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Aula 00 Princípios do Processo Penal

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Aula 00
Direito Processual Penal p/ PC-AP (Delegado) - Com videoaulas
Professor: Renan Araujo
00000000000 - DEMO
 
 
 
Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 71 
D. PROCESSUAL PENAL Ð PC-AP (2017) Ð DELEGADO DE POLêCIA 
Teoria e quest›es 
Aula DEMONSTRATIVA Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
AULA DEMONSTRATIVA 
PRINCêPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL. CONCEITO E 
FONTES. DISPOSI‚ÍES CONSTITUCIONAIS APLICçVEIS. SISTEMAS 
PROCESSUAIS. APLICA‚ÌO E INTERPRETA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL 
PENAL. 
 
SUMçRIO 
1. APLICA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL ............................................................ 6 
1.1 Lei processual penal no espao ............................................................................. 6 
1.2 Lei processual penal no tempo ............................................................................. 8 
2 PRINCêPIOS PROCESSUAIS PENAIS ................................................................. 10 
2.1 Princ’pio da inŽrcia ........................................................................................... 10 
2.2 Princ’pio do devido processo legal ....................................................................... 11 
2.3 Princ’pio da presun‹o de n‹o culpabilidade (ou presun‹o de inocncia) ................. 14 
2.4 Princ’pio da obrigatoriedade da fundamenta‹o das decis›es judiciais ...................... 16 
2.5 Princ’pio da publicidade ..................................................................................... 17 
2.6 Princ’pio da isonomia processual ......................................................................... 19 
2.7 Princ’pio do duplo grau de jurisdi‹o ................................................................... 19 
2.8 Princ’pio do Juiz Natural .................................................................................... 20 
2.9 Princ’pio da veda‹o ˆs provas il’citas ................................................................. 21 
2.10 Princ’pio da veda‹o ˆ autoincrimina‹o ........................................................... 22 
2.11 Princ’pio do non bis in idem ............................................................................ 23 
3 DISPOSI‚ÍES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES ............................................... 24 
3.1 Direitos constitucionais do preso ......................................................................... 24 
3.2 Tribunal do Jœri ................................................................................................ 25 
3.3 Menoridade Penal ............................................................................................. 26 
3.4 Disposi›es referentes ˆ execu‹o penal ............................................................. 26 
3.5 Outras disposi›es constitucionais referentes ao processo penal ............................. 27 
4 INTERPRETA‚ÌO E INTEGRA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL .................................... 28 
5 CONCEITO, FINALIDADE E FONTES DO DPP ..................................................... 29 
6 SISTEMAS PROCESSUAIS ................................................................................. 30 
7 LEGISLA‚ÌO PERTINENTE ................................................................................ 31 
8 SòMULAS PERTINENTES ................................................................................... 34 
8.1 Sœmulas vinculantes ......................................................................................... 34 
8.2 Sœmulas do STF ............................................................................................... 35 
8.3 Sœmulas do STJ ............................................................................................... 35 
9 JURISPRUDæNCIA CORRELATA ......................................................................... 36 
10 RESUMO ........................................................................................................... 37 
11 EXERCêCIOS DA AULA ...................................................................................... 42 
12 EXERCêCIOS COMENTADOS .............................................................................. 51 
13 GABARITO ........................................................................................................ 70 
 
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D. PROCESSUAL PENAL Ð PC-AP (2017) Ð DELEGADO DE POLêCIA 
Teoria e quest›es 
Aula DEMONSTRATIVA Ð Prof. Renan Araujo 
 
Ol‡, meus amigos! 
 
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA 
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova‹o de 
vocs no concurso da PC-AP. N—s vamos estudar teoria e comentar exerc’cios 
sobre DIREITO PROCESSUAL PENAL, para o cargo de DELEGADO DE 
POLêCIA. 
E a’, povo, preparados para a maratona? 
O edital acabou de ser publicado, e a Banca ser‡ a FCC. As provas 
est‹o agendadas para o dia 10.09.2017. 
Bom, est‡ na hora de me apresentar a vocs, n‹o Ž? 
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico 
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro, 
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, 
porŽm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de 
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho. 
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos. 
Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha 
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam 
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco + 
Fora de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente 
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso 
funciona! 
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro, 
poder colaborar para a aprova‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu 
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova‹oÓ, n‹o estou falando apenas 
por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova‹o 
em todos os concursos! 
Neste curso vocs receber‹o todas as informa›es necess‡rias para que 
possam ter sucesso no concurso da PC-AP. Acreditem, vocs n‹o v‹o se 
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua 
aprova‹o, com sua vaga, ou seja, com voc! 
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc ainda 
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor 
escolha. Eu entendo voc, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil 
escolher o melhor material para sua prepara‹o. Contudo, alguns colegas de 
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 
 
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Teoria e quest›es 
Aula DEMONSTRATIVA Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
 
Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia‹o do curso de 
Direito Processual Penal para Delegado da PC-PE. Vejam que, dos 62 alunos 
que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%. 
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc acha que 
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos 
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa analisar o 
material, ver se a abordagem te agrada, etc. 
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois 
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc o prazode 30 DIAS para testar o 
material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente 
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro. 
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para 
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o 
temos medo de dar a voc essa liberdade. 
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Processual Penal 
previsto no Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com 
exerc’cios comentados. 
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: 
! ! ! !
AULA CONTEòDO DATA 
Aula 00 
Introdu‹o ao estudo do Processo 
Penal: Princ’pios do Direito 
Processual Penal. Aplica‹o da Lei 
processual penal. Disposi›es 
constitucionais. Fontes do Direito 
Processual Penal. Sistemas 
processuais penais. 
27.07 
Aula 01 InquŽrito Policial. 31.07 
Aula 02 A‹o penal. A‹o Civil ex delicto. 03.08 
Aula 03 Jurisdi‹o e competncia 05.08 
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Teoria e quest›es 
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Aula 04 Sujeitos processuais 07.08 
Aula 05 
Atos e prazos processuais. 
Nulidades. Cita›es e intima›es. 
Sentena e coisa julgada. Quest›es 
e processos incidentes. 
09.08 
Aula 06 Provas (parte I): Teoria geral. 11.08 
Aula 07 Provas (parte II): Provas em espŽcie 14.08 
Aula 08 
Pris‹o e liberdade provis—ria (parte 
I). Pris‹o em flagrante (espŽcies, 
hip—teses, etc.). Pris‹o preventiva. 
Pris‹o tempor‡ria (Lei 7.960/89). 
17.08 
Aula 09 
Pris‹o e liberdade provis—ria (parte 
II). Medidas cautelares diversas da 
pris‹o. Fiana. 
20.08 
Aula 10 
Processo: Processo comum. 
Procedimento pelos rito ordin‡rio e 
sum‡rio. 
22.08 
Aula 11 Procedimento dos crimes da competncia do Tribunal do Jœri 
24.08 
Aula 12 Processo especiais previstos no CPP. 26.08 
Aula 13 Juizados especiais Criminais. 
 
29.08 
Aula 14 Recursos 30.08 
Aula 15 O habeas corpus e seu processo. MS em matŽria criminal. 
31.08 
 
ATEN‚ÌO! Este curso n‹o engloba a parte relativa ˆ Legisla‹o Processual Penal 
especial. 
 
As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma 
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas 
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria. 
Como a Banca ser‡ a FCC, vamos usar, primordialmente, quest›es 
desta Banca. 
AlŽm da teoria e das quest›es, vocs ter‹o acesso a duas ferramentas 
muito importantes: 
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado, 
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao 
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ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem 
muito tempo. 
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta 
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo 
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso. 
 
Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡ 
complementado por videoaulas. Nas videoaulas ser‹o apresentados 
alguns pontos considerados mais relevantes da matŽria, seja atravŽs da 
apresenta‹o da teoria seja atravŽs da resolu‹o de exerc’cios anteriores, como 
forma de ajudar na assimila‹o da matŽria. 
 
No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 E-mail: profrenanaraujo@gmail.com 
 Periscope: @profrenanaraujo 
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia 
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br 
Youtube: 
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ 
 
Observa‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legisla‹o sobre direitos autorais e d‡ outras providncias. 
 
Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-) 
 
 
 
 
 
 
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1.! APLICA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL PENAL 
 
1.1!Lei processual penal no espao 
O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal est‡ relacionado ˆ sua 
aptid‹o para produzir efeitos. Essa aptid‹o para produzir efeitos est‡ ligada a 
dois fatores: espacial e temporal. 
Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em 
determinado lugar e em determinado momento. Nesse sentido, devemos 
analisar onde e quando a lei processual penal brasileira se aplica. 
O art. 1¡ do CPP diz o seguinte: 
Art. 1o O processo penal reger-se-‡, em todo o territ—rio brasileiro, por este C—digo, 
ressalvados: 
I - os tratados, as conven›es e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da Repœblica, dos ministros de 
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da Repœblica, e dos ministros do 
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constitui‹o, arts. 86, 89, 
¤ 2o, e 100); 
III - os processos da competncia da Justia Militar; 
IV - os processos da competncia do tribunal especial (Constitui‹o, art. 122, no 17); 
V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF n¼ 130 
Par‡grafo œnico. Aplicar-se-‡, entretanto, este C—digo aos processos referidos nos nos. 
IV e V, quando as leis especiais que os regulam n‹o dispuserem de modo diverso. 
 
Assim, podemos perceber que o CPP adotou, como regra, o princ’pio da 
territorialidade. O que seria esse princ’pio? Esse princ’pio determina que a 
lei produzir‡ seus efeitos dentro do territ—rio nacional1. Simples assim! 
Desta maneira, o CPP Ž a lei aplic‡vel ao processo e julgamento das infra›es 
penais no Brasil. As regras de aplica‹o da Lei Penal brasileira est‹o no C—digo 
Penal, mas isso n‹o nos interessa aqui. O que nos interessa Ž o seguinte: Se for 
caso de aplica‹o da Lei Penal brasileira, as regras do processo ser‹o aquelas 
previstas no CPP, em todo o territ—rio nacional. 
Portanto, n‹o se admite a existncia de C—digos Processuais 
estaduais, atŽ porque compete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre direito 
processual, nos termos da Constitui‹o Federal: 
Art. 22. Compete privativamente ˆ Uni‹o legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agr‡rio, mar’timo, aeron‡utico, 
espacial e do trabalho; 
 
 
1 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execu‹o penal. 12.¼ edi‹o. Ed. Forense. Rio de 
Janeiro, 2015, p. 92 
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Como disse a vocs, esta Ž a regra! Mas toda regra possui exce›es2. S‹o 
elas: 
⇒! Tratados, conven›es e regras de Direito Internacional Ð Neste 
caso, a aplica‹o do CPP pode ser afastada, pontualmente, em raz‹o 
de alguma norma espec’fica prevista em tratado ou conven‹o 
internacional. 
⇒! Jurisdi‹o pol’tica Ð ƒ o casodas prerrogativas constitucionais do 
Presidente da Repœblica, dos ministros de Estado, nos crimes conexos 
com os do Presidente da Repœblica, e dos ministros do Supremo 
Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade. Neste caso, ser‹o 
julgados de acordo com procedimentos pr—prios, previstos na 
Constitui‹o Federal. 
⇒! Processos de competncia da Justia Eleitoral Ð Tais processos 
seguir‹o, como regra, o C—digo Eleitoral, e apenas subsidiariamente, 
o CPP. 
⇒! Processos de competncia da Justia Militar - Tais processos 
seguir‹o, como regra, o C—digo de Processo Penal Militar, e apenas 
subsidiariamente, o CPP.3 
⇒! Legisla‹o especial Ð No caso de haver rito espec’fico para o 
processo e julgamento de determinado crime, como ocorre na Lei de 
Drogas, dever‡ ser utilizado, primordialmente, o rito espec’fico, 
cabendo ao CPP atuar de forma subsidi‡ria. 
 
Assim, o CPP Ž aplic‡vel aos processos de natureza criminal que tramitem 
no territ—rio nacional, com as ressalvas feitas anteriormente. 
AlŽm do que atŽ aqui foi dito, Ž importante destacar tambŽm que o CPP s— 
Ž aplic‡vel aos atos processuais praticados no territ—rio nacional. 
Desta forma, se por algum motivo o ato processual tiver de ser praticado no 
exterior, por meio de carta rogat—ria ou outro instrumento de coopera‹o jur’dica 
internacional, ser‹o aplicadas as regras processuais do pa’s em que o ato for 
praticado. 
 
EXEMPLO: JosŽ est‡ sendo processado, no Brasil, pelo crime X. Todavia, 
uma das testemunhas de JosŽ, Paula, reside na Frana. Neste caso, para 
que Paula seja ouvida dever‡ ser expedida carta rogat—ria, que Ž um 
instrumento por meio do qual o Judici‡rio brasileiro solicita coopera‹o 
jur’dica ao Judici‡rio francs, a fim de que Paula seja ouvida na Frana e os 
termos de seu depoimento sejam enviados posteriormente ao Brasil, por 
escrito, a fim de serem anexados ao processo. Neste caso, Paula ser‡ ouvida 
na Frana, e o seu depoimento ser‡ regulado de acordo com as regras 
 
2 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 85-92 
3 H‡ uma pequena divergncia doutrin‡ria quanto a este ponto, mas este Ž o entendimento que prevalece, 
ou seja, o CPP Ž aplic‡vel subsidiariamente nos processos por crime militar. 
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processuais previstas na Lei francesa, e n‹o de acordo com as regras 
processuais brasileiras. 
 
1.2!Lei processual penal no tempo 
Quando duas ou mais leis processuais penais se sucedem no tempo, surge 
a necessidade de definir qual delas ser‡ aplic‡vel a determinado processo 
criminal. Nesse sentido, existem basicamente trs teorias para tentar explicar a 
aplicabilidade da lei processual penal nova: 
⇒! Teoria da unidade processual Ð Uma lei processual penal nova n‹o 
poderia ser aplicada a processos criminais j‡ em curso, somente sendo 
aplic‡vel aos processos que viessem a ser instaurados no futuro. 
Assim, para esta teoria, um processo criminal somente poderia ser 
regido, do in’cio ao fim, por uma œnica lei. 
⇒! Teoria das fases processuais Ð Uma lei processual penal nova pode 
ser aplicada a um processo em curso, mas s— seria aplic‡vel na fase 
processual seguinte (fase postulat—ria, fase instrut—ria, fase decis—ria, 
etc.). Isso significa, portanto, que num mesmo processo poderiam ser 
aplicadas diversas leis, mas cada fase processual somente poderia ser 
regida por uma œnica lei. 
⇒! Teoria do isolamento dos atos processuais Ð Para esta teoria a lei 
processual penal nova pode ser aplicada imediatamente aos processos 
em curso, mas somente ser‡ aplic‡vel aos atos processuais futuros, 
ou seja, n‹o ir‡ interferir nos atos processuais que j‡ foram 
validamente praticados sob a vigncia da lei antiga. Para esta teoria, 
portanto, um processo pode ser regido por diversas leis que se 
sucederam no tempo. AlŽm disso, dentro de uma mesma fase 
processual Ž poss’vel que haja a aplica‹o de mais de uma lei 
processual penal. 
 
Mas, qual foi a teoria adotada pelo CP? Nos termos do art. 2¡ do CPP: 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-‡ desde logo, sem preju’zo da validade dos 
atos realizados sob a vigncia da lei anterior. 
 
Por este artigo podemos extrair o princ’pio do tempus regit actum, 
tambŽm conhecido como princ’pio do efeito imediato ou aplica‹o imediata 
da lei processual. Este princ’pio significa que a lei processual regular‡ os atos 
processuais praticados a partir de sua vigncia, n‹o se aplicando aos atos j‡ 
praticados.4 
 
4 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 96. No mesmo sentido, Eugnio Pacelli. PACELLI, Eugnio. Curso 
de processo penal. 16¼ edi‹o. Ed. Atlas. S‹o Paulo, 2012, p. 24. 
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Esta Ž a regra de aplica‹o temporal de toda e qualquer lei, meus caros, ou 
seja, produ‹o de efeitos somente para o futuro. 
Assim, vocs devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha se 
iniciado sob a vigncia de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando o CPP 
(ainda que mais gravosa ao rŽu), esta ser‡ aplicada aos atos futuros. Ou 
seja, a lei nova n‹o pode retroagir para alcanar atos processuais j‡ 
praticados, mas se aplica aos atos futuros dos processos em curso. 
EXEMPLO: Imaginemos que uma pessoa responda a processo criminal pelo 
crime de homic’dio. Nesse caso, a Lei prev dois recursos, ÒAÓ e ÒBÓ. Durante 
o processo surge uma lei alterando o CPP e excluindo a possibilidade de 
interposi‹o do recurso ÒBÓ, ou seja, Ž uma norma prejudicial ao rŽu, pois 
retira do rŽu a possibilidade de manejo de um recurso. Nesse caso, trata-se 
de norma puramente processual, e a aplica‹o da lei nova ser‡ imediata. 
Entretanto, se o acusado j‡ tiver interposto o recurso ÒBÓ, a lei nova n‹o ter‡ 
o cond‹o de fazer com que o recurso deixe de ser julgado, pois se trata de 
ato processual j‡ praticado (interposi‹o do recurso), devendo o Tribunal 
apreci‡-lo. A doutrina entende, inclusive, que mesmo se o recurso ainda n‹o 
foi interposto, mas o prazo recursal j‡ est‡ em curso, a lei nova n‹o Ž 
aplic‡vel. 
 
Assim, sem grande esforo, podemos concluir que, no que se refere ˆs 
normas de direito processual penal, sua aplica‹o Ž imediata, inclusive aos 
processos em curso, mas somente aos atos processuais futuros, n‹o afetando os 
atos processuais j‡ praticados validamente sob a vigncia da lei anterior. Isso 
consagra a ado‹o da teoria do isolamento dos atos processuais. 
Tudo o que foi dito anteriormente, quanto ˆ aplica‹o da lei processual penal 
nova, se aplica exclusivamente ˆ hip—tese de leis puramente processuais5. 
Ocorre, porŽm, que dentro de uma lei processual pode haver normas de natureza 
material. Como assim? Uma lei processual pode estabelecer normas que, na 
verdade, s‹o de Direito Penal, pois criam ou extinguem direito do indiv’duo, 
relativos ˆ sua liberdade, etc., como Ž o caso das normas relativas ˆ prescri‹o, 
ˆ extin‹o da punibilidade em geral, e outras. Nesses casos de leis materiais, 
inseridas em normas processuais (e vice-versa), ocorre o fen™meno da 
heterotopia. 
Em casos como este, o dif’cil Ž saber identificar qual regra Ž de direito 
processual e qual Ž de direito material (penal). PorŽm, uma vez identificada a 
norma como sendo uma regra de direito material, sua aplica‹o ser‡ regulada 
pelas normas atinentes ˆ aplica‹o da lei penalno tempo, inclusive no que se 
refere ˆ possibilidade de efic‡cia retroativa para benef’cio do rŽu. 
EXEMPLO: Imagine que JosŽ esteja sendo processado pelo crime X, que 
prescreve em 10 anos. Surge, porŽm, uma Lei nova, que possui conteœdo 
eminentemente processual, tratando sobre quest›es relativas ao processo 
 
5 Normas puramente processuais s‹o aquelas que se referem a quest›es meramente relativas ao processo, 
ao procedimento em geral, como as normas relativas ˆ comunica‹o dos atos processuais (cita›es e 
intima›es), aos prazos para manifesta‹o das partes, aos recursos, etc. 
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em geral. Todavia, essa lei nova contŽm um dispositivo que estabelece que 
a prescri‹o em rela‹o ao crime X ocorrer‡ em 20 anos. Tal norma, apesar 
de estar inserida numa lei processual, possui conteœdo de direito penal, 
pois Ž relativa ˆ prescri‹o (que Ž causa de extin‹o da punibilidade). Assim, 
essa norma n‹o ser‡ aplic‡vel ao caso de JosŽ, por ser uma norma penal 
nova mais gravosa. Aplica-se aqui a regra do Direito Penal da irretroatividade 
da lei penal nova mais gravosa. 
 
Diferentemente das normas heterot—picas (que s‹o ou de direito 
material ou de direito processual, mas inseridas em lei de natureza diversa), 
existem normas mistas, ou h’bridas, que s‹o aquelas que s‹o, ao mesmo 
tempo, normas de direito processual e de direito material. 
No caso das normas mistas, embora haja alguma divergncia doutrin‡ria, 
vem prevalecendo o entendimento de que, por haver disposi›es de 
direito material, devem ser utilizadas as regras de aplica‹o da lei penal no 
tempo, ou seja, retroatividade da lei mais benŽfica e impossibilidade de 
retroatividade quando houver preju’zo ao rŽu.6 
 
CUIDADO! No que se refere ˆs normas relativas ˆ execu‹o 
penal (cumprimento de pena, sa’das tempor‡rias, etc.), a Doutrina diverge 
quanto ˆ sua natureza. H‡ quem entenda tratar-se de normas de direito 
material, h‡ quem as considere como normas de direito processual. Entretanto, 
para n—s, o que importa Ž o que o STF e o STJ pensam! E eles entendem que 
se trata de norma de direito material. Assim, se uma lei nova surge, 
alterando o regime de cumprimento da pena, beneficiando o rŽu, ela ser‡ 
aplicada aos processos em fase de execu‹o, por ser considerada norma de 
direito material. 
 
2! PRINCêPIOS PROCESSUAIS PENAIS 
 
2.1!Princ’pio da inŽrcia 
Alguns doutrinadores n‹o consideram este um princ’pio do processo penal 
com base constitucional, embora seja un‰nime que Ž aplic‡vel ao processo penal 
brasileiro. 
Este princ’pio diz que o Juiz n‹o pode dar in’cio ao processo penal, pois isto 
implicaria em viola‹o da sua imparcialidade, j‡ que, ao dar in’cio ao processo, o 
Juiz j‡ d‡ sinais de que ir‡ condenar o rŽu. Trata-se de uma das materializa›es 
 
6 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 96 
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da ado‹o do sistema acusat—rio, ou seja, a clara separa‹o entre as 
fun›es de acusar e julgar. 
Um dos dispositivos constitucionais que d‡ base a esse entendimento Ž o 
art. 129, I da Constitui‹o Federal: 
Art. 129. S‹o fun›es institucionais do MinistŽrio Pœblico: 
I - promover, privativamente, a a‹o penal pœblica, na forma da lei; 
 
Percebam que a Constitui‹o estabelece como sendo privativa do MP a 
promo‹o da a‹o penal pœblica. Assim, diz-se que o MP Ž o Òtitular da a‹o 
penal pœblicaÓ. 
Mas e a a‹o penal privada? Mais ˆ frente vocs ver‹o que a a‹o penal 
privada Ž de titularidade do ofendido. Assim, o Juiz j‡ n‹o poderia a ela dar 
in’cio por sua pr—pria natureza, j‡ que a lei considera que, nesses casos, o 
interesse do ofendido em processar ou n‹o o infrator se sobrep›e ao interesse 
do Estado na persecu‹o penal. 
Este princ’pio Ž o alicerce m‡ximo daquilo que se chama de sistema 
acusat—rio, que Ž o sistema adotado pelo nosso processo penal7. No sistema 
acusat—rio existe uma figura que acusa e outra figura que julga, diferentemente 
do sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se confundem na mesma 
pessoa, o que gera parcialidade do julgador, ofendendo inœmeros outros 
princ’pios. 
Entretanto, este princ’pio n‹o impede que o Juiz determine a 
realiza‹o de diligncias que entender necess‡rias para elucidar quest‹o 
relevante para o deslinde do processo. Isso porque no Processo Penal, 
diferentemente do que ocorre no Processo Civil, vigora o princ’pio da busca pela 
verdade real ou material, n‹o da verdade formal. Assim, no processo penal 
n‹o h‡ presun‹o de veracidade das alega›es da acusa‹o em caso de ausncia 
de manifesta‹o em contr‡rio pelo rŽu, pois o interesse pœblico pela busca da 
efetiva verdade impede isto. 
AlŽm disso, este princ’pio ir‡ embasar diversas outras disposi›es do sistema 
processual penal brasileiro, como aquela que impede que o Juiz julgue um fato 
n‹o contido na denœncia (seria uma viola‹o indireta ao princ’pio da inŽrcia), que 
caracteriza o princ’pio da congruncia8 entre a sentena e a inicial 
acusat—ria. 
 
2.2!Princ’pio do devido processo legal 
Esse princ’pio Ž o que se pode chamar de base principal do Direito Processual 
brasileiro, pois todos os outros, de uma forma ou de outra, encontram nele seu 
 
7 Alguns sustentam que se adotou um sistema misto (entre acusat—rio e inquisitivo), pois h‡ caracteres de 
ambos. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p.71 
8 TambŽm chamado de princ’pio da adstri‹o ou princ’pio da corre‹o entre acusa‹o e sentena. NUCCI, 
Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 608 
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fundamento. Este princ’pio est‡ previsto no art. 5¡, LIV da CRFB/88, nos 
seguintes termos: 
Art. 5¼ (...) LIV - ninguŽm ser‡ privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
 
Assim, a Constitui‹o estabelece que ninguŽm poder‡ sofrer priva‹o de sua 
liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prŽvio, em que lhe seja 
assegurada toda a sorte de instrumentos de defesa. 
Desta maneira, especificamente no processo penal, esse princ’pio norteia 
algumas regras, como o Direito que o acusado possui de ser ouvido pessoalmente 
(Sim, o interrogat—rio Ž um direito do rŽu), a fim de expor sua vers‹o dos fatos, 
bem como o direito que o acusado possui de arrolar testemunhas, contradizer 
todas as provas e argumentos da acusa‹o etc. Todos eles tiram seu fundamento 
do Princ’pio do Devido Processo Legal. 
A obedincia ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordin‡rio ou 
outro), bem como ˆs demais regras estabelecidas para o processo Ž que se chama 
de Devido Processo Legal em sentido formal. 
Entretanto, existe outra vertente deste princ’pio, denominada Devido 
Processo Legal em sentido material. Nessa œltima acep‹o, entende-se que 
o Devido Processo Legal s— Ž efetivamente respeitado quando o Estado age 
de maneira razo‡vel, proporcional e adequada na tutela dos interesses 
da sociedade e do acusado. 
O princ’pio do Devido Processo Legal tem como corol‡rios os 
postulados da AmplaDefesa e do Contradit—rio, ambos tambŽm previstos 
na Constitui‹o Federal, em seu art. 5¡, LV: 
Art. 5 (...) 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
s‹o assegurados o contradit—rio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes; 
 
2.2.1!Dos postulados do contradit—rio e da ampla defesa 
O princ’pio do Contradit—rio estabelece que os litigantes em geral e, no nosso 
caso, os acusados, tem assegurado o direito de contradizer os argumentos 
trazidos pela parte contr‡ria e as provas por ela produzidas. 
Entretanto, este princ’pio sofre limita›es, notadamente quando a decis‹o 
a ser tomada pelo Juiz n‹o possa esperar a manifesta‹o do acusado ou 
a cincia do acusado pode implicar a frustra‹o da decis‹o. 
EXEMPLO: Imagine que o MP aju’za a‹o penal em face de JosŽ, 
requerendo seja decretada sua pris‹o preventiva, com base na 
ocorrncia de uma das circunst‰ncias previstas no art. 312 do CPP. O 
Juiz, ao receber a denœncia, verificando estarem presentes os requisitos 
que autorizam a decreta‹o da pris‹o preventiva, a decretar‡ sem ouvir 
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o acusado, pois aguardar a manifesta‹o deste acerca da pris‹o 
preventiva pode acarretar na frustra‹o desta (fuga do acusado). 
 
J‡ o postulado da ampla defesa prev que n‹o basta dar ao acusado cincia 
das manifesta›es da acusa‹o e facultar-lhe se manifestar, se n‹o lhe forem 
dados instrumentos para isso. Ampla Defesa e Contradit—rio caminham juntos 
(atŽ por isso est‹o no mesmo inciso da Constitui‹o), e retiram seu fundamento 
no Devido Processo Legal. 
Entre os instrumentos para o exerc’cio da defesa est‹o a previs‹o legal de 
recursos em face das decis›es judiciais, direito ˆ produ‹o de provas, bem como 
a obriga‹o de que o Estado fornea assistncia jur’dica integral e gratuita, 
primordialmente atravŽs da Defensoria Pœblica. Vejamos: 
Art. 5¼ (...) LXXIV - o Estado prestar‡ assistncia jur’dica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficincia de recursos; 
 
Portanto, ao acusado que n‹o possuir meios de pagar um advogado, deve 
ser garantida a defesa por um Defensor Pœblico, ou, em n‹o havendo sede da 
Defensoria Pœblica na comarca, ser nomeado um defensor dativo (advogado 
particular pago pelos cofres pœblicos), a fim de que lhe seja prestada defesa 
tŽcnica. 
AlŽm da defesa tŽcnica, realizada por profissional habilitado (advogado 
particular ou Defensor Pœblico), h‡ tambŽm a autodefesa, que Ž realizada pelo 
pr—prio rŽu, especialmente quando do seu interrogat—rio, oportunidade na qual 
pode, ele mesmo, defender-se pessoalmente, sem a intermedia‹o de 
procurador. Assim, se o Juiz se recusar a interrogar o rŽu, por exemplo, 
estar‡ violando o princ’pio da ampla defesa, por estar impedindo o rŽu de 
exercer sua autodefesa. 
 A autodefesa se desdobra em trs: 
⇒!Direito de audincia Ð Tal direito se materializa durante o 
interrogat—rio, oportunidade na qual o acusado pode apresentar ao 
Juiz, pessoalmente, a sua defesa, ou seja, sua vers‹o acerca dos fatos. 
⇒!Direito de presena Ð ƒ assegurado ao acusado o direito de 
acompanhar os atos da instru‹o processual, auxiliando o seu defensor 
na realiza‹o da defesa. Ex. Acompanhar a realiza‹o da 
Òreconstitui‹oÓ (reprodu‹o simulada dos fatos). 
⇒! Capacidade postulat—ria aut™noma excepcional Ð Ao acusado Ž 
conferido o direito de postular diretamente ao Ju’zo em determinados 
casos. Ex.: O acusado tem legitimidade recursal, ou seja, ele pode 
recorrer mesmo que seu defensor n‹o recorra (art. 577 do CPP). 
 
Ao contr‡rio da defesa tŽcnica, que n‹o pode faltar no processo criminal, sob 
pena de nulidade absoluta, o rŽu pode recusar-se a exercer a autodefesa, 
ficando em silncio, por exemplo, pois o direito ao silncio Ž um direito 
expressamente previsto ao rŽu. 
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Este princ’pio n‹o impede, porŽm, que o acusado sofra as consequncias de 
sua inŽrcia em rela‹o aos atos processuais (n‹o-interposi‹o de recursos, 
ausncia injustificada de audincias, etc.). Entretanto, o princ’pio da ampla 
defesa se manifesta mais explicitamente quando o rŽu, embora citado, deixe de 
apresentar Resposta ˆ Acusa‹o. Nesse caso, dada a import‰ncia da pea de 
defesa, dever‡ o Juiz encaminhar os autos ˆ Defensoria Pœblica, para que atue 
na qualidade de curador do acusado, ou, em n‹o havendo Defensoria no local, 
nomear defensor dativo para que patrocine a defesa do acusado. 
 
2.3!Princ’pio da presun‹o de n‹o culpabilidade (ou presun‹o de 
inocncia) 
A Presun‹o de inocncia Ž o maior pilar de um Estado Democr‡tico de 
Direito, pois, segundo este princ’pio, nenhuma pessoa pode ser considerada 
culpada (e sofrer as consequncias disto) antes do tr‰nsito em julgado se 
sentena penal condenat—ria. Nos termos do art. 5¡, LVII da CRFB/88: 
LVII - ninguŽm ser‡ considerado culpado atŽ o tr‰nsito em julgado de sentena penal 
condenat—ria; 
 
O que Ž tr‰nsito em julgado de sentena penal condenat—ria? ƒ a 
situa‹o na qual a sentena proferida no processo criminal, condenando o rŽu, 
n‹o pode mais ser modificada atravŽs de recurso. Assim, enquanto n‹o houver 
uma sentena criminal condenat—ria irrecorr’vel, o acusado n‹o pode ser 
considerado culpado e, portanto, n‹o pode sofrer as consequncias da 
condena‹o. 
Este princ’pio pode ser considerado: 
⇒! Uma regra probat—ria (regra de julgamento) - Deste princ’pio decorre 
que o ™nus (obriga‹o) da prova cabe ao acusador (MP ou ofendido, 
conforme o caso). O rŽu Ž, desde o comeo, inocente, atŽ que o acusador prove 
sua culpa. Assim, temos o princ’pio do in dubio pro reo ou favor rei, segundo o 
qual, durante o processo (inclusive na sentena), havendo dœvidas acerca da 
culpa ou n‹o do acusado, dever‡ o Juiz decidir em favor deste, pois sua culpa 
n‹o foi cabalmente comprovada. 
 
CUIDADO: Existem hip—teses em que o Juiz n‹o decidir‡ de acordo com 
princ’pio do in dubio pro reo, mas pelo princ’pio do in dubio pro societate. Por 
exemplo, nas decis›es de recebimento de denœncia ou queixa e na decis‹o de 
pronœncia, no processo de competncia do Jœri, o Juiz decide contrariamente 
ao rŽu (recebe a denœncia ou queixa no primeiro caso, e pronuncia o rŽu no 
segundo) com base apenas em ind’cios de autoria e prova da materialidade. Ou 
seja, nesses casos, mesmo o Juiz tendo dœvidas quanto ˆ culpabilidade do rŽu, 
dever‡ decidir contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas 
decis›es n‹o h‡ consequncias para o rŽu, permitindo-se, apenas, que seja 
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iniciado o processo ou a fase processual, na qual ser‹o produzidas as provas 
necess‡rias ˆ elucida‹o dos fatos. 
 
⇒! Uma regra de tratamento - Deste princ’pio decorre, ainda, que o rŽu 
deve ser, a todo momento, tratado como inocente. E isso tem uma dimens‹o 
interna e uma dimens‹o externa: 
a)!Dimens‹o interna Ð O agente deve ser tratado, dentro do processo, como 
inocente. Ex.: O Juiz n‹o pode decretar a pris‹o preventiva do acusado 
pelo simples fato de o rŽu estar sendo processado, caso contr‡rio, estaria 
presumindo a culpa do acusado.b)!Dimens‹o externa Ð O agente deve ser tratado como inocente FORA do 
processo, ou seja, o fato de estar sendo processado n‹o pode gerar reflexos 
negativos na vida do rŽu. Ex.: O rŽu n‹o pode ser eliminado de um concurso 
pœblico porque est‡ respondendo a um processo criminal (pois isso seria 
presumir a culpa do rŽu). 
 
Desta maneira, sendo este um princ’pio de ordem Constitucional, 
deve a legisla‹o infraconstitucional (especialmente o CP e o CPP) 
respeit‡-lo, sob pena de viola‹o ˆ Constitui‹o. Portanto, uma lei que 
dissesse, por exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da sentena 
em primeira inst‰ncia seria inconstitucional, pois a Constitui‹o afirma que o 
acusado ainda n‹o Ž considerado culpado nessa hip—tese. 
CUIDADO! A existncia de pris›es provis—rias (pris›es 
decretadas no curso do processo) n‹o ofende a presun‹o de inocncia, 
pois nesse caso n‹o se trata de uma pris‹o como cumprimento de pena, mas 
sim de uma pris‹o cautelar, ou seja, para garantir que o processo penal seja 
devidamente instru’do ou eventual sentena condenat—ria seja cumprida. Por 
exemplo: Se o rŽu est‡ dando sinais de que vai fugir (tirou passaporte 
recentemente), e o Juiz decreta sua pris‹o preventiva, o faz n‹o por consider‡-
lo culpado, mas para garantir que, caso seja condenado, cumpra a pena. Vocs 
ver‹o mais sobre isso na aula sobre Pris‹o e Liberdade Provis—ria! J 
Ou seja, a pris‹o cautelar, quando devidamente fundamentada na 
necessidade de evitar a ocorrncia de algum preju’zo (risco para a instru‹o ou 
para o processo, por exemplo), Ž v‡lida. O que n‹o se pode admitir Ž a 
utiliza‹o da pris‹o cautelar como Òantecipa‹o de penaÓ. 
 
Vou transcrever para vocs agora alguns pontos que s‹o polmicos e a 
respectiva posi‹o dos Tribunais Superiores, pois isto Ž importante. 
¥! Processos criminais em curso e inquŽritos policiais em face do 
acusado podem ser considerados maus antecedentes? Segundo 
o STJ e o STF n‹o, pois em nenhum deles o acusado foi condenado de 
maneira irrecorr’vel, logo, n‹o pode ser considerado culpado nem 
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sofrer qualquer consequncia em rela‹o a eles (sœmula 444 do 
STJ). 
¥! Regress‹o de regime de cumprimento da pena Ð O STJ e o STF 
entendem que NÌO Hç NECESSIDADE DE CONDENA‚ÌO PENAL 
TRANSITADA EM JULGADO para que o preso sofra a regress‹o do 
regime de cumprimento de pena mais brando para o mais severo (do 
semiaberto para o fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o 
preso tenha cometido novo crime doloso ou falta grave, durante 
o cumprimento da pena pelo crime antigo, para que haja a regress‹o, 
nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de Execu›es Penais), 
n‹o havendo necessidade, sequer, de que tenha havido condena‹o 
criminal ou administrativa. A Jurisprudncia entende que esse artigo 
da LEP n‹o ofende a Constitui‹o. 
¥! Revoga‹o do benef’cio da suspens‹o condicional do processo 
em raz‹o do cometimento de crime Ð Prev a Lei 9.099/95 que em 
determinados crimes, de menor potencial ofensivo, pode ser o 
processo criminal suspenso por determinado, devendo o rŽu cumprir 
algumas obriga›es durante este prazo (dentre elas, n‹o cometer novo 
crime), findo o qual estar‡ extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF 
e o STJ entendem que, descoberta a pr‡tica de crime pelo acusado 
beneficiado com a suspens‹o do processo, este benef’cio deve ser 
revogado, por ter sido descumprida uma das condi›es, n‹o havendo 
necessidade de tr‰nsito em julgado da sentena condenat—ria 
do crime novo. 
 
CUIDADO MASTER! Recentemente, no julgamento do HC 126.292 o STF 
decidiu (entendimento confirmado posteriormente) que o cumprimento da 
pena pode se iniciar com a mera condena‹o em segunda inst‰ncia por 
um —rg‹o colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o 
princ’pio da presun‹o de inocncia, admitindo que a ÒculpaÓ (para fins de 
cumprimento da pena) j‡ estaria formada nesse momento (embora a CF/88 
seja expressa em sentido contr‡rio). Isso significa que, possivelmente, teremos 
(num futuro breve) altera‹o na jurisprudncia consolidada do STF e do STJ, de 
forma que a›es penais em curso passem a poder ser consideradas como maus 
antecedentes, desde que haja, pelo menos, condena‹o em segunda inst‰ncia 
por —rg‹o colegiado (mesmo sem tr‰nsito em julgado), alŽm de outros reflexos 
que tal relativiza‹o provoca (HC 126292/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 
17.2.2016). 
 
2.4!Princ’pio da obrigatoriedade da fundamenta‹o das decis›es 
judiciais 
Este princ’pio est‡ previsto no art. 93, IX da Constitui‹o: 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor‡ sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princ’pios: 
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(...) 
IX todos os julgamentos dos —rg‹os do Poder Judici‡rio ser‹o pœblicos, e 
fundamentadas todas as decis›es, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presena, em determinados atos, ˆs pr—prias partes e a seus advogados, ou somente 
a estes, em casos nos quais a preserva‹o do direito ˆ intimidade do interessado no 
sigilo n‹o prejudique o interesse pœblico ˆ informa‹o; 
 
Como vocs podem ver, Ž a pr—pria Constitui‹o quem determina que os 
atos decis—rios proferidos pelo Juiz sejam fundamentados. Desta maneira, pode-
se elevar esse princ’pio (motiva‹o das decis›es judiciais) ˆ categoria de princ’pio 
constitucional, por ter merecido a aten‹o da Lei M‡xima. 
Portanto, quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a 
sentena, deve fundamentar seu ato, dizendo em que fundamento se baseia para 
indeferir a prova ou para tomar a decis‹o que tomou na sentena (condenando 
ou absolvendo). 
Esse princ’pio decorre da l—gica do sistema jur’dico p‡trio, em que a 
transparncia deve vigorar. Assim, a parte (seja o acusado ou o acusador) saber‡ 
exatamente o que se baseou o Juiz para proferir aquela decis‹o e, assim, poder 
examinar se o Magistrado agiu dentro da legalidade. 
Ali‡s, esse princ’pio guarda estrita rela‹o com o princ’pio da Ampla 
Defesa, eis que a ausncia de fundamenta‹o ou a fundamenta‹o deficiente de 
uma decis‹o dificulta e por vezes impede a sua impugna‹o, j‡ que a parte 
prejudicada n‹o tem elementos para combat-lo, j‡ que n‹o sabe seus 
fundamentos. 
Alguns pontos controvertidos merecem destaque: 
¥! A decis‹o de recebimento da denœncia ou queixa, apesar de 
possuir forte carga decis—ria, n‹o precisa de fundamenta‹o 
complexa (STF entende que isso n‹o fere a Constitui‹o). 
¥! A fundamenta‹o referida Ž constitucional Ð Fundamenta‹o 
referida Ž aquela na qual um —rg‹o do Judici‡rio se remete ˆs raz›es 
expostas por outro —rg‹o do Judici‡rio (Ex.: O Tribunal, ao julgar a 
apela‹o, mantendo a sentena, pode fundamentar sua decis‹o 
referindo-se aos argumentos expostos na sentena de primeira 
inst‰ncia, sem necessidade de reproduzi-los no corpo do Ac—rd‹o). 
¥! As decis›es proferidas pelo Tribunal do Jœri n‹o s‹o 
fundamentadas, pois os julgadores (jurados) n‹o possuem 
conhecimento tŽcnico, proferindo seu voto conforme sua percep‹o de 
Justia indicar. 
 
2.5!Princ’pio da publicidade 
Este princ’pio estabelece que os atos processuais e as decis›es judiciais 
ser‹o pœblicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Essa Ž a regra 
prevista no art. 93, IX da CRFB/88: 
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Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dispor‡ sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princ’pios: 
(...) 
IX- todos os julgamentos dos —rg‹os do Poder Judici‡rio ser‹o pœblicos, e 
fundamentadas todas as decis›es, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presena, em determinados atos, ˆs pr—prias partes e a seus advogados, ou somente 
a estes, em casos nos quais a preserva‹o do direito ˆ intimidade do interessado no 
sigilo n‹o prejudique o interesse pœblico ˆ informa‹o; 
 
Percebam que a Constitui‹o determina que os julgamentos dos —rg‹os do 
Poder Judici‡rio ser‹o pœblicos, mas entende-se ÒjulgamentosÓ como qualquer 
ato processual. 
Entretanto, essa publicidade NÌO ƒ ABSOLUTA, podendo sofrer restri‹o, 
quando a intimidade das partes ou interesse pœblico exigir. A isso se chama de 
publicidade restrita. 
Essa possibilidade de restri‹o est‡ prevista, ainda, no art. 5¡, LX da 
CRFB/88: 
Art. 5¼ (...) LX - a lei s— poder‡ restringir a publicidade dos atos processuais quando 
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
 
Ressalto a vocs que essa publicidade pode ser restringida apenas ˆs partes 
e seus procuradores, ou somente a estes. O que isso significa? Que alguns atos 
podem n‹o ser pœblicos nem mesmo para a outra parte! Sim! Imaginem que, 
numa audincia, a ofendida pelo crime de estupro n‹o queira dar seu depoimento 
na presena do acusado. Nada mais natural. Assim, o Juiz poder‡ mandar que 
este se retire da sala, permanecendo, porŽm, o seu advogado. Aos 
procuradores das partes (advogado, membro do MP, etc.) nunca se pode 
negar publicidade dos atos processuais! Gravem isso! 
Essa impossibilidade de restri‹o da publicidade aos procuradores das partes 
Ž decorrncia natural do princ’pio do contradit—rio e da ampla defesa, pois s‹o os 
procuradores quem exercem a defesa tŽcnica, n‹o podendo ser privados do 
acesso a nenhum ato do processo, sob pena de nulidade.9 
 
 
9 Por fim, vale registrar que no Tribunal do Jœri (que tem regras muito espec’ficas) o voto dos jurados Ž 
sigiloso, por expressa previs‹o constitucional, caracterizando-se em mais uma exce‹o ao princ’pio. Nos 
termos do art. 5¡, XVIII, b, da Constitui‹o: 
Art. 5¼ (...) 
XXXVIII - Ž reconhecida a institui‹o do jœri, com a organiza‹o que lhe der a lei, assegurados: 
(...) 
b) o sigilo das vota›es; 
Assim, nesse caso, n‹o h‡ publicidade do voto proferido pelo jurado, mas a sess‹o secreta onde ocorre o 
julgamento pelos jurados (dep—sito dos votos na urna) Ž acess’vel aos procuradores. 
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2.6!Princ’pio da isonomia processual 
O princ’pio da isonomia processual (ou par conditio ou paridade de 
armas) decorre do princ’pio da isonomia, genericamente considerado, segundo 
o qual as pessoas s‹o iguais perante a lei, sendo vedadas pr‡ticas 
discriminat—rias. Est‡ previsto no art. 5¡ da Constitui‹o: 
Art. 5¼ Todos s‹o iguais perante a lei, sem distin‹o de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa’s a inviolabilidade do direito ˆ 
vida, ˆ liberdade, ˆ igualdade, ˆ segurana e ˆ propriedade, nos termos seguintes: 
 
No campo processual este princ’pio tambŽm irradia seus efeitos, devendo a 
lei processual tratar ambas as partes de maneira igualit‡ria, conferindo-lhes os 
mesmos direitos e deveres. Por exemplo: Os prazos recursais devem ser os 
mesmos para acusa‹o e defesa, o tempo para sustenta‹o oral nas sess›es de 
julgamento tambŽm devem ser idnticos, etc. 
Entretanto, Ž poss’vel que a lei estabelea algumas situa›es aparentemente 
anti-ison™micas, a fim de equilibrar as foras dentro do processo.10 
Boa parte da Doutrina sustenta que na a‹o penal pœblica o princ’pio da 
paridade de armas fica mitigado, pois o MP desempenha dupla fun‹o (atua 
como acusador e como fiscal da Lei). Na a‹o penal privada haveria uma paridade 
de armas mais evidente, j‡ que ter’amos dois particulares litigando, um de cada 
lado (o querelante e o querelado, ou seja, v’tima e infrator), e o MP atuando 
como fiscal da Lei. 
 
2.7!Princ’pio do duplo grau de jurisdi‹o 
Este princ’pio estabelece que as decis›es judiciais devem estar sujeitas ˆ 
revis‹o por outro —rg‹o do Judici‡rio. Embora n‹o esteja expresso na 
Constitui‹o, grande parte dos doutrinadores o aceita como um princ’pio 
constitucional impl’cito11, fundamentando sua tese nas regras de competncia 
dos Tribunais estabelecidas na Constitui‹o, o que deixaria impl’cito que toda 
decis‹o judicial deva estar sujeita a recurso, via de regra. A despeito de n‹o 
estar expl’cito na Constitui‹o, tem previs‹o expressa no Pacto de San 
JosŽ da Costa Rica (Conven‹o Americana de Direitos Humanos), 
ratificado pelo Brasil. 
Entretanto, mesmo aqueles que consideram ser este um princ’pio de ’ndole 
constitucional entendem que h‡ exce›es, que s‹o os casos de competncia 
origin‡ria do STF, a›es nas quais n‹o cabe recurso da decis‹o de mŽrito (—bvio, 
pois o STF Ž a Corte Suprema do Brasil). Assim, essa exce‹o n‹o anularia o fato 
 
10 Por exemplo, quando a lei estabelece que a Defensoria Pœblica possui prazo em dobro para recorrer, n‹o 
est‡ ferindo o princ’pio da isonomia, mas est‡ apenas corrigindo uma situa‹o de desequil’brio. Isso porque 
a Defensoria Pœblica Ž uma Institui‹o absolutamente assoberbada, que n‹o pode escolher se vai ou n‹o 
patrocinar uma demanda. Caso o assistido se enquadre como hipossuficiente, a Defensoria Pœblica deve 
atuar. Um escrit—rio de advocacia pode, por exemplo, se recusar a patrocinar uma defesa alegando estar 
muito atarefado. 
11 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 52. 
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de que se trata de um princ’pio constitucional, apenas n‹o lhe permite ser 
absoluto. 
 
2.8! Princ’pio do Juiz Natural 
A Constitui‹o estabelece em seu art. 5¡, LIII que: 
Art. 5¼ (...) LIII - ninguŽm ser‡ processado nem sentenciado sen‹o pela autoridade 
competente; 
 
Assim, desse dispositivo constitucional podemos extrair o princ’pio do Juiz 
Natural. 
O princ’pio do Juiz Natural estabelece que toda pessoa tem direito de ser 
julgada por um —rg‹o do Poder Judici‡rio brasileiro, devidamente investido na 
fun‹o jurisdicional, cuja competncia fora previamente definida12. Assim, est‡ 
vedada a forma‹o de Tribunal ou Ju’zo de exce‹o, que s‹o aqueles 
criados especificamente para o julgamento de um determinado caso. Isso n‹o Ž 
tolerado no Brasil! 
Trata-se de princ’pio que remonta ao Direito anglo-sax‹o, fundado na 
ideia b‡sica de veda‹o ˆ existncia de Tribunais de Exce‹o. Este princ’pio viria 
a ser, posteriormente, mais bem trabalhado pelo Direito norte-americano, ao 
exigir-se a fixa‹o prŽvia da competncia jurisdicional. 
PorŽm, vocs n‹o devem confundir Ju’zo ou Tribunal de exce‹o com varas 
especializadas. As varas especializadas s‹o criadas para otimizar o trabalho 
do Judici‡rio, e sua competncia Ž definida abstratamente, e n‹o em raz‹o de 
um fato isolado, de forma que n‹o ofendem oprinc’pio. O que este princ’pio 
impede Ž a manipula‹o das Òregras do jogoÓ para se ÒescolherÓ o Juiz que ir‡ 
julgar a causa.13 
Assim, proposta a a‹o penal, ela ser‡ distribu’da para um dos Ju’zes com 
competncia para julg‡-la. 
Boa parte da Doutrina sustenta14, ainda, a existncia do princ’pio do 
Promotor Natural. Tal princ’pio estabelece que toda pessoa tem direito de ser 
acusada pela autoridade competente. Assim, Ž vedada a designa‹o pelo 
Procurador-Geral de Justia de um Promotor para atuar especificamente num 
determinado caso. Isso seria simplesmente um acusador de exce‹o, alguŽm que 
n‹o estava previamente definido como o Promotor (ou um dos Promotores) que 
poderia receber o caso, mas alguŽm que foi definido como o acusador de um rŽu 
ap—s a pr‡tica do fato, cuja finalidade Ž fazer com que o acusado seja processado 
por alguŽm que possui determinada caracter’stica (Promotor mais brando ou mais 
severo, a depender do infrator). 
 
12 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 37 
13 Outra situa‹o que tambŽm NÌO VIOLA o princ’pio do Juiz Natural Ž a atra‹o, por conex‹o ou continncia, 
do processo do corrŽu ao foro por prerrogativa de fun‹o de um dos denunciados (sœmula 704 do STF). 
Veremos mais sobre isso na aula sobre jurisdi‹o e competncia. 
14 Ver, por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 52 
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Entretanto, a defini‹o de atribui›es especializadas (Promotor para crimes 
ambientais, crimes contra a ordem financeira, etc.) n‹o viola este princ’pio, pois 
n‹o se est‡ estabelecendo uma atribui‹o casu’stica, apenas para determinado 
caso, mas uma atribui‹o abstrata, que se aplicar‡ a todo e qualquer caso 
semelhante. ƒ exatamente o mesmo que ocorre em rela‹o ˆs Varas 
especializadas. 
 
2.9!Princ’pio da veda‹o ˆs provas il’citas 
No nosso sistema processual penal vige o princ’pio do livre convencimento 
motivado do Juiz, ou seja, o Juiz n‹o est‡ obrigado a decidir conforme 
determinada prova (confiss‹o, por exemplo), podendo decidir da forma que 
entender, desde que fundamente sua decis‹o em alguma das provas produzidas 
nos autos do processo. 
Em raz‹o disso, ˆs partes Ž conferido o direito de produzir as provas que 
entendam necess‡rias para convencer o Juiz a acatar sua tese. Entretanto, esse 
direito probat—rio n‹o Ž ilimitado, encontrando limites nos direitos 
fundamentais previstos na Constitui‹o. Essa limita‹o encontra-se no art. 5¡, 
LVI da Constitui‹o. Vejamos: 
Art. 5¼ (...) LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos; 
 
Vejam que a Constitui‹o Ž clara ao dizer que n‹o se admitem no processo 
as provas que tenham sido obtidas por meios il’citos. Mas o que seriam meios 
il’citos? Seriam todos aqueles meios em que para a obten‹o da prova tenha 
que ser violado um direito fundamental de alguŽm. 
A Doutrina divide as provas ilegais em provas il’citas (quando violam 
normas de direito material) e provas ileg’timas (quando violam normas de 
direito processual), mas isso n‹o Ž assunto para esta aula especificamente. 
ATEN‚ÌO! A Doutrina dominante admite a utiliza‹o de 
provas il’citas quando esta for a œnica forma de se obter a absolvi‹o 
do rŽu. 
 
Veda-se, tambŽm, a utiliza‹o de provas il’citas por deriva‹o, que s‹o 
aquelas provas obtidas licitamente, mas que derivam de uma prova il’cita, 
adotando-se aqui a teoria dos frutos da ‡rvore envenenada. 
EXEMPLO: Imagine que Paulo Ž indicado como testemunha de um fato 
criminoso. Durante a investiga‹o, Paulo, mediante tortura, acaba 
mencionando que Maria presenciou o fato criminoso. Maria Ž devidamente 
ouvida no processo criminal e seu depoimento Ž utilizado para a condena‹o 
do rŽu. Neste caso, o depoimento de Maria, em si, n‹o Ž il’cito, pois foi 
realizado validamente. Todavia, s— se chegou atŽ Maria em raz‹o da tortura 
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realizada sobre Paulo, motivo pelo qual o v’cio contido no depoimento de 
Paulo contamina o depoimento de Maria. 
 
2.10! Princ’pio da veda‹o ˆ autoincrimina‹o 
Tal princ’pio, tambŽm conhecido como nemo tenetur se detegere, tem por 
finalidade impedir que o Estado, de alguma forma, imponha ao rŽu (ou ao 
indiciado) alguma obriga‹o que possa colocar em risco o seu direito de n‹o 
produzir provas prejudiciais a si pr—prio. O ™nus da prova incumbe ˆ acusa‹o, 
n‹o ao rŽu. 
Este princ’pio pode ser extra’do da conjuga‹o de trs dispositivos 
constitucionais: 
¥! Direito ao silncio 
¥! Direito ˆ ampla defesa 
¥! Presun‹o de inocncia 
 
Assim, em raz‹o deste princ’pio, o acusado n‹o Ž obrigado a praticar 
qualquer ato que possa ser prejudicial ˆ sua defesa, como realizar o teste do 
baf™metro (trata-se de uma fase prŽ-processual, mas o resultado seria utilizado 
posteriormente no processo), fornecer padr›es gr‡ficos para realiza‹o de exame 
grafotŽcnico, etc. AlŽm disso, o silncio n‹o pode ser considerado como 
confiss‹o e nem pode ser interpretado em preju’zo da defesa, sob pena 
de esvaziar-se a l—gica de tal garantia. 
Podemos dizer, ent‹o, que o princ’pio da veda‹o ˆ autoincrimina‹o possui 
alguns desdobramentos: 
⇒!Direito ao silncio Ð Trata-se do direito de n‹o responder ˆs 
perguntas que lhe forem formuladas. 
⇒! Inexigibilidade de dizer a verdade Ð Toler‰ncia quanto ˆs 
informa›es inver’dicas prestadas pelo rŽu. Como o Brasil n‹o 
criminaliza o ÒperjœrioÓ (mentira realizada pelo rŽu em ju’zo), o 
processo penal tolera a conduta do rŽu de mentir em ju’zo, da’ n‹o 
resultando qualquer preju’zo para a defesa. 
⇒!Direito de n‹o ser compelido a praticar comportamento ATIVO 
Ð O rŽu n‹o pode ser obrigado a participar ATIVAMENTE da produ‹o 
de qualquer prova, podendo se recusar a participar sempre que 
entender que isso pode prejudica-lo. Ex.: N‹o est‡ obrigado a fornecer 
padr›es gr‡ficos para exame de caligrafia, n‹o est‡ obrigado a 
participar da reconstitui‹o (reprodu‹o simulada dos fatos), etc. 
Todavia, o rŽu pode ser obrigado a participar da audincia de 
reconhecimento (pois n‹o se trata de um comportamento ativo, e sim 
passivo. O rŽu s— vai ficar l‡, parado, a fim de que a v’tima o 
reconhea, ou n‹o, como o infrator. 
⇒!Direito de n‹o se submeter a procedimento probat—rio invasivo 
Ð Trata-se do direito de n‹o se submeter a qualquer procedimento que 
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seja realizado por meio de penetra‹o no corpo humano (Ex.: exame 
de sangue, endoscopia, etc.). 
 
A Doutrina, todavia, entende que Ž poss’vel submeter o acusado a situa›es 
nas quais n‹o se exija uma participa‹o ativa na produ‹o probat—ria (ex.: 
obrigatoriedade de comparecer ao local indicado a fim de que se proceda ao 
reconhecimento pela v’tima). 
 
2.11!Princ’pio do non bis in idem 
Por este princ’pio entende-se que uma pessoa n‹o pode ser punida 
duplamente pelo mesmo fato. AlŽm disso, estabelece que uma pessoa n‹o possa, 
sequer, ser processada duas vezes pelo mesmo fato. Da’ podermos dizer que n‹o 
h‡, no processo penal, a chamada Òrevis‹o pro societateÓ. 
 
EXEMPLO: JosŽ foi processado pelo crimeX. Todavia, como n‹o havia provas, 
foi absolvido. Tal decis‹o transitou em julgado, tornando-se imut‡vel. Todavia, 
dois meses depois, surgiram provas da culpa de JosŽ. Neste caso, JosŽ n‹o 
poder‡ ser processado novamente. 
 
CUIDADO! Uma pessoa n‹o pode ser duplamente processada pelo mesmo fato 
quando j‡ houve decis‹o capaz de produzir coisa julgada material, ou seja, a 
imutabilidade da decis‹o (condena‹o, absolvi‹o, extin‹o da punibilidade, 
etc.). Quando a decis‹o n‹o faz coisa julgada material, Ž poss’vel novo 
processo (Ex.: Extin‹o do processo pela rejei‹o da denœncia, em raz‹o do 
descumprimento de uma mera formalidade processual). 
 
Tal princ’pio veda, ainda, que um mesmo fato, condi‹o ou circunst‰ncia 
seja duplamente considerado para fins de fixa‹o da pena. 
 
EXEMPLO: JosŽ est‡ sendo processado pelo crime de homic’dio qualificado pelo 
motivo torpe. JosŽ Ž condenado pelo jœri e, na fixa‹o da pena, o Juiz aplica a 
agravante genŽrica prevista no art. 61, II, a do CP, cab’vel quando o crime Ž 
praticado por motivo torpe. Todavia, neste caso, o Òmotivo torpeÓ j‡ foi 
considerado como qualificadora (tornando a pena mais gravosa Ð de 06 a 20 anos 
para 12 a 30 anos), ent‹o n‹o pode ser novamente considerada no mesmo caso. 
Ou seja, como tal circunst‰ncia (motivo torpe) j‡ qualifica o delito, n‹o pode 
tambŽm servir como circunst‰ncia agravante, sob pena de o agente ser 
duplamente punido pela mesma circunst‰ncia. 
 
Assim: 
 
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3! DISPOSI‚ÍES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES 
 
Vamos sintetizar, neste t—pico algumas disposi›es constitucionais relativas 
ao Direito Processual Penal que, embora relevantes, n‹o podem ser consideradas 
princ’pios. 
 
3.1! Direitos constitucionais do preso 
A CRFB/88 prev uma sŽrie direitos que s‹o assegurados ao preso. Vejamos: 
Art. 5¼ (...) 
LXI - ninguŽm ser‡ preso sen‹o em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judici‡ria competente, salvo nos casos de transgress‹o 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a pris‹o de qualquer pessoa e o local onde se encontre ser‹o comunicados 
imediatamente ao juiz competente e ˆ fam’lia do preso ou ˆ pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistncia da fam’lia e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito ˆ identifica‹o dos respons‡veis por sua pris‹o ou por seu 
interrogat—rio policial; 
LXV - a pris‹o ilegal ser‡ imediatamente relaxada pela autoridade judici‡ria; 
LXVI - ninguŽm ser‡ levado ˆ pris‹o ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade 
provis—ria, com ou sem fiana; 
(...) 
NON	BIS IN	IDEM
VEDAÇÃO	À	DUPLA CONDENAÇÃO	
PELO	MESMO	FATO
VEDAÇÃO	AO	DUPLO	PROCESSO	
PELO	MESMO	FATO
VEDAÇÃO	À	DUPLA
CONSIDERAÇÃO	DO	MESMO	
FATO/CONDIÇÃO/CIRCUNSTÂNCIA	
NA	DOSIMETRIA	DA	PENA
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LXVIII - conceder-se-‡ habeas corpus sempre que alguŽm sofrer ou se achar 
ameaado de sofrer violncia ou coa‹o em sua liberdade de locomo‹o, por 
ilegalidade ou abuso de poder; 
 
Vejam que temos uma sŽrie de direitos assegurados ao preso. Tenho um 
quadrinho abaixo que pode facilitar a compreens‹o: 
 
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS APLICçVEIS AO PRESO 
ADMISSIBILIDADE 
DA PRISÌO 
DEPOIS DE EFETUADA A 
PRISÌO 
PARA EVITAR A 
PRISÌO 
¥! Flagrante delito 
(sem necessidade de 
ordem judicial) 
¥! Por ordem escrita e 
fundamentada de 
autoridade 
judici‡ria 
competente, salvo 
nos casos de 
transgress‹o militar 
ou crime 
propriamente militar, 
definidos em lei 
¥! Comunica‹o da 
pris‹o e do local em que 
se encontra o preso 
IMEDIATAMENTE ao 
juiz competente e ˆ 
fam’lia do preso ou ˆ 
pessoa por ele indicada. 
¥! Informa‹o ao preso 
sobre seus direitos, 
entre os quais o de 
permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a 
assistncia da fam’lia e 
de advogado. 
¥! Identifica‹o dos 
respons‡veis pela 
pris‹o e/ou 
interrogat—rio policial. 
¥! Relaxamento da 
pris‹o que seja ilegal 
¥! Direito de ser colocado 
em liberdade, se 
estiverem presentes os 
requisitos para 
concess‹o da liberdade 
provis—ria. 
¥! Liberdade 
provis—ria (quando 
presentes os 
requisitos) 
¥! Habeas corpus, no 
caso de ilegalidade ou 
abuso de poder 
 
 
3.2! Tribunal do Jœri 
A Constitui‹o Federal reconhece a institui‹o do Jœri, e estabelece algumas 
regrinhas. Vejamos: 
Art. 5¼ (...) 
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XXXVIII - Ž reconhecida a institui‹o do jœri, com a organiza‹o que lhe der a lei, 
assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das vota›es; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
Sem maiores considera›es a respeito deste tema, apenas ressaltando que 
o STF entende que em havendo choque entre a competncia do Jœri e uma 
competncia de foro por prerrogativa de fun‹o prevista na Constitui‹o, 
prevalece a œltima. 
EXEMPLO: JosŽ, Deputado Federal, pratica crime doloso contra a vida 
em face de Mariana. Neste caso, h‡ um aparente conflito entre a 
competncia prevista par ao Jœri (crime doloso contra a vida) e a 
competncia do STF (crime praticado por deputado federal). Neste caso, 
o STF entende que prevalece a competncia por prerrogativa de fun‹o, 
sendo competente, portanto, o pr—prio STF. 
 
3.3!Menoridade Penal 
A Constitui‹o prev, ainda, que os menores de 18 anos s‹o inimput‡veis. 
Vejamos: 
Art. 228. S‹o penalmente inimput‡veis os menores de dezoito anos, sujeitos ˆs 
normas da legisla‹o especial. 
 
Isso quer dizer que eles n‹o respondem penalmente, estando sujeitos ˆs 
normas do ESTATUTO DA CRIAN‚A E DO ADOLESCENTE. 
 
3.4! Disposi›es referentes ˆ execu‹o penal 
A Constitui‹o traz, ainda, algumas disposi›es referentes ˆ execu‹o da 
pena privativa de liberdade, de forma a garantir, tambŽm ao condenado, 
condi›es de cumprimento da pena que preservem sua dignidade: 
Art. 5¼ (...) 
XLVIII - a pena ser‡ cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a 
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
XLIX - Ž assegurado aos presos o respeito ˆ integridade f’sica e moral; 
L - ˆs presidi‡rias ser‹o asseguradas condi›es para que possam permanecer com 
seus filhos durante o per’odo de amamenta‹o; 
 
Vale ressaltar que o inciso XLVIII Ž uma espŽcie de materializa‹o do 
princ’pio da individualiza‹o da pena, pois busca uma execu‹o da pena mais 
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racional, evitando-se que presos de perfis distintos venham a cumprir pena 
juntos. 
 
3.5! Outras disposi›es constitucionais referentes ao processo penal 
A Constitui‹o nos traz, ainda, algumas outras disposi›es relevantes. 
Vejamos: 
Art.5¼ (...) 
XII - Ž inviol‡vel o sigilo da correspondncia e das comunica›es telegr‡ficas, de dados 
e das comunica›es telef™nicas, salvo, no œltimo caso, por ordem judicial, nas 
hip—teses e na forma que a lei estabelecer para fins de investiga‹o criminal ou 
instru‹o processual penal; (Vide Lei n¼ 9.296, de 1996) 
(...) 
LVI - s‹o inadmiss’veis, no processo, as provas obtidas por meios il’citos; 
(...) 
LVIII - o civilmente identificado n‹o ser‡ submetido a identifica‹o criminal, salvo nas 
hip—teses previstas em lei; (Regulamento). 
LIX - ser‡ admitida a‹o privada nos crimes de a‹o pœblica, se esta n‹o for intentada 
no prazo legal; 
(...) 
LXXV - o Estado indenizar‡ o condenado por erro judici‡rio, assim como o que ficar 
preso alŽm do tempo fixado na sentena; 
 
Vamos tecer breves considera›es: 
¥! INTERCEPTA‚ÌO TELEFïNICA (inciso XII) Ð Atualmente est‡ 
regulamentada pela Lei 9.296/96. Constitucionalmente s— se admite 
para instru‹o processual penal ou investiga‹o criminal, sempre por 
ordem JUDICIAL (Chamada Òcl‡usula de RESERVA DE JURISDI‚ÌOÓ). 
¥! PROVAS ILêCITAS (inciso LVI) Ð Tais provas s‹o vedadas no 
processo penal (e em qualquer processo), estando regulamentadas no 
CPP (art. 157), que veda, inclusive as provas que sejam derivadas das 
il’citas. A Doutrina, contudo, vem admitindo a utiliza‹o destas provas 
quando for a òNICA maneira de provar a inocncia do acusado. 
¥! VEDA‚ÌO Ë IDENTIFICA‚ÌO CRIMINAL (inciso LVIII) Ð A 
identifica‹o criminal (registro datilosc—pico, fotografia em sede 
policial, e outros registros biomŽtricos, etc.) Ž meio deveras vexat—rio, 
n‹o sendo admitido para aquele que for civilmente identificado, bem 
como nos demais casos previstos em Lei (Para esta aula n‹o nos 
aprofundaremos no tema). 
¥! A‚ÌO PRIVADA SUBSIDIçRIA DA PòBLICA (inciso LIX) Ð Trata-
se de uma modalidade de a‹o penal na qual o ofendido oferece a 
queixa (a‹o penal privada) em crime de a‹o pœblica (No qual n‹o 
caberia a‹o privada) em raz‹o da inŽrcia do MP. Est‡ regulamentada 
no CPP, em seu art. 29 e seguintes. 
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¥! INDENIZA‚ÌO AO CONDENADO POR ERRO E AO QUE CUMPRIR 
PENA ALƒM DO PRAZO (inciso LXXV) Ð Com rela‹o a este inciso, 
apenas uma observa‹o: O preso provis—rio n‹o tem direito ˆ 
indeniza‹o caso, posteriormente, seja considerado inocente. 
Isto porque a pris‹o provis—ria tem natureza cautelar, e n‹o se 
fundamenta na culpa do indiciado/acusado. Assim, a posterior 
sentena absolut—ria n‹o representa assun‹o, pelo Estado, de um 
ÒerroÓ anterior. 
 
4! INTERPRETA‚ÌO E INTEGRA‚ÌO DA LEI PROCESSUAL 
 
O art. 3¡ do CPP diz: 
Art. 3o A lei processual penal admitir‡ interpreta‹o extensiva e aplica‹o anal—gica, 
bem como o suplemento dos princ’pios gerais de direito. 
 
Vamos explicar, assim, o que seriam interpreta‹o extensiva, aplica‹o 
anal—gica e princ’pios gerais do Direito. 
A interpreta‹o extensiva Ž uma atividade na qual o intŽrprete estende 
o alcance do que diz a lei, em raz‹o de sua vontade (vontade da lei) ser esta. 
No crime de extors‹o mediante sequestro, por exemplo, Ž l—gico que a lei quis 
incluir, tambŽm, extors‹o mediante c‡rcere privado. Assim, faz-se uma 
interpreta‹o extensiva, que pode ser aplicada sem que haja viola‹o ao princ’pio 
da legalidade, pois, na verdade, a lei diz isso, s— que n‹o est‡ expresso em seu 
texto. A Doutrina processualista diverge um pouco com rela‹o a isso. Embora o 
CPP admita expressamente sua possibilidade de aplica‹o, h‡ doutrinadores 
que entendem que no caso de se tratar de norma mista, ou norma puramente 
material inserida em lei processual, n‹o caber‡ interpreta‹o extensiva em 
preju’zo do rŽu. 
A aplica‹o anal—gica, por sua vez, Ž bem diferente. Como o nome diz, 
decorre da analogia, que Ž o mesmo que compara‹o. Assim, essa forma de 
integra‹o da lei penal somente ser‡ utilizada quando n‹o houver norma 
disciplinando determinando caso. Nesta situa‹o, utiliza-se uma norma 
aplic‡vel a outro caso, considerado semelhante. 
Na aplica‹o anal—gica (analogia), o Juiz aplica a um caso uma norma que 
n‹o foi originariamente prevista para tal, e sim para um caso semelhante. 
A grande quest‹o Ž saber o que se enquadra como Òcaso semelhanteÓ. Para 
isso, a Doutrina elenca trs fatores que devem ser respeitados: 
¥! Semelhana essencial entre os casos (previsto e n‹o previsto pela 
norma). Desprezam-se as diferenas n‹o essenciais. 
¥! Igualdade de valora‹o jur’dica das hip—teses 
¥! Igualdade de circunst‰ncias ou igualdade de raz‹o jur’dica de 
ambos os institutos 
 
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A Doutrina entende, ainda, que no caso de aplica‹o anal—gica (analogia) in 
malam partem, n‹o pode haver les‹o a conteœdos de natureza material (penal), 
pois n‹o se admite analogia in malam partem no Direito Penal. 
J‡ os princ’pios gerais do Direito s‹o regras de integra‹o da lei, ou seja, 
de complementa‹o de lacunas. Assim, quando n‹o se vislumbrar uma lei que 
possa reger adequadamente o caso concreto, o CPP admite a aplica‹o dos 
princ’pios gerais do Direito. Esses princ’pios gerais do Direito s‹o inœmeros, e s‹o 
aqueles que norteiam a atividade de aplica‹o do Direito. 
Como exemplo, imaginemos que uma lei estabelea a participa‹o das 
partes (autor e rŽu) em determinado ato processual. Se a lei nada disser em 
rela‹o a ordem de participa‹o das partes no ato processual, deve-se permitir 
que a defesa atue por œltimo, pois Ž de conhecimento geral daqueles que aplicam 
o Direito que a defesa deve falar por œltimo no processo, a fim de que possa se 
defender plenamente dos fatos que lhe s‹o imputados. 
 
5! CONCEITO, FINALIDADE E FONTES DO DPP 
Conceitualmente, podemos conceber o Direito Processual Penal Ž o ramo 
do Direito que tem por finalidade a aplica‹o, no caso concreto, da Lei Penal 
outrora violada. Nos dizeres de JOSƒ FREDERICO MARQUES: 
ÒO conjunto de princ’pios e normas que regulam a aplica‹o jurisdicional do Direito 
Penal, bem como as atividades persecut—rias da Pol’cia Judici‡ria, e a estrutura‹o 
dos —rg‹os da fun‹o jurisdicional e respectivos auxiliaresÓ15. 
 
Do ponto de vista pr‡tico, ou seja, da materializa‹o do processo, pode ser 
definido como: 
Ò(...) conjunto de atos cronologicamente concatenados (procedimentos), submetido a 
princ’pios e regras jur’dicas destinadas a compor as lides de car‡ter penal. Sua 
finalidade Ž, assim, a aplica‹o do direito penal objetivoÓ16. 
 
No que tange ˆs finalidades do Direito Processual Penal, elas podem ser 
basicamente divididas em duas: 
⇒! Finalidade IMEDIATA (direta) Ð Fazer valer o jus puniendi do 
Estado, com a aplica‹o, em concreto, da Lei penal, respeitando os 
direitos fundamentais do indiv’duo. 
⇒! Finalidade MEDIATA (indireta) Ð A obten‹o da paz social, da 
restaura‹o da ordem violada pela pr‡tica do delito, por meio da 
aplica‹o concreta do Direito Penal ao caso. 
 
 
15 MARQUES, JosŽ Frederico. Elementos de Direito Processual Penal. Ed. Forense. Rio de Janeiro. 1961, p‡g. 
20 
16 MIRABETE, Jœlio Fabbrini. Processo Penal. Ed. Atlas, S‹o Paulo. 2004, p‡g. 31 
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