sociologia- resumo livro ana lucia sabadell

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P2 SOCIOLOGIA
CAPÍTULO 2- ABORDAGEM SOCIOLÓGICA DO SISTEMA JURÍDICO:
DIREITO SOCIOLOGIA
O direito é um fato social
O direito possui uma única fonte: “a vontade do grupo social”
A sociologia jurídica deve pesquisar os “fatos do direito”, cuja manifestação não depende da lei escrita, mas sim da sociedade, que produz estes fatos e cria relações jurídicas
Foram desenvolvidas duas abordagens da sociologia jurídica: a “sociologia DO direito” e a “sociologia NO direito”
SOCIOLOGIA DO DIREITO (ABORDAGEM POSITIVISTA)
Direito é uma ciência autônoma, independente e soberana
Direito se traduz como uma relação de leis com leis = se o direito é a “lei e as relações entre as leis”, tudo o que não for “lei e relações entre leis” fica fora da ciência jurídica
O observador é neutro = a sociologia jurídica pode estudar e criticar o direito, mas não pode ser parte integrante dessa ciência
SOCIOLOGIA NO DIREITO (ABORDAGEM EVOLUCIONISTA)
O Direito é uma ciência interdisciplinar
O Direito necessita de outras ciências para se explicar e desenvolver
O observador não é neutro
Muitas vezes será também necessário que o aplicador do direito recorra a estudos sociológicos e consulte peritos para comprovar fatos e para constatar a opinião da sociedade em casos juridicamente relevantes.
Os adeptos dessa abordagem afirmam que o magistrado sempre faz um juízo de valores e nunca aplica a lei de modo “puro”: nas suas decisões projeta valores pessoais, exprimindo a sua visão de mundo
DEFINIÇÃO DA SOCIOLOGIA JURÍDICA
A sociologia jurídica examina a influência dos fatores sociais sobre o direito e as incidências deste último na sociedade, ou seja, os elementos de interdependência entre o social e o jurídico, realizando uma leitura externa do sistema jurídico
A sociologia examina as causas sociais e os efeitos sociais das normas jurídicas
O objeto de análise é a “realidade jurídica”, na tentativa de responder três questões fundamentais:
POR QUE SE CRIA UMA NORMA OU UM INTEIRO SISTEMA JURÍDICO?
Refere-se ao sentido da observação externa = o pesquisador procura olhar o direito, colocando-se numa outra perspectiva, que pode ser política, econômica etc.
PRODUÇÃO
COMO SE DÁ A APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA NA VIDA SOCIAL?
Refere-se à relação entre a sociedade e o direito 
Essa terminologia pode induzir ao erro de que o direito seria um sistema situado fora da sociedade e, portanto, deveria ser analisado em suas relações com ela = por isso, Luhmann estabelece como objeto de análise sociológica o direito da sociedade, indicando que o direito é um subsistema dessa última
APLICAÇÃO
QUAIS AS RAZÕES PARA A REVOGAÇÃO, DESUSO OU LETRA MORTA DE UMA NORMA?
EXTINÇÃO 
CAPÍTULO 3- A FUNÇÃO DA SOCIOLOGIA JURÍDICA E A EFICÁCIA DO DIREITO
A TRIDIMENSIONALIDADE DO DIREITO E ESPECIFICIDADE DA ABORDAGEM SOCIOLÓGICA
FATO EFICÁCIA
VALOR JUSTIÇA
NORMA VALIDADE
FATO EFICÁCIA
O fato social é geral, coercível e externo ao indivíduo
Examina a faticidade do direito, isto é, a realidade social do direito
Precisa ser notório, corriqueiro
VALOR JUSTIÇA
Valor= proteção 
Examinam a idealidade do direito = justificação do sistema jurídico atual, buscados melhores princípios de organização social etc. 
NORMA VALIDADE
Estudo “interno” do direito positivo, interessa ao “dogmático” ou intérprete do direito 
O objeto de conhecimento é a normatividade do direito
EFEITOS SOCIAIS, EFICÁCIA E ADEQUEÇÃO INTERNA DAS NORMAS JURÍDICAS
A análise das repercussões sociais de uma norma jurídica formalmente válida pode ser feita em três perspectivas:
EFEITO SOCIAL DA NORMA:
Qualquer repercussão da norma na sociedade
Debates, mídia, conversas, alterações de comportamento sem o descumprimento da norma
EFICÁCIA DA NORMA:
Definição técnica
Grau de cumprimento da norma dentro da prática social
Considerada socialmente eficaz quando cumprida de forma espontânea (eficácia primária)
Considerada socialmente eficaz quando sua violação for punida pelo Estado (eficácia secundária)
EFICÁCIA PRIMÁRIA: Cumprimento espontâneo, conscientização, cultura e educação
EFICÁCIA SECUNDÁRIA: Descumprimento, Intervenção repressiva do Estado= (Jus Puniendi)
ADEQUAÇÃO INTERNA DA NORMA:
Capacidade da norma em atingir a finalidade social estabelecida pelo legislador
Funcionalidade da norma
 Mens legislatoris= Intenção e valores almejados pelo legislador
Denomina-se INTERNA, porque se refere à relação entre os objetivos pretendidos pelo legislador, quando edita a norma, e os resultados alcançados pela aplicação da mesma. Avaliação interna do Sistema. Responde às seguintes perguntas: 
1) O MEIO EMPREGADO (NORMA) PERMITE ATINGIR OS OBJETIVOS DO LEGISLADOR? 
2) A NORMA É FUNCIONAL DENTRO DO SISTEMA?
Obs: ADEQUAÇÃO EXTERNA DA NORMA =adaptação da norma a valores maiores, em especial, o valor justiça.
EXEMPLO QUE ENGLOBA AS 3:
NORMA QUE ESTABELECE O RODÍZIO DE CARROS:
O efeito da norma pode ser qualquer comportamento social causado pela mesma, tais como, debates ou notícias
A eficácia é o grau de cumprimento da norma por parte dos motoristas e o controle da sua aplicação pela polícia 
A adequação interna da norma nos indica se o respeito à mesma é suficiente para alcançar os objetivos do legislador (ex: diminuir a poluição)
FATORES DE EFICÁCIA DA NORMA NO DIREITO MODERNO
Quanto mais forte a presença dos fatores, maior a probabilidade de eficácia da norma.
Fatores instrumentais = vinculados aos órgãos de elaboração e aplicação do direito.
Fatores referentes à situação social= vinculados às condições de vida da sociedade e sua atuação.
FATORES INSTRUMENTAIS
1) DIVULGAÇÃO DO CONTEÚDO DA NORMA 
Na população pelos meios adequados, empregando métodos educacionais e propaganda comunicacional (política e comercial).
2) CONHECIMENTO EFETIVO
da norma por seus destinatários (sociedade)
3) PERFEIÇÃO TÉCNICA DA NORMA
Requisitos: Clareza, brevidade, precisão, lógica, sistematicidade.
Lei Complementar n. 95/1998
EXEMPLO: 3 anos de atividade jurídica MP e Magistratura EC n.45/2004.
4) ELABORAÇÃO DE ESTUDOS PREPARATÓRIOS 
São considerados estudos: estatísticas, pesquisas de institutos especializados, estudos sobre custos e infraestrutura para criação e aplicação de normas.
Comissões de estudos formados por expertises, especialistas. Vide Comissão do Código Civil de 2002 (Presidente da Comissão – Miguel Reale)
5) PREPARAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO DIREITO
Visão Humanista. 
Conhecimento Holístico. 
Preparação e aprimoramento intelectual.
Compreensão histórico-social.
Compreensão política.
Percepção crítica e reflexiva.
Não acomodação. Angústia que leva ao questionamento
6) NORMAS DE ADESÃO
Normas que estimulam a contrapartida da sociedade
Bônus, descontos, vantagem
Sanção premial
FATORES REFERENTES À SITUAÇÃO SOCIAL
Fatores ligados às condições de vida da sociedade em determinado momento histórico;
O sistema de relações sociais e a atitude do poder político diante da sociedade civil influenciam as chances de aplicação das normas vigentes.
1) PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DAS NORMAS
Formas democráticas de exercício de poder;
Participação popular;
Organização popular/Grupos Sociais/ Pressão e Lobby
Consultas populares;
2) COESÃO SOCIAL
Quanto menos conflitos em uma sociedade, em determinado momento, e quanto mais consenso entre os cidadãos mais forte será o grau de eficácia das normas vigentes.
Quanto maior a paz social, maior será a eficácia das normas
3) ADEQUAÇÃO DA NORMA À SITUAÇÃO POLÍTICA E ÀS RELAÇÕES DE FORÇA DOMINANTES
Uma norma que corresponde à realidade política e social possui mais chances de ser cumprida
4) Contemporaneidade das normas com a sociedade
Normas antigas ou normas inovadoras/vanguardistas encontram dificuldades para sua efetivação;
Planejamento das condutas/conscientização;
Normas vanguardistas dependem da conscientização, da cultura e do planejamento social.
Exemplos: Licença-Parental, questões ambientais..
VALORES E AXIOLOGIA 
FELICIDADE
Aristóteles 
Ética a Nicômaco- caminho do meio termo, ponderação e equidade.
ÚTIL
Todos nós buscamos a realização de bens econômicos para satisfação de nossas necessidades vitais.
 O valor daquilo que é "útil-vital" implica um complexo de atividades humanas no comércio, na indústria, na agricultura e uma série de atividades empenhadas na produção circulação e distribuição das riquezas
SANTO
É o valor ao qual correspondem as religiões e os cultos.
 Também neste campo existem homens que só vivem do valor do "santo", do "sacro", embora todos os homens, mais ou menos, sintam a necessidade dessa complementação transcendente da vida.
 É o valor do divino norteando o homem na sociedade, exigindo determinado comportamento por parte dos indivíduos e dos grupos.
PODER
É o valor determinante da Política, que é a ciência da organização do poder e a arte de realizar o bem social com o mínimo de sujeição. 
Há uma Ética da política ou Ética do poder, assim como homens há para os quais a "razão de Estado" deve prevalecer sobre todos os valores. 
A Política acima de tudo, da religião, da arte, da ciência etc., todas postas a seu serviço, como nos Estados totalitários.
BEM INDIVIDUAL E BEM COMUM
Todos os homens procuram alcançar o que lhes parecer ser o "bem" ou a felicidade. 
O fim que se indica com a palavra "bem" corresponde a várias formas de conduta que compõem, em conjunto, o domínio da Ética. 
Esta, enquanto ordenação teórico-prática dos comportamentos em geral, na medida e enquanto se destinam à realização de um bem, pode ser vista sob dois prismas fundamentais.
VALOR DA COLETIVIDADE EM QUE O INDIVÍDUO ATUA
Quando a ação ou conduta é analisada em função de suas relações intersubjetivas, implicando a existência de um bem social, que supera o valor do bem de cada um, numa trama de valorações objetivas, a Ética assume duas expressões distintas: a da Moral Social (Costumes e Convenções sociais); e a do Direito.