Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* * Observemos, nas duas tirinhas abaixo, o modo como se estabelecem as relações de concordância entre alguns verbos e seus sujeitos: * * * Na primeira tirinha, temos o verbo “vir” referindo-se ao substantivo “mamãe”. Sujeito no singular e em 3ª pessoa (“mamãe”) + verbo no singular e em 3ª pessoa (“vem”). Seu emprego está correto. Na segunda tirinha, temos o mesmo verbo, também referindo-se a um sujeito em 3ª pessoa (“metade dos partidos”), só que no plural (“vêm”). Núcleo do sujeito no singular (“metade”) + verbo no plural. A concordância não foi aplicada corretamente. * Também no primeiro quadrinho, há um verbo que merece atenção: o verbo “fazer” impessoal (com o sentido de tempo transcorrido). Na tirinha, ele está empregado corretamente: em 3ª pessoa do singular. “Mais de dois anos” não será seu sujeito, e sim seu objeto. Um verbo impessoal não possui sujeito. * Concordância é o mecanismo através do qual as palavras alteram suas terminações para se adequarem harmonicamente umas às outras na frase. Concordância verbal é a adequação, em número e pessoa, das terminações do verbo ao seu sujeito. * A Concordância, de acordo com CUNHA E CINTRA (2004), evita a repetição do sujeito, que pode ser indicado pela flexão verbal a ele ajustada. Quando acordei, já era tarde. Todos tinham saído. O sujeito (eu) é indicado pela terminação do verbo em 1ª pessoa. * * REGRAS GERAIS: Com um só sujeito: O verbo concorda em número e pessoa com o seu sujeito, venha ele claro ou subentendido: A paisagem era encantadora. Tinha adquirido uma alma. E uma nova poesia. Com mais de um sujeito: o verbo deve ficar no plural, respeitando-se as seguintes regras: Se o sujeito for composto por elementos da 3ª pessoa, o verbo irá para a 3ª pessoa do plural: O gato e o cachorro dormem mais que o homem. * Se o sujeito for composto por elementos de pessoas gramaticais diferentes, o verbo irá para o plural, obedecendo à seguinte lei de prevalência: A primeira pessoa prevalece sobre as demais: O zoológico e eu alimentaremos os animais amanhã. A segunda pessoa prevalece sobre a terceira: Tu e os teus filhos alimentareis os animais amanhã. * Sujeito composto posposto ao verbo: este poderá concordar com o núcleo mais próximo. Chegou o mapa e o dicionário. Chegaram o mapa e o dicionário. Há casos, também, em que o sujeito composto, mesmo anteposto ao verbo, admite o verbo no singular: Quando os núcleos são sinônimos ou quase sinônimos. A distância e a saudade tornou-o estranho à amada. * Quando os núcleos vierem dispostos em gradação. Uma indignação, uma raiva profunda, um rancor ferino apossou-se dele. Quando os núcleos do sujeito composto são dois infinitivos (desde que não exprimam ideias opostas). Trabalhar e estudar fazia dele um homem feliz. * Nomes que só se usam no plural: Na frase em destaque, acima, houve um erro de concordância. * Quando o sujeito é um nome que só se usa no plural e não vem precedido de artigo, o verbo fica no singular: “EUA não está nem estará em guerra com o Islã, diz Obama.” Caso venha antecipado de artigo, o verbo deverá estar no mesmo número em que estiver o artigo. “Os EUA não estão nem estarão em guerra com o Islã, diz Obama.” * Quando o sujeito é o pronome relativo que: o verbo deverá concordar com o antecedente desse pronome: Fui eu que falei. Foi ele que falou. Quando o sujeito é o pronome relativo quem: o verbo deverá concordar com esse pronome, ficando na 3ª pessoa do singular: Fui eu quem falou. Foram eles quem falou. * O sujeito é “mais de um”, “mais de dois”: em geral, o verbo deverá estar no mesmo número em que estiver o numeral dessas expressões. Mais de um aluno faltou. Mais de um aluno faltaram. Há dois casos em que a expressão “mais de um” exige verbo no plural: Quando vier repetida: Mais de um aluno, mais de um professor faltaram. 2. Quando indicar reciprocidade: Mais de um atleta cumprimentaram-se. * Verbos dar, bater, soar indicando horas: concordam normalmente com o sujeito. O relógio deu duas horas. O sino da igreja bateu duas horas. Obs.: Quando não está expresso na frase quem deu as horas, o sujeito é o número de horas indicado, com o qual o verbo deverá concordar: Deu uma hora no relógio da igreja. Deram duas horas no relógio da igreja. * * * Verbo com índice de indeterminação do sujeito: o verbo fica obrigatoriamente no singular. Tratar-se-á sempre de um verbo transitivo indireto. * Verbo com partícula apassivadora: Entre essas duas opções, a segunda é que segue corretamente as regra de concordância verbal. * Dão-se aulas de português. Aulas de Português são dadas. O verbo concordará normalmente com o sujeito expresso na oração. Tratar-se-á sempre de um verbo transitivo direto. Vende-se uma casa de veraneio. Casa de veraneio é vendida. * * Verbos impessoais são os que não possuem sujeito. Devem ficar sempre na 3ª pessoa do singular. São eles: Verbos que exprimem fenômenos naturais: Choveu torrencialmente ontem. Os verbos fazer, ser, estar indicando tempo cronológico ou clima. Faz dois anos que ele foi embora. Aqui faz muito frio. * O verbo “haver” com o sentido de existir ou de tempo transcorrido: Havia cinco alunos na biblioteca. Deve haver cinco alunos na biblioteca. Há dois meses que não vejo Maria. Obs.: O verbo “existir” não é impessoal, possui sujeito e com ele deverá concordar. Existem vários compromissos a serem cumpridos. * Expressões que indicam porcentagem: o verbo concordará com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem. Apenas se vier anteposto à expressão de porcentagem, o verbo deverá concordar com o numeral. 50% dos alunos aprovaram a decisão da professora. Aprovaram a decisão da professora 50% dos alunos. Obs.: Em casos relativos a 1%, o verbo permanece no singular.
Compartilhar