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Distúrbios circulatórios O coágulo acontece em duas situações: - quando o sangue está fora do vaso sanguíneo. - após morte do animal o sangue coagula dentro dos vasos. No caso de coágulos dentro dos vasos sanguíneos em animais vivos nós chamamos de trombo. Quando há ruptura vascular por algum trauma externo são ativadas substâncias e componentes celulares que irão diminuir o extravasamento sanguíneo e farão a reconstituição do tecido. Os vasos sanguíneos são compostos de células endoteliais sobrepostas sobre tecido conjuntivo e fibras musculares (m. liso). O fluxo sanguíneo é linear. O sangue é constituído de plasma e células (hemácias e leucócitos), sendo que as hemácias sempre ficarão no centro do fluxo, e o plasma nas extremidades, em contato com as células endoteliais. Na ruptura de um vaso o sangue entra em contato com o tecido conjuntivo ativando as plaquetas e as proteínas da cascata de coagulação. As plaquetas são fragmentos grandes de membrana plasmática de células precursoras das células hematopoiéticas e possuem alta capacidade de aderência. As células hematopoiéticas na medula óssea possuem plaquetas na forma inativa. As proteínas de coagulação são formadas pelo fígado e são liberadas de forma inativa na circulação, por isso quando se perde função hepática perde-se também a capacidade de coagulação. O sangue em contato com tecido conjuntivo e as plaquetas ativam as proteínas. As plaquetas junto as proteínas fazem aproximação das margens impedindo a coagulação e o extravasamento sanguíneo. Existem duas maneiras de ativar a cascata de coagulação: - Via extrínseca (proteína VII) – interferência pelo meio externo. Ex: trauma, corte que resulta em lesão celular. Expõe a membrana da célula rompida e ativa a cascata de coagulação. - Via intrínseca (proteína XI) – não houve ruptura vascular. Ex: hemoparasitose (parasitas que se multiplicam e rompem a hemácia) ou no caso da morte do animal. * Extrínseca: A proteína VII entra em contato com o tecido conjuntivo e é ativada transformando-se em fator VIIa . *Intrínseca: A Proteína XII entra em contato com as plaquetas e é ativada transformando-se em fator XIIa. * O fator VIIa ou XIIa ativa a proteína X. Para ativar a proteína X é necessário ter cálcio, proteína Va e vitamina K. Após a ativação da proteína X ela transforma-se em Xa. * A proteína Xa ativa a protrombina (PTN), que ativa a trombina (PTN ativada), que ativa o fibrinogênio (PTN), que ativa a fibrina (PTN ativada). A finalidade da cascata de coagulação é ativar a fibrina. Plaquetas + cascata de coagulação – fechamento do extravasamento sanguíneo. O coágulo é formado quando ativamos as proteínas da cascata de coagulação e as plaquetas. A cascata e as plaquetas são ativadas pela via intrínseca ou via extrínseca, sempre quando há uma lesão vascular e parada na produção de fatores anticoagulantes. Trombo – estrutura que irá alterar o vaso e causará a trombose. O trombo é a deposição errada e descontrolada de plaquetas, fibrinas e células sanguíneas que ficam aderidas em algum local do vaso, causando congestão do fluxo sanguíneo (hiperemia passiva). 1ª consequência – alteração do fluxo sanguíneo. Ex: hiperemia passiva, ou fluxo sanguíneo lento. Há pouca oxigenação e envio de nutrientes para os tecidos, diminuindo a ATP e a atividade celular. 2ª consequência - diminuição da produção de fatores anticoagulantes, tendo mais fatores coagulantes dentro do vaso – aumento da concentração de plaquetas e fatores da cascata de coagulação. No segundo momento torna-se um ciclo, onde a alteração no fluxo sanguíneo diminuirá os fatores anticoagulantes, e o acúmulo de fatores anticoagulantes diminuem o fluxo sanguíneo. Então, em processos congestivos existe probabilidade muito grande de haver trombose. Ex: varizes – a vênula perde a sua elasticidade tornando o fluxo sanguíneo interno lento, onde o animal apresenta trombo dentro das varizes. Acontece mais em veias do que artérias. Pode ser causado por hiperemia passiva. As alterações de fluxo acontecem por: Aneurisma / vasos sinuosos – comprometem as artérias (lesão vascular). Ex: equinos com trombo. Aneurisma é uma fragilidade da parede vascular, normalmente de uma artéria, tornando a parede dilatada. As hemácias entram com velocidade na parede e retornam, ou se acumulam em local específico. Lesão endotelial – grande perda de células endoteliais, e consequente queda de fatores anticoagulantes. Ex: queimaduras de 3º grau, principalmente nos membros pode causar trombo na região lesada. Trombose pode causar: Insuficiência renal – acidificação sanguínea. Teremos lesão microvascular. São observadas lesões endoteliais – deposição de fatores da cascata de coagulação. Necrose de extremidades – deposição de fatores da cascata de coagulação e plaquetas. O trombo terá duas porções: corpo e cauda. Ele sempre estará aderido a parede vascular pois há tecido conjuntivo onde as células se depositam. O trombo irá fechar totalmente o vaso ou permitir apenas uma pequena parte de fluxo sanguíneo. Solução : terapia anticoagulantes ou cirurgia. Warfarina – medicamento que diminui a deposição de plaquetas fibrina, evitando que o trombo aumente. Fases do trombo 1ª Retração – devido a contração das plaquetas e não deposição delas. Alteração decorrente das células que existem nele. 2ª Fibrosamento do trombo – propagação dos fibroblastos do tecido conjuntivo recobrindo o trombo. - proliferação das celulas endoteliais sentido a superfície do trombo. - as celulas produzem anticoagulantes. - presença de macrófagos degradam o trombo – permitindo uma neovascularização do trombo (formação de vaso dentro do trombo). No caso de trombose, pode acontecer ativação das estruturas vasculares ou vasos colaterais que passam paralelas ao trombo, a fim de ser uma compensação do fluxo sanguíneo. 3ª Cicatriz – o tecido tem uma pequena elevação ou estenose. Embolia A embolia é toda e qualquer substancia que cause a oclusão total do vaso sanguíneo. Pode ser derivado de trombo ou não. A embolia derivada do trombo acontece quando a cauda do trombo se solta e segue o fluxo sanguíneo até que o fragmento cause oclusão total de uma veia ou artéria. Os tipos são: Embolo Gasoso – qualquer gás que obstrui passagem de sangue dentro do vaso. Embolo Gorduroso – gordura dentro dos vasos sanguíneos derivado de fraturas de ossos longos (gordura dentro da medula óssea) ou qualquer outro tecido. Embolo séptico – causado pela grande quantidade de agentes infecciosos dentro de um órgão ou tecido. Ex: piometra – grande quantidade de bactérias podem se deslocar para o pulmão ou rim, causando pneumonia ou infecção renal. Embolo parasitário – causado por filárias, por exemplo a dilofilaria (normalmente transmitida pela picada de inseto). Esses parasitas ficam presos em válvulas átrio ventriculares e quando morrem podem se deslocar para outras estruturas causando embolia. Choque O choque é uma alteração sistêmica que causa diminuição de volume circulatório, comprometendo a vitalidade dos outros órgãos. Sinais clínicos: taquicardia, paralisação, palidez, apatia, taquipineia (aumento de freq. Respiratória). Choque cardiogênico – parada cardíaca que afetará o fluxo sanguíneo. Choque hipovolêmico - Pode ter duas causas: H2O e sangue. 1º Diminuição do volume hídrico no sangue – animal desidratado. Ex: diarreia. 2º Hemorragia em órgãos grandes. Ex: ruptura de baço. Choque séptico – causado por bactérias que produzem substancias como as LPS (lipopolissacarídeo) na membrana plasmática. A LPS excita de maneira exagerada os leucócitos (células inflamatórias) que produzem grande quantidade de interleucinas. As interleucinas em excesso podem causar vasodilatação. Em caso de inflamação grave o tecido necrótico libera a TNF que também é uma substancia vasodilatadora. Qualquer doença inflamatória grave que cause produção de interleucinas e TNF (juntas ou separadas) causam choque séptico e podem levar a óbito. Ex: intussuscepçãointestinal ou piometra. Choque neurogênico – Alteração neurológica no sistema nervoso central, onde afeta o comando para os vasos sanguíneos e causa vasodilatação sistêmica, queda de fluxo sanguíneo, queda de pressão e consequentemente não mantem o volume adequando para função dos órgãos. Choque anafilático – Causado por substância alérgena que estimula os mastócitos (cél. Inflamatórias) e produzem histamina. A histamina causa dor, faz vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Causa dificuldade respiratória, edema e coceira. CID – Coagulação intravascular disseminada É a ativação de todos os fatores da cascata de coagulação e plaquetas ao mesmo tempo. Desenvolve a formação de muitas proteínas fibrina. Essa ativação esgota as proteínas de coagulação e em caso do mínimo de movimento pode acarretar um trauma e posteriormente hemorragia. Exemplos: *Queimaduras de 3º grau em mais de 50% do corpo, ativação das plaquetas e cascata de coagulação. *Sepse: substancias bacterianas que ativam as plaquetas e a cascata de coagulação. *Alta temperatura interna – febre alta. As proteínas do organismo se desnaturam. Sintomas: manchas hemorrágicas como patéquias e sufusões, ativação das plaquetas e cascata de coagulação. *Choque térmico – aumento da temperatura por fatores externos. Acontece degradação e inativação das proteínas. Ativa as plaquetas e cascata de coagulação. Inflamação Estímulo que desencadeia uma reação em tecido conjuntivo que indica trauma ou lesão. A inflamação é importante pois dilui substâncias lesivas causadores da alteração tecidual. Possui cinco sinais cardiais: rubor – caracterizado por vermelhidão, ocasionado por alteração vascular. tumor – todo ou qualquer aumento de volume (edema), ocasionado por alteração vascular. calor – aumento de temperatura, ocasionado por alteração vascular. perda da função – células inflamatórias causarão a necrose e a perda tecidual. A inflamação tem cinco fases: 1º isola – deixa o processo inflamatório restrito em um local. A multiplicação de fibroblastos também isola a inflamação. Faz vasoconstrição. 2º rubor (vasodilatação), dor, calor e coceira. 3º aumento de volume. 4º destruição – ativação das células inflamatórias para retirar o agente causador da lesão. Pode causar perda da função ou trauma devido à coceira. 5º Reparo – o processo inflamatório é responsável também por retirar células mortas e repor o tecido perdido. A inflamação é a resposta do tecido vivo vascularizado à lesão. Ela pode ser causada por infecções microbianas, agentes físicos, substâncias químicas, tecidos necróticos ou reações imunes. A inflamação tem função de conter e isolar a lesão, destruir os microrganismos invasores, inativar as toxinas e preparar o tecido para o reparo. - inflamação aguda: inicio rápido, duração curta, envolve exsudação do liquido (edema) e predominância de neutrófilos e macrófagos. As principais características são os cinco sinais cardiais: dor, rubor, calor, tumor e perda de função. - inflamação crônica: inicio mais lento, duração maior de tempo, envolve linfócitos, macrófagos e plasmócitos, com proliferação de vasos sanguíneos e fibrose (cicatriz). Edema: excesso de liquido intersticial ou nas cavidades corporais, pode ser transudato ou exsudato. Exsudato: liquido inflamatório extravascular que possui alta concentração de proteínas e fragmentos celulares. Transudato: excesso de liquido extravascular com baixo teor proteico. Pus: exsudato purulento inflamatório rico em neutrófilos e fragmentos celulares. Na inflamação aguda, a resposta imunológica é inata, pois o organismo não conhece o agente causador e não existe especificidade. Sempre será igual independente do agente causador da inflamação e por esse motivo produzirá grande quantidade de células de defesa. Os neutrófilos tem capacidade de fagocitar e quando muito estimulados liberam o conteúdo enzimático para o meio externo, ou seja, as enzimas líquidas que deveriam ficar dentro da célula saem e não somente destroem os agentes livres, também fazem lise das células sadias que iriam ajudar na inflamação e as células do tecido que estão íntegras. Os neutrófilos causam grande perda tecidual, por isso o processo agudo deve durar por pouco tempo. Os macrófagos fagocitam o antígeno para destruí-lo ou apresentar um fragmento aos linfócitos. As características mais importantes são os distúrbios vasculares. Três fases principais: - alteração do calibre vascular levando a um aumento de fluxo sanguíneo no local (vasodilatação). - mudanças estruturais da microvasculatura que permite a saída de proteínas plasmáticas e de leucócitos, pressão oncótica (pressão que tira proteína de dentro do vaso, diminuindo volume devido a saída de plasma e aumentando o volume externo do vaso, causando edema) alteração vascular causa a queda de proteínas, as células endoteliais se alteram permitindo a saída delas. - congestão do vaso – diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo – as células estão mais lentas, saem do fluxo sanguíneo e chegam nas extremidades, ficando mais fácil de sair de dentro do vaso. - há aumento dos leucócitos e neutrófilos ao longo do endotélio (marginalização) e são ativados por mediadores para aumentar a expressão molecular de adesão e migrar através da parede celular Mecanismos de extravasamento vascular As células edoteliais se contraem e formam pequenos espaços entre elas permitindo a passagem de proteínas e células inflamatórias em caso de trauma ou inflamação por qualquer agente. Isso ocasiona os três primeiros sinais cardiais (dor, calor e formação de edema). O que pode causar o extravasamento vascular: lesão direta – trauma direto nos vasos sanguíneos (ruptura da parede vascular por agentes externos). lesão dependente de leucócitos – os leucócitos liberam enzimas para fazer ruptura vascular e sair de dentro dele para chegar à inflamação. Aumento de transcitose Saída de líquidos através das células endoteliais – as substâncias que estão dentro do vaso irão atravessar o citoplasma da célula. O conteúdo líquido vai de dentro do vaso para fora e cai no tecido conjuntivo. Pode estar acompanhado de proteínas. Isso não acontece com frequência. Extravasamento de leucócitos e fagocitose O transporte de leucócitos para a inflamação é muito importante pois realiza fagocitose de micróbios e resíduos necróticos e efetuar sua remoção. Os neutrófilos são os leucócitos mais comuns de serem recrutados na inflamação aguda, pois são mais numerosos no sangue e respondem mais facilmente as quimiocinas e se ligam mais firmemente as moléculas de adesão induzidas nas células endoteliais. O processo de passagem de células do lumem vascular para o interstício é denominado extravasamento e é dividido em: 1- Marginalização, rolamento e adesão dos leucócitos ao endotélio. Quando os mediadores químicos chegam nos vasos sanguíneos ocorre a ativação das leucócitos. O leucócito ativa enzimas e expõe proteínas de superfície. Mudam sua forma para sair do centro do fluxo sanguíneo para a margem do vaso. As proteínas de superfície dos leucócitos servem de aderência. Por ser arredondado, as proteínas de superfície irão fazer os leucócitos rolarem pela extremidade do vaso se mantendo fixo à ele. Após a aderência o leucócito irá alterar a sua forma, de redondo para achatado, permitindo melhor fixação. 2 - Transmigração através do endotélio (diapedese). Passagem do leucócito entre as células endoteliais sem ocorrer lesão no vaso. 3 – Migração. Passagem do leucócito pelo espaço intersticial até o local da lesão. Quimiotaxia Após migrar através dos espaços endoteliais e atravessar a membrana basal, os leucócitos se dirigem aos locais de lesão seguidos por gradientes de agentes quimitoáticos (produtos bacterianos exógenos e mediadores endógenos). A quimiotaxia envolve a ligação de agentes quimiotáticos a receptores específicos da superfície dos leucócitos. Os principais agentes quimiotáticos são: - LPS – lipoproteínas de superfície, considerado um produtobacteriano derivado da multiplicação ou destruição destas céulas - componentes do complemento (c5) – c5 está inativa no nosso organismo. - citotoxinas (IL8) – interleucinas 8, substâncias produzidas pelos leucócitos responsáveis por fazer a comunicação entre eles. - LTBs – leucotrienos – produzido pelos leucócitos Os radicais livres são substancias produzidas nas mitocôndrias dos leucócitos e são muito importantes para destruir os antígenos causadores de inflamações. Estas substancias são derivadas do oxigênio e dão origem ao peróxido de hidrogênio (água oxigenada), íon superóxido e hidroxila. Estes três componentes químicos estão extremamente instáveis e quando encontram qualquer molécula sequestram um íon realizando uma reação lítica – caso quebre esta substancia causa lesão na superfície tecidual. Os neutrófilos também produzem grande quantidade de radicais livres. Existem outros tipos de enzimas produzidas pelos leucócitos – enzimas específicas para determinar o antígeno ou substância. - proteína fragilizadora da membrana - lisozima - lacotferrina - defensinas Quando o leucócito não consegue destruir a membrana de uma bacteria o agente é considerado resistente. O organismo se adapta ao antígeno e isola ele (calcificação / fibrose) caracterizando a inflamação cronica. Mediadores químicos Existem seis mediadores químicos. Eles são produzidos no local onde ocorre a inflamação aguda ou crônica, porém é mais presente na inflamação aguda. Eles originam-se no plasma de células, ligam-se a receptores específicos na célula alvo e podem estimular a liberação de outros mediadores. Possuem vida curta, tem efeitos em um ou diversos alvos ou ainda, podem causar efeitos danosos. Os mediadores químicos ativam os cinco sinais cardiais, são eles : 1 – Quimiocinas e citocinas. As citocinas são substâncias químicas produzidas pelos leucócitos para permitir a comunicação entre eles. As citocinas agem em células específicas. As quimiocinas são substâncias químicas produzidas por qualquer célula dentro do processo infamatório e agem em todas as células do local. Exemplos: - As interleucinas são citocinas produzidas pelos leucócitos para os leucócitos. - O óxido nítrico é uma citocina, produzido pelas células endoteliais e depende da sua concentração para que aja nas células musculares do vaso sanguíneo, produzindo vasoconstrição (menor concentração) e posterior vasodilatação (maior concentração). Isso acontece no inicio do processo inflamatório. Essa função é muito rápida, dura milésimos de segundos. - Na lesão, quem também ajuda na vasoconstrição são as aminas vaso ativas, responsáveis pela vasoconstrição inicial e vasodilatação posterior. Como no óxido nítrico, depende da concentração (aumento das aminas – vasodilatação / diminuição – vasoconstrição). Porém no caso das aminas o seu papel principal é a vasodilatação. A histamina é uma amina vaso ativa 2 – Aminas vaso ativas. Pré-formada por grânulos citoplasmáticos de células. *Mais produzida pelos mastócitos, mas também podem ser produzidas pelos basófilos e plaquetas (dentro dos vasos sanguíneos). * Quanto mais se estimula o mastócito, mais histamina libera, causando distúrbios circulatórios, vasoconstrição, vasodilatação, aumento de volume, temperatura, vermelhidão e permeabilidade vascular, progredindo para um edema celular. * Liberação mediante um estímulo, como a lesão física que gera uma reação imune. *Esses mediadores duram por pouco tempo – possuem ação rápida. Três características importantes após a vasodilatação: 1 - Diminui o volume do vaso sanguíneo. 2 - Aumenta a concentração de leucócitos dentro do vaso. 3 - Auxilia na saída desses leucócitos para fora dos vasos. A substância química do agente é depositada nos fibroblastos, causando lesão celular e afetando o vaso sanguíneo, os leucócitos e os fibrócitos. Causa morte dessas células, liberando fragmentos do seu citoplasma. Essa ruptura libera fosfolipídios. 3 – Metabólitos do araquidônico. Em qualquer lesão celular teremos rompimento de células, o que causa a liberação de fosfolipídios de membrana. Quando temos exposição dos fosfolipídios no interstício teremos ação da fosfolipase. Essa enzima quebra o fosfolipídio transformando-o em ácido araquidônico. Este ácido sofre oxidação. A partir dessa oxidação, o ácido ativa duas vias: lipoxigenase ou a cicloxigenase. Ambas interferem em: permeabilidade ou no fluxo do vaso sanguíneo e quantidade de leucócitos. Uma via vai trabalhar recrutando os leucócitos e a outra altera a estrutura vascular, causando vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. São vias antagônicas, uma interferindo na outra. Quando uma estimula os leucócitos, inibe vasodilatação, a que causa vasodilatação inibe os leucócitos a chegarem nos tecidos. A ação do ácido araquidônico pode ser evitado por anti-inflamatório. O anti-inflamatório pode inibir uma ou ambas as vias. 4 – Proteases plasmáticas As proteases plasmáticas são substâncias de rápida ação na inflamação. A liberação destas substâncias interfere como um todo dentro do plasma. Elas são produzidas no fígado. 1 – Cininas: grupo de proteínas influenciadas pela cascata de coagulação. Interferem na estrutura vascular, por exemplo, no caso de hemorragia os vasos sanguíneos dilatam para diminuir o extravasamento sanguíneo. A cinina possui uma enzima chamada de bradicinina. A bradicinina tem como ação principal a dor, atingindo as células nervosas. Começa com sensibilidade e posteriormente latejamento. Ela é ativada na ruptura vascular e ativação da cascata de coagulação. A cascata irá produzir a fibrina que é responsável por manter o tecido lesado “unido” para acontecer deposição de proteínas e o reparo tecidual. A ação enzimática das células inflamatórias quebra proteínas, formando exsudato. A fibrina aumenta o exsudato por estar saindo dos vasos. Atua na vasodilatação, cascata de coagulação, exsudato e reparo tecidual. 2 - Sistema complemento – as proteínas do sistema complemento tem duas funções principais: - opssonização: deposição de anticorpos na superfície do antígeno. Esses anticorpos vão estimular a fagocitose ou ação de células leucocitárias nesse antígeno. Ou seja, é uma sinalização para o sistema imunológico, demonstrando onde está o antígeno. A opssonização serve como um identificador. - capacidade de lisar a membrana celular da célula contaminada ou do agente causador da lesão: O extravasamento de proteínas que ocorreu nessas fases ajudará a cicatrizar, captar o antígeno e iniciar a dor. Essas proteínas estão circulando no vaso sanguíneo, na forma inativa. Só serão ativadas sob liberação de mediadores químicos no local. Tem ação importante na cascata de coagulação e na resolução dos processos inflamatórios. 3- Fator ativador plaquetário: pode ser produzido por diversas células, sendo leucócitos, células vasculares, células do tecido conjuntivo, e plaquetas. Esta substância age nas células endoteliais, causando vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular e nos leucócitos aumentando a agregação deles. Também estimula as plaquetas, ajudando na reparação tecidual – esta substancia faz praticamente tudo. Sem essa substancia dificilmente teriam células inflamatórias. 5 - Neuropeptídeos Os neuropeptídios são encontrados dentro das sinapses nervosas e são substâncias químicas que tramitam entre a porção terminal de um neurônio e a porção dendrídica. Os peptídeos são pequenas sequências de aminoácidos produzidas por todas as células inflamatórias e células nervosas. Os neuropeptídios produzidos pelos leucócitos, quando em alta concentração conseguem penetrar a fenda sináptica e competem com os neurotransmissores pelo receptor do dendrito (parte do corpo celular que se liga porção terminal do neurônio). Quanto mais neuropeptídios são produzidos, maior quantidade de substâncias entram na fenda sináptica, quanto maior concentração na fenda sináptica, mais facilidade ela se liga. Se os neurotransmissores não conseguem se ligar corretamentepelos neuropeptídios da inflamação, nada se liga a esses receptores, no processo inflamatório a substância anestésica aplicada não consegue se fixar. Quanto mais células inflamatórias, maior a dor. Para se usar uma anestesia no local, é preciso diminuir neurotransmissores ou neuropeptídios, diminuindo assim as células inflamatórias e a resposta inflamatória no local. A ação de anti-inflamatórios e antibióticos serve para diminuir esta inflamação no local. Perda de função A perda de função é o 5º sinal cardeal. Ela é causada pela ação dos leucócitos e não a ação dos mediadores químicos. Quanto mais leucócitos houver na lesão, mais tecido morto e maior probabilidade de perda de função. Os anti-inflamatórios são utilizados para que o 5º sinal cardeal não apareça, por isso há uma reparação tecidual adequada. Inflamação crônica Quando o macrófago cai no tecido linfático e chega ao linfonodo, ele apresenta o antígeno. Nesse momento começamos a ter inicio de produção de células específicas, estas células vão para o coração, caem no sistema sanguíneo e seguem ate o local da lesão. Por isso a resposta inflamatória começa primeiro e depois vem a crônica, pois a crônica é uma resposta específica. Há predominância de células: Linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Podemos observar: 1 – menor numero de células. 2 – menos morte celular. 3 – menor quantidade de mediadores químicos, as células inflamatórias agudas vão diminuindo, diminui a vasodilatação, assim os leucócitos não conseguem sair dos vasos sanguíneos = diminuição do processo inflamatório. Começa a reparação tecidual. Observamos a presença: 4 – neovascularização. Inicialmente formado por capilares, estruturas que infiltram o local onde houve lesão tecidual. Os vasos sanguíneos não estão completamente formados, facilitando a saída de leucócitos para o tecido conjuntivo. Na neovascularização teremos tecido de coloração mais clara, células específicas e diminuição da lesão tecidual, formando então um tecido organizado. Por isso, a inflamação crônica é importante para a organização do tecido. A inflamação aguda sempre antecederá a inflamação crônica. Auto imune As doenças auto-imune ocorrem quando os anticorpos produzidos pelos leucócitos atacam as células do próprio organismo, tecidos e órgãos, pois sistema imunológico não consegue distinguir os antígenos dos tecidos saudáveis do corpo e acaba atacando e destruindo as células normais do organismo. As causas das doenças autoimunes ainda não são desconhecidas. A teoria mais aceita é que fatores externos estejam envolvidos na ocorrência dessa condição, principalmente quando há predisposição genética e o uso de alguns medicamentos. Reparação tecidual - regeneração - cicatrização - células serão semelhantes mas não idênticas - perda da função - perda da organização celular Enquanto houver células inflamatórias há processo inflamatório. Isso quer dizer que o processo inflamatório agudo irá perpetuar ate ocorrer processo inflamatório crônico. O reparo pode ter duas ações: - o tecido pode ser regenerado. - o tecido irá ser cicatrizado. Regeneração A regeneração é a substituição da célula perdida por outra semelhante, só acontece com células lábeis e estáveis, pois estas tem a capacidade de multiplicação, porém esta capacidade é limitada. Se não há regeneração, há a cicatrização. Cicatrização - células de inflamação crônica - vasos neoformados - substituição de tecido por fibroblastos - perda de função A cicatrização ocorre quando as células lesadas não tem capacidade de regeneração ou quando o tecido perdido é muito grande. Ocorre na inflamação crônica, por isso há presença de vasos neoformados e fibroblastos. Os fibroblastos apresentam em seu interior actina e miosina. O fibrócito retrai e aproxima as bordas. A área da cicatrização se torna menor do que a área que ocorreu a lesão. A cicatriz pode ser: - esbranquiçada – o tecido está maduro, não existe mais células inflamatórias, irá existir apenas fibroblastos. - avermelhada – apresenta processo inflamatório, que pode durar anos. - escurecida – marrom. Nestas cicatrizes temos migração de melanócitos que produzem melanina, protegendo e criando uma barreira. Ex: Hiperpigmenta em exposição ao sol. Porque a cicatriz é feita por fibroblastos? Os fibroblastos são encontrados em todos os tecidos menos no SNC, porque ele precisa de poucos nutrientes para sobreviver e porque ele tem alta taxa de multiplicação. Produzem as fibras elásticas, reticulares e colágenas. Essas fibras preenchem o tecido e mantem a nutrição. Tecido epitelial O tecido epitelial fica sob uma lâmina basal que o divide do tecido conjuntivo. Na lesão, há uma maior proliferação de células do tecido conjuntivo ocupando o local da lesão, assim iniciando o reparo. Então na lesão da pele haverá maior fibroblastos na região do tecido conjuntivo e na região da superfície proliferação de células endoteliais. Reparo ósseo Na fratura óssea há um pequeno processo inflamatório, onde os osteoclastos fazem a limpeza das células mortas e os osteoblastos irão fazer a regeneração do tecido. Há proliferação do periósteo e do endósteo, que começam a se multiplicar em grande quantidade na fratura até as extremidades se encontrarem. Porém, elas possuem uma capacidade limitada de multiplicação. Se houver uma distancia muito grande não é possível de fazer esta regeneração. Quando a ruptura é muito grande acontece proliferação de fibroblastos. Em fraturas antigas, onde não houve regeneração adequada, acontece fibrose e perda de função. Tecido ósseo desorganizado – calo ósseo – há perda de função. Há maior probabilidade de ocorrer fratura no mesmo local. O tecido ósseo demora anos para se regenerar completamente. No tecido ósseo pode haver cicatrização – fibrose, formação de fibroblastos – cicatrização incorreta. Neoplasias O termo neoplasia significa novo crescimento. É qualquer massa anormal de tecido, cujo crescimento é descoordenado daqueles tecidos normais e persiste mesmo após término de estímulo inicial. Carcinogênese / oncogênese – processo de formação de neoplasia. Anaplasia - quanto é indiferenciada em relação a uma célula normal do tecido correspondente, parece com um tecido primitivo das células de linhagens daquele tecido. Ela pode se tornar qualquer célula. Diferenciação - quanto é semelhante ao tecido normal correspondente. Principais diferenças das neoplasias Neoplasia benigna Neoplasia Maligna menos agressivo mais agressivo diferenciados anaplásico tipo histologico parecido com as celulas do tecido pleomorfismo - celulas de grau e tamanho variados, formas irregulares expansivo, bordas delimitadas invasivo, não tem bordas delimitadas, invade tecidos adjacentes sem capacidade metastática capacidade mestática, invade a circulação e outros tecidos cresce lentamente cresce rapidamente Nomenclatura Tumores malignos são chamados de carcinoma. Teratoma é o nome de neoplasias em células totipotentes, ou seja, células primordiais. O processo de carcinogênese decorre de alterações que interfiram em estruturas relacionadas com o material genético, como mutações, translocações, epigenéticas, exemplo as proteínas de iniciação e as enzimas. Promoção – estimulo carcinogênico inical. Alterações primárias, a célula não detecta essa alteração, e vai passando para as células filhas, mais células estão com alterações genéticas, aumentando a capacidade de outras alterações surgirem, as células estão cada vez mais alteradas, muitas mutações no material genético levando a um tumor. Proto oncongene – gene que codifica proteínas que estimulam proliferação e diferenciação em células NORMAIS. Oncogene – alteração genética no protocongone, presente em células tumorais. Gene supressor de tumor – bloqueia a proliferação celular. Exemplo a ativação da apoptose. Gene p53 e RB. Esta alteração bloqueia a reparação celular, portanto a célula deixa passar erros que levam a um carcinogenese.Fatores carcinogênicos. - hereditários / familiares. -fisicos – radiação, traumas recorrentes. - químicos – tabaco, álcool. - infecciosos – vírus, bactérias. Estágios da carcinogênese Estágio de iniciação É o primeiro estágio da carcinogênese. Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio. Estágio de promoção É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas. Estágio de progressão É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.
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