Buscar

BOV LEITEAnimais confinados

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Conceito de escore de cocho
Animais confinados não possuem opções quanto a sua alimentação, são obrigados a ingerirem os alimentos que são fornecidos no cocho. Com isso tem se a obrigação de uma dieta sistematicamente balanceada, caso contrário o animais não terão os nutrientes necessário para a manutenção e produção do organismo. Além de uma alimentação balanceada temos que garantir um determinado consumo mínimo de todos os nutrientes diários, pois isso influencia diretamente na produção dos animais. 
	
O primeiro passo a ser dado é quantificar a ingestão de alimentos. Como a matéria seca de forragens (inclusive silagens ao longo do perfil do silo) é variável e estas geralmente contribuem em pelo menos 40% da matéria seca (MS) total de dietas, o consumo dos animais também é variável. Desta forma, deve-se conferir a ingestão de matéria seca (IMS) estimada na formulação da dieta, de fato, está ocorrendo na prática. Assim, a pesagem da sobra consiste numa "ferramenta" importante para quantificar consumo. Em função da variação da MS dos volumosos, a maneira mais correta seria amostrar a dieta, estimando a sua matéria seca. A MS pode ser quantificada na fazenda de modo simples e prático, com auxílio de forno microonda. O exemplo a seguir ilustra tal conceito.
Ex: Fazenda A
Animais confinados – 100
Ingestão de matéria seca formulada (IMS) - 20 kg/cabeça/dia
Ingestão de matéria natural formulada (IMN) - 40 kg/cabeça/dia
Teor de MS da dieta fornecida = 50%
Teor de MS da sobra = 52%
100 x 40 kg MO = 4000 kg MO = 2000 kg MS
Suposta sobra em material natural (MN) = 240 kg
240 kg x 0.52 = 124.8 kg de MS
Sobra da dieta = 124.8/2000 = 6.2% 
O exemplo acima seria a melhor maneira para se estimar a ingestão de ração pelos animais. Entretanto, nem sempre é possível conseguir esta precisão nas fazendas. Caso o cálculo da MS da ração total fornecida não seja possível de ser efetuado na propriedade para se ter um valor aproximado, este cálculo poderá ser feito sobre a matéria natural, embora, do ponto de vista técnico, esta não seja a melhor forma para esta estimativa. Considerando-se um volume hipotético de 40 kg de matéria natural (MN) a ser fornecido por animal, teremos um trato de 4000 kg de MN por dia. Podemos simplesmente pesar esta sobra e, estimar o consumo. Considerando uma sobra de 400 kg, por exemplo, teríamos 10% de sobra. Apesar deste método não ser o mais adequado, ele pode ser bastante importante como referencial para o tratador no confinamento.
	
É importante que num confinamento, com mistura total de ração, que haja uma pessoa qualificada para monitorar o confinamento. Esta pessoa em muitos confinamentos não existe. Muitas vezes ocorre a fixação da quantidade a ser fornecida e quem faz o trato é o tratorista. Destaca-se que a escolha de uma pessoa qualificada tecnicamente é muito importante para a execução desta função. Com a implantação de um controle de sobras, esta pessoa passa a desenvolver e associar o volume de sobra no cocho com a porcentagem de sobra, sem a necessidade de pesagem de material. Seria um critério subjetivo, como a classificação do escore de condição corporal de vacas (ECC).
Em fazendas tecnificadas de leite, no mundo todo, o conceito de escore de cocho é bastante utilizado, sendo uma ferramenta indispensável ao dia a dia do manejo alimentar dos animais. A dúvida que surge está associada à quantidade de sobra adequada. Primeiramente, destacamos que a avaliação da sobra, para ser representativa, deve ser feita uma hora antes do fornecimento de cada trato. Desta forma, o escore de cocho de referência mais adequado seria o 2, conforme Tabela 3.
Tabela 3 – Classificação do escore de cocho
	Escore
	Cocho
	0
	Sem alimento, cocho limpo (“Lambido”)
	1
	Alimento disperso – 5% de sobra
	2
	Camada fina (<5cm) – 5% a 10% de sobra
	3
	Camada média (entre 5 a 8 cm) – cerca de 25% de sobra
	4
	Camada grossa (>8 cm), cerca de 50% de sobra
	5
	Alimento intacto
	Fonte: Bovinews nº1/nutron Alimentos (1999)
A tabela acima, principalmente no que se refere à espessura da camada de alimento remanescente deve ser avaliada criteriosamente. Esta camada pode ser variável, de acordo com a natureza (composição) da ração, mais precisamente em função características do volumoso fornecido e do tamanho de partículas do mesmo serem bastante variáveis. Logo, deve-se atentar à porcentagem de sobra obtida com amostras práticas na própria fazenda a "calibragem" do olho do controlador do cocho (chamado de "bunk reader" pelos americanos).
O conceito em se buscar o escore de cocho nº 2, está associado à idéia de que os animais confinados não podem, nem devem passar fome. Algumas pesquisas indicam que o percentual de sobra deve oscilar entre 5% e 10%, pois indica que o animal comeu de acordo com a sua necessidade. Se avaliar a qualidade da sobra de rações com um escore 1 (menos que 5% de sobra), perceberá que o material já apresenta uma consistência mais grosseira, na maioria dos casos. Uma sobra superior a 10% representaria um excesso de comida. Desta forma, a recomendação tradicional é que o controlador faça a leitura sempre uma hora antes do trato e determine a quantidade de alimento a ser fornecida na seqüência. Um escore abaixo de 2, ou seja, uma sobra inferior a 5% exige de imediato um acréscimo na alimentação. 
Referencia Bibliográfica
Bovinews/nutron Alimentos (1999).
Revista Brasileira de Zootecnia (2006).
João Eduardo Cervoni
Zootecnista
Associação Brasileira de Limousin
	Autor: João Eduardo Cervoni
	Email: limousin@limousin.com.br

Outros materiais