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APOSTILA ANALISE E MERC FIN 2016 1

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE E MERCADO FINANCEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROF.: LÚCIO FLÁVIO BICALHO 
 
 2 
1. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Na administração das organizações, todas as decisões gerenciais são importantes e têm reflexo no patrimônio 
da empresa, porém iremos focar principalmente nas análises que irão influenciar diretamente o seu capital de 
giro. 
 
Dessa forma, serão abordados alguns aspectos dos demonstrativos financeiros, como por exemplo: 
 Fundamentos dos modelos de análise; 
 Análise Vertical e Horizontal; 
 Principais índices utilizados pelas empresas; 
 
Os fundamentos dos modelos de análise das demonstrações financeiras encontram-se no próprio sistema de 
contabilidade, que se inicia com o lançamento contábil pelo método das partidas dobradas, que registra os 
eventos contábeis através do débito e do crédito. 
 
Os principais lançamentos refletem os eventos econômicos das operações das empresas, bem como os eventos 
de financiamento dessas operações. Portanto, para um entendimento adequado dos modelos de análise 
financeira, é necessário o conhecimento da geração, classificação e acumulação das informações no sistema 
contábil. 
 
Para Refletir 
Para que você perceba qual a importância dos Demonstrativos Contábeis e dos Mercados Financeiros na 
gestão e análise das empresas, sugerimos-lhe que reflita sobre as seguintes questões: 
 
O que pode ter acontecido com uma empresa que teve queda nos lucros e problemas 
de liquidez de um ano para o outro, apesar de ter tido crescimento nas vendas no 
mesmo período? 
 
 
1.1 – ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Recentemente houve mudanças significativas nas demonstrações contábeis com a edição das leis 11.638/07 e 
11.941/09 no Brasil. Tais mudanças ocorreram no intuito de harmonizar a legislação brasileira com a 
legislação internacional. Diante disso, a partir de janeiro de 2008 o Brasil passou a utilizar as Normas 
Internacionais de Contabilidade (IFRS), o que facilita as análises dos investidores internacionais, a 
consolidação dos balanços nas matrizes, etc. 
 
 
ALTERAÇÕES CONFORME LEI 11.638/07 e 11.941/09 
 
As principais mudanças no Balanço Patrimonial foram: 
1 – Reorganização do Ativo em apenas dois subgrupos: Circulante e Não Circulante; 
2 – Criação do subgrupo “Intangível” no Permanente, desdobrado do subgrupo Imobilizado; 
3 – Extinção do subgrupo Diferido; 
4 – Eliminação da conta “Lucros ou Prejuízos Acumulados” mantendo somente a conta “Prejuízos 
Acumulados” ; 
5 – Criação, no Patrimônio Líquido, do subgrupo “Ajuste de avaliação patrimonial”. 
 
 
 3 
A estrutura do Balanço Patrimonial ficou assim: 
 
Ativo Passivo 
Circulante 
 
 
 
Não Circulante 
 Realizável a Longo Prazo 
 Investimentos 
 Imobilizado 
 Intangível 
Circulante 
 
Não Circulante 
 Exigível a Longo Prazo 
 
Patrimônio Líquido 
 Capital 
 Reservas de Capital 
 Reservas de Lucro 
 Ajuste de Avaliação Patrimonial 
 (-) Ações em Tesouraria 
 (-) Prejuízos Acumulados 
 
 
Demonstração do Resultado (antiga DRE) 
 
ESTRUTURA CPC 26 (R1) - RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.185/09 – 1.376/11 
 
 Essa estrutura que deve ser publicada 
 
Demonstração do Resultado (antiga DRE) 
 
Receita Líquida das Vendas e Serviços 
(-) Custo das Mercadorias/Produtos e Serviços Vendidos 
= Lucro Bruto 
(-) Despesas com Vendas 
(-) Despesas Gerais e Administrativas 
 (+ ou -) Outras Receitas e Despesas Operacionais 
(+ ou -) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de equivalência 
patrimonial 
= Resultado antes das receitas e despesas financeiras 
(+ ou -) Despesas Financeiras Líquidas 
= Resultado antes dos tributos sobre o lucro 
(-) Despesa com tributos sobre o lucro 
 Imposto de Renda 
 Contribuição Social 
= Resultado líquido das operações continuadas 
(+ ou -) Resultado das operações descontinuadas 
= Resultado líquido do período 
 
 
Demonstrações Financeiras: 
Além das demonstrações financeiras já anteriormente previstas (Balanço Patrimonial, Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados e Demonstração do Resultado do Exercício), inova a lei ao exigir: 
Demonstração dos Fluxos de Caixa e, se companhia aberta, Demonstração do Valor Adicionado. A 
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) foi substituída pela Dem. do Fluxo de Caixa. 
 
 4 
1.2 – INTRODUÇÃO À ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕIES 
 
A análise econômico-financeira tem por objetivo extrair informações das demonstrações contábeis para ser 
utilizada no processo de tomada de decisões na empresa. E como já salientamos, é importante para o 
conhecimento da situação econômico-financeira de outras empresas, notadamente concorrentes, clientes e 
fornecedores. Porém o mais importante instrumento de análise econômico-financeira é sua utilização interna 
pela empresa para a tomada de decisões. 
 
Só teremos condições de conhecer a situação econômico-financeira de uma empresa por meio dos três pontos 
fundamentais de análise: 
 Liquidez  Fornece a situação financeira 
 Endividamento  Fornece a estrutura de capital 
 Rentabilidade  Fornece a situação econômica 
 
 Os índices de liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, 
constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. 
 
 Os indicadores de endividamento nos informam se a empresa utiliza mais recursos de terceiros ou recursos 
dos proprietários. Saberemos se os recursos de terceiros têm seu vencimento em maior parte a Curto Prazo 
(Circulante) ou a Longo Prazo. 
 
 A situação econômica é observada através da rentabilidade da empresa, do seu potencial de vendas, da sua 
habilidade de gerar resultados e da evolução das despesas. 
 
 
PREPARAÇÃO DO BALANÇO PARA ANÁLISE 
 
Cada analista tem uma visão sobre os elementos patrimoniais das demonstrações contábeis, bem como um 
modelo particular de análise. Assim, alguns passos devem ser seguidos, incluindo alguns ajustes dos dados 
das demonstrações. 
 
Passos para análise: 
1) Verificar se estamos de posse de todas as peças das demonstrações BP, DRE, DOAR, DLPA, Fluxo de 
Caixa (3 períodos pelo menos) 
2) Verificar autenticidade das demonstrações contábeis (parecer de auditoria) 
3) Reclassificação das contas 
 
Reclassificações (ajustes): 
 Eliminar os valores inexistentes ou superavaliados no ativo 
 Apresentar os valores com mesmo poder aquisitivo 
 Eliminar as contas retificadoras, reduzindo as rubricas ao seu valor líquido (duplicatas descontada, 
depreciaçao acumulada, etc.) 
 Eliminar as contas correspondentes de ativos e passivos. Ex.: adiantamento de clientes e adiantamento a 
fornecedores, contrato de mútuo ativo e passivo 
 Reconhecer contas de compensação se estas representarem riscos reais 
 Acrescentar valores que sendo reais e conhecidos ainda não estejam computados no balanço. Ex.: clientes 
em situação falimentar não habilitados 
 Despesas do exercício seguinte deverão ser ajustadas no PL 
 5 
 
Raciocínio para análise: 
1 – Extraem-se os indices das demonstrações contábeis 
2 – Comparam-se os padrões 
3 – Ponderam as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusões 
4 – Toman-se as decisões. 
 
 
2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 
 
As análises Vertical (Participação) e Horizontal (Evolução) mostram aspectos pormenores que não são 
mostrados na análise através de índices. Exemplos.: 
 
 Os índices demonstramalto endividamento. A análise V/H aponta qual o principal credor e como se 
alterou nos últimos anos 
 Os índices mostram que a empresa teve pequena margem de lucro. A análise V/H mostra qual o item 
responsável pela reduzida margem de lucro. 
 
Relação Entre Análise Vertical e Análise Horizontal 
É recomendável que esses tipos de análise sejam usados conjuntamente. Não se deve tirar conclusões 
exclusivamente da Análise Horizontal, pois determinado item, mesmo apresentando variação de 2000%, por 
exemplo pode continuar sendo um item irrelevante dentro da demonstração financeira a que pertence. É 
desejável que as conclusões baseadas na Análise Vertical sejam complementadas pelas da Análise Horizontal. 
 
 
 
2.1 - AN. VERTICAL (ANÁLISE DE PARTICIPAÇÃO) 
 
A Análise Vertical é um processo comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica ao se relacional uma 
conta ou grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo demonstrativo contábil. 
 
A Análise Vertical possibilita a determinação da representação de cada item, conta ou grupo contábil, no total 
do Ativo, Passivo e Demonstração de Resultado do Exercício DRE. 
 
Mostra a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence (dentro de um 
mesmo ano). No caso do Balanço Patrimonial, a base 100% é o total do Ativo e do Passivo. No caso da DRE, 
a base 100% são as vendas líquidas. 
 
Exemplo: 
ANÁLISE VERTIVAL 
ATIVO $ AV 
 Disponível 10.000 2,7% 
 Duplicatas a receber 56.000 15,1% 
 Estoques 84.000 22,7% 
Total do Circulante 150.000 40,5% 
 
 Investimentos 120.000 32,4% 
 6 
 Imobilizado 80.000 21,6% 
 Diferido 20.000 5,4% 
Total do Permanente 220.000 59,5% 
 
Total do Ativo 370.000 100% 
 
 Análise Vertical da D.R.E. 
 $ AV 
RECEITA BRUTA 
VENDAS 605.303 - 
(-) Impostos e Devoluções (100.884) - 
RECEITA LÍQUIDA 504.419 100% 
(-) CMV (386.285) -77% 
 = LUCRO BRUTO 118.134 23% 
(-) Despesas Operacionais (32.061) -6% 
 + Outras Receitas Oper. 805 0% 
 + Receitas Financeiras 6.219 1% 
(-) Despesas Financeiras (15.386) -3% 
 = LUCRO 
OPERACIONAL 77.711 15% 
 + Resultado não Operaci. 1.322 0% 
 = LUCRO ANTES DO 
I.R. 79.033 16% 
(-) Imposto de Renda (27.661) -5% 
 = LUCRO LÍQUIDO 51.372 10% 
 
 
 
2.2 - ANÁLISE HORIZONTAL (ANÁLISE DE EVOLUÇÃO) 
 
A Análise Horizontal é também a comparação que se faz entre períodos com valores de uma mesma conta ou 
grupo de contas. É basicamente um processo de transformar valores monetários em índices, permitindo avaliar 
a evolução da conta no período. 
 
Mostra a evolução de cada conta nos diversos anos analisados (compara um ano com o outro). A base 100% é 
sempre o primeiro exercício. 
 
Exemplo: 
 
ANÁLISE HORIZONTAL 
 X1 % X2 % X3 % 
Venda Líquida 2.000.000 100% 2.240.000 112% 2.400.000 120% 
(-) CMV (1.400.000) 100% 1.570.000) 112% 1.675.000) 120% 
 = Lucro Bruto 600.000 100% 670.000 112% 725.000 121% 
(-) Desp. Venda (100.000) 100% (110.000) 110% (118.000) 118% 
(-) Desp. Adm. (150.000) 100% (160.000) 107% (178.000) 119% 
(-) Desp. Financ. (80.000) 100% (113.000) 141% (133.000) 166% 
 = Resultado Oper. 270.000 100% 287.000 106% 296.000 110% 
(-) Imp. Renda (91.800) 100% (97.580) 106% (100.640) 110% 
 = Lucro Líquido 178.200 100% 189.420 106% 195.360 110% 
 
 7 
EXERCÍCIOS 
 
1) Faça a Análise Vertical da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) abaixo: 
 
 AV 
RECEITA BRUTA 850.000 
(-) Impostos (85.000) 
RECEITA LÍQUIDA 765.000 
(-) CMV (300.000) 
 = LUCRO BRUTO 465.000 
(-) Despesas Venda (68.000) 
(-) Despesas Adm. (94.000) 
 + Receitas Financ. 12.000 
(-) Despesas Financ. (39.000) 
 = LUCRO OPER. 276.000 
 + Resultado não Op. 8.000 
 = LUCRO ANTES I.R. 284.000 
(-) Imposto de Renda (96.560) 
 = LUCRO LÍQUIDO 187.440 
 
 
2) Faça a Análise Horizontal do Balanço Patrimonial (Passivo) abaixo, e faça um pequeno comentário sobre 
os índices encontrados: 
 
 2002 2003 2004 
PASSIVO AH AH AH 
 Circulante 440.000 516.000 652.000 
 Fornecedores 350.000 400.000 450.000 
 Empréstimo Banc. 75.000 98.000 180.000 
 Salários a pagar 15.000 18.000 22.000 
 
 Exigível a L.P. 
 Financiamentos 210.000 350.000 480.000 
 
 Patrimônio Líquido 1.158.300 1.165.700 1.178.400 
 Capital Social 1.100.000 1.100.000 1.100.000 
 Lucros Acumul. 58.300 65.700 78.400 
 
TOTAL DO PASSIVO 1.808.300 2.031.700 2.310.400 
 
 
 
3) A Comercial Novo Mundo Ltda é uma empresa atacadista de alimentos que atua há 40 anos na grande BH. 
A empresa foi fundada pelo Sr. Valadão, conceituado empresário que sempre administrou tudo com muito 
critério e austeridade. Dessa forma, a empresa sempre foi lucrativa. No entanto, há dois anos o Sr. Valadão se 
afastou da administração e, apesar de continuar crescendo, a Novo Mundo vem perdendo lucratividade. 
 8 
Analise as despesas a seguir e faça um breve relatório da situação econômica e das prováveis causas da perda 
de lucratividade da empresa. 
 
Comercial Novo Mundo Ltda 
 Jan AV Fev AV 
Desp. com salários 22.757 6% 23.895 6% 
Desp. com encargos sociais 8.756 2% 9.194 2% 
Desp. com energia elétrica 11.836 3% 12.428 3% 
Desp. com água 5.432 1% 5.704 1% 
Desp. com material limpeza 2.687 1% 2.821 1% 
Desp. com material escritorio 3.765 1% 3.953 1% 
Desp. com CMV 149.528 40% 157.004 38% 
Desp. com impostos sobre venda 13.974 4% 14.673 4% 
Desp. com publicidade 17.369 5% 18.237 4% 
Desp. com feiras e eventos 11.252 3% 11.815 3% 
Desp. com marketing 13.965 4% 21.985 5% 
Desp. com desenvolv. novos prod. 4.119 1% 4.325 1% 
Desp. com folders 1.289 0% 1.353 0% 
Desp. com veiculação 3.897 1% 4.092 1% 
Desp. com comissões s/ vendas 6.321 2% 6.637 2% 
Desp. com combustíveis 4.789 1% 5.028 1% 
Desp. com viagens 11.741 3% 12.328 3% 
Desp. com honor. advocatícios 3.654 1% 3.837 1% 
Desp. com treinamento 4.123 1% 4.329 1% 
Desp. com festas e comemor. 1.965 1% 2.063 0% 
Desp. com fotocópias 3.852 1% 4.045 1% 
Desp. com manutenção 11.258 3% 11.821 3% 
Desp. com reformas 15.987 4% 16.786 4% 
Desp. com Iso 9000 2.654 1% 2.787 1% 
Desp. com CPMF 5.236 1% 5.498 1% 
Desp. com juros bancários 21.247 6% 40.637 10% 
Desp. com taxas de cadastros 1.963 1% 2.061 0% 
Desp. com Imposto de Renda 5.896 2% 6.191 1% 
Total 371.312 100% 415.527 100% 
 
Receita Líquida de Vendas 423.987 452.129 
Lucro Líquido do Exercício 52.675 12% 36.602 8% 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
4) Analise o Balanço da Cia Paulista de Cimento Ltda e faça alguns comentários sobre os índices já 
calculados das análises Vertical e Horizontal. 
Obs: Observe principalmente os índices com maiores distorções, para mais ou para menos. 
 
CIA PAULISTA DE CIMENTO LTDA 
 2000 2001 2002 
ATIVO AV AH AV AH AV AH 
 Circulante 1.346.200 77% 100% 1.340.990 73% 100% 1.584.246 72% 118% 
 Disponível15.000 1% 100% 20.000 1% 133% 13.000 1% 87% 
 Aplicações Financeiras 50.000 3% 100% 130.000 7% 260% 100.000 5% 200% 
 Clientes 570.960 33% 100% 480.540 26% 84% 570.960 26% 100% 
 Estoques 710.240 40% 100% 710.450 39% 100% 900.286 41% 127% 
 
 Ativo Realizável a L.P. 
 Emprést. a Coligadas 10.000 1% 100% 20.000 1% 200% 30.000 1% 300% 
 
 Permanente 398.720 23% 100% 466.951 26% 117% 590.316 27% 148% 
 Investimentos 78.350 4% 100% 93.051 5% 119% 180.320 8% 230% 
 Imobilizado 320.370 18% 100% 373.900 20% 117% 409.996 19% 128% 
 
TOTAL DO ATIVO 1.754.920 100% 100% 1.827.941 100% 104% 2.204.562 100% 126% 
 
 
 2000 2001 2002 
PASSIVO AV AH AV AH AV AH 
 Circulante 564.140 32% 100% 498.841 27% 88% 681.325 31% 121% 
 Fornecedores 237.911 14% 100% 198.326 11% 83% 153.908 7% 65% 
 Outras obrigações 180.509 10% 100% 196.486 11% 109% 220.786 10% 122% 
 Empréstimos Bancários 15.000 1% 100% - 0% 0% - 0% 0% 
 Impostos a pagar 130.720 7% 100% 104.029 6% 80% 306.631 14% 235% 
 
 Exigível a L.P. 
 Financiamentos 25.286 1% 100% 23.394 1% 93% 18.325 1% 72% 
 
 Patrimônio Líquido 1.165.494 66% 100% 1.305.706 71% 112% 1.504.912 68% 129% 
 Capital e Reservas 1.105.134 63% 100% 1.220.386 67% 110% 1.308.586 59% 118% 
 Lucros Acumulados 60.360 3% 100% 85.320 5% 141% 196.326 9% 325% 
 
TOTAL DO PASSIVO 1.754.920 100% 100% 1.827.941 100% 104% 2.204.562 100% 126% 
 
 
DRE 2000 2001 2002 
 AV AH AV AH AV AH 
RECEITA LÍQUIDA 504.419 100% 100% 426.182 100% 84% 858.250 100% 170% 
(-) CMV (386.285) -77% 100% (326.195) -77% 84% (583.286) -68% 151% 
 = LUCRO BRUTO 118.134 23% 100% 99.987 23% 85% 274.964 32% 233% 
(-) Despesas Operacionais (32.061) -6% 100% (34.286) -8% 107% (48.005) -6% 150% 
 + Outras Receitas Oper. 805 0% 100% 1.293 0% 161% 1.506 0% 187% 
 + Receitas Financeiras 6.219 1% 100% 9.315 2% 150% 11.119 1% 179% 
(-) Despesas Financeiras (15.386) -3% 100% (17.286) -4% 112% (26.286) -3% 171% 
 = LUCRO OPERACIONAL 77.711 15% 100% 59.023 14% 76% 213.298 25% 274% 
 + Resultado não Operacional 1.322 0% 100% 2.386 1% 180% 4.219 0% 319% 
 = LUCRO ANTES DO I.R. 79.033 16% 100% 61.409 14% 78% 217.517 25% 275% 
(-) Imposto de Renda (27.661) -5% 100% (21.493) -5% 78% (76.131) -9% 275% 
 = LUCRO LÍQUIDO 51.372 10% 100% 39.916 9% 78% 141.386 16% 275% 
 10 
3 – ANÁLISE POR MEIO DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS 
 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
 
Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. São índices que, a partir do 
confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa. 
Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas (curto 
prazo, longo prazo e prazo imediato), mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em 
função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas etc. 
 
 
Os índices de liquidez são: 
Liquidez Geral : LG 
Liquidez Corrente: LC 
Liquidez Seca: LS 
Liquidez Imediata: LI 
 
 
LIQUIDEZ GERAL: LG – O resultado mostra a relação dos recursos alocados no Ativo Circulante e Longo 
Prazo diante dos compromissos assumidos com terceiros. 
 
 
 LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo 
 Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo 
 
 
Indica: quanto a empresa possui de Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $1,00 de dívida 
total. 
Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
Exemplo: Situação da Cia BIG: 
 2000 2001 
Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 
Exigível a Longo Prazo 314.360 1.170.788 
 
Liquidez Geral: 1.960.480 = 1,18 2.269.171 = 0,88 
 1.655.317 2.576.865 
 
O índice de Liquidez Geral de 2000, igual a 1,18, indica que para cada $1,00 de dívida a empresa tem $1,18 
de investimentos realizáveis a curto prazo, ou seja, consegue pagar todas as suas dívidas e ainda dispõe de 
uma folga, excedente ou margem, de 18% (ou de $0,18 para cada $1,00 de dívida). 
 
O índice de 1,18 de 2000 significa que a empresa poderia pagar suas dívidas totais, mesmo aquelas de longo 
prazo, com os recursos que possui hoje, no Ativo Circulante, e ainda haveria uma sobra de 18%. Esta sobra 
representa uma espécie de reserva ou margem de segurança. Conclui-se nesse caso, que a empresa está 
satisfatoriamente estruturada do ponto de vista financeiro. 
 
 11 
Já o índice de 0,88 obtido em 2001 revela que a empresa não conseguiria pagar, naquela data, a totalidade de 
suas dívidas. A primeira conclusão é de que a empresa já não tem a mesma boa situação do ano anterior, pois, 
agora, em vez de margem de segurança, existe ineficiência de $0,12 para cada $1,00 de dívida. Portanto, a 
empresa deverá gerar recursos para pagar suas dívidas, pois os atuais recursos circulantes são insuficientes. 
 
 
LIQUIDEZ CORRENTE: LC – Indica quanto a empresa possui no Ativo Circulante em relação aos 
recursos captados de terceiros alocados no Passivo Circulante. 
 
 LC = Ativo Circulante 
 Passivo Circulante 
 
Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada $1,00 de Passivo Circulante. 
Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
Exemplo: Situação da Cia BIG: 
 2000 2001 
Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 
 
Liquidez Corrente: 1.960.480 = 1,46 2.269.171 = 1,61 
 1.340.957 1.406.077 
 
Nos dois exercícios, o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante, e isto significa que os investimentos 
no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda permitir uma folga de 46% e 
61% respectivamente em 2000 e 2001. 
Pode-se concluir que, quando a Liquidez Corrente é superior a 1, o excesso em relação ao 1 deve-se à 
existência do Capital Circulante Líquido – CCL = AC - PC. 
Matematicamente, o que ultrapassa de 1, no índice de liquidez, deve-se ao Capital Circulante Líquido. 
O índice de Liquidez Corrente significa que há recursos no Ativo Circulante, superiores às dívidas junto a 
terceiros, na proporção de $1,46 para $1,00. Os recursos do Ativo Circulante entrarão em caixa num momento 
diferente da saída para pagamento do Passivo Circulante. O ideal é que as entradas em caixa sejam 
equivalentes às saídas. Cabe à administração financeira da empresa atingir cotidianamente esseideal, 
manobrando os prazos de recebimento e pagamento e renovando empréstimos bancários. Se para cada $1,00 
de dívida há recursos de $1,46, a margem de folga para manobras é razoável. Se, porém, para cada $1,00 de 
dívida há somente recursos de $1,05, a margem torna-se muito estreita e a administração pode ter sérias 
dificuldades em atingir o seu intento de equilibrar as entradas e saídas de caixa. 
Eis ai o significado do índice de Liquidez Corrente: a margem de folga para manobras de prazos visa 
equilibrar as entradas e saídas de caixa. Quanto maiores os recursos, maior essa margem, maior a segurança 
da empresa, melhor a situação financeira. 
 
 
LIQUIDEZ SECA: LS – Este índice é um teste de força aplicado à empresa: visa medir o grau de excelência 
da sua situação financeira. A relação nos dá uma noção de qual é o nível de liquidez imediata em relação 
aos recursos de terceiros vencíveis a curto prazo, reconsiderando seus estoques, no caso de perdas ou 
danos. 
 
 12 
 LS = Ativo Circulante - Estoques 
 Passivo Circulante 
 
Indica: quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada $1,00 de Passivo Circulante. 
Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
Exemplo: Situação da Cia BIG: 
 2000 2001 
Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 
Estoques 751.206 1.039.435 
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 
 
Liquidez Seca: 1.209.274 = 0,90 1.229.736 = 0,87 
 1.340.957 1.406.077 
 
Em 2000, a Cia BIG conseguia pagar 90% de suas dívidas somente com o Disponível e as Duplicatas a 
Receber. Independentemente de padrões, pode-se afirmar que tinha boa performance. Assim, a avaliação da 
situação financeira que lhe fosse atribuída do índice de Liquidez Corrente poderia ser melhorada. 
Em 2001, registra-se quase o mesmo desempenho: o índice de Liquidez Seca está dentro da normalidade, não 
melhorando nem piorando o conceito de situação econômica financeira dado pelo índice de Liquidez 
Corrente. 
 
O Ativo Circulante da empresa compreende investimentos de riscos diferentes. Basicamente, são três: 
Disponível - Há risco de desfalque de dinheiro em caixa ou de desvio de conta corrente bancária. É risco que 
depende só da empresa. 
Duplicatas a Receber - O risco está na possibilidade de o cliente não pagar. É portanto, um risco maior por 
depender da capacidade de pagamento de terceiros. 
Estoques – Correm risco de roubo, obsoletismo, deterioração e de não serem vendidos, e, portanto, de não 
serem convertidos em dinheiro, não servindo para pagamento de dívidas. É um risco que depende da 
empresa, do mercado e da conjuntura econômica. 
 
 
LIQUIDEZ IMEDIATA: LI – Visa indicar quanto a empresa mantém disponível em caixa, confrontando 
com as exigibilidades. 
 
 LI = Disponibilidades 
 Passivo Circulante 
 
 2000 2001 
Disponibilidades 163.634 107.224 
Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 
 
Liquidez Imediata: 163.634 = 0,12 107.224 = 0, 08 
 1.340.957 1.407.077 
 
Em 2000, a Cia Big conseguiria pagar 12% de suas dívidas somente com o disponível. Em 2001, conseguiria 
pagar 8%. 
 13 
 
INDICES DE ENDIVIDAMENTO (ESTRUTURA DE CAPITAL) 
 
Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação 
de recursos. 
 
ENDIVIDAMENTO TOTAL – Mostra qual o nível de participação dos capitais de terceiros em relação ao 
total dos recursos captados pela empresa (Passivo Total). Por esse índice pode-se avaliar as decisões sobre 
a captação de recursos que a empresa tomou, e, a princípio, quanto menor for essa relação, menor será o 
grau de vulnerabilidade da empresa (risco de quebrar). 
 
 Endividamento Total = Capitais de Terceiros X 100 
 Passivo Total 
 
Indica: quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100 de capital total investido. 
Interpretação: quanto menor, melhor (do ponto de vista do risco). 
 
Exemplo: Situação da Cia BIG: 
 2000 2001 
Capitais de Terceiros 1.653.317 2.576.865 
Passivo Total 2.726.178 3.984.050 
 
Índice de Participação 1.655.317 = 61% 1.229.736 = 31% 
de Capitais de Terceiros 2.726.178 3.984.050 
 
Esses índices mostram que em 2000, para cada $ 100 de capital investido, a empresa tomou $ 61 de Capitais 
de Terceiros e que, em 2001, para cada $ 100 investidos, tomou somente $ 31 emprestados. 
 
O índice de Endividamento Total, é um indicador de risco ou dependência a terceiros, por parte da empresa. 
Também pode ser chamado de índice de Grau de Endividamento. 
 
Do ponto de vista financeiro, quanto maior a relação de Capitais de Terceiros/Passivo Total menor a liberdade 
de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a Terceiros. 
 
Do ponto de vista da obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com Capitais de 
Terceiros, se a remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor que o lucro conseguido com a sua 
aplicação nos negócios. 
 
Portanto, sempre que se aborda o Índice de Endividamento Total, está se fazendo análise exclusivamente do 
ponto de vista financeiro, ou seja, do risco de insolvência e não em relação ao lucro ou prejuízo. 
 
 
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO – Dívidas de Curto e Longo Prazo. 
 
 CE = Passivo Circulante X 100 
 Capitais de Terceiros 
 
 14 
Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais 
Interpretação: quanto menor, melhor. 
 
Exemplo: Situação da Cia BIG: 
 2000 2001 
Passivo Circulante 1.340,957 1.406.077 
Capitais de Terceiros 1.653.317 2.576.865 
 
 
Índice de composição 1.340.957 = 81% 1.406.077 = 54% 
do Endividamento 1.653.317 2.576.865 
 
Tais índices indicam que em 2000 a empresa tinha 81% de suas dívidas vencíveis a curto prazo e que em 2001 
esse percentual caiu para 54%, melhorando o perfil da dívida. 
 
 
IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – Mostra o quanto dos recursos próprios foi investido no 
Ativo Permanente da empresa. 
 
 IPL = Ativo Permanente X 100 
 Patrimônio Líquido 
 
 
Indica: quanto a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio Líquido. 
Interpretação: quanto menor, melhor. 
 
Exemplo: Situação da Cia BIG: 
 2000 2001 
Ativo Permanente 765.698 1.714.879 
Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.125 
 
 
Índice de imobilização 765.698 = 71% 1.714.879 = 121% 
do Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185O índice de imobilização de 2000 mostra que 71% do Patrimônio Líquido foram investidos no Ativo 
Permanente. Os restantes 29% acham-se aplicados no Ativo Circulante. Essa Parcela de 29% do Patrimônio 
Líquido é chamada de Capital Circulante Líquido. 
 
O índice de imobilização em 2001 é de 121%. Isto significa que para cada $ 100 existentes de Patrimônio 
Líquido a empresa aplicou $ 121 no Permanente, ou seja imobilizou todo o Patrimônio Líquido mais recursos 
de terceiros, equivalentes a 21% do Patrimônio Líquido. Nesse caso, o Ativo Circulante é totalmente 
financiado por Capitais de Terceiros, os quais financiam ainda uma parte do Ativo Permanente. 
Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo 
Circulante e em consequência, maior dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo 
Circulante. 
 
 
 15 
IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES 
 
 IRNC = Ativo Permanente X 100 
 PL + Exigível a Longo Prazo 
 
Indica: que o percentual de Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. 
Interpretação: quanto menor, melhor. 
 
Exemplo: Situação da Cia BIG: 
 2000 2001 
Ativo Permanente 765.698 1.714.879 
Exigível Longo Prazo 314.360 1.170.788 
Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185 
 
 
Índice de imobilização 765.698 = 55% 1.714.879 = 66% 
do Patrimônio Líquido 1.385.224 2.577.973 
 
Esses índices mostram que a empresa destinou ao Ativo Permanente respectivamente, em 2000 e 2001, 55% e 
66% dos Recursos não Correntes. 
 
Os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10, ou 20 anos. Assim não é necessário 
financiar todo o Imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo, 
desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para 
a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo. 
 
Daí a lógica de comparar as aplicações fixas (Ativo Permanente) com os Recursos não Correntes (Patrimônio 
Líquido + Exigível a Longo Prazo). 
Uma consideração importante é que esse índice não deve em regra ser superior a 100%. Ainda que a empresa 
quase tenha necessidade de Ativo Circulante, deve sempre existir um pequeno excesso de Recursos não 
Correntes, em relação às imobilizações, destinado Ativo Circulante. 
 
A parcela de Recursos não Correntes destinada ao Ativo Circulante é denominada Capital Circulante Líquido 
( CCL). O CCL representa a folga financeira a curto prazo, ou seja, financiamentos de que a empresa dispõe 
para o seu giro e que não serão cobrados a curto prazo. 
 
A empresa investiu 66% dos Recursos não Correntes no Ativo Permanente destinando 34% para o Ativo 
Circulante. Observe-se que estes recursos não correntes destinados ao Ativo Circulante são constituídos 
exclusivamente de Exigível a Longo Prazo. 
 
 
 
INDICES DE RENTABILIDADE (SITUAÇÃO ECONÔMICA) 
 
Os índices desse grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os 
investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa. 
 
 
 16 
GIRO DO ATIVO (Rotatividade)– Revela a eficiência de vendas em relação ao investimento total, ou o giro 
que a empresa tem em sua atividade. 
 
 Rotatividade = Vendas Líquidas 
 Ativo Total 
 
 
Indica: quanto a empresa vendeu para cada $1,00 de investimento total. 
Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
O sucesso de uma empresa depende, em primeiro lugar, de um volume de vendas adequado. O volume de 
vendas tem relação direta com o montante de investimentos. 
 
Exemplo: Cia BIG 
 2000 2001 
Vendas 4.793.123 4.425.866 
Ativo 2.726.178 3.984.050 
 
Giro do Ativo: 4.793.123 = 1,76 4.425.866 = 1,11 
 2.726.178 3.984.050 
 
A empresa vendeu, em 2000, $1,76 para cada $1,00 investido: o volume de vendas atingiu 1,76 vezes o 
volume de investimentos. Em 2001, houve queda acentuada do volume relativo de vendas: para cada $1,00 
investido a empresa vendeu 1,11. 
 
O desempenho comercial da empresa pode ter sido afetado por diferentes causas em 2001: 
 
Retração do mercado como um todo: o mercado passou a comprar menos produtos, diminuindo as vendas 
de todas as empresas do ramo. 
Perda da participação de mercado: a empresa perdeu mercado para outros concorrentes que sabem vender 
melhor ou têm produtos mais competitivos. 
Estratégia da empresa: a empresa aumenta seus preços; dispõe-se a vender menos, mas com margem de 
lucro maior, compensando a queda das vendas. A vantagem dessa medida, quando bem-sucedida, é 
manter ou aumentar o lucro, com muito menor volume e, portanto, menor risco. 
 
 
MARGEM LÍQUIDA – Mostra a eficiência da empresa na administração dos seus custos para obter uma 
maior margem líquida sobre as vendas. Quanto maior for o índice, maior será a capacidade de gerar 
recursos para atender as expectativas de investidores e credores e gerar recursos adicionais para ampliação 
de sua capacidade produtiva. 
 
 Lucratividade = Lucro Líquido X 100 
 Vendas Líquidas 
 
Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada $100 vendidos. 
Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
 17 
Exemplo: Cia BIG 
 2000 2001 
Vendas 4.793.123 4.425.866 
Lucro Líquido 223.741 167.116 
 
Margem Líquida 223.741 = 4,66% 167.116 = 3,77% 
 4.793.123 4.425.866 
 
Para cada $100 vendidos, a empresa obteve $4,66 de lucro em 2000 e $3,77 em 2001. Houve queda no 
volume de vendas simultaneamente à queda da margem de lucro. 
 
Margem representa a eficiência de despesas em relação às vendas, pois quanto menores as despesas maior será 
a margem de lucro. 
 
 
RENTABILIDADE DO ATIVO – Esse índice mostra quanto a empresa obteve de Lucro Líquido em relação 
ao Ativo. É uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido, e assim poder capitalizar-se. 
 
 Rent. Ativo = Lucro Líquido X 100 
 Ativo Total 
 
Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada $100 de investimento total. 
Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
Exemplo: Cia BIG 
 2000 2001 
Lucro Líquido 223.741 167.116 
Ativo 2.726.178 3.984.050 
 
Rentabilidade 223.741 = 8,20% 167.116 = 4,19% 
do Ativo 2.726.178 3.984.050 
 
Para cada $100 investidos, a empresa ganhou $8,20 em 2000 e $4,19 em 2001. Houve, portanto, queda na 
rentabilidade do Ativo de um ano para o outro 
 
Em resumo, a empresa teve acentuada queda simultânea do volume de vendas, da margem líquida e, 
consequentemente, da rentabilidade do Ativo, reduzindo seu poder de capitalização. 
 
 
RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – O papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio 
Líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. Essa taxapode ser comparada com a de 
outros rendimentos alternativos no mercado, (caderneta de poupança, CDBs, Ações, Aluguéis, Fundos de 
Investimentos, etc). Com isso se pode avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a 
essas opções. 
 
 Rentab. do PL = Lucro Líquido X 100 
 Patr. Líquido Médio 
 
 18 
Indica: quanto a empresa obteve de lucro para cada $100 de Capital Próprio investido. 
Interpretação: quanto maior, melhor. 
 
Exemplo: Cia BIG 
 2000 2001 
Lucro Líquido 223.741 167.116 
Pat. Líquido Inicial 821.827 1.070.861 
Pat. Líquido Final 1.070.861 1.407.185 
Pat. Líquido Médio 946.344 1.239.023 
 
Rentabilidade 223.741 = 23,64% 167.116 = 13,48% 
do Pat. Líquido 946.344 1.234.023 
 
Para cada $100 de Capital Próprio investido, a empresa conseguiu $ 23,64 de lucro em 2000. Normalmente, 
espera-se das empresa rentabilidade superior à dos títulos de renda fixa: possuir o investimento na empresa 
representa capital de risco, ou seja, nada garante sua rentabilidade, que poderá ser inclusive negativa. 
 
 
 
Conceitos Importantes: 
 
Ativo Circulante = Capital de Giro 
 
Ativo Operacional = Ativo Circulante – Disponível 
 
Passivo Operacional = Passivo Circulante – Empréstimos Bancários de Curto Prazo 
 
CCL (Capital de Giro Líquido) = Ativo Circulante – Passivo Circulante 
 
NCG (Necessidade de Capital de Giro) = Ativo Operacional > Passivo Operacional 
 
CCP (Capital Circulante Próprio) = Valor do Patrimônio Líquido que excede o valor do Ativo Permanente 
que, conseqüentemente, irá para o Capital de Giro da empresa. 
 
 
 
Cia Big Ltda 
ATIVO PASSIVO 
 2000 2001 2002 2000 2001 2002 
Ativo Circulante 1.960.480 2.269.171 2.578.130 Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 1.560.310 
Disponibilidades 163.634 107.224 98.020 Exigível a L.P. 314.360 1.170.788 1.338.000 
Estoques 751.206 1.039.435 1.350.000 P.L. 1.070.861 1.407.185 1.430.000 
Outros ativos 1.045.640 1.122.512 1.130.110 
Ativo Permanente 765.698 1.714.879 1.750.180 
TOTAL ATIVO 2.726.178 3.984.050 4.328.310 TOT. PASSIVO 2.726.178 3.984.050 4.328.310 
 
 
Vendas líquidas 4.793.123 4.225.866 
Lucro líquido 223.741 167.116 
 
 
 19 
CIA ALTEROSA LTDA - BALANÇO PATRIMONIAL (já reclassificado) 
ATIVO 31/12/X1 AV AH 31/12/X2 AV AH 
Circulante 
 Disponível 57.475 55.198 
 Duplicatas a rec. 229.089 204.881 
 Estoques 262.500 439.275 
Total do Circulante 549.064 699.354 
 
Realizável a L.P. 25.005 26.271 
 
Permanente 
 Investimentos 50.585 30.378 
 Imobilizado 141.852 290.302 
 Diferido 8.515 29.161 
Total do Perman. 200.952 349.841 
TOTAL DO ATIVO 775.021 1.075.466 
 
PASSIVO 31/12/X1 AV AH 31/12/X2 AV AH 
Circulante 
 Fornecedores 44.010 58.709 
 Inst. Financ. a pagar 188.379 272.152 
 Provisão para IR 6.248 33.126 
 Dividendos a pagar 55.264 79.832 
 Outras contas a pagar 28.160 73.811 
Total do Circulante 322.061 517.630 
 
Exigível a L.P. 
 Financiamentos 33.461 2.906 
 Contas a pagar 2.120 1.818 
Total do Exigível a L.P. 35.581 4.724 
 
Patrimônio Líquido 
 Capital Social 228.360 304.480 
 Reserva de capital 14.549 18.763 
 Reservas diversas 174.470 229.869 
Total do P.L. 417.379 553.112 
TOTAL DO PASSIVO 775.021 1.075.466 
 
 DEMONSTRAÇÃODO RESULTADO DO EXERCÍCIO – CIA ALTEROSA LTDA 
 31/12/X1 AV AH 31/12/X2 AV AH 
Receita Bruta Oper. 2.154.307 3.587.129 
(-) Deduções (330.200) (420.600) 
 = Vendas Líquidas 1.824.107 3.166.529 
(-) CMV (1.336.125) (2.345.843) 
 = Lucro Bruto 487.982 820.686 
Despesas Operacionais 
 De Vendas (305.407) (483.705) 
 Administrativas (77.445) (113.245) 
 Depreciação (1.081) (2.368) 
Lucro Operacional 104.049 221.368 
Receitas não operac. 41.507 8.832 
Resultado da Corr. Monet. (8.393) (11.176) 
Provisão para IR (21.369) (33.862) 
Lucro Líquido 115.794 185.162 
 
 20 
EXERCÍCIOS 
 
1) Faça as análises Vertical e Horizontal do Balanço Patrimonial e DRE da Cia Alterosa acima. 
 
2) Com base no Bal. Patrimonial e DRE da Cia Alterosa, calcule os seguintes índices (X1 e X2): 
a) Liquidez Geral 
b) Liquidez Corrente 
c) Liquidez Seca 
d) Liquidez Imediata 
e) O que quer dizer cada índice encontrado? 
 
3) Com base no Bal. Patrimonial e DRE da Cia Alterosa, calcule os seguintes índices (X1 e X2): 
a) Endividamento Total 
b) Composição do Endividamento 
c) Imobilização do PL 
d) Imobilização dos Recursos não Correntes 
e) O que quer dizer cada índice encontrado? 
 
4) Com base no Bal. Patrimonial e DRE da Cia Alterosa, calcule os seguintes índices (X1 e X2): 
a) Giro do Ativo 
b) Margem Líquida 
c) Rentabilidade do Ativo 
d) Rentabilidade do PL 
e) O que quer dizer cada índice encontrado? 
 
5) Que efeito produziriam as seguintes ações no índice de liquidez corrente? Suponha que o capital de 
giro líquido seja positivo. 
a) Compra de mercadoria para estoque 
b) Pagamento de fornecedor 
c) Liquidação antecipada de empréstimo a longo prazo 
d) Estoque é vendido a preço de custo 
e) Estoque é vendido com lucro 
 
6) Uma empresa possui um capital de giro líquido de $950, passivo circulante de $2.500 e estoque de 
$1.100. Qual é seu índice de liquidez corrente? E seu índice de liquidez seca? O que quer dizer os 
índices encontrados? 
 
7) Uma empresa possui vendas de $30 milhões, ativo total de $42 milhões, e dívida total de $12 milhões. 
Se a margem de lucro é 7%, qual é seu lucro líquido? 
 
8) Análise da Cia Mediana Ltda: 
 
Índices X1 X2 X3 
LI 0,16 0,14 0,1 
LC 1,4 1,35 1,08 
LS 0,9 0,8 0,7 
LG 0,3 0,31 0,29 
 
 21 
O Dr. Sabe-Tudo, gerente financeiro da empresa argumenta: 
a) A LI caiu porque em época de inflação não é interessante ter dinheiro ocioso em caixa 
b) A LG é baixa, pois todo o financiamento obtido em X1 foi aplicado no Ativo Permanente. 
c) A LS caiu porque aumentamos consideravelmente nossos estoques de matéria-prima 
d) A no LC caiu, porém a nossa média é bem razoável 
 
Outras informações: 
 A empresa está atrasando pagamento aos fornecedores na seguinte base: 
Atrasos médios: X1  20 dias 
 X2  40 dias 
 X3  56 dias 
 O financiamento vencerá no ano seguinte (4 anos) 
 O estoque de matéria prima é de fácil aquisição no mercado e normalmente sobe de preço em 
proporção menor que a inflação. 
 
Pede-se: Comente os argumentos do Dr. Sabe-Tudo 
 
 
9) A Depreciação Acumulada é: 
 a) Uma reserva 
 b) Uma provisão somada às demais contas do PL 
 c) Uma conta retificadora do Ativo Permanente 
 d) Um fundo para reposição de máquinas 
 e) Nenhumadas alternativas anteriores 
 
10) Duplicatas descontadas no balanço padronizado: 
 a) Fazem parte do Passivo Circulante Operacional 
 b) Devem ser deduzidas de Contas a Receber 
 c) Não precisam figurar no balanço 
 d) São incluídas no Passivo Circulante Financeiro 
 e) Nenhuma das alternativas anteriores 
 
11) Os índices de estrutura mostram: 
 a) As grandes linhas de decisões financeiras em termos de obtenção e aplicação de recursos 
 b) Quão sólida é a base econômica de uma empresa 
 c) O endividamento e a composição das exigibilidades 
 d) Nenhuma das alternativas anteriores 
 
12) Mantidos constantes os demais elementos, quanto maior for o índice de Ativo Permanente/PL, menor será 
o de: 
 a) Liquidez Geral 
 b) Rentabilidade do PL 
 c) Giro do Ativo 
 d) Composição do Endividamento 
 
13) Quais são as informações evidenciadas pelos índices do grupo “Estrutura de Capitais”? 
 
 22 
14) Qual a relação entre o Capital Circulante Líquido e o Índice de Imobilização dos Recursos não Correntes? 
 
15) Qual o índice que mostra o perfil da dívida quanto ao prazo de vencimento? 
 
16) Com base nos dados abaixo, preencher os espaços em branco: 
 
Ativo Circulante ___________ Passivo Circulante ___________ 
 Caixa e Bancos _______200_ Exigível a L. Prazo ___________ 
 Duplicatas a receber ___________ Patrimônio Líquido ___________ 
 Estoques ___________ Total do Passivo ___________ 
Ativo Realizável LP _________0_ 
Ativo Permanente ___________ 
Total do Ativo ___________ 
 
ÍNDICES: 
 Participação de Capitais de Terceiros: 125% 
 Liquidez Geral: 0,80 
 Liquidez Corrente: 1,00 
 Liquidez Seca: 0,60 
 Liquidez Imediata: 0,10 
 
 
4 – APLICAÇÕES PRÁTICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
 
A análise das demonstrações financeiras fornece um ponto inicial para se compreender uma empresa, e uma 
boa maneira de se fazer isso é através da análise dos índices financeiros, que nos ajudam a entender as 
relações entre as diferentes áreas de negócios. Por exemplo, ajuda a entender qual deverá ser o investimento 
adicional em duplicatas a receber, estoques e duplicatas a pagar, para cada Real adicional de vendas. E 
também que nível de ativos permanentes dá suporte a um determinado nível de vendas. 
 
A análise dos demonstrativos contábeis pode ajudar a mostrar certas deficiências administrativas que estejam 
ocorrendo. Segundo Gitman (2002), uma empresa com excelente índice “Exigível-Patrimônio Líquido” (baixo 
endividamento) pode estar com o crescimento de vendas estagnado e não gerar caixa suficiente para quitar as 
dívidas. Tal fato fica evidente após uma análise de balanço. 
 
EXERCÍCIO 
 
A Comercial Minas Gerais Ltda é um supermercado de médio porte, cujos sócios são dois irmãos. As contas 
abaixo foram extraídas do balancete contábil em 31/12/X7. Monte o Balanço Patrimonial conforme as normas 
contábeis e responda: 
 
aa)) Qual o valor do Ativo Circulante? 
bb)) Qual o valor do Ativo Não Circulante? 
cc)) Qual o valor do Capital de Terceiros? 
dd)) Qual o valor do Capital Próprio? 
ee)) Faça uma rápida análise no balanço da Cia. Minas Gerais e responda: a empresa tem liquidez de 
curto prazo? A empresa trabalha mais com recursos próprios ou com recursos de terceiros? 
 23 
 
Caixa 38.450 
Salários a pagar 8.000 
Móveis e utensílios 32.000 
Contas a pagar em jul/X9 7.000 
Bancos conta movimento 8.200 
Duplicatas a receber 27.000 
Capital Social 25.000 
Financiamentos LP 60.000 
Reservas 11.000 
 
 
 
5 – OUTROS INDICADORES 
 
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) 
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é o informe contábil que evidencia, de forma sintética, os 
valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em determinado período e sua respectiva 
distribuição. 
Obviamente, por se tratar de um demonstrativo contábil, suas informações devem ser extraídas da 
escrituração, com base nas Normas Contábeis vigentes e tendo como base o Princípio Contábil da 
Competência. 
A riqueza gerada pela empresa, medida no conceito de valor adicionado, é calculada a partir da diferença entre 
o valor de sua produção e o dos bens e serviços produzidos por terceiros utilizados no processo de produção 
da empresa. 
A utilização do DVA como ferramenta gerencial pode ser resumida da seguinte forma: 
1) como índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, ao medir a eficiência da empresa na 
utilização dos fatores de produção, comparando o valor das saídas com o valor das entradas, e 
2) como índice de avaliação do desempenho social à medida que demonstra, na distribuição da riqueza gerada, 
a participação dos empregados, do Governo, dos Agentes Financiadores e dos Acionistas. 
O valor adicionado demonstra, ainda, a efetiva contribuição da empresa, dentro de uma visão global de 
desempenho, para a geração de riqueza da economia na qual está inserida, sendo resultado do esforço 
conjugado de todos os seus fatores de produção. 
A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui, desse modo, 
uma importante fonte de informações à medida que apresenta esse conjunto de elementos que permitem a 
análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos 
sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza. 
 
 
EBITDA 
EBITDA significa "Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization", ou seja, lucro antes dos 
juros, impostos, depreciação e amortização. 
Máquinas e equipamentos 40.000 
Marcas e patentes 5.000 
Impostos a recolher 10.000 
Empréstimos bancários 20.000 
Lucros Acumulados 10.650 
Fornecedores 20.000 
Estoques 20.000 
Ações de outras empresas 1.000 
 24 
Em linhas gerais, o EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a 
empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos 
financeiros e de impostos. 
A utilização do EBITDA ganha importância, porque analisar apenas o resultado final da empresa (lucro ou 
prejuízo) muitas vezes tem sido insuficiente para avaliar seu real desempenho em um dado período, já que 
muitas vezes é influenciado por fatores difíceis de serem mensurados. 
APLICAÇÃO DO EBITDA 
O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas e, por eliminar os efeitos dos 
financiamentos e decisões contábeis, pode medir com mais precisão a produtividade e a eficiência do negócio. 
Como percentual de vendas, pode ser utilizado para comparar as empresas quanto à eficiência dentro de um 
determinado segmento de mercado. 
Além disso, a variação do indicador de um ano em relação a outro mostra aos investidores se uma empresa 
conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua produtividade. 
Por outro lado, como ressalva, vale lembrar que o EBITDA pode dar uma falsa ideia sobre a efetiva liquidez 
da empresa. Além disso, o indicador não considera o montante de reinvestimento requerido (pela 
depreciação), fator especialmente crítico nas empresas que apresentam ativos operacionais de vida curta. 
Assim, o EBITDA é um indicador financeiro muito relevante, mas que deve ser utilizado combinado com 
outros indicadores de desempenho para fornecer uma visão mais apropriada da performance da empresa. 
Ainda assim, é certamente o mais acompanhado pelos analistas e acaba ganhando bastante importância 
também na análise de crédito e nos múltiplos de avaliação de empresas. 
Em determinado cenário, uma empresa pode apresentar um EBITDA verdadeiramente "astronômico" e nem 
sequer ter dinheiro para pagar os salários (bastaque tenha vendido a clientes que não pagam, ou que tenha 
efetuado avultados investimentos). Isto deve-se ao fato deste indicador analisar somente as contas de 
resultado, não se importando com a movimentação patrimonial. 
 
O caso da famosa Worldcom é um bom exemplo disso. Um investidor que se tenha deixado "guiar" pelo 
EBITDA, foi enganado pelas "manipulações contábeis" efetuadas nas contas patrimoniais. 
 
 
EXERCÍCIOS - PADOVEZE 
 
1) Uma empresa fez um investimento de $1.200.000 e espera um retorno de 15% ao ano. Calcule qual deve 
ser a margem líquida sobre vendas para obter essa rentabilidade, se o giro esperado é de 2,45. 
 
2) Tomando como referência os dados do exercício anterior, a empresa está prevendo que conseguirá uma 
margem líquida para o ano seguinte de apenas 3%. Diante disso, a empresa admite um retorno do 
investimento de apenas 12%. Calcule qual deve ser o giro para obter esse retorno e qual será a variação do 
valor das vendas em relação ao exercício anterior. 
 
3) O Controller da Cia Norte S/A, ao elaborar a análise das demonstrações contábeis da empresa, percebeu 
que o índice de composição do endividamento (CE = passivo circulante/capital de terceiros) alcançava um 
resultado igual a 0,90. Em vista disso, concluiu que: 
 25 
a) a empresa está comprometendo quase a totalidade de seu capital próprio com obrigações para com 
terceiros; 
b) a empresa não terá como pagar seus compromissos de curto prazo; 
c) o endividamento da empresa está concentrado no curto prazo; 
d) o risco de insolvência da empresa é altíssimo; 
e) a cada $100,00 de ativo circulante, correspondem $90,00 de passivo circulante. 
 
4) Em um determinado exercício social, a empresa de louças e vidros apresentou os seguintes dados e 
informações, referentes a esse mesmo exercício social: 
Índice de liquidez corrente 1,25 
Índice de liquidez seca 1,00 
Realizável a longo prazo $ 1.900.000,00 
Mercadorias $ 414.000,00 
Passivo exigível a longo prazo $ 2.125.000,00 
 
Analisando os dados e as informações disponibilizados pela empresa, conclui-se que seu índice de liquidez 
geral, no mesmo exercício, é: 
a) 0,8941 
b) 0,9701 
c) 1,0308 
d) 1,0500 
e) 1,1184 
 
5) A Cia Comercial S/A, ao final de um determinado período, apresentou as seguintes informações em reais: 
 Dividendos a distribuir 250.000 
 Duplicatas a pagar 1.755.000 
Duplicatas a receber 3.795.800 
Duplicatas descontadas 1.200.000 
Empréstimos a diretores da empresa 500.000 
Provisão para créditos de difícil liquidação 205.500 
 
Considerando exclusivamente as informações parciais apresentadas pela Cia Comercial S/A, as determinações 
legais e as técnicas e padronizações das demonstrações, o índice de liquidez corrente desta empresa é igual a: 
a) 1,1130 
b) 1,1202 
c) 1,2502 
d) 1,2762 
e) 1,4415 
 
6) A companhia da qual você é contador apresentou-lhe as seguintes informações, em milhares de reais: 
 
Capital circulante líquido 3.080 
Ativo total à disposição da empresa 12.000 
Capital próprio 7.000 
Passivo exigível a longo prazo 1.280 
Índice de liquidez geral 1,6 
 
a) Elabore o balanço patrimonial da companhia 
 26 
b) Calcule os indicadores a seguir, explicando o que cada um representa e a situação da empresa em 
relação a eles: 
 Capital circulante próprio 
 Liquidez corrente 
 Participação do capital de terceiros 
 Composição do endividamento 
 
7) Considerando: 
a) que uma empresa vendeu $120.000 em um período e obteve um lucro de $11.000; 
b) que ela tem um giro do ativo de 1,25; 
c) que a participação do capital próprio no ativo total é igual a 60%; 
d) que o restante do passivo está dividido em 70% de circulante e 30% de exigível a longo prazo; 
e) que essa empresa tem um índice de liquidez corrente de 1,5 e não tem realizável a longo prazo. 
 
Pede-se: 
a) determine o valor de seu ativo permanente; 
b) calcule, analise e interprete a imobilização do capital próprio. 
 
8) Considerando os seguintes dados de uma empresa: 
a) um ativo total de $320.000 
b) um giro do ativo de 0,80; 
c) custos e despesas totais do período de $247.000; 
d) um ativo permanente de 72% do ativo total; 
e) um exigível a longo prazo de $10.000 (não tem realizável a longo prazo); 
f) um capital próprio representando 65% do ativo. 
 
Pede-se: 
a) calcule o índice de liquidez corrente; 
b) calcule, analise e interprete a composição do endividamento. 
 
 
 
UN. 6 – MOEDA 
 
A moeda como intermediária nas trocas e meios de pagamento surgiu com o depósito de bens para atender as 
necessidades das sociedades primitivas, como eram os casos dos animais (bois, cavalos, porcos, etc.), dos 
vegetais (tabaco, arroz, etc.) e minerais (sal, conchas, etc.). O elemento comum desses bens era sua 
capacidade, em determinados momentos e lugares, de representar uma aceitação geral como meio de troca e 
pagamento. (PINHEIRO, 2001, p. 22). 
 
No alvorecer dos tempos, os primeiros agrupamentos humanos, em geral nômades, viviam sob padrões 
bastante simples de atividade econômica. Quando esses grupos recorriam à atividade de troca, realizavam 
trocas diretas em espécie, denominadas escambo. 
 
Para permitir o desenvolvimento de trocas, cada vez mais importante para o progresso econômico e social, o 
escambo foi dando lugar, gradativamente, a processos indiretos de pagamento. A generalizada aceitação de 
determinados produtos, recebidos em pagamento das transações econômicas que dia a dia se tornaram mais 
 27 
intensas, configuraram a origem da moeda. Eleitos como moeda, esses produtos eram aceitos sem grandes 
restrições, porque todos os aceitavam. A troca já não é mais direta. 
 
A origem e a evolução da moeda podem ser divididas em cinco fases: 
 Era da troca de mercadorias; 
 Era da mercadoria moeda; 
 Era da mercadoria metálica; 
 Era da moeda-papel; 
 Era da moeda escritural. 
 
 
6.1 – MOEDAS MODERNAS 
 
Conceitos de moeda 
A moeda é um meio de pagamento legalmente utilizado para realizar transações com bens e serviços. É um 
instrumento previsto em lei e, por isso, apresenta curso legal forçado (sua aceitação é obrigatória) e poder 
liberatório (libera o devedor do compromisso). O uso da moeda viabiliza o funcionamento de toda a 
economia, indicando os bens e serviços a serem produzidos de maneira a satisfazer aos desejos de demanda 
dos vários agentes. (ASSAF NETO, 2003, p. 15). 
 
 Segundo Pinheiro (2001, p. 17), a moeda pode ser conceituada como um conjunto de ativos financeiros de 
uma economia que os agentes utilizam em suas transações. Ela é um bem com características específicas e 
diferenciadas em relação aos demais bens da economia, visto que ela não produz nada, não é um bem de 
investimento e nem de consumo. 
 
O grande número de moedas metálicas e a utilização de metais como o ouro geravam dificuldades de 
utilização aos comerciantes, que necessitavam pesar essas peças e verificar o teor do metal utilizado, em 
operações bastante demoradas. Para facilitar as negociações, os ourives passaram a depositar o dinheiro em 
bancos; recebendo certificados de depósitos, com a promessa de devolução ao portador da quantia entregue. 
Esse bilhete, conversível a vista, deu início ao aparecimento da moeda de papel. 
 
A tendência global para a moeda é que se torne um produto virtual e eletrônico, substituindo a atual moeda 
física. Outra tendência é a unificação da moeda com a criação de blocos econômicos, como é o caso da União 
Européia. 
 
 
Lastro da moeda 
A circulação da moeda no passado era garantida por seu lastro em ouro. Todamoeda era emitida somente se 
tivesse seu equivalente em ouro como reserva, permitindo sua plena conversibilidade. Esse sistema de cambio 
fixo, denominado padrão-ouro, vigorou de 1816 a 1933. Nesse sistema os países-membros fixavam uma certa 
quantidade de ouro pela qual sua moeda podia ser livremente convertida por meio de seus bancos centrais. 
 
De 1944 a 1973 passou a vigorar um padrão monetário internacional puro, isto é, o padrão dólar e as taxas de 
conversão seriam fixas, mas ajustáveis em função de necessidades. Esse sistema funcionou bem até que o 
Acordo Smithsoniano, firmado entre os países do Grupo dos Dez, dificultou a estabilização das taxas de 
 28 
cambio e, já no início de 1973, verificou-se uma nova onda de especulação contra o dólar dos EUA marcando 
o fim do sistema de taxas de cambio fixas. 
 
Atualmente, podemos dizer que o lastro da moeda é resultante de um conjunto de macro-variáveis como, por 
exemplo, as reservas cambiais que determinam o real poder aquisitivo de uma moeda. 
 
 
6.2 – TIPOS DE MOEDAS 
 
A moeda (ou papel-moeda) é emitida mediante autorização legal das autoridades monetárias e de acordo com 
as necessidades identificadas em cada período na atividade econômica. No entanto, nem toda moeda emitida 
se encontra em circulação, podendo uma parte permanecer retida no Banco Central aguardando liberação 
futura. O montante da moeda emitida numa economia menos o saldo retido no caixa das autoridades 
monetárias é definido por moeda em circulação ou meio circulante. 
 
Para se compreender o conceito de moeda é importante também a compreensão de alguns conceitos de meio 
de pagamento. 
 
Tipos de moeda 
Papel moeda Notas/cédulas 
Moeda subsidiária Utilizada apenas para pequenos pagamentos 
Moeda escritural Depósitos bancários/empréstimos* 
Moeda manual É o papel moeda e as moedas metálicas – subsidiárias – em poder do público 
Quase-moeda Títulos de grande liquidez – NTN, BBC, CDB, Letras, etc. 
 * a emissão de papel moeda gera moeda escritural bem maior do seu valor inicial 
 
O primeiro conceito de moeda, com o qual trabalharemos, é composto por dois elementos: moeda manual 
(moedas metálicas e notas em poder do público) e moeda escritural (depósitos à vista em instituições 
financeiras). Eles constituem o conceito de M1, ou seja, a primeira definição de moeda. 
 
 M1 = Moeda manual (moedas metálicas e notas em poder do público) + Moeda 
 escritural (depósitos à vista em instituições financeiras) 
 
Dos dois componentes desse conceito, os depósitos a vista correspondem a maior parte dos meios de 
pagamento, portanto, para se controlar a moeda tona-se necessário um controle estrito dos bancos e sua 
capacidade de multiplicar moeda por meio de instrumentos de política monetária como o open market, o 
compulsório e o redesconto. 
 
A capacidade de multiplicar moeda dos bancos resulta da possibilidade de manutenção de valores inferiores 
em espécie do total dos depósitos à vista recebidos de clientes. Isto ocorre em função da não-utilização total 
dos recursos de forma simultânea por parte dos clientes e do resultado do fluxo de entrada e saída desses 
mesmos recursos. Ou seja, de cada R$ 100,00 recebidos como depósito à vista, os bancos só necessitam deixar 
disponível sob a forma de encaixe (moeda em espécie) de três a cinco por cento, o restante ele poderia utilizar 
para realizar empréstimos para seus clientes e com isso multiplicar a capacidade de pagamento dos mesmos 
depósitos iniciais. 
 
 29 
O segundo conceito de moeda inclui, além dos elementos que compõem m M1, os títulos federais, estaduais e 
municipais em poder do público, excluindo-se os títulos que compõem as carteiras de títulos dos Fundos de 
Aplicações Financeiras (FAF). 
 
 M2 = M1 + Títulos públicos 
 
O terceiro conceito de moeda inclui, além dos elementos que compõem o M2, os depósitos de poupança 
mantidos pelo público em instituições financeiras. 
 
 M3 = M2 + Depósitos de poupança 
 
O quarto conceito de moeda inclui, além dos elementos que compõem o M3, os depósitos a prazo, letras de 
câmbio e letras hipotecarias, excluindo-se os títulos pertencentes às carteiras de títulos dos Fundos de 
Aplicações Financeiras (FAF). 
 
 M4 = M3 + Depósitos a prazo + Letras de câmbio + Letras hipotecárias 
 
Os cartões de crédito, atualmente, constituem também um importante meio de pagamento. Mesmo não sendo 
utilizados, eles representam um potencial de gasto em função do limite que cada um possui. Em razão disso, 
Córdoba (1996, p. 239) sugere a utilização de um novo conceito, o M5 que seria calculado em função da 
capacidade aquisitiva dos cartões de crédito. 
 
 M5 = M4 + Capacidade aquisitiva dos cartões de crédito 
 
 
CONCEITOS IMPORTANTES: 
 
1. Encaixe Bancário = As entidades financeiras quando recebem um depósito têm que deixar uma 
porcentagem em caixa para atender retiradas de efetivos. Esta porcentagem é precisamente o “encaixe 
bancário” ou “coeficiente de reservas (R)”. 
 
2. Base Monetária = Papel moeda em poder do público + Encaixes Bancários. 
 
3. Meios de pagamentos (Restrito) = Recursos prontamente disponíveis para pagamento de bens e serviços. 
Papel moeda em poder do público + depósitos à vista (M1). 
 
 
6.3 – CARACTERÍSTICAS 
 
A moeda é vista como um bem de uso comum em todo tipo de transação que permite a participação de 
operação de troca, na qual se realiza compra ou venda simultânea de mercadorias, em operações separadas de 
intercâmbio, trazendo vários benefícios, entre eles: 
 
 aumento do grau de especialização; 
 redução no tempo gasto nas trocas; e 
 eliminação da necessidade de dupla coincidência de desejos. 
 
 30 
 
Uma mercadoria para assumir o papel de moeda deve possuir as seguintes características: 
 Indestrutibilidade: a moeda deve ser durável no sentido de que não se destrua ou deteriore no seu 
uso e manuseio; 
 Inalterabilidade: segundo esse princípio, a moeda é preservada de eventuais processos de 
falsificação, por meio de mecanismos que a protegem de alterações; 
 Homogeneidade: quando comparadas, duas unidades monetárias distintas devem possuir valores 
idênticos e ser rigorosamente iguais; 
 Divisibilidade: a moeda deve possuir múltiplos e submúltiplos para que seja assegurada a realização 
de transações de valores grandes e pequenos sem dificuldades; 
 Transferibilidade: a moeda deve possibilitar a transferência da posse e propriedade de um detentor 
para outro, com grande rapidez e agilidade; 
 Facilidade de manuseio: o manuseio e o transporte da moeda não devem representar dificuldades 
para os agentes que a utilizam. 
 
6.4 – PRINCIPAIS FUNÇÕES 
 
A moeda é o instrumento básico para a intermediação financeira. Define-se intermediação financeira como 
uma atividade que tem a finalidade de viabilizar o atendimento das necessidades financeiras de curto, médio e 
longo prazos, manifestadas pelos agentes econômicos carentes de recursos, aplicando ao mesmo tempo o 
excedente monetário de agentes superavitários, com mínimo de riscos. 
 
Qualquer economia que tenha superado o estágio primitivo de troca direta, conta com bases institucionais para 
a operacionalidade do mercado financeiro, e tenha agente econômico deficitário e superavitário disposto a 
transacionar nesse mercado, fatalmente terá desenvolvido condições para o estabelecimento da intermediação 
financeira. 
 
Na economia, a moeda cumpre quatro importantes funções: 
 
 Meio de pagamento: capacidade de diminuir dívidas em última instância, ou seja, é um ativo 
financeiro de liquidezimediata; 
 Estoque de valor: com a adoção da moeda, os indivíduos adquiriram a capacidade de acumulação de 
riquezas, bem como uma aliada na proteção contra a perda do poder de compra para o futuro; 
 Unidade-padrao de conta: uma unidade de conta é um instrumento que as pessoas utilizam para 
divulgar preços e registrar débitos. A moeda cumpre esse papel uma vez que todos os bens e serviços 
de uma economia têm seus preços expressos em unidades monetárias; 
 Intermediária de trocas entre os agentes: como é um meio ou instrumento de troca geralmente 
aceito pelos agentes na concretização de suas transações, a moeda desempenha sua mais importante 
função na economia que é a de intermediária de troca entre os agentes econômicos. 
 
 
MULTIPLICADOR MONETÁRIO 
 
O Multiplicador Monetário é um termo que designa a variação na oferta de moeda originada pela variação 
em uma unidade na Base Monetária. O Multiplicador Monetário representa assim o poder que os bancos 
comerciais têm para criar moeda através da sua atividade de depositário e de concessão de empréstimos. 
 31 
O valor do Multiplicador Monetário depende essencialmente de duas variáveis: a propensão marginal à 
retenção de moeda e a taxa de reservas bancárias. Dado que além de controlar a Base Monetária, o Banco 
Central controla também a taxa de reservas bancárias, este consegue ter um controlo praticamente total 
sobre a oferta de moeda. 
O multiplicador monetário, m, é o inverso do requerimento de reserva R: 
 
 
Exemplo: 
Para o exemplo, com uma taxa de reserva de 20%, ou R, pode também ser expressa em uma fração: 
 
Então o multiplicador monetário, m, pode ser expresso como: 
 
Este número multiplicado pelo depósito inicial mostra a quantidade máxima em que o dinheiro pode ser 
expandido 
Outra Maneira de Calcular o Multiplicador Monetário 
 
O multiplicador da base monetária mostra qual a variação dos meios de pagamento (quantidade de moeda, 
corrente e escritural, na economia) quando o Bacen emite uma unidade monetária. 
 
Fórmula: 
 m = 1 . 
 1 – d ( 1 - r ) 
 
r = o encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais. 
d = depósitos à vista nos bancos comerciais/M (meios de pagamento da economia). 
 
 
EXERCÍCIOS: 
 
1) Qual a importância da moeda para a atividade econômica e para a população atualmente? 
 
2) Qual a relação da moeda com os fatores de produção e a remuneração? 
 
3) Como funcionava o padrão que lastreava as moedas até 1933? E como é o lastro hoje? 
 
4) Como a moeda escritural pode auxiliar na fiscalização de impostos no Brasil ? 
 
5) Quais são as funções da moeda? 
 
6) Defina M1, M2, M3, M4 e M5. 
 
7) Como o Efeito Multiplicador da moeda favorece o consumo no Brasil? 
 
 32 
8) Assinale a alternativa incorreta. 
a) Os meios de pagamento correspondem ao papel-moeda. 
b) O M1 é formado por papel-moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos. 
c) O M2 corresponde ao M1 + títulos governamentais em poder do público (fundos de curto prazo). 
d) O M3 corresponde ao M2 + depósito de caderneta de poupança. 
e) O M4 corresponde ao M3 + CDB e demais títulos privados. 
 
9) O regime de câmbio flutuante puro é aquele no qual o Banco Central: 
a) Vende moeda estrangeira quando sua cotação esta aumentando; 
b) Compra moeda estrangeira quando sua cotação está diminuindo; 
c) Estabelece um intervalo de valores no qual permite a flutuação cambial; 
d) Não intervém no mercado cambial. 
 
10) O regime de câmbio fixo puro é aquele no qual o Banco Central: 
a) Vende moeda estrangeira quando sua cotação está aumentando e compra moeda estrangeira quando a sua 
cotação está diminuindo; 
b) Compra moeda estrangeira quando sua cotação está aumentando e vende moeda estrangeira quando sua 
cotação está diminuindo; 
c) Estabelece um intervalo de valores no qual permite a flutuação cambial; 
d) Não intervém no mercado cambial. 
 
11) Sabe-se que a relação entre a base monetária e os meios de pagamento é dada pelo multiplicador 
monetário. Ainda que esse multiplicador seja relativamente estável no curto prazo, o Banco Central tem 
mecanismos que o afetam. Para reduzir o multiplicador, o Banco Central deve tomar qual atitude? 
a) Venda de títulos no mercado aberto. 
b) Compra de títulos no mercado aberto. 
c) Redução de taxa de redesconto. 
d) Redução do depósito compulsório dos bancos comerciais no Banco Central. 
e) Aumento do depósito compulsório dos bancos comerciais no Banco Central. 
 
12) O Banco do Estado S/A trabalha atualmente com um percentual de 15% de encaixe total, ou seja, total de 
reservas à disposição dos clientes em relação ao total de depósitos à vista. Diante disso, calcule qual é o 
multiplicador monetário (capacidade de criar moeda) dessa instituição financeira. 
 
13) Considere os seguintes dados do Banco do Sudeste S/A: 
 - Reservas à disposição dos clientes para saque: $25.000.000 
 - Multiplicador monetário deste banco: 6 vezes 
 
Calcule qual é o total de “Depósitos à Vista” deste banco. 
 
14) (AFRF-ESAF) Considere c = papel-moeda em poder do público/M; d = depósitos a vista nos bancos 
comerciais/M, R = encaixe total dos bancos comerciais/depósitos a vista nos bancos comerciais. Sabendo que 
d = 0,3 e que R = 0,25, o valor do multiplicador da base monetária em relação aos meios de pagamentos será 
de, aproximadamente, 
a) 1,2903. 
b) 1,9600. 
c) 1,5436. 
d) 1,1100. 
e) 1,2500. 
 
 33 
15) (ESAF/Especialista em Políticas Públicas/2009) – Considere os seguintes coeficientes de 
comportamento monetário: 
 
M1 = meios de pagamentos 
c = (papel-moeda em poder do público/M1) 
d = (depósitos à vista nos bancos comerciais/M1) 
R = (encaixes totais dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais) 
 
Considerando que c = d/3 e R = 0,3, o valor do multiplicador da base monetária será de, aproximadamente, 
a) 2,105 
b) 3,103 
c) 1,290 
d) 1,600 
e) 2,990 
 
 
 
UN. 7 – POLÍTICAS ECONÔMICAS 
 
A gestão da economia visa atender às necessidades de bens e serviços da sociedade e atingir determinados 
objetivos sociais e macroeconômicos, como pleno emprego, distribuição de riqueza, estabilidade de preços e 
crescimento econômico. Para tanto, o governo atua na economia por meio de políticas econômicas, 
identificadas pela política monetária, política fiscal, política cambial e política de rendas. (ASSAF NETO, 
2003, p. 45). 
 
Fortuna (2005, p. 47) acrescenta que os objetivos fundamentais destas quatro políticas se identificam com a 
política econômica global do governo, que consiste, entre outros, equilibrar o volume financeiro das 
transações econômicas com o exterior e o controle da inflação. 
 
Os instrumentos das políticas econômicas são mais eficientes quando aplicados em mercados financeiros mais 
desenvolvidos. Em mercados menos evoluídos, com alta concentração de riqueza, o governo costuma 
promover maior intervenção no mercado, por meio, principalmente, da fixação das taxas de juros, controle 
direto do crédito e subsídios ao setor produtivo. 
 
 
7.1 - POLÍTICA MONETÁRIA 
 
A política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros, 
modificando o custo e o nível de oferta do crédito. A política monetária é geralmente executada pelo Banco 
Central de cada país, o qual possui poderes e competência próprios para controlar a quantidade de moeda na 
economia. 
 
O Banco Central administra a política monetária por intermédio dos seguintes instrumentos

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