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IESI - CURSOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA GESTÃO ESCOLARGESTÃO ESCOLARGESTÃO ESCOLARGESTÃO ESCOLAR XÅ Uâávt wt Xy|vöv|t wt XávÉÄtXÅ Uâávt wt Xy|vöv|t wt XávÉÄtXÅ Uâávt wt Xy|vöv|t wt XávÉÄtXÅ Uâávt wt Xy|vöv|t wt XávÉÄt Site da imagem: gestaoparticipativademocratica.blogspot.com 2012 2 GESTÃO ESCOLARGESTÃO ESCOLARGESTÃO ESCOLARGESTÃO ESCOLAR XÅ Uâávt wt Xy|vöv|t wt XávÉÄtXÅ Uâávt wt Xy|vöv|t wt XávÉÄtXÅ Uâávt wt Xy|vöv|t wt XávÉÄtXÅ Uâávt wt Xy|vöv|t wt XávÉÄt “A Gestão Escolar Participativa está associada à ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um ‘todo’ orientado por uma vontade coletiva” (Lück, 2000:17) 3 SUMÁRIO − Apresentação ............................................................................. 4 − Plano de Curso .......................................................................... 5 − Gestão escolar ........................................................................... 9 − Uma abordagem participativa para a gestão escolar ................ 11 − Tendências: eficácia escolar, liderança do gestor, ênfase na autonomia da escola .................................................................. 18 − A importância da gestão participativa ........................................ 23 − Liderando e motivando a equipe escolar ................................... 25 − Princípios éticos e a gestão escolar .......................................... 30 − O papel do diretor ...................................................................... 32 − O papel da comunidade na gestão escolar ............................... 38 − Como fazer uma reunião de feedback com os funcionários .... 43 − Dez itens importantes da agenda de um gestor escolar eficaz . 47 − TEXTOS PARA LEITURA E REFLEXÃO 51 − Ousar a utopia ........................................................................... 52 − SUGESTÕES DE FILMES 57 4 APRESENTAÇÃO Prezado(a) Cursista Este curso GESTÃO ESCOLAR: “Em Busca da Eficácia da Escola” apresenta uma visão geral de vários autores sobre o tema em questão e objetiva oferecer, através de capacitação continuada, condições de conhecer melhor, analisar e refletir sobre os aspectos técnicos e metodológicos no que se refere à gestão participativa – gestor-comunidade escolar –, para que possa envolver-se no trabalho de forma competente assumindo-se um gestor capacitado, motivador, inovador e acima de tudo, de relações, imbuído na busca de novos caminhos que promovam melhores resultados, ou seja, que visem a Eficácia da Escola e, consequentemente, o próprio sucesso como profissional. Antes de iniciar seu estudo, leia atentamente as orientações abaixo: Nome do Curso: GESTÃO ESCOLAR: “Em Busca da Eficácia da Escola” Carga Horária: 120 horas Número de Módulos: 01 Regulamentação dos Cursos a Distância: As bases legais da Educação a Distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996). − Artigo 67, inciso II; e § único − Artigo 87, inciso III. As atividades de estudo serão valorizadas mediante a execução da prova, que constará de questões objetivas e subjetivas. Você deverá realizar a avaliação após assegurar-se de ter dominado todo o conteúdo. Para isso reveja os objetivos propostos em cada módulo de estudo. O Certificado será expedido no prazo de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias, a contar da data da entrega da Avaliação de Final de Módulo. Para aprofundamento deste tema, vários textos serão oferecidos visando uma melhor compreensão e possível aplicação do conteúdo estudado no trabalho docente. É o que esperamos. Bom estudo! Equipe Técnica do IESI. 5 PLANO DE CURSO I- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL Instituto de Educação Superior Intellectus CURSO GESTÃO ESCOLAR: Em Busca da Eficácia da Escola CARGA HORÁRIA 120 horas II- EMENTA Este curso tem como base de estudo os seguintes tópicos: Gestão escolar; Uma abordagem participativa para a gestão escolar; Tendências: eficácia escolar, liderança do gestor, ênfase na autonomia da escola; A importância da gestão participativa; Liderando e motivando a equipe escolar; Princípios éticos e a gestão escolar; O papel do diretor; O papel da comunidade na gestão escolar; Como fazer uma reunião de feedback com os funcionários; Dez itens importantes da agenda de um gestor escolar eficaz. Complementam o conteúdo de estudos: textos para discussão e análise e sugestão de filmes. III- OBJETIVOS 1- Objetivo Geral • Possibilitar informações sobre Gestão Escolar visando oferecer, através de capacitação continuada, condições de conhecer melhor, analisar e refletir sobre os aspectos técnicos e metodológicos, no que se refere à gestão participativa – gestor-comunidade escolar –, para que possa envolver-se no trabalho de forma competente visando obter melhores resultados, ou seja, tendo em vista a Eficácia da Escola e, consequetemente, o próprio sucesso como profissional. 2- Objetivos Específicos • Compreender a importância e a necessidade de se realizar uma Gestão Escolar participativa voltada para a eficácia da escola. • Cultivar uma boa relação gestor-comunidade escolar ressaltando que, a potência do ensino e da aprendizagem depende dessa boa relação. • Especificar conhecimentos, habilidades, capacidades que sejam fundamentais de serem assimiladas e aplicadas na rotina diária da escola, para o sucesso da mesma. • Entender a necessidade de uma Gestão Participativa, com vistas na construção da qualidade do ensino, com o envolvimento e comprometimento de todos, uma vez que os interesses tornam-se comuns quando são conhecidos e compartilhados; os problemas e as questões são discutidos para um consenso dos envolvidos no processo possibilitando o alcance dos objetivos previstos, efetivando a eficácia da Gestão Escolar e, consequentemente, o sucesso do aluno. 6 IV- CONTEÚDO • Gestão escolar • Uma abordagem participativa para a gestão escolar • Tendências: eficácia escolar, liderança do gestor, ênfase na autonomia da escola • A importância da gestão participativa • Liderando e motivando a equipe escolar • Princípios éticos e a gestão escolar • O papel do diretor • O papel da comunidade na gestão escolar • Como fazer uma reunião de feedback com os funcionários • Dez itens importantes da agenda de um gestor escolar eficaz • TEXTOS PARA LEITURA E REFLEXÃO • Ousar a utopia • SUGESTÕES DE FILMES V- METODOLOGIA • Problematização e abordagem dos conhecimentos sobre a Gestão Escolar com foco no gestor-comunidade escolar. Necessitando-se dar atenção especial à referida questão, vale indagar: por que a gestão escolar – em sua grande maioria – ainda continua individualistae clientelista? A gestão escolar está sendo realmente participativa? O que falta para que a gestor seja capaz de construir uma escola viva, dinâmica e voltada para a qualidade do ensino? • Estudo e pesquisa nos textos, com resolução de atividades. • Divulgação de assuntos estudados através de reuniões escolares, mediado por reflexões e discussões evidenciando mudança de postura dos participantes no que se refere à Gestão Escolar Participativa. • Pesquisas junto aos gestores para conhecimento das estratégias utilizadas na administração do trabalho, bem como na interação com a comunidade escolar. • Entrevistas com especialistas de educação, professores, pais, alunos e funcionários para conhecimento de como é o seu envolvimento a gestão participativa da escola. VI- AVALIAÇÃO 1- Avaliação O processo de avaliação será desenvolvido através de estudo do conteúdo do curso, das atividades propostas em cada texto. O referido processo complementa-se com a avaliação escrita (prova) ao final do curso. 2- Valoração e Certificação As atividades de estudo serão valorizadas mediante a execução da prova, cujo valor mínimo é de 8,0 (oito) que constará de questões objetivas e subjetivas. O cursista deverá realizar a avaliação somente após assegurar-se de ter dominado todo o conteúdo. Para isso reveja os objetivos propostos no módulo de estudo. 7 VII- BIBLIOGRAFIA ARROYO, M. Imagens quebradas: trajetórias e tempos de alunos e mestres. Petrópolis: Vozes, 2004. ______. Ofício de Mestre: imagens e autoimagens. Petrópolis: Vozes, 2000. BASTOS, J. B. (Org.). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. BELOTTO, E. P. G.; RIVERO, C. M. L. Interfaces da gestão escolar. Campinas: Alínea, 1999. BELLUZZO, R. C. B. A educação na sociedade do conhecimento. In: I Simpósio de Educação em Pedagogia, Bauru/SP. Conferência de Abertura, Universidade do Sagrado Coração, out/2002. BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil. São Paulo, Saraiva, 1998. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei n 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Brasília: MEC, SEB, 2004. CARBONELL, J. A aventura de inovar: a mudança na escola. Porto Alegre: Artmed, 2002. CURY, Carlos R. Jamil. Educação e contradição. 6.ed. São Paulo: Cortez, 1995. DAVI, C.; SOUSA, J. V. Gestão da escola: desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. DAYRELL, J. (org.). Múltiplos olhares sobre a educação e a cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996. DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1999. (Relatório da UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI). DEMO, P. Conhecer e aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2000. DRUCKER, P. F. Administrando em tempos de grandes mudanças. São Paulo: Pioneira, 1995. FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. A. S. (Org.). Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2000. FERREIRA, N. S. C. Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2000b. GADOTTI, M.; ROMÃO, J. E. Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997. GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1994. ______. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Loyola, 1983. HERNÁNDEZ, F.(org.). Aprendendo com as inovações nas escolas. Porto Alegre: Artmed, 2002 8 ______. Transgressões e mudança na educação. Porto Alegre: Artmed, 1999. HORA, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola: artes e ofícios da participação coletiva. Campinas, SP: Papirus, 1994. LIBANEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo, Cortez, 2002. LÜCK, Heloísa et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2006. PARO, V. H. Administração escolar: introdução critica. São Paulo: Cortez, 1993. ______. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 1997. ______. Escritos sobre a educação. São Paulo: Xamã, 2001. ______. Administração escolar. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2000. ______. Gestão democrática da escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2002. PERRENOUD, P. Construir competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999. ______. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. SACRISTAN, J. G. A educação que temos, a educação que queremos. In: IMBERNÓN, F. (Org) A educação no século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2000. TORRES, J. S. Globalização e interdisciplinariedade: currículo integrado. Porto Alegre: ARTMED, 1998. VALE, José Misael Ferreira do. Projeto pedagógico como projeto coletivo. São Paulo: Unesp, 1995. VASCONCELLOS, C. dos S. Planejamento: plano de ensino aprendizagem e processo educativo. São Paulo: Libertad, 1995. VASCONCELLOS, C. dos S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002. VEIGA, I. P. A. (Org.). Projeto político pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 2000. ZABALA, A. A prática educativa. Porto Alegre: Artmed, 1998. 9 GESTÃO ESCOLAR O conceito de Gestão Escolar – relativamente recente – é de extrema importância, na medida em que desejamos uma escola que atenda às atuais exigências da vida social: formar cidadãos, oferecendo, ainda, a possibilidade de apreensão de competências e habilidade necessárias e facilitadoras da inserção social. Para fim de melhor entendimento, costuma-se classificar a Gestão Escolar em três áreas, funcionando interligadas, de modo integrado ou sistêmico: a) Gestão Pedagógica b) Gestão de Recursos Humanos c) Gestão Administrativa. 1. Gestão Pedagógica É o lado mais importante e significativo da gestão escolar. Cuida de gerir a área educativa, propriamente dita, da escola e da educação escolar. Estabelece objetivos para o ensino, gerais e específicos. Define as linhas de atuação, em função dos objetivos e do perfil da comunidade e dos alunos. Propõe metas a serem atingidas. Elabora os conteúdos curriculares. Acompanha e avalia o rendimento das propostas pedagógicas, dos objetivos e o cumprimento de metas. Avalia o desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe escolar como um todo. Suas especificidades estão enunciadas no Regimento Escolar e no Projeto Pedagógico (também denominado Proposta Pedagógica) da escola. Parte do Plano Escolar (ou Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar) também inclui elementos da gestão pedagógica: objetivos gerais e específicos, metas, plano de curso, plano de aula, avaliação e treinamento da equipe escolar. O Diretor é o grande articulador da Gestão Pedagógica e o primeiro responsável pelo seu sucesso. É auxiliado nessa tarefa pelo Coordenador Pedagógico (quando existe). 2. Gestão Administrativa Cuida da parte física (o prédio e os equipamentos materiais que a escola possui) e da parte institucional (a legislação escolar, direitos e deveres, atividades de secretaria). Suas especificidades estão enunciadas no Plano Escolar (também denominado Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar, ou Projeto Pedagógico) e no Regimento Escolar. 10 3. Gestão de Recursos Humanos Não menos importante que a Gestão Pedagógica, a gestão de pessoal (alunos, equipe escolar, comunidade) constitui a parte mais sensível de todaa gestão. Sem dúvida, lidar com pessoas, mantê-las trabalhando satisfeitas, rendendo o máximo em suas atividades, contornar problemas e questões de relacionamento humano faz da gestão de recursos humanos o fiel da balança - em termos de fracasso ou sucesso - de toda formulação educacional a que se pretenda dar consecução na escola. Direitos, deveres, atribuições – de professores, corpo técnico, pessoal administrativo, alunos, pais e comunidades – estão previstos no Regimento Escolar. Quando o Regimento Escolar é elaborado de modo equilibrado, não tolhendo demais a autonomia das pessoas envolvidas com o trabalho escolar, nem deixando lacunas e vazios sujeitos a interpretações ambíguas, a gestão de recursos humanos se torna mais simples e mais justa. A organização acima - gestões pedagógica, administrativa e de recursos humanos - correspondem a uma formulação teórica, explicativa, pois, na realidade escolar, as três não podem ser separadas, mas, isto sim deve atuar integradamente, de forma a garantir a organicidade do processo educativo. REFERÊNCIA Conteúdo escola, 21 jul. 2004. Site da imagem: ........................................................................................................................................ ATIVIDADES 1- Na medida em que desejamos uma escola que atenda às atuais exigências da vida social podemos conceituar Gestão Escolar como: ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 2- A Gestão Escolar está classificada em três áreas que funcionam interligadas, de modo integrado ou sistêmico. Exponha, resumidamente, sobre as referidas áreas. ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 11 UMA ABORDAGEM PARTICIPATIVA PARA A GESTÃO ESCOLAR A institucionalização da democracia, associada ao aprimoramento da eficiência e da qualidade da educação pública, tem sido uma força poderosa a estimular o processo de mudanças na forma de gerir escolas no Brasil. A participação da comunidade escolar, incluindo professores, especialistas, pais, alunos, funcionários1. E gestores da escola2, é parte desse esforço, que promove o afastamento das tradições corporativas e clientelistas, prejudiciais à melhoria do ensino, por visarem o atendimento a interesses pessoais e de grupos. O movimento em favor da descentralização e da democratização da gestão das escolas públicas, iniciado no princípio da década de 1980, tem encontrado apoio nas reformas educacionais e nas proposições legislativas. Este movimento concentra-se em três vertentes básicas da gestão escolar: a) participação da comunidade escolar na seleção dos gestores da escola; b) criação de um colegiado/ conselho escolar que tenha tanto autoridade deliberativa como poder decisório; c) repasse de recursos financeiros às escolas, e, conseqüentemente, aumento de sua autonomia. O movimento pela gestão democrática em educação reconhece a necessidade de unir estas mudanças estruturais e de procedimentos com ênfase no aprimoramento escolar, por meio de um projeto pedagógico comprometido com a promoção de educação em acordo com as necessidades de uma sociedade moderna e justa. Estas reformas abrangem um movimento para democratizar a gestão escolar e aprimorar a qualidade educacional, traduzindo estratégias diversas. O estabelecimento de colegiados ou conselhos escolares, que incluem representantes 1 Funcionários/ neste trabalho é termo utilizado para representar o conjunto dos profissionais que atuam numa organização/ em seus vários níveis. Na escola/ envolve os especialistas (o orientador e supervisar educacional), professores, funcionários administrativos ou quaisquer outros que atuem na escola sob denominações diversas. 2 Gestores escolares são os funcionários da escola responsáveis pela liderança de todo o seu trabalho. Deste grupo fazem parte o diretor escolar, que é o líder e responsável máximo por todo o processo escolar e mobilização de esforços e recursos para a eficaz realização dos objetivos educacionais; o supervisor/ coordenador pedagógico/ responsável pela orientação/ acompanhamento e avaliação dos processos educacionais e o orientador educacional responsável pelo atendimento na escola e em especial pela ação dos professores/ às necessidades de desenvolvimento dos alunos como pessoas. 12 dos professores, dos funcionários, dos pais e os gestores da escola, com autoridade deliberativa e poder decisório, tem obtido níveis variados de sucesso (Xavier et al., 1994). Alguns estados combinam, para a designação de gestores escolares, o processo eleitoral com outros critérios profissionais, tais como desempenho alcançado em uma prova competitiva, apresentação de um plano de desenvolvimento escolar e referências sobre o desempenho anterior - passado como gestor de escola (Namo de Mello e Silva, 1992; Costa e Silva, 1993). Segundo o princípio da democratização, a gestão escolar promove, na comunidade escolar, a redistribuição e compartilhamento das responsabilidades que objetivam intensificar a legitimidade do sistema escolar, pelo cumprimento mais efetivo dos objetivos educacionais. No entanto, não está totalmente esclarecido como a descentralização e a participação irão resolver as inadequações estruturais existentes nos sistemas de ensino, entendendo-se que as ações, por si, não garantem melhores resultados, sendo necessário compreender os princípios mais adequados para orientar seu processo. 1- Que é Gestão Participativa A gestão participativa é normalmente entendida como uma forma regular e significante de envolvimento dos funcionários de uma organização, no seu processo decisório (Likert, 1971; Xavier, Amaral e Marra, 1994). Em organizações democraticamente administradas – inclusive escolas – os funcionários são envolvidos no estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de decisões, no estabelecimento e manutenção de padrões de desempenho e na garantia de que sua organização está atendendo adequadamente às necessidades das pessoas a quem os serviços da organização se destinam. Ao se referir às escolas e sistemas de ensino, o conceito de gestão participativa envolve, além dos professores e funcionários, os pais, os alunos e qualquer outro representante da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria do processo pedagógico. A abordagem participativa na gestão escolar demanda maior envolvimento de todos os interessados no processo decisório da escola, mobilizando-os, da mesma forma, na realização das múltiplas ações de gestão. Esta abordagem amplia, ao mesmo tempo, o acervo de habilidades e de experiênciasque podem ser aplicadas na gestão das escolas, enriquecendo-as e aprimorando-as. Embora não haja uma única maneira de se implantar um sistema de gestão escolar participativa, é possível identificar alguns princípios gerais dessa abordagem. Essa identificação é realizada nos mais bem-sucedidos exemplos de gestão escolar participativa, nos quais se observou que os seus gestores adotam em comum certas práticas, como por exemplo: dedicam uma quantidade considerável de tempo à capacitação profissional e ao desenvolvimento de um sistema de acompanhamento escolar, e ao desenvolvimento de experiências pedagógicas caracterizadas pela reflexão-ação. 13 Para que optar pela participação na gestão escolar A gestão escolar participativa é fundamental para: � Melhorar a qualidade pedagógica do processo educacional das escolas. � Garantir ao currículo escolar maior sentido de realidade e atualidade. � Aumentar o profissionalismo dos professores. � Combater o isolamento físico, administrativo e profissional dos gestores e professores. � Motivar o apoio das comunidades escolar e local às escolas. � Desenvolver objetivos comuns na comunidade escolar. 2- Sentido Pleno da Participação A participação, em seu sentido pleno, caracteriza-se por uma força de atuação consciente, pela qual os membros de uma unidade social reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na determinação da dinâmica dessa unidade social, de sua cultura e d(, seus resultados, poder esse resultante de sua competência e vontade de compreender, decidir e agirem torno de questões que lhe são afetas (Lück, 1996). Cabe lembrar que toda pessoa tem um poder de influência sobre o contexto de que faz parte, exercendo-o, independentemente da sua consciência desse fato e da direção e intenção de sua atividade. No entanto, a falta de consciência dessa interferência resulta em uma falta de consciência do poder de participação que tem, do que decorrem resultados negativos para a organização social e para as próprias pessoas que constituem o ambiente escolar. 3- Gestão Escolar Implica em Criação de Ambiente Participativo Sabemos que, dada a tendência burocrática e centralizadora ainda vigente na cultura organizacional escolar, e do sistema de ensino brasileiro que a reforça, a participação, em seu sentido dinâmico de interapoio e integração, visando construir uma realidade mais significativa, não se constitui em uma prática comum nas escolas. O mais comum é a queixa de gestores escolares, de que “têm que fazer tudo sozinhos", que não encontram nem apoio, nem eco "para o trabalho da escola como um todo, limitando-se os professores a suas responsabilidades de sala de aula" e, muitas vezes, "nem mesmo assumem responsabilidade por fazer bem seu trabalho de sala de aula". Quanto aos pais, a sua participação é, na maioria das vezes, apenas desejada para tratar de questões periféricas da vida escolar, como, por exemplo, aspectos físicos e materiais da escola. Tais gestores sentem-se, por certo, sozinhos em seu trabalho e é possível supor que os professores por sua vez, sentindo-se "parte de um outro grupo", percebem a situação da mesma forma, isto é, como isolados. 14 Essa situação, no entanto, não será mudada por simples vontade de gestores ou por exortações dos mesmos para que os professores participem. É comum, por exemplo, gestores indicarem que os professores reclamam de não poderem participar da determinação do currículo escolar, mas que, quando lhes é dado espaço para isso, não querem colaborar, omitem sua contribuição. Pode-se, no entanto, afirmar que se essa situação existe, é porque a compreensão do significado da participação não está clara, nem mesmo para o dirigente. È fundamental que este examine seu entendimento sobre a questão e que alargue seus horizontes sobre a mesma. Aos responsáveis pela gestão escolar compete, portanto, promover a criação e a sustentação de um ambiente propício à participação plena, no processo social escolar, dos seus profissionais, de alunos e de seus pais, uma vez que se entende que é por essa participação que os mesmos desenvolvem consciência social crítica e sentido de cidadania. Para tanto, devem os mesmos criar um ambiente estimulador dessa participação, processo esse que se efetiva a partir de algumas ações especiais (Lück, 1996): � Criar uma visão de conjunto associada a uma ação de cooperação. � Promover um clima de confiança. � Valorizar as capacidades e aptidões dos participantes. � Associar esforços, quebrar arestas, eliminar divisões e integrar esforços. � Estabelecer demanda de trabalho centrada nas ideias e não em pessoas. � Desenvolver a prática de assumir responsabilidades em conjunto. 4- Orientações Teóricas para a Gestão Participativa A literatura sobre a gestão participativa reconhece que a vida organizacional contemporânea é altamente complexa, assim como seus problemas. No final da década de 1970, os educadores e pesquisadores de todo mundo começaram a prestar maior atenção ao impacto da gestão participativa na eficácia das escolas como organizações. Ao observar que não é possível para o gestor solucionar sozinho todos os problemas e questões relativos à sua escola, adotaram a abordagem participativa fundada no princípio de que, para a organização ter sucesso, é necessário que os gestores busquem o conhecimento específico e a experiência dos seus companheiros de trabalho. Os gestores participativos baseiam- se no conceito da autoridade compartilhada, por meio da qual o poder é compartilhado com representantes das comunidades escolar e local e as responsabilidades são assumidas em conjunto. Três tendências globais são encontradas a este respeito: a) a gestão participativa como um elemento significativo entre as variáveis identificadas em "escolas eficazes"; b) a mudança do papel do gestor na gestão da escola; 15 c) os vários elementos da tendência para autonomia escolar ou gestão descentralizada. Na literatura sobre a participação do trabalhador na gestão organizacional, identificou quatro teorias. Duas de base psicológica e duas de base social. Calcadas na psicologia, estão a teoria administrativa ou modelo cognitivo e a teoria das relações humanas ou modelo afetivo. a) A teoria administrativa ou modelo cognitivo propõe que a participação aumenta a produtividade ao disponibilizar, para a tomada de decisões, estratégias e informações mais qualificadas, provenientes de áreas e níveis organizacionais diferentes. b) A teoria das relações humanas ou modelo afetivo, em contrapartida estabelece que os ganhos de produtividade são o resultado da melhoria da satisfação das pessoas e da sua motivação. Trabalhar em um clima participativo provoca a melhoria do comportamento, que, conseqüentemente, reduz a resistência a mudanças, ao mesmo tempo em que aumenta a motivação do funcionário, por meio da satisfação de expectativas mais altas. Normalmente quando se percebe um alto grau de profissionalismo em uma escola, três eventos importantes são observados: � Inicialmente, observa-se a existência de mais iniciativa e inovação. � Em segundo lugar, há uma maior troca de informações e idéias, quando existe um ambiente favorável à troca informal de conhecimentos, de treinamento e apoio entre colegas. Os integrantes de uma equipe aprendem com seus pares as habilidades profissionais, por meio do compartilhamento de informações e do trabalho conjunto. � Em terceiro lugar, há maior responsabilidade com os resultados. Um clima organizacional profissional estimula um código comum de padrões de desempenho entre os professores, que se reflete em normas de qualidade informalmente impostas. De acordo com a explicação de um professor, “a qualidadepedagógica se torna o código de ética que inspira cada um dos professores". Em contraste com os modelos de participação cognitivo e afetivo com base psicológica, existem os modelos de democracia clássica e de consciência política. c) O modelo de democracia clássica permite a alienação e a apatia do empregado que impedem a qualidade do processo decisório nas organizações e acabam por se constituir em uma ameaça para todas as instituições democráticas. Segundo essa perspectiva, ênfase considerável é dada à responsabilidade social engrenada pela dinâmica da participação. O valor da participação não está diretamente relacionado à produção ou à satisfação do funcionário, mas à institucionalização e preservação 16 da ação e dos direitos democráticos na sociedade como um todo. Com esta perspectiva, as escolas e os sistemas de ensino, de uma maneira geral tornam-se importantes locais para abrigarem lutas democráticas, tais como as lutas por direitos civis e pela igualdade social e econômica. d) O modelo de consciência política percebe a participação no ambiente de trabalho como uma forma de desenvolver a consciência de classe em favor da luta pelo socialismo. A participação é valorizada quando se concentra em questões sociais e políticas mais abrangentes, ao invés de se concentrar em preocupações específicas relacionadas ao trabalho, tais como salários, benefícios e condições de trabalho. BIBLIOGRAFIA LÜCK, Heloísa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. Site da imagem: reflexaogestaoescolar.blogspot.com ........................................................................................................................................ ATIVIDADES 1- O movimento em favor da descentralização e da democratização da gestão das escolas públicas tem encontrado apoio nas reformas educacionais e nas proposições legislativas. Este movimento concentra-se em três vertentes básicas da gestão escolar. Indique-as. ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 2- O que é Gestão Participativa? E qual a importância da abordagem participativa na gestão escolar? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 3- Responda: a) Para que optar pela participação na gestão escolar? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 17 b) O que significa Sentido Pleno da Participação? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 4- Os gestores participativos baseiam-se no conceito da autoridade compartilhada, por meio da qual o poder é compartilhado com representantes das comunidades escolar e local e as responsabilidades são assumidas em conjunto. Três tendências globais são encontradas a este respeito. informe sobre as referidas tendências. a).................................................................................................................................... ........................................................................................................................................ b).................................................................................................................................... ........................................................................................................................................ c)..................................................................................................................................... ........................................................................................................................................ 5- Normalmente quando se percebe um alto grau de profissionalismo em uma escola, três eventos importantes são observados. Cite esses três eventos. ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 6- Em contraste com os modelos de participação cognitiva e afetiva com base psicológica, existem os modelos de democracia clássica e de consciência política. Que modelos são esses? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 18 TENDÊNCIAS: Eficácia Escolar, Liderança do Gestor, Ênfase na autonomia da Escola Desde o início da década de 1980, três tendências começaram a emergir com relação à gestão de escolas: A primeira fase, concentrada em explorar a relação entre a eficácia da escola - com base na pesquisa tradicional - e a participação na administração escolar; a segunda, voltada para a tendência prática/ administrativa da "autogestão escolar", e a terceira, calcada na reconceituação do papel do gestor como gestor da escola eficaz. Cada uma dessas tendências será abordada a seguir. 1- Gestão Participativa e Eficácia Escolar Os estudos sobre eficácia escolar são diversificados, tanto do ponto de vista metodológico como conceitual. Recentemente, a ênfase tem recaído na identificação dos fatores que tornam certas escolas mais eficazes do que outras cujas características em termos de clientela, nível educacional e recursos são as mesmas. Esta abordagem pretende identificar as qualidades de cada escola que fazem a diferença,com relação a certos resultados como nível de aprendizado e a reputação da escola na comunidade. Estes estudos variam na sua orientação metodológica, podendo ser desde estudos de casos qualitativos ou etnográficos, até análises multivariadas em larga escala, do relacionamento entre as características escolares mensuráveis e o desempenho dos alunos. A importância da estrutura organizacional da liderança e da cultura organizacional são pontos que emergem a partir desse trabalho. O planejamento participativo e o relacionamento entre os professores quebram o isolamento do tradicionalmente associado ao ensino e que promove o senso de unidade e propósito no ambiente escolar são características encontradas nas escolas eficazes (Lortie, 1975). Onde quer que haja um forte sentimento de se sentir parte de uma comunidade, observa-se melhoria mensurável nos resultados e comportamento dos alunos. 2- Papel da Liderança do Gestor Pesquisas demonstram que as ações específicas relativas à liderança do gestor estão diretamente associadas às escolas eficazes, conforme indicado pelos resultados dos testes padronizados de desempenho estudantil, aplicados em âmbito nacional nos Estados Unidos (Eberts & Stone, 1988). 19 Nas escolas eficazes, os gestores agem como líderes pedagógicos (apoiando o estabelecimento das prioridades, avaliando os programas pedagógicos, organizando e participando dos programas de desenvolvimento de funcionários e também enfatizando a importância dos resultados alcançados pelos alunos). Também agem como líderes em relações humanas enfatizando a criação e a manutenção de um clima escolar positivo e a solução de conflitos - o que inclui promover o consenso quanto aos objetivos e métodos, mantendo uma disciplina eficaz na escola e administrando disputas pessoais (DeBevoise, 1984; Eberts & Slonc, 1988) . Deve-se ter em conta que a motivação, o ânimo e a satisfação não são responsabilidades exclusivas dos gestores. Os professores e os gestores trabalham juntos para melhorarem a qualidade do ambiente criando as condições necessárias para o ensino e a aprendizagem mais eficaz, e identificando e modificando os aspectos do processo de trabalho, considerados adversários da qualidade do desempenho. As escolas onde há integração entre os professores tendem a ser mais eficazes do que aquelas onde os professores se mantêm profissionalmente isolados (Little, 1987). � Dimensões de liderança relacionadas com as escolas eficazes Elementos de liderança: � Enfoque pedagógico do gestor. � Ênfase nas relações humanas. � Criação de ambiente positivo. � Ações voltadas para metas claras, realizáveis e relevantes. � Disciplina em sala de aula garantida pelos professores. � Capacitação em serviço voltada para questões pedagógicas. � Acompanhamento contínuo das atividades escolares. Elementos de apoio de liderança em escolas eficazes: � Consenso sobre valores e objetivos. � Planejamento de longo prazo. � Estabilidade e manutenção do corpo docente. � Apoio em âmbito municipal e estadual para a melhoria escolar. As práticas de liderança em escolas altamente eficazes incluem: apoio para o estabelecimento de objetivos claros, proporcionalmente de visão da boa escola e encorajamento dos professores, ao auxílio nas descobertas dos recursos necessários para que realizem seu trabalho. As escolas bem sucedidas são caracterizadas pela delegação da gestão aos professores e tomada de decisões autônomas em sala de aula, assim como pela boa integração profissional entre os professores (Purkey & Smith, 1983; Brandt, 1987). 20 3- Autonomia da Escola no Processo de Gestão A descentralização tem sido um tema decorrente na área da administração pública. Gestão escolar, autonomia escolar, processo decisório escolar são todos termos utilizados para descrever a abordagem descrever participativa para a gestão descentralizada do sistema de ensino. A gestão escolar tem várias facetas interligadas: realocação do planejamento, da solução de problemas e do processo decisório; alguma alocação de recursos, e alguns elementos de estrutura organizacional/ educacional dentro da escola. A ênfase na gestão escolar democrática visando construir a autonomia da escola, assumida pelos sistemas educacionais brasileiros, é coerente com as tendências mundiais para a educação. Retornando à questão da qualidade escolar, é importante salientar que a cultura do reforço mútuo sobre as expectativas e as atividades é uma variável crucial. Pesquisa realizada por Mackenzie (1983) sobre o aprimoramento das escolas, com base em 100 estudos de caso sobre o tema, foi concluída com a seguinte observação: Qualquer currículo funciona melhor se for implantado com entusiasmo. O ambiente da escola, de uma maneira geral, pode ser visto como um fator fundamental para a eficácia pessoal dos seus funcionários... A interação dos funcionários e o planejamento de objetivos pedagógicos específicos de modo participativo ajudam a formar um consenso sobre os valores e metas, que tornam o clima de realizações auto-sustentável (Mackenzie, 1983: 10-11), 4- Lições da Escola Participativa As escolas cujos gestores praticam um estilo de gestão consultivo e que buscam as opiniões de um número selecionado de funcionários (exemplo: aqueles que detêm o conhecimento ou informações pertinentes e as utilizam para tomar e implementar decisões) criam um ambiente de aprendizagem mais eficaz. As escolas bem dirigidas, conforme evidenciado pelo desempenho dos alunos e pela percepção clara dos professores sobre seu trabalho exibem uma cultura de reforço mútuo das expectativas: confiança, interação entre os funcionários e a participação na construção dos objetivos pedagógicos, curriculares e de prática em sala de aula. A participação, como qualquer melhoria substancial requer o desenvolvimento e a adoção de um programa de atividades. Existem vários passos iniciais e difíceis a serem tomados, que incluem: a) Redigir um código de valores que represente o compromisso de todos da escola com a gestão participativa. As frases que abordam os valores podem, muitas vezes, ser apenas uma estratégia do responsável por relações públicas. No entanto, se uma frase for desenvolvida com base no debate de um grupo numeroso de funcionários, pode funcionar como uma orientação sobre o que a organização pretende alcançar. As pessoas podem ser influenciadas e motivadas por um senso 21 maior de propósito e as frases sobre conceitos e valores podem direcionar este esforço. b) Construir o comprometimento pessoal da cúpula. Uma liderança forte é necessária para superar as várias barreiras e dificuldades. Se o gestor e a equipe de apoio técnico-administrativo não estiverem comprometidos, os professores sempre questionarão se o seu envolvimento será levado a sério ou se ele é válido. c) Promover a capacitação em serviço de professores e pais para que se desenvolvam as habilidades necessárias à atuação participativa. Se os professores e os pais forem efetivamente participar nos processos de administração e decisão, então precisam desenvolver as habilidades necessárias. Administrar participativamente, assim como ensinar é uma forma de arte, quando bem praticada. No entanto, a gestão participativa é baseada em habilidades e técnicas específicas. Ao desenvolver estas habilidades, os membros de uma escola necessitam de orientação e tempo para aperfeiçoá-las. d) Circular a informação de cima para baixo na organização. Consultar é um esforço de mão dupla. Se um gestor dá a impressão de que consultar significa apenas fornecer informações para os superiores, então os demais funcionários podem se sentir frustrados. No entanto, se este processo envolver a troca de idéias entreo gestor e os professores, então o ambiente será mais propício à existência de consultas. E, embora nem todos os professores tenham interesse em participar do processo decisório, a maioria gosta de saber que algum dos seus colegas tomou parte no processo, representando suas percepções. e) Iniciar com alto envolvimento no processo de planejamento. As mudanças tornaram-se realidade devido a alta participação das pessoas no planejamento e na definição de objetivos locais (Cenpec,1994). Existem dois indicadores críticos para o sucesso: a) o grau de abertura para a livre participação dos membros da organização no processo de planejamento e definição de objetivos; b) o nível de comprometimento e acompanhamento da direção, no que se refere à participação de professores. Para garantir a existência de tempo e recursos voltados para a participação é necessária a capacitação dos integrantes da comunidade escolar (professores, gestores, pais e alunos). Preparar a comunidade escolar para a gestão democrática é a essência da transformação do sistema de ensino. Este enfoque deve ser percebido a partir de uma ampla perspectiva de descentralização e energização, pois assim a participação se transforma em uma série de ferramentas refinadas capazes de aprimorar a qualidade da educação. � Características da gestão participativa � Compartilhamento de autoridade e de poder. 22 � Responsabilidades assumidas em conjunto. � Valorização e mobilização da sinergia de equipe. � Canalização de talentos e iniciativas em todos os segmentos da organização. � Compartilhamento constante e aberto de informações. � Comunicação aberta e ampla disseminação de informações. BIBLIOGRAFIA LÜCK, Heloísa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. Site da imagem: gestoescolarparticipativa.blogspot.com ........................................................................................................................................ ATIVIDADES 1- As ações específicas relativas à liderança do gestor estão diretamente associadas às escolas eficazes. Fale sobre as escolas eficazes. ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 2- Informe sobre as dimensões de liderança relacionadas com as escolas eficazes. ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 3- Exponha sobre as Lições da Escola Participativa. ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 5- Segundo o texto, indique as características da gestão participativa. ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 23 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO PARTICIPATIVA Os grandes processos participativos na gestão pública, antes da Constituição de 1988 foram dos Conselhos de Saúde, nos anos de 1970, na época da ditadura militar. Formação em torno do tema da saúde, este movimento garantia a articulação entre profissionais da área médica, sindicatos, movimento sociais, grupos religiosos, militantes e comunidades de base, criando um espaço, na impossibilidade de se ter lugar na política. A estratégia política dos Conselhos de Saúde acabou depois sendo transformada em legislação, que envolve um sistema de participação de profissionais e usuários, desenvolvidos em nível do bairro, da região, do local, também em âmbito municipal, estadual e nacional. Esta lógica depois se desdobrou para outras áreas, como a assistência social, atualmente, Em relação à gestão dos municípios no Brasil ouve um processo de descentralização durante os anos de 1990, negociada pelo governo federal, mas que não aconteceu de forma homogênea Alguns municípios assumiram uma municipalização plena, outros não e alguns não assumiram nada. De um modo geral, acredito que seja positivo o processo de descentralização, pois ele provoca a busca de uma capacitação maior para a gestão das políticas no município, a partir dos desafios que surgem. 1- Orçamento Participativo Outra experiência de gestão é o orçamento participativo (OP), que surgiu no Brasil nos anos de 1990 até 2002 e 2004, perdendo depois um pouco da relevância na discussão política Hoje, está menos pautado no país, mas mundialmente tem uma discussão cada vez maior. Foi assumido nacionalmente no Peru, na Venezuela, na Colômbia Na Bolívia, houve uma experiência que agora está em rediscussão. Na Inglaterra está acontecendo ativamente a construção de um incentivo de modelo de participação semelhante ao OP. Até mesmo na China algumas cidades estão começando a experimentá-Ia. Aqui na Brasil, nos anos de 1990 foi o grande momento e foi a primeira vez na história que o governo não precisou de uma lei para dialogar com a população e construir conjuntamente algumas políticas. Pensávamos que o OP conseguiria enfrentar e mudar a política clientelista. De fato, ocorreu este enfrentamento, pois a experiência permite a manifestação das demandas diretamente, sem precisar a intermediação de algum político. Porém percebemos que o padrão clientelista encontra outras formas de retomar. Na medida 24 em que o orçamento participativo de fato se confirmou como um espaço de algum poder, as forças conservadoras, tradicionais, foram encontrando meios de fazer uma volta para ocupar o espaço. 2- Terceirização Comunitária? A fórmula gestão participativa que hoje predomina é uma terceirização através de convênios com creches comunitárias, de assistênciasocial. Estas experiências de terceirização, que deveriam fortalecer as relações comunitárias para reivindicar um espaço melhor no desenvolvimento econômico em nível local, na maioria dos casos estão com a tendência de reconstrução do padrão clientelista. Talvez isso ocorra pela falta de politização deste processo de terceirização. Na prática, quem se apodera não é a comunidade e, sim, o líder comunitário, presidente da associação ou da entidade conveniada. No final, a pessoa que está na liderança acaba não tendo mais tempo para participar das reuniões regulares da organização comunitária. Por outro lado, a demanda que vem do governo, de prestação de contas, é burocrática, e isso acaba transformando essas pessoas num alvo privilegiado dos partidos políticos, porque a pessoa que é o gestor acaba sendo o cabo eleitoral ideal dentro das comunidades. Esta pessoa acaba tendo um poder grande, que pode ser usado para construir coletivamente ou pode não fazer isto. Hoje, dada a concentração da economia em pequenos grupos, torna-se necessária a consolidação de experiências de gestão participativa, caso contrário a idéia de sociedade democrática vai por água abaixo. Por: Sérgio Rômulo - Cientista Político integrante da ONG – Cidades. Porto Alegre/RS. Endereço eletrônico: cfdade@ongcidade.org www.ongcidade.org Site da imagem: comlem-canes.blogspot.com ........................................................................................................................................ ATIVIDADES 1- O processo de descentralização provoca a busca de uma capacitação maior para a gestão das políticas a partir dos desafios que surgem. O texto aponta dois importantes processos de descentralização que são: .............................................................. e ...................................................................... 2- A terceirização não tem ocorrido de forma satisfatória (democrática). Por que isso vem acontecendo de forma tão banal? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 25 LIDERANDO E MOTIVANDO A EQUIPE ESCOLAR 1- Desenvolvendo uma Equipe O desenvolvimento de equipe é uma dimensão fundamental do estilo básico de gestão participativa. O diretor eficaz é um líder que trabalha para desenvolver uma equipe composta por pessoas que em conjunto são responsáveis por garantir o sucesso da escola. Cabe destacar que a ênfase principal da liderança está no seu papel pedagógico, isto é, de efeito transformador de práticas e desenvolvimento de competências, pois "o líder deve ajudar a desenvolver em sua equipe de trabalho as habilidades necessárias para que compartilhem a gestão do desempenho da unidade escolar. Três pilares são fundamentais para sustentar e promover o desenvolvimento de equipe de liderança: a) a criação de uma equipe com responsabilidade compartilhada; b) o desenvolvimento contínuo das habilidades individuais e pessoais; c) construção e a determinação de uma visão de conjunto do trabalho de todos na escola. Este enfoque pedagógico aumenta as chances das tarefas serem realizadas, com qualidade, na medida em que os associados buscam novas oportunidades, compartilham seus conhecimentos, descobrem os problemas em um estágio inicial, antes que se tornem críticos. Os componentes da equipe se sentem comprometidos em levar as decisões adiante, liderando a situação para níveis mais altos de motivação. � Desenvolvimento de equipes � Ensinar as habilidades necessárias para participação eficaz. � Proporcionar apoio e encorajamento para os integrantes da equipe. � Modelar o comportamento de equipe. � Promover contínua interação entre os membros 2- Motivando a Equipe da Escola A Escola XXX, localizada em um bairro de classe média baixa em São Paulo, era uma escola repleta de problemas. Os professores eram mal remunerados e as 26 condições de trabalho eram péssimas. As condições físicas da escola eram precárias, apresentando, por exemplo, o telhado com goteiras e a falta de eletricidade, que indicavam pouca proteção contra as intempéries, que eram particularmente difíceis durante os períodos de muita chuva ou de calor excessivo. Conseqüentemente, por esses aspectos, os professores não se sentiam motivados a realizar um bom trabalho. Porém, com a liderança de sua direção foi possível a mobilização da comunidade para resolver esses problemas, criando um ambiente pró-ativo no enfrentamento das dificuldades escolares, que se tornou, em si, uma fonte de inspiração educacional (Vianna, 1986). Observa-se que a motivação é o empurrão ou a alavanca que estimula as pessoas a agirem e a se superarem. Ela é a chave que abre a porta para o desempenho com qualidade em qualquer situação, tanto no trabalho como em atividades de lazer, e também em atividades pessoais e sociais. Por conseguinte compreender a dinâmica geral da motivação é fundamental para a gestão eficaz. Se a escola almeja alcançar melhor qualidade de trabalho possível de seus funcionários, o diretor deve compreender e ser capaz e aplicar os princípios básicos da motivação humana. Nada mais motiva o profissional do que o fato da organização aceitar as sugestões e ideias dos seus próprios professores e especialistas. Tosos eles, ao mesmo tempo em que devem se adequar aos objetivos específicos da escola onde ensinam, podem contribuir para que esses objetivos sejam continuamente revistos e melhorados em torno da capacidade de seus profissionais. Trata-se, portanto, de um processo contínuo de fluir e refluir de construção recíproca. A escola I; o que dela fazem seus profissionais e estes são aquilo que a escola orienta que sejam. Uma atmosfera de agremiação pode ser um grande fator motivador. Ela fortalece o comprometimento profissional e organizacional, assim como a identidade profissional. Ela também aumenta as possibilidades de troca profissional e de aprendizagem. A participação em atividades profissionais comuns, inclusive o planejamento de currículo, ensino em equipe, avaliação de desempenho e desenvolvimento dos profissionais, amplia as relações de agremiação entre os professores. Verifica-se a respeito que professores que trabalham em escolas onde todos estão com o moral elevado estarão bem mais motivados do que os seus colegas que trabalham em ambientes cujo moral é baixo. � Motivando a equipe da escola � Estabelecer na escola um sentido comum, de cumplicidade, de família, no desenvolvimento dos objetivos educacionais. � Criar oportunidades para freqüentar trocas de idéias, de inovações e criação conjunta no trabalho. � Orientar as ações pedagógicas para que, conjuntamente, promovam a aprendizagem dos alunos e o desenvolvimento profissional do professor. 27 � Dar visibilidade e transparência às ações e seus resultados. 2- Características De Diretores Participativos De Escola Os líderes escolares eficazes, avaliados em pesquisas feitas com alunos apontados por dirigentes educacionais, são capazes de empregar uma série de habilidades de liderança. Para começar, são propensos a definir objetivos claros, que servem como fonte contínua de motivação e de mobilização de pessoas para atuarem pró mente. Eles expressam alto grau de confiança e receptividade com relação aos outros, como também de tolerância em situações ambíguas. Isso permite que os membros da comunidade escolar sintam-se confianteso suficiente para compartilhar informações abertamente e para solicitar e ouvir ativamente o ponto de vista dos outros membros da comunidade escolar. Adicionalmente, os líderes eficazes de escolas desafiam continuamente pressuposições e processos estabelecidos, uma vez que têm a tendência a testar os limites dos sistemas, tanto de forma interpessoal como organizacional. Finalmente, os líderes mais eficazes utilizam o estilo de gestão participativa para envolver os outros no processo de mudança da escola (Blumberg & Greenfield, 1980). � Como agem os diretores eficazes � Definem objetivos claros. � Exibem confiança e receptividade com relação aos outros. � Discutem fatos abertamente. � Solicitam e ouvem ativamente o ponto de vista dos outros. � Convivem com situações ambíguas e com circunstâncias que mudam constantemente aceitando-as. � Utilizam a gestão participativa para conseguir ajuda dos outros. É importante reiterar que o diretor de uma escola eficaz seleciona o estilo de liderança adequado de acordo com a situação. Além disso, trabalha, pacientemente, para construir as habilidades e desenvolver a experiência da equipe educadora ao prover-lhes as orientações e as instruções necessárias, ao apoiar e, finalmente ao delegar as decisões. Ao utilizar largamente as competências da escola para criar uma visão positiva, o líder constrói a confiança dos participantes da comunidade escolar, solicitando e ouvindo os seus pontos de vista dos integrantes. Este líder trabalha para expandir liderança da equipe, ao nutrir e manter viva esta faísca de liderança qualquer momento que ela apareça entre os professores. Esse tipo de diretor encoraja o desenvolvimento da liderança na sala de aula, o uso de idéias criativas, a experiência e o entusiasmo com o intuito de motivar toda a comunidade escolar a alcançar o seu ponto máximo de eficiência. Em seguida, apresentamos uma proposta de autoavaliação de desempenho para que o leitor identifique seus pontos fortes na condição de líder pedagógico. 28 � Avaliação de liderança pedagógica (Checklist) Definição da missão: � Você tira proveito de qualquer oportunidade para discutir os objetivos, os propósitos e a missão da escola com os seus professores, funcionários, alunos e pais, tornando-se visível no prédio da escola, reconhecendo o bom ensino e as conquistas dos alunos e da equipe da escola, em cerimônias escolares formais, e comunicando com entusiasmo as possibilidades futuras. Gestão de currículo: � Você disponibiliza as informações adequadas e o apoio necessário aos professores para que possam envolver-se com sucesso no planejamento curricular, nas inovações educacionais e no desenvolvimento do ensino e aprendizagem dos alunos. Mais ainda, você trabalha para garantir o bom ajuste entre os objetivos curriculares e os testes de realizações. Você busca aumentar o seu conhecimento e de sua equipe sobre métodos pedagógicos, de tal forma que possa tornar válidas e úteis as sugestões e as críticas sobre o trabalho dos seus professores e seus funcionários. Supervisão de ensino: � Você dedica tempo em orientar os professores de sua escola sobre como ensinar, observando o seu desempenho em aulas e encorajando os funcionários a fazerem o melhor no seu trabalho. Você instrui e aconselha os professores de uma maneira solidária encorajando-os a definir objetivos que proporcionem o próprio crescimento profissional. Quando precisa criticar alguns dos seus professores e funcionários, você comporta-se como um mentor ao invés de um juiz avaliador. Monitoramento do progresso dos alunos: � Você revisa com os professores os dados sobre o desempenho dos alunos e usa o levantamento das informações sobre estes, para medir o progresso, no sentido de atingir os objetivos da escola. Além disso, você fornece aos professores, com facilidade e presteza, informações dos alunos e as utiliza para ajudar a determinar os pontos fortes e fracos no programa pedagógico. Promoção do clima pedagógico: � Você encoraja os professores a tentar novas ideias, elogia e reconhece os professores por um trabalho bem feito e pede aos pais e alunos que façam o mesmo. Você reforça as altas expectativas para realizações acadêmicas e enfatiza orientações claras, sobre o assunto, nas políticas e nos procedimentos da escola. 29 BIBLIOGRAFIA LÜCK, Heloísa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. Site da imagem: futurekids.com.br ....................................................................................................................................... ATIVIDADES 1- O desenvolvimento de equipe é uma dimensão fundamental do estilo básico de gestão participativa. Três são pilares para sustentar e promover o desenvolvimento de uma equipe de liderança. Cite-os. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. 2- Responda: a) O que é importante observar no desenvolvimento de Equipes? ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. b) Como motivar a equipe da escola? ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. c) Quais são as principais características dos diretores eficazes? ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. d) Como agem os diretores eficazes? ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. ................................................................................................................................. 3- Informe as etapas da Avaliação de liderança pedagógica .................................................................................................................................................................................................................................................................. ................................................................................................................................. 30 OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E A GESTÃO ESCOLAR 1- Ética Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal seja relativamente à determinada sociedade, seja do modo absoluto. (Novo Dicionário do Aurélio/Folha de S. Paulo) Como a visão de mundo ou paradigma teórico do gestor e do professor influenciam o ensino, o paradigma behaviorista predominante influenciou a nós todos. É por isto que a teoria de Piaget serve como uma luz esclarecedora para a maioria das pessoas. As implicações da teoria de Piaget levam-nos a pensar de uma nova forma sobre o ensino. Reconhecer a necessidade de uma mudança de paradigma é um modo de demonstrar respeito pela profissão. Esta construção leva tempo porque, para alguns gestores e professores, ela envolve uma reestruturação básica de crenças fundamentais e modos de ser. 1º Leque • Trabalhar com respeito: � Respeito a você, ao primeiro próximo, aos seres humanos... vivos, naturais... • Trabalhar sempre com autoridade: � Autonomia dada pela competência política, produzida pelo: desempenho profissional (C.H+C.T)3 estruturado dentro de um processo constantemente avaliativo (individual, grupal e autoavaliativo). 2º Leque • Ter postura ética: � Não rotulando, não humilhando, sabendo criticar (o que é certo e o que e errado?) • Ser honesto com você mesmo: � Saber distinguir entre deveres e direitos. (horários, pontualidade, tarefas e prazos, seriedade). 3º Leque • Entender-se como grupo: � Acreditar nas tomadas de decisões de forma colegiada e direcioná-la ao cumprimento. • Planejar estrategicamente os resultados: 3 C.H+C.T- carga horária + carga de trabalho 31 � Qualidade de ensino e de serviços e comprometimento com as metas a serem alcançadas. 4º Leque • Ser eficaz: � Reconhecer a profissão, ser educador, ter prazer pela realização profissional (sofrida e mal reconhecida). • Desempenhar bem seu papel: � Ser solidário, disponível, comprometer-se à "humanidade". Reconhecer o planeta. Estar em "graça"! 2- A Ética Social e a Empatia A ética, em linhas gerais, é a ciência da moral, o comportamento de respeito e solidariedade que deve vigorar entre os componentes de um grupo profissional ou social. A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, sentindo suas emoções. Tomando-se por base esses dois conceitos é fácil perceber sua relação, pois ambos alimentam-se da autoconsciência; quanto mais aberta é a pessoa na avaliação de suas emoções, mais pronta estará para ser solidária e sentir as emoções de quem está ao seu lado. REFERÊNCIA RADICCHI, Evelyn. Princípios éticos da educação. Caderno CTE. Belo Horizonte: CTE, 2003. Site da imagem: cursosavante.com.br ........................................................................................................................................ ATIVIDADES 1- Dê o conceito de ética segundo o texto lido. ................................................................................................................................... ................................................................................................................................... ................................................................................................................................... 2- A ética envolve uma reestruturação básica de crenças fundamentais e modos de ser, que são recomendados por meio de leques. O que sugere cada leque? ................................................................................................................................... ................................................................................................................................... ................................................................................................................................... ................................................................................................................................... ................................................................................................................................... 3- Discorra sobre Ética Social e a Empatia. ................................................................................................................................... ................................................................................................................................... ................................................................................................................................... 32 O PAPEL DO DIRETOR Como um maestro, o líder da equipe concilia o trabalho pedagógico com o administrativo É possível fazer uma comparação entre o trabalho de um maestro e o de um diretor de escola. Ambos são líderes e regem uma equipe. O primeiro segue a partitura e é responsável pelo andamento e pela dinâmica da música. O segundo administra leis e normas e cuida da dinâmica escolar. Os dois servem ao público, mas a platéia do "regente-diretor" não se restringe a bater palmas ou vaiar. Ela é formada por uma comunidade que participa da cena educacional. Mais do que um administrador que cuida de orçamentos, calendários, vagas e materiais, quem dirige a escola precisa ser um educador. E isso significa estar ligado ao cotidiano da sala de aula, conhecer alunos, professores e pais. Só assim ele se torna um líder, e não apenas alguém com autoridade burocrática. Para Antônio Carlos Gomes da Costa, pedagogo e consultor, há três perfis básicos nessa função: O administrador escolar – mantém a escola dentro das normas do sistema educacional, segue portarias e instruções, é exigente no cumprimento de prazos; O pedagógico – valoriza a qualidade do ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica e cria oportunidades de capacitação docente; O sociocomunitário – preocupa-se com a gestão democrática e com a participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e lideranças do bairro, abre a escola nos finais de semana e permite trânsito livre em sua sala. Como é muito difícil ter todas essas características, o importante é saber equilibrá- las, com colaboradores que tenham talentos complementares. Delegar e liderar devem ser as palavras de ordem. E mais: o bom diretor indica caminhos, é sensível às necessidades da comunidade, desenvolve talentos, facilita o trabalho da equipe e, é claro, resolve problemas. O que ele faz � Incentiva iniciativas inovadoras. � Elabora planos diários e de longo prazo visando à melhoria da escola. 33 � Gerencia os recursos financeiros e humanos. � Assegura a participação da comunidade na escola. � Identifica as necessidades da instituição e busca soluções. (REFERÊNCIA: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/como-fazer-reuniao-feedback-funcionarios- 665165.shtml. Acesso: 12 abr. 2012.) 1- O GESTOR MEDIADOR Frequentemente temos enfatizado que as habilidades de mediação do professor estão entre os pré-requisitos mais essenciais para que qualquer processo de ensino aprendizagem produza um efeito significativo. Se falamos, portanto, do potencial de mediação do professor. Mas, e o gestor? Como anda seu potencial de mediação? As habilidades vistas como qualidade essencial
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