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Direito Ambiental 2º semestre

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DIREITO AMBIENTAL – 2º SEMESTRE
RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO AMBIENTAL
→ Prevenção e recuperação de danos
Todos são responsáveis por seus atos e devem arcar com as consequências negativas que dai advierem. Se tais consequências prejudicarem terceiros, haverá a responsabilidade de reparar ou ressarcir os danos causados. A responsabilidade passou a ser um dever jurídico indispensável daquele que vier a causar danos a terceiros. Trata-se de um principio fundamental do direito. É o alicerce para se viver em harmonia em uma sociedade civilizada. 
Entende-se por dano toda lesão a um bem jurídico tutelado. Dano ambiental, por sua vez, é toda agressão contra o meio ambiente causada por atividade econômica potencialmente poluidora, por ato comissivo praticado por qualquer pessoa ou por omissão voluntária decorrente de negligência. Esse dano, por seu turno, pode ser economicamente reparado ou ressarcido. Aquele decorre da obrigação de reparar a lesão causada a terceiro, procurando recuperar ou recompor o bem danificado.
Como nem todo bem é recuperável, nesse caso, será fixado um valor indenizatório pelo dano causado ao bem. Qustão de difícil solução é a quantificação do dano ambiental ou difuso. Isso contudo, não impede a indenização pelos danos causados ao meio ambiente. 
A despeito dos danos patrimoniais, há também os danos morais que podem ser pleiteados pelas vitimas, e são denominados extrapatrimoniais, pois originados do direito de personalidade. Para a fixação desse valor, o magistrado deverá avaliar a gravidade da dor, a capacidade financeira do autor do dano e a proporcionalidade entre a dor e o dano. 
→ Triplice responsabilidade:
As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão aos infratores pessoas físicas ou judiciais a sanções penais e administrativas, independentemente do dever de reparar o dano. Ele deve ser reparado dendê que decorrente de atividade humana. 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
→ Responsabilidade objetiva – Omissão do Estado:
A teoria objetiva não exige a demonstração da culpa, ou seja, o agente responderá pelos danos causados independentemente de culpa. Basta a demonstração da existência do fato ou do ato – o dano e o nexo causal. 
Essa responsabilidade consiste no ressarcimento dos danos causados pelo agente mesmo que ele não tenha agido com culpa e está calcada numa obrigação real – propter rem. Tal obrigação restringe-se ao titular do direito real, seja ele proprietário ou possuidor. Indeniza-se pelo fato ou pelo ato licito ou ilícito, contudo, no caso deste último, o agente tem o direito de regresso contra o responsável pelo dano.
→ Teoria do risco integral:
Ressalta-se, por fim, que o novo estatuto admitiu a teoria do risco integral, aplicando-se, restritivamente, a responsabilidade objetiva. 
927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
Isso significa que o legislador constituinte não limitou a obrigação de reparar o dano, o que conduz à reparação integral. O dano deve ser reparado integralmente, o mais aproximadamente possível, pela necessidade de uma compensação ampla da lesão sofrida. 
O agente é obrigado a reparar todo o dano, sob pena de redundar em impunidade. Risco criado pela conduta perigosa do agente, impondo-se ao mesmo um dever-agir causado. A eventual aniquilação da capacidade econômica do agente não contradiz o principio da reparação integral. 
Em suma, havia grande dificuldade em provar a culpa do causador do dano ambiental pela teoria subjetiva. Tendo em vista a importância do bem tutelado no direito ambienta, a doutrina e a legislação passaram a adotar a teoria objetiva. 
Assim, não se analisa a vontade do agente, mas somente a relação entre o dano e a causalidade, responsabilizando o agente causador do dano independentemente de ter agido com culpa. A responsabilidade objetiva ambiental está prevista no artigo 14, § 1º da Lei nº 6.938/81, que dispõe sem obstar aplicação de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. 
A responsabilidade objetiva na esfera ambiental foi recepcionada pela nova ordem constitucional. O artigo 225, § 3º da CF dispõe que as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Para maior proteção ao bem ambiental, o legislador resolver protegê-lo na esfera administrativa, civil e penal. 
Não há, pela leitura do dispositivo constitucional, nenhuma incompatibilidade com a lei infraconstitucional. Essa teoria já está consagrada na doutrina e na jurisprudência. Adotou-se a teoria do risco integral. Assim, todo aquele que causar dano ao meio ambiente ou a terceiro será obrigado a ressarci-lo mesmo que a conduta culposa ou dolosa tenha sido praticada por terceiro. Registre-se ainda que toda empresa possui riscos inerentes à sua atividade devendo, por essa razão, assumir o dever de indenizar os prejuízos causados a terceiros. 
Assim, os causadores de dano devem repará-lo, independentemente de culpa, por danos causados ao ambiente (dano direto) e a terceiros (dano indireto), vez que, é muito difícil apurar a extensão dos danos, de modo que, havendo conduta, nexo de causalidade comprovando o dano, será originado a obrigação de reparar. 
→ Características da Responsabilidade Civil Ambiental: 
Atividade lícita ou ilícita. 
Há solidariedade, aciona-se primeiro quem tem mais solvência. 
Inversão do ônus da prova.
Lei 7.347/85 → Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.
Responsabilidade “propter rem” (Acompanha a coisa/objeto/propriedade → quando se trabalha com transmissão de passivo ambiental, porque o novo proprietário é responsável). 
Imprescritibilidade do dano ambiental.
→ Responsabilidade do estado:
Toda pessoa física o jurídica é responsável pelos danos causados ao meio ambiente. Não é diferente em relação à pessoa jurídica de direito público interno. Esta, com maior razão, deve ser responsabilizada pelos danos causados ao meio ambiente por omissão na fiscalização ou pela concessão irregular do licenciamento ambienta. Tal fato, no entanto, não exime de responsabilidade o verdadeiro causador dos danos ambientais.
A pessoa jurídica de direito publico interno também é responsável pelos danos que diretamente causar ao meio ambiente por meio de suas funções típicas. Pode o Poder Público realizar obras ou exercer atividades causadoras de degradação ambiental, por exemplo, abrir estradas, instalar usinas atômicas, construir hidrelétricas, etc, sem a realizaão do estudo de impacto ambiental (EPIA/RIMA). 
Aplica-se a responsabilidade objetiva pelo risco integral. Não há que apurar a culpa, bastando a constatação do dano e o nexo causal entre este e o agente responsável pelo ato ou fato lesivo ao meio ambiente. Reparado o dano pelo Poder O Público este poderá voltar-se contra o causador direto do dano por meio da ação regressiva. Trata-se da denominada responsabilidade solidária. 
→ Degradação ambiental e Poluição:
Art 3º - Para os finsprevistos nesta Lei, entende-se por:
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
→ Inexistência de excludentes: 
 Não se admite qualquer causa que possa eximir a responsabilididade do causador dod ano. Trata-se de responsabilidade objetiva, como já dito, e nem sequer admite a intervenção de terceiros ou qualquer causa excludente. 
→ Força maior:
Força maior, por seu turno, não afasta a responsabilidade pela reparação dos danos causados ao ambiente. Entende-se por força maior todo fato decorrente da natureza, sem que, direta ou indiretamente, tenha concorrido a intervenção humana. 
Por exemplo, uma mineradora, instalada em local de preservação permanente, em decorrência de sua atividade, causa o desmoronamento de grandes pedras por força das chuvas, ocasionando a destruição de muitas arvores. 
→ Caso fortuito:
Caso fortuito também não afasta a responsabilidade do causador dos danos ambientais. Ele decorre, por sua vez, de obra do acaso. Por exemplo, um agricultor armazena grande quantidade de agrotóxicos em determinado local e, após um raio, esse produto vem a contaminar o rito ribeirinho localizado em sua propriedade, causando a morte de muitos peixes. 
→ Fato de terceiro: 
Fato de terceiro, do mesmo modo, não afasta a responsabilidade pelos danos ambientais. É aquele causado por pessoa diversa daquela que efetivamente deverá arcar com os danos causados ao meio ambiente. Por exemplo, funcionário, por imprudência ou negligencia, deixa vazar óleo em um rio causando danos aos ecossistemas locais. Pode, contudo, o empresário voltar-se regressivamente contra o terceiro causador dos danos. 
 Ressalta-se, pois, que a força maior, o caso fortuito e o fato de terceiro não excluem a responsabilidade pelo dano ambiental. Só não haverá a obrigação de reparar o dano se a pessoa demonstrar que não ocorreu prejuízo ambiental ou que ele não decorreu direta ou indiretamente de sua atividade.
TUTELA PROCESSUAL DO MEIO AMBIENTE (Instrumentos para tutela da responsabilidade civil ambiental). 
A tutela processual está intimamente ligada ao acesso à Justiça. Todos os conflitos devem ser dirimidos pelo Poder Judiciário, especialmente se não houver acordo, na fase de conciliação, na esfera administrativa. A lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 
Foi a partir dos estudos de Mauro Cappelletti que o acesso à Justiça começou a ter uma amplitude maior. O processualista compreendeu que o direito não estava estruturalmente preparado para atender uma sociedade de massa, reconhecendo a dicotomia do direito entre público e privado, percebendo a dificuldade em ligar com os conflitos que envolviam a massa, motivo pelo qual, salientou a necessidade de proteger interesse comum de grupo, categoria ou classe. Tal interesse não podia ser classificado como privado nem público; cuidava-se de um interesse disperso, difuso, não determinado, que pertencia a todos e a cada um ao mesmo tempo. 
Mauro foi o precursor da ação civil pública, que passou a ser o instrumento processual mais importante para a proteção do meio ambiente. Foi com tal objetivo que a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento acrescentou um princípio que recomenda que a melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. Procura-se com essa ação, buscar o ressarcimento ou a reparação dos danos patrimoniais ou morais causados ao meio ambiente. 
Ademais, em 1960, surgiu a primeira Class action, ou seja, ação coletiva pleiteada pelos trabalhadores, buscando interesses difusos e coletivos para toda a classe de trabalhadores, dando a mesma ideia que se veria posteriormente na ação civil pública. 
Existem vários instrumentos para a proteção do meio ambiente, e o acesso ao Poder Judiciário poderá dar-se por diversas vias: 
→ Ação civil pública (interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos):
 	A Lei n
° 7.347/85 regulamentou o dispositivo constitucional previsto no artigo 129, III, da CF, criando a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, à ordem econômica ou qualquer outro interesse difuso ou coletivo. Posteriormente, o Código do Consumidor trouxe a denominação ação coletiva para a tutela dos interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
- Legitimidade:
Não apenas o Ministério Público tem legitimidade, mas também outros órgãos, em nome da coletividade, podem interpor uma ação civil pública para pleitear os direitos difusos, brigando por resultados coletivos. Todas as pessoas arroladas nos artigos 5° da LACP e 82 do CDC podem ingressar com ACP:
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública; 
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
V - a associação que, concomitantemente: 
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. 
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990)
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. 
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
Legitimidade ativa:
 	São legitimados ativa e concorrentemente para a promoção da ACP:
- Ministério Público;
- Defensoria Pública;
- União, Estados, Municípios e Distrito Federal;
- Autarquia;
- Empresa pública;
- Fundação;
- Sociedade de economia mista;
- Associação que, concomitantemente, inclua entre as suas finalidades institucionais a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, etc; e que esteja constituída há pelo menos um ano. 
 
Discute-se se essalegitimidade é ordinária ou extraordinária; nosso sistema processual só admitia a legitimação ordinária, ou seja, somente o lesado poderia pleitear em juízo ofensa a seu direito; Essa era a regra, salvo se houvesse autorização legal. Legitimação extraordinária é a possibilidade de terceira pessoa processual. A ação civil pública protege interesse metaindividual ou transindividual em benefício da coletividade. Cuida-se de verdadeira legitimação extraordinária. 
É legitimada para figurar no polo passivo da ação civil pública ou da ação coletiva toda pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, ou seja, o causador do dano ao meio ambiente, ao consumidor, á ordem urbanística, ao patrimônio cultural, á ordem econômica ou qualquer outro interesse difuso ou coletivo. 
Restou firmado entendimento de que a ação civil pública deverá ser proposta, com essa denominação pelo Ministério Público para a defesa dos interesses metaindividuais ou transindividuais, e a ação coletiva, para os demais legitimados. 
Assim, a ação civil pública ou ação coletiva é a que tem por finalidade a tutela dos interesses:
→ Transindividuais: Entendem-se por interesses ou direitos coletivos os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. Também tem natureza indivisível, não podendo ser compartilhados individualmente entre seus titulares. Satisfeito o interesse de um, estará satisfeito o interesse do grupo, classe ou categoria. 
→ Metaindividuais: Entendem-se por interesses ou direitos individuais homogêneos os decorrentes de origem comum, ou seja, são aqueles em que o titular é identificável e o objeto é divisível. São vários titulares de interesses idênticos ou semelhantes, o que admite-se a sua defesa coletivamente em juízo. 
O interesse processual é requisito indispensável para a propositura da ação civil pública ambiental. Ela é ditada pelo interesse público em relação ao Ministério Público e encontra-se implícita na legitimidade concedida pela lei. Tal fato não ocorre em relação aos demais legitimados, que deverão comprovar, em cada caso, o interesse processual. Em relação às associações, seu interesse deverá ser comprovado pelos estatutos sociais; em relação aos órgãos públicos e demais legitimados, o interesse decorre de sua atuação vocacionada à proteção do meio ambiente. 
 Vale lembrar que é função do Ministério Público a promoção do inquérito civil e da ação civil pública para a proteção do meio ambiente, entre outras.
- Competência:
As ações civis públicas ou ações coletivas, em regra, poderão ser propostas perante o juízo onde ocorreu o dano. Isso facilita a produção de provas. Cuida-se de competência territorial funcional, portanto, absoluta, não podendo ser modificada pelas partes. 
O legislador juntou dois critérios determinadores de competência que, normalmente, aparecem separados:
- Local do fato: Conduz à chamada competência relativa, prorrogável, porque estabelecida em função do interesse das partes ou da facilidade para a colheita de provas;
- Competência funcional: Leva à chamada competência absoluta, improrrogável e inderrogável, porque firmada em razões de ordem pública, onde se prioriza o interesse do próprio processo. 
Se o dano ocorrer em mais de duas comarcas igualmente competentes, tornar-se-à competente aquela que primeiro tomar conhecimento do fato. Aplica-se o princípio da prevenção, quando as ações forem propostas em torno do mesmo objeto, ou seja, ocorrerá quando o juiz determinar a primeira citação válida. Mas, se o dano for regional, a competência se transfere para a Comarca da Capital do Estado, e em caso de recurso se a competência é do TRF. 
→ Inquérito civil:
 	O inquérito civil surgiu com o advento da Lei n
° 7.347/85, que dispunha sobre a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística, a bens e direito de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e data outras providencias. Referida lei concedia ao Ministério Público a possibilidade de instauração de inquérito civil para a apuração de danos contra o patrimônio nacional, servindo as provas colhidas sob sua presidência como supedâneo para a propositura da ação civil pública. 
 	Esse instrumento administrativo, extraprocessual, foi consagrado pela nova ordem constitucional de 1988. De lá para cá, ele se aperfeiçoou e tem sido utilizado pelo Ministério Público com muita eficácia para a colheita de provas antes da propositura da ação civil pública, evitando-se a propositura de ações temerárias e infundadas. 
 	O inquérito civil é o procedimento administrativo à semelhança do inquérito penal, com a finalidade investigativa e extraprocessual, sob a presidência do órgão do Ministério Público, destinada a colher o conjunto probatório para a instrução da ação civil pública, podendo requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou pericias, no prazo que assinalar, até que seja suficiente para o convencimento do promotor, para que este verifique se é o caso ou não de ingressar com ACP. Não possui deferimento de contraditório,. O inquérito tem natureza unilateral e facultativa e será instaurado para apurar fato que possa autorizar a tutela dos interesses ou direitos a cargo do MP. 
 	Registre-se que os colegitimados não poderão instaurar inquérito civil, pois essa providência é privativa do Ministério Público, que deverá fazê-la de oficio ou a partir de uma imputação feita por qualquer pessoa, ou ainda por órgãos públicos (estes são obrigados a apresentar representação no MP ao verificarem um problema ambiental). 
O inquérito não é obrigatório, se o MP tiver as informações necessárias e suficientes em mãos, poderá promover diretamente a ACP, independente de inquérito. 
 	A competência para a instauração do inquérito civil é, em regra, do local onde ocorreu o dano ambiental. O responsável pela condução do inquérito é do membro do Ministério Público da Comarca onde ele atua. É ele que presidirá o inquérito, visando a elucidação de um fato que poderá dar ensejo a uma ação judicial. 
 	O seu objeto é a apuração de um fato danoso ao meio ambiente causado por pessoa física ou jurídica, mas sua instauração poderá dar ensejo também a existência de um crime. Se assim for, o inquérito poderá se desdobrar numa ação civil e numa ação penal. 
Obs.: A recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis a propositura da ação civil pública, quando requisitados pelo Ministério Público constitui crime; 
Se o órgão do Ministério Público concluir pelo arquivamento do inquérito civil ou das peças de informação, deverá fundamentar sua decisão e remetê-lo, no prazo de 3 dias ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) para homologação, sob pena de falta grave. Até antes da homologação ou da rejeição do pedido de arquivamento pelo CSMP, as associações legitimadas poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação no prazo de 10 dias contados da data de sua publicação. 
Se o CSMP, no entanto, não concordar com a promoção de arquivamento determinado pelo órgão do Ministério Público, deverá designar outro integrante da carreira para a instauração da ação civil pública.
É facultado ainda ao órgão do Ministério Público realizar termo de ajustamento de conduta na fase do inquérito civil, ou seja, firmar acordo com o agente causador dos danos ao meio ambiente. Realizado o compromisso de ajustamento, será reduzido a termo e o inquérito será arquivado. E, em caso de descumprimento, o termo servirá como titulo executivo extrajudicial, podendo ser executado no juízo civil. 
Uma vez homologado o requerimento de arquivamento do inquérito civil pelo Conselho Superior do Ministério Público, o promotor ou o procurador-geral de justiça, que determinou o seu arquivamento, poderá reabir o inquérito civil desde que apresente novas provas.No entanto, o promotor de justiça poderá propor diretamente ACP independentemente do seu desarquivamento. Só estará impedido de propor a ACP se o pedido estiver pendente de apreciação pelo Conselhos Superior.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
A responsabilidade administrativa discute-se a culpa, e ela é subjetiva. Aludida responsabilidade segue regras prescricionais, haja vista que versa sobre atos ilícitos (sanção, punição).
→ Base normativa:
Art. 225, §3° CF
Lei 9.605/98 
Decreto n 6.514/2008 
 	Observe-se, inicialmente, o que dispõe o § 3º, do artigo 225, da Constituição Federal:
“§ 3º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”
 	O dispositivo constitucional faz clara distinção entre as três esferas de responsabilidade (civil, administrativa e penal), fornecendo-nos a diretriz de interpretação das normas infraconstitucionais, qual seja: a da independência destas esferas de responsabilização em razão da diferença do objeto que cada qual tutela, dos regimes jurídicos que as revestem e dos órgãos que impõem sanções dentro de cada esfera.
 	A responsabilidade administrativa resulta de infração a normas administrativas, sujeitando-se o infrator a uma sanção de natureza também administrativa: advertência, multa, interdição de atividade, suspensão de benefícios etc.
 	A responsabilidade administrativa fundamenta-se na capacidade que tem têm as pessoas jurídicas de direito público de impor condutas aos administrados. Esse poder administrativo é inerente à Administração de todas as entidades estatais – União, Estados, Distrito Federal e Municípios -, nos limites das respectivas competências institucionais.
 	O artigo 70 da Lei 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) define infração administrativa como “toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”.
 	Depreende-se, daí, que a infração administrativa, ao caracterizar uma VIOLAÇÃO de regras jurídicas, tem como conseqüência o exercício do ius puniendi estatal, ou seja, do poder de polícia conferido à Administração Pública a fim de possibilitar o exercício do múnus público.
 	O artigo 14 da Lei 9.638/81 (Política Nacional do Meio Ambiente) elenca os tipos de sanções administrativas às quais estão sujeitos os violadores das regras jurídicas discriminadas no artigo 70 - 2ª parte (de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente):
Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios.
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
IV - à suspensão de sua atividade. (...)
§ 3º. Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cumprindo resolução do CONAMA (...).
 	Assim, a responsabilidade administrativa fundamenta-se na capacidade que têm as pessoas jurídicas de direito público de impor condutas aos administrados. Esse poder administrativo é inerente à Administração de todas as entidades estatais – União, Estados, Distrito Federal e Municípios - nos limites das respectivas competências institucionais.
 	A responsabilização administrativa, assim, decorre da infração às normas administrativas de proteção ambiental e enseja a imposição de uma sanção ao sujeito infrator. Ambas, a infração e a sanção, devem estar previstas em lei em atenção ao princípio da legalidade, que deve necessariamente reger os atos administrativos.
 	Todas as entidades estatais dispõem de poder de polícia referentemente à matéria que lhes cabe regular. Como cabe às três unidades proteger o meio ambiente, também lhes incumbe fazer valer as providências de sua alçada, condicionando e restringindo o uso e gozo de bens, atividades e direitos em benefício da qualidade de vida da coletividade, aplicando as sanções pertinentes nos casos de infringência às ordens legais da autoridade competente.
 	Infração e sanção administrativa são temas indissoluvelmente ligados. A infração é prevista em uma parte da norma, e a sanção em outra parte dela. Assim, o estudo de ambas tem que ser feito conjuntamente, pena de sacrifício da inteligibilidade quando da explicação de uma ou de outra:
Infração administrativa é o descumprimento voluntário de uma norma administrativa para o qual se prevê sanção cuja imposição é decidida por uma autoridade competente no exercício da função administrativa – ainda que não necessariamente aplicada nesta esfera.
Sanção administrativa é a providência gravosa prevista em caso de incursão de alguém em uma infração administrativa cuja imposição é da alçada da própria Administração. Isto não significa, entretanto, que a aplicação de sanção, isto é, sua concreta efetivação, possa sempre se efetuar por obra da própria Administração. Com efeito, em muitos casos, se não for espontaneamente atendida, será necessário recorrer à via judicial para efetivá-la, como ocorre, por exemplo, com uma multa, a qual, se não for paga, só poderá ser judicialmente cobrada.
 	Reconhece-se a natureza administrativa de uma infração pela natureza da sanção que lhe corresponde, e se reconhece a natureza da sanção pela autoridade competente para impô-la. 
 	A responsabilidade administrativa por dano ambiental deverá ser apurada, necessariamente, por meio de um processo administrativo (artigo 71 da Lei 9.605/98[26]), respeitando-se o contraditório e a ampla defesa em estrita observância do princípio insculpido no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal e ao § 4º do artigo 70 da Lei 9.605/98.
 	O artigo 72 da Lei 9.605/98 estabelece os tipos de sanções que podem ser aplicadas em matéria ambiental, quais sejam: 
Advertência (inc. I), 
Multa simples (inc. II), 
Multa diária (inc. III), 
Apreensão de animais, produtos ou subprodutos de fauna e flora (inc. IV), 
Destruição ou inutilização de produtos (inc. V), 
Suspensão de venda e de fabricação do produto (inc. VI), 
Embargo de obra ou atividade (inc. VII), 
Demolição de obra (inc. VIII), 
Suspensão parcial ou total de atividades (inc. IX), 
Sanção restritiva de direitos (inc. X).
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os seguintes prazos máximos:
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação;
II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;
IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos,equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo.
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
I - suspensão de registro, licença ou autorização;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.
 	Em suma, a responsabilidade administrativa se caracteriza pela imposição de uma sanção administrativa ao agente causador do dano ambiental, sanção esta que é expressão do ius puniendi do Estado, exercício do Poder de Polícia desencadeado pela infração às normas ambientais praticadas pelo agente.
Obs.: A responsabilidade administrativa ambiental, dentro da classificação dos tipos de responsabilidade, é extracontratual subjetiva, sendo esta a regra adotada pelo ordenamento pátrio; a responsabilidade civil ambiental, por sua vez, é objetiva, por força do artigo 14, § 1º, da Lei 6.938/81, tendo o ordenamento consagrado, excepcionalmente neste ponto, a teoria da responsabilidade civil objetiva, independente da comprovação de culpa ou dolo. Tal mudança foi sugerida por Toshio Mukai: “Essa idéia foi de nossa autoria, quando efetuamos sugestões ao então projeto de lei, que nos foi solicitado para exame, no sentido de apresentarmos sugestões, pela então existente SEMA.
→ Pressupostos:
Conduta ilícita (atos infracionais). Basta a ilegalidade, ainda que sem dano.
Presunção de culpa do autuado. 
Admite excludentes de responsabilidade (caso fortuito e força maior). O individuo terá que reparar o dano (responsabilidade civil) porém não irá responder administrativamente. 
Obs.: Algumas vezes o ato ilícito não gera o dano, porém por ser um ato ilícito a conduta será punida.
→ Competência: 
 	O Brasil é uma federação, razão pela qual, aqui, o exercício do poder de polícia é distribuído entre os diversos níveis federativos.
 	Em princípio, tem competência para policiar, a autoridade que dispõe do poder de regular a matéria. Assim sendo:
Os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e policiamento da União;
As matérias de interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual;
Os assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo municipal.
 	Todavia, como certas atividades interessam simultaneamente às três entidades estatais, pela sua extensão a todo território nacional, como por exemplo, asaúde pública, trânsito, transporte etc, o poder de regular e de policiar se difunde entre todas as Administrações interessadas, provendo cada qual nos limites de sua competência territorial.
 	A regra, entretanto, é a exclusividade do policiamento administrativo; a exceção é a concorrência desse policiamento.
 	Como critério fundamental, procede o dizer-se que é competente para dada medida de polícia administrativa quem for competente para legislar sobre a matéria. Assim:
A União exercerá em caráter exclusivo polícia administrativa sobre o que estiver arrolado no art. 22 da Constituição e concorrentemente com Estados e Distrito Federal sobre o que consta do art. 24.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX - propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Estados irão exercitá-la em caráter exclusivo nas hipóteses abrigáveis no § 1º do art. 25 ou em concorrência com a União nas do art. 24, precitado.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Municípios têm seu campo exclusivo de polícia administrativa no que disser respeito ao seu peculiar interesse, notadamente sobre as matérias previstas no art. 30:
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Todos os entes, exercem o poder de policia, em competência comum para o descrito no art. 23 da CF:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
→ Espécies de sanções:
 	A Lei 9.605 /98 apresenta o seguinte rol de sanções administrativas (rol taxativo): 
Advertência: índole preventiva e pedagógica uma sanção menos gravosa pra o autuado. 
- Infrações de menor potencial ofensivo 
- Sem dano 
- Multa menor do que R$ 1.000,00
Multa simples: está acompanha a todas as sanções.
- Mais comum 
- Vai de R$ 50,00 a 50 milhões 
- Pode ser convertida em diligência de reparação do dano (sempre há a ideia de que o que importa é a reparação do dano)
 	A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo: 
I – advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha; 
II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha” (art. 72 , parágrafo 3o , da Lei 9.605 /98).
 	“A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente (art. 72, parágrafo 4º). 
 	Na esfera federal, o CONAMA tem competência para homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental (art. 8º , IV , da Lei 6.938 /81).
Obs.: A multa será mensurada analisando a capacidade financeira do infrator, para que o valor corresponda ao sentido de sua aplicação.
Multa diária :
 	Infrações continuadas no tempo tem o objetivo de fazer com que o infrator tome atitudes para parar a conduta que causa o dano.
 	A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo (art. 72 , parágrafo 5o , da Lei 9.605 /98). Essa multa é um instrumento importante para não tolerar a permanênciada infração. Se aplicada a multa simples e houver a continuidade do ilícito, a multa diária deve ser cominada.
Obs.: Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei 7.797 , de 10.7.89, Fundo Naval, criado pelo Decreto 20.923 , de 8.1.32, fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador (art. 73 da Lei 9.605 /98).
Restrição de direitos: 	O art. 14 , parágrafo 3º , da Lei n. 6.938 /81, estabeleceu que na área federal a aplicação dessas medidas será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefícios, cumprindo resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Cuida-se de medida de largo alcance na dissuasão da infração ambiental, se os estabelecimentos de crédito da União adotarem as determinações emanadas do órgão colegiado. Exemplo - contratar com administração pública.
Apreensão: produtos ficam com instituição de guarda. É um instituto muito comum, visível, por exemplo, na apreensão de animais silvestres, madeira sem certificação de procedência, entre outros, onde as instituições de guarda são os zoológicos, aquários, etc. 
Destruição ou inutilização de produtos e instrumentos.
Suspensão de venda ou fabricação de produtos que tenham recurso ambiental não certificado.
Embargos de obra ou atividade: É usual a ocorrência quando o construtor aprova o projeto e acaba construindo de forma diferente. 
Demolição: Primeiro embarga a obra, aplica multas e muitas vezes acaba demolindo a construção pelo descumprimento do projeto.
Suspensão da atividade: Correlacionado a produtos ilegais
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos.
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo.
§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.
§ 8º As sanções restritivas de direito são:
I - suspensão de registro, licença ou autorização;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos.
→ Procedimento administrativo de apuração das infrações ambientais:
 	No procedimento administrativo sancionador observam-se duas fases: a fase apuratória e a fase executiva.
 	No primeiro momento, verifica-se a ocorrência da infração ambiental, com a lavratura do auto de infração ambiental (AIA) e termos correlatos, consistentes em Termo de Embargo e Interdição, Termo de Apreensão e Depósito, Termo de Destruição, Termo de Demolição, Termo de Doação e Termo de Soltura de Animais, conforme a natureza da infração.
 	A ciência do autuado se dará:
Pessoalmente;
Por representante legal;
Com carta registrada – se a pessoa se esquiva do recebimento da autuação;
Por edital – se mesmo através da carta não se consegue encontrar o autuado.
Ocorre a autuação do processo administrativo na unidade administrativa em 5 dias. Posteriormente, é conferido ao autuado a possibilidade de apresentar suas razões de defesa, no prazo de 20 dias, contados da data em que tomou ciência da autuação.
Conforme já visto, tal ciência poderá se dar pessoalmente, caso o autuado esteja presente no momento da ação fiscalizatória, por representante, por carta registrada com aviso de recebimento ou ainda por publicação de edital, caso o autuado encontre-se em local incerto ou não for localizado em seu endereço.
Obs.: A área de fiscalização, percebendo que a conduta praticada pelo autuado constitui também prática de crime ambiental, deverá promover a comunicação ao Ministério Público, acompanhado de toda documentação pertinente, bem como histórico de infrações do autuado. Paralelamente à apuração da ocorrência da infração administrativa ambiental, ocorrerá a persecução penal pelo Ministério Público pelo cometimento pelo infrator de crime ambiental.
 	Após a apresentação da defesa, de acordo com a IN 14/2009, haverá tramitação atinente à confecção de pareceres técnicos, análises jurídicas pertinentes e saneamentos correlatos, que culminarão com o julgamento do auto de infração pela autoridade julgadora. 
 	Ocorre a nomeação da autoridade julgadora que acompanha o processo administrativo. Mencionada autoridade pode ser qualquer funcionário público do órgão que tenha sido nomeado para exercer essa função por um ano. 
 	Não há cargos de gerências e diretoria, mas qualquer um dos funcionários públicos poderá julgar e acompanhar o auto de infração. Deve ser verificado o processo administrativo desde a autuação, fazendo um saneamento do auto de infração e requisitando provas e pareceres técnicos, se necessário. 
Obs.: Caso a autoridade Julgadora requisite novas provas e pareceres técnicos, o autuado deverá ter prazo para manifestar-se das novas provas acostadas ao processo administrativo, podendo ainda, apresentar novas provas. 
 	A fase de instrução é encerrada quando o autuado apresentar alegações finais em 10 dias. 
 	Assim, a autoridade julgadora delibera motivadamente, e não está vinculada à sanção e valores, podendo majorar ou minorar a autuação de multa e, inclusive, tendo a faculdade de alterar a sanção daquela infração, contanto que devidamente motivada a decisão. 
 	Uma vez julgado o auto de infração, poderá o infrator apresentar recurso, no prazo de 20 dias, encaminhado à autoridade superior do órgão. Não recorrendo, ocorre o trânsito em julgado administrativo, no 21º dia após a intimação.
 	Na fase apuratória, a administração submete-se ao prazo prescricional de cinco anos para averiguar a prática da infração, a contar da data da lavratura do auto de infração. Submete-se também à observância do lapso prazal trienal, que ocasiona a ocorrência da prescrição intercorrente, consistente na paralisação do processo por mais de três anos, sem que tenha havido qualquer movimentação processual imputável à administração.
 	Respeitado o lapso prazal garantido para a apuração da prática da infração ambiental pela administração e homologado o auto de infração, com a formação da coisa julgada administrativa, inicia-se a fase executória extrajudicial, para que seja possibilitada a persecução do valor da multa atribuído ao auto de infração.Em tal fase, não mais se questiona, administrativamente, a motivação da aplicação da penalidade, pois a discussão jurídica acerca da legalidade da autuação, bem como dos paramêtros para aplicabilidade e seus limites foram já abordados na fase apuratória, em que se conferiu ao autuado a oportunidade de oferecer defesa, produzir provas e ainda recorrer, caso descontente com o julgamento proferido pela autoridade julgadora. Tendo o administrado uitlizado-se de tais garantias, com a formação da coisa julgada admistrativa, não resta mais local para discussão acerca da formação do crédito a ser perseguido pela administração.
 	Esgotando-se a possibilidade de interposição de recurso, o autuado será intimado para o pagamento do débito em 05 dias, momento em que lhe será concedido desconto de 30% sobre o valor da multa. Não efetuando o pagamento, o débito será inscrito no CADIN. De acordo com o art. 160 da IN 14, para que se faça a inclusão no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal, o processo deverá ser remetido à unidade administrativa de jurisdição do domicílio do autuado.
 	Tal remessa dos autos à unidade jurisdicional do domiciliado tem o condão de facilitar os procedimentos de cobrança, bem como para possibilitar a propositura de ação de execução fiscal.
 	Nesta fase, poderá ser levantada a ocorrência de prescrição da pretensão executória, a ser analisada pela Procuradoria receptora dos autos para inscrição no Cadin, consistente na observância do prazo de 05 anos, a contar do julgamento definitivo da infração, para persecução do crédito. A Lei nº 9.873/1999, em seu artigo 1º, preleciona que com a constituição definitiva do crédito não tributário, após o término regular do processo administrativo, restará submetida a administração ao prazo de 05 anos para a interposição de ação de execução fiscal, relativa a crédito decorrente da aplicação de multa por infração à legislação em vigor.
 	Após o julgamento definitivo da infração, caso o interessado não pague a multa administrativa no prazo previsto na Lei n.º 8.005/1990, inicia-se a contagem do prazo prescricional de cinco anos da pretensão executória, em razão do princípio da simetria e consoante previsão do Decreto n.º 20.910/1932.
 	Dessa forma, são prazos prescricionais:
Prescreve em 5 anos a ação da administração pública objetivando apurar infração ambiental – prescreve em 5 anos a ação objetivando a apuração da infração ambiental, então conta-se a partir da autuação da infração ambiental. 
Infrações puramente ou continuada é contada do dia em que cessou .
Procedimentos parados prescrevem em 3 anos
Obs.: 
IBAMA recorre de ofício quando: 
A.J anula o A.I.A 
A.J diminui a multa em + de 20.00,00 
- a multa aplicada não condiz com situação sócio-econômica do infrator, quando o IBAMA assim entender.
RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL
 	A responsabilidade penal surge com a ocorrência de uma conduta omissiva ou comissiva que, ao violar uma norma de direito penal, pratica crime ou contravenção penal.
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
 	O Brasil foi o pioneiro na America Latina a criar a teoria da responsabilização penalmente da pessoa jurídica, alias, já fora dito acima que a Constituição Federal em seu art. 225, § 3º, não resta dúvidas quanto a aplicação de penalidade não somente as pessoas físicas como também as pessoas jurídicas. 
 	Pessoa jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônio, que visa à consecução de certos fins, cuja acolhida pelo ordenamento jurídico, sendo sujeito de direitos e obrigações.
 	Deve-se adotar a teoria do agente causador (pessoa física, seu dirigente), pois aplicar sanções de natureza criminal as pessoas jurídicas seria o mesmo que sentenciar tais com “pena de morte” que é banido em nosso sistema penal, por que a pessoa jurídica existe em virtude de sua finalidade econômica e social, com o intuito de auferir lucros.
 	Há de se ponderar que, não obstante a pessoa jurídica seja sujeito (mesmo que abstrato) de direitos e obrigações, pois possui patrimônio, sujeito de honra moral e direitos materiais, como já reconhecido pela jurisprudência pátria, permanecem as pessoas físicas, ligadas ao delito, na qualidade de autoras, coautoras ou participes do mesmo fato, conjuntamente responsáveis pela infração penal ambiental praticada, contanto que seja decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado.
 	Vale dizer que o STF tem o entendimento de que a Pessoa Jurídica pode ser condenada, porém, a conduta infracional precisa partir da instância de representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado.
 	No mais, conforme se depreende do parágrafo único do art. 3º, as pessoas jurídicas podem responder concomitantemente com as pessoas físicas, formando um legitimo concurso de agentes. 
Obs.: A ação penal pública será sempre incondicionada a representação:
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.
	Os crimes constituem-se ofensas graves a bens e interesses jurídicos de grande valor, de que decorram danos ou perigos próximos. Às duas categorias de crime de dano e de perigo, a lei comina pena de reclusão ou de detenção, acumulada ou não com multa.
→ Sanções aplicadas a Pessoa Jurídica: 
 	Os artigos 21 a 24 da Lei nº 9.605/98 estabelecem as penas aplicáveis às pessoas jurídicas pela prática de crime ambiental que podem ser aplicadas de forma isolada, cumulativa ou alternadamente. São elas a pena de multa, as penas restritivas de direito e a prestação de serviços à comunidade.
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:
I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente.
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
Pena de multa
 	A pena de multa não foi disciplinada pela Lei nº 9.605/98, de modo que o art. 18 do referido dispositivo expôs que a multa será calculada segundo os critérios do art. 49 Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicadano valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.
 	Vale ressaltar que a pena de multa prevista no art. 21 não se confunde com a pena de prestação pecuniária prevista no art. 12 e que diz respeito à responsabilidade administrativa. A prestação pecuniária é aplicável somente à pessoa física, sendo o valor pago destinado à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social.
 	Na pena de multa, por outro lado, a quantia paga é destinada ao fundo penitenciário nacional, não tendo, portanto, efeito direto na reparação do dano cometido contra o meio ambiente.
 	Outra diferença reside na desproporção dos valores. A multa como sanção administrativa, de acordo com o art. 75 da Lei de Crimes Ambientais, é fixada entre R$50,00 e R$50.000.000,00. Já a pena de multa enquanto sanção penal a pessoa jurídica é cominada em torno de R$200,00 a R$1.000,00, podendo ainda ser triplicada caso a vantagem econômica auferida pela empresa seja elevado, segundo consta no art. 18 da Lei nº 9.605/98.
Penas restritivas de direitos
 	Outra espécie de sanção penal imposta à pessoa jurídica é a pena restritiva de direitos, prevista no inciso II do art. 21 e no art. 22 da Lei nº 9.605/98. São elas: a suspensão parcial ou total de atividades; a interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; e a proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídio, subvenções ou doações.
 	A suspensão parcial ou total de atividades será aplicada quando as disposições legais ou regulamentares relativas à proteção do meio ambiente não estiverem sendo cumpridas. Como a lei não indica o tempo mínimo ou o máximo da pena, o juiz poderá fixá-la de acordo com o caso.
 	Mesmo não podendo descartar a aplicação das penas restritivas de direitos em tempos de dificuldade econômica e de desemprego; é importante que o judiciário não desconsidere a importância social da empresa ao impor tal sanção, sem, é claro, deixar de lado a importância da aplicabilidade dos princípios da precaução e da prevenção do Direito Ambiental.
 	Na interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade; o começo da obra ou o reinício da atividade só serão realizados, por exemplo, com a devida autorização.
 	Já a proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações deve ser de no máximo de cinco anos no caso de crimes dolosos e de três anos no de crimes culposos, em consonância com o art. 10 da Lei de Crimes Ambientais. E, fazendo paralelo com o §3º do art. 22, tem-se que a proibição não poderá exceder o prazo de dez anos.
A prestação de serviços à comunidade
 	De acordo com o art. 23, a prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em custeio de programas e de projetos ambientais, execução de obras de recuperação de áreas degradadas; manutenção de espaços públicos; e contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
 	A vantagem é que, diferente da pena restritiva de direitos, a prestação de serviços não vai acarretar em perdas sociais e econômicas à sociedade devido a suspensão ou interdição das atividades da pessoa jurídica.
Liquidação forçada
 	Essa penalidade última aplicável à pessoa jurídica se encontra no art. 24 da Lei nº 9.605/98 e traz o fim do ente coletivo. Se a pessoa jurídica for constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido na Lei dos Crimes Ambientais, terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
 	Não seria uma sentença imposta pelo juiz para não sacrificar o princípio da ampla defesa, mas sim uma pena acessória que deverá ser objeto de expresso pedido pela parte que profere a denúncia.
ÁREAS PROTEGIDAS
Em sentido estrito: 
- Unidades de conservação. 
Em sentido amplo: Envolve:
- Patrimônio nacional 
- Zoneamentos. 
- Instrumentos do Código Floresta: áreas de preservação permanente e reserva legal. 
→ SISTEMA NACIONAL DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC)
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
A partir dessa base constitucional, o país concebeu um Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), ou seja, de um tipo de áreas protegidas. O processo de elaboração e negociação desse Sistema durou mais de dez anos e gerou uma grande polêmica entre os ambientalistas.
O resultado (Lei nº 9.985/2000) – uma tentativa de conciliação entre visões muito distintas – apesar de não agradar inteiramente a nenhuma das partes envolvidas na polêmica, significou um avanço importante na construção de um sistema efetivo de áreas protegidas no país.
Originou-se de um pedido do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal à Fundação Pró-Natureza (Funatura), uma organização não governamental, em 1988, para a elaboração de um anteprojeto de lei instituindo um sistema de unidades de conservação. Uma das dificuldades, já evidente na época, era definir as categorias de manejo, excluindo figuras equivalentes e criando novos tipos de unidades onde foram identificadas lacunas. O anteprojeto foi aprovado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e em maio de 1992, já na qualidade de Projeto de Lei foi encaminhado ao Congresso Nacional.
 	O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC - LEI 9.985/2000 e Decreto 4.340/2000) - é o conjunto de unidades de conservação (UC) federais, estaduais e municipais. É composto por 12 categorias de UC, cujos objetivos específicos se diferenciam quanto à forma de proteção e usos permitidos: aquelas que precisam de maiores cuidados, pela sua fragilidade e particularidades, e aquelas que podem ser utilizadas de forma sustentável e conservadas ao mesmo tempo.
 	O SNUC foi concebido de forma a potencializar o papel das Unidades de Conservação, de modo que sejam planejadas e administradas de forma integrada com as demais UC, assegurando que amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas estejam adequadamente representadas no território nacional e nas águas jurisdicionais. Para isso, o SNUC é gerido pelas três esferas de governo (federal, estadual e municipal).
 	Como dito, a gestão do SNUC é feita com a participação das três esferas do poder público (federal, estadual e municipal). As competências dos órgãos para a gestão do sistema vão desde a coordenação e acompanhamento do sistema, até a sua implementação propriamente dita.
 	O SNUC é gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
Órgão consultivo e deliberativo: representado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), tem a função de acompanhar a implementação do SNUC;
Órgão central: representado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem a finalidade de coordenar o SNUC;
Órgãos executores: representados na esfera federal, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e IBAMA, em caráter supletivo, e nas esferas estadual e municipal, pelos órgãos estaduais e municipais de meio ambiente. Os órgãos executores do SNUC têm a função de implementá-lo, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, mas nas respectivas esferas de atuação.
 	O SNUC agrupa as unidades de conservação em dois grupos, de acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso: Proteção Integral e Uso Sustentável.
Unidade de Proteção Integral: As Unidadesde Proteção Integral têm como principal objetivo preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja, aquele que não envolve consumo, coleta ou dano aos recursos naturais: recreação em contato com a natureza, turismo ecológico, pesquisa científica, educação e interpretação ambiental, entre outras.
- Acesso indireto aos recursos naturais.
→ Funções da Unidade de Conservação de Proteção Integral:
Estação Ecológica - preservação da natureza e realização de pesquisas científicas;
Reserva Biológica - preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.
Parque Nacional - preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
Monumento Natural - preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.
Refúgio de Vida Silvestre - proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
Unidades de Uso Sustentável: As Unidades de Uso Sustentável, por sua vez, têm como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos, conciliando a presença humana nas áreas protegidas. Nesse grupo, atividades que envolvem coleta e uso dos recursos naturais são permitidas, desde que praticadas de uma forma a manter constantes os recursos ambientais renováveis e processos ecológicos.
- Acesso direto aos recursos naturais.
→ Funções da Unidade de Conservação de Uso Sustentável:
Área de Proteção Ambiental - área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Área de Relevante Interesse Ecológico - área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
Floresta Nacional - área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.
Reserva Extrativista - área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
Reserva de Fauna - área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.
Reserva de Desenvolvimento Sustentável - área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
Reserva Particular do Patrimônio Natural - área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica; é exceção das categorias do SNUC, pois é a única categoria de UC que continua sendo de propriedade privada após sua criação.
 	
→ Regime Jurídico das Unidades de Conservação: Criação e Gestão: 
 	Dispõe o art. 22, da Lei nº 9.985/2000:
Art. 22 – As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.
§ 1º - (Vetado)
§ 2º - A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento.
§ 3º - No processo de consulta de que trata o § 2º, o Poder Público é obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas.
[...]
§ 6º - A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2º deste artigo.
§ 7º - A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei específica.
 	Segundo a legislação vigente, as Unidades de Conservação são criadas por meio de ato do Poder Público (Poder Executivo e Poder Legislativo) após a realização de estudos técnicos da importância ecológica dos espaços propostos e, quando necessário, consulta à população.
 	Assim, são pressupostos para a criação:
Estudo técnico;
Audiências públicas;
Ato normativo;
Desapropriação, quando for o caso. 
Observa-se, pois, que a Lei nº 9.985, de 2000 não exigiu que as unidades de conservação fossem criadas por lei, de forma que, para alguns, essa criação pode dar-se mediante leis ou decretos. Para outros, no entanto, a delimitação das áreas especialmente protegidas só pode se feita através de lei. Todavia, nos termos da norma constitucional, a supressão e a alteração das áreas protegidas somente poderá ser feita por lei em sentido formal e específica.
 	Estas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais e só podem ser alteradas e/ou reduzidas mediante lei específica. Entretanto, em 2012, uma Medida Provisória que previa a redefinição de limites de sete UCs na Amazônia foi sancionada pela presidente e transformada em Lei Federal. Isso abre um precedente perigoso para a conservação no país, pois o instrumento elencado pelo legislador originário foi a lei ordinária que, por possuir, tramitação legislativa mais longa, atende à exigência original de manifestações populares e consultas públicas.
 	Vale ressaltar que a desafetação é o fato ou manifestação de vontade do poder público, mediante o qual o bem de domínio público é subtraído à dominialidade pública para ser incorporado ao domínio privado do Estado ou do administrado. O oposto da desafetação é a afetação. Isto quer dizer, portanto, que o pressuposto para que haja desafetação é que a unidade de conservação já esteja no domínio público.
 	Desse modo, nem só a desafetação e a redução dos limites de uma área de conservação exigem lei específica, a alteração das finalidades dessa unidade também. Nem a lei ordinária pode alterar as normas que protejam a integridade dos atributos que justifiquem a proteção da Unidade de Conservação. A própria Lei nº 9.985, de 2000, em seu art. 28, caput, proíbe alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os objetivos, o Plano de Manejo e os regulamentos da Unidade de Conservação.
 	A regulamentação da Lei nº 9.985, de 2000 foi feita pelo Decreto nº 4.320, de 2002, que estabeleceu os critérios a serem aplicados para a criação das unidades de conservação. Assim é que o art. 2º do referido decreto dispôs que:
Art. 2º - O ato de criação de uma unidade de conservação

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