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Logística Empresarial Aula 4: Sistemas de Transporte Douglas Richter, M.Sc. 2017 INTRODUÇÃO Logística Empresarial Gestão de transportes • Seleção de modais • Consolidação de fretes • Roteirização • Programação de veículos • Seleção de equipamentos • Processamento de reclamações • Auditoria de tarifas • Gestão de informações (rastreabilidade) Modal de Transporte • Tipo de transporte utilizado: rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário ou aéreo • Critérios para escolha: o Custo (R$/t.km): envolve estoques nas duas pontas e estoque em trânsito o Velocidade x distância o Capacidade o Confiabilidade: possíveis chances de ruptura Seleção de modal de transporte • Tipo de carga • Origem e destino • Percurso • Tipo de embalagem • Responsabilidades (Incoterms) • Multimodal x Intermodal • Transporte próprio x terceirizado x operador logístico Incoterms • Incoterms: termos comerciais internacionais • Definem as responsabilidades do frete nacional e internacional: o Transporte o Seguro o Trâmite alfandegário o Manuseio da carga nos pontos de armazenagem Estruturas de custos Modal de Transporte Custo Fixo Custo Variável Confiabilidade Aéreo ++ ++ ++ Ferroviário ++ - + Rodoviário -- + - Aquaviário - -- + Dutoviário + -- ++ Transporte dutoviário Minerodutos Gasodutos ESTRUTURA RODOVIÁRIA BRASILEIRA Logística Empresarial Visão Geral • Sistema nacional de rodovias sucateado: poucas e pontuais exceções • Principal gargalo do sistema logístico brasileiro • Mais de 85% das rodovias não é asfaltada • Menos de 5% das rodovias privatizadas: mais de 80% no Sudeste e no Sul • Todos os dez melhores corredores rodoviários do Brasil estão em SP Exportação (2005) CAMINHÕES Logística Empresarial Introdução • Transporte rodoviário no Brasil ocupa lugar de destaque: no transporte internacional, participação pequena • Vantagens: o Maior flexibilidade o Possibilidade de transporte porta a porta o Maior oferta de veículos e vias • Problemas no Brasil: o Falta de investimento nas rodovias o Muitas empresas transportadoras também responsáveis: uso de caminhões inadequados para a carga transportada • Grande diversidade de caminhões: escolha depende de peso, volume, características da carga, etc. • Estudos em andamento: padronização dos tipos de caminhões o Falta de clareza nos termos: “toco”, “trucado” ou cavalinho Caminhão Toco • Somente um eixo na carroceria • Baús são comuns (~ contêiner 20’), assim como carrocerias abertas (lona) • Peso bruto máximo: 16.000 kg Caminhão Trucado • Segundo eixo na carroceria ou no caminhão (cavalinho) • Peso bruto máximo: 23.000 kg Caminhão Porta-contêiner Caminhão Baú/Graneleiro Pesos Brutos Máximos • Causa da deterioração de rodovias: peso por eixo • Seguradoras não cobrem acidentes por excesso de peso ESTRUTURA FERROVIÁRIA BRASILEIRA Logística Empresarial Histórico Ano Descrição 1950 Unificação de 30 mil km de estradas de ferro (RFFSA) 1980 Fim do regime militar; queda abrupta nos investimentos 1992 Programa Nacional de Desestatização: ALL: 15000 km FCA: 7080 km Ferronorte: 5228 km EFC: 1056 km 1997 Liquidação da RFFSA Problema: distinção nas bitolas (1,0-1,6 m) Diferença de custo: 50% mais barato que o transporte rodoviário 2006 Início do renascimento do setor Novos fabricantes: Alstom, Bombardier, CAF, Siemens Novos trechos e duplicações: Ferrovia Norte-Sul, FIOL, Transnordestina, EFC Projetos: TAV, trens regionais de passageiros (CE, SP) Ferrovias brasileiras TRANSPORTE MARÍTIMO Logística Empresarial Portos Características de um porto • Calado: distância da lâmina d’água ao fundo • Extensão do cais: faixa portuária à beira d’água onde operarão guindastes, caminhões • Número de berços (atracações) e acessos Porto Calado Máximo (m) Cais (km) Berços Santos (SP) 13,5 13,01 64 Vitória (ES) 10,7 2,73 14 Sepetiba (RJ) 18,0 0,81 3 Cingapura 16,0 47,56 191 Roterdã (Holanda) 24,0 40,0 > 170 Hamburgo (Alemanha) 23,0 52,0 198 Tipos de navios • Navio-tanque: petróleo e derivados • Navio-gaseiro: GLP e outros gases liquefeitos • Navio graneleiro: carga a granel (soja, minério) • RoRo (roll on-roll off): ônibus, carros, caminhões (via rampa) • Porta-contêineres: capacidade medida por TUEs (Twenty-foot Unit Equivalents, ou o n° de contêineres de 20 pés de comprimento) Contêineres Descrição C (m) L (m) A (m) Cap. (t) Cap. (m³) 20 ft dry 5,90 2,34 2,39 27,0 33,0 20 ft reefer 5,02 2,16 2,13 20,0 24,0 20 ft tank 5,90 2,34 2,39 19,0 33,0 20 ft open side 5,90 2,34 2,39 27,0 33,0 20 ft vented 5,90 2,34 2,39 27,0 33,0 Descrição C (m) L (m) A (m) Cap. (t) Cap. (m³) 40 ft dry 12,03 2,34 2,39 27,0 67,0 40 ft high cube 12,03 2,34 2,69 27,0 76,3 40 ft flat rack 12,03 2,34 2,39 40,0 - 40 ft open top 12,03 2,34 2,39 27,0 67,0 Contêineres • Numeração própria (ISO) • 4 letras: U indica BIC, demais indicam proprietário • 7 dígitos: n° série Armadores/Proprietários • Em 1980, armadores não queriam consolidar pequenas cargas o Surgiram os NVOCCs (non-vessel operator common carriers), que compravam espaço de carga dos armadores o Freight forwarders: inicialmente voltados à consolidação de carga e desembaraço, hoje negociam fretes internacionais TRANSPORTE AÉREO Logística Empresarial Histórico • IATA/ICAO: nomenclaturas • FAA (EUA): gera normas para o setor e exerce fiscalização, certificação e inspeção • Anac: papel regulador do setor aéreo no Brasil, sucedeu o DAC (herança do período militar) • Infraero: principal gestora de aeroportos no Brasil • 2010-11: Copa e Olimpíadas provocam primeiras mudanças o Concessões: São Gonçalo do Amarante (RN) o Privatizações: GRU, VCP, CGH, GIG, SDU, CNF, BSB Principais terminais aéreos de carga Movimentos de carga IATA ICAO Nome Carga Total em 2011 (mil t) GRU SBGR Guarulhos 586.088 VCP SBKP Viracopos 283.269 MAO SBEG Manaus 179.082 GIG SBGL Galeão 142.520 SSA SBSV Salvador 74.045 BSB SBBR Brasília 61.002 REC SBRF Recife 60.854 FOR SBFZ Fortaleza 57.488 CGH SBSP Congonhas 49.976 CWB SBCT Curitiba 45.676 AVIÕES E CONTÊINERES Logística Empresarial Cargueiros Cargueiros Cargueiros Antonov An-225 Pallets Pallets Contêineres Designação Arranjo P máx. (kg) V int. (m³) LD2 1225 3,4 LD3 2450 7,2 LD11/21 3175 7,2 Baias para cavalos 2670 2,7 por baia Refrigerado 1588 3,1 Aviões de passageiros com carga EXERCÍCIOS Logística Empresarial Exercício 3 – Trem (Ferrovia) Etapa de cálculo Cálculo Produção anual (peso): 12 x 1.100 x 225 = 2.970.000 lb Viagens anuais: 2.970.000 / 80.000 = 37,125 37 Custo de produção anual: 12 x 1.100 x 250,00 = US$ 3.300.000,00 Custo de manutenção de estoque (considerando inventário médio anual, 2 estoques): 25% x 3.300.000 /(37 x 2) = US$ 11.148,65 Custo de estoque em trânsito: 25% x 3.300.000 x (14/365) = US$ 31.643,84 Custo anual de frete: 0,06 x 2.970.000 = US$ 178.200,00 TOTAL: US$ 3.520.992,48 1) Por que é necessário calcular o peso a ser transportado? 2) Por que o número de viagens é arredondado para baixo? Exercício 3 – Caminhão (Rodovia) Etapa de cálculo Cálculo Produção anual (peso): 12 x 1.100 x 225 = 2.970.000 lb Viagens anuais: 2.970.000 / 50.000 = 59,4 59 Custo de produção anual: 12 x 1.100 x 250,00 = US$ 3.300.000,00 Custo de manutenção de estoque (considerando inventário médio anual, 2 estoques): 25% x 3.300.000 /(59 x 2) = US$ 6.991,53 Custode estoque em trânsito: 25% x 3.300.000 x (7/365) = US$ 15.821,92 Custo anual de frete: 0,09 x 2.970.000 = US$ 267.300,00 TOTAL: US$ 3.590.113,44 1) Por que não é necessário considerar o estoque do fornecedor? 2) Qual custo de frete inviabilizaria a ferrovia frente à rodovia? Exercício 4 – Trem (Ferrovia) Etapa de cálculo Cálculo Custo de manutenção de estoque na Costa Leste: 30% x 30,00 x 100.000 = US$ 900.000,00 Custo de manutenção de estoque na Costa Oeste: 30% x 30,00 x 100.000 = US$ 900.000,00 Custo de estoque em trânsito: 30% x 30,00 x 700.000 x (21/365) = US$ 362.470,00 Custo de frete: 0,10 x 700.000 = US$ 70.000,00 TOTAL: US$ 2.232.470,00 Exercício 4 – Caminhão (Rodovia) Etapa de cálculo Cálculo Custo de manutenção de estoque na Costa Leste: 30% x 30,00 x 100.000 = US$ 900.000,00 Custo de manutenção de estoque na Costa Oeste: 30% x 30,00 x 100.000 = US$ 900.000,00 Custo de estoque em trânsito: 30% x 30,00 x 700.000 x (5/365) = US$ 86.305,00 Custo de frete: 0,20 x 700.000 = US$ 140.000,00 TOTAL: US$ 2.026.305,00 Exercício 4 – Avião (Aéreo) Etapa de cálculo Cálculo Custo de manutenção de estoque na Costa Leste: 30% x 30,00 x 100.000 = US$ 900.000,00 Custo de manutenção de estoque na Costa Oeste: 30% x 30,00 x 100.000 = US$ 900.000,00 Custo de estoque em trânsito: 30% x 30,00 x 700.000 x (2/365) = US$ 34.525,00 Custo de frete: 0,40 x 700.000 = US$ 280.000,00 TOTAL: US$ 2.114.525,00 Qual a melhor opção?
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