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Direito Tributário 1 I. Fontes do direito tributário a) CF: Não cria tributo apenas permite a sua criação dizendo como vai ser criada b) Lei complementar: É diferente da lei ordinária, trata sobre matérias da constituição federal e precisa de um quórum diferenciado – maioria absoluta para ser aprovada – ela tem a função de complementar a constituição. A lei complementar faz: • Dispor sobre conflito de competência tributária • Regula as limitações do poder de tributar • Estabelece normas sobre: Definição de tributos e sua espécie, fato gerador, prescrição, decadência • A lei complementar cria: Empréstimos compulsórios, impostos residuais, impostos sobre grande fortuna, contribuições previdenciárias residuais. • A constituição proibiu que medida provisória e lei delegada tratem sobre matéria da constituição federal c) lei ordinária: cria o tributo, além das obrigações acessórias, etc. d) lei delegada: criadas pelo presidente que solicita a delegação do congresso, pode tratar de matéria tributária desde que não indica matéria dedicada a lei complementar, etc. e) medida provisória: Criadas em situação de urgência pode ser adotada como força de lei, mas desde que não indaga a competência de outras leis. Caso a MP instituía ou majore o tributo ele só vai produzir efeitos no exercício seguinte se houve sido convertida em lei até o ultimo dia daquele em que foi editado. Exceções: II, IE, IOF, IPI e IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS DE GUERRA. f) tratado: Lei superveniente não revoga tratado g) decreto legislativo: É um instrumento do congresso nacional para introduzir no ordenamento nacional o conteúdo dos tratados e convenções. Uma vez promulgado de status de lei ordinária. h) Convênio: É um ato normativo executivo infralegal que expressa, em matéria tributaria, um acordo entre os entes. A deliberação feita por convenio pode conceder e revogar benefícios relativos ao ICMS, através de lei especifica, para dar isenção, remissão, redução da base de cálculo, etc. II. Tributo Prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, seja instituída por lei e cobrada por autoridade através de atividade plenamente vinculada. 1. Natureza jurídica É o fato gerador que determina a sua natureza, diz se ele é imposto, taxa, etc. • É imposto de independe de atividade estatal especifica • É taxa se a utilização do serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte Direito Tributário 2 • Contribuição de melhoria se há uma valorização imobiliária decorrente de obras públicas 2. Características dos tributos quanto a finalidade A) fiscal: Não há finalidade, apenas arrecadar para os cofres B) Parafiscal: O Sujeito competente para instituir o tributo delega a outro de direito público, paraestatal, a capacidade tributária – arrecadar, cobrar, fiscalizar – c) extrafiscal: não é meramente uma finalidade arrecadatória, mas sim de regular os serviços, bens, etc. 3. Classificação dos tributos a) tributo vinculado: é aquele cujo fato gerador se vincula a contraprestação por parte do estado, ex: taxas, contribuições de melhoria b) tributo não vinculado: é aquele cujo fato gerador não se vincula a uma contraprestação por parte do estado, ex: impostos c) tributo de arrecadação vinculada: a arrecadação deve ser utilizada no fim que motivou a criação do tributo, ex: empréstimo compulsórios. d) tributo de arrecadação não vinculada: A receita da arrecadação pode ser usada livremente. Obs. Pelo princípio da não afetação é vedada a vinculação da receita de imposto com exceção da repartição de receitas. e) tributo fiscal: tem finalidade de arrecadar f) tributo extrafiscal: A finalidade principal não é arrecadatória mas sim regulatória g) tributo parafiscal: A arrecadação não é destinada aos entes federativos e sim aos órgãos fiscalizadores, ex: crea, oab h) tributo in natura: é aquele que o pagamento se dá em bens i) tributo in labore: é aquele que o pagamento se dá em serviços j) tributo direito: o sujeito passivo na obrigação é o mesmo que vai pagar o tributo k) tributo indireto: o sujeito passivo transfere o ônus do pagamento para outro l) tributo real: tributo sobre a coisa m) tributo pessoal: tributo sobre a condição pessoal da pessoa n) tributo proporcional: a alíquota é constante e ele não aumenta na proporção e que aumenta o valor que incide. o) tributo progressivo: A alíquota aumenta a proporção que os valores que incidem aumentam. p) tributo regressivo: a alíquota diminui proporcionalmente aos valores que incidem vão diminuindo Direito Tributário 3 4. Tipos de tributos a) imposto: tributo cuja obrigação tem por fator gerador uma situação independente não estatal • São de competência privada e taxativo • A união pode instituir imposto residual, através de lei complementar, que são aqueles impostos que não estavam previstos mas que podem ser criados desde que não sejam cumulativos e com fato gerador e alíquota diferente aos impostos comuns • União: II, IE, ITR, IR, IOF, IPI, IGF, imposto residual • Estados: ITCMD, IPVA, ICMS • Municípios: IPTU, ISS, ITBI b) Taxa: Surgem através do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial dos serviços públicos específicos e divisíveis. • Arrecadação não vinculada • Fato gerador vinculado e atuação do estado • CF veda base de cálculo igual aos impostos • Utilização do serviço público é efetivo quando usufruído a qualquer título, e potencial quando posto a disposição do contribuinte, pela administração. • O tipo de serviço é especifico quando destacado e divisível quando é possível a utilização separadamente por cada um. • Não é divisível, iluminação pública, limpeza das ruas, segurança pública, isso não é taxa • No caso da coleta de lixo, mesmo que a casa esteja vazia – ninguém more lá – a taxa é devida pois o serviço pois posto a disposição. • Para cobrança de taxa do poder de policia tem que realmente ocorrer o serviço não pode ser apenas colocado a disposição • Taxa é obrigação e tarifa é uma remuneração por um serviço público de relação contratual • Custas judiciarias e emolumentos são Taxas. c) contribuição de melhoria: decorrentes de valoração do imóvel por obras públicas. • Competência comum entre os entes • Ente tem que provar o nexo causal da obra e da valorização d) empréstimo compulsório: Tributos temporários que a União cobra para custear despesas urgentes, ficando obrigada a devolve-la assim que cessar a causa. • Caso de calamidade pública, guerra externa • Investimento público ou caráter urgente • Competência exclusiva da União através de Lei complementar. Direito Tributário 4 e) contribuições especiais • Privativo da união, exceção da COSIP (Contribuição de iluminação pública) que pertence aos municípios e da contribuição previdenciária social dos servidores que pertence ao ente q trabalha o servidor • Podem ter base de cálculo e alíquota iguais aos impostos menos as contribuições para financiamento de seguridade social que exige lei complementar. e1) Contribuição para seguridade social: Integram a receita do INSS é paraestatal as receitas arrecadas é destinada ao orçamento da seguridade social e2) Contribuição social residual: Outras contribuições que não designadas a seguridade social. e3) Intervenção domínio econômico (CIDE): é uma contribuição que intervém na economia OBS: Pedágio não é tributo III. Princípios A) Capacidade contributiva: cada um contribui na proporção das suas rendas e haveres, independente da disponibilidadefinanceiros B) legalidade: tributos não podem ser criados ou majorados se não for por lei • Município pode atualizar IPTU, mediante decreto em percentual superior ao incide de correção monetária • Sem lei estadual é vedado cobrar ICMS sobre fornecimento de alimentos e bebidas em restaurante. • Lei ordinária trata sobre cominação de penalidades • Isenção, remissão, anistia, redução da base de calculo só por LEI ESPECIFICA. • Ato do executivo (que não seja decreto) pode majorar, II, IE, IPI, IOF, CIDE, ICMS Combustíveis. c) isonomia: os entendes administrativos não podem instituir tratamento desigual aos contribuintes. d) irretroatividade: CF proíbe cobrança de tributos cujo fato gerador ocorreu antes da vigência da lei que o criou ou aumento, exceto: • Lei interpretativa: A lei retroage quando for interpretativa, excluída a aplicação da penalidade. Lei interpretativa é aquela que esclarece uma dúvida, veda-se a retroatividade das penalidades interpretadas. • Lei mais benéfica: As leis benéficas atingem os atos que não foram definitivamente julgados, quando deixa de definir como uma infração, que tenha penalidade menos severa e que deixe de trata-lo como contrário a qualquer ato ou omissão. Direito Tributário 5 e) anterioridade: vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que foi criada ou aumentada se reduzir o tributo não se aplica esse princípio e não precisa de previsão da lei orçamentária. Exceto: • II, IE, IPI, IOF, imposto extraordinário de guerra, empréstimo compulsório, cide combustíveis, contribuição seguridade social, ICMS combustível. f) anterioridade nonagesimal: Não haverá cobrança de tributos se não decorrer no mínimo 90 dias após a promulgação da lei que o criou. • Empréstimo compulsório • II, IE, IR, IOF, impostos extraordinários de guerra • IPVA, IPTU (fixação base calculo) O Prazo dos 90 dias para a MP conta da sua publicação, mas se houver majoração não prevista na MP, na conversão, conta a partir da conversão. g) não-confisco A CF veda usar o tributo com efeito de confisco que é apreender os bens de alguém. h) não limitação ao tráfico de pessoas Vedado estabelecer limitação de pessoas ou trafego por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, salvo pedágio. i) Uniformidade geográfica É vedado a União instituir tributo que não seja igual em todo território nacional o que implique preferencia a território X. O mesmo vale para estados e municípios. j) “non olet” Para o fisco pouco importa se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte licita ou moral. k) não discriminação em razão da procedência ou destino É vedado estabelecer diferença tributária entre bens e serviços em razão da sua procedência ou destino IV. Sistema Constitucional Tributário 1. Competência tributária A competência para legislar sobre matéria tributária é concorrente entre os entes, a competência tributária também é a possibilidade de criar e majorar tributos. O ente tem a facultatividade de exercer na competência, ou seja, ele não é obrigado a criar os tributos que a CF autoriza. 2. Capacidade tributária A capacidade tributaria é a capacidade de arrecadar e fiscalizar tributos, não legisla sobre tributação pois não tem competência apenas fiscaliza e arrecada, pois, o ente competente delega isso pra ele. Direito Tributário 6 • Não envolve competência legislativa que é intransferível • A pessoa com capacidade detém os privilégios e garantia que compete ao entende que o delegou. • A delegação pode ser revogada a qualquer tempo, por ato unilateral • Não se pode delegar a ente de direito privado 3. Tipos de competência A) comum: A CF não diz quais tributos o ente deve cobrar, ele cobra aqueles que estão em seus âmbitos. B) privado: A CF diz claramente quais são os impostos que o ente pode cobrar C) cumulativa: Como o DF não se divide em municípios ele também cobra impostos municipais e nos territórios federais não tem competência tributária vai ser a união quem vai instituir eles. d) residual: competência da união em criar imposto não previsto na CF, é criado por lei complementar e não pode ter base de cálculo e alíquotas iguais aos impostos normais e) extraordinária: A união pode instituir na iminência de casos de guerra externa os impostos extraordinários compreendidos ou não na sua competência, eles são temporários e vinculados a causa da sua criação. 4. Limitações ao poder de tributar • Princípios • Imunidades • Lei especifica para conceder benefícios fiscais • Vedação da União de isenção heterônoma • Vedação de tributação diferenciada da remuneração e proventos dos agentes públicos dos demais entes • Vedação da tributação diferenciada das rendas das obrigações das dividas públicas. 5. Repartição de Receitas. A repartição das receitas só se dá com Impostos e CIDE combustíveis. O Fluxo é sempre União -> Estados -> Municípios e nunca, Estados -> União, Municipio -> Estados, etc. • É vedado aos estados e a união reterem a repartição mas eles podem condicionar a entrega. a) sistemática Existem duas formas a direta e a indireta. A direta é uma relação simples na qual a receita é repartida, a segunda é complexa é formado um fundo para depois ratear Direito Tributário 7 Receitas repartidas • União: II, IE, IGF, Impostos extraordinários de guerra • Estados = ITCMD • Municípios e DF = Todos REPARTIÇÃO DIRETA • Da união aos estados - 100% do IR pagos por suas autarquias e fundações - 20% do Imposto residual, instituído no exercício da sua competência. - 30% do IOF quando definido em lei como ativo do instrumento cambial • Da união para municípios - 100% do IR pago por suas autarquias e fundações - 50% do ITR neles situados ou 100% se o município fiscalizar e cobrar - 70% de IOF, se a lei definir como ativo financeiro ou instrumento cambial • Dos estados para os municípios - 50% do IPVA que estejam em seu território. - 25% do ICMS V. Imunidade tributária São situações em que a pessoa não pode ser atingida pelo tributo, as imunidades são encontradas na Constituição Federal 1. Distinção Não Incidência é toda situação que não encontra no fato gerador; Isenção difere de imunidade porque a imunidade está prevista na CF e se ta na CF só pode ser imunidade. 2. Imunidades em espécie a) reciproca: Veda aos entendes federados instituir impostos sobre o patrimônio, renda, ou serviço uns dos outros, exceções: tributos vinculados. • A reciprocidade é estendida as autarquias e fundações porem apenas aos serviços vinculados as finalidades essenciais. • A imunidade não se aplica ao patrimônio e a renda dos serviços relacionados a atividade econômica ou empreendido privado em que haja cobrança de tarifa • Se alguém compra um carro de uma autarquia, por exemplo, esse bem não mantem a imunidade o comprador paga IPVA b) imunidade dos templos: É vedado instituir impostos sobre patrimônio, renda, ou serviço dos tempos de qualquer culto. • O IPTU por exemplo fica imune se os templos alugarem um imóvel para um terceiro, mas para isso precisa usar o dinheiro do aluguel para os seus fins Direito Tributário 8 c) imunidade dos partidos políticos, suas fundações, das entidades sindicais, dos trabalhadores e das entidades de educação e assistência social sem fins lucrativos • Dizem respeito as pessoas jurídicas do direito privado • Abrangem o patrimônio • Devem atender os requisitos em lei Requisitos - Não distribuir qualquer parcela da sua renda ou patrimônio a qualquer título - Aplicar integralmente no país,os seus recursos - Conter escrituração das suas receitas - Instituição de educação e assistência não pode ter lucro dos seus sócios, o lucro tem que ser revertido em prol da própria instituição. d) imunidade dos livros, jornais periódicos: As livrarias, autores, etc., não são abrangidos, apenas os objetos e seus insumos e) músicas nacionais: videogramas, fonogramas são imunes, mas a replicação industrial é tributada. 3. Taxas • Imunidade das taxas para assegurar direito de petição e obtenção de certidões • Assistência jurídica • Registro nascimento e certidão de objeto • Casamento civil • Gratuidade a transporte público aos maiores de 65 anos • Ações de habeas corpus e habeas data 4. Contribuição Social • Assistência social • Seguridade social • Entidades beneficentes imunes a contribuição social VI. Vigência e aplicação da lei tributária 1. Vigência espacial A lei tributária os deve vincular os fatos geradores ocorridos no território do ente tributário, a exceção a essa regra são os convênios e as normas gerais expedidas pela união. 2. Vigência Temporal A lei tributária começa a vigorar 45 dias após sua publicação Sobre o principio da anterioridade nonagesimal: Entram em vigor no 1º dia do exercício seguinte a lei que majore ou institua imposto, que defina novas hipóteses de incidência, que extinga ou reduza isenção Direito Tributário 9 3. Aplicação É o momento em que ocorre o fato gerador e a lei é aplicada no fato gerador, essa lei será a lei vigente, ainda que posteriormente venha a ser revogada. a) aplicação imediata A legislação tributária se aplica aos fatos geradores e futuros pendentes b) aplicação retroativa (já mencionado) VII. Obrigação Tributária É toda obrigação que surge quando se realiza uma ação na legislação tributária 1. Obrigação Principal A obrigação tributária principal é toda aquela obrigação em que há o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 2. Obrigação acessória É uma obrigação tributária de cunho não patrimonial e que enseja nos deveres que o contribuinte é obrigado a fazer, as obrigações acessórias são independentes da principal, elas existem. 3. Fato Gerador É a hipótese que dá origem a criação do tributo, o fato gerador é a situação definida em lei como suficiente a sua ocorrência – fato gerador da obrigação principal – o fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação prevista em lei que impõe a pratica ou abstenção do ato, que não configure obrigação principal a) momento da ocorrência do fato gerador • De fato: Desde o momento em que se verifique as circunstâncias materiais necessárias a produção do efeito • De direito: Desde o momento em que esta constituída. b) norma geral antielisão: é uma norma que desconsidera negócios fraudulentos para burlar a tributação, são eles. • Evasão fiscal: É a ocultação do fato gerador, aos olhos do fisco, na evasão de se tenta mascarar o fato gerador • Elisão: é uma conduta licita, visa reduzir a carga tributária incidente sobre mercadorias ou serviços, ocorre antes do fato gerador. • Elusão: é uma forma que aparentemente não se trata de uma forma ilícita de isenção de tributo, mas adota-se meios artificiosos e atípicos, para não pagá-lo, também conhecido como elisão ineficaz, pois possibilitaria que o fisco descobrisse a ação e lançasse o tributo que era para ser isento. Direito Tributário 10 4. Tipos de sujeito O sujeito ativo é aquele, titular, da competência para exigir o seu cumprimento, o sujeito ativo tem a obrigação de administrar o tributo e desenvolver todas as atividades como cobrar, arrecadar, fiscalizar, quanto a cobrança não se admite a solidariedade ativa dos entes. O sujeito passivo é o obrigado a pagar o tributo ou realizar certos deveres. Pode se dividir em contribuinte e responsável, contribuinte é aquele que deu ensejo ao fato gerador, é quem praticou a conduta e responsável é um terceiro vinculado ao fato gerador que responde solidariamente ou subsidiariamente. 5. Solidariedade Pessoas solidarias são as designadas por lei ou as que tinham interesse na obrigação a) benefício de ordem A solidariedade tributaria não comporta benefício de ordem b) efeitos da solidariedade • Pagamento efetuado por um aproveita os outros • A isenção ou remissão exonera todos, salvo outorgado pessoalmente a um, subsistindo nesse caso a solidariedade com o restante do saldo • Prescrição beneficia ou prejudica todos 6. Capacidade passiva É a aptidão para ser sujeito ativo ou passivo da obrigação 7. Domicilio Tributário Regra geral é a eleição pelo sujeito passivo, regra supletiva a essa é a de que vai ser considerado o domicilio o lugar onde estiverem os seus bens, ou da ocorrência do fato gerador das obrigações. VIII. Lançamento Tributário É o procedimento no qual a autoridade verifica a ocorrência do fato gerador, define o montante, a matéria tributável, identifica o sujeito passivo, em regra, aplica-se a lei regente a época do fato gerador mas há exceções. • Ampliação de poderes investigação • Instituição de novos critérios de apuração ou fiscalização 1. Modalidades de Lançamento A) “Ex Officio” ou direto: É realizado pelas autoridades sem a colaboração do sujeito passivo, ex: IPTU, IPVA • Por determinação da lei • Declaração fora de prazo ou exigida • Falsidade, erro ou omissão em elemento de declaração obrigatória Direito Tributário 11 • Fato não conhecido ou provado em lançamento anterior • Omissão na homologação do lançamento b) Declaração: Efetuado com base na declaração do sujeito passivo • A retificação por isso quando vise excluir ou reduzir o tributo só é possível mediante a comprovação do erro e antes de notificado o lançamento, a autoridade tem que corrigir obrigatoriamente as informações obtidas. c) Homologação: É aquele em que o contribuinte antecipa o pagamento e a autoridade homologa, se lei não fixar prazo a homologação será de 5 anos, se a lei estabelecer outro prazo esse não pode ser maior do que os 5 anos 2. Hipótese de alteração • Impugnação sujeito passivo: É aquele em que o sujeito entra contra a fazenda para não ser cobrado do tributo • Recurso de oficio: É a possibilidade do ente recorrer da decisão que não lhe seja favorável 3. Crédito Tributário O credito tributário é o que estado pode exigir do particular o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. O crédito tributário independe da obrigação porque a obrigação vai existir mesmo que o credito não exista mas o credito não existe sem a obrigação, ele só é exigível após o lançamento tributário pois o lançamento constitui justamente o credito tributário. IX – Suspensão do crédito tributário A suspensão do crédito tributário nada mais é do que a suspensão da sua exigibilidade, ou seja o tributo não vai poder ser cobrado, a suspensão se divide em duas. A suspensão prévia é anterior ao lançamento e é um impedimento a sua exigibilidade, a suspensão posterior ocorre após a constituição do crédito quando esse já é exigível. A suspensão do crédito tributário se dá nas seguintes situações: a) moratória, b) deposito do seu montante integral, c) reclamações e recursos, d) concessão de medida liminar em mandado de segurança, d) concessão de medida liminar ou tutela antecipada em outras situações, e) parcelamento A consequência pratica da suspensão é o impedimento, ainda que temporário, da cobrança do credito. O sujeito passivo com dividas tributarias suspensas tem direito a certidão positiva com efeito de negativa. 1. Moratória É a dilação do prazode vencimento do tributo, que pode ocorrer antes ou durante o prazo originalmente fixado para pagamento ou se já vencido a concessão de novo prazo pode ser concedida em caráter geral e individual e não pressupõe litigio contra o estado • A moratória sempre vai depender de lei. • Concedida por despacho de autoridade administrativa, desde que autorizada por lei. Direito Tributário 12 a) moratória em caráter geral: É concedida em razão de aspectos objetos definidos pela lei instituidora, ex: moratória de “n” meses para todos os sujeitos passivos de determinada região, na CF há uma espécie de “moratória heterônoma” que é quando a união concede a medida para tributos de outros entes, se simultaneamente conceder para os de sua competência e para as obrigações de direito privado b) moratória em caráter individual: É aquele que é autorizada por lei mas depende de um despacho da autoridade administrativa para o seu reconhecimento, nesse caso o beneficiário deve cumprir certos requisitos e provar sua situação e assim como a concessão de isenção em caráter individual não gera direito adquirido. • Se o beneficiário não cumprir as condições ou requisitos e agiu com dolo ou simulação sofre penalidade, e o tempo entre a concessão e a anulação não se computa para efeito de prescrição A lei deve prever o prazo de duração da medida, as condições para sua concessão, os tributos que se aplica, etc. Se ela não dispuser só os créditos definitivamente constituídos a data da concessão serão atingidos pela medida. 2. Depósito do montante integral É uma garantia do credor e não um pagamento, de maneira voluntaria o sujeito deposita para conseguir a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, difere da consignação em pagamento – causa de extinção do crédito – porque quem consigna quer pagar e o depositário não quer pagar e sim discutir o débito a) deposito judicial: Pode ser feito antes ou depois do lançamento e pode ser feito no momento da impetração da ação judicial ou depois, no curso do processo e nos mesmos autos, é uma providencia para conseguir o efeito de suspender o credito tributário, o deposito é necessário porque a simples ação judicial não vai suspender o crédito, salvo se houver liminar, as instituições financeiras em que se efetuam o deposito é definida por lei ordinária, no final do processo se o fisco ganhar o deposito se transforma em renda e ele colhe o pagamento mas se o contribuinte ganhar ele levanta o seu depósito. 3. Reclamações e recursos no processo administrativo Uma vez efetuado o lançamento, cabe defesa, contra a exigência do fisco que verse sobre qualquer elemento que ele entenda ser impugnável. Os encargos incidentes sobre o credito constituído (multas, juros, etc) não deixam de correr durante o andamento do processo, enquanto não exarado provimento final no processo administrativo o sujeito passivo tem direito a certidão positiva com efeito de negativa. • No litigio administrativo os recursos e reclamações suspendem a exigibilidade, mas no litigio judicial só ocorre a suspensão se acompanhado de medida liminar requerida para esse fim. 4. Parcelamento O parcelamento será concedido na forma e na condição estabelecida por lei específica, salvo disposição de lei em contrário, não exclui a incidência de juros e multas. Direito Tributário 13 5. Concessão de medida liminar ou tutela antecipada X – Extinção do Crédito Tributário Extinção do crédito tributário é qualquer ato jurídico ou fato jurídico que faça desaparecer a obrigação respectiva. A extinção ocorre nas seguintes modalidades: 1. TIPOS DE EXTINÇÃO 1.1. Pagamento Pagamento é o cumprimento do objeto da prestação tributária em moeda nacional ou cujo valor nela possa se exprimir, no direito privado o pagamento da clausula penal substitui a obrigação descumprida, no direito tributário isso não ocorre o valor destas vai somar com o tributo não sendo possível essa substituição, o pagamento de um credito não presume nem o pagamento de parcelas que o antecedem nem dos outros referentes ao mesmo ou a outros tributos • O pagamento se dá no domicilio do credor e o tempo para pagamento é instituído por lei, sendo esta omissa, será no prazo de 30 dias após notificação do lançamento • É permitido desconto para os adimplementos antecipados • A mora é automática não é necessária interpelação do devedor • Não se pode pagar tributo com bens e/ou serviços, só em pecúnia. • Imputação é quando o sujeito passivo deve a um mesmo sujeito ativo mais de um debito referente a um ou mais tipos tributários, o fisco pode determinar a imputação do crédito na ordem estabelecida. 1º Débitos por obrigação própria, débitos decorrentes de responsabilidade trib. 2º Contribuições de melhoria, taxas, impostos. 3º Na ordem crescente dos prazos de prescrição 4º Na ordem decrescente dos montantes. 1.2. Homologação do pagamento antecipado Homologação é quando o sujeito passivo pagar o tributo sem prévio exame da autoridade administrativa e está tomando conhecimento da atividade exercida pelo obrigado, o homologa. Esse pagamento é feito antecipado porque é feito antes do lançamento, daí a extinção não se operar no momento do pagamento, mas no da homologação. 1.3. Decadência É causa extintiva do próprio direito pelo seu não exercício no prazo estipulado em lei, então se o estado não lança o tributo no prazo legal, ele decai, e se extingue, se o sujeito passivo pagar o tributo tem direito a restituição Sobre a contagem do prazo, prazo inicial será de 5 anos mas seu início varia de acordo com as situações do CTN: a) do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado Direito Tributário 14 b) Da data em que tenha sido iniciada a constituição do credito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento: São atos do fisco que informam ao sujeito passivo de que uma ação fiscal foi iniciada, visando apurar a ocorrência dos fatos geradores e lançar o crédito c) da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o lançamento anteriormente efetuado: nesse caso o lançamento já foi efetuado, mas foi anulado ai vai abrir novamente um período de cinco anos para que o credito seja instituído por um lançamento substitutivo. d) da data do fato gerador, para os tributos sujeitos a homologação: se a lei não fixar prazo para a homologação, ele será de 5 anos a conta da ocorrência do fato gerador, expirado esse prazo e a fazenda não se pronunciar o credito considera-se homologado e extinto, exceto se o sujeito passivo não pagou nada ou não tinha intenção de pagar. e) Prazos decadenciais para os tributos sujeitos a homologação do lançamento Antecipação total ou parcial do valor do tributo • Regra mais benéfica, decadência contada a partir do fato gerador da obrigação Não antecipação de nenhuma quantia a título de recolhimento ou existência de dolo, fraude, simulação • Decadência contada a partir do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento deveria ter sido efetuado 1.4. Prescrição É a causa extintiva da pretensão de direito material pelo seu não exercício no prazo estipulado por lei, ou seja, extingue-se a exigibilidade do direito 1.4.1 inicio do prazo de prescrição O prazo só se inicia com a violação ao direito do fisco, que marca o início da exigibilidade do credito, no primeiro dia seguinte ao vencimento do prazo dado ao sujeito passivo para adimplir o credito tributário definitivamente constituído, mas se concomitante a esse prazo para pagamentocorre o prazo para impugnar e ocorra a impugnação e suspensão, não corre a prescrição porque o debito ainda não é exigível. 1.4.2 interrupção do prazo prescricional a) despacho de juiz quer ordenar a citação em execução fiscal b) protesto judicial c) qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor, d) qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do debito pelo devedor e) fim do prazo da suspensão da execução fiscal por um ano. Direito Tributário 15 1.4.3 suspensão do prazo prescricional • Hipoteses de suspensão do crédito tributário • Durante a suspensão, por um ano, da execução fiscal, quando não encontrado bens penhoráveis • Anulação, por motivo de dolo ou simulação, da moratória, parcelamento, remissão, isenção e anista concedida em caráter individual 1.5. Compensação A lei pode, nas condições e garantias que estipular, autorizar a compensação dos créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos do sujeito passivo contra a fazenda. • É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo que seja objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do transito em julgado da respectiva decisão judicial 1.6. Transação A lei pode facultar nas condições que estabeleça aos sujeitos ativos e passivos da obrigação tributária, celebrar transação que mediante concessões mutuas, importe em terminação do litigio e extinção do crédito tributário. • A transação sempre leva a extinção total do credito, mesmo quando o valor a ser recolhido não satisfaça integralmente a obrigação 1.7. Remissão É o perdão da dívida, e no direito tributário diferentemente do civil o remitido tem que aceitar a remissão. • Qualquer remissão relativa a imposto, taxas e contribuições só poderá ser concedida por lei especifica que regule exclusivamente a matéria • A remissão não gera direito adquirido e pode ser anulada. 1.8. Dação em pagamento Também depende de autorização legal, só se aceita bens imóveis. 1.9. Conversão de deposito em renda É aquele deposito que o sujeito passivo dá como garantia na via judicial para que possa litigar contra os créditos da fazenda, no entanto se ele perder o deposito que ele deu como garantia vai se converter em renda e o credito será extinto 1.10. Consignação em pagamento A ação de consignação em pagamento extingue o crédito tributário existente para o sujeito passivo, que usa tal medida pois não consegue efetuar o pagamento, por a Fazenda Pública não aceitar tal pagamento. Direito Tributário 16 Porém é direito do sujeito passivo efetuar o pagamento do tributo, e dispõe o CTN, artigo 164 os casos em que tal ação pode ser proposta, são os tais casos: (I) de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; (II) de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; (III) de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. Sendo que a consignação só pode versar sobre o crédito que se propõe pagar (CTN, artigo 164, § 1º). Se for julgada procedente a ação, considera-se efetuado o pagamento, convertendo-se a importância consignada em renda, porém, se julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis (CTN, artigo 164, § 2º). 1.11. Decisão administrativa irreformável A decisão administrativa, irreformável, pode extinguir o crédito tributário, mesmo quando este se encontre em constituição. Anula o lançamento já feito ou em elaboração. Irreformável quer dizer que não pode ser reexaminada pela administração e não mais possa ser objeto de ação anulatória, a decisão administrativa que gera a extinção é aquela que, em sede de impugnação ou recurso do sujeito passivo, “encerra o procedimento administrativo de lançamento”. 1.12. Decisão judicial A decisão judicial transitada em julgado, que decida pela invalidade do lançamento, extingue o crédito tributário. Anula o lançamento já feito ou em elaboração. Na extinção do crédito tributário validamente constituído há extinção da condizente obrigação tributária. No desfazimento do procedimento de constituição do crédito tributário, extingue-se apenas o crédito, como realidade formal, considerando inexistente a obrigação. Mas se exitia em face de ser o açulamento por vício formal, enseja novo lançamento. 2. REPETIÇÃO DO INDÉBITO TRIBUTÁRIO Repetição de indébito tributário refere-se à possibilidade do direito do contribuinte pleitear, junto às autoridades fazendárias, a devolução de tributo pago indevidamente ou nas demais hipóteses listadas pela Lei. 2.1 Hipóteses de restituição • Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido • Reforma, anulação ou rescisão da decisão condenatória • Erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, do cálculo do montante do debito 2.2 Restituição de tributos indiretos A restituição dos tributos que importem transferência do encargo financeiro somente vai ser feita para quem comprovar quem assumiu de fato o encargo ou no caso de ter transferido mostrar que está autorizado a recebe-la. Cabe restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão que o contribuinte de direito não recuperou do contribuinte de fato, o quantum respectivo. Direito Tributário 17 2.3 Extinção do direito a restituição Prazo de 5 anos, contados: • Da data de extinção do credito tributário nas hipóteses de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido ou erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, etc. • Da data em que se tornar definitiva a decisão de: reforma, anulação, revogação. 2.4 Prazo para anular ato administrativo denegatório Quando se perde na via administrativa o sujeito tem prazo de 2 anos – contados da intimação da decisão administrativa - para entrar na via judicial para anular a decisão administrativa e conseguir a restituição, a prescrição é interrompida pelo início da ação judicial e seu curso recomeça pela metade a partir da data da intimação valida feita ao representante da fazenda interessada, (no entanto se a interrupção ocorrer antes de 1 ano, ex, 4 meses, a fazenda vai ser intimida e o prazo vai voltar a correr por mais 1 ano e 8 meses, por exemplo) 2.5 Restituição dos acréscimos legais Com a restituição do indébito há o ensejo do contribuinte ter a restituição dos acréscimos legais incidentes, juros, etc. XI – Exclusão do crédito tributário Excluir é impedir que o crédito se constituía, ocorre a exclusão, portanto, antes do lançamento da obrigação. 1. ISENÇÃO A isenção é uma exceção a hipótese legal de incidência do tributo e só pode ser criada por lei, instituída por lei. • Quanto a forma de concessão a isenção pode ser absoluta que é aquela isenção de caráter geral e a solene que é a de caráter individual quando necessite de um despacho da autoridade administrativa • Quanto a sua natureza, a isenção pode ser onerosa ou condicionada que é aquela em que o sujeito precisa se enquadrar em um tipo legal ou realizar determinado ato para conseguir a isenção e gratuita ou incondicionada. • Quanto a abrangência pode ser ampla abrange todo o território, restrita abrange determinadas regiões e setorial que abrange determinados segmentos econômicos. • Quanto aos elementos, pode ser objetiva se concedida emfunção do fato gerador da obrigação, ex, isenção de IPVA ou subjetiva se concedida em favor do sujeito, ex, isenção da ipva para taxistas. • As isenções não se estendem as taxas e contribuições de melhoria nem aos tributos instituídos após a sua concessão. A concessão de isenção em caráter individual não gera direito adquirido e pode ser anulada, no entanto se ela foi posta com prazo certo e condição determinada ela gera direito adquirido e não pode ser revogada. Direito Tributário 18 2. ANISTIA É o perdão das infrações a legislação tributária, tem natureza penal pois extingue a punibilidade do sujeito passivo infrator, como impede a constituição do credito tributário não se confunde com a remissão. A anistia de caráter geral independe de qualquer formalidade exigida do beneficiado a de caráter limitado pode, ou não, exigir alguma comprovação por parte do anistiado e diferentemente da isenção de caráter limitado a anistia de caráter limitado não é necessariamente obrigada a ter autorização por despacho de autoridade. Também não gera direito adquirido e pode ser anulada caso o anistiado não satisfaça ou deixe de satisfazer as condições ou requisitos para a concessão. 2.1 Vedação a concessão Nem toda infração pode ser perdoada pois a anistia não abrange as seguintes situações • Infrações posteriores a lei concessiva • Atos qualificados como crime ou contravenções • Atos praticados com dolo, fraude, simulação • Infrações resultantes de concluio entre duas ou mais pessoas 2.2 Tipologia A anistia pode ser de caráter geral ou individual e ela difere da isenção porque a anistia em caráter individual pode ou não prescindir de um despacho da autoridade administrativa, a anistia também não gera direito adquirido 2.3.2 Anistia de caráter individual Pode ou não exigir alguma comprovação por parte do anistiado, são causas: • As infrações relativas a determinados tributos • As penalidades de até determinado valor, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza • Ao pagamento do tributo no prazo fixado por lei • A determinada região do território em função de condições peculiares. XII. Garantias e preferencias do credito tributário. 1. Garantias São instrumentos legais ou contratuais que asseguram a fruição de direitos, essas garantias não impedem que leis ordinárias dos entes tributantes criem outras em função da natureza ou das características do tributo a que se refiram, essas garantias são taxativas e não permitem que outras garantias sejam criadas por lei A natureza das garantias não interfere nem modifica a natureza da obrigação tributária, assim mesmo que um devedor garanta uma dívida tributária com um título cambiário, caso não honre, será cobrado em via própria por execução fiscal. a) responsabilidade patrimonial As totalidades do patrimônio do devedor respondem pelas dividas tributarias, isso inclui até os bens gravados com ônus real ou clausula de impenhorabilidade, a exceção são os bens absolutamente impenhoráveis Direito Tributário 19 b) Presunção relativa de fraude na alienação ou oneração de bens A partir do momento em que o credito tributário é regularmente inscrito em dívida ativa, qualquer alienação de bens e rendas por parte do devedor, será presumidamente fraudulenta, independentemente de haver ou não animus de fraudar. Para que ocorra a frauda o devedor deve alienar os bens quando inscrito em divida ativa e desde que não tenha sido reservado elo devedor bens ou rendas suficientes ao total do pagamento da divida ativa c) indisponibilidade de bens e direitos o credito tributário não pago é obrigatoriamente inscrito em dívida ativa, para ser cobrado judicialmente, quando é inscrito é presumido líquido e certo, na execução fiscal se o devedor for citado e não pagar nem apresentar bens a penhora e nem forem encontrado esses bens o juiz deve determinar a indisponibilidade de seus direitos e bens, aos órgãos que promovem registro de transferências de bens, aos bancos e mercado de capitais. 2. Preferencias. É a preferência que o credito tributário vai ter em relação às outras dividas do devedor. a) preferencia geral do crédito tributário Em regra, credito tributário prefere a qualquer outro, qual seja a sua natureza ou tempo, as exceções ficam por conta dos créditos decorrente da legislação do trabalho e do acidente de trabalho, e no caso de falência, quando mais alguns tipos de crédito tem recebimento prioritário. b) preferência em casos de falência Na falência os créditos abaixo tem prioridade sobre os tributários • Créditos extraconcursais • Créditos trabalhistas e acidentários • Importâncias passiveis de restituição • Créditos com garantia real. No caso de haver dividas tributarias na massa falida que componham os créditos concursais, esse terá preferência sobre os outros e para contesta-los é necessário garantir a instancia ou reservar bens suficientes a sua satisfação • As multas tributárias tem preferência apenas aos créditos subordinados, para efeito de preferência as multas foram excluídas do conceito de credito tributário. c) inventário, arrolamento e liquidação de pessoa jurídica Os créditos tributários tem preferência absoluta nos processos de arrolamento, inventario e liquidação de pessoas jurídicas e a contestação deles exige garantia de instancia ou reserva de bens suficientes ao adimplemento total da dívida. Direito Tributário 20 d) não sujeição a concurso e a habilitação Os créditos tributários não se sujeitam a concurso de credores nem a qualquer tipo de habilitação, isto é, a fazenda não precisa se habilitar na falência, inventário, etc. No entanto essa não sujeição não implica sobreposição sobre os haveres daqueles credores, em quem ações de execução individuais, já tenham conseguido a penhora de bens para a satisfação dos seus direitos. Exceção a isso é quando mais de uma pessoa jurídica de direito publico é credora do mesmo devedor, por tal situação o CTN estabelece uma hierarquia entre as preferencias atribuída ao credito tributário, é o concurso de preferencias Tem preferencia, a união e suas autarquias, o estado e suas autarquias conjuntamente e pro rata e os municípios e suas autarquias conjuntamente e pro rata. 3. Quitação A exigência de quitação de que os tributos foram pagas é exigida quando: • Sentença de extinção das obrigações do falido • Concessão de recuperação judicial • Sentença de adjudicação ou partilha • Aceitação de proposta em concorrência pública e celebração de contrato com a administração, salvo, quando está a dispensar a quitação XIII. Responsabilidade tributária A responsabilidade tributária define quem é responsável pelo pagamento do tributo. Essa responsabilidade pode ter dois sentidos, um amplo e um restrito. No sentido amplo, é a submissão de determinada pessoa (contribuinte ou não) ao direito do fisco de exigir a prestação da obrigação tributária (ou seja, o pagamento de determinado tributo). Essa responsabilidade pelo pagamento dos tributos (sentido amplo) corresponde à sujeição passiva em matéria tributária e abrange, nos termos do art. 121 do CTN, o contribuinte e o responsável (sentido estrito), O contribuinte é o sujeito passivo direto da obrigação tributária. Ele tem obrigação direta pelo pagamento do tributo. Sua capacidade tributária é objetiva, pois decorre da lei, não de sua vontade. No sentido estrito, o responsável é o sujeito passivo indireto da obrigação tributária. Ele não é vinculado diretamente com o fato gerador, mas por imposição legal, é obrigado a responder pelo tributo. Ainda que sua vinculação com o fatogerador não seja direta e pessoal (características do contribuinte), para que seja possível a responsabilização de terceiros há que existir uma relação deste com o fato gerador. Pré-requisitos para a atribuição de responsabilidade • É obrigatória sua veiculação em lei • Só pode ser atribuída a terceiro vinculado ao fato gerador da obrigação • Deve ser prevista expressamente • Não pode o tipo legal criado conflitar com aqueles previstos no CTN Direito Tributário 21 1. Tipologia da responsabilidade tributaria a) substituição: a lei desde logo põe o terceiro no lugar da pessoa que naturalmente seria tida por contribuinte; b) transferência: a obrigação de um devedor, é deslocada para outra pessoa em razão de algum evento. 1.1 Gradação da responsabilidade a) solidária: quando mantem o devedor originário e o responsável num mesmo patamar de exigibilidade b) subsidiaria: quando o fisco cobra primeiro do contribuinte, e este sendo insolvente, o credito é obrado do responsável c) exclusiva: quando a cobrança recai somente sobre o responsável, afastando o devedor originário e o eximindo de qualquer obrigação perante o fisco 1.2 Substituição tributária É uma imputação legal da responsabilidade por fato gerador praticado por terceiro, que arca com o ônus tributário de maneira própria. a) substituição tributária “para frente” É quando a lei impõe ao substituto – geralmente produtor de bebidas, cigarros, combustíveis, etc – a responsabilidade pelo recolhimento de obrigações oriundas de fatos geradores futuros, cujos acontecimentos, presume-se acontecerão no decorrer da cadeia de circulação do produto, é uma antecipação de recolhimento. b) substituição tributária para trás Ocorre quando o substituto que é um contribuinte direto (comerciante ou industrial) adquire mercadoria de outro contribuinte, em geral de produtores de pequeno porte, responsabilizando-se pelo pagamento do tributo substituto e pelo cumprimento das obrigações tributarias, é o adiantamento do recolhimento do tributo. 2. Responsabilidade tributária no CTN 2.1 Responsabilidade por sucessão É quando o credito tributário se constitui depois da obrigação tributaria a) adquirente de bem imóvel O comprador de um bem imóvel, em regra geral, sub-roga-se nos créditos devidos pelo alienante e será ele o responsável a pagar os tributos, exceção a isso é a prova de quitação (certidão negativa) ou se arrematados em hasta pública ou adquiridos por usucapião b) adquirente ou remitente de bem móvel O adquirente ou remitente é pessoalmente responsável pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos, essa norma é direcionada à adquirente de bens moveis Direito Tributário 22 c) sucessão causa mortis São responsáveis o sucesso e o cônjuge meeiro pelos tributos devido pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação e o espólio pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. d) sucessão empresarial A responsabilidade tributária recai para os sucessores da pessoa jurídica, são aquelas operações eu vertam patrimônio de empresa sucedida, total ou parcialmente, para outras pessoas jurídicas, nesse caso a empresa sucessora responde não só pelos tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias e punitivas referentes a fatos geradores ocorridas antes da sucessão. A responsabilidade também cai sobre o sócio remanescente da empresa jurídica que se extinguiu, desde que esse continue praticando a atividade que a empresa praticava. 2.2 Responsabilidade de terceiros A responsabilidade de terceiros, funda-se no abuso de confiança e na falta de zelo elo patrimônio de outrem, é dívida em responsabilidade subsidiaria, exclusiva e pessoal. a) responsabilidade subsidiaria Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte respondem, há a responsabilização do responsável. • No caso dos filhos menores a responsabilidade é dos pais • No caso do espolio é do inventariante • No caso da massa é do sindico e comissário • No caso de terceiro são os administradores • No caso de liquidação de sociedade de pessoas, são os sócios A responsabilidade se opera por uma transferência e depende da insolvência do contribuinte originário. b) responsabilidade pessoal São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondes a obrigações tributarias resultantes de atos praticados com excesso de poder ou infração a lei, contrato social ou estatutos, são os mandatários, prepostos, empregados, gerentes, etc, a responsabilidade nesse caso vai ser exclusiva e impede qualquer pretensão do fiscal contra o contribuinte originário. XIV. Impostos Federais 1. IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS – II 1.1 Fato Gerador O Fato gerador desse imposto é a entrada do produto estrangeiro em território nacional. Direito Tributário 23 1.2 Contribuintes e responsáveis • Importador, qualquer pessoa que promova a entrada estrangeira no brasil • O destinatário de remessa postal • Adquirente da mercadoria 1.3 Base de calculo A base de cálculo do imposto será determinada de acordo com o tipo de alíquota utilizada, se especifica ou ad valorem, e quando levado a leilão a base de cálculo será o preço da arrematação. 1.4 Alíquotas As alíquotas podem ser alteradas por decreto do executivo, o imposto de importação NÃO se submete ao princípio da anterioridade e da anterioridade nonagesimal assim como nos casos de benefícios fiscais que produzirão seus efeitos imediatos. 1.5 Extrafiscalidade Tem caráter puramente extrafiscal, permitindo que o governo utilize ele para fomentar ou desestimular determinado setor da atividade econômica, mediante a elevação ou redução de alíquotas. 1.6 Tributação exclusiva A exceção do ICMS, II e IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a: energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo e combustíveis. 2. IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO – IE 2.1 Fato Gerador O imposto de exportação tem como fato gerador a saída, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados 2.2 Contribuintes O contribuinte do imposto é o exportado ou quem a lei a ele o equiparar, são responsáveis o depositário e o transportador. 2.3 Base de cálculo • Alíquota especifica: unidade de medida adotada pela lei tributária • Alíquota ad valorem: o preço normal que o produto alcançaria ao tempo da exportação em uma venda em condições de livre concorrência 2.4 Alíquotas. A alíquota do imposto tem um valor de 30% podendo ser alterada, para atingir os objetivos das políticas de comercio exterior e cambial Direito Tributário 24 2.5 Extrafiscalidade O imposto de exportação tem caráter puramente extrafiscal, uma vez que seu objetivo é servir como instrumento das politicas de comércio exterior e cambial. 3. IMPOSTO SOBRE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA – IR 3.1. Fato Gerador O fato gerador é a renda, ou seja, o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, e os proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. 3.2 Contribuintes e responsáveis O contribuinte é o título da disponibilidade, pessoa física ou jurídica, a lei pode atribuir a fonte pagadora de renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhes caibam 3.3 Base da calculo A base de cálculo é o montante da renda ou dosproventos tributáveis. Para as pessoas físicas incidirá sobre o rendimento bruto sem qualquer redução, com exceção das despesas relativas a saúde, educação, etc. As pessoas jurídicas têm como base de cálculo do imposto o lucro real ou o lucro presumido e nos casos previstos em lei o lucro arbitrado, o lucro real se dá através de uma série de deduções, exclusões, compensações. O lucro presumido a base de cálculo é determinado pela aplicação de percentuais sobre a receita, e o lucro arbitrado tem como base de cálculo quanto a pessoa jurídica tributada com base no lucro real deixar de cumprir obrigações acessórias, quando houver fraude na apuração da base de cálculo, etc. resumindo quando for impossível o lucro presumido e o lucro real 3.4 Alíquotas As alíquotas para pessoas físicas são de 15% a 27,5% de acordo com o valor da base de cálculo, para as pessoas jurídicas tem-se a alíquota básica de 15%. 3.5 Lançamento Para as pessoas físicas considera-se o fato gerador ocorrido no dia 31 de dezembro, devendo a verificação do valor ser recolhido até 30 de abril do ano subsequente, no IRPJ o período de apuração é trimestral podendo o contribuinte que pagar com base no lucro real optar pelo período de apuração anual, na apuração trimestral o fato gerador ocorre no fim de cada semestre e na apuração anual ocorre no dia 31/12 4. IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI 4.1 Fato gerador No desembaraço aduaneiro quando de procedência industrializado, saída do estabelecimento e arrematação quando apreendido ou abandonado e levado a leilão Direito Tributário 25 4.2 Contribuintes O importador e o industrial ou quem a lei a eles o equipararem, o comerciante de produtos sujeito ao imposto, que os forneça ao importador ou ao industrial e o arrematante de produtos apreendidos levados a leilão 4.3 Base de calculo • Na importação de produtos industrializados: o valor que servir ou que servirá de base de cálculo dos tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importado ou dele exigíveis • No leilão de produtos apreendidos ou abandonados o preço da arrematação • Nas demais operações o preço da operação que caracteriza o fato gerador, representada pelo valor do produto acrescido do valor do frete e demais despesas adicionais cobradas do comprador ou destinatário. 4.4 Alíquotas As alíquotas do IPI são proporcionais, sofrem variação de acordo com a natureza do produto tributado, a CF determina a seletividade da exação, que deve ser seguida de maneira obrigatória, sendo assim o imposto deve ser seletivo, incidindo de maneiras mais gravosa nos produtos não essenciais, tais como cigarros. O IPI pode ter suas alíquotas alteradas por ato do poder executivo e também não se sujeita ao princípio da anterioridade de exercício, mas se sujeita a anterioridade nonagesimal. 4.5 Não cumulatividade A CF estabelece a não cumulatividade do IPI, determinando a compensação do imposto devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores 4.6 Extrafiscalidade O IPI é essencialmente fiscal, representando um importante ingresso de receita nos cofres da União e exerce indiretamente função extrafiscal 4.7 Imunidade O IPI não incide sobre produtos industrializados destinados ao exterior nem sobre: energia elétrica, telecomunicações, derivados do petróleo e combustíveis minerais 5. IOF 5.1 Fato gerador O fato gerador do IOF são as operações de: • Operação de credito, entrega ou colocação do montante a disposição do tomador • Operações de câmbio, constituem entrega de moeda nacional ou estrangeira • Operações de seguro, ocorre no momento do recebimento do premio • Operações relativas a títulos e valores mobiliários, ocorre com a aquisição, cessão, resgate, pagamento, etc. Direito Tributário 26 5.2 Contribuintes e responsáveis Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito. 5.3 Base de calculo • Operação de credito, valor principal que constitua o objeto da obrigação • Operações de câmbio, montante em moeda nacional, recebido • Operações de seguro, valor do premio pago • Operações relativas a títulos e valores mobiliários, o valor da aquisição, resgate, cessão, repactuação, etc. 5.3 Alíquotas Podem ser alteradas pelo executivo 5.4 Extrafiscalidade Tem Função extrafiscal 5.5 imunidades Não pode incidir sobre as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrário 5.6 não incidência • Autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; • Templos de qualquer culto; • Partidos políticos, inclusive suas fundações, entidades sindicais de trabalhadores e instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. 6. ITR 6.1 Fato Gerador O Fato gerador é a propriedade, localizada fora da zona urbana do município, aferível em 1º de janeiro de cada ano 6.2 Contribuintes Proprietário do imóvel rural e seus sucessores. 6.3 Base de calculo A base de cálculo do ITR é o Valor da Terra Nua tributável, Terra nua é o imóvel por natureza ou acessão natural, compreendendo o solo com sua superfície e a respectiva mata nativa, floresta natural e pastagem natural 6.4 Alíquotas Incidem sobre o valor da terra nua tributável, ainda há a progressividade das alíquotas 6.5 Imunidade: Não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore e o proprietário não possua outro imóvel Direito Tributário 27 XV. Impostos Estaduais 1. ITCMD 1.1 Fato gerador É a transmissão de quaisquer bens ou direitos recebidos em razão de: sucessão legitima ou testamentaria mesmo que provisória e doação. 1.2 Contribuintes e responsáveis Nas doações, o donatário e nas transmissões por morte o herdeiro ou legatário e como responsável o doador. 1.3 Base de calculo A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens, direitos e créditos, no momento da ocorrência do fato gerador do tributo 1.4 Alíquotas Impõe a CF que as alíquotas do imposto tenham um tento definido pelo senado, hoje a alíquota máxima é de 8%, o imposto de transmissão “causa mortis” é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão 1.5 Lançamento Na transmissão causa mortis os bens são repassados mediante inventario, o inventario aguarda o deslinde, o lançamento será feito por declaração, nos casos de arrolamento e doação também será por homologação. 1.6. Regras constitucionais especificas da competência • Bens imóveis e respectivos direitos, competência do estado da situação do bem • Bens moveis, títulos e créditos, competência do estado onde se processar o inventário ou arrolamento ou tiver domicilio o doador • Doação por pessoa que tenha domicilio ou residência no exterior, os bens deixados por de cujus residente ou domiciliado ou que teve seu inventario processado no exterior. 2. IPVA 2.1 Fato gerador do imposto É a propriedade do veículo automotor sendo a cobrança realizada anualmente 2.2 Contribuintes e responsáveis Contribuinte é o proprietário do veículo, podendo ser considerada responsáveis outras pessoas como o adquirente 2.3 Base de calculo É o valor venal do veículo, a fixação da base de cálculo do IPVA não se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal Direito Tributário 28 2.4 Alíquotas O senado tem competência para fixação das alíquotas mínimas e prever a possibilidade de fixação de alíquotas diferencias em função do tipo e da utilização do veículo. 3. ICMS3.1 Fato gerador • Circulação de mercadorias • Prestação de transporte de serviços interestadual • Prestação de serviços de transporte intermunicipal • Prestação de serviços de comunicação 3.2 Contribuintes e responsáveis É qualquer pessoa física ou jurídica que realize com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria, transporte, etc. Substitutos podem ser o adquirente e o tomador de serviço 3.3 Base da calculo A base de cálculo é o preço da venda e o da prestação do serviço, não compõe a base de cálculo os valores que não guardam relação com a operação mercantil tributável, como juros. 3.4 Alíquotas • Alíquotas aplicáveis as operações e prestações, interestaduais e de exportação, estabelecidas por resolução do senado É facultado ao senado federal a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de 1/3 e aprovada por maioria absoluta b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito especifico que envolva interesse de estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por 2/3 dos seus membros • Em relação as operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao estado do estado de localização do destinatário o imposto correspondente a diferença entre a alíquota interna do estado destinatário e a interestadual 3.4 não cumulatividade A CF estabelece a não cumulatividade do ICMS, determinando a compensação do imposto devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores 3.6 Lançamento O Lançamento se dá por homologação Direito Tributário 29 3.7 Imunidade • Operações que destinem mercadorias para o exterior • Serviços prestados a destinatários no exterior • Operações que destinem a outros estados petróleo e energia elétrica • Prestação de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita. XVI. Impostos Municipais 1. IPTU 1.1 Fato Gerador O fato gerador do IPTU é a propriedade. 1.2 Contribuintes e responsáveis São contribuintes do imposto: o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou seu possuidor Para que seja considerada zona urbana tem que possuir os seguintes requisitos: • Meio-fio ou calçamento com canalização de aguas pluviais • Abastecimento de agua • Sistema de esgoto • Rede de iluminação publica • Escola primaria ou posto de saúde a uma distância máxima de 3km do imovel 1.3 Base de calculo A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem imóvel, não se considerando na determinação da vase de cálculo o valor dos bens dos moveis mantidos, a atualização do valor venal do imóvel por índices oficiais de correção representa majoração de base de cálculo do tributo, podendo ser realizada pelo próprio poder executivo mediante decreto, a fixação da base de cálculo do IPTU é uma exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. 1.4 Alíquotas Hoje existem dois tipos de progressividade das alíquotas do IPTU, a progressividade em função do valor venal do imóvel e a progressividade no tempo, utilizada como forma de intervenção estatal 1.5 Extrafiscalidade Quando a alíquota do IPTU fala do valor venal do imóvel ela terá caráter completamente fiscal mas quando se fala da alíquota progressiva no tempo tem ai um caráter extrafiscal porque o legislador faz isso para que o proprietário seja estimulado a dar uma função social a propriedade. Direito Tributário 30 2. ITBI 2.1 Fato gerador ▪ Transmissão onerosa de bem imóvel ▪ Cessão de direitos reais ▪ Transmissão de direitos reais, exceto os de garantia São exceções ao ITBI ▪ Transmissão de direitos reais de garantia ▪ Todas as operações que não sejam onerosas¸ tais como usucapião e desapropriação ▪ Transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, ▪ Transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão incorporação, cisão ou extinção da pessoa jurídica No caso dos dois últimos requisitos se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil vai incidir o ITBI 2.2 Contribuintes e responsáveis É qualquer uma das partes da operação tributável, o adquirente ou alienante, o cedente ou cessionário. 2.3 Base de cálculo: É o valor venal dos bens e dos direitos transmitidos 2.4 Alíquotas: As alíquotas são proporcionais 2.5 Lançamento: Por homologação 3. ISS 3.1 Fato Gerador: A prestação de serviços, é uma obrigação de fazer. Hipóteses de não incidência. ▪ As exportações de serviços para o exterior do país ▪ Prestação de serviços cm relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos direitos e membros dos conselhos consultivos ou do conselho fiscal de sociedades, fundações, etc. ▪ O Valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos depósitos bancários 3.2 Contribuintes e responsáveis: É o prestador de serviço, municípios podem atribuir a terceira pessoa vinculada ao fato gerador, o ISS é devido no local do estabelecimento do prestador 3.3 Base de cálculo: É o preço do serviço 3.4 Lançamento: Homologação Direito Tributário 31 XVII. Contribuições especiais São tributos instituídos privativamente pela União com exceção da contribuição para custeio da iluminação pública (COSIP) que é de competência dos municípios e da contribuição para o regime próprio de previdência dos servidores que é de competência comum e cabe ao ente que pertença ao servidor. Segundo o entendimento jurisprudencial as contribuições podem ter base de cálculo e fato gerador idênticos aos dos impostos. 1. Contribuição para custeio da seguridade social a seguridade social, que na definição da própria Constituição, compreende um conjunto integrado de ações destinadas a assegurar direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, representa a realização de uma parcela dos Direitos Sociais. As fontes de custeio da seguridade social estão previstas no art. 195 da Constituição Federal, que serão provenientes de recursos dos orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e das chamadas contribuições sociais. Assim, o financiamento da seguridade social será imputado a toda sociedade de forma solidária. As pessoas que possuem capacidade contributiva irão contribuir diretamente através das contribuições sociais e as que não têm capacidade contributiva participarão indiretamente do custeio através dos orçamentos fiscais das unidades da federação. As contribuições de seguridade e previdência devem ser instituídas por lei ordinária, reservando a lei complementar apenas a definição da hipótese de incidência da base de cálculo e dos contribuintes dos impostos descriminados na constituição além disso as contribuições para o financiamento da seguridade social incidente sobre novas fontes de custeios que também se dá por lei complementar; Ela tem natureza parafiscal porque integra as receitas do INSS, entidade responsável pelas ações da seguridade social no brasil, ela se submete ao princípio da anterioridade (com regras próprias) e não incidem sobre as receitas decorrentes de exportação mas incidem sobre a importação de produtos estrangeiros, suas alíquotas pode ser ad valorem tendo por base o faturamento a receita bruta ou o valor da operação e no caso de importação o valor aduaneiro e especificas tendo por base a unidade da medida adotada.a) contribuição social do empregador São as contribuições do empregador, da empresa ou entidade a ela equiparada que incidem sobre o lucro, a receita ou faturamento e a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pago ou creditado a pessoa física que lhe preste serviço mesmo sem vinculo empregatício. b) contribuição social do trabalhador e segurado Participam do custeio da previdência o próprio trabalhador e os demais segurados o objetivo é que o interessado paga um prêmio que no futuro lhe permita fazer jus as coberturas de eventuais imprevistos. ▪ Valores decorres de aposentadorias e pensões são imunes a contribuição Direito Tributário 32 c) contribuição sociais de concursos prognósticos Concursos de prognósticos são modalidades de jogo ou aposta que a legislação brasileira só admite que sejam exploradas sob certas condições, então, loteria, mega-sena, paga contribuição d) contribuição social do importador e equiparados Incide contribuição social sobre o importado de bens ou serviços do exterior e) contribuição sobre resultado de produção O produtor, o parceiro, o meeiro, o arrendatário rural e pescador artesanal e seus cônjuges, exercendo suas atividades em regime de econômica familiar, sem empregados permanentes, recolhem contribuição social especifica calculada sobre o resultado da comercialização do produto. 1.2 Regras constitucionais das contribuições sociais a) anterioridade nonagesimal As contribuições sociais só podem ser exigidas depois de decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado ▪ Não se aplicada o princípio da anterioridade, só o da anterioridade nonagesimal. b) isenção das entidades beneficentes de assistência social São isentas da contribuição social as entidades beneficentes de assistência social desde que atendam às exigências estabelecidas em lei c) vedação de remissão e anistia É vedado a concessão de remissão ou anistia do empregador incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho e do trabalhador e demais segurados d) não cumulatividade Cabe a lei definir quais setores da econômica para os quais as contribuintes serão não cumulativas há também a não cumulatividade a quaisquer hipóteses de substituição da contribuição sobre a folha e demais pagamentos 2. Contribuição do salário educação É uma contribuição social devida pelas empresas, destinada, exclusivamente, ao financiamento de ações voltadas ao desenvolvimento do Ensino Fundamental Público, é cobrada de qualquer firma individual, associação ou sociedade que assume o risco de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, vinculadas à Seguridade Social. Também estão sujeitas à contribuição social do Salário-Educação as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Direito Tributário 33 3. Contribuição do PIS/PASEP O PIS (Programa de Integração Social) e a COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) são contribuições federais incidentes sobre receita bruta auferida pela pessoa jurídica, disciplinadas por diversas leis e atos normativos. Os contribuintes do PIS e da COFINS são as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as pessoas a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, exceto as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime do Simples Federal 4. Contribuição ao “sistema S” São as contribuições aquelas pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes da administração publica, sem fins lucrativos, instituídos por lei e fomentados por recursos públicos, são entes paraestatais com autonomia administrativa e financeira, desempenhado atividade privativa de interesse publico. 5. Contribuição residual A união é permitido instituir outras contribuições sociais, que não aquelas especificamente destinadas ao custeio da seguridade social, para manter ou implementar a proteção dos direitos sociais em sentido amplo. A contribuição residual se dará por lei complementar, devem ter fato gerador e base de cálculo diferente das outras contribuições sociais, e ser não cumulativo, no entanto podem ter fato gerador e base de cálculo igual ao dos impostos. 6. Contribuição de intervenção do domínio econômico – CIDE Objetiva carrear recursos que possibilitem a intervenção da União, que é o único ente político competente para cobrar a exação, essa intervenção na maior parte das vezes ocorre em forma de fomento de atividades que viabilizam desenvolver setores específicos da economia. União impõe a lei instituir contribuição de intervenção relativa as atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, álcool e combustíveis – cide combustíveis – o dever de destinar os recursos arrecadados para a) pagamento de subsídios a preços ou transportes de álcool combustível, gás natural e derivados de petróleo b) financiamento de programas de infraestrutura e esportes c) financiamento de projetos ambientes relacionados com a indústria do petróleo e gás ▪ Incidem sobre importação, mas não sobre exportação 7. Contribuições de interesses das categorias profissionais ou econômicas São vinculadas a entidades representativas de certos segmentos profissionais, com o objetivo de custeá-las para que possam fiscalizar e regulamentar o exercício das atividades profissionais ou econômicas, exemplo são as anualidades da OAB, CRM, CREA. São de caráter parafiscal pois o produto da arrecadação visa financiar órgãos autônomos que não integram a máquina administrativa, mas que exercem função de interesse público. Direito Tributário 34 8. Contribuição para custeio do regime próprio de previdência dos servidores públicos O regime próprio de previdência (dos servidores não estatutários) deve ser implementado em caráter contributivo e solidário e custeado com as seguintes fontes: contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos, inativos e pensionistas, a alíquota da contribuição não pode ser inferior a da contribuição cobrada dos servidores titulares de cargos efetivos da união. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos 9. Contribuição para custeio da iluminação pública (COSIP) Sua competência foi atribuída aos municípios e ao DF, que devem respeitar os princípios da legalidade, anterioridade e anterioridade nonagesimal, é facultada sua cobrança na fatura de consumo de energia elétrica, mas pode ser paga ou impugnada separadamente.
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