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Sebenta de Anatomia Angiológica (coração e vasos)

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1  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
CHARLIE 
Sebenta de Anatomia Angiológica 
1º Ano, 2º Semestre 
 
 
 
 
 
 
 
Autores: 
‐ Susana Filipa Pires Barrambana 
‐ Nuno Alexandre de Sousa Reis Carreira 
‐ Alina Guenadyevna Frolova 
‐ Anna‐Franziska Mandt 
‐ Ana Paula Ribeiro Reis 
‐ Margarida Buescu Saramago 
 
2009/2010 
 
 
 
 
N.A. – por favor, tenham paciência com esta sebenta... Bem sei que não está muito completa, mas sabem tão bem quanto nós o 
quão difícil é arranjar tempo durante este semestre para “actividades extracurriculares” com tanto diário e poster e apresentação 
disto e daquilo. Espero que isto ajude alguém nestes míseros dias antes da oral e do exame de Módulo II.II, e aproveito para dizer 
que vamos trabalhar nesta e noutra sebenta durante as férias para os nossos futuros caloirinhos! :D Bom estudo! 
‐ Margarida Saramago 
 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
2  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
Prefácio 
 
  Não, este não é um prefácio de um excelentíssimo senhor professor doutor. Eu bem 
que  preferiria  o  professor  Gonçalves‐Ferreira  a  escrevê‐lo.  Pensei  também  noutros  tantos 
mestres da anatomia, que possivelmente já não estarão entre nós para que o pudessem fazer. 
Este é um simples prefácio de um aluno do 2º ano, que se juntou a quatro alunas do primeiro 
ano (entre as quais a sua tutoranda e não só), que até gosta de anatomia e decidiu embarcar 
nesta aventura anatómica. 
 
  O  objectivo  deste  “Charlie”,  versão  1,  será  facilitar  a  todos  os  alunos  do  1º  ano  da 
Faculdade  de  Medicina  de  Lisboa,  o  estudo  da  anatomia  angiográfica.  Em  breve  surgirá  a 
versão  2,  que  irá  possuir  toda  a  esplancnologia  cervical,  torácica,  abdominal  e  pélvica, 
abordando os  sistemas  respiratório,  gastro‐intestinal,  urinário,  reprodutor e  endócrino  (com 
excepção da hipófise e glândula pineal, assunto a ser abordado no tronco das Neurociências). 
 
  Este  trabalho  é  um desafio  interessante,  não  tenho dúvidas, mas  reconheço o  valor 
que pode ter para os estudantes. Eu próprio, se estivesse no primeiro ano, estudaria por aqui. 
Espero, e esperamos nós os seis, que o “Charlie” seja da maior utilidade para todos os alunos. 
As  autoras  que  fazem  parte  deste  trabalho  (não  falo  de  mim  porque  isso  não  seria 
politicamente  correcto)  foram  rigorosas  e  metódicas    neste  trabalho,  e  o  seu  empenho  e 
dedicação são inquestionáveis.  
 
  Quanto à  razão do nome, apenas  recomendo que os  interessados  vão ao youtube e 
procurem “Charlie the Unicorn”, e divirtam‐se. 
 
  Bem sei que anatomia pode ser chata, muito chata, ou mesmo muitíssimo chata. E sim, 
às  vezes  parece  uma  praga  que  nos  persegue  dia  e  noite.  Não  é  fácil,  não  há  dúvida, mas 
espera‐se que este trabalho ajude nesse sentido, de facilitar. 
 
  A todos os que lêem este prefácio apenas recomendo, enquanto estudante do 2º ano: 
não desesperem durante o estudo. O  tempo é  curto,  eu  sei, mas há que  saber  ser  forte de 
espírito, enfrentar e ultrapassar as adversidades. O estudo da anatomia compreende muitos 
métodos,  e  cabe  a  cada  um  descobrir  o  seu.  Ao  lerem  este  trabalho,  mantenham  sempre 
próximo um Netter, porque é vendo imagens que as coisas entram na cabeça. 
 
  E não se esqueçam, integrem tudo como um todo, porque a anatomia nunca pode ser 
vista individualmente, porque tudo está intimamente ligado e relacionado. 
   
  E  termino  com  algo  que  o  professor  Gonçalves‐Ferreira  terminaria  este  prefácio,  se 
fosse ele a escrevê‐lo: 
  “Não é preciso saber tudo de anatomia, mas sim a anatomia toda” 
 
                  Nuno Carreira 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
3  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
Índice 
Prefácio ......................................................................................................................................... 2 
1.  Coração e Pericárdio ............................................................................................................. 9 
1.1.  Generalidades ............................................................................................................... 9 
1.2.  Configuração exterior .................................................................................................. 10 
1.2.1.  Face anterior (esterno‐costal) ............................................................................. 10 
1.2.2.  Face póstero‐inferior (diafragmática) ................................................................. 11 
1.2.3.  Face esquerda (pulmonar) .................................................................................. 11 
1.2.4.  Bordos ................................................................................................................. 12 
1.2.5.  Base ..................................................................................................................... 12 
1.2.6.  Vértice ................................................................................................................. 12 
1.3.  Configuração interior .................................................................................................. 13 
1.3.1.  Divisão do coração .............................................................................................. 13 
1.3.2.  Septo inter‐ventricular ........................................................................................ 13 
1.3.3.  Septo inter‐auricular ........................................................................................... 14 
1.3.4.  Ventrículos – características gerais ..................................................................... 14 
1.3.4.1.  Orifícios aurículos‐ventriculares ...................................................................... 14 
1.3.4.2.  Orifícios arteriais ............................................................................................. 15 
1.3.4.3.  Paredes dos ventrículos .................................................................................. 15 
1.3.5.  Ventrículo direito ................................................................................................ 15 
1.3.5.1.  Paredes ............................................................................................................ 15 
1.3.5.2.  Vértice ............................................................................................................. 16 
1.3.5.3.  Base ................................................................................................................. 16 
1.3.5.4.  Orifício A‐V direito e válvula tricúspide ........................................................... 16 
1.3.5.5.  Pilares do ventrículo direito anexados à válvula tricúspide ............................ 16 
1.3.5.6.  Orifício da artéria pulmonar (infundibulum) ................................................... 17 
1.3.6.  Ventrículo esquerdo ............................................................................................ 17 
1.3.6.1.  Paredes e bordos ............................................................................................. 17 
1.3.6.2.  Vértice ............................................................................................................. 17 
1.3.6.3.  Base ................................................................................................................. 17 
1.3.6.4.  Orifício A‐V esquerdo e válvula mitral ............................................................ 18 
1.3.6.5.  Pilaresdo VE anexados à válvula mitral .......................................................... 18 
1.3.6.6.  Orifício aórtico ................................................................................................. 18 
1.3.7.  Câmaras do coração ............................................................................................ 18 
1.3.7.1.  Ventrículo direito ............................................................................................ 18 
1.3.7.2.  Ventrículo esquerdo ........................................................................................ 19 
 
4  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
1.3.8.  Aurículas .............................................................................................................. 19 
1.3.8.1.  Aurícula direita ................................................................................................ 19 
1.3.8.2.  Aurícula esquerda ........................................................................................... 20 
1.4.  Sistema cardionector .................................................................................................. 20 
1.4.1.  Nódulo sino‐arterial ............................................................................................ 20 
1.4.2.  Segmento A‐V (de His) ........................................................................................ 21 
1.4.3.  Vascularização do sistema cardionector ............................................................. 21 
1.5.  Estrutura do coração ................................................................................................... 22 
1.5.1.  Miocárdio ............................................................................................................ 22 
1.5.1.1.  Esqueleto fibroso do coração .......................................................................... 22 
1.5.1.2.  Fibras musculares ............................................................................................ 23 
1.5.2.  Endocárdio .......................................................................................................... 23 
1.6.  Artérias ........................................................................................................................ 23 
1.6.1.  Artéria coronária esquerda ................................................................................. 23 
1.6.2.  Artéria coronária direita ...................................................................................... 24 
1.6.3.  Artérias do pericárdio.......................................................................................... 25 
1.7.  Veias ............................................................................................................................ 25 
1.7.1.  Veias superficiais ................................................................................................. 25 
1.7.2.  Veias profundas ................................................................................................... 26 
1.7.3.  Veias do pericárdio .............................................................................................. 26 
2.  Vascularização da cabeça e pescoço ................................................................................... 26 
2.1.  Artérias ........................................................................................................................ 26 
2.1.1.  Artérias Carótidas Primitivas ............................................................................... 26 
2.1.2.  Artéria Carótida Externa ...................................................................................... 27 
2.1.2.1.  Artéria Temporal Superficial ........................................................................... 30 
2.1.2.2.  Artéria Maxilar Interna .................................................................................... 30 
2.1.3.  Artéria Carótida Interna ...................................................................................... 31 
2.1.4.  Polígono de Willis ................................................................................................ 32 
2.1.5.  Artéria Subclávia.................................................................................................. 33 
2.2.  Veias ............................................................................................................................ 35 
2.2.1.  Sistema das Veias Jugulares Internas .................................................................. 35 
2.2.1.1.  Seios Cranianos ............................................................................................... 35 
2.2.1.1.1.  Grupo Póstero‐Superior .................................................................................. 35 
2.2.1.1.2.  Grupo Ântero‐Inferior: Seio Cavernoso .......................................................... 37 
2.2.1.2.  Veia Jugular Interna ......................................................................................... 39 
2.2.2.  Sistema das Veias Jugulares Superficiais ............................................................. 40 
2.2.2.1.  Veia Jugular Externa ........................................................................................ 40 
2.2.2.2.  Veia Jugular Anterior ....................................................................................... 40 
 
5  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
2.2.3.  Veias Tiroideias Inferiores ................................................................................... 41 
2.2.4.  Sistema das Veias da Região Posterior do Pescoço e Nuca ................................ 41 
2.2.4.1.  Veia Jugular Posterior...................................................................................... 41 
2.2.4.2.  Veia Vertebral .................................................................................................. 41 
2.2.5.  Veia Subclávia ...................................................................................................... 41 
2.2.6.  Anastomoses entre as Veias da Cabeça e do Pescoço ........................................ 42 
3.  Vascularização do Membro Superior .................................................................................. 42 
3.1.  Artérias ........................................................................................................................ 42 
3.1.1.  Artéria axilar ........................................................................................................ 42 
3.1.1.1.  Ramos colaterais ............................................................................................. 43 
3.1.2.  Artéria umeral ..................................................................................................... 43 
3.1.2.1.  Relações .......................................................................................................... 43 
3.1.2.2.  Ramos colaterais ............................................................................................. 44 
3.1.3.  Artéria radial........................................................................................................ 44 
3.1.3.1.  Relações .......................................................................................................... 44 
3.1.3.2.  Ramos colaterais ............................................................................................. 44 
3.1.4.  Artéria cubital ...................................................................................................... 45 
3.1.4.1.  Relações .......................................................................................................... 45 
3.1.4.2.  Ramos colaterais .............................................................................................45 
3.1.5.  Círculo arterial do cotovelo ................................................................................. 45 
3.1.6.  Artérias da mão ................................................................................................... 46 
3.1.6.1.  Arcada palmar superficial ................................................................................ 46 
3.1.6.2.  Arcada palmar profunda ................................................................................. 46 
3.1.6.3.  Arcada dorsal do carpo ................................................................................... 46 
3.2.  Veias ............................................................................................................................ 46 
3.2.1.  Veias Profundas ................................................................................................... 46 
3.2.2.  Veias Superficiais ................................................................................................. 47 
3.2.2.1.  Veias Superficiais da Mão................................................................................ 47 
3.2.2.2.  Veias Superficiais do Antebraço ...................................................................... 47 
3.2.2.3.  Veias Superficiais do Braço ............................................................................. 48 
3.2.3.  Anastomoses ....................................................................................................... 48 
4.  Vascularização do Tronco .................................................................................................... 48 
4.1.  Artérias ........................................................................................................................ 48 
4.1.1.  Artéria Pulmonar ................................................................................................. 48 
4.1.2.  Artéria Aorta ........................................................................................................ 49 
4.1.2.1.  Ramos Terminais da Aorta .............................................................................. 50 
4.2.  Veias ............................................................................................................................ 53 
4.2.1.  Veias Pulmonares ................................................................................................ 53 
 
6  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
4.2.2.  Veia Cava Superior .............................................................................................. 53 
4.2.3.  Veias Ázigos ......................................................................................................... 53 
4.2.3.1.  Grande Veia Ázigos .......................................................................................... 53 
4.2.3.2.  Veia Hemiázigos Inferior ................................................................................. 54 
4.2.3.3.  Veia Hemiázigos Superior ................................................................................ 54 
4.2.4.  Veias do Ráquis ................................................................................................... 54 
4.2.4.1.  Plexo Intraraquidiano ...................................................................................... 54 
4.2.4.2.  Plexo Extraraquidiano ..................................................................................... 56 
4.2.5.  Veia Cava Inferior ................................................................................................ 56 
4.2.6.  Sistema da Veia Porta ......................................................................................... 58 
4.2.6.1.  Tronco da Veia Porta ....................................................................................... 59 
4.2.6.2.  Veias Portas Acessórias ................................................................................... 59 
5.  Vascularização do Membro Inferior .................................................................................... 59 
5.1.  Artérias ........................................................................................................................ 59 
5.1.1.  Ramos Extrapélvicos da Artéria Ilíaca Interna ou Hipogástrica .......................... 60 
5.1.2.  Artéria Femural ................................................................................................... 61 
5.1.3.  Artéria Popliteia .................................................................................................. 61 
5.1.4.  Artéria Tibial Anterior .......................................................................................... 62 
5.1.5.  Artéria Pediosa .................................................................................................... 62 
5.1.6.  Tronco Tibio‐Peroneal ......................................................................................... 63 
5.1.7.  Artéria Peroneal .................................................................................................. 63 
5.1.8.  Artéria Tibial Posterior ........................................................................................ 63 
5.1.9.  Artérias Plantares ................................................................................................ 63 
5.2.  Veias ............................................................................................................................ 64 
5.2.1.  Veias Profundas ................................................................................................... 64 
5.2.2.  Veias Superficiais ................................................................................................. 65 
5.2.2.1.  Veias Superficiais do Pé ................................................................................... 65 
5.2.2.2.  Veias Superficiais da Perna e Coxa .................................................................. 66 
5.2.3.  Anastomoses ....................................................................................................... 66 
5.2.4.  Veias Extrapélvicas .............................................................................................. 66 
6.  Linfáticos ............................................................................................................................. 66 
1.  Introdução ....................................................................................................................... 66 
2.  Generalidades ................................................................................................................. 67 
3.  Drenagem linfática da cabeça e do pescoço ................................................................... 67 
a.  Círculo ganglionar pericervical .................................................................................... 68 
b.  Gânglios sublinguais e retrofaríngeos ......................................................................... 70 
c.  Gânglios cervicais anteriores ....................................................................................... 71 
d.  Gânglios cervicais laterais ........................................................................................... 71 
 
7  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
e.  Drenagem linfática da faringe ..................................................................................... 72 
f.  Drenagem linfática da laringe ..................................................................................... 72 
g.  Drenagem linfática da tiroideia ................................................................................... 73 
4.  Drenagem linfática do membro superior ........................................................................74 
a.  Sistema superficial ...................................................................................................... 74 
b.  Sistema profundo ........................................................................................................ 75 
5.  Drenagem linfática do membro inferior ......................................................................... 76 
a.  Sistema superficial ...................................................................................................... 76 
b.  Sistema profundo ........................................................................................................ 77 
6.  Drenagem linfática da cavidade pélvica .......................................................................... 78 
a.  Cadeia ilíaca externa ................................................................................................... 78 
b.  Cadeia ilíaca interna .................................................................................................... 79 
c.  Cadeia ilíaca primitiva ................................................................................................. 79 
d.  Cadeia pré‐sagrada ...................................................................................................... 79 
e.  Drenagem linfática da bexiga ...................................................................................... 79 
f.  Drenagem linfática da próstata ................................................................................... 79 
g.  Drenagem linfática do ovário ...................................................................................... 79 
h.  Drenagem linfática do útero ....................................................................................... 79 
i.  Drenagem linfática do recto ........................................................................................ 80 
7.  Drenagem linfática do abdómen ..................................................................................... 80 
a.  Sistema parietal ........................................................................................................... 80 
b.  Sistema visceral ........................................................................................................... 81 
c.  Drenagem linfática do Fígado ..................................................................................... 81 
d.  Drenagem linfática do estômago ................................................................................ 82 
e.  Drenagem linfática do intestino delgado .................................................................... 82 
f.  Drenagem linfático do cólon ....................................................................................... 82 
g.  Drenagem linfática do pâncreas ................................................................................. 82 
h.  Drenagem linfática do rim ........................................................................................... 83 
8.  Drenagem linfática do tórax ............................................................................................ 83 
a.  Sistema parietal ........................................................................................................... 83 
b.  Sistema Visceral........................................................................................................... 83 
c.  Drenagem linfática do coração ................................................................................... 84 
d.  Drenagem linfática do pulmão .................................................................................... 84 
e.  Drenagem linfática do esófago ................................................................................... 85 
f.  Drenagem linfática da mama ...................................................................................... 85 
9.  Grandes vias linfáticas abdominais‐torácicas ................................................................. 85 
a.  Canal torácico .............................................................................................................. 85 
b.  Via paraesofágica de Santos‐Ferreira .......................................................................... 86 
 
8  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
c.  Via para‐cávica ............................................................................................................ 86 
d.  Via trans‐diafragmática de Kuttner ............................................................................. 86 
e.  Via para‐umbilical ........................................................................................................ 86 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
9  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
1. Coração e Pericárdio 
1.1. Generalidades 
 
Coração
Órgão central da circulação
Formado por:
Miocárdio
Massa 
contráctil
Endocárdio
Membrana 
interna
Pericárdio
Membrana 
externa
Divide‐se em:
Coração 
esquerdo 
Sangue 
arterial
Coração 
direito 
Sangue 
venoso
Aurículas
Superiores
Ventrículos
Inferiores
Situa‐ se:
Mediastino 
médio
Entre a 
face 
interna dos 
pulmões
Septo interauricular – entre as aurículas esquerda e 
direita 
Septo interventricular – entre os ventrículos esquerdo e 
direito 
Orifício aurículo‐ventricular – entre o ventrículo e 
aurícula esquerdos/ventrículo e aurícula direitos 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
10  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
Segmento ântero‐inferior 
(ventricular)
‐ Separado do segmento 
médio pelo sulco aurículo‐
ventricular.
‐ Sulco interventricular 
anterior (vasos 
interventriculares 
anteriores, ramos da 
coronária esquerda).
‐ Face anterior dividida em 
duas partes pelo sulco 
interventricular anterior: 
esquerda (estreita) e direita 
(extensa).
Segmento médio (arterial)
‐ Superior ao sulco aurículo‐
ventricular.
‐ Origem das artérias 
pulmonares e aorta.
Segmento póstero‐superior 
(auricular)
‐ Leito dos vasos arteriais 
(porção ascendente da 
crossa da aorta e ramo 
direito da artéria 
pulmonar).
‐ Corona cordis ("abraçar" 
das artérias pulmonar e 
aorta pelas aurículas e 
apêncices auriculares).
‐ Apêndice auricular direito: 
transverso, achatado, 
relaciona‐se com a aorta e a 
prega pré‐aórtica.
‐ Apêndice auricular 
esquerdo: "estrangulado" 
na porção média, relaciona‐
se com  a artéria pulmonar.
Forma do coração (em diástole) 
 Pirâmide triangular: 
o Base póstero‐superior 
o Vértice ântero‐inferior 
o 3 faces  
o 3 bordos (2 se em sístole) 
 
Meios de fixação 
 Grandes vasos 
 Meios de fixação do pericárdio 
 
Orientação 
 Eixo oblíquo inferior, anterior e externamente (a cerca de 40º) 
1.2. Configuração exterior 
1.2.1. Face anterior (esterno­costal) 
 
Orientação – ântero‐superior e direita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
Charlie                                                                             2009/2010 
 
11  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
1.2.2. Face póstero­inferior (diafragmática) 
 
Dividida em dois segmentos pela porção posterior do sulco aurículo‐ventricular. 
 
 
1.2.3. Face esquerda (pulmonar) 
 
Dividida em dois segmentos pelo sulco aurículo‐ventricular: 
 Segmento ântero‐inferior (ventricular)  ventrículo esquerdo 
 Segmento póstero‐superior (auricular)  aurícula esquerdaSegmento ventricular (anterior)
‐ Subdividido pelo sulco 
interventricular posterior (vasos 
interventriculares posteriores).
Segmento auricular (posterior)
‐ Subdividido pelo sulco 
interauricular.
‐ Sulcus terminalis de His (à direita do 
sulco interauricular).
‐ Cruz do coração (intersecção dos 
sulcos aurículo‐ventricular, 
interventricular posterior e 
interauricular).
Charlie                                                                             2009/2010 
 
12  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
1.2.4. Bordos 
 
 Bordo direito: 
o Separa faces anterior e póstero‐inferior 
o Extremidade posterior – entrada da veia cava inferior 
o Extremidade anterior – vértice do coração 
 Bordo súpero‐esquerdo: 
o Anterior 
o Separa faces anterior e esquerda 
 Bordo ínfero‐esquerdo: 
o Posterior 
o Separa faces póstero‐inferior e esquerda 
 
1.2.5. Base 
 
Formada pela face posterior das aurículas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.6. Vértice 
 
 Corresponde ao ventrículo esquerdo 
 Projecta‐se ao nível do 4º/5º espaço intercostal esquerdo 
   
1 
2 
3 
4 
4 5 
6 
6 
1 – Sulcus terminalis de His 
2 – Terminação das veias cavas 
3 – Sulco interauricular 
4 – Terminação das veias                                                                         
aaapulmonares direitas 
5 – Aurícula esquerda 
6 – Terminação das veias 
aaapulmonares esquerdas 
 
2 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
13  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 
1.3. Configuração interior 
 
1.3.1. Divisão do coração 
 
O coração divide‐se em cavidades direitas (A + V) e cavidades esquerdas (A + V). Estas são 
separadas entre si pelo septo inter‐auricular e septo interventricular.  
1.3.2. Septo inter­ventricular 
 
 Estende‐se da parede anterior à parede posterior do coração 
 Une‐se às paredes ao nível dos sulcos interventriculares anterior e posterior 
 Tem a forma de um triângulo (a base corresponde às aurículas, continua com o septo 
interauricular; o vértice corresponde à ponta do coração) 
 Assemelha‐se a um segmento de cilindro (é curvo) 
 
Face direita: 
 Pertence ao ventrículo direito 
 É convexa 
 Olha para frente/direita/cima 
 
 
Face esquerda: 
 Pertence ao ventrículo esquerdo 
 É côncava 
 Olha para trás/esquerda/baixo 
 
 É mais irregular na base dos ventrículos 
 Posteriormente segue uma linha sinuosa que contorna à direita o orifício A‐V direito e 
o tronco pulmonar e à esquerda, o orifício A‐V esquerdo e o orifício da aorta. 
 Apresenta duas porções: uma muscular e grossa e outra membranosa, mais fina. 
 
Porção muscular (vermelho): 
 Compreende quase todo o septo 
 Diminui de espessura do vértice até à base dos ventrículos 
 À direita origina os pilares da valva interna da válvula tricúspide 
 
Porção membranosa (azul): 
 Situa‐se na base do septo, próximo do septo interauricular, em frente 
à parte póstero‐externa direita da aorta 
 Não é completamente ventricular na sua face direita (a porção anterior 
é ventricular, enquanto que a porção posterior é interauriculo‐
ventricular. Esta localiza‐se junto à tricúspide) 
 
 É possível aceder ao ventrículo esquerdo através da aurícula direita, introduzindo uma 
agulha transversalmente, junto à tricúspide. 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
14  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 
1.3.3. Septo inter­auricular 
 
 Compreende uma membrana fina que separa as aurículas 
 Continua em baixo e à frente com o septo interventricular (isto deve‐se ao facto das 
aurículas ocuparem uma posição relativamente posterior) 
 Ocupa um plano oblíquo, pelo que uma das suas faces está orientada para a 
direita/frente/cima, enquanto que a outra está orientada para esquerda/trás/baixo 
 
Face direita: 
 Apresenta a fossa oval (vestígio de Buraco de Botal) 
 A rodear a fossa oval, está o anel de Vieussens 
 A membrana que forma a parede da fossa constitui a válvula da fossa oval 
Face esquerda 
 Apresenta uma saliência que corresponde à fossa oval 
 Acima e à frente, apresenta a prega semilunar, que limita a chanfradura 
que comunica a fossa oval com a aurícula esquerda (vestígio do Buraco de 
Botal) 
 À frente da prega semilunar está a fosseta pré‐septal. 
 
1.3.4. Ventrículos – características gerais 
 
 Cavidades piramidais (ou cónicas), situadas à frente das aurículas 
 O seu vértice corresponde ao vértice do coração 
 A base está orientada para trás e é ocupada pelos orifícios aurículo‐ventricular e 
arterial 
 
1.3.4.1. Orifícios aurículos­ventriculares 
 
 Cada um possui uma válvula aurículos‐ventricular 
 Cada válvula A‐V possui várias valvas (3 – tricúspide, 2 – mitral) 
 Cada valva tem: face parietal ou ventricular, face axial ou auricular, bordo aderente 
(unido ao contorno do orifício) e bordo livre 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
15  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
1.3.4.2. Orifícios arteriais 
 
 Cada um possui uma válvula sigmoideia (composta por 3 valvas) 
 
As válvulas sigmoideias: 
 Têm a forma de um ninho de pomba 
 Apresentam uma face superior ou parietal (côncava), face inferior ou axial 
(convexa), bordo aderente e um bordo livre 
 A convergência das valvas forma um nódulo fibroso central: Nódulo de Arantius 
na válvula aórtica e Nódulo de Morgagni na válvula pulmonar 
 
1.3.4.3. Paredes dos ventrículos 
 
 São mais espessas que as das aurículas 
 Apresentam saliências musculares – Colunas carnudas (ver imagem): 
 
‐ 1ªa ordem (ou pilares do coração): são cónicas, possuem uma extremidade aderente 
à parede e um vértice que dá inserção a cordas tendinosas 
‐ 2ªa ordem: ambas as extremidades aderem às paredes, sendo livres na sua restante 
extensão (formam uma espécie de pontes) 
 ‐ 3ªa ordem: compreendem saliências na parede 
Cordas tendinosas: 
 
‐ 1ª ordem: inserem‐se no bordo aderente da válvula 
‐ 2ª ordem: inserem‐se na face parietal da válvula 
‐ 3ª ordem: inserem‐se no bordo livre da válvula 
 
 
 
1.3.5. Ventrículo direito 
 
1.3.5.1. Paredes 
 
 Anterior: côncava, corresponde à face anterior do coração 
3ª 
 
1ª 
 
 
2ª 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
16  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 Inferior: côncava, corresponde à face inferior do coração 
 Interna: convexa, corresponde ao septo interventricular 
 Apresentam várias colunas carnudas, sendo as da 2ª e 3ª ordem mais abundantes 
próximo do vértice 
 Fita arciforme: coluna carnuda da 2ª ordem que se insere na parede anterior e na 
parede interna do ventrículo direito. Tem uma relação importante com o feixe de His 
(ver o sistema cardionector) 
 
1.3.5.2. Vértice 
 
 Apresenta várias colunas carnudas de 2ª e 3ª ordem, que lhe conferem um aspecto 
“cavernoso” 
 
1.3.5.3. Base 
 
 Está ocupada por orifício A‐V direito e orifício da artéria pulmonar 
 
1.3.5.4. Orifício A­V direito e válvula tricúspide 
 
 Ocupa a parte inferior da base do ventrículo direito num plano quase vertical 
 Olha para trás/direita 
 Projecta‐se à altura do 4º espaço intercostal, um pouco à esquerda da linha média 
 Apresenta a válvula tricúspide (3 valvas: uma anterior e duas posteriores) 
 
1.3.5.5. Pilares do ventrículo direito anexados à válvula tricúspide 
 
Anterior Nasce na parte média da parede anterior 
 Dá origem à fita arciforme (2) na sua base 
 As suas cordas contribuem para a valva anterior e inferior (com algumas 
cordas) 
Inferiores 
 Podem ser 1 ou 2 
 Nascem da face inferior e contribuem para a valva inferior e interna (para a 
sua porção inferior) 
 
Internos 
 São vários e de pequenas dimensões 
 Existe um constante – Músculo Papilar do Cone Arterial (1), que se implanta 
na porção inferior do infundibulum 
 Contribuem para a valva interna e anterior (algumas cordas) 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
17  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 
 
1.3.5.6. Orifício da artéria pulmonar (infundibulum) 
 
 A valva anterior da tricúspide, o pilar anterior, a fita arciforme e o músculo papilar 
do cone arterial constituem um septo incompleto que divide a cavidade ventricular 
em duas porções:  
 
                   ‐ Póstero‐inferior (câmara de entrada) 
                   ‐ Ântero‐superior (câmara de saída) 
 
Esta última emite um divertículo, cujo vértice está ocupado pelo orifício da artéria 
pulmonar – infundibulum ou cone arterial. A sua parede interna apresenta uma 
saliência – Esporão de Wolff. 
 
 O orifício da artéria pulmonar está por cima/frente/esquerda do orifício A‐V direito; 
olha para cima/trás/esquerda e projecta‐se para a 3ª cartilagem costal. Apresenta 
uma válvula sigmoideia com 3 valvas (2 anteriores e 1 posterior), bem como o 
Nódulo de Morgagni na parte central 
 
1.3.6. Ventrículo esquerdo 
 
 Tem a forma de um cone aplanado transversalmente 
 Possui 2 paredes côncavas, uma base e um vértice 
1.3.6.1. Paredes e bordos 
 
 Parede esquerda: apresenta numerosas colunas carnudas; dela nascem os 
pilares da válvula mitral 
 Parede direita: septo interventricular  
 As paredes continuam com dois bordos: ântero‐superior e póstero‐inferior 
1.3.6.2. Vértice 
 
  Coberto de colunas carnudas de 2ª e 3ª ordem 
 
1.3.6.3. Base 
 
1 
 
 
2 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
18  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 Está ocupada por: orifício A‐V esquerdo e orifício da aorta 
 
1.3.6.4. Orifício A­V esquerdo e válvula mitral 
 
 Situado na parte inferior da base do ventrículo 
 O plano q ocupa está orientado para trás/direita/cima 
 Encontra‐se ao nível de 4ª e 5ª cartilagens costais 
 Apresenta a válvula mitral (possui duas valvas, uma externa ou esquerda e 
outra interna ou direita, esta última possui cordas tendinosas de 3ª ordem 
apenas) 
1.3.6.5. Pilares do VE anexados à válvula mitral 
 
 Anterior (nasce do bordo anterior do VE e de uma parte da sua parede 
esquerda. Contribui para a valva interna e externa nas suas metades 
superiores) 
 Posterior (nasce do bordo póstero‐inferior do VE e de uma parte da sua 
parede esquerda. Contribui para a valva interna e externa nas suas metades 
inferiores) 
 
 
1.3.6.6. Orifício aórtico 
   
 Está à frente e à direita do orifício A‐V esquerdo 
 Atrás do orifício pulmonar 
 Olha para cima/direita/trás 
 Encontra‐se ao nível da 3ª cartilagem costal esquerda, próximo do esterno 
 Possui uma válvula sigmoideia com 3 valvas: 2 anteriores e 1 posterior 
 Na sua parte central está o Nódulo de Arantius 
 
1.3.7. Câmaras do coração 
 
Em cada ventrículo existem duas câmaras: câmara de entrada (venosa, corresponde ao 
orifício A‐V) e câmara de saída (arterial, abre no orifício arterial) 
1.3.7.1. Ventrículo direito 
 
 Câmara de entrada póstero‐inferior (válvula tricúspide) – grande eixo 
paralelo ao do coração 
 Câmara de saída pulmonar – anterior, dirige‐se da direita para esquerda e 
de baixo para cima 
 As duas câmaras são separadas por um septo incompleto constituído por: 
valva anterior da tricúspide, cordas tendinosas e pilares da valva anterior, 
fita arciforme 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
19  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
1.3.7.2. Ventrículo esquerdo 
 
 Câmara de entrada infero‐externa, esquerda 
 Câmara de saída supero‐interna, direita – dirige‐se da esquerda para a 
direita e de baixo para cima, forma um canal estreito que termina no 
orifício aórtico – canal aórtico de Marc See 
 As duas câmaras são separadas por um septo incompleto constituído por: 
valva direita da mitral e respectivas cordas tendinosas e pilares 
 
 
1.3.8. Aurículas 
 
 Situadas atrás dos ventrículos 
 Separadas por um septo interauricular 
 Tamanho inferior ao dos ventrículos 
 Paredes mais finas e lisas 
 Não apresentam colunas de 1ª ordem, as de 2ª e 3ª são poucas 
 
 
 
 
1.3.8.1. Aurícula direita 
 
 Forma ovóide irregular, com predominância do diâmetro vertical 
 Possui 6 paredes: 
 
o Externa ou direita – côncava, com colunas de 2ª e 3ª ordem 
(músculos pectíneos) 
o Interna – corresponde ao septo interauricular 
o Superior – apresenta o orifício da VCS 
o Inferior – apresenta o orifício da VCI, rodeada pela válvula de 
Eustáquio (1); também apresenta o orifício do seio coronário 
(anteriormente e para dentro do orifício da VCI), rodeado pela 
válvula de Tebesius(2) 
o Anterior – orifício A‐V direito; está anexada ao apêndice 
auricular direito 
o Posterior – apresenta uma saliência transversal (tubérculo de 
Lower), situado entre as VC; também apresenta a Crista 
Terminal de His, que corresponde ao sulco terminal de His 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
20  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 
 
1.3.8.2. Aurícula esquerda 
 
 Arredondada, com predominância do diâmetro horizontal 
 Possui 6 paredes: 
 
o Externa – associada ao apêndice auricular esquerdo 
o Interna – corresponde ao septo interauricular 
o Superior  
o Inferior  
o Anterior – orifício A‐V esquerdo; está anexada ao apêndice 
auricular esquerdo 
o Posterior – apresenta os orifícios das veias pulmonares, 2 
direitos (superior e inferior) e 2 esquerdos (superior e inferior) 
 
 
1.4. Sistema cardionector 
 
Compreende o sistema de fascículos musculares e fibras nervosas, cuja função é assegurar a 
propagação da contracção do miocárdio e coordenar a contracção dos seus diversos 
componentes. É composto por duas partes: nódulo sino‐arterial (de Keith e Flack ou sinusal) e 
segmento aurículo‐ventricular. 
 
1.4.1. Nódulo sino­arterial 
 
 Contorna o sulco terminal de His na parede da aurícula direita 
 Começa superiormente, por baixo do pericárdio, externamente ao orifício da 
VCS 
 Desde à frente do sulco terminal de His e termina na camada profunda da 
parede da aurícula próximo do endocárdio 
 A onda excitatória inicia‐se no nódulo sino‐arterial (1) e difunde‐se pela 
parede das aurículas, concentrando‐se depois no nódulo A‐V 
 
1     2 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
21  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
1.4.2. Segmento A­V (de His) 
 
 Liga a musculatura das aurículas com a dos ventrículos e é por ele que passa 
a onda excitatória para os ventrículos 
 Nasce na parede auricular próximo do seio coronário, internamente ao 
orifício do mesmo 
 O nódulo A‐V (2) localiza‐se no triângulo de Koch (3), zona delimitada pela 
válvula de Tibesius, valva interna da tricúspide e porção interauriculo‐
ventricular do septo 
 As fibras unem‐se, formando uma massa compacta e ovóide– o nódulo A‐V 
– a partir do qual segue o feixe de His (4). 
 Este dirige‐se para cima, ao longo do lado direito do bordo posterior do 
septo interventricular e ao longo da inserção da valva interna da válvula 
tricúspide 
 Quando atinge a porção membranosa do septo interventricular, divide‐se 
em dois ramos: direito e esquerdo 
 O ramo direito dirige‐se para frente e penetra na fita arciforme, que o 
conduz até a base dos músculos papilares anterior e posterior, onde ele se 
perde 
 O ramo esquerdo atravessa o septo interventricular e passa no espaço 
compreendido entre a valva direita e posterior da válvula semilunar da 
aorta. Desce ao longo do septo e divide‐se em fibras anteriores e 
posteriores, que se estendem até aos músculos papilares anterior e 
posterior 
 Os ramos direito e esquerdo dividem‐se na base dos músculos papilares 
numa rede fibrosa – a rede de Purkinje (5) 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.4.3. Vascularização do sistema cardionector 
 
1 
3 
2 
5 
4 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
22  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 O nódulo sino‐arterial é irrigado por um ramo da artéria auricular anterior, 
proveniente da coronária esquerda 
 O nódulo A‐V é irrigado pela primeira artéria perfurante ou septal posterior (ramos da 
porção aurículo‐ventricular da coronária esquerda) 
 O ramo direito do feixe de His é irrigado pelo ramo da 2ª artéria perfurante anterior 
(aquela que irriga o pilar anterior do ventrículo direito) 
 O ramo esquerdo do feixe de His é irrigado pelas artérias perfurantes ou septais 
posteriores e anteriores 
 
1.5. Estrutura do coração 
 
O coração é composto por: 
 Uma camada muscular grossa, denominada por miocárdio 
 Uma membrana que reveste a superfície interna do miocárdio e limita as cavidades do 
coração, o endocárdio 
 
O coração encontra‐se envolvido por uma estrutura fibro‐serosa, o pericárdio, que será 
descrito mais adiante 
 
1.5.1. Miocárdio 
 
O coração é um órgão essencialmente muscular. Todas as fibras inserem‐se num aparelho 
fibroso situado na base dos ventrículos que forma o esqueleto fibroso do coração. 
 
 
 
1.5.1.1. Esqueleto fibroso do coração 
 
É composto por 4 anéis fibrosos situados à volta dos orifícios A‐V e arteriais da base dos 
ventrículos 
 
 
 
Fibras próprias                                                           
Fibras comuns    
Charlie                                                                             2009/2010 
 
23  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
Os anéis fibrosos têm a forma, a orientação e as dimensões dos orifícios que circunscrevem 
 
 Anéis fibrosos A‐V: os bordos auricular e ventricular dos anéis A‐V servem de inserção 
às fibras musculares das aurículas e dos ventrículos; o seu bordo interno emite uma 
expansão que se estende à válvula e forma o seu esqueleto fibroso. Sobre esta lâmina 
fibrosa e sobre os anéis terminam as cordas tendinosas; o seu bordo externo ou 
periférico corresponde aos anéis fibrosos vizinhos e ao sulco coronário.  
 Anéis arteriais: são formados por 3 espessamentos fibrosos da parede, que são 
côncavos superiormente e que correspondem ao bordo aderente das valvas das 
semilunares.  
 
1.5.1.2. Fibras musculares 
 
Existem três tipos de fibras musculares: fibras ventriculares, fibras auriculares e as fibras do 
sistema cardionector (descritas anteriormente). 
 
 Fibras ventriculares: os ventrículos são constituídos por fibras próprias e fibras comuns 
que as envolvem. Fixam‐se nos anéis A‐V e no vértice do coração 
 Fibras auriculares: também são constituídas por fibras próprias e comuns, porém todas 
elas apenas se fixam nos anéis A‐V 
 
1.5.2. Endocárdio 
 
É o revestimento interno do coração. É composto por uma membrana fina, lisa e aderente que 
recobre toda a superfície interna das aurículas e dos ventrículos. Tem continuidade com a 
íntima dos vasos. 
 
1.6. Artérias 
 
O coração recebe vascularização dos primeiros ramos colaterais da aorta: artéria coronária 
esquerda e artéria coronária direita, que nascem ao nível dos seios de Valsalva. 
 
1.6.1. Artéria coronária esquerda 
 
 Nasce ao nível do seio de Valsalva esquerdo 
 Percorre o sulco que separa o tronco pulmonar da aurícula e do apêndice auricular 
esquerdo 
 A cerca de 2cm da sua origem dá a artéria circunflexa, continuando‐se pela artéria 
interventricular anterior 
 Alcança o sulco interventricular anterior e dirige‐se para o vértice do coração 
 Contorna o vértice e termina no sulco interventricular posterior 
 Dá ramos colaterais para a bainha aórtica e prega pré‐aórtica, bem como um ramo 
para a aurícula esquerda 
 
Artéria circunflexa: 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
24  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 
 Passa por baixo do apêndice auricular esquerdo e termina um pouco antes da cruz 
 Ramos auriculares (parede anterior, esquerda e posterior da aurícula esquerda) 
o Ramo auricular anterior esquerdo: maior e mais constante, fornece a artéria 
do nódulo sinusal 
o Ramo auricular posterior: considerado ramo terminal da artéria circunflexa 
 
 Ramos ventriculares (face anterior, esquerda e posterior do ventrículo esquerdo) 
o Anteriores: porção superior da face anterior do ventrículo esquerdo 
o Posteriores: porção externa da face posterior do ventrículo esquerdo 
o Esquerdo: artéria do bordo esquerdo 
 
Artéria interventricular anterior: 
 
 Sulco interventricular anterior 
 Ramo ascendente: bordo direito do coração 
 Ramo descendente: vértice do coração 
 Ramos ventriculares direitos: o primeiro deles é a artéria adiposa de Vieussens 
 Ramos ventriculares esquerdos: face anterior do ventrículo esquerdo, terminam na 
face posterior do mesmo. O primeiro deles é a artéria preventricular esquerda de 
Mouchet 
 Ramos septais anteriores: vascularizam os dois terços anteriores do septo 
interventricular e feixe de His 
 
1.6.2. Artéria coronária direita 
 
 Nasce ao nível do seio de Valsalva direito 
 Percorre o sulco aurículo‐ventricular direito, até à cruz 
 Daí segue para o sulco interventricular posterior 
 É constituída por três porções 
 
Primeira porção: 
 
 Desde a origem até ao bordo direito do coração 
o Ramos auriculares: parede anterior da aurícula direita, artéria do nódulo 
sinusal (ou Keith e Flack) 
o Ramos ventriculares: artéria infundibular direita e o ramo que irriga o terço 
superior da face anterior do ventrículo direito 
 
Segunda porção: 
 
 Desde o bordo direito do coração até ao nível da cruz 
o Artéria do bordo direito 
o Artéria auricular póstero‐direita: face posterior da aurícula direita 
o Ramos ventriculares: face posterior do ventrículo direito 
 
Terceira porção: 
 
 Constitui a artéria interventricular posterior 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
25  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
o Ramos ventriculares direitos e esquerdos 
o Ramos septais posteriores: terço posterior do septo interventricular. Dá ramos 
que vascularizam o nódulo A‐V e o feixe de His 
 
1.6.3. Artérias do pericárdio 
 
 Artérias do pericárdio fibroso: vêm das artérias brônquicas, tímicas, esofágicas médias 
e diafragmáticas superiores 
 Artérias do pericárdio visceral: vêm das artérias coronárias 
 
1.7. Veias 
 
1.7.1. Veias superficiais 
 
Acompanham as artérias coronárias e os seus ramos 
 
 Veias que drenam o sangue do território da artériacoronária esquerda 
o Drenam para o seio coronário (porção terminal da grande veia cardíaca, 
situado na porção esquerda do sulco A‐V posterior) 
o O seio coronário abre na parede inferior da aurícula direita 
o Apresenta a válvula de Tebesius no local da sua abertura 
o No ponto onde a grande veia cardíaca continua com o seio encontra‐se a 
válvula de Vieussens 
o Entre a válvula de Tebesius e de Vieussens encontram‐se as válvulas 
intermediárias de Laux e Marchall 
o As veias aferentes do seio coronário são: 
 Grande veia cardíaca: recebe a veia interventricular anterior 
(acompanha a artéria com o mesmo nome), veias ventriculares 
ântero‐esquerdas (drenam o sangue do terço superior da face anterior 
do ventrículo esquerdo), veias da face anterior da aurícula esquerda e 
do apêndice auricular, veias do bordo esquerdo do coração, veias da 
porção ântero‐superior do septo interventricular,veias da porção 
póstero‐superior do septo interventricular, plexo peri‐coronário, veias 
adiposas de Vieussens, veias do septo interauricular (drenam o nódulo 
sinusal) 
 Veias auriculares postero‐esquerdas 
 Veias posteriores do ventrículo esquerdo 
 
 Veias que drenam o sangue do território da artéria coronária direita 
o Veia interventricular posterior: acompanha a artéria interventricular posterior, 
termina no seio coronário ou directamente na aurícula direita 
o Pequena veia cardíaca: inconstante; porção posterior do sulco A‐V 
o Veias cardíacas anteriores: drenam a face anterior e o bordo direito do 
ventrículo direito; podem agrupar‐se e constituir o canal comum 
 Abrem na aurícula direita por orifícios próprios, os foraminas 
 Veia de Galeno: bordo direito do coração 
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26  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 Veias ventriculares anteriores: acompanham os ramos ventriculares da 
primeira porção da artéria coronária direita 
 Veia de Cruveilhier: face anterior do infundíbulo pulmonar 
 Veia de Zuckerkandl: entre a porção ascendente da crossa da aorta e 
artéria pulmonar 
 
o Veias ventriculares póstero‐direitas 
o Veias subendocárdicas da aurícula direita 
 
1.7.2. Veias profundas 
 
 São constituídas pelas veias de Tebesius 
 Abrem nas foraminulas em qualquer das quatro cavidades cardíacas 
 
1.7.3. Veias do pericárdio 
 
Terminam atrás nas veias ázigos e nas veias diafragmáticas superiores 
 
2. Vascularização da cabeça e pescoço 
2.1.  Artérias 
 
Crossa da aorta (porção horizontal) – dá origem a: 
 Tronco arterial braquiocefálico (+ à direita) 
 Artéria carótica primitica esquerda 
 Artéria subclávia esquerda (+ à esquerda) 
 
Tronco arterial braquiocefálico – ao nível da articulação esterno‐
clavicular direita:  
 Artéria carótida primitiva direita 
 Artéria subclávia direita 
2.1.1.  Artérias Carótidas Primitivas 
 
Direita – origem no tronco arterial braquicefálico 
Esquerda – origem na crossa da aorta (mais comprida que a direita) 
Birfurcam‐se num plano que passa na cartilagem tiroideia da laringe: 
 Artéria carótida externa 
 Artéria carótida interna                             Ramos terminais 
 
Seio carotídeo: 
 Dilatação na zona da bifurcação 
 Entre carótidas primitiva e interna 
 Regulador da pressão sanguínea 
 
Paragânglio carotídeo: 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
27  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 Quimioreceptor sensível à anóxia situado na zona da bifurcação 
 Estimulação – aumento da tensão arterial e frequências cardíaca e respiratória 
 Ligado ao vaso pelo ligamento de Meyer 
 
Relações: 
 Primitiva esquerda: 
o Mais comprida 
o Primeiro oblíqua súpero‐externamente; depois vertical 
o Tórax: 
 Tronco venoso braquiocefálico esquerdo – anterior 
 Traqueia e esófago – posteriores 
 Tronco arterial braquiocefálico – interno 
 Pulmão esquerdo – externo 
o Região cervical: 
 Planos musculares – anteriores 
 Apófises transversas das vértebras cervicais – posteriores 
 Traqueia e esófago – internos 
 Veia jugular interna e nervo pneumogástrico – externos – forma o 
feixe vásculo‐nervoso do pescoço 
 Laringe, faringe e glândula tiroideia – superiores 
 
 
 Primitiva direita: 
o Mais curta 
o Sempre vertical 
o Não tem relações ao nível do tórax 
o Região cervical: 
 Ver Primitiva esquerda 
 
Ramos colaterais – inconstantes para o paragânglio carotidiano 
 
Ramos terminais: 
 Artéria carótida externa 
 Artéria carótida interna 
2.1.2. Artéria Carótida Externa 
 
Estende‐se da cartilagem tiroideia da laringe ao colo do côndilo da mandíbula. 
Relações: 
 Inicialmente: 
o Externa à faringe 
o Ântero‐interna à carótida interna 
o Superficial 
 No fim: 
o Profunda 
o Inferior aos músculos digástrico e estilo‐hioideu 
 
Ramos colaterais (7): 
 Artéria tiroideia superior 
o Ramos colaterais: 
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28  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 Artéria esternocleidomastoideia 
 Artéria laríngea superior 
o Ramos terminais – vascularizam a glândula tiroideia: 
 Ramo interno (anastomosa‐se com o ramo interno do lado oposto 
para dar a artéria laríngea inferior) 
 Ramo externo 
 Ramo posterior  
 Artéria faríngea ascendente 
o Ramos colaterais: 
 Ramos faríngeos 
 Ramos prevertebrais 
o Ramo terminal: 
 Artéria meníngea posterior – vasculariza a duramáter das fossas 
occipitais 
 Artéria lingual 
o Anastomosa‐se na ponta da língua com a artéria lingual do lado oposto 
o Ramos colaterais: 
 Ramo supra‐hioideu 
 Artéria dorsal da língua 
 Artéria sublingual 
o Ramo terminal: 
 Artéria ranina – vasculariza os músculos e a mucosa da ponta da língua 
 
 Artéria facial 
o 2 porções: 
 Cervical 
 Facial 
o Ramos colaterais da porção cervical: 
 Artéria palatina ascendente 
 Artéria tonsilar 
 Artéria pterigoideia 
 Artéria submaxilar 
 Artéria submental 
o Ramos colaterais da porção facial: 
 Artéria massetérica inferior 
 Artéria coronária superior 
 Artéria coronária inferior 
o Círculo arterial peribucal: 
 Artéria coronária superior + artéria coronária inferior 
 Dá origem às artérias do subsepto e da asa do nariz 
o Ramo terminal: 
 Artéria angular (anastomosa‐se com a artéria nasal, ramo terminal da 
artéria oftálmica, que é um ramo colateral da carótida interna) 
 Artéria occipital 
o Ramos colaterais: 
 Artéria esternomastoideia superior 
 Ramos musculares 
 Artéria meníngea 
o Ramos terminais – vascularizam a região occipital: 
 Ramo externo 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
29  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 Ramo interno  
 Artéria auricular posterior 
o Ramos colaterais: 
 Ramos parotidianos 
 Artéria estilo mastoideia 
o Ramos terminais – vascularizam o pavilhão auricular e a região occipital: 
 Ramo auricular 
 Ramo occipital  
 Artérias parotidianas 
o Em número variável 
o Vascularizam a glândula parótida 
 
Ramos terminais (2): 
 Artéria temporal superficial 
 Artéria maxilar interna 
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30  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
2.1.2.1. Artéria Temporal Superficial 
 
Colo do côndilo da mandíbula  região temporal 
Ramos colaterais (4): 
 Artéria transversal da face – vasculariza a zona geniana 
Ramo articular – vasculariza a ATM 
 Artéria temporal profunda posterior – vasculariza o músculo temporal 
 Artéria zigomato‐malar – vasculariza o músculo orbicular das pálpebras 
 
Ramos terminais (2): 
 Ramo parietal 
 Ramo frontal                    vascularizam os tegumentos dessas regiões 
2.1.2.2. Artéria Maxilar Interna 
 
2 variedades: 
 Exterior – passa inferiormente ao músculo pterigoideu externo 
 Profunda – passa entre os dois feixes do músculo pterigoideu externo 
 
Ramos colaterais – 4 grupos: 
 1º grupo (interno ao músculo pterigoideu externo): 
o Artéria timpânica – vasculariza a caixa do tímpano 
o Artéria meníngea média 
 Passa pelo buraco pequeno redondo 
 Forma a “folha de figueira” 
 Fornece ramos meníngeos e ósseos 
 Zona descolável de Marchant 
o Artéria pequena meníngea 
 Passa pelo buraco oval 
 Vasculariza as meninges 
 2º grupo (apenas existe na variedade exterior): 
o Artéria dentária inferior 
 Ramo mentoniano – vasculariza o mento 
 Ramo incisivo – vasculariza as raízes dos dentes incisivos e canino 
 Artéria milo‐hioideia 
 Ramos pterigoideus – vascularizam o músculo pterigoideu interno 
 Ramos ósseos 
 Artéria no nervo lingual 
o Artéria massetérica – vasculariza o masséter 
o Artéria temporal profunda média – vasculariza o músculo temporal 
o Artérias pterigoideias – vascularizam os dois músculos pterigoideus 
 3º grupo (externo ao músculo pterigoideu externo): 
o Artéria bucal – vasculariza a região geniana 
Colo do côndilo da 
mandíbula
Botoeiro retro‐
condiliana de Juvara Fossa ptérigo‐maxilar
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31  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
o Artéria temporal profunda anterior – vasculariza o músculo temporal 
o Artéria alveolar – vasculariza os dentes do maxilar superior e o seio maxilar 
o Artéria infra‐orbitária: 
 Ramo dentário anterior 
 Ramo orbitário – vasculariza a região geniana e a pálpebra inferior 
 4º grupo (ramos que nascem ao nível da fossa ptérigo‐maxilar): 
o Artéria palatina 
descendente – 
vasculariza a abóbada palatina 
o Artéria vidiana – vasculariza a 
faringe 
o Artéria ptérigo‐palatina 
– vasculariza a faringe 
 
Ramo terminal (1): 
 Artéria esfeno‐palatina: 
o Atravessa o buraco 
esfeno‐palatino 
o Divide‐se em: 
 Ramo externo – 
vasculariza os 
cornetos, 
meatos e seios 
frontal e 
maxilar superior 
 Ramo interno – vasculariza o septo das fossas nasais 
2.1.3.  Artéria Carótida Interna 
 
Estende‐se da cartilagem tiroideia da laringe à base do cérebro. 
 
 
 
Relações: 
 Inicialmente, a artéria carótida interna está localizada 
externamente à carótida externa, sendo que depois passa 
anteriormente a esta e torna‐se interna a ela. 
 Pescoço: 
o Posterior à glândula parótida 
o Anterior à coluna vertebral 
o Externa à faringe 
o Interna à veia jugular interna e ao nervo 
pneumogástrico 
 Sifão carotidiano de Egas Moniz – em forma de S itálico, 
conformação adquirida pela artéria ao entrar no canal 
carotidiano 
 Seio cavernoso: 
o Anterior à parede externa 
o Posterior à parede interna 
o Acompanhada pelo nervo motor ocular externo (VI) 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
32  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
Ramos colaterais: 
 Intrapetrosos (ao atravessar o canal carotidiano): 
o Ramos periósticos 
o Ramos ósseos 
o Ramo carótico‐timpânico 
 Intracavernosos (no interior do seio cavernoso): 
o Ramos intrasinuosos 
o Artéria oftálmica: 
 Vasculariza o globo ocular e os seus anexos 
 No início situa‐se externamente ao nervo óptico, sendo que depois 
passa superiormente a este para passar a ser interno a ele 
 Ramos colaterais: 
 1º grupo (externo ao nervo óptico): 
o Artéria lacrimal 
o Artéria central da retina 
 2º grupo (superior ao nervo óptico): 
o Artérias ciliares curtas posteriores 
o Artérias ciliares longas posteriores 
o Artéria muscular superior 
o Artéria muscular inferior 
o Artéria supra‐orbitária/frontal externa 
 3º grupo (interno ao nervo óptico): 
o Artéria etmoidal anterior 
o Artéria etmoidal posterior 
o Artéria palpebral superior 
o Artéria palpebral inferior 
 Ramos terminais: 
 Artéria frontal interna – vasculariza região frontal 
 Artéria nasal – anastomosa‐se com a artéria angular (r.t. facial) 
 
Ramos terminais (4): 
 Artéria cerebral anterior – anastomosa‐se com a do lado oposto através da artéria 
comunicante anterior 
 Artéria cerebral média – lança‐se na cisura de Silvius 
 Artéria comunicante posterior – anastomosa‐se com a artéria cerebral posterior (ramo 
terminal do tronco basilar, da artéria vertebral da subclávia) 
 Artéria coroideia anterior – vasculariza os plexos coroideus  
 
2.1.4.  Polígono de Willis  
 
Formado pela união entre as artérias 
cerebrais anteriores, comunicante anterior, 
comunicante posterior e cerebrais 
posteriores. 
   
Charlie                                                                             2009/2010 
 
33  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
2.1.5. Artéria Subclávia 
 
Origina‐se à direita da bifurcação do tronco arterial braquiocefálico e à esquerda directamente 
da crossa da aorta. 
3 porções: 
 Interna aos músculos escalenos anterior e médio 
 Entre os músculos escalenos anterior e médio 
 Externa aos músculos escalenos anterior e médio 
 
Relações: 
 1ª porção: 
o Subclávia direita: 
 Posterior ao nervo pneumogástrico direito, ansa de Vieussens, nervo 
frénico, veia subclávia e músculos da região infra‐hioideia 
 Anterior ao nervo recurrente, 
ligamentos suspensores da 
pleura e simpático cervical 
 Superior à doma pleural 
o Subclávia esquerda: 
 Posterior ao tronco venoso 
braquiocefálico 
 Anterior a C7 e D1 
 Externa aos nervos 
pneumogástrico e frénico 
esquerdos 
 2ª porção: 
o Semelhantes 
o Posteriores ao músculo escaleno 
anterior 
o Superiores à 1ª costela 
o Anteriores ao plexo braquial 
 3ª porção: 
o Semelhantes 
o Posteriores à veia e músculo subclávios 
o Anteriores ao plexo braquial 
 
Ramos colaterais: 
 Artéria vertebral: 
o Atravessa os buracos transversários das vértebras cervicais até ao áxis 
o Dirige‐se ao atlas e depois às massas laterais, entrando na cavidade craniana 
pelo buraco occipital 
o Anastomosa‐se com a artéria vertebral do lado oposto e forma o tronco basilar 
o Ramos colaterais: 
 Ramos espinhais 
 Ramos musculares       zona cervical 
 Artéria meníngea posterior 
 Artéria espinhal anterior                         ao entrar na cavidade craniana 
 Artéria espinhal posterior 
 Artéria cerebelosa póstero‐inferior 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
34  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 Ramos protuberanciais 
 Artéria cerebelosa ântero‐inferior 
 Artéria cerebelosa superior                    tronco basilar 
 Artéria auditiva interna 
 Tronco tiro‐bicérvico‐escapular 
o Ramos terminais: 
 Artéria tiroideia inferior – vasculariza a glândula tiroideia: 
 Ramos colaterais: 
o Ramos esofágicos 
o Ramos traqueais 
o Ramos musculares 
o Artéria laríngea posterior 
 Ramos terminais: 
o Inferior 
o Posterior 
o Profundo 
 Artéria cervical ascendente – vasculariza os músculos prevertebrais e a 
medula 
 Artéria cervical transversa superficial – vasculariza o trapézio 
 Artéria supraescapular – vasculariza os músculos supra e 
infraespinhosos 
 Artéria mamária interna (ou torácicainterna) 
o Ramos colaterais: 
 Ramos anteriores – vascularizam a mama e o grande peitoral 
 Ramos posteriores – vascularizam o timo, pericárdio e diafragma 
 Ramos internos – vascularizam a face posterior do esterno 
 Ramos externos – artérias intercostais anteriores (anastomosam‐se 
com as intercostais posteriores, ramos da aorta torácica) 
o Ramos terminais: 
 Artéria músculo‐frénica 
 Artéria epigástrica superior (anastomosa‐se com a epigástrica inferior) 
 Tronco cérvico‐intercostal 
o Ramos terminais: 
 Tronco das intercostais superiores – 2 ou 3 primeiros espaços 
intercostais 
 Artéria cervical profunda 
 Artéria escapular posterior 
o Caminha no bordo interno da omoplata 
o Ramos musculares 
 
Continua‐se pela artéria axilar 
   
Charlie                                                                             2009/2010 
 
35  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
2.2. Veias 
 
Extremidade cefálica e porção anterior do pescoço drenam para: 
 Veia jugular interna 
 Veia jugular externa 
 Veia jugular anterior 
 Veia tiroideia inferior 
 
Porção posterior do pescoço, coluna vertebral e nuca drenam para: 
 Plexos raquidianos 
 Veia vertebral 
 Veia jugular posterior 
 
2.2.1. Sistema das Veias Jugulares Internas 
 
Drena sangue venoso da: 
 Cavidade craniana 
 Regiões orbitárias 
 Parte da face 
 Maioria da região anterior do pescoço 
 
Divide‐se em: 
 Seios cranianos 
 Tronco da jugular interna 
 Ramos colaterais da veia jugular interna 
2.2.1.1. Seios Cranianos 
 
Canais venosos situados na espessura da duramáter e que vão directa ou indirectamente 
convergir para o seio lateral. 
 
2 grupos: 
 Póstero‐superior 
 Ântero‐inferior 
 
2.2.1.1.1. Grupo Póstero­Superior 
 
Conjunto de seios que drena para o lagar de Herófilo, situado anteriormente à protuberância 
occipital interior. 
 
7 seios: 
 Longitudinal superior 
 Longitudinal inferior        ímpares 
 Recto 
 Occipitais posteriores      pares 
 Laterais 
   
Charlie                                                                             2009/2010 
 
36  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
Seio longitudinal superior 
 
Localização – bordo convexo da foice do cérebro 
Origem – veia do buraco cego de Sperino (apófise crista galli) 
Terminação – lagar de Herófilo 
 
Aferentes: 
 Veias cerebrais 
 Veias meníngeas 
 Veias diplóicas 
 
Veias anastomóticas: 
 Grande veia anastomótica de Trolard (seio longitudinal superior  seio petroso 
superior) 
 Veia anastomótica de Labé (seio longitudinal superior  seio lateral) 
 Veia emissária de Santorini (seio longitudinal superior  regiões extra‐cranianas) 
 
Seio longitudinal inferior 
 
Localização – bordo côncavo da foice do cérebro 
Terminação – seio recto 
 
Aferentes: 
 Veias do corpo caloso e da foice do cérebro 
 
Seio recto 
 
Localização – base da foice do cérebro 
Origem – seio longitudinal inferior 
Terminação – lagar de Herófilo 
 
Aferentes: 
 Veias cerebrais profundas 
 Veias cerebelosas superiores 
 
Seios occipitais posteriores 
 
Localização – posteriormente ao buraco occipital 
Função – estabelecer anastomoses entre as duas extremidades do seio lateral 
 
Aferentes: 
 Veias ósseas 
 Veias meníngeas 
 Veias cerebelosas 
 
Seios laterais 
 
Origem – lagar de  Herófilo 
Terminação – buraco lácero posterior  vai originar tronco da jugular interna 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
37  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
Aferentes: 
 Veias cerebrais póstero‐inferiores 
 Veias cerebelosas posteriores 
 Seio petroso superior 
 Veias do aqueduto do vestíbulo 
 
Anastomoses com veias extra‐cranianas, por intermédio da veia mastoideia. 
 
2.2.1.1.2. Grupo Ântero­Inferior: Seio Cavernoso 
 
Localização – externamente à sela turca (seio é par e simétrico) 
Relações: 
 Carótida interna                no interior do seio, do +interno para o + externo 
 Motor ocular externo 
 Motor ocular comum 
 Patético 
 Oftálmico                            na parede externa do seio, do + superior para o + inferior 
 Maxilar 
 Gânglio de Gasser 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aferentes: 
 Veias oftálmicas: 
o Superior (mais volumosa) 
o Inferior 
o Recebem: 
 Veia etmoidal anterior 
 Veia etmoidal posterior 
 Veias musculares 
 Veias palpebrais 
 Veia central da retina (por vezes) 
 Veia lacrimal 
 Veias ciliares 
 Veia central da retina – termina por vezes directamente no seio cavernoso 
 
 
 
Charlie                                                                             2009/2010 
 
38  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
 Seio esfeno‐parietal de Breschet: 
o Origem – seio longitudinal superior 
o Terminação – seio cavernoso 
o Aferentes: 
 Veias diplóicas 
 Veias meníngeas 
 Veias cerebrais 
 Seios coronários: 
o Localização – em volta da sela turca 
o Seio coronário anterior – goteira óptica 
o Seio coronário posterior – lâmina quadrilátera 
o Terminação – seio cavernoso 
 Seio occipital trasnverso: 
o Localização – lâmina quadrilátera e goteira basilar 
o Função – estabelecer anastomoses entre os seios cavernosos ou entre os seios 
petrosos 
 
Eferentes: 
 Seio petroso superior: 
o Origem – seio cavernoso 
o Terminação – seio lateral 
o Aferentes: 
 Veias cerebrais 
 Veias protuberanciais 
 Veias timpânicas 
 Grande veia anastomótica de Trolard 
 Seio petroso inferior: 
o Origem – seio cavernoso 
o Terminação – seio lateral (buraco lácero posterior) 
o Aferentes: 
 Veias do buraco lácero anterior 
 Veias cerebelosas 
 Veias protuberanciais 
 Veias bulbares 
 Veia auditiva interna 
 Veia condiliana anterior 
 Seio petro‐occipital de English: 
o Extra‐craniano 
o Comunica com: 
 Seio cavernoso (buraco lácero anterior) 
 Seio petroso inferior 
 Plexo carotídeo: 
o Origem – seio cavernoso 
o Envolve a carótida interna 
   
Charlie                                                                             2009/2010 
 
39  BARRAMBANA, S.; CARREIRA, N.; FROLOVA, A.; MANDT, A.; REIS, A.; SARAMAGO, M. 
 
2.2.1.2. Veia Jugular Interna 
 
Continua o seio lateral, a partir do buraco 
lácero posterior. Durante o seu trajecto, é 
externa às artérias carótidas interna e 
primitiva. Une‐se à veia subclávia ao nível da 
articulação esterno‐costo‐clavicular, 
formando o tronco venoso braquiocefálico. 
 
Duas dilatações: 
 Golfo – porção inicial 
 Seio – porção terminal 
 
Na porção terminal, ao unir‐se à veia 
subclávia, apresenta duas válvulas. 
 
Aferentes: 
 Seios: 
o Petroso inferior 
o Petro‐occipital de English 
o Plexo carotidiano 
 Todas as veias correspondentes aos 
ramos da carótida externa, entre as 
quais: 
o Facial 
o Lingual                        agrupam‐se com a veia tiroideia superior 
o Faríngea inferior 
   
                                                                         Tronco tiro‐linguo‐faringeo‐facial 
 
Tronco tiro‐linguo‐faringeo‐facial 
 
Veia facial: 
 Ângulo interno do olho  ângulo ântero‐inferior do masséter 
 Aferentes: 
o Veia preparata 
o Veias da asa do nariz 
o Veias coronárias 
o Veias massetéricas anteriores 
o Veia submental 
o Veias submaxilares 
o Veia palatina inferior 
o Veia alveolar 
 
Veia lingual: 
 Origem – veia ranina 
 Aferentes: 
o Veia dorsal da língua 
o Veias linguais profundas 
 
Charlie

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