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Processo Penal 1 I. Princípios do Processo Penal 1. Princípios Constitucionais a) Presunção de inocência: Ninguém é considerado culpado sem uma sentença transita em julgada que o condene. b) Igualdade processual: Todos são iguais perante a lei e devem ter, em juízo, as mesmas oportunidades de fazer valer o seu direito e ser tratadas igualmente, na medida das suas igualdades, desigualmente na medida das suas desigualdades. c) Ampla defesa: O réu tem uma seríe de instrumentos para provar a sua defesa, esse princípio se divide em: • Autodefesa: Defesa promovida pessoalmente pelo réu, sem procurador, sendo geralmente no seu interrogatório • Defesa Técnica: É a defesa promovida por um defensor técnico, sendo ela indisponível, ou seja, o réu não pode renunciar a defesa técnica. Se ele não constituir advogado o Juiz vai nomear um d) Plenitude da defesa: É o princípio relacionado ao tribunal do júri e tem conexão com a ampla defesa, permite que no júri o réu use todas as maneiras disponíveis para propor sua defesa. e) Prevalência do interesse do réu, ou favor rei ou favor libertatis: Havendo duvida entre o direito de punir e o direito de liberdade, deve-se privilegiar o direito de liberdade do réu, todavia, esse principio não tem efeito na fase de denuncia e de prolatação da sentença no tribunal do júri pois se aplica o principio do in dubio pro societate. f) bilateralidade da audiência: Ambas as partes tem direito a se manifestar sobre qualquer fato alegado ou prova produzida pela parte contrária. g) juiz natural: A lei define previamente a competência do juiz para julgar tal crime, é algo que já está previsto na lei, antes até da ocorrência do crime. h) vedação das provas ilícitas: no processo penal são inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos, provas ilícitas são aquelas que violam as normas constitucionais e legais i) devido processo legal: ninguém será privado da sua liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal, ou seja, para que ocorra uma privação de liberdade deve ocorrer todo aquele processo previsto em lei. 2. Princípios Constitucionais implícitos a) ninguém está obrigado a produzir prova contra si: O acusado não é obrigado a produzir provas contra si, por isso ele pode realizar uma serie de coisas, ficar em silêncio na audiência, não fazer exame de DNA, não fazer bafômetro etc... b) iniciativa das partes: a ação penal cabe exclusivamente ao MP e as partes, se for condicionada cabe ao MP podendo ser subsidiariamente as partes, se for privada cabe diretamente as partes, ao juiz, de oficio, é vedado instaurar a ação penal, c) Principio da correlação: O Juiz quando for preferir a sentença tem que se basear exclusivamente no que está descrito nos autos, ou seja, só pode se basear no que de fato aconteceu, a sentença tem que ter correlação com os fatos. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 2 d) vedação da dupla punição pelo mesmo fato: Esse princípio impede que a pessoa seja processada duas vezes pelo mesmo fato, ou ser processado pelo mesmo fato quando já foi absolvido por sentença transitada em julgado. 3. Princípios exclusivos do Processo Penal a) Busca da verdade real: o direito penal por se tratar de privação de liberdade, necessita da maior quantidade de provas possíveis, por isso esse processo traz a necessidade de buscar a verdade real ou material dos fatos, assim o juiz tem uma maior iniciativa probatória. b) Principio da oralidade: Em algumas etapas do processo, a palavra oral deve prevalecer sobre a palavra escrita como forma de promover os princípios da concentração, da imediatidade e da identidade física do juiz c) Concentração, imediatidade e identidade física do juiz: o princípio da oralidade enseja esses outros três princípios, a saber: • Concentração: Toda colheita de prova e o julgamento deve ocorrer em uma única audiência. • Imediatidade: O magistrado deve ter contado direto com a prova produzida • Identidade física do juiz: Consiste no fato de que o juiz que preside a instrução do processo, colhendo as provas, deve ser aquele que julgará o feito, o vinculando a causa, as exceções a esse princípio são os casos em que o juiz está afastado, licenciado, promovido ou aposentado. d) Da comunhão da prova: Buscando a verdade real uma prova produzida por uma das partes pode ser usada por todos os outros, inclusive pelo juiz e) Impulso oficial: uma vez iniciada a ação penal o juiz deve promover o seu andamento até a sua etapa final II. Aplicação da Lei processual penal no espaço Quanto da aplicação da lei processual penal no espaço, a regra é o princípio da territorialidade, segundo o qual é aplicada a lei processual penal brasileira a todo crime ocorrido em território nacional 1. Exceções a territorialidade São situações em que continuará sendo aplicada a lei penal brasileira mas não vai ser aplicado o código de processo penal a) tratados, convenções, regras do direito internacional: Se o brasil firma um acordo internacional as regras serão regidas pelas regras do tratado ou acordo. b) Jurisdição Política: Em determinados crimes de responsabilidade, não vai ser o judiciário que julgará o fato delitivo e sim o legislativo, então nesses casos o processo respeita as normas do legislativo. c) justiça militar: a justiça militar possui regras próprias e não se aplica o CPP, se aplica o código próprio deles, o Código penal militar, e código de processo penal militar. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 3 III. Aplicação da lei processual penal no tempo Quanto a aplicação da lei processual penal no tempo, a regra geral, a aplicação imediata. Ou seja, a norma processual penal entra em vigor imediatamente pouco importando se é mais gravosa ou não ao réu, embora os atos processuais praticados na vigência da lei anterior sejam válidos. Essa regra comporta uma exceção, o prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para interposição de recurso, será regulado pela lei anterior se o prazo dessa for maior que o estabelecido pela lei nova. 1. Normas processuais penais materiais ou mistas Normas processuais penais matérias ou mistas são aquelas que apesar de estarem no contexto do âmbito processual, tem um forte conteúdo de direito penal, são normas mistas que estão previstas tanto no CP quanto no CPP, são exemplos: perdão, perempção, renúncia, decadência que promovem a extinção de punibilidade do agente, é considerada norma mista aquela relativa a prisão do reu também pois envolve direito material de liberdade. Havendo incidência de norma processual mista é aplicado o princípio da retroatividade da lei mais benéfica. IV. Inquérito Policial É o procedimento preparatório da ação penal de caráter administrativo, conduzido pela polícia judiciaria e voltado a colheita preliminar de provas para apuração a prática de uma infração penal. A polícia judiciária é aquela que voltada para investigação criminal, aquela de caráter repressivo é exercida pela Policia Civil e pela Policia Federal, é a polícia judiciária o órgão responsável pelo inquérito policial Distingue-se da polícia administrativa – a exemplo da polícia militar – pois a polícia administrativa é ostensiva, preventiva, visaevitar a ocorrência de um delito. • Inquérito por crime praticado por juiz ou promotor é presidido pelo órgão da cúpula, Ex: tribunal de justiça • Inquérito parlamentar é presidido pela Comissão parlamentar de Inquérito (CPI) • Inquérito policial militar é presidido pela polícia judiciária militar • STJ admite que o MP pode presidir inquérito, STF está inclinada a concordar. 1. Características do Inquérito a) inquisitivo: No inquérito não há contraditório e ampla defesa, o investigado não participa dele justamente por isso ninguém é condenado com base em prova do inquérito, exceção a isso é se essas provas forem cautelares, não repetitivas e antecipadas. Lei posterior regulou a possibilidade do advogado apresentar razões no curso de qualquer apuração criminal, além de quesitos, sob pena de nulidade absoluta, o advogado também pode pedir a colheita de provas mas cabe a autoridade policial aceitar ou não. b) Inexistência de nulidades: Sendo o inquérito mero procedimento e não ato jurisdicional, os vícios contidos nele não afetam a ação penal que deu origem, a desobediência a formalidades legais (prisão em flagrante, por exemplo, se for ilegal) gera apenas a ineficácia do ato. c) escrito: o procedimento deve ser todo escrito, se for oral deve ser reduzido a termo Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 4 d) sigiloso: o inquérito não está disponível a qualquer um, não é público, nem o próprio investigado tem acesso aos autos, só se estiver com advogado, assim o sigiloso não se aplica ao advogado, além do MP e do Juiz, o advogado não só pode consultar como tirar cópia, mas deve apresentar procuração com poderes para tanto. No entanto a autoridade competente pode delimitar o acesso do advogado aos elementos de provas relacionados a diligências ainda em andamento e ainda não documentado nos autos, quando houver risco de sua eficiência, o advogado pode participar das provas ainda que de forma limitada e tem direito a assistir seu cliente durante a apuração sob pena de nulidade absoluta do interrogatório ou depoimento e por consequência de todos os elementos decorrentes disso, o delegado pode formular pedidos mas o delegado pode indeferir algumas perguntas e ele pode requerer colheita de provas, que vai ser apreciada pelo autoridade, mas não pode requerer diligências. e) Oficialidade: O inquérito deve ser presidido por autoridade oficial do estado, no caso, o delegado de policia. f) oficiosidade: nos crimes de ação penal pública incondicionada, a autoridade tem o dever de proceder a apuração do fato delitivo g) indisponibilidade: autoridade policial não pode arquivar o inquérito. 2. Inicio do inquérito A) de oficio pela autoridade policial: O inquérito é instaurado pela autoridade policial que ira presidi-lo quando tomar conhecimento por causa própria, de um delito. Só se permite a instauração pela autoridade policial se o crime for de ação incondicionada b) Requerimento do ofendido: Ocorre quando o ofendido pede a autoridade para instaurar o inquérito. Na hipótese da autoridade policial indeferir a abertura do inquérito, o prejudicado pode oferecer recurso administrativo dirigido ao chefe de polícia. c) por delação de terceiros (delatio criminis): É quando alguém informa ao delegado acerca da infração penal em que caiba ação penal publica incondicionada d) por requisição da autoridade competente: ocorre quando é feita requisição pelo juiz ou MP e) pela lavratura do auto de prisão em flagrante delito: Pode ser instaurado a partir da prisão em flagrante do investigado. 3. Notitia criminis É a ciência pela autoridade policial de um fato criminoso. Pode ser: • Direta: A própria autoridade policial investigando por qualquer meio toma conhecimento da prática do delito • Indireta: Quando o delegado toma conhecimento por meio de provação de terceiros. 4. Diligências Investigatórias O Art. 6º do CPP elenca as diligencias investigatórias que a autoridade policial deverá praticar logo que tiver conhecimento da pratica da infração. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 5 Que sejam: Dirigir-se ao local e providencia para que não se altera o estado da cena; apreender os instrumentos realizados no crime, colher as provas, ouvir os ofendidos, proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, determinar – se for o caso – o exame de corpo de delito e outras pericias, averiguar a vida pregressa do indiciado. 5. Reconstituição do Crime A autoridade pode proceder a reconstituição dos fatos sendo vedados aqueles que ofendam a moralidade ou ordem pública, o investigado não está obrigado a participar dela e nem precisa estar no local não cabendo condução coercitiva. 6. Relatório Final do Inquérito. A autoridade ao final do inquérito deve relatar tudo que apurou, inclusive indicando testemunhas, o delegado não pode emitir juízo de valor no inquérito, com exceção dos crimes cometidos na lei de drogas em que a autoridade justifica as razões que o levaram a classificação do delito, a falta do relatório enseja apenas mera irregularidade, respondendo o delegado por falta funcional 7. Prazo para conclusão do Inquérito. Se o inquérito tramitar perante a justiça estadual deve ser concluído em 30 dias – se o investigado estiver solto – mas se for de difícil elucidação esse prazo pode ser prorrogado, se o indiciado estiver preso o prazo é de 10 dias, não podendo ser dilatado • Na justiça federal, 15 dias podendo ser prorrogado por mais 15, se tiver solto são 30 dias prorrogáveis por mais 30 • Crimes contra a economia popular são 10 dias independentemente de solto ou preso • Lei de tóxicos, 30 dias para investigado preso e 90 dias para investigado solto, esse prazo pode ser dobrado • Inquérito militar, 20 dias se estiver preso e 40 dias se estiver solto. 8. Destino do Inquérito Policial Após conclusos devem ser remetidos ao juízo competente, deve acompanhar o inquérito os elementos do crime e os objetos 9. Novas diligências requeridas pelo MP O MP só pode pedir novas diligencias e a devolução do inquérito a delegacia, se houver a necessidade de diligencias imprescindíveis ao oferecimento da denuncia, se isso ocorre o juiz não pode indeferir sob pena de correição parcial. 10. Arquivamento do Inquérito Se esgotadas todas as diligências cabíveis e percebendo o MP que não há indícios de autoria e materialidade delitiva, ele pede o arquivamento e esse pedido deve ser expresso, o MP não pode pedir pra arquivar de uns e não se manifestar sobre os outros. Quem arquiva o inquérito é o Juiz, o MP só pede. Se o juiz discordar do pedido de arquivamento, a justiça estadual remete os autos ao procurador geral de justiça, todavia, se acontecer em matéria federal, os autos serão remetidos as câmaras de coordenação e revisão do MP federal. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 6 Em ambos os casos se o órgão superior concorda com o arquivamento, ele deverá ser arquivado. Mas se o órgão concordar com o MP, pode ocorrer 3 situações: determinação de novas diligências; O próprio órgão superior oferecer a denuncia (raríssimo); Orgão superior designar novo membro do MP para oferecer denuncia– não há violação ao principio do promotor natural, esse caso. • Arquivamento originário: Se quem pede o arquivamento é o procurador geral de justiça e o juiz discorda, os autos são remetidos ao colégio de procuradores de justiça 11. Desarquivamento A decisão do arquivamento não gera coisa julgada material podendo ser revista a qualquer tempo, desde haja provas novas que permitam seu desarquivamento. No entanto quando ocorre arquivamento por atipicidade do fato faz coisa julgada material, sendo impossível o desarquivamento. (OBS: anotar com lápis, competência, pag. 71 do livro) V. Ação Penal É o direito do Estado-acusação ou do ofendido de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional 1. Espécies. A ação penal pode ser pública ou privada. A ação penal pública é aquela que a titularidade pertence ao Ministério público, ele pode ser incondicionada ou condicionada, é incondicionada quando não precisa de nenhuma representação, o MP atua de oficio. Ela é condicionada quando o MP precisa da manifestação do ofendido ou do representante deste ou ainda a requisição do Ministro da Justiça. Já a ação penal privada é aquela cuja titularidade é exclusiva do ofendido ou do representante deste. Casos especiais: • Ação Penal nos crimes contra honra do funcionário público praticado no exercício de suas funções – Aqui a ação é publica condicionada a representação do ofendido e segundo a sumula 714 do STF, aqui o funcionário público vai poder ingressar com a ação penal sem prejuízo da legitimidade conferida ao MP • Crimes contra dignidade sexual – Em regra estão condicionadas a representação do ofendido, mas o parágrafo único do art. 225 do código penal diz que a ação penal será incondicionada se a vítima for menos de 18 anos ou vulnerável. • Ação penal no crime de injuria – A ação penal será publica condicionada a representação 2. Condições da ação penal Para que ocorra o recebido da denúncia ou da queixa, é imprescindível o preenchimento das condições da ação penal, se houver ausência das condições de ação a queixa ou denúncia será rejeitada, as condições podem ser genéricas (presente em qualquer ação penal) ou especifica (presente em algumas espécies de ação penal) Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 7 As condições da ação genérica são: • Possibilidade Jurídica do pedido: É a possibilidade do Estado obter a condenação do réu o que implica na exigência de que o fato narrado na denúncia seja considerado infração penal, assim o fato deve ser típico, antijurídico e culpável. • Interesse de agir: O interesse de agir processual, segundo Carreira Alvim (Teoria Geral do Processo, p. 138), “surge quando surge a necessidade de se obter, através do processo, a proteção para o interesse substancial”, que é, por sua vez, o interesse de ver atendida uma pretensão de direito material. Dessa forma, há de se observar a efetividade do processo em hipóteses em que se verifica a possibilidade (ou não) de satisfação da pretensão punitiva no futuro. Assim, o processo deve se mostrar, desde o início, apto a se mostrar efetivo, eficaz e, conseqüentemente, útil. • Legitimidade da parte: Pode ser ad causam ou ad processum, a legitima ad causam é a legitimidade para a causa, possui legitimidade ativa o MP e o ofendido e legitimidade passiva o infrator. A legitimidade ad processum é a legitimade para o processo, possui legitimidade ativa para o processo o MP e o ofendido representado por seu advogado, possui legitimidade ad processum passiva o infrator. • Justa causa: A peça acusatória vir fundada em conjunto probatório o mais sólido possível, suficiente para justificar o curso de uma ação penal. As condições da ação especifica: São algumas condições exigidas em determinados casos, para que o MP possa oferecer a denúncia, elas são consideradas condições de procedibilidade, as mais conhecidas são a representação do ofendido e a requisição do ministro da justiça ambos indispensáveis ao oferecimento da ação pública condicionada. 3. Ação Penal Pública É o instrumento utilizado pelo Ministério Público para postular ao Estado a aplicação de uma sanção decorrente de uma infração penal, divide-se em condicionada e incondicionada. A) Princípios regentes • Princípio da obrigatoriedade da ação penal pública: É o dever imposto a polícia judiciária e ao MP de, respectivamente, investiga e processar crimes desta espécie de ação penal. No caso da ação condicionada a polícia judiciária tem a oportunidade de investigar, ao passo que o MP vai ter a obrigação se o ofendido oferecer a representação. • Princípio da indisponibilidade: É decorrente do princípio da obrigatoriedade, implica que o MP não pode desistir da ação penal instaurada, em grau recursal o MP não pode desistir do recurso, tem q ir até o fim, embora não seja obrigado a recorrer. • Princípio da oficialidade: A Atividade persecutória vai ser exercida necessariamente por órgãos oficiais do estado, não sendo possível o particular exerce-la. Esse princípio se aplica apenas a ação pública. • Princípio da oficiosidade: As autoridades devem agir de oficio, sem necessidade de provocação das partes, esse princípio também só se aplica a ação pública incondicionada. • Princípio da autoridade: Os órgãos investigantes e processantes devem ser autoridades públicas (delegado, promotor, juiz, etc.) Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 8 • Princípio da intranscedencia ou pessoalidade: O Processo deve ser instaurado em face de quem efetivamente cometeu o crime. B) Representação do ofendido A representação do ofendido é uma condição de procedibilidade para o exercício da ação penal, por meio dela o ofendido informa a pratica do crime e postula para que seja instaurada a ação penal, o inquérito, a ação penal, não podem existir se o ofendido não o requerer • Prazo para oferecimento: Em regra no prazo decadencial de 6 meses, contados do conhecimento da autoria. Na ação priva subsidiária da publica o prazo é contado do dia em que esgotar o prazo para oferecimento da denúncia pelo MP. • Legitimidade e capacidade para oferecimento: Pode ser pelo ofendido ou por seu representante. No caso de morte a ordem para representar é a seguinte: Cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, e na duvida sobre representar ou não, deve prevalecer a vontade que deseja representar • Destinatários: Deve ser dirigida a autoridade policial, ao juiz ou a membro do MP. Se for dirigido a autoridade policial cria-se o inquérito, se for dirigido ao juiz ele remete a autoridade policial para criar o inquérito e se for dirigido ao MP o inquérito vai ser dispensado se houver elementos que possibilitem promover a ação penal • Ausência de formalismo: Não há formalismo para elaborar a peça. • Retratação: Cabe retratação da representação até antes do oferecimento da denúncia – sem limites. Mas nos crimes praticados contra a mulher e violência doméstica a retratação pode ser feita até o recebimento da denúncia, exigindo-se que ela seja feita perante o juiz ou em audiência. C) Requisição do Ministro da Justiça É um ato de convencia política, a cargo do ministro da justiça, autorizando a persecução criminal nas infrações que o exijam. • Prazo para oferecimento: A lei não dispõe de prazo decadencial, desde que não extinta a punibilidade do agente • Destinatário:Ela deve ser dirigida ao MP na figura do procurador-geral de justiça. • Hipóteses: Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil. Crimes contra a honra praticado contra o Presidente da república. 4. Ação Penal Privada Determinado crime fica submetido a ação penal privada quando o estado legitima o ofendido ou seu representante legal, o particular passa a ter o direito de ação. a) Princípios Regentes • Oportunidade ou conveniência: A vítima tem a oportunidade de ofertar ou não a ação penal. • Disponibilidade: O Particular pode desistir da ação penal já instaurada, seja pelo instituto do perdão ou seja pela perempção • Indivisibilidade da ação penal privada: O ofendido não pode escolher contra quem ele vai entrar com a ação penal, ou ele entra contra todos ou não entra contra nenhum. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 9 b) decadência É a perda do direito de agir pelo decurso de determinado lapso temporal, provocando a extinção de punibilidade. O prazo para oferecimento é de 6 meses contados do conhecimento da autoria, a demora para conclusão do inquérito policial não interrompe a decadência c) renúncia É um ato pelo qual a vitima se recusa a tomar providencia contra seu agressor, ela se opera até o oferecimento da ação e é irretratável. Pelo principio da indivisibilidade da ação a renuncia feita para um agressor, obrigatoriamente beneficia os demais. d) perdão É a desistência da demanda, só o podendo ser feita quando ela já tiver sido iniciada, ela também enseja a extinção de punibilidade do agente, porém ao contrário da renuncia ela é bilateral ou seja depende da aceitação do agressor. O perdão pode ocorrer até o transito em julgado da sentença condenatória e o perdão de um dos agressores, beneficia os demais. e) perempção a perempção da ação penal privada ocorre quando o querelante demonstra desinteresse pela ação penal, a perempção acarreta a extinção da punibilidade. São causas da perempção: querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; quando o querelante (pessoa jurídica) se extingue e não deixa sucesso; quando o querelante deixa de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo que deva estar presente. f) espécies de ação privada • Ação penal exclusivamente privada: ocorre quando o ofendido e seu representante legal, podem ingressar com a ação penal • Ação penal privada personalíssima: ocorre quando a legitimidade ativa é exclusiva da pessoa ofendida, não admitindo seu representante legal. • Ação penal privada subsidiaria da pública: ocorre quando o ofendido ou seu representante entra com a ação penal através do oferecimento da queixa, quando o MP nos casos de ações publicas, deixe de faze-lo no prazo legal. O prazo decadencial é de 6 meses contados do fim do prazo do MP. A perempção não se aplica nesses casos e também não cabe o perdão nessa espécie de ação e por fim a manifestação do MP para arquivar o processo não permite que o particular entre com ação pública subsidiaria. 5. Denúncia ou queixa. A denúncia é a peça privativa do MP que dá inicio a ação penal pública. Já a queixa- crime é a peça privativa do ofendido que dá inicio a ação penal privada. a) formalidades essenciais • Exposição do fato criminoso com todas as suas circunstancias. • Qualificação do acusado ou esclarecimento pelos quais se possa identifica-lo • Classificação do crime • Rol das testemunhas Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 10 • Com relação a queixa-crime o art. 44 do CPP ainda exige que ela venha acompanhada de procuração com poderes especiais. Se não preenchidos os requisitos formais da denuncia ou queixa crime e isso implicar em prejuízo à ampla defesa, deverá ocorrer a rejeição da inicial acusatória, a denuncia ou queixa também será rejeitada se faltar alguma condição de ação ou pressuposto processual, contra a decisão da rejeição da denuncia ou da queixa cabe RESE, no prazo de cinco dias no entanto há exceções: contra rejeição no JECRIM cabe apelação, no prazo de 10 dias. Contudo ainda que seja indeferida a denuncia ou queixa a sua propositura vai ser permitida novamente desde que a punibilidade do agente não tenha sido extinta. b) prazo para oferecimento da denuncia O prazo para oferecimento da denuncia é de cinco dias se o acusado estiver preso contado da data que o órgão do MP recebeu o inquérito e para o investigado solto é de quinze dias. Há porém prazos especiais: • 10 dias para crime eleitoral • 10 dias para crimes previstos na lei de tóxicos • 48 horas para crime de abuso de autoridade • 2 dias para crime contra e economia popular • 15 dias para os crimes falimentares c) prazo para oferecimento da queixa-crime O prazo decadencial para oferecimento de queixa-crime é de 6 meses, começando a contar do conhecimento da autoria, conta-se o dia do início e exclui-se o dia do vencimento. Há também casos especiais: • 6 meses a partir do transito em julgado da sentença que por motivo de erro ou impedimento anule o casamento • 30 dias a contar da homologação do laudo 6. Intervenção do MP na ação penal privada A atuação do MP também é obrigatória na ação penal privada como fiscal da lei, nesta espécie de ação penal o MP possui o poder de aditar a queixa no prazo de 3 dias. O MP pode elaborar correções e incluir novos fatos delitivos, só não pode nas ações privadas exclusivamente privadas. No caso da indivisibilidade da ação penal privada, se o ofendido perdoar ou renunciar somente em favor de um dos réus o MP – presumindo que o ofendido agiu de boa fé – vai mandar ele corrigir isso, mas caso ele haja de má-fé o MP vai impugnar e exigir a extinção da punibilidade de todos. Na ação penal exclusivamente privada o MP não pode oferecer recurso contra a absolvição do querelado no caso em que o querelante não tenha recorrido mas na ação privada subsidiaria da publica o MP vai ter mais poderes e nesse caso vai sim poder recorrer. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 11 VI. AÇÃO CIVIL EX DELICTO A ação civil ex delicto pode ser definida simploriamente como uma ação ajuizada na esfera cível, requerendo a indenização de dano moral ou material juridicamente reconhecido em infração penal, portanto, tal ação somente caberá nas hipóteses em que a repercussão da infração penal também atingir a esfera da responsabilidade civil. 1. Espécies de Reparação Apesar de os artigos 63 e 64 do CPP remeterem-se aos termos “reparação” e “ressarcimento”, a satisfação do dano causado pode ocorrer através de 4 formas: restituição, ressarcimento, reparação e indenização: a) Restituição: A restituição é a espécie de reparação mais simples. Consiste na restituição da coisa, caso a lesão do bem jurídico se constitua na privação de um objeto (por exemplo, em casos de furtos). b) Ressarcimento: O ressarcimento é o pagamento do dano patrimonial, de todo o dano, isto é, do prejuízo emergente e do lucro cessante, do principal e dos frutos que lhe adviriam com o tempo e com o empregado da coisa c) Reparação: A reparação será cabível quando o dano não for ressarcível em espécie, ou seja, quando não puder ser estimado em dinheiro, por sua natureza não patrimonial, com o intuito de confortar a dor sofrida pelo ofendido. d) Indenização: Por fim, a indenizaçãofigura como um meio de compensação por dano causado por ato ilícito praticado pelo Estado. Como exemplo, podemos citar a absolvição em revisão, em que o Estado tem o dever de indenizar o interessado pelos danos sofridos 2. Separação da Jurisdição O nosso ordenamento jurídico atual privilegia a separação da jurisdição. Em outras palavras, a ação penal tem por objetivo a condenação do agente com relação à infração penal realizada, enquanto que a ação civil tem por finalidade a reparação do dano sofrida pelo ofendido, quando cabível. Contudo, necessário ressaltar que a separação citada sofre certa mitigação. Assim, ao mesmo passo que a parte interessada poderá ajuizar somente a ação na esfera civil, visando a reparação do dano e jamais ingressar com a ação penal, também é verdade que a justiça penal deverá prevalecer sobre a civil quando se tratar de indenização por suposto crime cometido e aquela julgar como inexistente o fato ou a autoria restar também afastada. Caso ocorra sentença penal condenatória com trânsito em julgado, tal decisão influenciará na esfera cível, podendo ser exequível em tal jurisdição, em que não mais se discutirá o que se deve, mas sim o quanto se deve. 3. Vítima pobre e legitimidade do Ministério Público Quando o titular do direito de reparação do dano for pobre, o Ministério Público é o legitimado para propor a ação que visa tal reparação. O Estado confiou ao Ministério Público a defesa dos interesses das pessoas pobres – das que não puderem prover às despesas processuais sem privar-se dos recursos indispensáveis ao seu sustento e o sustento de sua família. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 12 O STF decidiu a questão no sentido de que caso exista em determinado Estado a Defensoria Pública, esta será a legitimada para propor em nome do necessitado a ação civil ex delicto. Caso este órgão não exista, a legitimidade é do Ministério Público, nos seguintes termos: VII. Competência A competência absoluta é o exercício da jurisdição nos limites territoriais impostos pela lei, a competência absoluta é aquela que envolve interesse publico que não permite prorrogação, podendo ser arguida a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, inclusive de oficio. São três: Competência em razão da matéria, em razão da função, e a competência funcional A competência relativa é que envolve interesse das partes e que permite prorrogação caso não seja arguida a tempo, ela leva apenas a nulidade dos atos decisórios mas não os instrutório. É exemplo dela a competência territorial, podendo ser reconhecida de oficio pelo juiz também. 1. Competência territorial Como regra, adota-se o local que ocorreu a consumação do delito, ou no caso de tentativa, o local em que foi praticado o último ato de execução, se porem for incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições ou quando incerta a jurisdição a competência se firma pela prevenção, a competência ainda será pela prevenção nos casos de crime continuado ou permanente praticado em território de duas ou mais jurisdições. • Quando não sem tem conhecimento sobre o local de consumação do crime, vale a regra supletiva do foro do domicilio ou residência do réu, se o réu tiver mais de um domicilio ou residência a competência se dará pela prevenção • Na ação privada exclusiva mesmo que conhecido o local da infração o querelante pode optar pelo foro do domicilio ou residência do réu 2. Competência em razão da matéria a) competência do tribunal do júri A competência do tribunal do júri envolve os crimes dolosos contra a vida e a eles conexos ou continentes, mas não é da competência do júri outros crimes seguidos de morte, tem que ser crimes contra a vida. b) competência da justiça militar Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e ações judicias contra atos disciplinares militares, cabendo ao conselho de justiça processar e julgar os demais crimes, a competência territorial é do local onde o policial exerce suas funções pouco importante o estado- membro onde o crime foi consumado • O crime contra a vida de militar contra civil é julgado pelo tribunal do júri, mas quando o militar comete esse crime no exercício de suas funções, é julgado pela justiça militar Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 13 c) competência da justiça federal Havendo conexão ou continência entre crime da justiça federal e da estadual, prevalece a federal. São Hipóteses de competência da justiça federal: • Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral. • Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; • Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; • os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; • Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar • Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização • Crime de documento falso, se o documento for usado contra órgão da União • Causas relativas a direitos humanas, violação grave deles e o direito humano violado deve ser objeto de tratado que o brasil participe • Salvo ocorrência de trafico para o exterior, que será de competência da justiça federal, compete a justiça – federal, de 1ª instancia - dos estados os crimes contra entorpecentes. Exceções aos crimes da competência da justiça federal • No entanto compete a justiça estadual o processo por contravenção penal ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesses da União e das sociedades de economia mista. • Os crimes contra a ordem econômica somente serão julgados pela justiça federal se houver bens, serviços ou interesses de ente federal • A justiça federal só é competente para direito indígena, se for direito de apenas um índio é de competência da justiça estadual 3. Distribuição A distribuição fixará a competência quando, em um mesmo juízo, existirem juízes igualmente competentes para o julgamento de determinada infração, no entanto, a distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. 4. Competência por conexão e continência Em virtude da conexão e continência há o deslocamento do feito de um juiz competente para outro que passa a ser o legitimamente competente, porem se houver violação dos critérios de conexão e continência haverá nulidade meramente relativa do feito Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto YohanMarcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 14 A conexão é o vínculo entre duas ou mais infrações penais e enseja a união deles para produção de provas e evitar decisão contraditória mas se um dos processos já foi julgado não é necessário mais a reunião. As espécies de conexão são: • Conexão intersubjetiva, aquela em que duas ou mais infrações interligadas são praticadas por duas ou mais pessoas • Conexão objetiva, que é quando ocorre duas ou mais infrações uma foi praticada para ocultar as outras ou conseguir impunidade ou vantagem • Conexão instrumental, é quando a provação de uma infração influir na prova de outra infração A continência ocorre quando um fato criminoso engloba outro • Continência em razão do concurso de pessoas • Continência em razão do concurso de crimes 5. Foro prevalente Havendo conexão ou continência é imposto a junção dos feitos, mas há de saber de quem será a competência quando ocorrer a junção. a) prevalência do júri sobre outros foros comuns b) se a jurisdição for da mesma categoria o juízo competente será aquele do crime mais grave ou então do local onde houver o maior número de crimes e por último se dará por prevenção. c) se a jurisdição for de categoria diferente prevalece a jurisdição de grau superior. d) a justiça especial prevalece sobre a comum 6. Separação obrigatória de processos A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: a) no concurso entre a jurisdição comum e a militar; b) no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. c) superveniência de doença mental, o processo é suspenso até que se recupere e possa acompanhar a instrução. d) fuga de um dos réus, se um dos réus for foragido e não for possível seu julgamento a revelia não haverá a junção de feito 7. Separação facultativa de processos Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 15 8. Prevenção A prevenção é o critério residual de fixação da competência aplicada quando dois ou mais juízes poderiam conhecer do caso. Por força dela, deve-se escolher o juiz que primeiro tomar conhecimento do caso, o que implica naquele que primeiro praticou algum ato decisório. 9. Competência em razão da prerrogativa de foro É a competência que visa “privilegiar” o cargo ocupado, não da pessoa que o exerce, por conta disso essa competência só existe enquanto o agente permanecer no cargo, se praticou o crime antes de exercer o cargo mesmo assim vai ter prerrogativa de foro. O foro por prerrogativa implica em uma competência originária no sentido de que as causas relacionadas aos agentes que possuem esta prerrogativa devem ser processadas originalmente nos tribunais, o agente sempre tem que ser julgado pelo tribunal de origem ainda que o crime tenha sido cometido em outro local é uma prerrogativa que não existe em causas cíveis apenas no âmbito criminal. • Prefeitos em regra são julgados pelos tribunais de justiça ainda que cometam crimes dolosos contra a vida, mas se cometem crime de competência da justiça federal são julgados pelos tribunais regionais federais, vale o mesmo para deputado estadual. • No caso de cometimento de crime por parte de magistrados e membros do MP tais autoridades são sempre julgadas pelo tribunal que estão vinculadas, ressalvadas a competência da justiça eleitoral e são julgados pelos tribunais que pertençam independentemente da natureza do crime que cometem, mesmo que seja crime federal respondem frente ao tribunal que estão vinculados 10. Regras da aplicação da lei processual penal no espaço • Nos crimes praticados no exterior e que seja aplicada a lei brasileira o foro competente vai ser o juízo da capital onde houver por último residido o acusado. • Já em crimes praticados a bordo de navio ou aeronave, eles são inicialmente da competência da justiça federal. VIII. Questões e processos incidentes Questão prejudicial é aquela questão relacionada ao mérito da causa, que necessita ser julgada antes desse o brasil adota a teoria mista que diferencia as questões prejudiciais em homogêneas e heterogêneas, homogêneas são aquelas que dizem respeito a matéria da causa principal que é de natureza penal e as heterogêneas referem-se as outras áreas do direito devendo ser decididas por outro juízo O CPP aborda a questão prejudicial obrigatória que é aquela que impõe a suspensão do processo até que no cível seja a controvérsia dirimida por sentença transitada em julgado já a questão facultativa é aquela que permite ao juiz criminal de acordo com seu critério, suspender o processo aguardando a solução de determinada questão em outra esfera. 1. Exceções É a defesa indireta apresentar por qualquer das partes com o intuito de prolongar o tramite processual até que uma questão processual relevante seja resolvida ou coma finalidade de estancar o seu curso porque processualmente incabível o seguimento da ação. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 16 Podem ser peremptórias (proporcionam a extinção sem julgamento do mérito) o que ocorrem com as exceções de litispendência e coisa julgada e podem ser dilatórias (proporcionam o seguimento do feito, procrastinando-o) o que ocorre com as exceções de suspeição, incompetência do juízo e ilegitimidade da parte. • São processadas em autos apartados e não suspende o andamento da ação penal. a) exceção de suspeição Em havendo atuação de juiz suspeito, o feito estará eivado de nulidade relativa a suspeição pode ser arguida tanto pelas partes como pelo próprio juiz, se o juiz se declarar suspeito ou aceitar a exceção ele manda os autos para o seu substituto, mas se ele não aceitar a suspeição ele manda remeter os autos a quem for competente para julgar a suspeição, a exceção de suspeição deve ser precedente a qualquer outra exceção. Hipóteses: • Se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; • Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; • Se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; • Se tiver aconselhado qualquer das partes; • Se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes b) Exceção de incompetência É a defesa indireta apresentada pela parte para que seja reconhecida a incompetência relativa (territorial) do foro perante o qual está tramitando o feito criminal, ela também pode ser reconhecida de oficio pelo juiz, as partes são podem arguir por meio da exceção de incompetência e que deve ser usada no prazo de defesa preliminar sob pena de preclusão c) exceções de litispendência, ilegitimidade da parte e coisa julgada A exceção a coisa julgada só pode ser oposta em relação ao fato principal que tiver sido objeto da sentença • Também podem serreconhecidas de oficio pelo juiz • Não suspendem a ação penal 2. Conflito de Competência Conflito de competência se dá quando dois ou mais juízes se acham competentes para julgar a ação (conflito positivo) ou quando negam a competência para julgar a ação (conflito negativa) O conflito deve ser suscitado perante o tribunal competente para julga-lo. 4. Medidas assecuratórias As medidas assecuratórias são as providencias tomadas no processo penal para garantir futura indenização ou reparação a vítima da infração da penal, pagamento das despesas processuais, etc. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 17 a) sequestro Consiste em reter os bens moveis e imóveis do indiciado, ainda que em poder de terceiros, a fim de garantir a reparação a vítima e impossibilitar o agente tenha lucro com a atividade criminosa. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens, o sequestro só pode ser determinada pelo juiz e pode ser decretada no inquérito ou ao longo da ação penal. O sequestro ocorre em auto apartado e admite embargos de terceiros e ainda pode ser embargado pelo acusado, sob fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos da infração. Hipóteses de sequestro. • Se a ação penal não for intentada no prazo de 60 dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; • Se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução • Se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado. Caberá ao sequestro de bens moveis apenas se não couber a medida de busca apreensão, ou seja, quando os bens não forem produtos diretos do crime mais sim proventos do mesmo. b) hipoteca legal É a medida que visa assegurar a indenização do ofendido bem como o pagamento das custas e despesas processuais, poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo desde que haja certa da infração e indícios suficientes da autoria. c) arresto É à medida que visa a tornar indisponível bem de origem ilícita para garantiria de futura indenização ao ofendido ou ao estado 5. Incidente de falsidade É um incidente voltado a constatação de autenticidade de um documento, inclusive os produzidos eletronicamente. É feito por escrito por requerimento das partes, MP e até de oficio pelo juiz, se o documento for falso o juiz manda retirar do processo e envia para o MP para as medidas cabíveis, independentemente da decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil 6. Insanidade mental do acusado É o processo instaurado para apurar a inimputabilidade ou semi-imputabilidade do acusado, é feita a requerimento das partes, pelo MP, o juiz – de oficio – e até no inquérito policial, através de autoridade policial competente. IX. Da Prova O juiz forma sua decisão com prova produzida ao longo do processo, no entanto é possível a utilização de provas produzidas em inquérito policial se tais provas não forem cautelas, não repetíveis e antecipadas. Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 18 1. Ônus da prova a atividade probatória do juiz Em regra, a prova da alegação incumbe a quem a fizer, ou seja, o ônus é da acusação, excepcionalmente é da defesa a prova da existência de excludentes de ilicitude e de culpabilidade além das extinções de punibilidade e causas que mitiguem a pena O juiz pode ordenar a produção de provas no inquérito, a antecipação de produção de provas consideradas urgentes e relevantes, bem como a realização de diligências para dirimir sua dúvida. 2. Meios de prova É possível a utilização, no processo penal, de todos os meios de prova licito sendo inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos, provas ilícitas são aquelas que violam tanto normas legais como as constitucionais 3. Finalidade e objeto da prova A finalidade da prova é convencer o juiz a respeito da verdade de um fato, o objeto da prova são os fatos que as partes pretendem demonstrar, são fatos que independem de prova: a) fatos notórios ou verdade sabida, são os fatos nacionalmente conhecidas b) fatos que contém uma presunção legal absoluta, são fatos que não comportam prova em sentido contrario c) fatos impossíveis, são fatos que causam aversão ao espirito de uma pessoa informada. d) fatos axiomáticos ou intuitivos, são fatos que tem força probatória própria. e) fatos irrelevantes ou inúteis, são fatos que não dizem respeito a solução da causa 4. Provas em espécie a) prova pericial: É uma prova técnica que pretende evidenciar a existência de fatos cuja certeza só é possível através de conhecimento cientifico, assim deve ser feito o exame do corpo de delito, não suprimindo este, pela simples confissão do réu, o exame do corpo de delito é direto quando os peritos têm contato diretamente com o corpo e indireto quando os vestígios desaparecem. b) interrogatório O interrogatório é um meio de prova e um meio de devesa, é a oportunidade que o reu possui para apresentar, perante o juiz, a sua versão pessoal dos fatos delitivos narrados na peça acusatória, em um legitimo exercício da autodefesa, por ser um meio de exercício de autodefesa, o acusado pode se calar, sem que o seu silencio seja interpretado em seu desfavor, assim como poderá mentir desde que não minta nas perguntas referentes a sua qualificação pessoal, ele só pode mentir sobre os fatos delitivos. O interrogatório necessariamente deve ser acompanhado por defensor, ainda que dativo, sob pena de nulidade absoluta este defensor poderá formular perguntas ao réu, e o réu tem direito a entrevista previa com o seu defensor, em qualquer modalidade de interrogatório sob pena de nulidade absoluta Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 19 O interrogatório inicia-se com uma fase preliminar que o juiz deve advertir o reu sobre o seu direito ao silencio, sob pena de nulidade absoluta. Em seguida segue-se ao procedimento do interrogatório, dividindo-se em duas partes, a primeira diz respeito a sua qualificação, onde ele não pode se calar ou mentir, a segunda diz respeito aos fatos, onde ele pode se calar mentir, mas não pode fazer autoimputação falsa ou imputação falsa a terceiro. Quanto ao interrogatório do réu preso, em regra, ele deve ser feito no estabelecimento prisional, não sendo feito no estabelecimento pode ser feito por videoconferência ou outro meio eletrônico, sendo as partes intimadas com 10 dias de antecedência da decisão que permitir essa modalidade de interrogatório, se não fizer na prisão ou por videoconferência ocorrerá a requisição do réu preso em juízo no qual o estado levará o reu a sede do juízo para que se realiza a audiência. c) confissão A confissão é o reconhecimento por parte do réu dos fatos narrados na peça acusatória, ela é divisível (o juiz pode considerar apenas parte dela) e retratável (o réu pode voltar atrás), ela pode ser também extraprocessual não necessitando que seja feita no interrogatório O silencio do causado não importa confissão, mas pode constituir elemento para a formação da convicção do juiz. d) perguntas ao ofendido O ofendido é a vítima,portanto não é testemunha, não tem obrigação de dizer a verdade e não pode cometer o crime de falso testemunho, é possível a sua condução coercitiva se intimado não comparecer ao juízo sem justo motivo. Se o juiz notar que a presença do reu possa causar temor, constrangimento, humilhação ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento, determinará a saída do réu, salvo de puder fazer a inquirição por vídeo conferencia. e) testemunhas Toda e qualquer pessoa tem capacidade de testemunhar cabendo ao juiz valorar o depoimento de cada uma, ela em regra tem o compromisso de dizer a verdade e não tem direito ao silencio, se calando responde pelo crime de falso testemunho. São dispensados de depor os ascendentes, descendentes em linha reta, cônjuge ou companheiro e exclusivamente para o réu o irmão, pai, mãe, filho, adotivo, salvo quando não for possível de outro modo obter-se ou integrar-se a prova do fato. O CPP dispensa o dever de prestar compromisso para os doentes, deficientes mentais, menores de 14 anos são apenas declarantes O CPP também apresenta as pessoas que são proibidas de depor, isso ocorre com certas pessoas em razão da função profissional, que devam guardar segredo, tipo padres, psicológicos, psiquiatras, médicos, contudo se a parte interessada os desobrigar elas podem prestar depoimento Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 20 As testemunhas em regra devem ser arroladas na inicial ou na resposta escrita do réu (preliminar) sob pena de preclusão, a testemunha que reside fora do juízo é ouvida por carta precatória que deve ser expedida com prazo razoável e, em regra, não suspende o processo, não sendo possível o julgamento do feito sem terminar o prazo da precatória, as partes só precisam ser intimidadas acerca da expedição da precatória, não sendo obrigatória a intimação da realizado do ato, sob pena de nulidade relativa. Pode ocorrer a contradição da testemunha no caso de circunstancias ou defeitos que tornem as testemunhas suspeitas de participação, a prova desse impedimento deve ser feita imediatamente, logo após a qualificação da testemunha. As perguntas serão formuladas as testemunhas diretamente pelas partes, com fiscalização do juiz que pode indeferir aquelas que induzir resposta, primeiro pergunta aquela parte que arrolou a testemunha, em seguida a parte contraria. No tribunal do júri os jurados não podem fazer perguntas diretamente ao ofendido e as testemunhas. f) do reconhecimento de pessoas e coisas É o procedimento para identificar pessoas de alguma maneira envolvida no fato delituoso e das coisas que sejam relevantes para apurar as responsabilidades, é possível de ocorrer tanto na fase do inquérito como com o processo já em andamento g) acareação É um meio de provada admitido entre acusados, entre acusado e testemunha e entre testemunhas, sempre que divergirem em suas declarações, os acareados são reperguntados para que expliquem os pontos de divergências das declarações e pode ser feita tanto na fase policial como na judicial h) documentos Sempre será possível a juntada de documentos no processo penal, em qualquer fase, desde que submetidos ao contraditórios, a exceção diz respeito ao procedimento do tribunal do júri no qual não e possível a utilização de documento em plenário, se não tiver sido apresentado com antecedência mínima de 3 dias i) indícios Indicio é a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstancias, os indícios podem ser utilizados como prova para a condenação. j) busca e apreensão A busca e apreensão é meio de prova cautelar, que visa o “acautelamento do material probatório, de coisa, animais e até pessoas, que não estejam a alcance espontâneo de justiça” é um meio de prova excepcional. A busca e apreensão pode ser domiciliar ou pessoal, a domiciliar ocorre na residência (local habitado, onde exerce seu trabalho, etc) para efetivação desta medida é necessário ordem judicial fundamentada e escrita, a busca domiciliar será cumprida de dia, salvo se o morador consentir que seja realizada a noite, se houver crime em flagrante (porte de drogas, armas, sequestro) será possível o ingresso em residência alheia a qualquer tempo (dia ou noite) Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 21 Não é possível apreensão de documento em poder do defensor, salvo quando constituir elemento do corpo de delito. Já a busca e apreensão pessoal não exige ordem judicial para sua efetivação, desde que presentes razões de natureza cautelar. X. Sujeitos no processo penal 1. Juiz a) causas de impedimento da atuação do juiz: Se ele atuar impedido é nulidade absoluta O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: • Tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; • Ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; • Tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; • Ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. • Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive. b) causas de suspeição do juiz: gera nulidade relativa O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: • Se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; • Se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; • Se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; • Se tiver aconselhado qualquer das partes; • Se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; • Se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. c) Cessão e manutenção do impedimento ou suspeição O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que Ilhe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo. 2. Ministério Público a) impedimento do membro do MP Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 22 até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem,no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes. 3. Acusado A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualitativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada, sob pena de nulidade absoluta 4. Curador Ao acusado menor dar-se-á curador. 5. Defensor publico a) nomeação Defensor dativo é aquele nomeado pelo juiz, a nomeação deve ocorrer se o acusado não tiver procurador, o acusado que não for pobre será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo e o advogado nomeada pelo juiz é obrigado a assumir o munus b) Afastamento e ausência da causa O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato. A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer. No tribunal do júri, a falta injustificada de advogado resulta em adiamento da sessão de julgamento mas isso somente ocorrerá uma vez, a defensoria será intimada para o novo julgamento, respeitando-se o prazo mínimo de 10 dias para que o novo profissional possa se preparar. c) Constituição do defensor e impedimento A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório e serão impedidos de atuarem como defensores os parentes do juiz 6. Assistente de acusação Somente é possível nos crimes de ação penal pública e desde que esses crimes tenham vítimas. O assistente somente atua até o transito da sentença condenatória, não atua na fase de execução e se intervir no processo recebe o processo no estado em que esteja. ▪ O co-réu não pode ser assistente de acusação Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Yohan Marcador de texto Processo Penal 23 XI. Prisão, medidas cautelares e liberdade provisória São requisitos para a concessão de uma medida cautelar ▪ Necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou instrução criminal e em casos previstos, para evitar a pratica de infrações penais ▪ Adequação da medida a gravidade do crime, circunstancias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado As medidas cautelas podem ser decretadas pelo juiz de oficio, ou a requerimento das partes ou quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou requerimento do MP. O juiz é a única autoridade para decretar medidas dessa natureza 1. Formalidades da Prisão A primeira é a necessidade de ordem judicial escrita e fundamentada, podendo ser efetuada em qualquer dia ou hora, respeitas apenas as restrições relativas a inviolabilidade do domicilio, o mandado de prisão só pode ocorrer durante o dia (das 6h às 18h) de acordo com a hora da localidade onde a diligencia será cumprida. ▪ O emprego de força no cumprimento da prisão é medida excepcional, utilizada apenas para conter resistência ou fuga. ▪ Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado. Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada, a autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação e o juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida ▪ Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso. Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando: a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço. ▪ Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão, o mesmo se aplica a prisão em flagrante ▪ A prisão especial tem dois efeitos, o recolhimento do preso especial em local destino daquele do preso comum e o preso especial não é transportado com o preso comum ▪ Os presos provisórios ficam separados dos presos permanentes ▪ Só é licito o uso de algemas em casos de resistência ou de fundado receio de fuga ou perigo a integridade física Processo Penal 24 2. Modalidades de Prisão a) prisão temporária A prisão temporária é aquela que visa assegurar uma eficaz investigação policial, ela só pode ser decretada na fase de investigação criminal (o que inclui o inquérito e as demais formas de investigação). Para decretação dessa prisão é necessário que seja imprescindível para as investigações do inquérito, que o indiciado não tenha residência fixa ou não forneça elementos necessários a sua identidade O prazo fixado em lei para duração dessa prisão é, em regra, 5 dias podendo ser prorrogado por outros 5, em caso de extrema e comprovada necessidade. Quando o crime decorrer de crime hediondo ou equiparado, o prazo é de 30 dias prorrogáveis por mais 30. Não é possível a decretação de oficio pelo juiz, deve haver requerimento do MP ou representação da autoridade policial, nesse caso o juiz ouvirá o MP e decidirá em 24h, esgotado o prazo determinado pelo juiz para a duração da prisão temporária o indiciado tem que ser solto independentemente se alvará de soltura. ▪ Os presos temporários têm que ser separados dos demais detentos b) prisão em flagrante Prisão em flagrante é a modalidade de prisão cautelar de natureza administrativa realizada no instante em que se desenvolve ou termina de se concluir a infração penal, ela tem caráter administrativo porque dispensa a ordem judicial expressa e fundamentada, só sendo submetida a legalidade sendo essa prisão relaxada se for ilegal, assim se a prisão em flagrante ainda não passa pela análise do juiz o habeas corpus deve ser impetrado contra o delegado, mas se o juiz homologa a prisão o habeas corpus é impetrado contra o tribunal. O flagrante facultativo é aquele realizado por qualquer pessoa do povo que não está obrigada a realiza-lo, contudo caso a prisão seja ilegal a pessoa pode responder por constrangimentoilegal ou sequestro e cárcere privado. O flagrante obrigatório é aquele imposto as autoridades policiais e seus agentes em seu estrito cumprimento do dever legal, se a prisão for ilegal o agente responde por abuso de autoridade. O Flagrante pode ser próprio, que é quando o agente está cometendo o crime ou acaba de comete-lo ou improprio que é quando o agente é perseguido logo após, pela autoridade ou qualquer pessoa, em situação que se faça presumir autor da infração. Pode ser ainda presumido quando o agente logo após a pratica do crime, embora não tenha sido perseguido, é encontrado, portanto objetos que o presumam ser autor. Flagrante preparado é quando alguém um agente provocador induz a alguém a cometer a infração, para assim poder prendê-lo, mas ai se torna crime impossível pois não há crime se a polícia torna impossível a sua consumação. Forjado é um flagrante totalmente artificial e que não ocorreu de fato o crime. Esperado é aquele se leva a informação a polícia que um crime será cometido, o que provoca o deslocamento doa agentes até o local dos fatos, esperando a sua ocorrência. A formalização da prisão em flagrante se dá com a lavratura do auto de prisão em flagrante, nele deve constar o depoimento do condutor e o depoimento de duas testemunhas porem a falta de testemunhas não impede a lavratura do auto de prisão em flagrante, sendo admitido o condutor como testemunha. Processo Penal 25 Após o auto da prisão em flagrante a autoridade policial deve comunicar ao juiz a prisão efetivada no prazo de 24 horas A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou a pessoa por ele indicada. Dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante acompanhado de todas as oitivas colhidas e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto. ▪ Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo ▪ Em se tratando de crime permanente a prisão em flagrante cabe a qualquer tempo. c) prisão preventiva. A prisão preventiva é uma medida cautelar de constrição a liberdade do indiciado ou do réu por razoes de necessidade, respeitado os requisitos estabelecidos. Ela é, uma prisão tipicamente cautelar, sendo essencial demonstrar o porquê da prisão. Quanto ao momento a prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação criminal, ao contrário da preventiva que só ocorre na fase de investigação criminal, a prisão preventiva também pode ser decretada de oficio pelo juiz mas só no curso da ação penal, e pode ser decretado por requerimento do MP e do querelante. São 3 os requisitos para a decretação da prisão preventiva: Prova da existência do crime, indicio suficiente e um dos requisitos que evidenciem a necessidade da prisão preventiva dispostas no art. 312. ▪ Garantia da ordem pública ▪ Da ordem econômica ▪ Por conveniência da instrução criminal ▪ Para assegurar a aplicação da lei penal São circunstancias legitimadoras da prisão preventiva, os crimes dolosos punidos com pena de liberdade máxima superior a 4 anos; se tiver sido condenado por outro crime doloso transitado em julgado, salvo se decorrido o prazo de apuração de 5 anos; Se o crime envolver violência doméstica e familiar. Já o se houver prova de que o agente praticou o crime sob o manto de uma excludente de ilicitude, impede a prisão em flagrante Deve haver fundamentação da decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva, se a o motivo que levou a prisão preventiva for extinto o juiz deverá revogar a prisão preventiva, mas se outro fato deu ensejo a nova prisão preventiva o juiz pode novamente decreta-la. O remédio cabível contra uma prisão preventiva decreta é a sua revogação, se a prisão em flagrante for legal é a liberdade provisória e se a prisão em flagrante for ilegal é o relaxamento da prisão Processo Penal 26 d) Prisão domiciliar É uma medida que consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência só podendo dela se ausentar com autorização judicial, o juiz pode substituir a prisão preventiva pela domiciliar, quando o agente for: ▪ Maior de 80 (oitenta) anos; ▪ Extremamente debilitado por motivo de doença grave; ▪ Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; ▪ Gestante ▪ Mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos e) prisão decorrente da decisão de pronuncia É possível quando o juiz da pronuncia do réu decrete a sua prisão que tem que ser fundamentada f) Prisão decorrente de sentença condenatória irrecorrível 3. Outras medidas cautelares ▪ Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; ▪ Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; ▪ Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; ▪ Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; ▪ Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; ▪ Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; ▪ Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável ▪ Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; ▪ Monitoração eletrônica. 4. Liberdade Provisória A liberdade provisória é uma medida de contracautela pela qual determinado agente deverá ser colocado em liberdade se a lei expressamente autorizar, diante disso, percebe- se que o indivíduo tem direito de responder ao processo em liberdade, a exceção é a prisão. Processo Penal 27 a) liberdade provisória com fiança A fiança é uma garantia real, consistente no pagamento em dinheiro para assegurar o direito de permanecer em liberdade no transcurso de um processo criminal, há duas vantagens na liberdade provisória com fiança, a primeira é que a oitiva do MP é posterior ao decreto judicial que a concede, oportunidade em que poderá pugnar pelo reforço da fiança, a segunda é que é possível concessão de fiança pelo delegado nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 anos São inafiançáveis os crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de drogas, terrorismo, crimes hediondos, crimes cometidos por grupos armados, em caso de prisão civil ou militar, quando presente os motivos que autorizam a prisão preventiva
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