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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP Situação de Confisco na atualidade SÃO PAULO 2017 LARISSA QUEIROZ - R.A: C901619 Situação de Confisco na atualidade Trabalho para a obtenção do título de graduação em Ciências Contábeis apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientador: Professor Alexandre Aguiar. SÃO PAULO 2017 Conceito do Confisco: Confisco é a apreensão definitiva de bens privados, pelo Poder Público, de forma abusiva. Isso ocorre quando a tributação é exacerbada a ponto de fazer com que o contribuinte perca o próprio bem para conseguir pagar o tributo. O Principio da Vedação ao Confisco: O princípio da vedação ao confisco, em Direito Tributário, determina que a imposição de um determinado tributo não pode ter como consequência o desaparecimento total de um determinado bem. Isto é, o valor de uma exação (arrecadação de tributos) deve ser razoável e observar a capacidade contributiva do sujeito passivo. Este princípio encontra fundamento jurídico na Constituição Federal, no seu art. 150, IV: “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV - utilizar tributo com efeito de confisco;” Por imposto confiscatório devemos entender aquele que absorve grande parte do valor da propriedade ou de sua renda, havendo uma diferença entre o imposto constitucional e o confiscatório. Desta forma, o confisco se caracteriza quando a alíquota efetiva, sobre uma operação, resulte que mais de 50% do seu valor econômico líquido (preço menos tributos) seja destinado ao fisco. Espécime: A alíquota sobre Perfume Importado é de 78,43%. A mesma é inconstitucional, pois o que “resta” para o contribuinte daquele imposto é um pouco menos que ¼ (100% - 78,43% = 21,57%) do respectivo valor tributável. Exceção ao Principio da Vedação ao Confisco: Em regra geral, não é admissível o confisco. Em relação ao pagamento tributário, essa regra é absoluta, e em relação às penalidades pecuniárias, relativas. No entanto, há uma intervenção constitucional que permite o confisco, em três casos: gleba de terra utilizada para cultivo de plantas psicotrópicas; trabalho escravo; e no caso de aquisição de bens para o tráfico de drogas. Vejamos: “Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. Disso se conclui que o confisco tem caráter punitivo. Situação de Confisco nos Dias Atuais: O Brasil é um dos países com a maior carga tributária do mundo, principalmente quando comparado a países considerados mais desenvolvidos. Ao contrário de como atuam estes países, o Estado brasileiro retira grande parte de sua receita de tributos indiretos e cumulativos, que recaem sobre bens e serviços, onerando o trabalhador e a classe média, pois impõe alta carga tributária sobre o consumo e uma baixa tributação sobre a renda. A contrapartida, é que diante desta alta carga tributária o Estado tem como dever regressar estes recursos a sociedade, que neste caso é a prestação de serviços públicos, com qualidade proporcional ao montante que se arrecada. Mas infelizmente não é o que acontece, o que se desenvolve na prática é a arrecadação do patrimônio do contribuinte sem que o mesmo aufira “quase nada” em troca. Diante disso, surge a insatisfação do contribuinte, que devido ao aumento constante dos tributos pagos, vê o país retardar o crescimento, e acabar por perder o seu poder de compra. É veto constitucional à utilização de tributo com efeito de confisco, assegura o art. 150 da Constituição Federal de 1988. O objetivo principal dessa norma não é garantir o direito de propriedade, que já está assegurado expressamente pelo art. 5.º, inc. XXII, e pelo art. 170, inc. II, da Carta Política de 1988, mas sim limitar o Poder de Tributar. Todavia, diante da alta que vem sendo imposta aos tributos nos últimos anos, o mesmo deve ser considerado confiscatório, ou a carga tributária, que exasperar a capacidade contributiva do contribuinte. O aumento da carga tributária brasileira foi obtido, basicamente, com tributos cumulativos sobre o consumo, como a COFINS. A elevação da arrecadação tributária, no entanto, não se destinou para os serviços públicos, mas para cobrir os juros e a amortização da dívida pública, que cresceu exponencialmente nos últimos dez anos. É certo que o Estado, em tempos de crise, sempre busca aumentar sua arrecadação de tributos, entretanto a crise não atinge apenas o Estado, mas todos os contribuintes e, com isso, inviabiliza a atividade do empreendedor que passa a demitir para reduzir custos, eleva os preços, e por falta de capacidade de pagamentos acaba atrasando seus compromissos com terceiros, sem falar que o contribuinte (consumidor final) carrega todo o repasse dessa carga tributária que consome parcela considerável de seu patrimônio. Atualmente, vivemos em situação do confisco; Entende-se como confiscatório o tributo que consome grande parte da propriedade, inviabilizando o exercício da atividade lícita. E podemos observar que em algumas operações, os tributos embutidos em seus preços ultrapassam a alíquota efetiva. Demonstrativos: Dias Trabalhados por ano para Pagamento de Impostos - Tributos Embutidos no Preço dos Produtos: O ICMS, PIS, COFINS e IPI são os que mais pesam no consumo. REFERÊNCIAS CÉSAR, Júlio. “O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO”. Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/artigos/multasconfiscatorias.htm/>. Acessado em: 27 de Setembro de 2017. EDUCAÇÃO, Portal. “Princípio da Vedação ao Confisco: Direito Tributário”. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/principio-da-vedacao-ao-confisco-direito-tributario/60617>. Acessado em: 27 de Setembro de 2017. Migalhas. “Vedação ao confisco tributário: um principio confiscado”. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI197398,71043Vedacao+ao+confisco+tributario+um+principio+confiscado”>. Acessado em: 27 de Setembro de 2017. JURÍDICO, Boletim. “O principio do não confisco tributário”. Disponível em: <https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1646>. Acessado em: 27 de Setembro de 2017. G1. “Quanto pagamos de impostos?”. Disponível em: <http://especiais.g1.globo.com/economia/2015/quanto-pagamos-de-impostos/>. Acessado em: 30 de Setembro de 2017. Jusbrasil. “O principio do não confisco e a elevada carga tributária do Brasil”. Disponível em: <https://lucasecao.jusbrasil.com.br/artigos/212463824/o-principio-do-nao-confisco-e-a-elevada-carga-tributaria-do-brasil>. Acessado em: 30 de Setembro de 2017. TRIBUTÁRIO, Portal. “Retrato Tributário Brasileiro”. Disponível em: <http://www.portaltributario.com.br/artigos/tributaria280306.htm>. Acessado em: 30 de Setembro de 2017.
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