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Direito Civil 
 
 
1 
I. Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro 
(LINDB) 
1. Vigência 
A promulgação de uma norma e em seguida sua promulgação gera existência e 
validade da norma, mas não necessariamente opera vigência. Uma norma é válida 
se ela está em consonância com o sistema jurídico e cumpre os aspectos materiais 
e formais. 
A verificação da validade da norma não gera obrigatoriamente sua eficácia, regra 
geral é que haja um lapso de tempo entre a sua publicação e a sua vigência, esse 
intervalo de tempo é conhecido como vacatio legis e é de 45 dias em território 
nacional e 3 meses no território estrangeiro. 
Nada impede também que o legislador coloque outro prazo de vacatio legis, o 
objetivo da vacatio legis é fazer com que todos conheçam a norma antes dela 
entrar em vigor. Seu prazo começa a contar do dia da data da publicação e último 
dia do prazo. 
• Emendas e atos administrativos não se submetem a vacatio legis. 
1.1 Modificação da lei 
• Modificação da lei em vigor só ocorre mediante lei nova 
• Modificação de lei em vacatio deve acontecer através de uma nova 
publicação do seu texto e um novo prazo de vacatio. 
1.2 Princípio da Continuidade ou permanência da norma 
Se a lei superou a vacatio e entrou em vigor, em regra, ela se submete a esse 
principio, isto é, ela vai permanecer em vigor até que outra a revogue. A revogação 
pode ser: 
• Ab-Rogação: Revogação Total 
• Derrogação: Revogação Parcial 
1.3 Repristinação 
É a restauração de uma lei que foi revogada, é o renascimento de uma lei. 
Exemplo: Lei A é revogada pela B, que é revogada pela C, se a lei C dispor 
expressamente a instituição da Lei A novamente ocorreu a repristinação, a 
repristinação só ocorre se estiver expressamente na lei. Uma exceção ocorre 
quando por exemplo a Lei B é declara inconstitucional, assim ela vai ser revogada 
e retroagir e vai ser como se nunca tivesse existido assim a Lei A volta a vigor sem 
precisar de disposição expressa, importante mencionar que isso só ocorre no 
CONTROLE DE CONSTITUCIONAL CONCENTRADO, sendo que a lei 
inconstitucional tenha efeito retroativo. 
2. Obrigatoriedade das Normas. 
Não se pode alegar desconhecimento das normas, fora hipóteses isolados, a 
vacatio legis existe justamente para que isso não aconteça, para que todos tenham 
conhecimento da lei. 
 
Direito Civil 
 
 
2 
3. Interpretação da Norma 
Toda norma deve levar em conta os fins sociais a que se destina, quando se trata 
de norma referente aos direitos fundamentais ela vai ter uma interpretação 
ampliativa, em sede de direito administrativo vai ter interpretação declaratória e 
no direito penal uma interpretação restritiva. 
4. Aplicação da Lei penal no tempo 
A regra é que a lei nova não alcança fatos anteriores a sua publicação, ele não 
retroage. Há exceção: Se houver disposição e expressa e se não violar o ato 
jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido. 
Ademais, permanece possível a ultratividade normativa, ou seja, quando uma 
norma já revogada (sem vigência) ainda possui vigor. Aplica-se: 
• Normas circunstanciais: Aquelas que regram um determinado fato, 
durante sua vigência, a exemplo de uma guerra. 
• Normas Temporárias: Criadas para regular uma determina circunstância, 
vigendo durante a vigência destas. 
5. Eficácia da Lei no Espaço 
• Conflito sobre bens imóveis situados fora do Brasil aplica-se a lei onde 
estiver situado 
• O contrato internacional se reputa formado onde residir o seu preponente, 
sendo esta a legislação aplicada e o foro competente 
• Aplica-se a lei sucessória mais benéfica para sucessão de bens estrangeiros 
situados no Brasil. Quando há herdeiros brasileiros. 
II. Pessoa Física ou Natural 
Personalidade jurídica é a aptidão para titular direitos e contrais deveres. É a 
qualidade de ser pessoa, quem tem personalidade jurídica é conhecido como 
sujeito de direito. Todavia existem entes desprovidos de personalidade 
jurídica mas com capacidade judiciaria, são os entes despersonalizados tais como 
herança jacente, massa falida, condomínio etc. 
1. Pessoa Física 
Pessoa física é todo ser humano enquanto indivíduo, do seu nascimento até a 
morte. Para a o código civil a aquisição de personalidade começa do nascimento 
com vida. Segundo a teoria natalista o recém-nascido adquire a personalidade 
jurídica, tornando-se sujeito de direito a partir do seu nascimento com vida 
mesmo vindo a falecer minutos depois. 
2. Nascituro 
O Nascituro é aquele já concebido mas ainda não nascido, segundo a teoria 
natalista o nascituro tem alguns direitos 
• O Nascituro é titular de direitos personalíssimos, a exemplo do direito a 
vida 
• Pode receber doação, aceita pelo seu representante 
• Pode ser beneficiado por legado e herança 
• Tem direito de saber quem é seu pai, através do DNA 
Direito Civil 
 
 
3 
• Possui direito a danos morais 
• Possui direitos a alimentos 
O Natimorto é aquele que nasce morto, mas antes de morrer foi um nascituro, 
por isso o natimorto tem direito aos direitos de personalidade. 
3. Capacidade 
a) Capacidade de direito: é a capacidade genérica adquirida com a 
personalidade assim adquirida a personalidade toda pessoa é capaz de direitos e 
deveres. 
b) Capacidade de fato: É a capacidade de praticar atos pessoalmente nem todo 
mundo tem capacidade de fato, essas pessoas são conhecidas como incapazes. 
Quando a pessoa tem capacidade de direito e a de fato ela tem a capacidade 
jurídica plena. 
4. Incapacidade 
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil 
apenas os menores de 16 anos. Só eles, ninguém mais. São relativamente 
incapazes os maiores de 16 anos e menores de 18 anos, os ébrios naturais, os 
viciados em tóxicos, os pródigos e aqueles que por causa transitória ou 
permanente não puderem exprimir sua vontade. 
Viciados e ébrios são incapazes quando a causa de incapacidade diminui mas não 
aniquila a sua vontade. Prodigo é aquele que deliberadamente dilapida seu 
patrimônio. 
O Suprimento da incapacidade absoluta se dá através da representação e na 
incapacidade relativa se dá através da assistência. 
5. Cessação da Incapacidade 
A cessação da incapacidade se de dá através da: Com o final da menoridade, com 
o final do seu processo de interdição e emancipação. 
Emancipação é o ato pelo qual há antecipação da maioridade, é um ato 
irrevogável e irretratável pela qual a capacidade de exercício é antecipada. A 
emancipação pode ser voluntária, judicial ou legal 
• Voluntária: Aquela concedida pelos pais mediante instrumento publico, 
independente de homolação do juiz desde que o menor tenha ao menos 16 
anos. Se os pais forem separados é necessário a outorga dos dois ou se os 
pais forem casados mas não entrarem em consenso o juiz decide. 
• Judicial: É aquela concedida pelo tutor ao pupilo com 16 anos completos, 
mediante decisão judicial. 
• Legal: Decorre da pratica de ato jurídico incompatível com a sua condição 
de incapaz: Casamento emancipa e o divorcio ou separação não revoga, 
no entanto se o casamento for nulo, nula será a emancipação. Exercicio 
de emprego publico efetivo é o exercício e não a aprovação em 
concurso; colação de grau em ensino superior é colação e não 
aprovação no vestibular; estabelecimento civil ou comercial ou a 
relação de emprego desde que em relação desses, o menor de 16 anos 
contenha economia própria. 
Direito Civil 
 
 
4 
OBS: As emancipações judiciais e legais exoneram os pais da responsabilidade 
solidaria. 
6. Extinção da Pessoa 
A extinção da pessoa física se dá com a morte, esta pode ser: Real e Presumida 
A) Real: É aquela auferida, em regra, por profissional da medicina e na sua falta, 
por testemunhas. A morte é registrada no local do óbito. 
B) Presumida:É a hipótese em que há impossibilidade de localização do 
cadáver, há duas hipóteses para essa morte. 
 COM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA 
Ausente é aquele que desaparece do seu domicilio sem deixas noticias. Para a 
verificação da ausência é necessário um procedimento em 3 fases. 
• Curadoria de Bens do Ausente 
Haverá a abertura do procedimento e o juiz vai declarar a ausência por qualquer 
interessado além disso vai nomear curador nesse caso e no caso do ausente ter 
sumido sem deixar procuração com poderes suficientes. 
O Curador não será quem iniciou o procedimento há uma ordem preferencial: 
Cônjuge -> Pais -> descendentes -> Curador dativo, a escolha do juiz. 
Quando for declarada a ausência o juiz vai mandar arrecadar os bens do ausente 
e nomeará um curador, mandando publicar um edital no prazo de 01 ano. 
• Sucessão Provisória 
Começa 1 ano após a data da decisão que mandou arrecadar os bens ou após 3 
anos aos tal decisão, caso o ausente tenha deixado procurador. O Requerimento 
é feito pelos interessados: A) Cônjuge (caso não separado judicialmente); 
Herdeiros; Credores. 
A decisão que concerte a curadoria em sucessão provisória apenas tem efeito 180 
dias após publicada na imprensa oficial. Pede-se que o juiz transmita os bens aos 
herdeiros de forma provisória e atráves de garantias que podem ser dispensadas 
se forem herdeiros necessários. Não será admitida atos negociais nessa fase 
(venda, compra, etc) salvo se o juiz permitir. 
Prevendo uma volta do ausente, os herdeiros devem capitalizar o valor referente 
a metade dos frutos e rendimentos oriundos dos bens, prestando contas ao juiz, 
mas se o ausente aparece e sua ausência se prova voluntaria e injustificada esses 
frutos não serão devidos. 
• Sucessão Definitiva 
Inicia-se 10 anos após o transito em julgado da sentença que declarou a sucessão 
provisória ou 5 anos depois das ultimas noticias do ausente maior de 80 anos. 
Nesta fase há transmissão dos bens em caráter definitivo, sendo restituída as 
cauções. 
Se o ausente voltar dentro do lapso de 10 anos, acontece o seguinte: 
- Se for na 1ª fase – reassume o patrimônio 
Direito Civil 
 
 
5 
- Se for na 2ª fase – Tem Direito a reaver o patrimônio no estado em que o deixou. 
- Se for na 3ª fase – tem direito aos bens no estado em que se encontravam, se 
estes forem vendidos terá direito no que se sub-rogou 
- Se for depois dos 10 anos – Não tem direito nada. 
A morte por ausência dissolve o casamento, se o ausente voltar o casamento 
permanece nulo. 
 SEM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA 
Há incidência em duas hipóteses: a) quando extremamente provável a morte de 
quem estava em perigo de vida; b) desaparecimento em decorrência de campanha 
ou prisão o desaparecido não for encontrando após 2 anos do termino da guerra. 
7. Comoriência 
É a declaração de morte simultânea de duas ou mais pessoas, quando não forem 
possíveis precisar os instantes da morte. 
III. Pessoa Jurídica 
A Pessoa jurídica é a soma de esforços humanos (corporação) ou a destinação de 
um patrimônio (fundação) tendente a uma finalidade especifica, licita e legal. 
1. Surgimento da pessoa jurídica 
A existência da pessoa jurídica começa com a inscrição do ato constitutivo desta 
no registro competente, esse registro é ato constitutivo de direito sendo capaz de 
gerar a sua personalidade. 
Tal registro acontecerá em diferentes locais tendo em vista a natureza da pessoa 
jurídica, assim se for sociedade simples, associações e fundações o registro 
acontecerá no registro civil de pessoas jurídicas. Já o registro de sociedades 
empresárias se dará no registro publico das sociedades mercantis através 
das juntas comerciais. Há ainda pessoas jurídicas que além do registro 
necessitam de autorização como é o caso dos bancos, empresas de seguro, 
escritórios de advocacia, etc... 
O Ato constitutivo é um estatuto ou contrato social, o estatuto é destinado as 
fundações, associações, sociedades anônimas, já o contrato social é pertinente as 
sociedades. 
2. Desconsideração da Personalidade Jurídica da Pessoa Jurídica 
É uma prática de, em certos casos, desconsiderar a separação existente entre o 
patrimônio de uma empresa e o patrimônio de seus sócios para os efeitos de 
determinadas obrigações, com a finalidade de evitar sua utilização de forma 
indevida, ou quando este for obstáculo ao ressarcimento de dano causado a 
terceiros. 
São requisitos: o pedido expresso do interessado (juiz não decreta de oficio) e o 
abuso de personalidade, sendo através de desvio de finalidade ou confusão 
patrimonial 
 
Direito Civil 
 
 
6 
A desconsideração pode atingir qualquer pessoa jurídica e pode ser pedida até 
pela própria pessoa jurídica em questão, instaurado o pedido o processo vai ser 
suspenso e o sócio ou pessoa jurídica vai ser citado para se manifestar no prazo 
de 15 dias. Se for proferida por tribunal superior cabe agravo interno da decisão 
do desembargador ou relator. 
3. Sociedades Despersonificadas 
Também chamadas de sociedades irregulares ou sociedades de fato, são aquelas 
pessoas jurídicas que não constituíram os seus atos, ou seja, não estão 
registradas, são despersonificadas por falta de registro, a doutrina costuma 
incluir a massa falida, o condomínio, a herança vacante e jacente, etc. 
Ser despersonificada quer dizer que a pessoa jurídica não vai ter aptidão genérica 
de titularizar direitos e obrigações na esfera civil no entanto isso é mitigado 
porque essas sociedades podem até celebrar contrato e tem capacidade judiciária. 
4. Representação da Pessoa Jurídica 
A representação da pessoa jurídica está no ato constitutivo, se este for omisso 
todos são representantes, a citação da pessoa jurídica deve ser pelo representante 
que tem poderes para tal, no entanto se a citação for recebida por funcionário do 
quadro da empresa, esta vai ser legal pela teoria da aparência. 
5. Classificação das Pessoas Jurídicas 
A) Nacional ou estrangeira: Se conferida pelo ordenamento jurídico 
brasileiro é nacional se pelo ordenamento estrangeiro é pessoa jurídica 
estrangeira. 
B) Direito Público e Privado: As de direito publico são aquelas previstas em 
lei e nas quais há soberania do publico sobre o privado, elas podem ser de direito 
publico interno (quando forem dos entes nacionais, união, estados, etc) e direito 
publico externo quando se submeterem ao direito internacional. As de direito 
privado são as fundações, associações, sociedades, partidos, etc. 
C) Corporações: São aquelas em que há uma soma de pessoas que podem ou 
não ter uma finalidade econômica. Dividem-se em: 
• Sociedades: Formada pela união de indivíduos, denominados sócios, 
que se organizam por um contrato social, visando partilhar o lucro. Podem 
ser sociedades simples – que não exercem atividade empresarial – e 
sociedades empresariais – que exercem atividade empresarial – 
• Associações: São formadas pela união de pessoas com o propósito de 
realizarem atividades de fins não lucrativos. Aqui não há sócios mas sim 
associados. 
D) Fundações: As fundações resultam não da união de indivíduos, mas sim da 
afetação de um patrimônio, livre, desimpedido, licito, para um fim especifico. A 
criação da fundação passa por algumas etapas 
• Afetação de bens livres, pode se dar por doação ou testamento, o 
instituidor está obrigado e especificar a finalidade fundacional, este é um 
ato irretratável, se o patrimônio for insuficiente seguir-se-á o destino 
indicado no estatuto, se este for omisso o patrimônio vai pra outra 
entidade de igual finalidade. 
Direito Civil 
 
 
7 
• A elaboração do estatuto pode ser direta – feita pelo próprio instituidor – 
ou indireta – quando o instituidor nomeia alguém pra fazer – 
• Aprovação dos estatutos que é feita pelo MP 
• Realização do Registro CivilNa extinção da fundação o patrimônio vai ter destinação definida no estatuto, 
caso seja omisso, será enviado para uma entidade de finalidade similar. 
6. Extinção da Pessoa Jurídica 
A extinção da pessoa jurídica pode ser: 
a) convencional: quando os sócios a dissolvem; b) legal: hipóteses previstas 
em lei, como a morte do sócio; c) judicial: quando há um processo e uma decisão 
judicial; d) administrativa: pessoas que necessitam da autorização de um 
órgão do executivo e a perdem, deixam de existir. 
IV. Direitos de Personalidade 
São direitos subjetivos reconhecido à pessoa, tomada em si mesma e em suas 
necessárias projeções (integridade física, psíquica, etc) 
1. Características 
a) indisponíveis: São indisponíveis pois não podem ser transferidos nem 
renunciados 
b) absolutos: Pois possui eficácia contra todos, todos devem respeitar. 
c) extrapatrimoniais: Não traz conteúdo econômico em sua essência, mas se 
violados cabe indenização, bem como quantificação na cessão de uso. 
d) imprescritíveis: não se extinguem pelo não exercício, mas a pretensão de 
responsabilidade civil pela violação ao direito prescreve em 3 anos 
e) vitalícios: os direitos da personalidade são inatos e permanentes, 
acompanhando a pessoa desde seu nascimento até sua morte. 
2. Tutela Jurisdicional 
É possível a proteção dos direitos de personalidade através de medida preventiva 
(inibitória) ou repressiva (de fazer ou não fazer), uma vez concretizado o dano a 
saída posta é a reparação, materializada, em danos morais. 
3. Classificação 
A) Integridade Fisica: Consiste na tutela ao corpo humano, seja vivo ou morto. 
• Corpo Vivo: Salvo exigência médica, ninguém pode dispor do corpo de 
modo que haja sua diminuição permanente 
• Tutela ao corpo morto: É possível dispor de corpo morto para pesquisas 
ou fins altruístas desde que seja de forma gratuita, tal ato é revogável em 
vida. 
B) Integridade física ou moral: São direitos de personalidade relacionados a 
incolumidade moral. 
 
 
Direito Civil 
 
 
8 
• Imagem: Incide proteção a imagem da pessoa porque ela a identifica no 
cenário nacional, e aqui estão inseridos os atributos especiais da pessoa, a 
voz, etc. Para alguém utilizar a imagem de outra é obrigatório o 
consentimento desta, mesmo em local público. 
• Vida Privada: Aqui é o direito ao aspecto particular, ao direito de se 
resguardar, de ficar sozinho. Aqui abragem a intimidade que é coisa 
particular e ao sigilo 
• Honra: É a proteção ao prestigio social, protege-se de imputação de 
informações falsas, caluniosas, sobre a pessoa. 
• Nome: é o direito a identificação, não é possível escolher nome que 
exponha a pessoa ao ridículo, para colocar o nome de uma pessoa em uma 
propaganda comercial é necessário consentimento, é protegido também o 
pseudônimo que é um apelido ou designação dada a alguém devido a 
alguma atividade que esta exerce. 
• Direito a integridade intelectual: Proteção aos bens que a mente 
humana cria, ex: direitos autorais, patentes, etc. 
É possível a extensão desses direitos da personalidade a pessoa jurídica, tipo 
proteção ao nome, imagem, honra, integridade intelectual, etc. 
V. Domicilio 
Corresponde ao domicilio, o lugar no qual a pessoa – física ou jurídica- fixa o 
centro principal de suas atividades sendo possível ser único ou vários. 
1. Domicilio da Pessoa Natural 
Domicilio da pessoa natural é onde ela estabelece sua residência com animo 
definitivo, importante não confundir com morada que é onde ele se estabelece 
provisoriamente, como quando viaja a trabalho, e residência local físico onde a 
pessoa reside de fato. 
• Pluridade de domicílios: Se a pessoa tiver diversas residências onde 
alternadamente viva, considera-se-á seu domicilio qualquer uma. 
• Domicilio Profissional: Domicilio Profissional é onde a pessoa exercer 
o seu trabalho, podendo ter pluralidade de domicílio também. 
• Domicilio Aparente: É a situação onde a pessoa não tem domicilio, é 
considerado então o local em que ela se encontra. 
2. Domicilio da Pessoa Jurídica. 
O Domicilio da pessoa jurídica de direito privado será o local eleito no seu ato 
constitutivo e na omissão desse vai ser onde funciona sua diretoria ou 
administração. Caso a pessoa jurídica tenha domicílios em vários lugares – filiais, 
por ex – considerar-se-á seu domicilio qualquer uma deles. Se a pessoa jurídica 
tiver domicilio no estrangeiro será considerado seu domicilio, a sua sede no 
brasil. 
3. Espécies de Domicílios 
a) voluntário: decorre de ato de vontade, podendo ser geral que é o eleito pela 
própria parte ou pode ser eleito pelos contratantes no caso de um contrato. 
Direito Civil 
 
 
9 
• Considera-se ilegal clausula no contrato que estabelece o foro da eleição 
em beneficio do fornecedor do produto ou serviço em prejuízo do 
consumidor 
b) legal ou necessário: decorre da lei 
• Do incapaz: É o do seu representante ou assistente 
• Do servidor: local onde ele permanence permanentemente suas funções 
• Militar: local onde servir, sendo marinha ou aeronáutica, local da sede do 
comando 
• Preso: local onde estiver cumprindo sentença 
VI. Bens Jurídicos 
Bens são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de 
direito. Enquanto o objeto do direito positivo é a conduta humana, o objeto do 
direito subjetivo podem ser bens ou coisas não valoráveis pecuniariamente. 
1. Classificação dos Bens 
a) moveis e imóveis: bens móveis são passiveis de deslocamento, sem 
quebra, fratura, ou alteração na sua substância, são considerados bens moveis 
também os semoventes (animais), direitos reais sobre objetos imóveis, direitos 
pessoais de caráter patrimonial, e energia que tenha valor econômico. Bens 
imóveis são aqueles que não podem ser transportados de um lugar para o outro 
sem alteração da sua substância. 
• Bens moveis são adquiridos, em regra, pela tradição. Imoveis são 
adquiridos pela escritura publica e registro no cartório de registo de 
imóveis 
• Bens Moveis não exigem outorga uxória. Bens imóveis exige outorga 
uxória, salvo no regime de separação de bens e no de participação final nos 
aquestos 
• Bens moveis tem como direito real de garantia o penhor. Bem imóvel tem 
direito real de garantia a hipoteca. 
b) Fungíveis e Infungíveis: Fungíveis são os bens que podem ser 
substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Infungíveis 
são aqueles de natureza insubstituível. 
• Mutuo é empréstimo de coisa fungível; Comodato empréstimo de coisa 
infungível 
c) Consumíveis e Inconsumíveis: Bens consumíveis são aqueles que o uso 
importa destruição imediata da própria substancia – bem como aqueles 
destinados a alienação. Bens inconsumíveis são aqueles suportam o uso 
continuado sem destruição da própria substância. 
d) Divisíveis e Indivisíveis: Bem divisível é aquele que pode se repartir em 
porções reais e distintas sem alterar sua essência. Bem indivisível é aquele em 
que não se pode dividir porque ele perde a sua substância. 
e) Singulares e coletivos: Bem singular é aquele considerado em sua 
individualidade, ex: lápis, livro, etc. Bem coletivo é aquele que em conjunto 
forma uma coisa. 
Direito Civil 
 
 
10 
f) Principal e Acessório: Principal é o bem que existe por si só, sem depender 
de ninguém. Acessório é aquele cuja existência depende do bem principal, o 
acessório se divide em: 
• Frutos: Aquilo que a coisa principal produz sem alteram a sua substância (ex, 
juros decorrentes de um contrato de empréstimo). São naturais se surgem 
sem necessidade de ação humana, são industriais se são decorrentes de 
atividade industrial humana e são civis aquilo que a coisa principal produz 
mas que não surge da natureza 
Quanto a ligação com a coisa principal, são colhidos ou percebidos se já 
destacados da coisaprincipal, são pendentes se ainda encontram-se ligados a 
coisa principal, são percepiendos se deveria ter sido colhido mas não foi, são 
consumidos se já não existem mais. 
• Produtos: Cuja percepção diminui a substância da coisa principal 
• Pertenças: São coisas que não constituindo parte integrante acaba se 
juntando a coisa principal 
• Benfeitorias: É a obra feita pelo homem, para melhorar a coisa. São 
necessárias se servem para conversa-la, são uteis se serve para melhora-
las e são voluptuárias se servem para embeleza-las. 
g) Bens públicos e particulares: Bens Públicos são aqueles pertencentes 
as pessoas de direito público, bem particular, são todos os demais. 
h) Bens de Família: É aquele bem necessário a sobrevivência do devedor, 
sendo em regra não atingido pelas execuções. 
• Voluntário: É aquele instituído por vontade do casal, da entidade familiar 
ou até de terceiro, mediante escritura ou registro publico e não superior a 1/3 
do patrimônio liquido existente a época da instituição, uma vez instituído, vira 
impenhorável e inalienável, a extinção do bem de família extingue-se com a 
morte dos cônjuges e com a maioridade dos filhos, salvo se incapazes. 
• Legal: É o reconhecido pela lei, não precisa de registro, é criado pela lei. 
VII. Teoria do Ato, Fato e Negócio Jurídico. 
Fato material é aquele que não tem consequência jurídica, já o fato jurídico é 
todo acontecimento relevante para o direito, ainda que ilícito. 
1. Classificação dos Fatos Jurídicos 
A) Fatos naturais ou fato jurídico em sentido estrito 
• Ordinários: Fatos comuns, do cotidiano (morte, nascimento, 
maioridade) 
• Extraordinários: Incomuns, excepcionais (terremoto, furacão) 
Os fatos da natureza que interessam ao direito civil são apenas os que interferem 
nas relações humanas de modo a propiciar a aquisição, modificação e extinção de 
direito. 
 
 
Direito Civil 
 
 
11 
B) Fatos humanos ou fato jurídico em sentido amplo 
Atos que dependem da conduta humana para acontecer 
• Ato jurídico licito: contrários ao direito, por violentarem regras do 
ordenamento jurídico 
• Ato Jurídico Licito: Consoante o direito. Ato Jurídico em sentido 
estrito decorre da atividade humana reconhecidamente valida e cujos efeitos 
são determinados por lei. Aqui a vontade humana não cria efeitos. Negócio 
Jurídico É aquele no qual a vontade humana não só é o gerador como 
também determina seus efeitos. Ato-Fato Jurídico aqui a vontade não é 
considerada pelo ordenamento jurídico e - por isso, não se trata de ato jurídico 
- mas de simples fato jurídico, que terá como características a simples ação 
humana 
2. Negócio Jurídico 
É o encontro de vontades visando criar, modificar, conversar ou extinguir 
relações jurídicas. 
a) plano de existência de validade: é o plano do ser do negocio juridico, são 
elementos da existência: agente, forma, objeto e vontade exteriorizada. Caso não 
esteja presente um desses elementos o negócio jurídico será inexistente e não 
produzirá efeitos. 
b) plano de validade: trata da adequação ao sistema jurídico, o negócio deve ter: 
agente capaz e legitimado; Objeto licito, possível, determinável ou determinado e 
forma prescrita ou não defesa em lei. O negócio também precisa ter todos esses 
elementos para produzir efeitos. 
2.1 Invalidades do Negócio Jurídico 
A consequência jurídica do desrespeito aos pressupostos de validade do negócio 
jurídico, será a nulidade ou anulabilidade do mesmo. 
2.1.1 Nulidade absoluta: São aquelas feitas por pessoas absolutamente 
incapazes, for ilícito, impossível, impossível ou indeterminável, não for revestido 
de forma prescrita em lei, tiver por objeto fraudar a lei imperativa, e a lei 
expressamente o declarar nulo. O negócio jurídico nulo possui as seguintes 
características: 
• Atinge interesse público superior 
• Opera-se de pleno direito 
• Pode ser arguido pelas partes, pelo MP e por terceiro interessado 
• A ação declaratória de nulidade é decidida por sentença com efeitos 
retroativos e contra todos 
• A nulidade pode ser reconhecida a qualquer tempo 
• O Juiz pode reconhecer ela de oficio, mas não pode supri-la. 
2.2.2 Nulidade relativa (anulabilidade): o negócio anulável produz efeitos 
até que uma decisão judicial reconheça sua anulabilidade, se não existir decisão 
judicial ou se sela não for arguida no prazo legal, o negocio jurídico se aperfeiçoa, 
se convalidando, as principais hipóteses são a incapacidade relativa do agente, e 
por vicio de erro, dolo, coação estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
Possui as seguintes características: 
Direito Civil 
 
 
12 
• Atinge apenas interesses particulares 
• Não se opera de pleno direito 
• Somente por ser aguida pelos interessados 
• A ação anulatória é decidida por sentença de natureza desconstitutiva com 
efeitos não retroativos. 
• Só pode ser arguida pela via judicial em prazo decadência de até 4 anos – regra 
geral – ou 2 anos, regra supletiva. 
2.3 Plano de validade 
São os efeitos do negócio e com os requisitos legais, os efeitos são em regra 
produzidos imediatamente, salvo, algum fator de eficácia presente, caso do 
termo, condição ou encargo, esses são elementos acessórios do negócio jurídico e 
não estão relacionados a existência ou eficácia do negócio são apenas em 
autolimitações da vontade de natureza facultativa 
a) condição: É evento futuro e incerto que condiciona o negócio jurídico. É 
suspensiva quando deixa os efeitos do negócio jurídico pendente de modo que 
enquanto não ocorra a condição o negócio não tem efeitos, ou seja a pessoa não 
adquire o direito e nem usufrui. Já a condição resolutiva é aquela que já dá 
resolve o negócio jurídico. 
São coisas que invalidam o negócio: i-as condições física ou juridicamente 
impossíveis; ii- as condições ilícitas ou de fazer coisa ilícita; iii- as condições 
incompreensíveis ou contraditórios 
b) termo: É um evento futuro e certo consistindo no dia ou momento em que o 
negócio começa (termo inicial) ou extingue a sua eficácia (termo final). O prazo 
entre o termo inicial e o termo final é contado excluindo-se o dia do inicio e 
incluindo o dia do vencimento, o termo suspende apenas o exercício do direito 
não sua aquisição. 
c) Modo ou encargo: É um ônus (restrição) para que a parte usufrua o 
benefício, diferencia-se da condição porque não suspende a aquisição e o 
exercício do direito. Se considera não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo 
se constituir motivo determinado da liberalidade, caso em que se invalidade o 
negócio jurídico. 
3. Defeitos do Negócio Jurídico 
3.1 vicio de consentimento: diz respeito a um aspecto interno do negócio, 
inerente a manifestação de vontade 
a) Erro ou ignorância 
É quando o agente celebra um negocio com base é um entendimento falso do que 
de fato está acontecendo, para gerar invalidação o erro precisa ser causa 
determinante do ato. 
• Erro in negotio: Erro sobre o tipo de negócio, pensa estar celebrando um, 
mas está celebrando outro 
• Erro in corpore: Erro sobre o tipo de objeto do negócio, pensa-se estar 
adquirindo um mas está adquirindo outro. 
• Erro in persona: É o erro sobre a pessoa 
• Erro de direito: É o equívoco que o agente tem sobre a lei 
Direito Civil 
 
 
13 
b) Dolo 
É o induzimento malicioso de alguém a prática de um ato que lhe seja prejudicial, 
mas proveitoso ao autor do dolo ou a terceiro é diferente do erro porque no erro 
o agente se equivoca sozinho, no dolo ele é induzido. Se ocorrer o dolo acidental 
não gera anulabilidade apenas perdas e danos 
c) Coação Moral 
É uma ameaça ou pressão moral e física exercida sobre o agente para força-lo, 
contra sua vontade, a praticar um ato tornando o negócio defeituoso, para viciar 
a vontade o agente tem que sentir uma ameaça muito grandeem relação a si, seus 
amigos, família etc. 
A coação pode ser exercida por terceiro viciando o ato se o beneficiário tivesse ou 
devesse ter conhecimento dela, nesse caso a responsabilidade é solidária se o 
beneficiário não sabia o terceiro responde por perdas e dano 
d) estado de perigo 
Ocorre quando alguém premido da necessidade de se salvar ou salvar pessoa de 
sua família, amigo etc., assume obrigação excessivamente onerosa 
e) lesão 
Visa coibir o abuso de poder econômico ou posição privilegiada no negócio 
jurídico, a lesão coíbe aquele desequilíbrio negocial inadequado 
3.2 vicio social: é um vício que se dá pela tentativa de burlar a lei ou prejudicar 
terceiro 
a) fraude contra credores 
É o vício social na qual consiste em uma pratica de atos de disposição patrimonial 
pelo devedor com o intuito de esvaziar o seu patrimônio e gerar insolvência em 
face de credores, para configuração da fraude são necessário dois requisitos: 
• Diminuição do patrimônio gerando a insolvência 
• Concluio fraudulento que ressalta a má-fé dos envolvidos, ex, remissão de 
dividas, negócios de transmissão gratuita, antecipação do pagamento de 
um credor preterindo os demais, outorga de garantia a um dos credores 
pretendi os demais. 
No entanto se os gastos forem relativos para manutenção do estabelecimento e 
subsistência da família não há má-fé. O prejudicado deve entrar com ação 
pauliana ou revocatória, de natureza desconstitutiva, no prazo decadencial de 4 
anos 
“Para a jurisprudência gera ineficácia do ato, para a doutrina há a 
anulabilidade” 
A fraude contra credores é diferente da fraude a execução pois a fraude a execução 
já está com processo em curso, é tipo penal, e gera ineficácia e não anulabilidade. 
 
 
Direito Civil 
 
 
14 
b) Simulação 
É uma declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do 
indicado com o objetivo de prejudicar terceiros. 
A simulação é causa de nulidade absoluta do negócio e pode ser alegada por 
uma das partes contra a outra. 
• Absoluta é aquela que o negócio não visa produzir efeito, mas sim lesar 
alguém. 
• Relativa é aquela em que as partes criam um negócio jurídico simulado 
para encobrir outro negócio jurídico cujos efeitos são proibidos por lei 
VIII. Prescrição e decadência 
As extinções dos direitos podem ocorrer de duas maneiras: 
• O direito ao exercício de pretensão se não exercido durante certo tempo 
é fulminado pela PRESCRIÇÃO, a pretensão é um direito subjetivo que 
encontra resistência da outra parte exigindo atuação para se realizar 
• Já a DECADÊNCIA é o instituto que destrói os direitos potestativos que 
são aquelas direitos autoexecutáveis que não admitem resistência de 
ninguém. 
As ações declaratórias são imprescritíveis, as ações condenatórias são 
prescritíveis e as ações desconstitutivas ou constitutivas são decadenciais 
1. Prescrição 
É a perda do direito de pretensão, relativa a um direito patrimonial e disponível, 
no prazo previsto em lei, em virtude da inércia do seu titular e manejada por uma 
ação condenatória, envolve apenas direitos objetivos patrimoniais, os 
extrapatrimoniais (direitos de personalidade, por exemplo) são imprescritíveis. 
1.1 Prazos prescricionais 
Prescreve em 10 anos se a lei não lhe der prazo menor 
a) em 1 ano: 
b) 2 anos: 
▪ Pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se 
vencerem 
c) 3 anos: 
▪ Temas envolvendo aluguéis, empresa, ressarcimento de enriquecimento 
sem causa reparação civil 
d) 4 anos: 
▪ Pretensão relativa a tutela, a contar da data da aprovação das contas. 
e) 5 anos. 
▪ Pretensão de cobrança de dívidas liquidas constante de instrumento 
público ou particular 
Direito Civil 
 
 
15 
▪ Pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo 
▪ Pretensão de profissional liberal, procuradores judicias, curadores, 
professores pelos seus honorários, contado o prazo do fim do mandato, 
conclusão dos serviços, fim dos contratos. 
1.2 Prescrição intercorrente 
É aquela que ocorre dentro do processo, no meio do processo 
1.3 causas impeditivas, suspensivas e interruptivas. 
O prazo prescricional se submete, por força de lei, a causas impeditivas, 
suspensivas ou interruptivas. Impeditivas são as que o prazo nem começa a 
contar; suspensivas paralisam o curso do tempo que recomeça de onde parou; 
interruptivas são as que param e começam a contar do zero. 
a) Causas suspensivas ou impeditivas 
• Não ocorre a prescrição entre cônjuges na sociedade conjugal mas corre 
na união estável segundo a doutrina mas pra jurisprudência não corre 
• Entre ascendentes e descentes durante o período familiar, ou seja quando 
o descender for menos de 18 anos sem estar emancipado 
• Entre tutelados e curatelados e tutores e curadores. 
• Não corre contra os absolutamente capazes mas corre contra 
relativamente incapazes 
• Não corre em ações que versem sobre evicção, inexistência de prazo 
vencido e pendencia de condição suspensiva 
• Não corre contra quem defende o brasil no estrangeiro 
A prescrição em favor de um devedor aproveita os devedores solidários se a 
obrigação for indivisível. 
b) causas interruptivas 
É aquela que zera o prazo e começa tudo de novo, a interrupção só ocorre uma 
vez. 
2. Decadência 
A decadência destrói os direitos potestativo, caducidade é o prazo determinado 
para exercer um direito potestativo manejado uma ação constitutiva no prazo de 
4 ou 2 anos, todavia, há casos em que não há prazo decadencial, ex, divórcio. 
Pode ser legal decorrente da lei ou convencional decorre da vontade das 
partes, difere da prescrição pois essa dó decorre da lei 
• Os prazos decadenciais e prescricionais não podem ser alterados 
• A prescrição pode ser renunciada e a decadência convencional também 
• Prescrição e decadência legal pode ser reconhecida de oficio pelo juiz. 
• A decadência, em regra, não suspende nem interrompe 
 
 
 
Direito Civil 
 
 
16 
I. Direito das Obrigações 
Num conceito mais simples, a obrigação é o direito do credor contra o 
devedor. Num conceito mais completo, a obrigação é um vínculo jurídico 
transitório em virtude do qual uma pessoa fica sujeita a satisfazer uma prestação 
econômica em proveito de outra. 
1. Elementos do direito obrigacional 
a) elementos subjetivos: sujeitos ativos e passivos 
São aqueles que titularizam relações de créditos ou débitos. 
b) elemento objetivo: prestação 
A prestação se realiza mediante um elemento concreto, objetivo, material, 
denominado prestação que deve ser licita, possível, certa ou determinada. 
c) elemento imaterial: vinculo jurídico 
Segundo a teoria dualista (majoritária), a relação contém dois vínculos um 
atinente e o dever do sujeito passivo de realizar a prestação, outro de utilizar o 
patrimônio desta para satisfazer o crédito. 
2. Classificação das obrigações 
a) obrigação de dar 
A obrigação de dar é uma prestação consistente na entrega de uma determinada 
coisa mediante tradição ou registro, na obrigação de dar se a coisa perece sem que 
ninguém tenha incorrido em dolo ou culpa, o dono suportará o prejuízo pois 
ninguém deu causa a isso, no entanto se a coisa perecer por causa de alguém a a 
responsabilidade civil por danos morais e materiais, até a tradição pertence ao 
devedor da coisa com os seus melhoramentos e acréscimos, dessa forma por tais 
melhoramentos pode o devedor exigir aumento no preço. 
A obrigação de dar pode ser relativa a coisa certa ou incerta a diferença entre os 
dois está no fato da coisa estar individualizada ou não. Na obrigação de dar coisa 
incerta a coisa será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade cabendo 
ao devedor escolher, concentrar a coisa no momento ajustado, na obrigação de 
dar coisa incerto a coisanunca vai perecer porque ela é justamente incerta. 
b) obrigação de fazer 
Essa obrigação é aquela pela qual o devedor se compromete a realizar 
determinada coisa que pode ser uma obra, serviço, etc. Ela pode ser infungível 
quando a obrigação deve ser feita por determina pessoa, com qualidades, ou 
poder se fungível que é aquela que pode ser feita por outra pessoa. 
Antes de pleitear indenização, o credor tem que pedir o cumprimento desta, não 
sendo possível surgirá a possibilidade de perdas e danos, mas nos casos de 
urgência pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou 
mandar executar o fato e depois ressarci-lo. 
c) obrigação de não fazer 
É a obrigação na qual o agente se abstém de fazer alguma coisa. 
Direito Civil 
 
 
17 
d) obrigações cumulativas e alternativas 
Obrigação cumulativa é aquela que se compõe pela multiplicidade de objetos, 
são aquelas em que o devedor cumpre várias prestações. 
Obrigação alternativa é aquela em que há a multiplicidade de objetos mas o 
devedor somente precisa cumprir uma delas, a escolha a obrigação cabe ao 
devedor se outra coisa não foi pactuada. Se a escolha compete ao devedor e por 
sua culpa ele não cumprir nenhuma das obrigações ele paga o valor da ultima 
coisa que se impossibilitou mais perdas e danos, se a escolha for do credor ele 
pode escolher o valor da prestação que restou ou o valor da outra com perdas e 
danos 
e) obrigações solidárias 
São aquelas em que há multiplicidade de sujeitos no polo ativo ou passivo 
▪ O CC veda o devedor por exceções pessoais indistintas aos credores 
solidários 
▪ Se a prescrição for suspensa em favor de um dos credores, este só aproveita 
os demais se a obrigação for indivisível 
▪ A interrupção da prescrição feita por um credor não aproveita os outros, 
salvo se a obrigação for solidária ativa 
A renúncia a solidariedade se diferencia da remissão, porque na remissão o 
devedor fica totalmente liberado do vínculo sem pagar nada. Ex: A é credor de B, 
C e D na quantia de 6.000 reais, A renúncia a solidariedade em relação a B, B é 
exonerado da solidariedade mas continua obrigado a pagar 2 mil reais, C e D 
continuarão solidários mas no valor de 4 mil reais. 
f) obrigação instantânea e deferida 
Instantânea é a de prestação imediata, deferida se contrai no tempo 
g) Divisibilidade da obrigação 
A obrigação será indivisível quanto sua prestação não puder ser fracionada seja 
em razão da qualidade física do objeto ou apenas por causa da vontade das partes, 
ela somente perde a invisibilidade quando é convertida em perdas e danos. 
h) Obrigações de meio e resultado 
Nas obrigações de resultado o devedor se compromete (e assume os riscos) com 
a ocorrência do resultado ajustado sob pena de responsabilidade civil. As 
obrigações de meio são aquelas em que o devedor não tem como ou não deseja 
de comprometer ao resultado. 
i) Obrigações principais e acessórias 
Principais são as que existem independentemente de qualquer outra. 
Acessórias são aquelas que se derivam das obrigações principais 
j) Obrigação propter rem 
É a obrigação na qual as dívidas da coisas (direito real) seguem o dono. Ex: IPTU, 
dividas de condomínio, etc. 
 
Direito Civil 
 
 
18 
3. Do Pagamento 
a) quem deve pagar (solvens) 
O solvens é aquele que deve ou pode pagar seja o próprio devedor ou o interessado 
e ainda o terceiro não interessado se o fizer a conta do devedor e este não se opor. 
b) quem deve receber (accipens) 
O accipens é aquele em que se deve pagar, é o sujeito para quem se realiza a 
obrigação e tanto pode ser o credor quanto seu representante legal. O credor 
aparente (credor putativo) também é apto a receber e também o portador da 
quitação. 
C) penhora previa 
Se houver penhora decorrente de decisão judicial, o devedor não pode ignorar e 
realizar o pagamento de maneira extrajudicial, porque se o fizer poderá ter que 
pagar de novo (quem paga mal paga duas vezes) 
d) princípios 
▪ Exatidão: O Credor tem que receber o que foi pactuado, não é obrigado a 
receber coisa diversa ainda que mais valiosa. 
▪ Identidade física da coisa: se a coisa for divisível não pode o credor ser 
obrigado a receber nem o devedor a pagar por partes, se assim não o 
ajustou. 
▪ Nominalismo: as dividas sem ser pagos em dinheiro e em moeda nacional 
e) lugar do pagamento 
O pagamento deve ser efetuado no domicilio do devedor, salvo, se pacturarem 
de maneira diferente, portanto, a divida é quesível (deve ser efetuada no 
pagamento do devedor) mas se pactuada pode ser portável (domicilio do credor) 
▪ Se for dois ou mais lugares designados para pagamento, cabe ao credor 
escolher entre eles 
▪ Se a prestação for um imóvel a dívida se paga no local do imóvel 
4. Formas de extinção da obrigação 
4.1 Consignação em pagamento 
É o procedimento pelo qual o devedor tem o direito de se livrar da obrigação ao 
pagar o débito, o devedor as vezes quer pagar, mas o credor não quer receber, 
então ele consigna o valor ou objeto da prestação em juízo para se livrar da 
obrigação. 
a) hipóteses de cabimento 
▪ Se o credor não puder, ou sem justa causa, recusar a receber o pagamento ou dar 
quitação 
▪ Se o credor não for, nem mandar receber, a coisa no lugar, tempo e condição 
devidos. 
▪ Se o credor for incapaz de receber, for devido, declarado ausente, ou residir em 
lugar incerto 
▪ Se houver dúvida sobre quem é legitimo para receber o pagamento 
▪ Se pender litigio sobre o objeto do pagamento 
Direito Civil 
 
 
19 
b) condição de validade para o pagamento consignatório 
O pagamento consignado deve obedecer a todos os procedimentos previstos no 
pagamento normal. 
c) Especificidade da obrigação de dar coisa certa e incerta 
Se se tratar de entrega de coisa imóvel onde o lugar do pagamento é o lugar onde 
ele se encontra, o devedor pode mandar citar o credor para vir recebe-la, sob pena 
de ser depositada. 
Se na obrigação de dar coisa incerta, a escolha da coisa for do credor ele é 
intimado para que o faça em cinco dias sob pena de recair o direito para o 
devedor que vai escolher a coisa e consigna-la 
4.2. Sub-Rogação. 
Transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação ou 
emprestou o necessário para solve-la, a dívida extinta para o credor originário, se 
subsiste para o devedor que passa a ter por credor, investido nas mesmas 
garantias, aquele que lhe pagou ou permitiu pagar a dívida. 
4.3. Dação em pagamento 
É um meio de satisfação do credor, que aceita receber prestação diversa do que 
lhe é divida 
Requisitos: 
▪ Dívida vencida 
▪ Consentimento do credor 
▪ Entrega de uma prestação diversa da que era devida 
▪ Animus solvendi (intenção de pagar) caso contrário será mera 
liberalidade. 
A ocorrência de evicção na dação restabelecerá a obrigação primitiva. 
4.4. Novação 
É quando as partes criam uma obrigação nova destinada a substituir e extinguir 
a anterior, a novação se dá sempre por vontade das partes. 
Requisitos 
▪ Existência de uma obrigação anterior 
▪ Intenção de novar 
▪ Criação de uma obrigação nova 
O CC diz que se a obrigação anterior for anulável poderá ser novada sem o menor 
problema, mas as obrigações nulas ou extintas não podem ser nováveis. 
Renegociação de uma dívida também não é novação porque não se cria uma nova 
obrigação 
Espécies 
▪ Objetiva: As mesmas partem constituem a obrigação nova 
▪ Subjetiva: Opera-se a mudança não do objeto mas dos sujeitos 
 
Direito Civil 
 
 
20 
Existem dois instrumentos que realizam a novação subjetiva, são eles: 
▪ Delegação: Todos os envolvidos participam do ato novatório 
▪ Expromissão: O devedor novo se integra na nova obrigação sem anuência 
do devedor antigo 
4.5. Compensação 
Se duas pessoas forem aomesmo tempo credor e devedor uma da outra, seus 
créditos e dividas se extinguem até onde se compensarem. 
Requisitos para a compensação legal 
▪ Reciprocidade das dividas 
▪ Liquidez das dividas 
▪ Vencimento da divida 
▪ As dividas devem ter o mesmo objeto, ex: dinheiro por dinheiro 
4.6 Imputação ao pagamento 
É a especificação de qual entre dois ou mais débitos da mesma natureza, positivos 
e vencidos e devidos a um só credor, está sendo quitado naquela oportunidade. 
São Requisitos: Igualdade entre credor e devedor e liquidez e vencimento de 
dividas de mesma natureza 
Salvo anuência do credor, o devedor não poderá imputar o pagamento em dívida 
cujo montante seja superior ao valor ofertado, o parcelamento do debito só é 
permitido quando convencionado 
• Prioridade para os juros vencidos 
• Prioridade para as liquidas e vencidas anteriormente, em detrimento dos 
recentes 
• Prioridade para as mais onerosas, em detrimento das mais vultuosas se 
vencidas e liquidas ao mesmo tempo 
4.7 Confusão 
A confusão ocorre quando as qualidades de credor e devedor são reunidas numa 
só pessoa, assim a extinção da obrigação é obviamente extinta. A confusão pode 
ser total ou parcial e há ainda a confusão impropria que ocorre quando se não se 
extingue a obrigação primitiva, mas somente a acessória. 
4.8 Remissão 
Remissão é o perdão da dívida sem prejuízo de terceiro, mas pode o devedor 
recusar a este. 
Requisitos 
▪ Animo de perdoar 
▪ Aceitação do perdão 
A remissão pode ser expressa ou tácita, verbal ou escrita, total e parcial 
 
 
Direito Civil 
 
 
21 
5. Transmissão das obrigações 
5.1 Cessão de crédito 
Negócio jurídico pelo meio do qual o credor (cedente) transmite total ou 
parcialmente o seu crédito a um terceiro (cessionário) mantendo-se a relação 
obrigacional primitiva, exceto cessão de direito a alimentos e outras proibidas. 
▪ Cessão de direitos hereditários é permitido 
▪ Para ter efeito em relação ao devedor exige-se a notificação dele, que será 
considerado notificado se der ciência em instrumento publico ou 
particular 
▪ Na cessão pro-soluto o cedente somente garanta o crédito não garante 
que o devedor vá cumprir a obrigação, sendo a cessão gratuita e de boa fé, 
imaginando existir o crédito, nada ocorre. Se agir de má-fé responde pelo 
crédito 
▪ Na cessão pro-solvendo o credor garante o pagamento do devedor se 
tornando responsável pelo pagamento caso o devedor não cumpra 
5.2 Cessão de dívida ou assunção de divida 
O devedor, com expresso consentimento do credor, transmite a um terceiro a sua 
dívida, o silencio do credor importa recusa. Se o novo devedor for insolvente ao 
tempo da assunção e o credor ignorava isso o antigo devedor continuará 
respondendo pela dívida. 
Requisitos 
▪ Existência de uma obrigação valida 
▪ Anuência expressa do credor 
▪ Substituição do devedor, mantendo a mesma obrigação 
5.3 Cessão de contrato 
O concedente aqui transfere sua posição no contrato (compreendendo direitos e 
débitos) a um terceiro (cessionário) desde que haja consentimento da parte 
contraria. 
Requisitos 
▪ Ausência da parte contraria 
▪ Integralidade da cessão 
▪ Celebração de um negócio jurídico entre cedente e cessionário 
6. Sinal ou arras 
Disposição contratual pela qual uma das partes entrega, a outra, dinheiro ou bem 
móvel para assegurar o cumprimento da obrigação. São de duas espécies 
a) Arras confirmatória ou “sinal”: A entrega do numerário ou do bem móvel 
como sinal marcará o inicio da execução do contrato de maneira a não se admitir 
o arrependimento posterior, se houver descumprimento do contrato a regra 
geral, é a perda do sinal em favor da parte inocente, ou seja o valor é restituído a 
parte que deu o sinal, podendo ainda pedir perdas e danos e exigir o cumprimento 
do contrato 
Direito Civil 
 
 
22 
b) Arras penitenciais: São aquelas que garantem o direito ao arrependimento 
tendo função indenizatória, quem conferir arras e após desistir as perderá para a 
outra parte. Se quem recebeu desistir do negócio as arras serão pagas em dobro 
7. Mora ou inadimplemento relativo 
O inadimplemento pode ser total (absoluto) quando se tem a total inutilidade da 
prestação, ou parcial (relativo) quando a prestação pode e deve ser executada. 
O inadimplemento relativo é chamado mora 
7.1 Espécies 
a) mora do devedor 
Ocorre quando este retarda culposamente o cumprimento da obrigação, para que 
aconteça alguns requisitos devem estar presentes 
▪ Existência de uma dívida liquida e certa 
▪ Vencimento da divida 
▪ Culpa do devedor, culpa subjetiva, depende de dolo ou culpa 
▪ Viabilidade no cumprimento tardio da obrigação 
A mora do devedor pode ser automática, mora ex re, ou ainda, mora ex 
persona, quando é necessária interpelação. 
Efeitos da mora: 
▪ Responde o devedor pelo prejuízo que sua mora causar, mais juros, 
atualização monetária e honorários do advogado 
▪ Tem responsabilidade pelo risco integral da coisa ainda que seja acidental 
b) mora do credor 
Quando o credor sem justificativa, recusa-se ao pagamento ele incorre em 
inadimplemento obrigacional, o principal efeito é a responsabilidade pela 
conservação da coisa e fica obrigado a ressarcir as despesas empregadas na coisa. 
8. Clausula Penal 
A clausula penal é um pacto acessório onde são firmados, previamente, as 
consequências jurídicas do descumprimento culposo da obrigação principal 
9. Juros 
Os juros são um fruto civil, correspondente ou a remuneração devida ao credor 
pela utilização do seu capital ou a mora, nos juros remuneratórios compensa-se 
o credor pela utilização de seu capital e nos juros moratórios compensa-se o 
credor em decorrência do atraso do pagamento. 
Quando os juros moratórios não forem convencionados ou o forem sem taxa 
estipulada ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a 
taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devido a fazenda 
nacional 
 
 
Direito Civil 
 
 
23 
II. Teoria Geral dos contratos 
1. Princípios do direito contratual 
a) Princípio da autonomia da vontade ou privada 
É o princípio que afirma o poder às partes de dispor de seus próprios interesses 
mediante acordos. A vontade dos contratantes tem eficácia jurídica, devendo ser 
respeitada, uma grande limitação deste princípio é a proteção da parte mais fraca 
na relação contratual, bem como o princípio da supremacia da ordem pública, a 
moralidade e o princípio da boa-fé objetiva. A ausência de plena consciência entre 
os contratantes também é um delimitador da autonomia da vontade, pois são 
anuláveis os contratos eivados de erros, dolo e outros defeitos 
b) princípio da relatividade 
O contrato faz lei entre as partes e os obriga. No entanto, somente as partes de 
uma determinada obrigação assumida é que podem sofrer os efeitos daquela 
contratação. O princípio da relatividade decorre do princípio da autonomia da 
vontade, pois somente aqueles que a manifestam ficam vinculados ao contrato. 
Declaração de vontade alheia não afeta terceiros ou seus patrimônios. 
Tal princípio, porém, somente se mostra coerente com o modelo clássico de 
contrato. O Código Civil abalou essa visão, posto que não concebe mais o contrato 
apenas como instrumento de satisfação de interesses pessoais do contratante, 
conferindo-lhe função social. A consequência disto é possibilitar que terceiros 
que não são parte do contrato possam nele influir em razão de serem direta ou 
indiretamente afetados por ele 
• Estipulação em favor de terceiro: é um contrato que é estipulado em 
favor de terceiro, o terceiro pode exigir o cumprir do contrato o estipulante 
também pode e o terceiro pode ser substituído a qualquer hora 
independentemente de anuência. 
• Promessa de fato a terceiro: Aquele que tiverprometido fato de terceiro 
responderá por perdas e danos, quando este não executar, tal 
responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, 
dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime 
do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus 
bens e por fim, nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por 
outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação 
• Contrato com pessoa a declarar: a pessoa a declarar é aquela que deverá 
assumir os direitos e as obrigações decorrentes da avença, ocorre quando 
alguém contrata com o escopo de futuramente indicar pessoa que irá assumir 
os direitos e obrigações, a indicação deve ser feita no prazo de 5 dias o 
contrato só vai obrigar as partes originarias se não houver indicação da 
pessoa, e se o nomeado se recusar a receitar e ainda se o nomeador for 
insolvente e a pessoa desconhecia isso no momento da insolvência. 
 
 
 
 
Direito Civil 
 
 
24 
c) princípio da força obrigatória do contrato 
Este princípio encontra seu pilar de sustentação na ideologia que norteia o “pacta 
sunt servanda”. Segundo este princípio, o contrato é lei entre as partes. O 
descumprimento do contrato implica, via de regra, em sanções de ordem 
pecuniária. Existem riscos inerentes a pessoa humana e outros que são 
imprevisíveis. Acontecendo algo imprevisível, o juiz será o responsável pela 
revisão contratual para restabelecer o equilíbrio. 
Exceção a esse princípio é a teoria da revisão no qual um fato superveniente 
desequilibra a base econômica contratual com extrema vantagem para uma das 
partes. São requisitos: 
• Contrato comutativo (oneroso e bilateral) e de duração continuada 
• Superveniência de circunstancias extraordinária e imprevisível 
• Alteração da base econômica objetiva do contrato com extrema 
vantagem a uma das partes e onerosidade para a outra, aqui é 
possível a revisão ou resolução do contrato desde que haja anuência e que a 
alteração não se deu por alea que estava prevista no contrato. Mas pela teoria 
da onerosidade excessiva prevista no CDC, pode haver uma revisão no 
contrato sem a anuência do beneficiado. 
2. Contrato Preliminar 
O contrato preliminar também conhecido como pré-contrato é um pacto através 
do qual as partes de comprometem a celebrar posterior contrato futuro, o pré-
contrato é considerado contrato porque ele tem força coercitiva. 
O contrato preliminar deverá conter todos os requisitos do definitivo a exceção 
da forma, o contrato preliminar é – em regra – irretratável salvo se possuir 
clausula de arrependimento, o contrato preliminar deve ser levado ao registro 
competente e por ser irretratável se uma das partes se negar a cumpri-lo a outra 
pode requerer judicialmente seu cumprimento. 
3. Vícios redibitórios 
O vicio redibitório é um defeito, presente em contrato comutativo que diminui o 
valor ou prejudica a utilização da coisa alienada, o defeito tem que existir 
anteriormente a tradição, acompanhar a coisa após sua entrega e ter 
a sua descoberta posteriormente. 
Uma vez descoberto o vício, o adquirente pode lançar mão de uma das ações 
edilícias: ação redibitória ou estimatória, não sendo possível serem cumuladas. A 
ação redibitória resolve (desfaz) o contrato, rejeita-se a coisa para obter o 
dinheiro de volta e a ação estimatória visa reduzir o valor da aquisição da coisa 
por conta do vício, a culpa não é prevista, mas se houver torna-se possível 
cumular a resolução ou diminuição de valores com perdas e danos 
Tratando-se de vicio de fácil constatação o prazo será de 30 dias quando for 
bem móvel e 1 ano quando for bem imóvel, esses prazos são contados da 
entrega efetiva e se o adquirente já estava na posse da coisa os prazos serão 
reduzidos pela metade e contados da alienação. 
Direito Civil 
 
 
25 
Se tratar de vicio de difícil constatação (vício oculto) o prazo será de 180 dias 
para bens moveis e 1 ano para bens imóveis, aqui os prazos são contados da 
descoberta do vício e não da data da entrega ou alienação. 
• Os prazos referentes ao vicio redibitório não correm enquanto não finalizado 
o prazo de garantia, subsistindo o adquirente, nesse prazo, a obrigação de 
comunicar a existência do vício no prazo de 30 dias, sob pena de decadência. 
4. Exceção do contrato não cumprido 
É uma situação de defesa na qual a parte demandada diz que deixou de cumprir 
porque a outra parte ainda não satisfez a obrigação correspondente. 
• Existência de um contrato bilateral sinalagmático 
• Demanda de uma das partes pelo cumprimento pactuado 
• Prévio descumprimento da prestação pelo demandante 
5. Evicção 
É a perda da propriedade, posse ou uso de um bem que é atribuído a terceiro por 
força de sentença judicial. Desta forma, pode-se afirmar que ela consiste na perda 
total ou parcial de uma coisa em consequência de uma reivindicação judicial 
promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor. A evicção independe de cláusula 
expressa e opera de pleno direito, já que deriva diretamente do contrato. A 
evicção é formada pelo alienante, pelo adquirente ou evicto (pessoa que perde a 
posse) e pelo terceiro ou evictor (pessoa que prova direito anterior) 
▪ A clausula de garantia da evicção pode ser reforçada, diminuída ou excluída 
▪ A evicção subsiste ainda que a aquisição tenha se dado em hasta publica 
6. Extinção dos contratos 
a) resolução: É o desfazimento contratual em caso de inadimplemento, a 
exemplo da imprevisão, exceção de contrato não cumprido e vícios redibitórios, 
o inadimplemento é combatido pelo pleito especifico (tutela especifica) de 
cumprimento ou pedido de resolução e podendo ainda ser cumulado com pedido 
de perdas e danos 
b) resilição: É o desfazimento contratual por simples manifestação de vontade 
de uma partes (resilição unilateral ou denuncia) ou de ambas as partes (resilição 
bilateral ou distrato) a resilição unilateral somente pode ser feita se a lei permite 
e a resilição bilateral não exige isso. 
c) rescisão: É o desfazimento do contrato por fato concomitante ou posterior a 
sua formação 
III. Contratos em espécie 
1. COMPRA E VENDA 
Pelo contrato de compra e venda um dos contratantes se obriga a transferir o 
domínio de certa coisa e o outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro 
 
 
Direito Civil 
 
 
26 
1.2 Elementos da compra e venda 
A) Consentimento 
Os contratantes devem ser capazes de modo que o consentimento livre ocorra 
tanto sobre a coisa, como sobre o preço. 
▪ Compra e venda entre ascendentes e descendente: É anulável vende 
de ascendente a descendente salvo se os outros descendentes e o cônjuge do 
alienante concordarem, prazo decadencial para anular é de 2 anos. 
▪ Compra e venda entre marido e mulher: É licita a compra e venda entre 
cônjuges a bens excluídos da comunhão, ou seja, é nula a venda de bem que 
já integra a comunhão 
▪ Compra e venda sem consentimento do cônjuge: Não se aplica a união 
estável, a ausência da referida outorga acarreta anulabilidade do negócio 
sendo 2 anos o prazo decadencial para ajuizamento, contados do termino da 
sociedade conjugal se o cônjuge for fisicamente incapaz ou a negativa for 
injustificada o consentimento é dispensado 
▪ Tutores, curadores, testamenteiros: Veda-se aquisição de bens pelos 
tutores, curadores, testamenteiros, e outras pessoas responsáveis por cuidar 
do patrimônio de certos vendedores. 
▪ Bens em condomínio: São aqueles em que duas ou mais pessoas são donos 
da coisa, há um direito de preferência na hipótese de alienação, a preferência 
será do condômino com o maior número de benfeitorias ou maior quinhão. 
b) Preço 
O preço deve ser certo, determinado ou determinável, nunca poderá ser vil sob 
pena de revelar uma doação camuflada em compra e venda, o preço deve ser 
expresso emdinheiro, ante o princípio do nominalismo, e deve ser pago em 
moeda nacional sendo vedada ouro ou moeda estrangeira 
c) objeto 
a coisa pode ser qualquer bem, móvel ou imóvel material ou imaterial, atual ou 
futuro se for futuro o contrato de compra e venda só terá efeitos se a coisa vier a 
existir 
1.2 efeitos do contrato de compra e venda 
▪ A coisa deve ser entregue no local onde a venda foi realizada 
▪ Se a venda não for a credito o vendedor não é obrigado a entregar a cosia 
antes de receber o preço 
▪ Os riscos da coisa correm por conta do devedor e os do preço pelo 
comprador 
▪ Despesas da escritura cabem ao comprador e da tradição ao devedor 
1.3 Situações especiais de compra e venda 
a) venda por amostras 
Se a venda se realizar a vista de amostrar, protótipos ou modelos, entende-se que 
o vendedor assegura ter as qualidades que a elas correspondem sendo possível a 
celebração deste negócio, se houver diferenças entre a qualidade da coisa 
entregue e a da amostra deve prevalecer a da amostra. 
Direito Civil 
 
 
27 
b) venda ad mensura e ad corpus 
A venda ad mensura é a venda por medida ou metragem, ocorre quando o 
preço é estipulado de acordo com a medida de extensão, se modo que se exta não 
corresponder as dimensões apresentadas o comprador tem o direito de exigir o 
complemento de área, o abatimento do preço ou a resolução do contrato. 
▪ Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, 
quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total 
enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais 
circunstâncias, não teria realizado o negócio. 
▪ Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para 
ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, 
completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso. 
A venda ad corpus se adquire o corpo independentemente do tamanho. 
1.4 clausulas especiais da compra e venda 
a) retrovenda 
O vendedor de uma coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobra-la no prazo 
máximo decadencial de três anos restituindo o preço recebido e reembolsando 
as despesas do comprador, é uma clausula que acarreta a recompra. 
b) clausula de venda a contento x venda sujeita a prova 
A venda feita a contento é a venda submetida a uma condição, agradar o 
comprador. Esta cláusula, caso inserida pelas partes, permite desfazer o contrato 
se o comprador não gostar da coisa adquirida 
A venda a contento tem duas espécies: a) suspensiva: nesta venda a contento o 
comprador não paga o preço e adquire a coisa por empréstimo. Se gostar paga o 
preço e adquire a coisa, se não gostar devolve sem dar explicações. Como a coisa 
é do vendedor, se a coisa perecer enquanto o comprador experimenta, o prejuízo 
será do vendedor. B) resolutiva: nesta segunda espécie, o comprador paga o preço 
e adquire a coisa como dono, se não gostar devolve a coisa, desfaz a compra e 
exige o dinheiro de volta. Caso a coisa venha a perecer durante a prova o prejuízo 
aqui será do comprador. Se as partes não estipularem prazo para a prova do bem, 
o vendedor deverá intimar o comprador para se manifestar. 
Já a venda sujeita a prova, é uma espécie de modalidade da venda a contento, 
diferenciando-se desta por ser um pouco mais específica, já que o comprador só 
pode rejeitar o objeto da venda se este não apresentar as mesmas qualidades e 
finalidades garantidas pelo vendedor. 
c) preempção, prelação ou preferencia 
A preempção constitui clausula especial em que o adquirente assume a 
obrigação de dar preferência ao vendedor originário na hipótese de nova venda, 
notificando-o no prazo de 30 dias, vale tanto para moveis quanto imóveis. 
 
 
Direito Civil 
 
 
28 
Se o comprador decidir futuramente o bem deve preferir como comprador o 
antigo proprietário no prazo de 180 dias se for bem móvel e 2 anos para bem 
imóvel, pagando-se o preço da coisa e responderá por perdas e danos se alienar a 
coisa sem ter dado ciência ao comprador, o adquirente responde solidariamente 
se tiver agido de má-fé. 
d) venda com reserva de domínio 
Na venda de coisa móvel pode o vendedor reserva para si a propriedade até que o 
preço esteja integralmente pago, recebido o pagamento integral transfere-se o 
bem. 
e) venda sobre documentos 
na venda sobre documentos a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu 
título representativo e dos outros documento exigidos pelo contratado. 
2. CONTRATO DE DOAÇÃO 
Consiste no contrato pelo qual o doador compromete-se a transferir um bem de 
sua propriedade ou vantagens para o patrimônio de outrem, o donatário. Trata-
se de contrato em regra unilateral, já que apenas o doador assume uma obrigação; 
gratuito, porque o donatário aumenta seu patrimônio sem qualquer ônus; e 
consensual, pois é necessário que o donatário aceite a coisa doada. A doação 
poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular 
2.1 Situações especiais 
A) doação de ascendente para descendente: a doação de ascendente para 
descendente gera presunção de antecipação da herança, então é vedado. 
b) doação onerosa: é a doação com modo ou encargo ou doação de bem grava 
que impõe obrigação ao donatário, se o donatário não cumprir o encargo a doação 
é nula 
c) doação remuneratória: é a doação feita em retribuição a serviço prestado 
pelo donatário, mas inexigível, aqui é possível alegar vicio redibitório e não é 
possível revogar por ingratidão 
d) doação conjuntiva: é aquela doação que se faz em favor de duas ou mais 
pessoas simultaneamente, a morte de um dos donatários não transfere ao outro 
donatário transfere aos seus herdeiros 
e) doação inoficiosa: é a realizada sobre um bem ou bens que deviam ser 
resguardados em favor de herdeiros necessário, a hipótese é de nulidade absoluta 
naquilo que exceder. 
f) doação universal: É nula toda a doação de todos os bens sem reserva de 
parte, ou renda suficiente para subsistência do doador 
g) doação com clausula de reversão: o doador pode reverter os bens para si 
se ele (doador) sobreviver ao donatário, é proibida a reversão em favor de 
terceiro. 
h) doação em favor de entidade futura: É possível realizar doação para 
constituir pessoa jurídica futura como uma fundação, por exemplo, desde que 
isso ocorra dentro de dois anos sob pena de caducidade 
Direito Civil 
 
 
29 
i) doação ao nascituro: a doação ao nascituro é valida desde que seja aceita 
pelo seu representante legal, e ainda a prole eventual, assim a concepção deve 
ocorrer até o prazo máximo de 2 anos, decorrido o prazo o bem retorna para os 
herdeiros 
j) doação propter nuptias: é permitida a doação em face de casamento futuro 
com determina pessoa 
k) doação entre cônjuges: Em regra é permitido, mas não é possível a doação 
no regime de comunhão universal, salvo se referir aos bens excluídos da 
comunhão. 
2.2 Revogação da doação 
Em regra, a doação é irrevogável ou irretratável, mas é possível invalidar o 
contrato de doação diante de vícios de consentimento. A doação pode ser 
revogada por descumprimento do encargo e por ingratidão, todavia, a ingratidão 
não atinge as hipóteses de doação onerosas, com encargo e contemplação a 
determinado casamento. 
Hipóteses de ingratidão: 
▪ Se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de 
homicídio doloso contra ele; 
▪ Se cometeu contra ele ofensa física; 
▪ Se o injuriou gravemente ou o caluniou; 
▪ Se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este 
necessitava. 
3. CONTRATO DE LOCAÇÃO DAS COISAS 
No contrato de locação uma das partes se obriga a ceder a outra, por tempo 
determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa 
retribuição 
3.1 Obrigações do locador 
▪ Locador resguardará o locatáriode esbulho e turbações de terceiros 
▪ Responde pelos vícios ou defeitos antes da locação 
▪ Garante durante o contrato o uso pacifico e manso do locatário 
3.2 obrigações do locatário 
▪ Locatário não pode alterar a finalidade da coisa 
▪ Restituir a coisa ao fim da vigência 
▪ Pagar aluguel 
3.3 alienações da coisa alugada na locação de imóveis urbanos 
É possível alienar um objeto que está alugado, mas o locatário tem direito de 
preferência na alienação, ele deve ser notificado sobre a intenção de venda e 
condições de pagamento, caso isso seja desrespeitado o locatário tem direito a 
adjudicação compulsaria, depositando o preço e reavendo a coisa para si, desde 
que: 
 
Direito Civil 
 
 
30 
▪ O contrato de locação esteja registrado há pelo menos 30 dias antes da venda 
▪ O direito a adjudicação compulsória seja exercido no prazo máximo de 6 
meses após a referida venda 
Se não houver registro do contrato subsiste o direito de preferência que acaso 
desrespeitado gera ao locatário mera ação de perdas e danos. 
Se o locatário não quiser comprar a coisa, é necessário esperar o fim do prazo 
determinado, se for por prazo indeterminado o locatário apenas pode ser retirado 
desde que haja aviso prévio de 90 dias. 
3.4 Direito de indenização e retenção na locação de imóveis urbanos 
Só serão indenizáveis as benfeitorias necessárias independente de autorização e 
as benfeitorias uteis que forem autorizadas. Quanto as voluptuárias podem ser 
levantadas desde que não estrague a estrutura da coisa principal 
3.5 Sublocação, empréstimo ou cessão 
A sublocação, o empréstimo ou a cessão, sempre dependerão do consentimento 
prévio e escrito do locador, o qual não se presume. E deve haver notificação com 
prazo mínimo de 30 dias, da intenção de sublocar. 
4. Contrato de empréstimo 
Contrato de empréstimo é o contrato pelo qual uma das partes entrega à outra 
coisa fungível ou infungível, com a obrigação de restituí-la. Pode ser dividido em 
dois: contrato de mutuo, relativo aos bens fungíveis e de comodato, relativo 
aos bens infungíveis. 
4.1 Comodato 
Comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis". É um contrato 
unilateral por meio do qual uma pessoa empresta a outrem coisa infungível, a 
título gratuito, para que esta use o bem e depois o restitua. É classificado como 
empréstimo de uso, enquanto o mútuo é considerado empréstimo de consumo. 
Tal restituição deve ser procedida no tempo acordado pelas partes. 
Não poderão firmar comodato os tutores, curadores e demais administrador de 
patrimônio alheio nas hipóteses e especificidade ali indicada e por razões 
intuitivas 
▪ As hipóteses de caso fortuito ou força maior não se aplicam ao comodato. 
▪ O comodatário deve usar, guardar e conservar a coisa e devolve-la no 
tempo aprazado 
4.2 Mútuo 
Mútuo é o contrato de empréstimo de coisas fungíveis, por meio do qual o 
mutuário obriga-se a restituir ao mutuante a coisa dada em empréstimo do 
mesmo gênero, quantidade e qualidade, não sendo exigido que se restitua a 
mesma coisa emprestada. Considera-se como um empréstimo para consumo, 
pois o mutuário pode consumir, usar, alienar o bem dado em empréstimo, desde 
que devolva outro respeitando as mesmas características. 
Direito Civil 
 
 
31 
Se ocorrer um empréstimo para consumo (mútuo) em face de um menor, aquele 
que emprestou (mutuante) sem autorização do representante legal do menor 
(mutuário) estará proibido de reaver a coisa do menor e dos seus fiadores. 
5. CONTRATO DE DEPÓSITO 
Contrato pelo qual o depositário recebe objeto móvel do depositante para guardá-
lo e restituí-lo quando solicitado, é da essência do contrato a não utilização da 
coisa pelo depositário, sob pena de se configurar contrato de mutuo o comodato 
se a coisa for móvel ou contrato de locação de a coisa se der mediante 
remuneração. 
5.1 Espécies de depósito 
a) depósito voluntário: decorre do acordo entre as partes, como nos 
supramencionados exemplos; 
▪ Regular, quando for bens infungíveis 
▪ Irregular, quando for bens fungiveis 
b) depósito necessário: é imposto pela lei 
▪ O que se faz em desempenho de obrigação legal; 
▪ O que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a 
inundação, o naufrágio ou o saque. 
c) deposito do hospedeiro: decorrente da guarda de bens moveis pelos hotéis 
e estabelecimentos do gênero, quando há responsabilidade do hoteleiro para com 
as bagagens dos hospedes. 
IV. Responsabilidade Civil 
Responsabilidade civil é o dever de reparar os danos provocados numa situação 
onde determinada pessoa sofre prejuízos jurídicos como consequência de atos 
ilícitos praticados por outrem. 
▪ As instancias cíveis e penais são autônomas não se comunicam, no entanto 
isso é relativizado nas hipóteses em que a decisão penal tem efeitos na esfera 
cível, que são: ausência de materialidade do fato e negativa de autoria 
1. Elementos gerais e necessários 
a) conduta humana 
É o comportamento do homem motivo pela vontade causador de um dano a 
outrem, essa conduta tem que ser voluntaria. A omissão que seja uma mera 
abstenção não é capaz de gerar por si só um dano, a omissão só enseja 
responsabilidade se a pessoa tinha o dever de agir e não agiu. 
b) nexo de causalidade 
A obrigação de indenizar depende de um nexo causal entre a conduta e o 
resultado danoso 
 
 
Direito Civil 
 
 
32 
c) dano ou prejuízo 
É a lesão a um interesse jurídico tutelado, patrimonial ou extrapatrimonial, 
causado por ação ou omissão do sujeito infrator. O dano pode ser material ou 
moral, material é aquele que incorre no patrimônio da pessoa e moral é aquele 
que não tem cunho econômico, está mais na seara dos direitos da personalidade 
da pessoa 
Para que o dano seja indenizável são necessários os seguintes requisitos: 
▪ Violação de um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial de uma 
pessoa física ou jurídica 
▪ Certeza do dano, o dano tem que ser certo e efetivo 
▪ Subsistência do dano, se o dano já foi reparado não há mais responsabilidade 
civil, o dano deve existir no momento da sua exigibilidade em juízo 
2. Espécies 
A) a depender da norma jurídica violada 
▪ Contratual: decorre de inadimplemento contratual 
▪ Extracontratual ou aquiliana: é a violação de um dever geral de conduta 
imposto a todos 
b) a depender da presença de culpa 
▪ Responsabilidade civil subjetiva: decorre de um ato ilícito culposo, e a 
culpa pode ser tanto o dolo quanto a culpa do viés da negligencia, 
imprudência, imperícia 
▪ Responsabilidade civil objetiva: decorre de um ato antijurídico, não 
sendo exigida a presença do elemento culpa 
3. Causas excludentes da responsabilidade civil 
a) caso fortuito ou força maior 
São causas que excluem a responsabilidade civil a que decorrer de evento não 
imputável ao suposto causador do dano, seja imprevisível seja inevitável, força 
maior é um inevitável evento da natura e caso fortuito é o imprevisível evento 
humano. 
b) estado de necessidade e legitima defesa 
O estado de necessidade consiste na situação de agressão a um direito alheio 
de valor jurídico igual ou inferior aquele que se quer preservar, visando a remoção 
de um perigo atual ou iminente, não legitima defesa o agente reage a uma 
agressão injusta atual ou iminente utilizando os meios necessários. Atuando o 
agente em estado de necessidade ou legitima defesa e atingindo interesse de 
terceiro inocente, este deverá ser indenizado, cabendo ação regressiva em face do 
causador do perigo ou da agressão. 
c) estrito cumprimento do dever legal 
Decorre do cumprimento do dever legal, exemplo: policial que arromba uma 
porta 
 
Direito Civil 
 
 
33 
d) culpa exclusiva da vitima 
a atuação culposa da vítima tem o poder de romper o nexo causal excluindo a

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