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Direito Internacional 1º semestre

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DIREITO INTERNACIONAL – 1º semestre
→ Origem do Direito Internacional: 
Minoria: Surge em 3.100 AC (Duas nações se encontrarem no alto de uma montanha e uma terceira, com medo da guerra, concilia a relação destes)
Maioria: Surge em 1.648, pouco após a guerra dos 30 anos (Conflito entre Católicos e Protestantes na Europa).
 	Em 1648 há o marco do surgimento e formação do Estado e, a partir do surgimento de entes com personalidade jurídica internacional, se faz necessária a resolução de conflitos entre estes entes.
→ Principais precedentes e linha história:
Direito dos agentes: Surgimento do jus peregrines com a preocupação de Roma em relações com outros estrangeiros.
Vitória: O principal direito dos agentes é um direito de vontades, onde os estrangeiros devem aderir a vontade de Roma para não ‘’desaparecerem’’
Grécia: Justa causa bélica – Só pode haver guerra quando está tiver uma causa justa. 
 	Neste momento surge a criação de uma associação entre Nações para fiscalizar o direito dos agentes.
 	Quando constatado uma violação a estes direitos, é obrigação de todas as Nações reprimirem o infrator.
Tratado de Versales: Colocou fim à 1ª Guerra Mundial, com o intuito de criar a Sociedade das Nações para manter a paz Mundia.
Obs.: Estes precedentes eram todos bilaterais, ou seja, um ‘’contrato’’ entre uma Nação e outra, sem pensar em uma questão de impacto internacional. 
2ª Guerra mundial: Com seu fim surge a ONU, onde os tratados deixam de ser bilaterais e viram multilaterais (Oral e Abstrato – Pensam em questões de impacto em toda à esfera internacional, não mais em simples ‘’contratos’’)
 	Neste momento surge o Tribunal de Nuremberg, responsável pelo julgamento dos crimes contra à humanidade cometido pelos nazistas, sendo que isto foi o começo da preocupação de questões inerentes aos seres humanos e o surgimento de crimes que devem ser reprimidos em caráter internacional.
→ O que é o direito internacional?
 	É o conjunto de princípios e normas, sejam positivados ou costumeiros, que representam direito e deveres aplicáveis no âmbito internacional (perante a sociedade internacional). Em outras palavras, Direito internacional público consiste no sistema normativo que rege as relações exteriores entre os atores internacionais, que norteia as relações exteriores entre os sujeitos que integram a sociedade. É o Ramo da ciência jurídica que visa regular as relações internacionais com o fim precípuo de viabilizar a convivência entre os integrantes da sociedade internacional.
 	O direito internacional não é dotado da mesma coerção existente no prisma interno dos Estados, mas estes princípios e normas são aceitos quase que universalmente, incidindo sobre:
Entre Estados diferentes
Entre Estados e nacionais de outros Estados
Entre Nacionais de Estados diferentes
Entre Estados e organismos internacionais.
→ Fundamento e normas cogentes de direito internacional: 
 	O estudo do fundamento do direito internacional busca explicar a sua obrigatoriedade. Trata-se do problema mais complexo da matéria, pois a formulação das regras de direito internacional poderá variar conforme a posição apriorística adotada. 
 	Ao longo de toda a história das ideias e das correntes políticas sempre houve complexa relação entre idealismo e realismo, entre o modo como as coisas deveriam ser e o modo como são, e os debates quanto a dever a filosofia do direito incorporam valores éticos ou limitar-se a análise do direito. 
 	Inicialmente, Francisco de Vitória e Francisco Suárez trouxeram ensinamentos caracterizados pela aplicação dos princípios de moral e do direito natural ás novas condições da comunidade internacional, em consequência do reconhecimento da personalidade jurídica internacional das comunidades indígenas às quais as normas até então admitidas no caso de uma guerra justa deveriam ser aplicadas. 
 	A reta razão tem, com efeito, ao longo dos séculos sempre propugnado por um direito das gentes verdadeiramente universal. Não se pode visualizar a humanidade como sujeito de direito, a partir da ótica do estado, mas se pode reconhecer os limites do estado, a partir da ótica da humanidade.
 	As doutrinas que procuram explicar a razão de ser do direito internacional podem ser filiadas a duas correntes:
→ Teoria subjetiva (vontade) / voluntarista: 
 	Para os defensores dessa teoria, ou do direito positivo, a obrigatoriedade do direito internacional decorre da vontade dos próprios estados. Baseia-se na ideia de uma vontade coletiva dos estados, ou seja, no consentimento mútuo destes. 
 	Dentre as diversas subteorias que se enquadram, destaca-se a da autolimitação, qual seja a ideia de que o direito internacional funda-se na vontade metafisica do estado, que estabelece limitações ao seu poder absoluto (o estado obriga-se para consigo próprio). Esta teoria, aceita no Brasil por Clóvis Beviláqua, tem sido muito criticada, dada a possibilidade de o estado, de momento a outro, modificar sua posição. 
 	Para essa teoria, o direito internacional rege as relações entre estados independentes. As regras desse direito, vinculando os estados, procedem, assim da vontade destes, vontade essa manifestada por meio de convenções ou por meio de usos geralmente aceitos, como consagrando princípios de direito, estabelecidos, visando regular a coexistência dessas comunidades independentes ou em vista da busca de objetivos comuns.
 	Em suma, entende que o fundamento do Direito Internacional se baseia na vontade dos Estados. A maior crítica feita a essa doutrina é a de que não se pode depender apenas da vontade do Estado, pois o mesmo pode manifestar sua vontade negativa a posteriori, deixando de existir o Direito Internacional. Devem ser criadas normas mais objetivas.
→ Teoria objetivista (Pacta Sunt Servanda): 
 	Para esta corrente, a obrigatoriedade é baseada em razões objetivas, isto é, acima da vontade dos estados. Dessa forma, funcionaria como uma espécie de contrato, os estados ao nascer se submeteriam pacta sunt servanda. 
 	Nos anos 50 se advertia que o positivismo voluntarista era impotente para resolver o problema dos fundamentos e da validade do direito internacional, que só poderia encontrar uma resposta na ideia de uma justiça objetiva. 
 	Até mesmo em relação à condição dos estados no ordenamento jurídico internacional, passou a prevalecer o entendimento de que a validade das normas de direito internacional a respeito não dependia do direito interno dos estados: assim, a própria identidade e continuidade do estado, a despeito de mudanças territoriais, ou populacionais, ou normativas, dava testemunha da primazia do direito internacional. 
 	Ainda há a necessidade de desenvolver a percepção da dimensão e alcance do direito internacional, além do que seja acordado como manifestação da vontade dos estados. 
 	Dionisio Anzilotti foi buscar no princípio Pacta Sunt Servanda a norma fundamento do direito internacional, que este denomina a norma suprema, e critério formal de que decorre a identidade das normas propriamente jurídicas, em relação às que não o são. A norma tem “valor jurídico” absoluto, indemonstrável e serve de critério formal para diferençar as normas internacionais das demais. 
 	Importante ressaltar que, apesar de sofrer críticas, a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 consagrou o princípio em seu artigo 26, nos seguintes termos:
Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumpridos por elas de boa fé, e a boa fé pode ser valor maior a ser preservado. 
 	A fundamentação do direito internacional, apresentada por Hans Kelsen, também ter caráter objetivo. Entende-se ser a comunidade internacional a “ordem superior e comum que torna possível aos Estados se relacionarem enquanto norma fundamental. Se coroam, como em uma cúpula, todas as demais formas sociais. 
 	O princípio segundo o qual os acordos têm de ser cumpridos (pacta sunt servanda) é basilar para a ordenação de qualquer sistema de convivência organizada. Tanto mais relevantee necessário em contexto descentralizado, como a sociedade internacional. 
 	Em suma, visa encontrar nas normas internacionais regras mais objetivas que subjetivas para fundamentar o Direito Internacional Público. Essa regra objetiva, por excelência, é o pacta sunt servanda. 
→ FONTES DE DIREITO INTERNACIONAL:
 	Por fontes de direito internacional entendam-se os documentos ou pronunciamentos de que emanam direitos e deveres das pessoas internacionais configurando os modos formais de constatação do direito internacional. 
 	O Estatuto da Corte Internacional de Justiça, segundo o qual especifica em seu artigo 35 que a função da Corte é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, passando à relação das fontes aplicáveis as suas decisões:
Fontes primárias:
As convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos estados litigantes;
Tratados, contanto que notificado pelos estados constantes.
O costume internacional, como prova de prática geral aceita como sendo o direito, contanto que haja reciprocidade (exemplo – colher digitais EUA e Brasil diante de possibilidade de terrorismo), porém sem represália (excesso).
Obs.: Enquadra-se dentro da reciprocidade a retorsão, qual seja a reciprocidade proporcional a ofensa. 
Fontes secundárias (excepcionalmente):
Os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
As decisões judiciarias das Organizações Nacionais;
Doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 
Jurisprudências decorrente de divergências doutrinarias, proferidas por tribunais legitimados; 
Atos unilaterais dos estados que tenham reflexo nas relações internacionais.
 	No parágrafo 2, o Estatuto esclarece que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) tem a faculdade de decidir uma questão conforme correto e válido, ou seja, ante a inocorrência de norma expressa, mediante aplicação da equidade se as partes com isto concordarem. 
 	Teve e tem um papel sistematizador, para determinar o que sejam as fontes do direito internacional, o artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. Como toda classificação, pode esta ensejar críticas. 
 	Ao lado das fontes enumeradas pelo Estatuto da CIJ, também serão considerados os atos emanados, das organizações internacionais e os atos unilaterais dos estados como fontes do direito internacional. 
→ RELAÇÕES DO DIREITO INTERNACIONAL COM O DIREITO INTERNO (teoria monista e dualista):
 	Assinado e ratificado pelos estados, o tratado tem seu conteúdo inserido nos respectivos direitos internos. O que ocorreria se um tratado internacional falando de uma determinada matéria “A” fosse destoante de um tratado versando sobre matéria “B”, demonstrando uma antinomia?
 	Em razão de serem as normas brasileiras omissas a respeito, inclusive para oferecer soluções, existe e tem de ser levado em conta o contexto de direito internacional geral, em que se inscrevem também tais tratados.
 	No campo da doutrina, duas grandes correntes buscam demonstrar o que as normas internacionais e as internas têm em comum e, ao mesmo tempo, se e como podem funcionar separadamente.
 	A dificuldade do juiz, diante de caso concreto, consiste em optar por uma das duas, em caso de conflito entre o direito interno e o direito internacional ou, melhor dito, entre lei interna e tratado em vigor. E aqui se verifica ser o enfoque eventualmente dado por juiz nacional não necessariamente o mesmo de tribunal internacional.
 	A primeira pergunta consiste em saber se o direito internacional e o direito interno são dois ordenamentos independentes, estanques, ou dois ramos de mesmo sistema jurídico:
Teoria monista:
 	Defende que direito internacional e o direito interno são dois ordenamentos independentes. Perante esta teoria só existe uma ordem jurídica, que engloba o direito interno e o externo: o direito é um só. O direito interno e o externo são elementos de uma única ordem jurídica, de um único ordenamento. O próprio monismo apresenta entretanto duas variantes, de acordo com a primazia do direito interno ou do externo. Neste caso, o Direito Internacional será mero desdobramento do direito nacional.
 	A vertente do monismo com a primazia do direito nacional considera o Estado como ente soberano e essa soberania não admite a interferência de uma lei que não tenha sido emanada de seus órgãos. A lei que vigora no Estado representa sua vontade e por isso deve ser criada pelo seu poder legislativo.
 	A doutrina monista não parte do princípio da vontade dos estados, mas sim de norma superior, pois o direito é um só, quer se apresente nas relações de um estado, quer nas relações internacionais.
 	Aceita a tese fundamental de que o direito é um só, os defensores da doutrina monista enveredam por dois caminhos opostos: para uns, em caso de dúvida, prevalece o direito internacional: é a tese do primado do direito internacional; já os outros defendem a tese do primado do direito interno.
→ Tese do primado do direito internacional: 
 		Teoria criada pro Kelsen, o qual preceitua que só existe um sistema.
 	Nesta teoria, temos por base a existência de 4 poderes do Estado, sendo 2 de hierarquia superior e 2 de hierarquia inferior, senão vejamos:
- Hierarquia Superior:
Poder executivo – Movido pelo Chefe do executivo que é responsável pelas construções de normas internacionais, ou seja, pela celebração de tratados ou acordos internacionais.
Tribunal Constitucional – Age como guardião e preceituador de direitos de valores universalmente consagrados. Atualmente se confundiria com a função exercida pelo STF.
- Hierarquia Inferior:
Poder Legislativo Ordinário – Este é responsável pelas construções de normas internas infraconstitucionais.
Poder Judiciário – Realizar o controle de constitucionalidade concreto e difuso, bem como é responsável pela resolução de conflito de interesses existentes entre às partes.
 	Levando em conta a existência destes 4 poderes e suas hierarquias, Kelsen concluiu que pelo fato da Chefia do Poder Executivo ser superior ao Poder Legislativo Ordinário, às normas internacionais prevaleceriam sobre às internas. Dentre outras palavras, preceituou a existência de uma relação hierárquica entre os poderes, onde prevaleceria a norma advinda de hierarquia superior.
 	A corrente do monismo com primado do Direito Internacional ou monismo internacionalista foi desenvolvida principalmente pela Escola de Viena e passou a ter aceitação majoritária pelos teóricos de todo o mundo no período pós Segunda Guerra Mundial; esta corrente sustenta a existência de uma única ordem jurídica na qual a primazia é do Direito Internacional e a ele se ajustariam todas as ordens internas.
 	Para KELSEN, do ponto de vista científico, os dois sistemas são igualmente aceitáveis, ou seja, uma norma qualquer pode ser aceita como ponto de partida do sistema total; mas a seu ver a tese do primado do direito internacional deve ser acolhida por motivos práticos.
 	Kelsen apresentou, inicialmente, uma teoria da livre escolha: de acordo com a pirâmide de normas proposta pelo autor uma norma tem a sua origem e retira a sua obrigatoriedade da norma que lhe é imediatamente superior. No ápice dessa pirâmide encontra-se a norma fundamental, a norma base e, segundo essa teoria da livre escolha, caberia a cada jurista escolher qual seria essa norma fundamental.
 	Posteriormente, Kelsen, defensor do monismo internacionalista, passou a considerar a norma fundamental como sendo uma norma de Direito Internacional, qual seja, a norma costumeira pacta sunt servanda que determina que os contratos firmados pelos Estados são obrigatórios para as partes.
 	De acordo com o monismo internacionalista o Direito interno deriva do Direito Internacional que representa uma ordem jurídica hierarquicamente superior; desta forma, o Direito Internacional limitaria o poder soberano dos Estadosdeterminando, inclusive, a inaplicabilidade das normas estaduais contrárias às normas internacionais.
 	A jurisprudência internacional tem sido invariável ao reconhecer a primazia do direito internacional. O caráter preeminente do direito internacional foi declarado, em parecer de 1930, pela Corte Permanente de Justiça Internacional, nestes termos: “É princípio geralmente reconhecido, do direito internacional, que, nas relações entre potências contratantes de tratado, as disposições de lei interna não podem prevalecer sobre as do tratado”. A matéria põe-se como questão de preservação das bases da convivência internacional e tem de ser considerada em sua dimensão externa – na interação entre sujeitos de direito internacional – e não somente como questão administrativa interna de cada estado.
 	A Convenção de Viena sobre o direito dos tratados adota, em seu artigo 27, a mesma regra: “Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado”.
 	Na prática, verifica-se que as regras constantes de tratado aprovado e ratificado substituem a lei interna; segundo o mesmo critério, lei interna posterior não pode substituir tratado, aprovado pelo legislativo e ratificado pelo executivo. A dificuldade surge no tocante a conflito entre tratado e texto constitucional.
 	O primado do Direito Internacional sobre o Direito interno é visto como uma condição de existência do próprio Direito Internacional, uma vez que, negando esta superioridade do Direito Internacional os Estados seriam soberanos absolutos e não estariam, portanto, subordinados a nenhuma outra ordem jurídica superior.
 	Em suma, a teoria monista com predominância do Direito Internacional foi criação de Kelsen logo após a segunda guerra mundial, quando se iniciou a era da globalização, a criação da ONU e a reconstituição das relações entre Estados. Já tinha sido prevista anteriormente por juristas franceses reducionistas, como Leon Duguit e Politis. Kelsen deu o nome de GRUNDNORM à norma fundamental, expondo-a em uma de suas obras, denominada As Relações de Sistema entre Direito Interno e o Direito Internacional Público . Assim sendo, há uma pirâmide de normas, mas, no seu ápice, paira a norma fundamental, superior a todas hierarquicamente, e regendo o único ordenamento jurídico.
 → Tese do primado do direito interno:
 	Segundo essa concepção, o Direito Internacional retira a sua obrigatoriedade do Direito interno e a Constituição do Estado determinará o grau hierárquico a ser atribuído às normas internacionais escritas e costumeiras. Sendo assim, a adoção dos preceitos de Direito Internacional na ordem interna seria uma mera faculdade discricionária de cada Estado soberano.
 	Para o monismo nacionalista cada Estado, no exercício da sua soberania, só encontra limitação no arbítrio de um outro Estado. As normas de Direito Internacional Público não representariam uma limitação ao Estado soberano, uma vez que a validade destas normas internacionais dependeria da vontade do Direito interno de cada Estado.
 	Os defensores do monismo com predomínio do Direito interno fundamentam sua posição em basicamente dois argumentos: a competência para concluir tratados internacionais é determinada pela Constituição de cada Estado, ou seja, a obrigatoriedade do Direito Internacional emana de uma norma interna; e a inexistência, no plano internacional, de uma autoridade que obrigue os Estados a cumprirem os compromissos internacionais, sendo assim, cada Estado estaria livre para determinar suas obrigações internacionais.
 	A teoria monista com primado do Direito interno é bastante criticada principalmente pelo fato de reduzir o Direito Internacional a um Direito estatal e, desta forma, acaba negando a existência do Direito Internacional como um direito independente.
 	Dessa forma, o monismo com predominância do direito interno baseia-se na teoria de Kelsen ao estabelecer uma pirâmide de leis. No topo dessa pirâmide de leis existe a norma fundamental, que é uma norma máxima, colocada acima dos Estados, portanto, a norma internacional. A norma fundamental é um princípio jurídico superior de Direito Internacional, baseada na máxima tradicional pacta sunt servanda (os compromissos são para serem cumpridos). Esse princípio rege o relacionamento entre Estados.
→ Teoria monista radical:
 	Tem por base também os 4 poderes do Estado, porém, por se ter que a vontade do povo se exterioriza por todo o ordenamento jurídico, bem como pelo fato de a soberania ter que proteger tal interesse, preceitua que tendo em vista que a norma interna é construída pelo legislativo, que exteriora a vontade do povo, logo, por este fato, deve esta prevalecer a lei interna sobre a internacional, que não emana do povo.
→ Teoria monista moderna:
 	Preceitua que existe 1 sistema, o internacional e interno, onde estes são iguais, porém, em caso de conflito entre leis advindas destes, prevalece a que vir posterior. Ou seja, se aplica a lei posterior a lei anterior, seja ela de direito internacional ou interno.
Teoria dualista:
 	Preceitua que existem dois sistemas distintos que não se contrapõem, ou seja, existe um direito interno e um direito internacional. Ou seja, caso existe um artigo no direito internacional que viole norma existente em direito interno, estes não entraram em um conflito, pois, conforme esta teoria, estes não se comunicam.
 	Todavia, caso haja provocação por parte do Estado interessado por meio de um processo, poderá existir a internalização do direito internacional, sendo que neste momento que se manifesta o conflito entre tratados e leis de acordo com esta teoria.
 	Para solucionar este conflito, prevalece o entendimento de que lei posterior revoga anterior, ou seja, verifica entra a lei e o tratado qual é o mais novo, e este deverá prevalecer.
 	Defende que direito internacional e o direito interno são dois ramos de mesmo sistema jurídico, ou seja, seriam dois sistemas distintos, dois sistemas independentes e separados, que não se confundem. O direito interno cuida de relacionamento entre pessoas pertencentes a um Estado, ou entre um Estado e seus cidadãos. Por outro lado, o Direito Internacional cuida do relacionamento entre um Estado e outros Estados.
 	Há diversidade também de origem das normas. A lei interna é elaborada por um poder interno do Estado em que ela vai vigorar. Interpreta a vontade independente e soberana desse Estado. Por seu turno, o Direito Internacional é elaborado por vários Estados e interpreta a vontade de todos os que elaboram a lei e não de um só.
 	A norma nacional é criada para ser aplicada nos limites territoriais de um Estado, enquanto a internacional dirige-se para fora dos limites territoriais. Pode-se dizer que a norma interna começa onde termina a norma internacional. É possível, contudo, que a lei internacional se incorpore ao direito de um país, transformando-se em lei nacional. Trata-se porém de outra situação; a lei internacional passou a ser lei nacional. Destarte, um tratado internacional não se aplica diretamente na órbita de um Estado, mas só quando se incorporar no direito interno.
 	Salientam que num caso se trata de relações entre estados, enquanto, no outro, as regras visam à regulamentação das relações entre indivíduos. Tal ideia fazia grande sentido na época em que prevalecia o voluntarialismo (vontade coletiva dos estados, ou seja, no consentimento mútuo destes). 
 	Aduzem que é necessário um procedimento próprio para inserir o direito internacional no direito interno, e passaram a resolver as antinomias do modo mais clássico, qual seja, a lei posterior revoga a anterior. 
 	Outro argumento é que o direito internacional depende da vontade comum de vários estados, ao passo que os direitos internos dependem da vontade unilateral do estado. Em consequência, o direito internacional não criaria obrigações para o indivíduo, a não ser que as suas normas se vissem transformadas em direito interno.
* DAS DEFESAS DOS ENTENDIMENTOS ACIMA APONTADOS:Entendimento da defesa dualista:
 	O art. 84 CF, prevê que é competência do Chefe do Executivo assinar tratados internacionais, mas estes tratados tem que passar por um referendo congressual, que irá verificar o impacto nacional deste tratado (Compromisso Gravoso), sendo que isto significa o impacto patrimonial expressado na Constituição Federal ao prever a fiscalização em um tratado em ser internalizado em nosso sistema.
 	As fases para formação e internalização de um tratado são (4 Fases de formação):
Negociação + Assinatura – ART. 84, VIII, CF.
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
Referendo Congressual (Quem faz é o Congresso Nacional) – ART. 49, I, CF.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
Ratificação feita pelo Presidente da República, sendo está um ato discricionário.
Promulgação e Publicação do Tratado.
OBS: O tratado internacional não pode ferir o ‘’Jus Cogenes’’, sendo este norma imperativa do direito internacional (Ex. Declaração Universal de Direitos Humanos).
 
 	Sendo assim, tanto existem dois sistemas que para um tratado adentrar em nosso sistema é necessário todo o processo acima, sendo dever do referendo congressual verificar se este tratado não irá ser um compromisso gravoso ao sistema nacional, ou seja, verificar o impacto ao patrimônio nacional (A nação), portando, confirmando a existência de dois sistemas.
Entendimento da defesa monista:
 	Sustentada pelo preceituado por Montequieu, qual seja a teoria dos Freios e Contrapesos – poderes harmônicos que se controlam e limitam. Ou seja, cada poder existente (Executivo, Legislativo e Judiciário) possuem funções típicas e atípicas, senão vejamos:
Funções típicas e atípicas:
Legislativo – Legislar (Atípica jurisdicional)
Executivo – Administrar (Atípica legislar)
Judiciário – Jurisdicional (Atípica administrar)
 	Portanto, pode-se verificar que o Executivo possui função típica de administrar a coisa pública, estando sujeito inclusive a crime de responsabilidade, e, como função atípica, legislar por meio de decretos e celebração de tratados.
 	Logo, pode-se concluir, que não existem 2 sistemas, mas somente 1 sistema, onde o legislativo é que ‘’cria’’ o tratado internacional, integrando este junto ao nosso ordenamento jurídico, mesmo sendo o Chefe do Executivo que o negocia, assina e ratifica. 
→ Posicionamento brasileiro:
 	Os tribunais brasileiros trataram da questão diversas vezes, e, como nesse tema a legislação brasileira nada esclarece, a jurisprudência teve papel fundamental no posicionamento adotado no País, especialmente no que tange ao entendimento das teorias monistas e dualistas. No Brasil, as duas teorias acima descritas não foram aplicadas na sua forma pura, ganhando interpretações que lhes descaracterizaram o sentido original, cunhando-se, ainda, novas expressões para designar suas modalidades, a saber: dualismo extremado e moderado e monismo radical e moderado.
→ Dualismo radical:
 	O dualismo dividiu-se em radical, em que há necessidade de edição de lei distinta para a incorporação do tratado à ordem jurídica nacional, na forma original proposta por C. H. TRIEPEL.
→ Dualismo moderado: 
 	No dualismo moderado, a incorporação prescindiria de lei, embora se faça mediante procedimento complexo, com aprovação congressional e promulgação executiva.
→ Monismo radical: 
 	Prega a primazia do tratado sobre a ordem jurídica interna.
→ Monismo moderado: 
O moderado procederia à equiparação hierárquica do tratado à lei ordinária, subordinando-o à Constituição e à aplicação do critério cronológico, em caso de conflito com norma superveniente.
 	Todavia, note-se que o monismo moderado, tal como se aplica no Brasil, representa o segundo momento do dualismo, quando a norma já incorporada poderá ou não colidir com a norma interna. Isso é falso problema, porque a norma incorporada segundo o sistema dualista, ao entrar no ordenamento jurídico, passa a pertencer a este e enquadrar-se nas hipóteses de análise pertinente às demais leis.
 	Desta forma, identificam-se, claramente, momentos distintos com relação a discussão entre fontes de origem internacional, tratados, leis e fontes de origem interna.
1º momento: O primeiro momento diz respeito à incorporação das fontes internacionais ao ordenamento jurídico interno.
2º momento: O segundo diz respeito a sua posição hierárquica nesse ordenamento – e somente se passa para esse segundo momento se as normas internacionais já estiverem incorporadas —, quando então perguntar-se-á se são superiores à norma interna ou equiparadas no mesmo nível da legislação interna. 
 	Ao se estabelecer a necessidade imperiosa de incorporação, independentemente da posição que assumirá posteriormente a norma, adota o direito brasileiro certa forma de dualismo, na modalidade moderada.
 	Somente depois de incorporadas ao ordenamento jurídico interno, podem as normas de origem internacional criar direitos e deveres para os particulares, ainda que antes disso tenha o estado em relação aos seus contratantes assumido suas obrigações no plano internacional, por ratificação e depósito do instrumento próprio.
→ Histórico jurisprudencial brasileiro:
 	Na década de 1970, com a decisão do STF, no RE 71.154, pôde-se distinguir claramente os dois momentos aludidos acima. Só se passou a discutir a hierarquia do tratado em face da lei, depois de considerá-lo internalizado. Posteriormente, esse acórdão serviu de base para o proferido na Carta Rogatória 8.279, em que o Ministro Celso de Mello explicita a adoção do dualismo moderado. O que seja e como opera este permanece pouco claro.
 	 STF, ao decidir o RE 80.004, teve esse julgado, classificado pela doutrina, como exemplo de monismo moderado, momento, inclusive, do surgimento dessa terminologia. Nesse caso, decidiu o STF que lei interna superveniente poderá afetar tratado em vigor, com exceção daqueles referentes a matéria tributária, em face do que dispõe o art. 98 do CTN. Passando o tratado a integrar a legislação interna, depois de sua incorporação, encontra-se este em igualdade de condições às demais leis, e todas as incoerências que apresentar serão analisadas da mesma forma que aquelas surgidas em relação às demais leis.
→ Cenário atual:
 	A jurisprudência internacional defende, unanimemente, a primazia do Direito Internacional sobre o Direito interno dos Estados.
 	No plano interno vários Estados adotam expressamente em suas Constituições regras sobre as relações entre o Direito Internacional Público e o Direito interno. Todavia, a supremacia do Direito Internacional sobre o Direito interno estatal não é uma concepção adotada de maneira uniforme nos ordenamentos jurídicos estatais.
 	Os tratados em geral quando recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro adquirem o status de normas infraconstitucionais. Nesses termos, tais tratados, quando promulgados, revogam todas as normas anteriores contrárias ao seu conteúdo e, por outro lado, são revogados por leis posteriores quando da existência de um conflito.
Com exceção aos tratados de direitos humanos acolhidos como normas supralegais, encontram-se localizados acima da legislação ordinária, mas, em caso de conflito com a Constituição, prevalecerão as normas constitucionais.
Os tratados de direitos humanos que adquirirem hierarquia constitucional, nos termos do art. 5º, parágrafo 3º da CF, passam a constituir cláusulas pétreas não podendo ser suprimidos sequer por emenda constitucional; tornam-se insuscetíveis de denúncia e passam a ter aplicabilidade imediata tão logo sejam ratificados. Nesses termos, a partir da entrada em vigor do tratado internacional, toda norma preexistente que seja com ele incompatível perde automaticamente a vigência.Ademais, passa a ser recorrível qualquer decisão judicial que viole as prescrições do tratado e no caso de um conflito com normas constitucionais deverá prevalecer a norma mais favorável ao titular do direito.
Os Estados estão submetidos à ordem supra-estatal, a incidência dos direitos fundamentais não depende do reconhecimento constitucional, uma vez que tais direitos pertencem à ordem jurídica exterior e acima do Estado e, por isso, impõem limites tanto ao Poder estatal quanto ao Poder Constituinte, que são obrigados a incorporá-los à Constituição, cercando-os das garantias necessárias à sua efetividade. 
Os direitos fundamentais supra-estatais são, portanto, direitos que existem independentemente de constitucionalização, ou seja, ainda que não previsto no ordenamento interno do Estado estes direitos não perdem a sua fundamentalidade.
 Os direitos fundamentais supra-estatais são considerados paradigmas de validade das normas de direito interno, inclusive das normas constitucionais. Tais direitos impõem limites aos poderes do Estado – nenhuma norma interna pode ser interpretada ou executada em contradição com a Constituição e com as normas de direitos fundamentais supra-estatais; ademais, o Estado se vê obrigado a incorporar esses direitos à Constituição e a garantir os meios necessários para a efetividade de tais direitos.
Cabe ao Poder Judiciário e aos demais Poderes Públicos assegurar a implementação no âmbito nacional das normas internacionais de proteção dos direitos humanos ratificadas pelo Estado brasileiro; ao Congresso Nacional a obrigação negativa de se abster de legislar em sentido contrário às obrigações assumidas internacionalmente; e aos cidadãos, beneficiários diretos de instrumentos internacionais voltados à proteção dos direitos humanos, reclamarem, perante os órgãos judiciais do Estado, a satisfação dos direitos estabelecidos nos tratados.
 Em suma: 
 	No Brasil, há dúvidas se é adotada a teoria dualista ou monista moderada:
 	Há duas ordens jurídicas independentes. O direito estrangeiro ou internacional aplica-se internamente, mas só pode ser aplicado no Brasil mediante a observância de certos trâmites previstos em nosso ordenamento jurídico. 
 	A teoria do dualismo adotada pelo Brasil considera a existência de dois direitos autônomos e separados: o direito interno e o externo. Segundo essa teoria e nosso ordenamento jurídico, o tratado internacional celebrado pelo Brasil com outros países obriga o país perante eles, mas não os brasileiros, vale dizer, o tratado não tem aplicação no âmbito interno do Brasil.
 	Pode, entretanto, transformar-se em lei nacional, aplicando-se internamente no Brasil. Essa incorporação se dá por meio de um processo legislativo, constituído de dois passos, a saber: a convenção deve ser aprovada pelo Congresso Nacional por meio de um decreto legislativo e promulgada por um decreto executivo pelo Presidente da República.
 	Há entretanto duas exceções, que foram introduzidas pela Emenda Constitucional 45: 
- Quando se tratar de direitos humanos, o tratado internacional ratificado pelo Brasil tem validade imediata no direito brasileiro, incorporando-se automaticamente. Trata-se porém de caso restrito e não geral: apenas quando se tratar de direitos humanos. 
- Outra questão prevista na nova redação constitucional é no tocante ao Tribunal Penal Internacional, que se torna competente para julgar crimes contra os direitos humanos, que independe de decreto presidencial para ser aceito. E trata-se de cláusulas pétreas de nossa Constituição.
→ O CONFLITO E O STATUS JURÍDICO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DENTRO DE NOSSO ORDENAMENTO:
 	O STF tem o entendimento de que se o quórum de aprovação da lei infraconstitucional e do tratado internacional forem iguais, logo, existindo um conflito entre ambas, prevalecerá a posterior sobre a anterior.
 	Logo, a doutrina é divergente sobre a posição dos tratados dentro de nosso ordenamento jurídico, mas sempre, independentemente do conceito, o resultado será o mesmo em relação à antinomia.
 	O art. 5, §2, CF diz que estão espalhados no ordenamento jurídico brasileiro os direitos fundamentais, inclusive os previstos em tratados internacionais de direitos humanos, logo, estes tratados teriam hierarquia constitucional, desde que aprovados por maioria qualificada.
Deste aspecto, surgiram as modalidades de tratados:
MODALIDADE EQUIVALENTE A LEI ORDINÁRIAS – São aqueles tratados de antes de 2005 aprovados por maioria simples.
MODALIDADE EQUIVAMENTE A LEI CONSTITUCIONAL – São aqueles tratados de depois de 2005 aprovados por maioria qualificada.
MODALIDADE EQUIVALENTE A LEI INFRACONSTITUCIONAL E SUPRALEGAL – Entendimento preceituado e defendido pelo STF de que os tratados de direitos humanos aprovados por maioria simples tem status de hierarquia superior a leis infraconstitucionais, mas inferiores a leis constitucionais.
Logo, conclui-se que:
Até 2004 os tratados são infraconstitucionais e supralegais.
De 2004 até hoje se verificar a hierarquia de um tratado a partir do quórum de votação deste, ou seja, se aprovado por maioria qualificada terá status jurídico de lei constitucional, mas se aprovado por maioria simples, será infraconstitucional e supralegal.
 	Ressalva-se, por fim, que maioria qualificada é aquela votada em 2 turnos, nas 2 casas, e aprovada por 3/5, 60%, da respectiva, esmiuçando isto:
3/5, em dois turno, em cada casa, chamada maioria qualificada ou absoluta.
60% de votos
308 Deputados (quórum de aprovação em 1 sessão na Câmara dos Deputados)
49 Senadores (quórum de aprovação em 1 sessão no Senado Federal)
→ FONTES DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Artigo 38
A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.
Convenções/Tratados 
 	Por tratado entende-se o ato jurídico por meio do qual se manifesta o acordo de vontades entre dois ou mais sujeitos de direito internacional. As Convenções de Viena sobre direito dos tratados de 1969 e de 1986 tiveram o grande mérito de estabelecer que o direito de firmar tratados deixou de ser atributo exclusivo dos estados, e pode ser exercido também pelas demais pessoas internacionais, sobretudo as organizações internacionais.
 	São atos internacionais que impõe obrigações aos Estados. Se assemelha ao negócio jurídico do direito civil, pois para se fazer um tratado os países devem entrar em consenso, deve ser convencionado.
 	A convenção de Viena celebra o direito dos tratados e o regulamenta no ordenamento jurídico, apesar de não ter sido ratificada pelo Brasil, muitas de suas disposições vem sendo consideradas pelas cortes internacionais e pela doutrina como expressando costumes internacionais, os quais seriam aplicáveis inclusive no Brasil.
 	Os tratados sãos formais, tendo que vista que possuem procedimento específico na sua elaboração, celebração, o qual pode decorrer de uma conferência internacional ou de um quadro normativo de uma organização internacional.
→ Objeto licito e possível:
 	A formação do vínculo legal pressupõe a licitude e a possibilidade do objeto do consenso de vontades. Em direito internacional, como ademais em direito interno, só se deve visar coisa materialmente possível e permitida pelo direito e pela moral.
 	Na prática, as hipóteses, quer de ilegalidade, quer de impossibilidade, são raras.Exemplo histórico de objeto não lícito foi o tratado de Munique de 1938, por meio do qual se fez a partilha da então Tchecoslováquia, sem sequer ter contado com a assinatura e participação do principal interessado e objeto da deliberação.
 	Dentre questionamentos no tocante à possibilidade, cumpre indagar até que ponto se reveste de qualquer efetividade a pretensão de tratado da Lua e dos corpos celestes, por meio do qual são estes declarados patrimônio comum da humanidade: entende-se o propósito norteador da adoção do dispositivo – porquanto a preocupação era no sentido de evitar a militarização do espaço –, mas carece de qualquer conteúdo efetivo.
→ Elementos que configuram um tratado:
É acordo formal internacional: é acordo escrito devendo que ter animus contraendi e sanção em caso de descumprimento.
Celebrado por escrito: para ser válido, deve ser feito por escrito, sendo vedada a forma oral.
É celebrado entre Estados ou Organizações Internacionais: que são pessoas de direito internacional.16 A Convenção de Viena de 86 acresceu as Organizações internacionais como sujeitos de Direito Internacional.
Excepcionalmente, por razões políticas, um ente que não estatal pode celebrar tratado: ex. OMC, Taiwan e Hong Kong (são tigres asiáticos que, por meio do Acordo de Mahakesch, permitiu que os territórios aduaneiros autônomos, para dizer que podem participar os Não-estados, mas que tenham autonomia comercial, como no caso de Taiwan e Hong Kong).
Deve ser regido pelo Direito Internacional: se um compromisso for regido pelo direito interno de uma das partes, não será um Tratado Internacional, mas sim um Contrato Internacional.
Quer conste de um instrumento único, quer de mais ou dois instrumentos conexos: permite os acordos por troca de notas diplomáticas (acordos em forma simplificada/acordos executivos).
Deve produzir efeitos jurídicos: não se considera documentos meramente políticos: Tratados devem produzir direitos e obrigações, de modo que a inadimplência gere responsabilidade internacional.
Qualquer que seja a sua nomenclatura particular: os Tratados Internacionais não tem denominação específica, podem ser denominados de Tratado, Convenção, Protocolo, Acordo. Exceção: Tratados celebrados pelo Vaticano com outros Estados denominam-se Concordata, desde que versem sobre privilégios direcionados aos católicos.
Obs.: Em termos de nomenclatura, atualmente não importa saber se é um tratado ou uma convenção.
 	A Convenção de Viena estabelece em seu art. 2° que tudo que tem força normativa é chamado de tratado. O que temos ainda em questões de nomenclatura são dois nomes:
- Protocolo: é o que equivale ao aditamento em contratos. O protocolo só existe se já existe um tratado, ou seja, deve ter um tratado pré-existente, pois o protocolo altera alguma coisa no documento já exista. 
- Concordata: é um tratado internacional no qual faz parte o Estado do Vaticano.
 	Basicamente, desde que preencha os requisitos básicos, será tratado internacional. A nomenclatura não tem o condão de distinguir (convenção, tratado, acordo [DI Econômico], concordata [Vaticano], carta [utilizado para organizações], protocolo [há um tratado original e para evitar emendas, faz-se um tratado adicional e para se fazer este protocolo, tem que fazer parte do tratado original).
→ Classificação dos Tratados:
Quanto ao número de Partes:
 	O que os distingue é a possibilidade de alargamento do número de partes. Havendo a hipótese de ingresso ou saída de Estados, será multilateral. Nos bilaterais, se uma das partes denunciar, extingue-se o tratado.
I. Tratados bilaterais: Trata de matérias típicas, como fronteira, bitributação, extradição, cooperação judiciária. 
II. Tratados multilaterais:	Podem ter aplicação universal, para todos. Ex. direitos humanos. 
 	Nestes tratados aparecem questões referentes à adesão de outros Estados ao tratado (regras para adesão): as vezes exige-se aprovação dos demais membros integrantes, inclusive com cláusula de unanimidade (Mercosul). Fixa-se regras para denúncia do tratado, em regra, é fixada a comunicação prévia para sair. Quantos são necessários para permanecer vigente é outra cláusula. 
 	Uma cláusula muito importante é a de reserva, que é a possibilidade de o Estado se vincular ao tratado, mas com reservas. Há tratados que não permitem reservas (TPI – Estatuto de Roma). Nos tratatos multilaterais, as matérias atinentes às reservas aparecem ao fim do tratado. Se um Estado soberano não concorda com os termos do novo tratado, é perfeitamente possível que haja o engajamento parcial ou condicional a determinados tratados. A limitação ao consentimento acerca de parte do tratado recebe o nome de reserva ou declaração interpretativa. A 
 
Quanto à abertura ou não:
I. Abertos: são aqueles acessíveis a outros Estados; possuem cláusula de adesão.
II. Fechados: são aqueles realizados somente entre as partes, não são acessíveis a outros Estados;
III. Semi-abertos: abertos somente a alguns países específicos;
Quanto à solenidade:
I. De forma solene: são aqueles que precisam de assinatura e ratificação; 
II. De forma simplificada: são aqueles que a mera assinatura já lhe da validade; 
→ Tratados lei, contrato e Constituição:
I. Tratados-lei → são aqueles normativos, ou seja, disciplinam com força de lei; Todos os integrantes acordam com propósitos idênticos. 
II. Tratados-contrato → são aqueles que se formam a partir da vontade das partes, em geral disciplinando tratos comerciais. Todos os integrantes acordam com propósitos diferentes. Ex. acordo nuclear Brasil-Alemanha: o Brasil se comprometeu a fornecer urânio enriquecido ao passo que a Alemanha se comprometeu a fornecer tecnologia nuclear ao Brasil.18 
III. Tratados-Constituição: “são celebrados pelos sujeitos da SI que visam a institucionalizar um processo internacional de criação de uma entidade que possua orgaos e poderes próprios e vontade intependente dos Estados que a originaram”.
→ Ratificação dos tratados: 
	É o procedimento de aceitação do Estado, não importando se já existe um procedimento para tal. Por exemplo, no Brasil temos três fases para ratificação de um tratado:
I. Primeira fase: assinatura;
II. Segunda fase: referendo no congresso nacional;
III. Terceira fase: ratificação. 
 
 	Ocorrida a aprovação do tratado internacional, pelo Congresso Nacional, mediante decreto legislativo, volta o tratado para o Chefe de para que ocorra a ratificação.
 	Embora seja possível o consentimento em obrigar-se por um tratado mediante a assinatura ou firma, na atualidade é comum a exigência da ratificação. Este é o ato internacional mediante o qual um Estado confirma seu consentimento em obrigar-se por um tratado internacional mediante a troca dos instrumentos de ratificação ou seu depósito junto a um estado ou Organização Internacional.
 	As fases de assinatura e de ratificação ou adesão ocorrem no plano internacional. As fases de aprovação interna e promulgação ocorrem no plano interno. Na doutrina, alguns falam da fase da negociação.
Obs.: O Supremo Tribunal Federal considerou que a promulgação é requisito essencial para a incorporação dos tratados ao direito interno.
 	Desta forma, podemos dizer que os tratado internacionais têm vigência no ordenamento jurídico, somente após a sua promulgação mediante decreto presidencial. Recepcionado o tratado internacional pelo Direito interno, face mister identificá-lo hierarquicamente dentro do ordenamento jurídico brasileiro.O Supremo Tribunal Federal já decidiu que os tratados, uma vez recepcionados, têm status de lei ordinária. Assim, a eles é vedado disciplinar matérias reservada a lei complementar.
 	Portanto, é necessário que os tratados internacionais firmados passem pelo referendo do Congresso Nacional, podendo-se dizer, diante disso, que o Estado brasileiro manifesta sua vontade de inovar a ordem jurídica por meio da conjugação de vontades do Poder Executivo e do Poder Legislativo.
 	Sendo assim, no Brasil temoso instrumento de ratificação que valida todo o processo. Geralmente os Estados esperam o depósito do instrumento de Ratificação dos outros países, quando envolve mais de dois países, para colocar em prática os tratados. Tratados com mais de três Estados geralmente possui um país escolhido como depositário do instrumento de Ratificação. 
→ Condições de validade:
 	Para que um tratado seja considerado válido, é necessário que:
As partes (estados ou organizações internacionais) tenham capacidade para tal;
Que os agentes estejam habilitados;
Que haja consentimento mútuo;
O objeto do tratado seja lícito e possível.
 	A Convenção de Viena sobre direito dos tratados, de 1969, em seu artigo 26, prevê que “todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido de boa-fé”. Seguindo-se-lhe o artigo 27, “uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno, para justificar o inadimplemento de um tratado”. 
→ Reserva: 
 	É o direito do estado que está assinando o tratado de não concordar com todos os termos constantes nele. Obviamente que as reservas não podem ser sobre o tema essencial do tratado, mas sim sobre suas cláusulas acessórias. 
→ Normas de direito interno:
 	Estabelece expressamente que os Estados não podem utilizar como desculpa suas normas as internas para justificar o não cumprimento de um tratado. Porém as normas que são tidas como essenciais para o Estado, podem ser utilizadas como justificativa para o não cumprimento de certa norma de tratado internacional. 
“Jus Cogens” - norma imperativa de direito internacional geral: 
 	No direito internacional em princípio não existe uma hierarquia, porém, existe algumas normas que não podem ser alteradas, ou outras que não podem ser desrespeitadas. Quando há uma norma dessas, a paz internacional fica em risco. 
Obs.: Uma norma dessa só pode ser alterada por meio de outra norma jus Cogens. 
→ Efeitos em relação a terceiros:
 	Os tratados, em princípio, produzem efeitos entre as partes contratantes; sendo-lhes de cumprimento obrigatório, desde que tenham entrado em vigor. O artigo 34 das Convenções de Viena consigna essa regra ao estipular que “tratado não cria nem obrigações nem direitos para um terceiro estado sem o seu consentimento”. Um tratado só faz lei entre os estados que nele são parte.
 	Esse princípio, que decorre, diretamente, da soberania dos estados e da autonomia da vontade, aplica-se a todos os sujeitos dotados de personalidade internacional; portanto, igualmente às organizações internacionais, com as especificidades apontadas.
 	A regra res inter alios acta aliis neque nocere neque prodesse potest, contudo, sofre algumas exceções, reconhecidas pelas Convenções de Viena, de 1969 e 1986. Os artigos 34 a 38 regulam questões relativas a tratados e terceiros estados, cuja regra geral, conforme o art. 34, é a ausência de efeitos em relação a terceiros.
 	Dessa forma, em regra, um tratado não cria obrigações nem direitos para um terceiro estado, sem o seu consentimento, mas, a seguir, são especificadas as hipóteses de tais efeitos:
- Uma obrigação nasce para um terceiro estado de uma disposição de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de criar a obrigação por meio dessa disposição e o terceiro estado aceitar expressamente, por escrito, essa obrigação.
 
- Um direito nasce para um terceiro estado de uma disposição de um tratado se as partes no tratado tiverem a intenção de conferir, por meio dessa disposição, esse direito quer a um terceiro estado, quer a um grupo de estados a que pertença, quer a todos os estados, e o terceiro estado nisso consentir, em que se presume o consentimento do estado até indicação em contrário, a menos que o tratado disponha diversamente.
Obs.: Qualquer obrigação que tiver nascido para um terceiro estado só poderá ser revogada com o consentimento das partes no tratado e do terceiro estado, salvo se ficar estabelecido que elas haviam acordado diversamente.
 	Nada impede que uma regra prevista em um tratado se torne obrigatória para terceiros estados, como regra consuetudinária de direito internacional, reconhecida como tal. Assim, normas de direito internacional geral prevalecem mesmo diante da ocorrência de estipulação diversa em acordo.
 	Um tratado não pode ser fonte nem de direitos nem de obrigações para terceiros. Isso não impede, porém, que lhes possa acarretar consequências:
Se nocivas, o estado lesado tem o direito de protestar e de procurar assegurar os seus direitos, bem como o de pedir reparações; se, entretanto, o tratado não viola direitos de estado não contratante e é apenas prejudicial a seus interesses, ou lhe causa dano legal, ou antes damnum sine injuria, o estado lesado poderá reclamar diplomaticamente contra o fato, mas contra o mesmo não terá recurso jurídico;
Caso sejam as consequências favoráveis para estados que do tratado não participem, ou que os contratantes, por manifestação de vontade expressa, concedam direito ou privilégio a terceiros. A bem dizer, essa é a única hipótese de exceção ao princípio de que o tratado só produz efeitos entre as partes contratantes.
 	Se a manifestação de vontade de terceiro estado encontra-se com a vontade expressa das partes contratantes, no sentido de estas assumirem as obrigações correspondentes aos direitos ou privilégios concedidos ou reconhecidos ao primeiro, o caso será diferente. Nessa hipótese, todavia, o direito de exigir a
execução da estipulação que lhe é favorável surge para o terceiro estado não da própria estipulação, mas desse acordo de vontades. É admissível que, implícita ou explicitamente, as partes contratantes concordem em assumir, em relação a terceiro estado, a obrigação de lhe reconhecer a faculdade de exprimir vontade correspondente à sua e, por conseguinte, de adquirir direito às vantagens ou privilégios conferidos pelo tratado.
 	Sendo assim, os tratados, por trataram-se de uma norma jurídica compactuada por pessoas, que sob o ponto de vista jurídico, estão em grau de isonomia, em regra produzem efeitos somente entre as partes participantes. O tratado se aproxima muito de um negócio jurídico qualquer, e, portanto, usando como analogia o direito civil, excepcionalmente produzirá efeitos a terceiros. 
 	Vale lembrar que um dos problemas que originaram a 1ª guerra mundial foi o fato de os países se unirem para dominar um determinado território para após conquista-lo, “fatiar” em pedaços entre os aliados (objeto ilícito) – nessa hipótese, além de ter um objeto ilícito, ocorreu violação de soberania, supressão de território e efeitos perante terceiros. 
 	Ressalta-se que ainda que as partes estejam compactuando uma medida boa para a população, como por exemplo, o Brasil ao oferecer a adesão de suas politicas de prevenção do HIV, que são muito avançadas, os EUA, não possui qualquer obrigação de aderir, ainda que seja bom para a população americana e que seja questão de saúde pública.
 	Algumas intervenções internacionais podem ocorrer em situações excepcionais, em países muito prejudicados, como o Haiti, Ruanda, Iugoslávia. Nesse caso é um efeito em relação aos terceiros.
→ Nulidade, extinção e suspensão de aplicação:
Nulidade: 
 	A nulidade ocorre em virtude de erro, dolo, corrupção do representante do estado, coerção exercida sobre o referido representante e coerção decorrente de ameaça ou emprego de força, além da adoção de tratado com desconhecimento do jus cogens.
 	O erro ou o dolo capazes de viciar o consentimento na ordem interna são habitualmente excluídos, quando se trata de acordos internacionais, porque, segundo se alega, as partes contratantes, na ordem externa, costumam operar com grandes precauções, com perfeito conhecimento de causa. Tem-se admitido com frequência que erro de fato possa ocorrer, em caso de fronteira. Foi o argumento apresentado pela Argentina e pela França, mas sem sucesso, para modificar os respectivos limites com o Brasil.
 	É nulo o tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça ou com o emprego da forçaem violação dos princípios de direito internacional incorporados na Carta das Nações Unidas. 
 	Dessa forma, deve tratar-se de um objeto que deve ser possível, jurídico, de modo que, se tratar-se de objeto que viole uma norma imperativa internacional esse tratado será nulo.
 	Temos a habilitação, que se trata do fato de tal pessoa poder representar o Estado, essa pessoa deve estar formalmente investida desses poderes, que se dá por várias formas. No Brasil, o chefe do executivo está habilitado com base na Constituição Federal, mas também pode estar por normas internas. Se não houver fonte alguma que autorize a habilitação, o presidente pode dar uma carta de habilitação para algum ministro e este estará investido do poder de falar em nome do Estado.
-Tipos de nulidade:
Erro – quando a parte é enganada quanto ao conteúdo do tratado. Achavam que era uma coisa é assinavam e acabava sendo outra, hoje é muito difícil acontecer. 
Dolo – quando o outro induz a outra parte em erro. 
Coação – é transformar a vontade em imposição, pode se dar no Estado como um todo ou pressão ao sujeito habilitado. 
Suspensão:
 	Os tratados internacionais podem ser suspensos se houver previsão expressa para tal e ainda, se as circunstâncias em que se encontrarem seus participantes no momento do pedido de suspensão, forem suficientemente justificadas. 
 	Importante citar que, a exceção do contrato não cumprido se aplica aos tratados, ou seja, se uma das partes não cumprir o acordo, este poderá vir a ser suspenso ou extinto. Muitas vezes a circunstâncias podem influenciar de tal maneira, que a suspensão do contrato é a medida mais eficaz a ser tomada, como por exemplo, em casos fortuito ou força maior sofrido pelo Estado, como tsunami, terremoto, furacão, etc, de modo que, o Estado não terá como cumprir com um possível acordo de alíquota 0%, a titulo ilustrativo, já que no momento qualquer ônus financeiro trará diferença na reconstrução do país. 
 	Vale frisar que alguns direitos não podem ser suspensos, como por exemplo, os direitos fundamentais. Excepcionalmente em casos específicos, como guerra interna, poderá ocorrer a suspensão, no entanto, não em relação a todos os direitos. São intocáveis os direitos como a vida e integridade física, jamais podendo ser suspensos. 
- Hipóteses de pedido de suspensão:
Exceção do tratado não cumprido, se justificado.
Tratados em que há previsão de hipóteses fáticas que ensejem a sua suspensão. 
Tratados que são ratificados e ficam suspensos, e só serão aplicados em determinadas situações, que é o caso dos tratados de direito monetário e de direito a guerra
Suspensão das relações internacionais entre os estados.
 	Importante salientar que a suspensão é totalmente diferente do rompimento das relações internacionais, pois existe a possibilidade de cessar a suspensão e retornar a produzir efeitos.
Extinção / Rescisão:
 	A extinção significa o fim definitivo de determinado tratado seja por sua execução e completo alcance de suas finalidade como por impossibilidade de execução. Sendo que a doutrina enumera algumas hipóteses, quais sejam, expiração do prazo; condição resolutória expressamente prevista; acordo entre as partes; renúncia unilateral do Estado a qual o tratado beneficiava; denúncia; mudanças circunstanciais; inexecução por uma das partes; posterior guerra entre as partes e prescrição liberatória.
 	A extinção de um tratado ou convenção internacional pode ocorrer segundo disposições contidas nele próprio, ou a qualquer momento, pelo consentimento de todas as partes, após consulta com os outros Estados contratantes.
 	As causas de extinção previstas pela Convenção correspondem, de modo geral, aos modos de extinção enumerados pela doutrina, ou seja:
Execução integral do tratado;
Expiração do prazo convencionado;
Verificação de condição resolutória, prevista expressamente;
Acordo mútuo entre as partes
Renúncia unilateral, por parte do estado ao qual o tratado beneficia de modo exclusivo
Impossibilidade de execução;
Denúncia, admitida expressa ou tacitamente pelo próprio tratado;
Inexecução do tratado, por uma das partes contratantes
Guerra sobrevinda entre as partes contratantes
Prescrição liberatória
 	Ainda cabe mencionar a denúncia unilateral, na hipótese de modificação fundamental das circunstâncias que deram origem ao tratado. É a aplicação do princípio rebus sic stantibus, que se considera ponderável, mas, em conclusão, julgamos não ser exata a teoria de que todo tratado traz subentendida a dita cláusula e, por isso, poderá ser denunciado unilateralmente à vontade da parte que dele se queira libertar, uma vez que considere modificadas as circunstâncias em que o tratado foi celebrado.
 	Cabe frisar que a rescisão entre os tratados é irreversível, ou seja, se aqueles países tiverem interesse em permanecer com o pactuado, e já tiver ocorrido a extinção do tratado, terá que ser elaborado um novo documento. 
→ Tratados executivos: 
 	Acordo executivo é todo tratado internacional carente de aprovação individualizada do Congresso. É uma prática convalidável, desde que, abandonada a ideia tortuosa de que o governo possa pactuar sozinho sobre "assuntos de sua competência privativa", busque-se encontrar na lei fundamental sua sustentação jurídica. Três categorias de acordos executivos parecem compatíveis com o preceito constitucional:
Os tratados que consignam simplesmente a interpretação de cláusulas de um tratado já vigente → Inscrevem-se no domínio da diplomacia ordinária, que se pode apoiar em norma constitucional não menos específica que aquela referente à celebração de tratados. 
Os tratados que decorrem, lógica e necessariamente, de algum tratado vigente e são como que o seu complemento → se devem entender, sem qualquer acrobacia hermenêutica, cobertos por prévio assentimento do Congresso Nacional. 
Os tratados de "modus vivendi", quando tem em vista apenas deixar as coisas no estado em que se encontram, ou estabelecer simplesmente bases para negociações futuras → Inscrevem-se no domínio da diplomacia ordinária, que se pode apoiar em norma constitucional não menos específica que aquela referente à celebração de tratados. 
 
 	Dessa forma, acordo executivo é expressão criada nos Estados Unidos para designar aquele tratado que se conclui sob a autoridade do chefe do poder Executivo, independentemente do parecer e consentimento do Senado. O critério que nos orienta neste tópico de classificação tem a ver com a natureza, mais ou menos complexa, do procedimento convencional — ou, caso se prefira, com a necessidade ou desnecessidade de ratificação.
 	O acordo executivo é, pois, um tratado que conta apenas com a assinatura do chefe de Estado ou governo, e que traz validade e vigência, com a ressalva dos acordos em que se tem aprovação parlamentar ao mesmo tempo da negociação ou antes.
 	Envolve decisões que o Brasil poderia ter tomado unilateralmente, como por exemplo, a alteração da alíquota de um determinado produto de 0% a 40%, amparado nas questões politicas e econômicas. 
- Procedimento parlamentar no Brasil:
 	A remessa de todo tratado ao Congresso Nacional para que o examine e, se assim julgar conveniente, aprove, faz-se por mensagem do presidente da República, acompanhada do inteiro teor do projetado compromisso, e da exposição de motivos que a ele, presidente, terá endereçado o ministro das Relações Exteriores.
 	A matéria é discutida e votada, separadamente, primeiro na Câmara, depois no Senado. A aprovação do Congresso implica, nesse contexto, a aprovação de uma e outra das suas duas casas. Isto vale dizer que a eventual desaprovação no âmbito da Câmara dos Deputados põe termo ao processo, não havendo por que levar a questão ao Senado em tais circunstâncias. Tanto a Câmara quanto o Senado possuem comissões especializadas ratione materiae, cujos estudos e pareceres precedem a votação em plenário. 
 	O exame do tratado internacional costuma envolver, numa e noutra das casas, pelo menos duas das respectivas comissões:Relações exteriores
Constituição e justiça
 	O tema convencional determinará, em cada caso, o parecer de comissões outras, como as de finanças, economia, indústria e comércio, defesa nacional, minas e energia. A votação em plenário requer o quórum comum de presenças — a maioria absoluta do número total de deputados, ou de senadores —, devendo manifestar-se em favor do tratado a maioria absoluta dos presentes. 
 	O sistema difere, pois, do norte-americano, em que apenas o Senado deve aprovar tratados internacionais, exigindo-se naquela casa o quórum comum de presenças, mas sendo necessário que dois terços dos presentes profiram voto afirmativo. Os regimentos internos da Câmara e do Senado se referem, em normas diversas, à tramitação interior dos compromissos internacionais, disciplinando seu trânsito pelo Congresso Nacional.
 	Logrando êxito na Câmara e no Senado, tem-se um compromisso aprovado. Tal decisão é formalizada por meio de um decreto legislativo, promulgado pelo presidente do Senado e publicado no Diário Oficial da União.
→ Soft norms:
 	Trata-se de uma nomenclatura para os tratados executivos. É um acordo de cavalheiros, de modo que as autoridades podem fazer e não precisam consultar os outros países. O presidente pode decidir unilateralmente. 
Obs.: Muitos presidentes fazem soft-norms, inclusive o Brasil em relação a China, por conta da indústria têxtil. 
Costumes internacionais:
 	O costume destaca-se como fonte relevante do direito internacional. Todo direito se forma da maneira que o uso corrente – não de todo apropriado – qualifica de costumeira, ou seja, é produzido primeiro pelos usos e pelas convicções do povo, depois pela jurisprudência, e o é, assim, pelas forças internas, silenciosas, não de modo arbitrário, por um legislador. Esse estado de fato somente foi estabelecido até aqui historicamente; a análise mostrará se deve ser cultivado e desejado.
 	O costume é o fruto de usos tradicionais, aceitos durante longo período, tanto assim que o fator tempo era tido como elemento crucial de sua formação. A regra consuetudinária é o resultado de atos seguidos que constituem precedentes, com ênfase no elemento material constituído pela repetição durante período bastante prolongado de certos atos.
 	A Corte Internacional de Justiça teve oportunidade de exprimir seu entendimento a respeito do costume, ao afirmar ser a base deste a prática reiterada, acompanhada da convicção quanto a ser obrigatória essa prática, em razão da existência de norma jurídica, em que os estados devem ter consciência de se conformarem ao que equivale a uma obrigação jurídica no julgamento do caso da Plataforma Continental do Mar do Norte, quando também decidiu que a passagem de apenas um curto período não é óbice à criação de novas regras de direito internacional.
 	O costume tem papel específico e constitui fonte necessária de direito internacional. Convém, ainda, considerar que o direito costumeiro em inúmeros campos do direito internacional é satisfatório e não precisa ser codificado, ou seja, seria erro sacrificar o estudo de alguns problemas que estão a exigir solução em seu favor. No caso dos tratados multilaterais, ocorre frequentemente serem os dispositivos codificados o resultado de compromissos, visto nem a CDI nem a própria conferência codificadora terem conseguido adotar regra mais precisa.
 	Tratam-se de normas particulares, que podem ter natureza regional ou global (pode ter costume que é praticado pela África e não pela América Latina). Para a formação dos costumes, os presidentes dos países começam a praticar determinados atos, e reiterá-los.
 	Caso o costuma venha a ser analisado pelos Tribunais Internacionais, será necessário fazer uma analise complexa sobre os costumes do local, sobre sua aplicação, quanto tempo penduram, e essencialmente, se é de caráter regional, como por exemplo, a América Latina, que faz diferença entre os termos exilados e refugiados políticos, diferente do restante do mundo, ou globais. 
Obs.: Se o Estado conseguir demonstrar que não utiliza-se ou jamais utilizou-se de determinados costumes, e conseguir provar tal alegação perante os tribunais internacionais, será possível recusar a fazê-lo, ainda que esse tenha sido adotado em esfera global, já que violaria seus interesses e sua constituição histórica. 
→ Normas imperativas do direito internacional: 
 	Diante de costumes globais que evoluíram no decorrer do tempo, surgiu a norma imperativa de direito internacional.
 	Norma imperativa (jus cogens) de direito internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos estados no seu conjunto, como uma norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por uma norma de direito internacional geral da mesma natureza.
Obs.: Existem normas internacionais que estão fora do enquadramento de normas imperativas do direito internacional (possuem reflexos internacionais):
- Decisões unilaterais dos Estados que possam operar efeitos, por exemplo, o envio de misseis liberados pelo presidente dos EUA a base militar da Síria, que tratou-se de uma decisão completamente unilateral, que gerou reflexos a terceiros em escala internacional.
- Decisões de organizações internacionais (não impõe, porém recomendam – dessa forma, não há força normativa.
ATORES DO DIREITO INTERNACIONAL
 	A sociedade internacional é formada por atores internacionais, que são os sujeitos internacionais. Classicamente, engloba os Estados e as Organizações Internacionais:
Estados: 
 	São os principais sujeitos, os atores primários, do direito internacional. É por meio da iniciativa deles que surgem, por exemplo, as organizações internacionais. Eles reúnem 3 critérios para sua formação : população fixa (nacionais e estrangeiros), território delimitado e governo efetivo e estável.
 
Organizações Internacionais:
 	São associações criadas voluntariamente por sujeitos de direito internacional, possuem regulamento e órgãos de direção próprios. Tem caráter relativamente permanente possuindo como finalidade atingir objetivos previamente determinados por seus membros.
 	A personalidade jurídica das organizações internacionais é independente da dos seus membros, portanto podem celebrar tratados tanto com Estados quanto com outras organizações internacionais.
 	Assim, resta claro que estes sujeitos possuem personalidade jurídica (mesmo que só o Estado tenha soberania). 
→ Importante frisar que alguns doutrinadores incluem como sujeitos internacionais, os seres humanos e as organizações não governamentais (posição minoritária). Apesar de esses “sujeitos” não possuírem competência para realizar tratados, a doutrina alega que:
- Seres humanos: Com a criação dos tribunais internacionais, inclusive de direitos de direitos humanos, o ser humano pode ser autônomo ou réu de um processo internacional. Será autônomo quando tiver seus direitos violados, e será réu caso cometa os crimes comentados no Tratado internacional de Genebra ou no Estatuto de Roma, o que ensejará a possibilidade de julgamento pelo tribunal internacional. 
- ONG´s internacionais: Tem um papel muito importante nas construções de direito internacional, não porque as construa diretamente, mas sim por ser um mecanismo de pressão para que os estados se submetam a maiores obrigações. Se analisarmos as atuações das ONGs no âmbito do direito internacional e ambiental, aferiremos que sempre que há uma conferência entre as partes, por exemplo, as organizações não governamentais pressionam os chefes de estados e de governo a se comprometerem mais em relação a determinado assunto em pauta. 
 	Em que pese exista de fato uma participação das ONGs e dos seres humanos, estes não possuem personalidade jurídica, razão pela qual, a doutrina majoritária não os reconhece como sujeitos/atores das relações internacionais. 
ELEMENTOS DA TEORIA GERAL DO ESTADO
 	A teoria geral do estado aponta 3 elementos essenciais para a composição de um estado, quais sejam:Povo
Soberania
Território
IV - Algo que escapa aos analistas de Teoria Geral do Estado e que deveria ser considerado um 4º elemento da TGE é a capacidade de estabelecer e efetivar relações internacionais, haja vista que, esse elemento faz com que a soberania seja exercida de forma plena, para não tornar um único Estado um centro de poder.
→ Por exemplo, o Estado Islâmico possui um povo que o segue, uma soberania e inclusive um território, porém, não é reconhecido pelos outros Estados, razão pela qual, ante a falta de capacidade de estabelecer e efetivar as relações internacionais, não é considerado um Estado. 
SOBERANIA:
 	Sempre existiu uma relação muito intima entre poder e território, o que originou 3 teorias sobre o assunto, estabelecidas pela doutrina, vejamos:
Doutrina territorialista/ patrimonialista: Apoiava que a relação do poder soberano com o território é uma relação de patrimônio, de direito civil. O que não é verdade, porque o Estado possui suas divisas maleáveis, estendendo-se ou não (não há um contrato de compra e venda, pois não trata-se de relação privada. A relação entre o direito interno e público, está caucada no direito público.
Obs.: O estado estrangeiro pode adqurir imóveis em outros territórios, desde que seja para o exercício de suas funções consulares ou de embaixada. 
Doutrina personalista: Aduz que a soberania faz parte da personalidade do território. Ocorre que, não há nada mais material que um território, e os direitos de personalidade são incorpóreos, o que faz com a teoria em apreço não tenha sido adotada. 
Teoria soberanista: Há soberania onde incide soberania, ou seja, sobre o território do Estado, tal qual sobre as aeronaves e navios de sua bandeira, bem como em suas representações diplomáticas e consulares. Na realidade, ao ingressar na embaixada, se insere onde há soberania estrangeira e não território. 
 	Desse fato exsurge uma série de questões importantes: 
→ Em razão de reconhecer a incidência de soberania, se reconhece a igualdade, e por consequência, passa a ser impossível se submeter, pois quebraria a relação de igualdade já existente. 
 	Esse raciocínio introduz no direito internacional público a noção de imunidade de jurisdição.
 	Entende-se por imunidade de jurisdição, regra do direito internacional no qual os Estados são soberanos e têm igualdade de tratamento no plano internacional. Ela se traduz na máxima par in parem non habet judicium que quer dizer que nenhum Estado soberano é obrigado a se submeter a julgamento ou tribunais de outro Estado-membro
 	Dessa forma, os Estados são iguais no âmbito internacional (relação horizontal), e se os iguais não podem ser submetidos, o Estado não poderá submeter sua soberania a alguém que esta em relação a ele tão soberano quanto - Não existe grau de soberania, ela é uma só, absoluta, não há hierarquia. 
 	Uma vez que os Estados não podem submeter outro Estado a sua soberania, os possíveis conflitos entre as partes jamais poderão ser resolvidos com base na legislação interna – a forma de solução de conflito internacional é um pouco diferente da forma tradicional de resolver uma lide fulcrada na norma de direito interno.
 	Vale sempre lembrar que a soberania interna se dá sobre um ponto de vista verticalizado, e em relação ao direito internacional, se dá sobre um aspecto horizontal, razão pela qual, se torna necessário a utilização de métodos diferentes para a solução de litígios. A doutrina aponta 3 deles:
Soluções diplomáticas:
Soluções judiciais
Soluções coercitivas:
→ SOLUÇÕES DIPLOMÁTICAS:
 	Vários são os métodos de solução pacífica de controvérsias internacionais. Costumeiramente, verifica-se com maior incidência os seguintes:
Negociações diretas: 
 	O meio usual, geralmente o de melhores resultados para a solução de divergências entre estados, é o da negociação direta entre as partes.
 	Essas negociações variam segundo a gravidade do problema, e nos de menos importância basta na maioria dos casos um entendimento verbal entre a missão diplomática e o ministério das relações exteriores local. Nos casos mais graves, a solução poderá ser alcançada mediante entendimentos entre altos funcionários dos dois governos, os quais podem ser os próprios ministros das relações exteriores. Na maioria dos casos, a solução da controvérsia constará de uma troca de notas.
 	Em suma, é a tentativa de negociar o conflito com a outra parte, considerando que, algo está ocorrendo entre um estado e outro, razão pela qual, possivelmente uma das partes ou ambas tenham interesse encontrar uma solução comum e agradável.
 	Como resultado das negociações, poderá:
- ocorrer a renúncia de um dos governos ao direito que pretendia: neste caso, temos a desistência.
- ocorrer o reconhecimento por um dos estados das pretensões do outro: neste caso, temos a aquiescência.
- ocorrer concessões recíprocas entre os estados: neste caso, temos a transação.
Mediação:
 	A mediação consiste na interposição amistosa de um ou mais estados, entre outros estados, para a solução pacífica de um litígio.
 	A mediação tenta fazer com que os estados litigantes tentem encontrar uma solução por si só próprios. São os litigantes que procuram um terceiro para que este auxilie a enxergar uma solução. 
Obs.: Na prática, nem sempre é possível distingui-la claramente dos bons ofícios. Pode dizer-se, contudo, em princípio, que a mediação se distingue dos bons ofícios quando, ao contrário do que sucede com estes, constitui uma espécie de participação direta nas negociações entre os litigantes.
 	
 	Em matéria de mediação, deve ainda ser lembrado que a Carta das Nações Unidas pode exercer funções mediadoras. Assim, o Conselho de Segurança não só poderá, a pedido das partes litigantes, recomendar-lhes os métodos ou condições que lhe parecem apropriados para a solução do litígio (art. 38), mas também poderá agir nesse sentido por iniciativa própria (art. 36).
 	Entre os vários casos de mediação registrados pela história diplomática, podemos citar os seguintes: o da Inglaterra, entre o Brasil e Portugal, para o reconhecimento da independência política brasileira, consagrado no Tratado de Paz e Amizade celebrado no Rio de Janeiro a 29 de agosto de 1825; o da Inglaterra, entre o Brasil e a Argentina, durante a guerra da Cisplatina, e cujo resultado foi a Convenção Preliminar de Paz, pela qual se reconheceu a independência do Uruguai; o do Papa Leão XIII, em 1885, no conflito entre a Alemanha e a Espanha, sobre as ilhas Carolinas; o de seis países americanos (Brasil, Argentina, Chile, Estados Unidos da América, Peru e Uruguai), entre a Bolívia e o Paraguai, de 1935 a 1938, para o término da guerra do Chaco e consequente celebração da paz.
Bons ofícios:
 	Os bons ofícios, como meio de solução de controvérsia, são a tentativa amistosa de terceira potência, ou de várias potências, no sentido de levar estados litigantes a se porem de acordo. Podem ser oferecidos, pelo estado ou estados que procuram harmonizar os litigantes.
 	Assim, nos bons ofícios, o intuito de solucionar a controvéria parte de um terceiro à relação, ou seja, ao notar que determinados estados não estão se resolvendo, o que eventualmente poderá ensejar em problemas internacionais, um terceiro se oferece para tentar ajudar, para resolver o problema. Quando há essa intervenção, os estados não se obrigam a aceitá-la, ou seja, é mera liberalidade atender a oferta, contudo, se aceitarem, o oficiante mediará e a decisão deverá ser acatada. 
Obs.: Possui natureza mediativa, trocando apenas quem procura o auxilio.
 	O estado ou estados que os oferecem a solicitação de exercê-los não tomam parte direta nas negociações, nem no acordo a que os litigantes possam chegar: sua intervenção visa apenas pôr em contato os litigantes ou colocá-los num terreno neutro, onde possam discutir livremente.
 	Entre os casos mais conhecidos de bons ofícios, podemos mencionar os seguintes: os do governo português, em 1864, para o restabelecimento das

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