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Greice Patrícia Fuller
Direito Ambiental
Sumário
03
CAPÍTULO 2 – Licenciamento, competências ambientais e 
sistema de responsabilidade ambiental .............................................................................05
2.1 Licenciamento ..........................................................................................................05
2.2 Licenças ambientais ..................................................................................................07
2.3 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) .............................................................................08
2.4 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) .......................................................................08
2.5 Competências constitucionais em matéria ambiental: ...................................................08
2.6 Responsabilidade civil ambiental ................................................................................09
2.7 Responsabilidade administrativa ambiental ..................................................................10
2.7.1 Distinção entre ilícito administrativo e ilícito penal:..............................................10
2.7.2 Autoridade competente: ...................................................................................10
2.7.3 Processo administrativo: ...................................................................................11
2.7.4 Auto de infração: ............................................................................................11
2.8 Responsabilidade penal ambiental .............................................................................16
2.8.1 Sujeitos do delito: ............................................................................................16
2.8.2 Ação e processo penal: ...................................................................................16
2.8.3 Crimes: ..........................................................................................................17
2.8.4 Penalidades cabíveis em face da Lei 9605/98: ...................................................17
2.8.5 Responsabilidade penal da pessoa jurídica 
(art. 225, § 3º, da CF e art. 3º, Lei 9605/98): ...........................................................18
Referências Bibliográficas ................................................................................................19
Capítulo 2 
05
2.1 Licenciamento
O licenciamento é um dos mais importantes instrumentos para a realização da Política Nacional 
do Meio Ambiente e está previsto no art. 9º, inciso IV, da Lei 6938/81. Para além do dispositivo 
citado acima, o art. 10, caput, da Lei 6938/81 (com redação da Lei Complementar 140/2011) 
prescreve que:
[...] a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades 
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob 
qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento 
ambiental.
O licenciamento, portanto, deve ser considerado condição para o exercício e para o funcio-
namento de atividades econômicas potencialmente poluidoras e uma concessão de benefí-
cios por parte das entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais (art. 12, 
Lei 6938/81).
Segundo o art. 1º, inciso I, da Resolução CONAMA 237/1997 (Conselho Nacional do Meio 
Ambiente), o licenciamento ambiental pode ser caracterizado como um:
Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, 
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de 
recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e 
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
Além disso, no art. 2º, inciso I, da Lei Complementar 140/2011, o licenciamento passou a ser 
definido como um: “[...] procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empre-
endimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capa-
zes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental”.
Dessa forma, fica posto que o licenciamento diz respeito a um procedimento administrativo, 
e não mero ato administrativo, possuidor de várias etapas e com a finalidade de obtenção de 
licença ambiental.
É importante salientar que apenas será admitido o licenciamento ambiental promovido por um 
único ente federativo, sendo que as demais esferas de governo poderão se manifestarem de ma-
neira informativa e não vinculante (art. 13, LC 140/2011).
Nessa situação, o critério será o da repartição de competências, sendo comum entre os entes 
federados, a saber: União, Estados, Distrito Federal e Municípios (Lei Complementar 140/2011). 
Resta esclarecer que, mesmo que a competência para promoção do licenciamento seja de ape-
nas um órgão, não restará excluído o poder de fiscalização dos demais entes da federação, 
segundo o disposto art. 17 da LC 140/2011.
Licenciamento, competências ambientais 
e sistema de responsabilidade ambiental
06 Laureate- International Universities
Direito Ambiental
Observações:
1. Os principais critérios determinantes de fixação de competência material para promover o 
licenciamento ambiental são:
a) critério da dimensão do impacto ou dano ambiental (decorrente do princípio da 
preponderância do interesse); e
b) critério da dominialidade do bem. 
Ainda, há o critério da atuação supletiva, segundo o qual quando o órgão ambiental do ente da 
federação de menor extensão territorial não puder licenciar, o de maior abrangência territorial o 
realizará, de acordo com o disposto no art. 14 da LC 140/2011. 
2. O art. 2º da LC diferenciou a chamada “atuação supletiva” (substituição) da “atuação subsidi-
ária” (colaboração). Enquanto a primeira consiste na ação do ente da federação que se substitui 
ao ente federativo originariamente detentor das atribuições previstas na LC 140/2011, a segun-
da é a ação do ente da federação que visa auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes 
das competências comuns quando solicitado pelo ente federativo originariamente detentor das 
atribuições previstas na LC 140/2011, operando-se por meio de apoio técnico, científico, admi-
nistrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de cooperação.
3. Para a fixação da competência para o licenciamento ambiental em unidades de conservação, 
exceto nas áreas de proteção ambiental, o art. 12 da Lei Complementar 140/2011 adotou ex-
pressamente o critério do ente federativo instituidor da unidade de conservação.
4. O disposto na LC 140/2011 aplicar-se-á aos processos de licenciamento e autorização am-
biental iniciados a partir de sua vigência, não tendo eficácia retroativa.
5. As competências licenciatórias da União, exercidas através do IBAMA, estão dispostas no art. 7º, 
inciso XIV, da LC 140/2011, observando o critério da dominialidade do bem público e o critério 
do ente federativo instituidor da unidade de conservação (exceto em Áreas de Proteção Ambien-
tal – APAs). Ainda será da competência federal licenciar as atividades que atendam a tipologia 
estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, 
assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA.
6. As competências dos Estados para o licenciamento ambiental foram elencadas de maneira 
remanescente às federais e municipais, conforme o art. 8º, inciso XIV, da LC 140/2011. Para 
além disso, segundo o disposto no art. 8º, inciso XV, da LC 140/2011, os Estados promoverão 
o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em 
unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental,tendo 
em vista que, nesse caso, a competência estadual será residual (nos casos excluídos nas compe-
tências federais e municipais).
7. As competências dos Municípios para licenciar estão previstas no art. 9º da LC 140/2011. 
Observa-se, nesse ponto, a inovação de que a competência municipal de licenciamento será de-
finida pelos Conselhos Estaduais do Meio Ambiente, considerando os critérios de porte, potencial 
poluidor e natureza da atividade.
8. Como o Distrito Federal não possui municípios, segundo o art. 10 da LC 140/2011, o citado 
ente acumulará competências para o licenciamento analisadas para os Estados e os Municípios.
9. No que tange ao caso de supressão ou manejo de florestas situadas em terras devolutas ou 
florestas públicas federais, a competência licenciatória foi fixada conforme o critério da domi-
nialidade do bem público afetável, cabendo ao IBAMA o licenciamento das terras devolutas 
federais, e os Estados o licenciamento das estaduais.
07
10. Na hipótese de supressão ou manejo de florestas situadas em unidades de conservação, foi 
adotado o critério do ente federativo instituidor, salvo no que tange às áreas de proteção am-
biental.
11. De acordo com o art. 8º, inciso XVI, da LC 140/2011, competirá aos Estados e ao Distrito 
Federal licenciar a supressão e o manejo de vegetação em imóveis rurais, salvo no caso de com-
petência federal (unidades de conservação criadas pela União, exceto as APAs, terras devolutas 
federais, florestas públicas federais e demais empreendimentos de competência do IBAMA lista-
dos no art. 7º, inciso XV).
2.2 Licenças ambientais
No procedimento de licenciamento, aprovado o empreendimento, será expedida a licença am-
biental que, nos termos do art. 1º, inciso II, da Resolução do CONAMA 237/1997, caracteriza-
-se como um
[...] ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, 
restrições e medidas de controle ambiental que deverão se obedecidas pelo empreendedor, 
pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades 
utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou 
aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.
As etapas do processo de licenciamento ambiental estão presentes no art. 10 da Resolução CO-
NAMA 237/1997.
Segundo o art. 8º da Resolução CONAMA 237/1997 e do art. 19 do Decreto 99274/1990, as 
licenças podem ser:
a) Licença Prévia (LP): concedida preliminarmente, apenas aprovando o projeto, atestando 
a sua viabilidade ambiental e os respectivos condicionantes e requisitos básicos para as 
próximas fases de sua implementação.
b) Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento, impondo 
condicionantes que deverão ser observados.
c) Licença de Operação (LO): permite o início das atividades segundo o projeto aprovado, 
indicando as medidas ambientais de controle e os condicionantes.
Observações:
1. A licença prévia tem prazo de validade de até cinco anos, a licença de instalação não poderá 
ter validade superior a seis anos, enquanto a licença de operação terá prazos que irão variar 
entre quatro e dez anos, sempre a critério do órgão ambiental; sendo que a sua renovação de-
verá ser requerida com antecedência mínima de cento e vinte dias do seu vencimento, ficando 
automaticamente renovada até a manifestação do órgão competente.
2. Segundo a Lei Complementar 140/2011, art. 15, o decurso dos prazos de licenciamento sem 
a emissão da licença ambiental não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que 
dela dependa e decorra, apenas instaurando a competência supletiva (ação do ente da federa-
ção que se substitui ao ente federativo originariamente detentor de atribuições).
3. Licenciamento simplificado ou unifásico: é aquele produzido quando a atividade ou o empre-
endimento não trouxer significativo impacto ambiental.
08 Laureate- International Universities
Direito Ambiental
2.3 Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
A avaliação de impactos ambientais (AIA), ou estudos ambientais, deve ser considerada como um 
instrumento para a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente, conforme o prescrito 
no art. 9º, inciso III, da Lei 6938/1981 e na Resolução CONAMA 01/1986. O Estudo de Im-
pacto Ambiental (EIA) compreende uma modalidade de estudo ambiental, de natureza constitu-
cional, sendo dever do Poder Público, para assegurar o equilíbrio do meio ambiente, “[...] exigir, 
na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa 
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade” 
(art. 225, § 1º, inciso IV, da CF).
O conteúdo mínimo encontra-se elencado no art. 6º da Resolução CONAMA 01/1986 e suas 
diretrizes no art. 5º do mesmo diploma normativo. 
Faz-se mister salientar que o EIA será elaborado por uma equipe multidisciplinar contratada pelo 
empreendedor, com habilitação técnica nos Conselhos de Classe, devendo o estudo abranger 
questões exigidas pelo órgão ambiental. Convém salientar que, mesmo em face de lacuna na 
regulamentação do CONAMA, compreende-se que o órgão ambiental não está vinculado às 
conclusões do EIA, contudo, em caso de discordância, deverá fundamentar segundo informações 
da equipe técnica do próprio órgão ambiental.
2.4 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
Trata-se de documento que apresenta as conclusões do EIA, devendo ser apresentado em lin-
guagem objetiva e adequada à sua compreensão, sendo seu teor de caráter público, ressalvada 
a hipótese de sigilo industrial (art. 11 da Resolução CONAMA 01/1986). O conteúdo do RIMA 
encontra-se estabelecido no art. 9º da citada Resolução.
Audiência Pública: Poderá ser realizada audiência pública no EIA/RIMA a critério do órgão licen-
ciador, que terá como objetivo expor aos interessados o conteúdo do estudo e de seu relatório, 
dirimindo dúvidas, recolhendo críticas e sugestões, sendo tudo registrado e considerado para a 
aprovação ou rejeição do projeto. Ainda, ocorrerá audiência pública se for solicitado por enti-
dade civil, pelo Ministério Público ou, no mínimo, por cinquenta cidadãos.
Observação: se não ocorrer a audiência pública nas hipóteses acima mencionadas, a eventual 
licença concedida será considerada inválida, conforme o art. 2º, § 2º, da Resolução CONAMA 
09/1987.
2.5 Competências constitucionais em matéria 
ambiental:
As competências constitucionais ambientais são assim classificadas:
a) legislativas (art. 22, incisos IV, XII e XVI; art. 24, incisos VI, VII e VIII; art. 30, incisos I e II);
b) administrativas (art. 23, incisos III, IV, VI, VII e XI).
A cooperação dos entes políticos no âmbito do meio ambiente encontra eco na lei complementar 
que regulamenta o art. 23, parágrafo único, da Constituição Federal. Trata-se de Lei Comple-
09
mentar 140/2011, que estabelece normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput, e do pa-
rágrafo único do art. 23 da CF para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios nas ações administrativas resultantes do exercício da competência comum referen-
tes à tutela das paisagens naturais notáveis, à tutela do meio ambiente, ao combate à poluição 
em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora. 
A mencionada lei prevê como instrumentos de cooperação administrativa para proteção ambien-
tal: a) consórcio públicos; b) convênios; c) acordos de cooperação técnica que podem ser firma-
dos por prazo indeterminado. Para além disso, foram previstas as comissões tripartite nacional, 
estaduais e do Distrito Federal.
2.6 Responsabilidade civil ambiental
A responsabilidade ambiental do poluidor, em decorrência da ocorrência de um dano, pode se 
dar sob tríplice aspecto: administrativa, civil e penalmente; sendo elas autônomas e independen-
tes(art. 225, § 3º, CF). Trata-se da tríplice responsabilidade em matéria ambiental.
Vale dizer que, segundo o art. 24 da CF, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-
gislar concorrente sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; sendo que os Estados podem 
suplementar a legislação federal sobre responsabilidade civil ambiental (art. 24, §§1º e 2º, da CF).
Dano ambiental: corresponde a ponto fundamental e que pode ser caracterizado como qualquer 
lesão oriunda de atividade ou conduta de pessoa física ou jurídica a um bem jurídico ambiental. 
Vale ressaltar que haverá um dano mesmo quando a atividade derive de um ato lícito, ou seja, 
mesmo quando resultar dentro de padrões ambientais. 
Poluição e degradação ambiental: art. 3º, inciso IV, da Lei 6938/81 (rol exemplificativo).
A poluição caracteriza-se como degradação ambiental resultante da atividade do homem e 
violadora da qualidade ambiental, resultando em danos que afetem a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população. 
No que tange ao pedido quando da ocorrência de um dano ambiental, impõe, se possível e em 
ordem cronológica de priorização: a) a reparação “in natura” (art. 4º, inciso VI, da Lei 6938/81); 
b) compensação ambiental/ecológica; c) indenização, na qual os valores serão arrecadados 
para o denominado “Fundo de Reconstrução dos bens lesados” (Lei 7347/81). 
A responsabilidade civil apresenta três características básicas, a saber: é objetiva, solidária (entre 
poluidor direto e indireto) e integral (art. 14, §1º, Lei 6938/81 e 225, §3º, da CF); pautando-se 
na teoria do risco da atividade. Tal teoria apresenta duas subteorias, que são: a) teoria do risco 
criado (“causalidade adequada”) e a teoria do risco integral (equivalência das condições”). 
A primeira corrente busca a identificação da causa geradora do resultado, sendo admitidas as 
excludentes de força maior, caso fortuito e culpa de terceiros (fato da vítima) por parte de quem 
as alega. Trata-se de corrente minoritária jurisprudencialmente. A segunda corrente, ao contrário 
da anterior, não admite excludentes ou atenuantes, pois baseia-se na ideia de que o bem am-
biental é de natureza indisponível e a responsabilidade é objetiva.
No que se refere ao nexo causal, convém mencionar que a regra é a da comprovação da relação 
entre a conduta danosa e o resultado, sendo dispensada excepcionalmente no caso de obrigação 
de preservação da área de reserva legal florestal (obrigação propter rem).
10 Laureate- International Universities
Direito Ambiental
• Prescrição da ação de responsabilidade: a ação para reparação do dano ambiental 
é imprescritível, em face do princípio da ética intergeracional (solidariedade entre as 
gerações), pelo fato de o direito ambiental ter como objeto de tutela a vida em todas as 
suas formas, que se constitui em direito humano e fundamental e, ainda, em razão do 
bem ambiental ser indisponível e de titularidade coletiva.
• Desconsideração da personalidade jurídica (art. 4º, Lei 9605/98): poderá incidir a 
desconsideração da pessoa jurídica toda vez que isso for um obstáculo ao ressarcimento 
dos danos causados ao meio ambiente (teoria do disregard of legal entity).
• Em matéria de responsabilidade civil ambiental não há o chamado direito adquirido para 
afastar os ilícitos ambientais.
2.7 Responsabilidade administrativa ambiental
Inicialmente, convém mencionar que a responsabilidade administrativa se refere aos efeitos jurí-
dicos a que se submete o autor do dano ambiental em face da Administração Pública.
É importante lembrar que a sanção administrativa pode ser aplicada sem prejuízo das sanções 
civis e penais (art. 225, §3º, da CF).
As infrações administrativas ambientais, bem como as sanções, decorrem do exercício do Poder 
de Polícia ambiental, que vem regrado no art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN).
O Decreto 6514/08, em seu art. 2º, ratificando os termos da Lei 9605/98, art. 70, define infra-
ção administrativa ambiental como “[...] toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de 
uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”.
2.7.1 Distinção entre ilícito administrativo e ilícito penal:
Importante lição é a que distingue a infração e a sanção administrativa de outra inerente ao 
Direito Penal, veja:
[...] a natureza administrativa de uma infração se reconhece a partir da sanção correspondente. 
A natureza da sanção se reconhece pela autoridade competente para impô-la, o que significa 
que as infrações e sanções administrativas não se distinguem das penais, salvo autoridade 
competente para impor a sanção. (MELLO, 2006, p. 2007).
Portanto, a multa por infração penal é imposta pelo juiz e a multa administrativa é fixada pelo 
agente administrativo.
2.7.2 Autoridade competente:
A autoridade competente administrativa no âmbito ambiental é definida pela regra sedimentada 
no art. 70, §1º, da Lei 9605/98, confira:
São autoridades competentes para lavrar o auto de infração ambiental e instaurar processo 
administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio 
Ambiente – SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das 
Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.
11
Entretanto, o art. 70, §2º, da Lei 9605/98 prevê que “[...] qualquer pessoa, constatando infração 
ambiental, poderá dirigir representação às autoridades competentes, para efeito do exercício do 
poder de polícia”. Trata-se de dispositivo de caráter protestativo e não obrigatório.
No que tange à fiscalização, deve-se observar que se trata de atividade administrativa e será 
exercida pelos agentes dos órgãos/entidades dos poderes executivos Federal, Estaduais e Mu-
nicipais pertencentes ao SISNAMA, segundo as respectivas competências estabelecidas em lei.
2.7.3 Processo administrativo:
Segundo o art. 95 do Decreto 6514/08, o processo administrativo para apuração de infrações 
ambientais será orientado pelos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse públi-
co e eficiência, além dos critérios fixados no art. 2º da Lei 9784/99.
2.7.4 Auto de infração:
A partir da ocorrência de uma infração administrativa ambiental, deverá ser lavrado um auto 
de infração (ato administrativo contendo as informações referentes ao ilícito administrativo), 
mediante a comunicação ao órgão ou entidade ambiental que dará início a um processo admi-
nistrativo para apuração da infração.
Em conformidade com o art. 97 do Decreto 6514/08, o auto de infração deve ser lavrado 
[...] em impresso próprio, com a identificação do autuado, a descrição clara e objetiva 
das infrações administrativas constatadas a indicação dos respectivos dispositivos legais e 
regulamentares infringidos, não devendo conter emendas ou rasuras que comprometam sua 
validade.
Ao auto de infração serão aplicadas as regras referentes à validade dos atos administrativos no 
que tange à convalidação. Dessa forma, se houver um vício sanável (formal) poderá o mesmo 
ser convalidado, v.g. e a licença ambiental concedida por agente que não possua competência 
funcional. Para tanto, poderá ser convalidada pela autoridade competente, conferindo legalida-
de ao auto a partir de sua publicação (GRANZIERA, 2014, p. 728).
Haverá a obrigação do servidor, após a lavratura do auto, dar ciência do mesmo ao autuado, 
assegurando o direito ao “contraditório e a ampla defesa” (Decreto 6514/08, art. 96) e aos 
princípios insculpidos na Constituição Federal (art. 5º, LV, CF).
O agente que procederá a lavratura do auto de infração deverá indicar as sanções cabíveis, 
observando o art. 4º do Decreto 6514/08:
1. Gravidade dos fatos, tendo em vista os motivos da infraçãoe suas consequências para a 
saúde pública e para o meio ambiente;
2. Antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
3. Situação econômica do infrator.
Após a lavratura do auto, o mesmo deverá ser encaminhado à unidade administrativa responsá-
vel pela apuração da infração para a autuação do processo em cinco dias úteis, contados de seu 
recebimento (art. 98, Decreto 6514/08). 
12 Laureate- International Universities
Direito Ambiental
Defesa: 
O prazo estabelecido para que o autuado apresente sua defesa perante à administração am-
biental federal será de 20 dias, contados da data da ciência da autuação, cuja comprovação de-
verá ser anexada ao processo (art. 113, Decreto 6514/08). Após esse prazo, a defesa não será 
conhecida, devendo-se aplicar a mesma regra se a defesa for apresentada por quem não seja 
legitimado ou perante órgão ou entidade ambiental incompetente (art. 117, Decreto 6514/08).
Segundo o art. 115, do Decreto 6514/08, observa-se que:
A defesa será formulada por escrito e deverá conter os fatos e fundamentos jurídicos que contra-
riem o disposto no auto de infração e os termos que o acompanham, bem como a especificação 
das provas que o autuado pretende produzir a seu favor, devidamente justificadas.
O autuado poderá ser apresentado por advogado ou procurador legalmente constituído, de-
vendo, para tanto, anexar à defesa o respectivo instrumento de procuração (art. 116, Decreto 
6514/08).
Instrução e julgamento: 
A instrução do processo consiste em uma das fases do processo administrativo, na qual são jun-
tadas aos autos os documentos pertinentes, com a finalidade de registrar e elucidar os fatos em 
direção a um ato final (MEDAUAR, 1993, p. 132).
Sobre o assunto, convém colacionar os seguintes dispositivos do Decreto 6514/08 merecedores 
de atenção:
Art. 118. Ao autuado caberá a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever 
atribuído à autoridade julgadora para instrução do processo.
Art. 119. A autoridade julgadora poderá requisitar a produção de provas necessárias à sua 
convicção, bem como parecer técnico ou contradita do agente autuante, especificando o objeto 
a ser esclarecido.
§1º O parecer técnico deverá ser elaborado no prazo máximo de dez dias, ressalvadas as 
situações devidamente justificadas.
§2º A contradita deverá ser elaborada pelo agente autuante no prazo de cinco dias, contados 
a partir do recebimento do processo
§3º Entende-se por contradita, para efeito deste Decreto, as informações e esclarecimentos 
prestados pelo agente autuante necessários à elucidação dos fatos que originaram o auto de 
infração, ou das razões alegadas pelo autuado, facultado ao agente, nesta fase, opinar pelo 
acolhimento parcial ou total da defesa.
Art. 120 As provas propostas pelo autuado, quando impertinentes, desnecessárias ou 
protelatórias, poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada da autoridade julgadora 
competente.
Art. 122 Encerrada a instrução, o autuado terá o direito de manifestar-se em alegações finais, 
no prazo máximo de dez dias.
Art. 123. A decisão da autoridade julgadora não se vincula às sanções aplicadas pelo agente 
autuante, ou ao valor da multa, podendo, em decisão motivada, de ofício ou a requerimento 
do interessado, minorar, manter ou majorar o seu valor, respeitados os limites estabelecidos na 
legislação ambiental vigente.
Art. 124. Oferecida ou não a defesa, a autoridade julgadora, no prazo de trinta dias, julgará o 
auto de infração, decidindo sobre a aplicação de penalidades.
Art. 125. A decisão deverá ser motivada, com a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos 
em que se baseia.
Art. 126 Julgado o auto de infração, o autuado será notificado por via postal com aviso de 
recebimento ou outro meio válido que assegure a certeza de sua ciência para pagar a multa 
no prazo de cinco dias, a partir do recebimento da notificação, ou para apresentar o recurso.
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Recurso:
O recurso da decisão proferida pela autoridade julgadora deve ser apresentado à autoridade 
administrativa julgadora que proferiu a decisão no prazo de 20 dias, segundo o art. 127 do 
Decreto 6514/08. Se a autoridade recorrida não reconsiderar a decisão no prazo de 5 dias, 
encaminhará o processo à autoridade superior, a ser indicada em ato próprio (art. 127, §2º, do 
Decreto 6514/08).
Nos termos do art. 127-A do Decreto 6514/08, a autoridade que proferiu a decisão recorrerá de 
ofício à autoridade superior, nas hipóteses definidas pelo órgão ou entidade ambiental. 
Segundo o art. 130 do mencionado diploma acima, da decisão da autoridade superior caberá 
recurso ao CONAMA (instituição de uma nova instância de recurso com procedimento próprio).
O recurso interposto não terá efeito suspensivo (art. 128, Decreto 6514/08), salvo que se trata 
de aplicação de multa. Na hipótese de justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação, a 
autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido do recorrente, 
conceder efeito suspensivo ao recurso (art. 128, §1º, Decreto 6514/08).
Aplica-se ao recurso a mesma regra que para a defesa do autuado, não sendo reconhecido nos 
casos em que for interposto fora do prazo, perante órgão ambiental incompetente e por quem 
não seja legitimado (art. 131, Decreto 6514/08).
Medidas administrativas preventivas:
O Decreto 6514/08 assevera que o agente autuante, no uso do seu poder de polícia, poderá 
adotar medidas administrativas destinadas a “[...] prevenir a ocorrência de novas infrações, res-
guardar a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo administrativo” (art. 
101, §1º, Decreto 514/08) e que podem ser:
1. Apreensão;
2. Embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;
3. Suspensão de venda ou fabricação de produto;
4. Suspensão parcial ou total de atividades;
5. Destruição ou inutilização dos produtos, subprodutos e instrumentos da infração;
6. Demolição.
Trata-se de ato discricionário do agente administrativo que, ao constatar a ocorrência de uma 
infração ambiental, no uso do poder de polícia, poderá tomar as medidas acima mencionadas se 
assim entender necessárias, convenientes e oportunas ao interesse da coletividade, no que tange 
à tutela do equilíbrio do meio ambiente.
As sanções são impostas após a tramitação do devido processo legal de apuração da infração, 
garantindo-se sempre ao autuado o direito à ampla defesa e ao contraditório (art. 70, §4º, da 
Lei 9605/98).
É importante salientar que tais medidas são operadas no âmbito da excepcionalidade, ou seja, 
nas hipóteses em que se verifiquem indícios de que a não atuação imediata da administração 
possa implicar a sua ineficácia, em detrimento da proteção do meio ambiente.
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Direito Ambiental
Confira algumas notas sobre as medidas preventivas em espécie:
a) Apreensão (art. 25, Lei 9605/98)
a.1.) A apreensão pode se referir aos animais da fauna silvestre que, segundo o art. 107, 
inciso I, do Decreto 6514/08 poderão ser libertados em seu habitat ou entregues a jardins zo-
ológicos, fundações, entidades de caráter científico, centros de triagem, criadouros regulares 
ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados, 
podendo ainda, respeitados os regulamentos vigentes, serem entregues em guarda provisória.
a.2.) Em relação aos animais domésticos e exóticos, que forem encontrados em unidade de 
conservação de proteção integral ou em área de preservação permanente, ou ainda quando 
impedirem a regeneração natural de vegetação em área cujo corte não tenha sido autorizado 
(reserva legal), os mesmos poderão ser vendidos ou, ainda, após avaliados, doados, mediante 
decisão motivada da autoridade ambiental, sempre que sua guarda ou venda forem inviáveis 
econômica ou operacionalmente (art. 107, §1º,Decreto 6514/08). É necessário salientar que 
há a necessidade de proceder-se à avaliação desses animais, pois, se na decisão do processo for 
concluído que a apreensão foi indevida, o proprietário deverá ser indenizado.
No caso dos animais em questão que tiverem sido efetivamente apreendidos, sem que se lhes 
tenha sido dada uma destinação, não retornarão aos infratores, cabendo a sua venda ou doação 
(art. 134, VI, Decreto 6514/08).
a.3) No que concerne à apreensão de produtos perecíveis ou madeiras apreendidas, os mesmos 
serão avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins benefi-
centes (art. 25, §2º, Lei 9605/98).
Em relação à madeira, o art. 134, inciso II, Decreto 6514/08, faculta a sua doação a órgãos ou 
entidades públicas, a venda ou ainda a sua utilização pela administração, quando necessária, 
mediante decisão fundamentada.
a.4 ) Em relação a produtos e subprodutos da fauna não perecíveis (como, v.g. peles, cou-
ros, ossos, penas), os mesmos serão destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou 
educacionais (art. 25, §3º, da Lei 9605/98).
a.5) No que diz respeito aos instrumentos utilizados na prática da infração, a Lei de Crimes Am-
bientais estabelece que serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio de recicla-
gem (art. 25, §4º, Lei 9605/98). Deve-se notar que os instrumentos, petrechos, equipamentos ou 
veículos a serem apreendidos são aqueles diretamente relacionados à infração. 
b) Embargo de obra ou atividade
O embargo de obra ou atividade, como medida administrativa, tem por objetivo “[...] impedir a 
continuidade do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade 
à recuperação da área degradada”, restringindo-se ao local onde se realizou o ilícito (art. 108, 
Decreto 6514/08).
c) Suspensão de venda ou fabricação de produto
A medida administrativa de suspensão tem como objetivo “[...] evitar a colocação no mercado 
de produtos ou subprodutos oriundos de infração administrativa ao meio ambiente” ou “[...] 
interromper o uso contínuo de matéria-prima e subprodutos de origem ilegal” (art. 109 do De-
creto 6514/08).
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d) Suspensão parcial ou total de atividades
Trata-se de medida que visa “[...] impedir a continuidade de processos produtivos em desacordo 
com a legislação ambiental” (art. 110 do Decreto 615/08).
É importante verificar que a medida de suspensão total ou parcial deve ser imposta quando o 
dano apresentar intensidade tal que o procedimento de multa diária com o compromisso de re-
gularizar a situação é ineficaz, em face dos riscos a que o ambiente se encontra exposto, como 
v.g. se ocorre o lançamento de uma fumaça tóxica, ou o desmatamento de um espaço protegido, 
não cabe a simples imposição de multa, sendo necessário paralisar a atividade de forma ime-
diata (GRAZIERA, 2014, p. 744).
e) Demolição de obra
A demolição de obra, edificação ou construção não habitada e utilizada diretamente para o co-
metimento da infração ambiental possui caráter excepcional e é cabível “[...] nos casos em que 
se constatar que a ausência da demolição importa em iminente risco de agravamento do dano 
ambiental ou de graves riscos à saúde” (art. 112, Decreto 6514/08).
Sanções:
Segundo o art. 72 da Lei 9605/98, as sanções são as seguintes:
I - Advertência [art. 5º, §1º e §4º, Decreto 6514/08 e art. 72, §2º, Lei 9605/98];
II - Multa simples [arts. 8º e 72, §3º, Lei 9605/98];
III - Multa diária [art. 10, Decreto 6514/98 e art. 72 Lei 9605/98];
IV - Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e da flora, instrumentos, 
petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V - Destruição ou inutilização do produto;
VI - Suspensão de venda ou fabricação do produto;
VII - Embargo de obra ou atividade;
VIII - Demolição de obra;
IX - Suspensão parcial ou total de atividades;
X - Restritiva de direitos.
Prazos prescricionais:
A ação da Administração Pública que visa apurar as infrações contra o meio ambiente prescreve 
em cinco anos, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou conti-
nuada, do dia em que esta tiver cessado (art. 21, Decreto 6514/08). A prescrição é interrompida 
nos seguintes casos:
1. Recebimento do auto de infração ou cientificação do infrator por qualquer outro meio, 
inclusive edital;
2. Qualquer ato inequívoco da Administração – que implique instrução do processo – que 
importe apuração do fato;
3. Pela decisão condenatória recorrível.
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Direito Ambiental
2.8 Responsabilidade penal ambiental
O tema encontra-se previsto no art. 225, §3º, da CF e na Lei 9605/98 (Lei de Crimes Ambientais).
2.8.1 Sujeitos do delito:
Nos tipos penais elencados, observa-se que o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa física 
(art. 2º) ou jurídica (art. 3º), enquanto o sujeito passivo direto é a coletividade, e o indireto é a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
As penas das pessoas físicas podem ser: a) privativa de liberdade (arts. 29 ao 69-A da Lei 9605/98); 
b) multa (art. 17 da Lei 9605/98 e 49, caput, e §1º do Código Penal); e c) restritiva de direitos 
(arts. 7º, 8º, 9º, 10, 11, 12 e 13 todos da Lei 9605/98).
2.8.2 Ação e processo penal: 
Os pontos merecedores de atenção são:
1. aplicação subsidiária dos dispositivos penais e processuais penais (art. 79 da Lei 9605/98).
2. São circunstâncias que atenuam a pena, segundo o art. 14 da Lei 9605/98:
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação 
significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
3. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime, 
segundo o art. 15 da Lei 9605/98:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder 
Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações; 
k) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
l) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
m) mediante fraude ou abuso de confiança;
n) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
o) no interesse de pessoas jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou 
beneficiada por incentivos fiscais;
p) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades 
competentes;
q) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
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4. Ação penal é de natureza pública incondicionada, sendo cabível ação subsidiária da 
pública.
5. Possibilidade de realização de transação, desde que tenha sido realizada prévia 
composição do dano ambiental (art. 27 da Lei 9605/98).
2.8.3 Crimes:
Os crimes ambientais são assim divididos:
1. Crimes contra fauna;
2. Crimes contra flora;
3. Crimes de poluição;
4. Crimes contra ordenamento urbano e patrimônio cultural; e
5. Crimes contra administração ambiental.
No que tange aos crimes, a Lei 9605/98 prevê tipos penais dolosos e admite, em alguns casos, 
a modalidade culposa (arts. 54, 56, 62, 67, 68 e 69-A), sendo que a técnica utilizada em algunstipos penais foi a da norma penal em branco. 
Há modalidades de tipos de dano e de perigo, enunciando o legislador que basta a probabili-
dade da ocorrência do dano para configurar a modalidade delitiva. Ainda, existem tipos penais 
que configuram crimes de mera conduta, para o quais a consumação se verifica com a simples 
ação ou omissão, dispensando-se a ocorrência de resultado naturalístico da ação.
2.8.4 Penalidades cabíveis em face da Lei 9605/98:
1) para pessoas físicas: pena privativa de liberdade, restritiva de direitos e multa;
2) para pessoas jurídicas: as penas aplicáveis de forma isolada, cumulativa ou alternativamente, 
segundo o disposto no art. 3º são: multa, restritivas de direitos, prestação de serviços à comuni-
dade (arts. 21, 22 e 23).
3) Aplicação e gradação das penas impostas: a autoridade competente deve apurar as conse-
quências e a extensão do dano, analisando a gravidade do fato, os antecedentes do infrator 
em relação ao cumprimento do ordenamento ambiental, bem como a situação econômica do 
infrator (art. 6º). Por fim, serão consideradas as atenuantes (art. 14) e agravantes previstas em 
lei (art. 15).
4) Possibilidade de aplicação da suspensão condicional da pena nos casos em que a pena pri-
vativa de liberdade não for superior a três anos (art. 16).
5) Causas excludentes de ilicitude (art. 79 e 37).
6) Competência: a Súmula 91 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que previa a Justiça Federal 
como competente para processar e julgar os crimes praticados contra a fauna, foi cancelada.
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Direito Ambiental
2.8.5 Responsabilidade penal da pessoa jurídica (art. 225, § 3º, da CF e 
art. 3º, Lei 9605/98): 
Os requisitos para configuração da responsabilização penal da pessoa jurídica são: 
1. Que a infração seja cometida por decisão de representante legal, contratual ou órgão 
colegiado; 
2. Que a infração seja praticada no interesse ou benefício da entidade (não necessita ser 
pecuniário, podendo ser caracterizado como ganho institucional à pessoa jurídica); 
3. Não exclui a responsabilidade penal das pessoas físicas. 
É importante salientar que há o reconhecimento da possibilidade da responsabilidade penal da 
pessoa física isolada a da pessoa jurídica, ou seja, é possível processar penalmente a pessoa 
jurídica por crime ambiental, prescindindo-se da indicação da pessoa física responsável pelo fato 
criminoso (STF, RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber).
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Referências
GRANZIERA, Maria Luiza Machado. Direito Ambiental. São Paulo: Atlas, 2014.
MEDAUAR, Odete. Processualidade no Direito Administrativo. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 1993.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 
2006.
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
Bibliográficas

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