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Antecedentes e precursores da Terapia Gestalt

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Terapia
Gestalt
Antecedentes
e Precursores
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Antecedentes e Precursores da Terapia Gestalt
A Terapia Gestalt baseou-se, explícita e implicitamente, na combinação de numerosas
correntes filosóficas e terapêuticas de diversas fontes: europeias, americanas e orientais.
As mais marcantes foram: a Fenomenologia, o Existencialismo, a Psicologia da Gestalt, a
Psicanálise, o Taoísmo e o Budismo Zen.
Da Fenomenologia (Husserl, Scheler, Buber, Jaspers, Heidegger, Merleau-Ponty)
retiveram-se as seguintes ideias fundamentais:
A intencionalidade da consciência e o primado da vivência imediata, tal como ela é
percebida ou sentida corporalmente, assim como o processo que se está a
desenvolver no Aqui-e-Agora.
A percepção que cada um tem do mundo que o rodeia é dominada por factores
subjectivos, que lhe conferem um sentido próprio para cada um.
É mais importante descrever do que explicar - Primado do Como sobre o Porquê.
No que concerne ao Existencialismo e ao seu tema único da relação Homem - Mundo
(Kierkegaard, Binswanger, Arendt, Marcel, Sartre, Beauvoir, Ortega y Gasset), salientam-
se em Terapia Gestalt as seguintes noções:
Primado da Responsabilidade, ou seja, a participação activa na construção do
projecto de vida.
Confiança nas potencialidades inerentes, específicas e únicas de cada indivíduo.
A ideia da liberdade como constitutiva da existência humana.
Respeito pelo ser humano na sua singularidade e originalidade da experiência.
Dado a Terapia Gestalt ter estabelecido as suas raízes nas concepções existencial e
fenomenológica, participou da corrente precursora da Psicologia Humanista, que tomou
corpo por volta de 1954 com Maslow. Esta recolocava o homem total no centro da
Psicologia, conferindo-lhe um estatuto de sujeito, responsável pelas suas escolhas e
crenças.
A Psicologia da Gestalt (Von Ehrenfels, Wertheimer, Koffka, Kohler, Goldstein, Lewin,
Zeigarnik) é considerada das influências mais significativas da Terapia Gestalt,
enfatizando nos seus trabalhos desde os inícios do séc. XX que "o todo é uma realidade
diferente da soma das suas partes". Os psicólogos gestaltistas estudaram
essencialmente, num primeiro momento, os mecanismos fisiológicos e psicológicos da
percepção e as relações do organismo com o seu meio, nomeadamente o funcionamento
do processo Figura-Fundo. Este processo refere-se a uma característica da dinâmica da
percepção, e demonstra que todo o campo perceptivo se diferencia num Fundo e numa
Figura. A Figura é algo que surge "à vista" salientando-se sobre o Fundo.
Esta noção de organização da percepção estendeu-se posteriormente à memória, à
inteligência e à expressão. Estes psicólogos salientam os paralelismos entre o domínio
biológico e psíquico, que em geral obedecem a leis análogas, e negam qualquer
dicotomia entre ambos. Por meio das suas investigações em laboratório, estes psicólogos
mostraram que a percepção do objecto depende das necessidades do sujeito.
A inovação trazida por Fritz Perls foi a aplicação do princípio de organização acima
referido às necessidades ou motivações do indivíduo, levando a um modelo compreensivo
da personalidade como um todo. Na Terapia Gestalt todos os fenómenos da experiência
(pensamentos, sentimentos, recordações, preocupações, sensações, etc.) organizam-se
segundo uma dinâmica de Figura - Fundo.
Da Psicanálise Freudiana, retiraram-se e adaptaram-se conceitos como mecanismos de
defesa, instâncias psíquicas, compulsão à repetição, trabalho realizado com os sonhos,
entre outros. A Terapia Gestalt recebeu a influência de outros psicanalistas como Rank,
com a ideia de auto-apoio e individuação; Adler, que enfatiza a responsabilidade do
individuo e a noção de holismo; Jung com o princípio dos opostos (conceito de sombra),
concepção dos sonhos e do respectivo simbolismo como expressães criativas do próprio
indivíduo; de Horney destaca-se a importância do contexto sociocultural e das
circunstâncias de vida. A importância dada ao corpo na Terapia Gestalt deve-se à
influência de Reich.
No que diz respeito às influências filosóficas das Filosofias Orientais, poderá dizer-se que
estas ocorreram a um nível implícito na elaboração do modelo da Terapia Gestalt. O
contexto sóciocultural e filosófico (anos 20 - anos 70) da própria vida de Perls foi muito
marcado pela entrada do Oriente no Ocidente, inicialmente pela literatura de ensaio e
filosófica (no caso de Heidegger, Merleau-Ponty), também nos meios mais académicos
(Jung, Rank), e pelos seus próprios analistas (Karen Horney e Reich). Em meados dos
anos 50, mestres orientais de meditação começam a fixar-se nos países ocidentais e, em
plenos anos 60, a filosofia oriental estava já na moda, introduzida pela geração pacifista
da época.
No que concerne ao Taoísmo (V a.C.), este poderia dizer-se ser essencialmente uma
metafísica da espontaneidade, tolerância e liberdade. Os conceitos convergentes com a
Terapia Gestalt são: conceito de polaridades; expressão livre e espontânea; importância
Terapia Gestalt são: conceito de polaridades; expressão livre e espontânea; importância
do corpo como morada do espírito; libertação de introjecções moralizantes; concentração
no aqui e agora; ponto zero de acção ou vazio; teoria paradoxal da mudança; continuum
de consciência ou fluxo da experiência.
O Budismo surge em VI d.C. mas só no séc. XIII chega ao Japão adoptando o nome de
Budismo Zen. Os principais pontos de convergência deste orientalismo com a Terapia
Gestalt são: o estado de Awareness; Atenção ao momento presente, focada nos sentidos
- o Aqui-e-Agora; o Não - Pensamento ou prática da não-acção mental, como condição
para a Fluidez da Experiência; Mente como impeditivo ao contacto com a experiência
imediata; e Vazio Fértil.
Outras influências significativas foram a Teoria de Campo de Kurt Lewin, o Psicodrama
de Moreno, e a teoria da Indiferença Criativa de Friedlander.

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