat‡rio, mesmo tendo preenchido os 
requisitos que lhe asseguram, em tese, o direito de inerncia ao ponto, n‹o ter‡ 
assegurado o direito ˆ renova‹o do contrato de aluguel. 
O nome do instituto Ž exce‹o de retomada, e as possibilidades de seu 
manejo est‹o previstas nos arts. 52 e 72 da Lei n. 8.245/1991. Vejamos as 
hip—teses uma a uma. 
 
Art. 72. A contesta‹o do locador, alŽm da defesa de direito que possa caber, ficar‡ 
adstrita, quanto ˆ matŽria de fato, ao seguinte: 
[...] 
II - n‹o atender, a proposta do locat‡rio, o valor locativo real do im—vel na Žpoca da 
renova‹o, exclu’da a valoriza‹o trazida por aquele ao ponto ou lugar; 
 
Esta primeira hip—tese diz respeito ao valor da loca‹o. Aqui o locat‡rio fez 
uma proposta insuficiente para renova‹o do contrato, mediante compara‹o 
com o real valor locativo do im—vel. Se o locador, mesmo preenchendo os 
requisitos do art. 52, fizer uma proposta abaixo do valor real de loca‹o do 
bem, o locador n‹o ser‡ obrigado a renovar o contrato. Nessa situa‹o, o 
locador dever‡ apresentar, em contraproposta, as condi›es de loca‹o que 
considere compat’veis com o valor locativo real do im—vel. 
 
Art. 72. A contesta‹o do locador, alŽm da defesa de direito que possa caber, ficar‡ 
adstrita, quanto ˆ matŽria de fato, ao seguinte: 
[...] 
III - ter proposta de terceiro para a loca‹o, em condi›es melhores; 
 
A segunda hip—tese est‡ relacionada a uma proposta de contrato feita por 
terceiro, mais interessante do que a proposta do locat‡rio. Nesse caso o 
locador dever‡ juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por 
este e por duas testemunhas, com clara indica‹o do ramo a ser explorado, que 
n‹o poder‡ ser o mesmo do locat‡rio. O locat‡rio, por sua vez, ter‡ a 
oportunidade de aceitar as condi›es para obter a renova‹o do contrato. 
Nessa hip—tese a lei prev ainda, juntamente com a possibilidade de retomada 
do ponto pelo locador, a obriga‹o de indenizar o locat‡rio pela perda do ponto. 
Essa indeniza‹o ser‡ arbitrada pelo juiz para ressarcir os preju’zos e os lucros 
cessantes que o locat‡rio tiver que arcar com mudana, perda do lugar e 
desvaloriza‹o do estabelecimento empresarial. 
 
 
 
 
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Art. 52. O locador n‹o estar‡ obrigado a renovar o contrato se: 
I - por determina‹o do Poder Pœblico, tiver que realizar no im—vel obras que importarem 
na sua radical transforma‹o; ou para fazer modifica›es de tal natureza que aumente o 
valor do neg—cio ou da propriedade; 
 
A terceira hip—tese Ž a do locador estar obrigado a promover obras no 
im—vel, Òpor determina‹o do Poder PœblicoÓ ou Òpara fazer modifica›es de tal 
natureza que aumente o valor do neg—cio ou da propriedadeÓ. O locador neste 
caso tem obriga‹o de comprovar a determina‹o do Poder Pœblico ou 
apresentar relat—rio pormenorizado das obras a serem realizadas e da 
estimativa de valoriza‹o do im—vel, assinado por engenheiro devidamente 
habilitado. 
 
Art. 52. O locador n‹o estar‡ obrigado a renovar o contrato se: 
[...] 
II - o im—vel vier a ser utilizado por ele pr—prio ou para transferncia de fundo de 
comŽrcio existente h‡ mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, 
seu c™njuge, ascendente ou descendente. 
 
Aqui temos a quarta e a quinta hip—teses. A quarta Ž a da retomada do im—vel 
para uso do pr—prio locador, e a quinta Ž a retomada para transferncia de 
estabelecimento empresarial existe h‡ mais de 1 ano, cuja maioria do 
capital social seja de sua titularidade ou de seu c™njuge, ascendente ou 
descendente. 
Nestas duas œltimas hip—teses, o im—vel retomado n‹o poder‡ ser utilizado para 
desenvolver atividade empresarial no mesmo ramo do locat‡rio. Alguns 
autores, com destaque para F‡bio Ulhoa Coelho, apontam a 
inconstitucionalidade dessa regra, pois estabeleceria uma limita‹o exagerada 
ao direito de propriedade do locador. Por outro lado, caso o locador queira 
explorar o im—vel exercendo empresa no mesmo ramo de atividade do 
locat‡rio, dever‡ indeniz‡-lo pela perda do ponto. 
 
Veja bem, nas trs œltimas hip—teses (reforma substancial, uso pr—prio ou 
transferncia de estabelecimento empresarial), o locador tem 3 meses, a partir 
da entrega do im—vel, para dar a este o destinado alegado ou iniciar as obras. 
Se isso n‹o ocorrer, o locador ter‡ o dever de indenizar o locat‡rio pelos 
preju’zos e lucros cessantes referentes ˆ mudana, perda do lugar e 
desvaloriza‹o do estabelecimento empresarial. 
O STJ entende ainda que o locat‡rio tem direito a ser indenizado caso o locador 
d ao bem destina‹o diferente do que for declaro por ocasi‹o da a‹o 
renovat—ria. 
 
 
 
 
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RECURSO ESPECIAL. LOCA‚AO. RETOMADA DEFERIDA EM RENOVATîRIA. 
DESVIO DE USO. INDENIZA‚AO. POSSIBILIDADE. ART. 52, 1¼, DA LEI 8.245/91. 
TRANSFERæNCIA DO FUNDO DE COMƒRCIO JUNTAMENTE COM A LOCA‚AO. 
PREQUESTIONAMENTO. AUSæNCIA. SòMULAS 282 E 356/STF. REEXAME DE 
MATƒRIA FçTICO-PROBATîRIA. IMPOSSIBILIDADE. SòMULA 7/STJ. RECURSO 
ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 
1. ƒ firme a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia no sentido de que, nos termos 
do art. 52, 3¼, da Lei 8.245/91, Ž assegurado ao locat‡rio o direito de ressarcimento por 
eventuais danos causados pelo locador que, utilizando-se indevidamente da prerrogativa 
legal insculpida no art. 52, II, da Lei do Inquilinato, empregando-a como subterfœgio 
especulativo, confere ao im—vel destina‹o diversa daquela declarada na a‹o renovat—ria. 
[...] 
REsp 594.637-SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, 5a Turma, j. 09.05.2006, DJ 
29.05.2006, p. 286 
 
3.7. O caso espec’fico dos shopping centers 
Imagino que todos os leitores sabem o que Ž um shopping center, mas n‹o 
custa nada definir: trata-se de um espao especialmente dedicado ao comŽrcio 
e ˆ presta‹o de servios, que oferecem, por meio de loca‹o, espaos 
aut™nomos a empres‡rios interessados em desenvolver suas atividades naquele 
local. 
Como consequncia desse modelo de neg—cios, desenvolveu-se ao longo dos 
anos uma interessante discuss‹o acerca da natureza jur’dica do contrato de 
loca‹o em shopping center. Para os maiores doutrinadores, trata-se de um 
contrato de loca‹o sui generis. N‹o podemos dizer que se trata de contrato de 
outra natureza, atŽ porque a pr—pria Lei n. 8.245/1991 prev a existncia 
desses contratos de loca‹o espec’ficos. 
 
Art. 54. Nas rela›es entre lojistas e empreendedores de shopping center, prevalecer‹o 
as condi›es livremente pactuadas nos contratos de loca‹o respectivos e as disposi›es 
procedimentais previstas nesta lei. 
 
O aspecto mais interessante do contrato de loca‹o em shopping center Ž a 
forma de remunera‹o, que se d‡ por meio de aluguel percentual, ou seja, o 
lojista entrega parte do valor do seu faturamento. O prop—sito principal nesse 
tipo de contrato Ž o estabelecimento de uma rela‹o associativa entre 
empreendedor e lojistas, que p›em em pr‡tica umplano estratŽgico que 
mistura produtos e servios, com vista a um bem comum: rentabilidade pela 
venda de mercadorias, da qual participam ambos7. 
Essa ÒmisturaÓ entre bens e servios j‡ foi reconhecida pela jurisprudncia do 
STJ. 
 
7 Esta defini‹o Ž dada pela Ministra Eliana Calmon, que foi relatora no julgamento do REsp 
178.908. 
 
 
 
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TRIBUTçRIO - SHOPPING CENTER - FATURAMENTO MENSAL - COFINS: NÌO-
INCIDæNCIA. 
1. O fato gerador da COFINS Ž o faturamento mensal pela venda de mercadorias, de 
mercadorias e servios e servios de qualquer natureza. 
2. O resultado econ™mico pela loca‹o de coisas ou de bens escapa ˆ incidncia da 
contribui‹o questionada (LC n. 70/1991, art. 2¼). 
3. Os contratos de loca‹o de espaos em shopping center s‹o contratos at’picos, 
ensejando loca‹o de bens e servios. 
4. Recurso especial provido. 
REsp 178.908-CE, Rel. Min. Eliana Calmon, 2a Turma, j. 12.09.2000, DJ 11.12.2000, p. 
187. 
 
ƒ muito comum, em especial quando o aluguel Ž contratado em percentual do 
faturamento do lojista, que haja cl‡usula que preveja a fiscaliza‹o das 
contas do lojista. A doutrina n‹o tem apontado problemas nisso. 
Devemos ainda destacar que Ž admitida nesses contratos a propositura de a‹o 
renovat—ria. 
 
Art. 52. O locador n‹o estar‡ obrigado a renovar o contrato se: 
I - por determina‹o do Poder Pœblico, tiver que realizar no im—vel obras que importarem 
na sua radical transforma‹o; ou para fazer modifica›es de tal natureza que aumente o 
valor do neg—cio ou da propriedade; 
II - o im—vel vier a ser utilizado por ele pr—prio ou para transferncia de fundo de 
comŽrcio existente h‡ mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, 
seu c™njuge, ascendente ou descendente. 
¤ 1¼ Na hip—tese do inciso II, o im—vel n‹o poder‡ ser destinado ao uso do mesmo ramo 
do locat‡rio, salvo se a loca‹o tambŽm envolvia o fundo de comŽrcio, com as instala›es 
e pertences. 
¤ 2¼ Nas loca›es de espao em shopping centers, o locador n‹o poder‡ recusar a 
renova‹o do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. 
 
Perceba que, no caso do contrato de loca‹o em shopping center, n‹o se 
admite a retomada por parte do locador para uso pr—prio do im—vel, nem para 
transferncia de estabelecimento empresarial constitu’do h‡ mais de 1 ano cuja 
maioria do capital seja de titularidade do locador ou de seu c™njuge, 
ascendente ou descendente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No caso do contrato de loca‹o em shopping center, 
n‹o se admite a retomada por parte do locador para uso 
pr—prio do im—vel, nem para transferncia de 
estabelecimento empresarial constitu’do h‡ mais de 1 ano cuja maioria do 
capital seja de titularidade do locador ou de seu c™njuge, ascendente ou 
descendente. 
 
ƒ comum tambŽm que aparea nesse tipo de contrato a cl‡usula de raio, que 
pro’be que o lojista se instale tambŽm em shopping center concorrente durante 
a vigncia do contrato. A discuss‹o aqui gira em torno da potencial lesividade 
dessa cl‡usula em rela‹o aos consumidores, pois restringiria a livre 
concorrncia, posicionamento j‡ adotado pelo Conselho Administrativo de 
Defesa Econ™mica (CADE) em pelo menos uma ocasi‹o. 
O STJ analisou a quest‹o no julgamento do REsp 1.535.727-RS. 
 
Em tese, n‹o Ž abusiva a previs‹o, em normas gerais de empreendimento de shopping 
center ("estatuto"), da denominada "cl‡usula de raio", segundo a qual o locat‡rio de um 
espao comercial se obriga - perante o locador - a n‹o exercer atividade similar ˆ 
praticada no im—vel objeto da loca‹o em outro estabelecimento situado a um 
determinado raio de dist‰ncia contado a partir de certo ponto do terreno do shopping 
center. 
REsp 1.535.727-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, 4a Turma, j. 10.05.2016 (Informativo STJ 585) 
 
A cl‡usula de raio foi definida no julgado como aquela em que "o locat‡rio de 
um espao comercial se obriga, perante o locador, a n‹o exercer atividade 
similar ˆ praticada no im—vel objeto da loca‹o em outro estabelecimento 
situado a um determinado raio de dist‰ncia daquele im—vel". 
 
A cl‡usula de raio nos contratos de loca‹o em shopping 
center, considerada legal pelo STJ, Ž definida como aquela 
em que o locat‡rio de um espao comercial se obriga, 
perante o locador, a n‹o exercer atividade similar ˆ praticada no im—vel objeto 
da loca‹o em outro estabelecimento situado a um determinado raio de 
dist‰ncia daquele im—vel. 
 
 
 
 
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3.8. Aviamento e clientela 
O termo aviamento se refere ˆ aptid‹o que um determinado estabelecimento 
empresarial possui para gerar lucros. ƒ uma qualidade, um atributo do 
estabelecimento, que vai influenciar notadamente seu valor do ponto de vista 
econ™mico. 
Para exemplificar a import‰ncia do aviamento, Gladston Mamede menciona o 
caso da Microsoft, que atingiu em 1999 o valor de mercado de US$ 507,5 
bilh›es, enquanto seu patrim™nio, composto pelos ativos reais, era de ÒapenasÓ 
US$ 11 bilh›es. A diferena entre o patrim™nio e o valor real do 
estabelecimento corresponde justamente ˆ sua aptid‹o para gerar lucros, ou 
seja, ao aviamento. 
A clientela, por sua vez, se refere ao conjunto de pessoas que mantŽm 
rela›es constantes com o empres‡rio. Nesse sentido a clientela seria uma 
manifesta‹o externa do aviamento, que tambŽm goza de prote‹o jur’dica, 
notadamente pelas normas de prote‹o da concorrncia e da livre iniciativa. 
Contrato de loca‹o em 
shopping center
forma de 
remunera‹o
aluguel percentual, ou seja, o lojista 
entrega parte do valor do seu faturamento
rela‹o associativa 
entre empreendedor 
e lojistas
restri›es ˆ retomada
n‹o se admite a retomada para uso pr—prio 
do im—vel, nem para transferncia de 
estabelecimento empresarial constitu’do h‡ 
mais de 1 ano cuja maioria do capital seja 
de titularidade do locador ou de seu 
c™njuge, ascendente ou descendente.
cl‡usula de 
fiscaliza‹o
possibilidade a fiscaliza‹o das contas do 
lojista por parte do empreendedor
cl‡usula de raio
o locat‡rio se obriga a n‹o exercer 
atividade similar em outro estabelecimento 
situado a um determinado raio de dist‰ncia
admitida pelo STJ (Informativo 585)
 
 
 
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A clientela e o aviamento n‹o s‹o considerados pela doutrina como elementos 
do estabelecimento empresarial, mas apenas como atributos ou qualidades. 
 
 
 
3.9. Penhora do estabelecimento empresarial 
O C—digo de Processo Civil de 2015 manteve a previs‹o, j‡ existente no CPC de 
1973, de penhora do estabelecimento empresarial. 
 
Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, industrial ou agr’cola, 
bem como em semoventes, planta›es ou edif’cios em constru‹o, o juiz nomear‡ 
administrador-deposit‡rio, determinando-lhe que apresente em 10 (dez) dias o plano de 
administra‹o. 
 
De acordo com o dispositivo, uma vez que a penhora recaia sobre 
estabelecimento empresarial, o juiz dever‡ nomear administrador-deposit‡rio, 
que, por sua vez, dever‡ apresentar seu plano de administra‹o no prazo de 10 
dias. 
Apresentado o referido o plano, caber‡ ao juiz ouvir as partes e decidir, sendo 
l’cito ˆs partes ajustar a forma de administra‹o e escolher o deposit‡rio, caso 
em que o juiz homologar‡ a indica‹o. 
ƒ importante, contudo, salientar que a penhora de estabelecimento empresarial 
Ž medida excepcional, que somente deve serdecretada quando n‹o houver 
outro meio eficaz para efetiva‹o do crŽdito. Neste caso o regramento do CPC 
nada mais faz do que confirmar o que j‡ dizia a jurisprudncia do STJ. 
Por fim, cabe mencionar a Sœmula 451 do STJ, segundo a qual, alŽm da 
penhora do estabelecimento como um todo, admite-se tambŽm a penhora do 
im—vel em que funciona a sede do estabelecimento. 
 
Sœmula 451 do STJ 
ƒ leg’tima a penhora da sede do estabelecimento comercial. 
 
 
¥ Aptid‹o que um determinado estabelecimento 
empresarial possui para gerar lucros.AVIAMENTO
¥ Conjunto de pessoas que mantŽm rela›es 
jur’dicas constantes com o empres‡rioCLIENTELA
 
 
 
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4 Ð Quest›es 
Agora resolveremos algumas quest›es sobre os temas que estudamos na aula 
de hoje. Em minhas aulas costumo colocar tanto quest›es do tipo certo ou 
errado quando quest›es de mœltipla escolha. Tenha certeza de que coloquei o 
maior nœmero de quest›es que me foi poss’vel encontrar. 
Primeiramente voc vai encontrar a lista das quest›es sem coment‡rios, para 
que voc possa praticar, e em seguida temos a lista com as mesmas quest›es 
adicionadas dos meus coment‡rios, para ajuda-lo a saber melhor em que voc 
est‡ indo bem e no que pode melhorar. 
Eventualmente podem surgir quest›es que contenham alternativas acerca de 
temas que n‹o tratamos na aula de hoje. Se isso acontecer n‹o se preocupe, 
pois ao final do nosso curso voc ser‡ capaz de responder qualquer quest‹o! J 
4.1. Quest›es sem coment‡rios 
QUESTÌO 1. TJ-RJ Ð Juiz de Direito Ð 2011 Ð VUNESP. 
Quanto ao nome empresarial, assinale a alternativa correta. 
a) Nas sociedades limitadas, os administradores que omitirem a palavra 
ÒlimitadaÓ no uso da firma ou denomina‹o social ser‹o respons‡veis 
solidariamente, desde que ajam com dolo comprovado e assumam 
obriga›es com valor superior a 10 sal‡rios m’nimos vigentes no pa’s. 
b) A inscri‹o do empres‡rio, ou dos atos constitutivos das pessoas 
jur’dicas, ou as respectivas averba›es, no registro pr—prio, asseguram o 
uso exclusivo do nome nos limites do territ—rio nacional, 
independentemente de registro na forma da lei especial. 
c) ƒ de 4 (quatro) anos o prazo para o prejudicado intentar a‹o para 
anular a inscri‹o do nome empresarial feita com viola‹o da lei ou do 
contrato. 
d) Equipara-se ao nome empresarial, para efeitos de prote‹o legal, a 
denomina‹o das sociedades simples, associa›es e funda›es. 
QUESTÌO 2. TJ-MA Ð Titular de Servios de Notas e de 
Registros Ð 2016 Ð IESES. 
Sobre o nome empresarial, pode-se afirmar: 
I. No ‰mbito da junta comercial ser‹o aceitos os atos de empresas 
mercantis com nome idntico ou semelhante a outro j‡ existente. 
II. O nome empresarial obedecer‡ aos princ’pios da veracidade e da 
novidade. 
III. A prote‹o ao nome empresarial decorre automaticamente do 
arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, 
ou de suas altera›es. 
 
 
 
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IV. O princ’pio da insignific‰ncia Ž aplicado ao nome empresarial. 
 
A sequncia correta Ž: 
a) Apenas a assertiva I est‡ correta. 
b) Apenas as assertivas I, III e IV est‹o corretas. 
c) Apenas as assertivas II e III est‹o corretas. 
d) As assertivas I, II, III e IV est‹o corretas. 
QUESTÌO 3. TJ-MG Ð Titular de Servios de Notas e de 
Registros Ð 2016 Ð Consulplan. 
Assinale a alternativa correta, cujo enunciado contenha nome comercial 
que est‡ em conformidade com o C—digo Civil: 
a) Ant™nio Santos e Francisco Lacerda s‹o s—cios em uma sociedade em 
conta de participa‹o, cujo nome empresarial Ž Santos & Lacerda, 
ComŽrcio de Pedras Preciosas Ltda. 
b) M‡rcia Flores e Adriana Dias s‹o s—cias em uma sociedade limitada, cujo 
objeto social Ž o comŽrcio de roupas e sua denomina‹o Ž Floricultura 
Flores e Dias Ltda. 
c) Roberto Carlos e Carlos Roberto s‹o s—cios de uma sociedade limitada, 
cujo objeto Ž a compra e venda de ve’culos automotivos, sendo sua 
denomina‹o Roberto & Carlos Ltda. 
d) Ana Silveira e Maria Andrade s‹o acionistas da companhia cuja 
denomina‹o Ž Tecelagem Santa Clara S.A. 
QUESTÌO 4. TJ-MG Ð Titular de Servios de Notas e de 
Registros Ð 2016 Ð Consulplan. 
A respeito do nome empresarial e ˆ luz do C—digo Civil brasileiro, Ž correto 
afirmar: 
a) A sociedade em que houver s—cios de responsabilidade ilimitada operar‡ 
sob firma e denomina‹o, na qual somente o nome daqueles poder‹o 
figurar, bastando para form‡-la aditar ao nome de um deles, a express‹o 
Òe companhiaÓ ou sua abreviatura. 
b) Pode a sociedade limitada adotar firma ou denomina‹o, integradas pela 
palavra final ÒlimitadaÓ ou a sua abreviatura. 
c) A sociedade cooperativa funciona sob firma integrada pelo voc‡bulo 
ÒcooperativaÓ. 
d) A sociedade em conta de participa‹o funciona sob firma ou 
denomina‹o, integrada pela palavra final Òem conta de participa‹oÓ. 
 
 
 
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QUESTÌO 5. Prefeitura de Niter—i-RJ Ð Fiscal de Tributos Ð 
2015 Ð FGV. 
O empres‡rio e a sociedade empres‡ria devem adotar um nome para o 
exerc’cio da empresa, de acordo com o C—digo Civil. Esse instituto, 
conhecido como nome empresarial, possui regras para sua forma‹o e 
utiliza‹o. A afirmativa que revela corretamente uma regra para 
utiliza‹o/forma‹o do nome empresarial Ž: 
a) a sociedade em nome coletivo dever‡ adotar firma como nome 
empresarial, que incluir‡ o nome de pelo menos um dos s—cios, sendo 
facultativo o aditivo & Companhia, caso todos os s—cios sejam nominados; 
b) a denomina‹o social Ž uma espŽcie de nome empresarial, tambŽm 
conhecida como Ònome de fantasiaÓ, porque nela n‹o se inclui nome 
patron’mico, apenas palavras ou express›es designativas do objeto social; 
c) nas sociedades cujo capital Ž dividido em a›es, Ž proibido o uso da 
firma social como nome empresarial, somente sendo permitido o uso da 
denomina‹o com a indica‹o do objeto social; 
d) o adquirente de estabelecimento por ato entre vivos ou causa mortis, 
pode usar a firma do alienante ou do de cujus, precedida de sua pr—pria, 
com a qualifica‹o de sucessor; 
e) na sociedade em conta de participa‹o a espŽcie de nome empresarial Ž 
firma, exclusivamente, formada pelo nome patron’mico do s—cio ostensivo 
seguida do aditivo & Companhia, por extenso ou abreviado. 
QUESTÌO 6. TJ-SE Ð Juiz Substituto Ð 2015 Ð FCC. 
Considere as proposi›es abaixo acerca do nome empresarial. 
I. A sociedade em que houver s—cios de responsabilidade ilimitada operar‡ 
sob denomina‹o social. 
II. A sociedade an™nima poder‡ adotar firma ou denomina‹o social. 
III. O nome de s—cio que vier a falecer pode ser conservado na firma 
social. 
IV. O nome empresarial n‹o pode ser objeto de compra e venda. 
V. A sociedade em conta de participa‹o n‹o pode ter firma ou 
denomina‹o. 
 
Est‡ correto o que se afirma APENAS em: 
a) II e V. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) I e IV. 
 
 
 
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e) IV e V. 
QUESTÌO 7. SAEB-BA Ð Analista de Registro de ComŽrcio Ð 
2015 Ð IBFC. 
Considere as disposi›es do c—digo civil brasileiro sobre o nome 
empresarial e assinale a alternativa correta. 
a) A omiss‹o da palavra ÒlimitadaÓ determina a responsabilidade solid‡ria e 
ilimitada dos s—cios, administradores ou n‹o. 
b) A sociedade em comandita por a›es Ž obrigada a adotar denomina‹o 
como nome empresarial. 
c) A sociedade em conta de participa‹o pode ter firma ou denomina‹o. 
d) Equipara-se ao nome empresarial, para

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