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Prática Trabalhista 1º semestre

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RESUMO DE PRÁTICA TRABALHISTA
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
 	Reclamação trabalhista é a denominação utilizada pelo legislador, pela doutrina e pela jurisprudência para designar a petição inicial por meio da qual o empregado postula direitos trabalhistas em face de seu, em regra, ex-empregador na Justiça do Trabalho. 
	 Na CLT, podemos encontrar essa denominação nos artigos 625-D, §3º e 793, na doutrina, todos os autores a utilizam; e na jurisprudência, podemos citar, apenas a título de ilustração, a súmula nº 406, do TST e a súmula 460, do STF. 
 	Apesar da consagração dessa denominação, há doutrinadores, entretanto, que se utilizam apenas da denominação reclamação. Para citar um deles, vale transcrever trecho de uma peça prática-profissional:
 	Antonio Xarier Costa, brasileiro, casado, filho de (nome da mãe), nascido em (data), administrador, portador da Carteira de Trabalho e Previdência Social nº... série... CPF... PIS... residente e domiciliado na Rua... nº....CEP..., vem por seu advogado infra-assinado, ajuizar a seguinte RECLAMAÇÃO em face de Marcus Moura Veiculos S.A., sediada na Rua..., nº..., CEP... CPNJ...
 	Pode ser utilizada como a principal peça processual de ingresso pelo empregado, ou seja, a principal pela processual por meio da qual o empregado pleiteia direito trabalhistas que entende tenham sido desrespeitados por seu empregador ou ex-empregador, poderá ser utilizada também pelo empregador em face do empregado, em casos em que entenda o empregador ter algum direito relacionado ao contrato de trabalho a ser pleiteado em face do empregado, conforme preceitua o artigo 839, da CLT.
→ Forma da reclamação trabalhista:
 	A petição inicial trabalhista pode ser escrita (datilografada, digitada ou manuscrita) ou verbal (art. 840, caput, CLT). Não se admite a forma verbal para o inquérito para apuração de falta grave (art. 853, CLT).
 	A peça deverá ser formulada em duas vias (art. 787, CLT), ou seja, uma cópia para o reclamante e a outra irá acompanhar a citação da reclamada. Se for o caso de mais de uma reclamada, será fornecida uma via para cada uma.
 	A petição inicial poderá ser apresentada: 
(a) pelos empregados e empregadores, pessoalmente, ou por seus representantes, e pelos sindicatos de classe; 
(b) por intermédio das Procuradorias Regionais do Trabalho (art. 839, CLT).
 	A petição inicial verbal será distribuída antes de sua redução a termo (art. 786, caput, CLT). Distribuída a reclamação, 2 o reclamante deverá, salvo por motivo de força maior, apresentar-se no prazo de cinco dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob pena de perda do seu direito de reclamar pelo prazo de seis meses (arts. 786, parágrafo único, e 731, CLT).
 	A distribuição das petições iniciais será feita entre as varas do trabalho ou os juízes de direito, quando investidos da jurisdição trabalhista (arts. 668 e ss., CLT), pela ordem rigorosa de sua apresentação ao distribuidor, quando o houver (art. 783, CLT). Feita a distribuição, a reclamação será remetida à vara ou juízo competente (art. 788, CLT).
Obs.: O verbo utilizado deve ser: – PROPOR
 	Existem duas normas que são costumeiramente invocadas pela doutrina e jurisprudência, quais sejam o artigo 840, § 1º da CLT e o artigo 319 do CPC.
 	Assim, são requisitos da reclamação trabalhista:
A designação do Presidente da Junta, ou do Juiz de Direito a quem for dirigida;
A qualificação do Reclamante e do Reclamado (os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no CPF ou no CNPJ, o endereço eletrônico, domicilio e a residência do autor e do réu;
Uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissidio;
Fundamentos jurídicos do pedido;
O pedido, com suas especificações;
O valor da causa;
Obs.: No processo do trabalho, o valor atribuído à causa pela parte tem como finalidade garantir o duplo grau de jurisdição (art. 2º, §3º da Lei nº 5.554/70) e determina o rito a ser observado (art. 852-A, da CLT), não sendo pertinente a aplicação subsidiária do CPC a respeito. A ausência do valor da causa não enseja a nulidade do processo e nem a inépcia da inicial, podendo ser fixado de oficio pelo juiz, quando a parte não o fizer em sua petição inicial. Também existe a possibilidade de o juiz refixar o valor atribuído à causa quando entender que o apontamento feito pela parte não corresponde ao beneficio econômico vislumbrado pela ação. 
A citação do Reclamado;
As provas com que o Reclamante pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação;
A data e a assinatura do Reclamante ou de seu representante. 
Obs.: No procedimento sumaríssimo, além dos requisitos já citados, tem-se: 
(a) o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; 
(b) não se fará a citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado (art. 852-B, I e II, CLT). O não atendimento de tais exigências importará no arquivamento da demanda e condenação do autor ao pagamento de custas sobre o valor da causa (art. 852-B, § 1º, CLT)
	Como o posicionamento da OAB é formalista, exigindo-se, inclusive, a menção ao fundamento legal por meio do qual o examinando deve construir seu raciocínio jurídico, aconselhamos que o examinando elabore a peça profissional aqui em estudo do modo mais formal possível, utilizando-se, assim, todos os requisitos do artigo 319 do CPC e do 840 da CLT, fazendo menção expressa na peça processual ao artigo 840 da CLT. 
→ Elementos da reclamação trabalhista:
- Endereçamento:
 	Por endereçamento deve-se entender o elemento da reclamação trabalhista no qual se faz a designação do órgão julgador a que é dirigida. Segundo o § 1º do artigo 840, da CLT, deverá a reclamação conter designação do Presidente da Junta, ou do Juiz de Direito a quem for dirigida. 
 	Atualmente, não há mais “Presidente da Junta”. Essa designação se dava porque os órgãos julgadores de primeira instância da Justiça do Trabalho eram órgãos colegiados, denominados de Juntas de Conciliação e Julgamento, formados por um representante do Estado, que era um juiz togado, da carreira da magistratura trabalhista, e por representante dos sindicatos, que eram os juízes classistas indicados pelas representações sindicais. 
 	Assim, as antigas juntas de conciliação e julgamento foram transformadas em varas do trabalho, nas quais atuam apenas dois juízes: um juiz titular e o outro substituto, mas que recebem simplesmente a designação de juiz do trabalho. 
 	Porém, inicia-se o questionamento de a qual juiz de direito e de que vara do trabalho deverá a reclamação trabalhista ser endereçada, já que há, no País, inúmeras varas do trabalho instaladas? Ingressamos, aqui, no âmbito da competência territorial das varas do trabalho espalhadas pelo país. 
 	A regra sobre competência territorial encontra-se consagrada no caput do art. 651, da CLT, que assim dispõe:
 	A regra é que a competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
 	Assim, é como regra, por exemplo, se o empregado foi contratado no Rio de Janeiro para prestar serviços em Belém, no Estado do Pará, deverá apresentar sua reclamação trabalhista a uma das varas do trabalho em Belém do Pará. 
 	Logo, o endereçamento deve ser encaminhado ao juiz do trabalho da vara do trabalho da localidade onde o empregado prestou serviços ao seu empregador, salvo, se o exercício da ordem trabalhar com alguma exceção prevista no artigo 651, da CLT. 
 	Costuma-se deixar esse espaço, obedecendo-se à práxis forense, quando no fórum trabalhista funciona mais de uma vara do trabalho. Porque, nesse caso, esse espaço indica que a reclamação trabalhista deverá ser apresentada ao distribuídor. 
 	O distribuídor é o órgão da justiça destinado a fazer divisão das ações que sãoapresentadas em determinado fórum em que funcione mais de uma vara (art. 713, da CLT), evitando-se, assim, que uma das varas receba maior quantidade de petições do que as outras, e também, para se evitar que o autor possa escolher o juiz que melhor lhe agrada. 
 	Assim, deve ficar: Excelentíssimo Senhor Juiz do Trabalho da ___ Vara do Trabalho de ...
 	Os parágrafos mencionados no art. 641 consagram exceções a regra:
Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
 	Tecnicamente, a Justiça do Trabalho, por ser um órgão vinculado à União, é dividida e regiões e não entre os Estados do Brasil. Nesse sentido, dispõe o artigo 674 da CLT:
Para efeito da jurisdição dos Tribunais Regionais, o território nacional é dividido nas oito regiões seguintes: 
1ª Região - Estados da Guanabara, Rio de Janeiro e Espírito Santo;
2ª Região - Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso;
3ª Região - Estados de Minas Gerais e Goiás e Distrito Federal;
4ª Região - Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina;
5ª Região - Estados da Bahia e Sergipe;
6ª Região - Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte;
7ª Região - Estados do Ceará, Piauí e Maranhão;
8ª Região - Estados do Amazonas, Pará, Acre e Territórios Federais do Amapá, Rondônia e Roraima.
Obs.: Os tribunais têm sede nas cidades: Rio de Janeiro (1ª Região), São Paulo (2ª Região), Belo Horizonte (3ª Região), Porto Alegre (4ª Região), Salvador (5ª Região), Recife (6ª Região), Fortaleza (7ª Região) e Belém (8ª Região)
 	O endereçamento não deve ser abreviado, qualquer que seja a peça processual a ser elaborada ou a instância. Também não deve ser informado o número da Vara ou Turma, pois não se sabe, ainda, qual o juiz competente.
 	Caso não conste no enunciado, não deverá ser citado nem mesmo a Cidade, não deixando de observar que, na Prática Trabalhista, não utilizamos a expressão “Comarca”.
- Qualificação das partes:
 	Na petição inicial é imprescindível identificar a qualificação das partes, tanto do reclamante quanto da reclamada, atentando, sempre para o enunciado da questão.
 	Segundo o §1º do artigo 840 da CLT, a reclamação deverá conter a qualificação da reclamante e do reclamado, contendo seus:
Nomes
Prenomes
Estado civil
Nacionalidade
Existência de União Estável
Profissão
CPF / CNPJ
RG
PIS
CTPS
Nascimento
Filho de mãe... e pai... (este último é facultativo). 
Endereço eletrônico 
Domicilio e residência.
Endereço do advogado do reclamante. 
Obs.: Não é requisito obrigatório, porém é interessante apontar o procedimento aplicável, se sumário, sumaríssimo ou ordinário, bem como o nome da ação, com o respectivo fundamento legal. 
 	No Exame da Ordem é necessário que se verifique o teor do enunciado do problema, isso porque caso não haja informações suficientes no mesmo, o aluno não deverá inventar qualquer dado, devendo indicar exatamente as informações constantes do enunciado e na ausência deverá indicar qual seria a informação a ser prestada.
 	A indicação da informação que compõe a qualificação civil das partes é indispensável, pois denota o conhecimento técnico do aluno.
 	Após a qualificação do reclamante, o aluno deverá indicar ao Juízo qual o seu objetivo, quem é seu representante e qual fundamento legal da peça processual a ser redigida.
 	Nesse momento o aluno deverá qualificar a Reclamada, sempre observando os dados lançados no enunciado da questão.
 	Além dos dados completos, ainda que apenas fazendo-se alusão ao dado faltante com reticências, devem ser incluídos os dados do advogado. Os dados do advogado que deverão ser informados são os seguintes: nome completo, por meio da alusão ADVOGADO..., uma vez que é assim que o edital do exame de ordem manda que de faça referência à figura do advogado na prova, salvo se o nome do advogado constar da prova, devendo ser esse utilizado; número da inscrição na OAB com referência a unidade da federação, por meio da referência OAB.../UF...; deve-se fazer referência ao fato de que o Reclamante está representado processualmente por seu advogado; e de que a procuração está anexada ao processo; o endereço do advogado e seu respectivo e-mail.
Obs.: É de bom alvitre deixar consignado que ação não tem nome, já que ação, em conceito bem simples, pode ser definida como o direito subjetivo público de se recorrer ao Poder Judiciário para se requerer a solução do conflito de interesses. Contudo, também é praxe corriqueira nos modelos de petição que se introduza o nome da ação. Assim, o nome da ação deverá constar de sua peça e será reclamação trabalhista, e ainda, deverá ser informado o seu fundamento legal que, no caso da reclamação trabalhista, são os artigos 840, § 1º da CLT, c/c artigo 319 do CPC, aplicação subsidiária por força do artigo 769 da CLT.
 	Outrossim, deverá o examinando informar, na reclamação trabalhista, o tipo de procedimento. Há no processo do trabalho três espécies de procedimento:
- Procedimento ordinário / comum: acima de 40 salários mínimos.
- Procedimento sumário: dois salários mínimos, art. 2º, Lei 5.584/70.
- Procedimento sumaríssimo: 40 salários mínimos, art. 852-A, CLT - Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública (direta, autárquica e fundacional).
 	O valor da causa é critério obrigatório na fixação do procedimento. Não existe a fixação de procedimentos pelo critério material.
Obs.: No procedimento sumário, o eventual recurso contra a sentença somente poderá versar sobre matéria constitucional (art. 2º, § 4º, Lei 5.584).
Informações complementares:
 	No âmbito do TRT da 2ª Região (São Paulo), a petição inicial trabalhista deverá ter informações complementares (Consolidação dos Provimentos e alterações – Provimentos GP/CR 5/2008) (art. 339).
 	Nos termos do art. 339 da Consolidação dos Provimentos do TRT da 2ª Região, a petição inicial deverá obrigatoriamente conter os seguintes dados:
I – reclamante pessoa natural: 
Nome completo, sem abreviaturas; 
Número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas (CPF); 
Número do documento de identidade (RG) e respectivo órgão expedidor; 
Número da CTPS; (e) número do PIS/PASEP ou do NIT (Número de Inscrição do Trabalhador no INSS); 
Nome da mãe; 
Data de nascimento; 
Endereço completo, inclusive com código de endereçamento postal (CEP); 
Se houver, nome completo do assistente ou do representante, sem abreviaturas, o respectivo número de CPF ou CNPJ e endereço completo, inclusive com CEP; 
O valor atribuído à causa.
II – reclamante pessoa jurídica:
Nome completo, sem abreviaturas;
Número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ);
Número do CEI (Cadastro Específico do INSS); 
Endereço completo, inclusive com CEP;
Cópia do contrato social ou da última alteração feita no contrato original, constando o número do CPF dos proprietários e dos sócios da empresa;
No caso de Sindicato, o número de registro junto ao Ministério do Trabalho.
- Causa de pedir: exposição dos fatos e fundamentos:
 	Na exposição da petição inicial, o reclamante deve narrar os fatos (causa de pedir remota – fundamentum actionis remotum) e os fundamentos jurídicos (causa de pedir próxima – fundamentum actionis proximum) de sua pretensão, de tal modo que resulteo pedido certo e determinado.
 	A exposição dos fatos deve ser clara e precisa, isto é, da narração dos fatos deve decorrer, logicamente, a conclusão. A falta de coerência ou lógica dos fatos ou, ainda, a falta de pedido, configuram a inépcia da inicial.
 	Considerando a complexidade das questões jurídicas atuais e o acúmulo de pretensões no processo do trabalho, sugerimos a seguinte estrutura de desenvolvimento da reclamação trabalhista:
Da Passagem na Comissão de Conciliação Prévia (passou na CCP, não passou na CCP porque não existe, porque é inconstitucional, etc);
Do Contrato de Trabalho - informações fundamentais: 
- Início do contrato de trabalho;
- Função exercida;
- Alterações;
- Jornada de trabalho;
- Data de extinção;
- Causa de extinção;
- Último salário.
Das Horas Extras, Das Férias, Dos Depósitos do FGTS etc. Em cada tópico, além da narrativa fática, são necessários os fundamentos jurídicos próprios e o fechamento do tópico: por ex.: assim, espera a condenação da reclamada ao pagamento das horas extras e seus reflexos em ...
Cada pretensão deve estar em tópico próprio e com o nome do tópico de forma elucidativa, por exemplo, Das Férias no Período de 2004 a 2009 (Férias + Fatos + Fundamentos + Reflexos) ou Das Horas Extras pela Supressão do Intervalo para Refeição e Descanso (Férias + Fatos + Fundamentos + Reflexos).
Obs.: Tutela provisória → No âmbito da CLT, tem-se a previsão expressa da concessão de medidas de urgência para tornar sem efeito transferência (art. 469, CLT) considerada abusiva e para determinar a reintegração de dirigente sindical estável afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador (art. 659, IX e X, CLT). Nas demais situações, o reclamante deverá invocar os arts. 294 e ss., NCPC.
- O pedido:
 	O pedido (petitum), como expressão da pretensão do reclamante, é o objeto da demanda proposta em Juízo (objeto da ação e do processo). 
 	Como decorrência lógica da causa de pedir, o pedido deve ser certo e determinado (com as suas especificações – art. 319, NCPC), sob pena de inépcia da inicial (art. 330, I, NCPC).
 	O pedido imediato (direto) consiste na própria providência jurisdicional solicitada, podendo ser de conhecimento (declaratória, constitutiva ou condenatória) e executória. Enquanto o pedido mediato (indireto) é a tutela de um bem jurídico (reparação do direito violado ou cessação de ameaça a direito), ou seja, aquilo que se pretende obter com a prestação jurisdicional.
 	Em caso de dúvida, o pedido deve ser interpretado restritivamente (art. 322, NCPC), ou seja, deverá decidir a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito à lei exige a iniciativa da parte (arts. 141 e 492, NCPC).
 	É importante lembrar que existem pedidos implícitos, os quais são conhecidos pelo juiz, independentemente da solicitação expressa da parte:
Multa do art. 467 da CLT (a multa de 50% quanto aos títulos rescisórios incontroversos não adimplidos quando da audiência inaugural);
Pagamento da indenização em dobro, quando se torna inviável a reintegração (art. 496, CLT; Súm. 396, II, TST);
Juros legais (Súm. 211, TST);
Correção monetária (Súm. 211, TST);
Honorários advocatícios9 (art. 85, NCPC; art. 322, § 1º, NCPC).
 	O pedido deve ser certo (expresso) e determinado (aspectos qualitativos e quantitativos). Na reclamação trabalhista não precisa ser liquidado, de modo que o reclamante pode relegar o cálculo dos seus pedidos para eventual liquidação de sentença.
 	Mesmo quando a petição inicial formula um pedido líquido, as sentenças trabalhistas não indicam os valores do principal quanto aos títulos deferidos, relegando para a liquidação o quantum debeatur.
 	No caso do procedimento sumaríssimo, obrigatoriamente, a parte deverá indicar o valor correspondente de cada pedido (art. 852-B, I, CLT), sob pena de arquivamento da reclamação (resolução sem julgamento de mérito) e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa (art. 852-B, § 1º).
→ Pedido fixo: Pedido fixo é o que consiste em um só resultado imediato e mediato, como, por exemplo, o pagamento da indenização adicional (art. 9º, Lei 7.238/84).
→ Pedido alternativo: O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo (art. 325, NCPC). Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo (art. 325, parágrafo único, NCPC). No processo trabalhista, temos como exemplos de pedidos alternativos: a comprovação dos recolhimentos fundiários, sob pena de pagamento da indenização equivalente; o fornecimento das guias do seguro-desemprego, sob pena de pagar a quantia equivalente ao benefício prejudicado.
→ Pedidos sucessivos ou subsidiários: O reclamante pode acumular com o pedido principal um outro pedido, o qual é denominado sucessivo ou subsidiário, para que seja conhecido pela impossibilidade do conhecimento do primeiro (art. 326, NCPC). No processo trabalhista, como exemplos de pedidos subsidiários, tem-se: a reintegração, decorrência de uma forma de estabilidade ou sua conversão em pecúnia (art. 496, CLT); o tempo à disposição, como hora extra ou a aplicação analógica do sobreaviso do trabalhador ferroviário (art. 244, CLT).
→ Pedido único e pedidos cumulados: Em tese, para cada ação corresponde um determinado pedido. Contudo, é permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão (art. 327, NCPC). São requisitos de admissibilidade da cumulação dos pedidos:
Compatibilidade;
Competência do juízo;
Adequação do tipo de procedimento.
 	Na seara trabalhista, qualquer que seja a natureza do procedimento (ordinário, sumário ou sumaríssimo), a prática forense indica a presença de vários pedidos acumulados (em uma só demanda), tais como: reconhecimento da relação de emprego e anotação na CTPS, horas extras, férias, adicionais de insalubridade ou periculosidade, adicional noturno, FGTS, verbas rescisórias etc.
→ Pedido de prestações sucessivas: Quando a obrigação consistir em prestações sucessivas (prestações periódicas), considerar-se-ão elas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação. No processo do trabalho, devemos observar: nas prestações sucessivas por tempo determinado, a execução pelo não pagamento de uma prestação compreenderá as que lhe sucederem (art. 891, CLT); tratando-se de prestações sucessivas, por tempo indeterminado, a execução compreenderá inicialmente as prestações devidas até a data do ingresso na execução (art. 892).
→ Pedido com cominação: 
 	Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária em seu favor a qualquer momento do processo (tutela provisória, sentença, execução etc.), desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito (art. 537, NCPC). A multa pode ser fixada ex officio. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou até mesmo excluí-la, caso verifique
que se tornou insuficiente ou excessiva ou ainda que o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento (a multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
 	No processo trabalhista, é comum a solicitação do pedido cominatório para a entrega das guias do fundo de garantia e do seguro-desemprego, como também dos pedidos de antecipação de tutela para a reintegração de empregador portador de estabilidadelegal ou contratual.
- Requerimentos na reclamação trabalhista:
→ Audiência de conciliação: Na nova sistemática processual, o autor deverá indicar a opção pela realização de audiência de conciliação ou de mediação, contudo, considerando as peculiaridades do processo do trabalho, o requisito é desnecessário, vez que a audiência conciliatória trabalhista é obrigatória (art. 846, CLT) (art. 2º, IV, IN 39/16, TST).
→ Citação: Como regra, o requerimento da citação no processo do trabalho é desnecessário (art. 840, CLT), uma vez que não se tem o recebimento da petição inicial pelo magistrado do trabalho e o mandado de citação é expedido pela vara do trabalho (citação pelo correio). Em situações diferenciadas do dia a dia, as quais podem ensejar uma citação de forma diversa (por oficial ou edital), devem ser requeridas e justificadas logo de início.
→ Assistência judiciária gratuita: 
 	Como mecanismo de acesso e efetividade da jurisdição, o Estado prestará a assistência judiciária integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos (art. 5º, LXXIV, CF), atribuindo tal delegação à Defensoria Pública (art. 134, CF, art. 185, NCPC). O trabalhador não necessita estar desempregado para que tenha direito aos benefícios da assistência judiciária (TST – 6ª T. – RR 000845- 33.2010.5.02.0444 – Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga – DJE 15-3-2013). 
 	No processo do trabalho, a assistência judiciária gratuita também poderá ser prestada pela entidade sindical (arts. 14 e ss., Lei 5.584/70). Essa é a forma mais usual de honorários advocatícios no processo do trabalho (10% a 20% sobre o valor do crédito do trabalhador) (Súmulas 219 e 329, TST).
 	A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita, observado o procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução 66/2010 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT (Súm. 457, TST).
→ Intervenção do Ministério Público do Trabalho: No exercício de suas atribuições constitucionais (arts. 127 e 129, CF) e defesa dos interesses metajurídicos (difusos, coletivos e individuais homogêneos), o Ministério Público do Trabalho intervém no processo do trabalho de natureza individual em situação envolvendo incapazes, acidente do trabalho (com interesse coletivo), ambiente do trabalho etc. (LC 75/93; art. 176, NCPC).
→ Provas:
 	Como regra, as provas somente serão deferidas em audiência, com a fixação da litiscontestatio. De modo que, na petição inicial, o reclamante se limita a fazer um protesto genérico de provas (art. 319, VI, NCPC).
 	É muito comum a necessidade de exibição de documentos. Por ser uma relação jurídica na qual o empregador é o detentor dos documentos, até para fins da fiscalização do trabalho, quando tais documentos forem necessários ao processo, o reclamante deverá fazer uso do pedido de exibição de documento (art. 396, NCPC), como controle de frequência.
 	A prova documental pelo reclamante deverá acompanhar a petição inicial.
→ Despesas processuais e honorários advocatícios:
 	Como regra, não há despesas processuais realizadas antes da postulação judicial, por falta de previsão legal.
 	As custas processuais serão pagas quando da interposição do recurso ou ao final do processo (arts. 789 e ss., CLT), de modo que não existem custas processuais no momento da distribuição da ação.
 	Ao contrário do que ocorre no processo civil (justiça estadual e na federal), no processo trabalhista, por falta de amparo legal, também não há despesas de juntada do instrumento do mandato e diligência de oficial de justiça.
 	Os honorários advocatícios sofrem restrições na Justiça do Trabalho. Prevalece o entendimento de que, na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca superiores a 20%, não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família (Lei 5.584/70, Súmulas 219 e 329, TST).
 	De forma excepcional, é cabível a condenação em honorários advocatícios: 
Ação rescisória (Súm. 219, II); 
Nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego (Súm. 219, II e III);
Exceto nas lides decorrentes da relação de emprego, os honorários advocatícios são devidos pela mera sucumbência (art. 5º, IN 27/05, TST; Súm. 219, IV); 
Na ação de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho ou de doença profissional, remetida à Justiça do Trabalho após ajuizamento na Justiça comum, antes da vigência da EC 45/04, decorre da mera sucumbência (art. 85, NCPC), não se sujeitando aos requisitos da Lei 5.584/70 (OJ 421, SDI-I).
-Valor da causa no processo trabalhista:
 	Valor da causa é a importância pecuniária que se atribui ao pedido. Não sendo conhecido, deverá ser calculado por estimativa.
 	Valor da condenação é o montante estabelecido pelo juízo, quando da prolação da sentença, para o cálculo das custas processuais. Esse valor também atua como critério de referência para o recolhimento do depósito recursal.
 	A CLT não contempla o valor da causa como requisito (art. 840), contudo, atualmente, pela existência de diversos procedimentos, é inegável a aplicação subsidiária do CPC (art. 291, NCPC). Assim, o valor da causa será fixado:
Havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; 
Sendo alternativos os pedidos, o de maior valor; 
Se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal; 
Quando houver prestações vencidas e vincendas, será tomado em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a um ano; se, por tempo inferior, será igual à soma das prestações;
Havendo interesse exclusivamente moral, o autor estimará o valor.
Obs.: Não existem custas ou despesas processuais no momento da distribuição da reclamação trabalhista, as quais serão pagas ao final ou quando da interposição do recurso.
- Assinatura do autor ou de seu representante:
 	O último requisito interno da petição inicial trabalhista escrita é a assinatura do reclamante (ius postulandi) ou do representante, a quem delegou a capacidade postulatória da qual é detentor, na Justiça do Trabalho.
MODELO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___ VARA DO TRABALHO DE ________
(10 cm)
 				FELIPE DIAS, [nacionalidade], [estado civil], [profissão], [nº do CPF], [nº do RG e órgão expedidor], [nº da CTPS], [nº do PIS/PASEP ou do NIT], [data de nascimento], [nome da mãe], [domicílio físico e eletrônico – e-mail], por seu advogado [nome completo], o qual receberá as intimações e notificações [domicílio físico e eletrônico – e-mail do advogado] [procuração anexa], vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 840, caput e § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho, combinado com o art. 319 do NCPC, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, pelo procedimento ordinário, contra CISPLATINA TRANSPORTES LTDA., [nº do CNPJ], [nº do CEI], domicílio físico e eletrônico – email], pelos fundamentos de fato e de direito abaixo expostos:
1. CONCILIAÇÃO PRÉVIA
 	A exigência do comparecimento junto à Comissão de conciliação Prévia (art. 625-D, CLT) não procede visto que:
a formalidade prevista no art. 625-D é inconstitucional (art. 5º, XXXV), conforme entendimento do STF (ADINs 2.139 e 2.160);
a formalidade do art. 625-D fere o princípio da igualdade (art. 5º, caput, CF/88), já que o demandado não sofre nenhuma sanção material ou processual pelo não comparecimento à Comissão de Conciliação Prévia;
o TST assim decidiu: “RECURSODE REVISTA. SUBMISSÃO DA DEMANDA À COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. INEXIGIBILIDADE. 1. O Excelso Supremo Tribunal Federal, em recente julgamento de medidas cautelares nas Ações Diretas e Inconstitucionalidade nos 2.139-DF e 2.160-DF, decidiu que a ausência de submissão da demanda à Comissão de Conciliação Prévia não impede o ajuizamento da Reclamação Trabalhista, por força do princípio do livre acesso ao Poder Judiciário, insculpido no artigo 5º, XXXV, da Constituição (Informativo nº 546 do STF, 11 a 15 de maio de 2009). 2. Precedentes da C. SBDI-1, no mesmo sentido. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. O Eg. Tribunal de origem concluiu que foram preenchidos os requisitos do artigo 461 da CLT. Assim, eventual modificação do julgado demandaria o revolvimento de fatos e provas, obstado pela Súmula nº 126 do TST. Recurso de Revista não conhecido” (TST – 8ª T. – Proc. 3358/2007-513-09-00.7 – Relª Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi – DEJT 4-9-2009). 
2 DOS FATOS E FUNDAMENTOS
2.1. Contrato de Trabalho
 	O Reclamante foi contratado em 1º de janeiro de 1999. Sempre executou os serviços de mecânico de veículos.
 	A jornada de trabalho era das 6:00 às 14:00, de segunda a sexta-feira, com 30 minutos de intervalo, e nos sábados, das 6:00 às 10:00. 
 	No dia 20 de abril de 2016, o Reclamante foi dispensado de forma injusta pela Reclamada, não recebendo os seus direitos trabalhistas rescisórios na íntegra. 
 	As verbas rescisórias foram pagas no vigésimo dia após o término do contrato de trabalho.
 	Recebeu a título de último salário o valor de R$ 2.000,00.
2.2. Supressão do Intervalo para Refeição e Descanso
 	Na vigência do contrato de trabalho, o Reclamante tinha intervalo de apenas meia hora para refeição e descanso.
 	Quando a jornada diária é superior a seis horas, de acordo com o art. 71 da CLT, o intervalo intrajornada deverá ter a duração mínima de uma e a máxima de duas horas.
 	Pela violação do texto legal (art. 71, caput, CLT), o Reclamante faz jus ao intervalo suprimido integral (de segunda a sexta-feira), com adicional de 50%, ante o teor do art. 71, § 4º da CLT, combinado com o entendimento jurisprudencial cristalizado na Súmula 437, com reflexos em férias e abono de férias (art. 142, § 5º, CLT), 13º salário (Súm. 45, TST), depósitos fundiários e multa de 40% (Súm. 63), domingos e feriados (Súm. 172 e art. 7º, Lei 605/49), e no aviso-prévio (art. 487, § 5º, CLT).
 	As diferenças de 13º salário, de domingos e feriados e de aviso-prévio (Súm. 305) devem incidir no FGTS + 40%.
2.3. Multa do Artigo 477 da CLT
 	As verbas rescisórias foram pagas em 10 de maio de 2016.
 	O art. 477, § 6º, da CLT, estabelece que quando o aviso-prévio é indenizado, as verbas rescisórias devem ser pagas em até dez dias após o término do contrato. 
 	Diante da violação do prazo legal para o pagamento dos títulos rescisórios, o Reclamante faz jus ao pagamento da multa à base de um salário normal.
3 PEDIDOS E REQUERIMENTOS
 	Ante o exposto, espera o regular processamento da presente reclamação trabalhista, com a citação da Reclamada no endereço indicado, para que compareça em Juízo, em audiência designada por Vossa Excelência e apresente sua defesa em audiência sob pena de incorrer nos efeitos da revelia.
 	O Reclamante espera a procedência dos pedidos para condenar a Reclamada ao pagamento:
Do intervalo para refeição e descanso suprimido, com adicional de 50%;
Reflexo das horas extras em férias, abono de férias, 13º salário, domingos e feriados e aviso prévio;
De FGTS + 40% sobre as horas extras e reflexo das horas extras (13º salário, DSR e feriados e no aviso-prévio);
De multa do art. 477 da CLT.
 	Outrossim, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios, bem como de despesas processuais e custas processuais.
 	Dá-se à causa o valor de R$ (_______________________).
Nestes termos,
pede deferimento.
Local e data
Advogado.
OAB nº ________
MODELOS ESPECIFICOS DE CAUSA DE PEDIR:
ADICIONAL NOTURNO
APÓS ÀS 5 HORAS E REGIME 12X36
 	O Reclamante laborava no horário das 19h às 7h, regime 12x36.
 	O horário está em sintonia com a jurisprudência cristalizada na Súmula 60, II, bem como de acordo com o disposto no art. 73, § 5º, CLT.
 	Assevere-se ainda que, mesmo havendo o labor no regime 12x36, tem-se a obrigatoriedade de observância do adicional noturno e fator da redução após às 05:00 (OJ 388, SDI-I).
 	Nesse sentido:
“Adicional noturno. Jornada mista que não compreende a totalidade do período noturno. A matéria discutida diz respeito à incidência do adicional noturno relativo às horas trabalhadas após as cinco horas da manhã, porquanto cumpria a Reclamante jornada mista, no período compreendido entre 23h10 às 7h10. A leitura da
Súmula 60, II, do TST não pode conduzir a uma interpretação que estimule o empregador a adotar jornada que se inicia pouco após às 22h com o propósito de desvirtuar-lhe o preceito. Para garantir a higidez física e mental do trabalhador submetido à jornada de trabalho mista, em face da penosidade do labor noturno prolongado no horário diurno, entende-se que, nos casos de jornada mista (parte no período diurno e parte no período noturno), devido é o adicional noturno quanto às horas trabalhadas que seguem no período diurno, aplicando-se, portanto, a Súmula 60, II, do TST às hipóteses de jornada mista, ainda que iniciada pouco após às 22h, se cumprida quase inteiramente no horário noturno. Recurso de embargos conhecido e desprovido” (TST – SDI-I – E-RR 154-04.2010.5.03.0149 – Rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho – DEJT 15/10/2012).
 	O Reclamante tem direito à percepção do adicional noturno (20%) [exceto se houver adicional normativo mais benéfico] e o fator da redução do horário noturno após o horário das 5h, com reflexos em férias, abono de férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS + 40% e nos domingos e feriados.
PEDIDO:
 	Adicional noturno (20%) [exceto se houver adicional normativo mais benéfico] e o fator da redução do horário noturno após o horário das 5:00 e com reflexos em férias, 13º salário, aviso prévio, abono de férias, FGTS + 40% e nos domingos e feriados.
AVISO PRÉVIO
NULIDADE. NÃO OBSERVÂNCIA DA REDUÇÃO DA JORNADA DO ART. 488 DA CLT.
 	O Reclamante recebeu o aviso prévio no dia 6 de abril de 2012, contudo, a Reclamada não observou a redução da jornada nos termos do art. 488 da CLT.
 	Como não houve a redução da jornada, a concessão do aviso prévio é nula de pleno direito. Nesse sentido vide os termos da Súmula 230 do TST.
 	O Reclamante faz jus a novo período de aviso prévio e com reflexos em férias, abono de férias, 13º salário e FGTS + 40%.
PEDIDO:
 	Aviso prévio e suas incidências em férias, abono de férias, 13º salário e FGTS + 40%.
AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL
LEI 12.506/11. VANTAGEM ESTENDIDA SOMENTE AOS EMPREGADOS
 	A Reclamada, sob o fundamento de que a CLT prevê o aviso prévio tanto para o empregado quanto para o empregador, e que a nova lei dispõe apenas sobre a proporcionalidade ao prazo do aviso, descontou das verbas rescisórias do Autor o aviso prévio de [indicar o número de dias] dias.
 	A Lei 12.506/11 dispõe de forma expressa que a proporcionalidade do aviso prévio é aplicável “somente aos empregados”, tratando-se, portanto, de direito dos trabalhadores (art. 1º).
 	A Lei em comento é clara em considerar a proporcionalidade uma vantagem estendida aos empregados (art. 1º, caput), sem a bilateralidade que caracteriza o instituto original, fixado em 30 dias desde a promulgação da Constituição Federal.
 	A bilateralidade restringe-se ao aviso prévio de 30 dias, que tem de ser concedido também pelo empregado a seu empregador, caso queira pedir demissão (art. 487, caput, da CLT), sob pena de poder sofrer o desconto correspondente ao prazo descumprido (art. 487, § 2º, CLT).
 	Esse prazo de 30 dias também modula a forma de cumprimento físico do aviso prévio (quando trabalhado): redução de duas horas de trabalho ao dia, durante 30 dias (art. 488, caput, da CLT), ou cumprimentodo horário normal de trabalho durante o pré-aviso, salvo os últimos 7 dias (art. 488, parágrafo único, da CLT).
 	A escolha jurídica adotada pela Lei 12.506/11, mantendo os 30 dias como módulo que abrange todos os aspectos do instituto, inclusive os desfavoráveis ao empregado, na medida em que a proporcionalidade favorece apenas o trabalhador, é razoável, considerando-se a lógica e o direcionamento jurídico da Constituição Federal e de todo o Direito do Trabalho.
 	A jurisprudência indica:
“Trata-se da única maneira de se evitar que o avanço normativo da proporcionalidade converta-se em uma contrafacção, como seria impor-se ao trabalhador com vários anos de serviço gravíssima restrição a seu direito de se desvincular do contrato de emprego. Essa restrição nunca existiu no Direito do Trabalho e nem na Constituição, que jamais exigiram até mesmo do trabalhador estável ou com garantia de emprego (que tem — ou tinha — vantagem enorme em seu benefício) qualquer óbice ao exercício de seu pedido de demissão. Ora, o cumprimento de um aviso de 60, 80 ou 90 dias ou o desconto salarial nessa mesma proporção fariam a ordem jurídica retornar a períodos selvagens da civilização ocidental, antes do advento do próprio Direito do Trabalho – situação normativa incompatível com o espírito da Constituição da República e do Direito do Trabalho brasileiros” (TST – 3ª T. – ARR 1423- 43.2012.5.01.0059 – Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado – DEJT 10-4-2015). “Recurso de revista. 1. Proporcionalidade do aviso prévio ao tempo de serviço. Vantagem estendida apenas aos empregados. A Lei 12.506/11 é clara em considerar a proporcionalidade uma vantagem estendida aos empregados (caput do art. 1º do diploma legal), sem a bilateralidade que caracteriza o instituto original, fixado em 30 dias desde 5-10-1988. A bilateralidade restringe-se ao aviso prévio de 30 dias, que tem de ser concedido também pelo empregado a seu empregador, caso queira pedir demissão (caput do art. 487 da CLT), sob pena de poder sofrer o desconto correspondente ao prazo descumprido (art. 487, § 2º, CLT). Esse prazo de 30 dias também modula a forma de cumprimento físico do aviso prévio (aviso trabalhado): redução de duas horas de trabalho ao dia, durante 30 dias (caput do art. 488, CLT) ou cumprimento do horário normal de trabalho durante o pré-aviso, salvo os últimos sete dias (parágrafo único do art. 488 da CLT). A escolha jurídica feita pela Lei 12.506/11, mantendo os trinta dias como módulo que abrange todos os aspectos do instituto, inclusive os desfavoráveis ao empregado, ao passo que a proporcionalidade favorece apenas o trabalhador, é sensata, proporcional e razoável, caso considerados a lógica e o direcionamento jurídicos da Constituição e de todo o Direito do Trabalho. Trata-se da única maneira de se evitar que o avanço normativo da proporcionalidade se converta em uma contrafacção, como seria impor-se ao trabalhador com vários anos de serviço gravíssima restrição a seu direito de se desvincular do contrato de emprego. Essa restrição nunca existiu no Direito do Trabalho e nem na Constituição, que jamais exigiram até mesmo do trabalhador estável ou com garantia de emprego (que tem – ou tinha – vantagem enorme em seu benefício) qualquer óbice ao exercício de seu pedido de demissão. Ora, o cumprimento de um aviso de 60, 80 ou 90 dias ou o desconto salarial nessa mesma proporção fariam a ordem jurídica retornar a períodos selvagens da civilização ocidental, antes do advento do próprio Direito do Trabalho – situação normativa incompatível com o espírito da Constituição da República e do Direito do Trabalho brasileiros. Recurso de revista conhecido e provido” (TST – 3ª R. – RR 129600-18.2013.5.17.0003 – Rel. Min. Mauricio Godinho Delgado – DEJT 28-11-2014).
 	Portanto, requer o Reclamante a nulidade do aviso prévio proporcional exigido, condenando a Reclamada à devolução do excesso descontado a título de aviso prévio, no importe de R$ [indicar o valor].
PEDIDO:
 	Declaração de nulidade do aviso prévio proporcional exigido, com a condenação da Reclamada à devolução do excesso descontado a título de aviso prévio, no importe de R$ [indicar o valor].
BANCO DE HORAS
VALIDADE OU NÃO
 	O Reclamante solicita o pagamento da hora extra a partir da 8ª hora diária e da 44ª hora semanal.
 	Não é possível se ter o banco de horas sem a devida negociação coletiva. Logo, horas extras além da 8ª, as quais tenham sido compensadas, não se deve acatar a compensação, visto que a sistemática adotada pela empresa fere a legislação.
 	Por lei, como requisitos mínimos, de acordo com o art. 59 da CLT, o banco de horas somente é válido se houver a negociação coletiva e desde que se respeite o lapso máximo de sua vigência de um ano e jornada diária de dez horas.
 	Nesse sentido, temos o item V da Súmula 85 do TST que dispõe: “As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade ‘banco de horas’, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.”
 	O banco de horas não é válido. E, por ser inválido, as horas extras são devidas a partir da oitava diária e/ou quadragésima quarta semanal. Haverá incidências em: férias, abono de férias, 13º salário, depósitos fundiários + 40%, aviso prévio e nos domingos e feriados.
PEDIDO:
 	Diante da nulidade das horas extras compensadas, o Reclamante tem direito à percepção das horas extras a partir da 8ª hora diária e/ou da 44ª hora semanal, com reflexos em férias, abono de férias, 13º salário, depósitos fundiários + 40%, aviso prévio e nos domingos e feriados.
BANCÁRIO
CONDIÇÃO DE (SÚMULA 55 DO TST)
 	Considerando as atividades exercidas pelo Autor (financiamento), que sempre beneficiou principalmente o 2º réu (Banco), e até mesmo pela homologação da rescisão contratual ter sido realizada no sindicato dos bancários de São Paulo, não restam dúvidas de que o Autor sempre foi um legítimo bancário.
 	Contudo, jamais limitou-se a laborar apenas 6 horas por dia e 30 horas semanais, de modo que requer seja reconhecida a sua condição de bancário para todos os fins, principalmente quanto à jornada de trabalho,
aplicando ao caso em tela o caput do art. 224 da CLT (Súm. 55, TST).
 	A jurisprudência indica:
“Recurso de revista – Empregados de instituições financeiras – Equiparação à categoria dos bancários apenas para fins de jornada de trabalho – Súmula 55 do TST – Impossibilidade de extensão dos benefícios da categoria (Súmula 333 do TST) – Este Tribunal Superior cristalizou seu entendimento no sentido de que os empregados de empresas financeiras se equiparam aos bancários para fins do art. 224 da CLT. Ao excluir da condenação os demais benefícios da categoria dos bancários, o Tribunal Regional decidiu em consonância com entendimento consagrado na Súmula 55 desta Corte que assegura aos empregados das instituições financeiras apenas a jornada de trabalho dos bancários. Assim, não há que se falar em extensão dos benefícios da categoria. Precedentes. Recurso de revista não conhecido” (TST – 2ª T. – RR 0001941-30.2011.5.12.0037 – Rel. Min. Delaíde Miranda Arantes – DJe 6-3-2015 – p. 1139).
PEDIDO:
 	O reconhecimento da condição de bancário do Autor, aplicando a Súmula 55 do C. TST, para todos os fins legais, principalmente, quanto ao limite máximo da jornada de trabalho.
BANCÁRIO
HORAS EXTRAS. AFASTAMENTO DO CARGO DE CONFIANÇA. ART. 224, § 2º DA CLT.
 	O Reclamante, no desempenho de suas funções, laborava na seguinte jornada: [descrever o horário de trabalho]. Embora estivesse enquadrado em função de confiança, não representava, na prática, cargo de confiança nos moldes do art. 224, § 2º da CLT.
 	A CLT disciplina a existência de três diferentes cargos de confiança: (a) confiança imediata do empregador (art. 499); (b) confiança geral (art. 62, II); (c) confiança bancária (art. 224, § 2°).
 	Dentro da estrutura de uma instituição bancária são encontrados os três tipos de cargo de confiança:
art. 499, o qual se confunde com o próprio empregador, correspondendo àquelescargos responsáveis pela direção geral da instituição, tais como, presidente, membro de conselho de administração ou de acionistas, altos diretores ou superintendentes;
art. 62, II, funcionários que detém uma fidúcia especial, sendo o longa manus do empregador e responsável pela gestão de sucursais, filiais ou agências, por exemplo, gerentes de agências, superintendentes de regionais;
art. 224, § 2º, empregados que dentro da estrutura hierarquizada são responsáveis por setores ou departamentos específicos de trabalho, organizando os e reportando-se aos gerentes gerais.
 	Em relação aos dois finais, configuram expressa exceção no tocante à duração da jornada de trabalho. Quanto ao referido na alínea “b”, está a lei trabalhista a excluí-lo do limite de oito horas diárias e 44 semanais; já o de alínea “c” está à parte das condições especiais de trabalhador da categoria dos bancários, excedendo às seis horas diárias, mas limitado ao teto de oito.
 	As duas figuras não são idênticas, posto se assim fosse não haveria a necessidade de estarem disciplinadas em dois dispositivos legais diversos.
 	Há uma gradação entre o grau de fidúcia de cada qual.
 	A primeira (art. 62, II) desempenha poderes de gestão, podendo citar como exemplo aqueles que exerçam as funções de gerentes, chefes de departamento ou de filial. Além disso, como contraprestação pela maior responsabilidade do cargo, devem receber gratificação de pelo menos 40% do salário do cargo efetivo; são os que recebem remuneração diferenciada. São, pois, dois os requisitos para sua configuração: 1) poderes de gestão; 2) remuneração diferenciada.
 	A segunda (art. 224, § 2º) detém um grau menor de confiança do empregador visto não exercer, necessariamente, função de gestão, mas dentro da complexa organização da atividade bancária possui um poder de organização sobre o serviço, sendo exemplo, chefes, supervisores, gerentes. Assim como a anterior, recebe gratificação especial pelo exercício da função diferenciada à proporção de 1/3 sobre o salário.
 	A simples nomenclatura do cargo, porém, não qualifica de forma absoluta o efetivo exercício de cargo de confiança bancária. Há de se perquirir acerca das reais atribuições do empregado, se estas se diferenciam das normais rotinas de trabalho do bancário.
 	Entre os critérios para sua configuração aponta-se: a existência de subordinados; exercício de parcela de poderes de administração, fiscalização e coordenação no departamento ou setor; possuir autonomia para interferir na rotina de trabalho dos demais funcionários e até advertir ou suspender funcionários por transgressões.
 	Não há necessidade de que este tenha amplos poderes de gestão, tais como admitir ou demitir funcionários ou tomar decisões que influenciem os rumos do empreendimento, visto estes serem elementos caracterizadores das outras duas figuras de confiança.
 	O Reclamante não exercia função de chefia, não possuía subordinados, sendo ainda que suas funções eram meramente técnicas, relativas à [descrição das atividades].
 	Suas atividades não configuram a especial fidúcia de que trata o art. 224, § 2º, da CLT.
 	O simples pagamento de gratificação por função de chefia, sem os demais requisitos caracterizadores, não permite presumir a configuração do cargo de confiança.
 	Hora extra é devida no que exceder da 6ª hora diária e/ou 30ª semanal.
 As horas extras são devidas com o adicional previsto no art. 7º, XVI, CF (adicional de 50%). [Se houver norma mais benéfica, o adicional mais benéfico há de ser indicado].
O divisor é 150 (Súm. 124, I, TST).
As horas extras devem ser calculadas considerando-se todos os aditivos salariais habituais (Súm. 264, TST).
As horas extras integram o salário para todos os fins e devem incidir nos domingos e nos feriados (Súm. 172, TST; art. 7º, a, Lei 605/49).
As horas extras devem incidir em: férias e abono de férias (art. 142, § 5º, CLT), 13º salário (Súm. 45, TST), depósitos fundiários e multa de 40% (Súm. 63) e no aviso prévio (art. 487, § 5º, CLT).
As diferenças de 13º salário, de domingos e feriados e de aviso prévio (Súm. 305) devem incidir no FGTS + 40%.
PEDIDO:
 	Horas extras, observando-se os seguintes parâmetros:
(a) hora extra é devida no que exceder da 6ª hora diária e/ou 30ª semanal;
(b) as horas extras são devidas com o adicional previsto no art. 7º, XVI, CF. [Se houver norma mais benéfica, o adicional mais benéfico há de ser indicado];
(c) o divisor é 150;
(d) as horas extras devem ser calculadas considerando-se todos os aditivos salariais habituais;
(e) as horas extras integram o salário para todos os fins e devem incidir nos domingos e nos feriados;
(f) as horas extras devem incidir em: férias e abono de férias, 13º salário, depósitos fundiários e multa de 40% e no aviso prévio;
(g) as diferenças de 13º salário, de domingos e feriados e de aviso prévio devem incidir no FGTS + 40%.
CONTESTAÇÃO
 	A contestação é a peça de defesa do réu mais importante, assim como a petição inicial, porque é o primeiro momento em que o réu expõem todos os argumentos de defesa que se contrapõe às pretensões que o autor aduz na petição inicial.
 	Na contestação é aplicável o princípio da eventualidade, onde todas as questões processuais e de mérito serão apresentadas em uma única vez, cuja previsão encontra-se no artigo 847 da CLT e artigo 300 e seguintes do CPC.
 	A contestação será dividida em preliminar (ou objeções processuais); prejudicial de mérito e; mérito.
 	As preliminares ou objeções processuais são as matérias nas quais, se acolhidas, implicarão em extinção dos pedidos sem resolução do mérito. São defesas contra o processo ou contra a ação. As hipóteses estão no artigo 301 do CPC.
 	As prejudiciais de mérito são as matérias nas quais, se acolhidas, implicarão em extinção dos pedidos com resolução do mérito. É a hipótese de prescrição ou decadência.
 	Já o mérito, trata-se do pedido formulado, onde a sua apreciação implicará em uma sentença de procedência total, procedência parcial ou improcedência. A compensação é matéria de defesa (art. 767CLT).
 	Compete a reclamada arguir em preliminar: 
Inexistência ou nulidade da citação – no processo do trabalho a citação deve ocorrer até 5 dias antes da audiência (art. 841CLT e Súmula 16 TST).
Incompetência absoluta – trata-se de incompetência em razão da matéria. (art. 114 da CF);
Inépcia da petição inicial – o parágrafo único do artigo 295 do CPC indica as hipóteses de inépcia da inicial;
Litispendência - Há litispendência quando se repete a ação, que está em curso, com as mesmas partes, mesma causa de pedir e o mesmo objeto;
Coisa julgada - Quando se repete em uma ação os mesmos pedidos já decididos por sentença de mérito.
Conexão – quando uma ação tem o mesmo objeto ou a mesma causa de pedir.
Continência – quando entre duas ou mais ações haja identidade de partes e de causa de pedir, sendo que o objeto de uma abrange as demais.
Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
Convenção ou arbitragem;
Carência de ação – é a forma técnica de dizer que o autor não preenche as condições da ação, que são: legitimidade de parte, interesse processual e possibilidade jurídica do pedido.
 	O acolhimento da preliminar implica em extinção dos pedidos sem resolução do mérito.
 	As prejudiciais de mérito são a prescrição e a decadência.
Obs.: Prescrição não se alega em preliminar, eis que se conhecida, será julgado extinto o feito, COM julgamento do mérito (Também é certo inserir a prescrição como MÉRITO, mas NUNCA como preliminar).
 	Havendo ou não preliminar, a reclamada deverá se manifestar sobre todos os fatos narrados na petição inicial, sob pena de presumir-se verdadeiros os fatos não impugnados.
 	Depois da contestação só será lícito deduzir novas alegações quando:
Relativas a fatos supervenientes;
Competir ao juiz conhecer delas de ofício;
Por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo.
Resumidamente:
a) Defesa Processual (preliminar):2.1- Peremptória
 	Seu acolhimento importa na extinção do processo. Exemplos: inépcia da inicial, litispendência e coisa julgada.
Exemplo: inépcia/ coisa julgada/ litispendência
2.2 - Dilatória:
 	Seu acolhimento não extingue a ação, ao contrário, amplia ação, até ser superado o impasse. exemplos: arguição de nulidade de citação, deficiência de representação, caso o vício apontado não seja saneado, essa defesa assume o caráter peremptório, extinguindo-se o processo sem exame do mérito.
Exemplo: incompetência absoluta/ conexão...
b) Defesa de Mérito:
 	Quando o réu investe contra a causa do pedido, podendo ser:
2.3 – Indireta – (Prejudicial) - o fato alegado pelo autor não é negado, mas o réu invoca, para contrapor-se a pretensão, de um fato impeditivo, (exemplo, alega que era absolutamente incapaz ao contratar), extintivo ou modificativo da pretensão do autor, trazendo para si o ônus da prova do que alega. (alega que já pagou a divida, ou que o autor a remitiu). Além disso, poderá ser arguida prescrição, decadência, retenção e compensação.
Exemplo: prejudiciais de mérito – decadência/ prescrição/ compensação / retenção / fatos modificativos/ impeditivos ou extintivos do direito.
 2.4 – Direta - quando o réu nega o fato constitutivo do suposto direito alegado pelo autor ou admite o fato, mas nega que ele produza o efeito jurídico pretendido.
Exemplo: impugnação especificada dos fatos.
ROTEIRO DA PETIÇÃO:
→ Endereçamento: designação do juiz da vara do trabalho.
Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da ___ Vara do Trabalho de ___________ ou Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da __ Vara de ____________
Autos no_____
→ Preâmbulo: qualificação da reclamada:
Ex.: _________ empresa com sede (endereço), inscrita no CNPJ nº ____, via de seu advogado, procuração anexa (doc...), que receberá as intimações deste feito no (endereço), respeitosamente, vem ante Vossa Excelência, com base nos artigos 847 da CLT c/c art. 300 do CPC, nos autos da reclamação que move ___, apresentar sua CONTESTAÇÃO, pelas razões de fato e de direito que a seguir passa a expor:
→ Resumo da inicial: aqui a reclamada deverá fazer um resumo em poucos parágrafos.
Ex: Em razão do contrato de trabalho que perdurou de 04/12/95 até 04/10/04, quando houve a rescisão por despedida imotivada, ajuíza o reclamante a presente ação, distribuída em 05/12/05, sob o argumento de que é detentor de doença profissional, onde pleiteia, com base em norma coletiva, dentre outros direitos:
 (a) declaração da nulidade da dispensa; 
(b) reintegração, com pagamento das verbas vencidas e vincendas; 
(c) sucessivamente, pleiteia indenização do período de estabilidade e 
(d) multa do artigo 477 da CLT.
→ Das preliminares ou das objeções processuais: antes de enfrentar o mérito, a reclamada deverá arguir preliminares, onde irá requerer a extinção dos pedidos sem resolução do mérito. Cada preliminar deverá ser alegada em um capítulo, por exemplo:
- da ilegitimidade de parte;
- da inépcia da petição inicial por falta de pedido;
- da inépcia da petição inicial por falta de causa de pedir.
→ Da prejudicial de mérito: antes de enfrentar o mérito, deverá verificar se não há prescrição parcial ou total. Deverá ser invocado os artigos 7º, inciso XXIX da Constituição Federal e o artigo 11 da CLT.
- da prescrição
Obs.: Por primeiro, com fulcro no artigo 7º, inciso XXIX da Constituição Federal e artigo 11CLT, requer seja julgado prescrito eventuais direitos devidos ao reclamante que se encontrem no período anterior a 5 anos do ajuizamento desta ação, ou seja,..., devendo assim, ser julgado extintos com julgamento do mérito referidas verbas.
→ Do mérito: o mérito será dividido em tópicos. Cada tópico corresponde a um pedido da inicial.
 	Antes de iniciar os tópicos, poderá haver uma introdução, conforme exemplo abaixo.
- das horas extras
(...)
- do intervalo intrajornada
(...)
 	Se for o caso, deverá ser requerido a compensação, com base no artigo 767 da CLT.
→ Conclusão:
 Por fim pede-se a V. Exa. seja(m) acolhida(s) a(s) preliminar(es) acima aduzida(s) extinguindo-se o processo sem resolução do mérito, ou se assim não entender, seja pronunciada a prescrição (ou decadência) e o pedido julgado improcedente, pelas razões acima apresentadas.
 
 Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal do Reclamante sob pena de confesso.
MODELO DE CONTESTAÇÃO
 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ___° VARA DO TRABALHO DE______________
Processo n°_
 	A empresa "B", devidamente inscrita no CNPJ_, estabelecida na rua, n°, bairro, cidade, estado CEP, , por seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na rua, n°, bairro, cidade, estado, CEP, onde deverá receber intimações(procuração em anexo), vem respeitosamente apresentar:
CONTESTAÇÃO
 	Com base nos artigos 847 da CLT c/c o art. 300 do CPC, nos autos da Reclamação Trabalhista proposta por "A", nacionalidade, estado civil, profissão, RG n°, CPF n°, nascido na data de, com CTPS n° e serie, nome da mãe, residente e domiciliado na rua, n°, bairro, cidade, estado, CEP, consubstanciado nos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
RESUMO DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
 	O Reclamante "A" alega que foi contratado no ano de 2000, tendo sido dispensado em 2008
No ano da dispensa, o Reclamante ajuizou Reclamação Trabalhista pleiteando hora de sobreaviso pela utilização de telefone celular nos finais de semana.
 	Ainda cabe ressaltar que o autor sempre trabalhou na cidade de São Paulo e ajuizou a ação na cidade de Goiânia, problema este que será discutido na exceção de incompetência que também será oposta.
PREJUDICIAL DE MÉRITO
Da prescrição qüinqüenal
 	O Reclamante foi contratado em 2000 e ajuizou a Reclamação Trabalhista em 2008.
 	Diante da omissão do Reclamante e com o objetivo de se evitar pedidos excessivos, a CF em seu art.7°, inciso XXIX previu juntamente com o art. 11 da CLT a prescrição qüinqüenal, ou seja, a discussão processual está restrita aos cinco anos anteriores ao ajuizamento da ação.
 	Comungando com este entendimento a Súmula 308 do TST dispõe:
"I- Respeitado o biênio subseqüente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, as anteriores ao qüinqüênio da data da extinção do contrato.(ex-OJ SDI-1 204) (Res. TST 129/05, DJ 20.04.2005)"
 	Desta forma requer a extinção do processo com resolução do mérito.
 	Caso este Douto Juízo interprete não tratar-se de prescrição qüinqüenal e consequentemente extinção do processo com resolução do mérito, será abordado o exame do mérito.
MÉRITO
Do não cabimento de hora sobreaviso por se tratar de uso de celular
 	O Reclamante pleiteia a hora de sobreaviso alegando a disponibilidade imposta pelo empregador através da utilização de telefone celular durante os finais de semana.
 	De acordo com o art 244, §2 da CLT entende-se como jornada de trabalho o tempo que o empregado esteve a disposição do empregador, consubstanciando em horas de sobreaviso, que deverá ser à razão de 1/3 do salário normal.. 
 	Ocorre que o empregado utilizou-se do telefone celular por livre e espontânea vontade, não se tratando de imposição da empresa.
 	Além disso, é de se ressaltar que a utilização de telefone celular ligado à empresa não caracteriza tempo a disposição do empregador, não fazendo jus o reclamante as horas de sobreaviso.
 	Coaduna com esse entendimento a jurisprudência:
"O uso do bip, telefone celular, "lap top"ligado à empresa não caracterizam tempo a disposição do empregador, descabida a aplicação analógica das disposições legais relativas ao sobreaviso dos ferroviários...(TST, RR 163.233/95.0 José Luiz de Vasconcellos, AC 3° T. 3475/96)"
 	Por ultimorequer deste Douto Juízo a improcedência das horas de sobreaviso, tendo em vista a utilização de celular não constituir a disponibilidade de tempo em relação à empresa.
 	Caso ocorra uma condenação da Reclamada que sejam compensados os valores já pagos ao Reclamante, inclusive os ficais e previdenciários conforme recibos e anexo.
 	Requer a improcedência da ação condenando o Reclamante ao pagamento das custas.
Alega provar os fatos por todos os meios de prova admitidos no Direito. 
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local e data
Assinatura do advogado
Nome do advogado
OAB_n°_
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Da __Vara Do Trabalho Da Comarca De _________/RS
Processo nº _____________
 	Alvo Dumbledore, já qualificado nos autos do processo sob o numero em epigrafe, por sua procuradora que junta neste ato instrumento de procuração, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência para apresentar defesa na forma de Contestação À Reclamatória Trabalhista que lhe move Draco Malfoy também já qualificado nos autos pelos fatos e fundamentos de direito que a seguir passa a expor:
Preliminarmente
Da Impugnação ao Pedido de Assistência Judiciária Gratuita
 	Excelência, tendo em vista as novas disposições do NCPC, não mais se faz necessário interpôr peça apartada quando da impugnação ao pedido de AJG do Reclamante, conforme Art. 337, XIII, da Lei 13.105/2015.
 	No âmbito do Processo do Trabalho, este benefício somente pode ser concedido quando presentes e atendidos os requisitos exigidos pelo artigo 14 da Lei n. 5.584/70, motivo pelo qual, não estando presentes esses requisitos, deve ser indeferida a concessão deste benefício à reclamante. Salienta-se ainda que o artigo 133 da CF de 1988 não revogou a referida Lei, tampouco, o “jus postulandi”, próprio do processo do trabalho, assegurado pelo artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho.
 	Com efeito, a reclamante percebe, mensalmente, uma quantia muito superior ao mínimo previsto em lei, para que faça jus ao referido benefício e não possui quaisquer encargos que possam obstar sua contribuição processual.
 	Não pode ser desvirtuada a natureza do benefício da gratuidade judiciária, visto que destinada a pessoas sem possibilidade de sustento próprio e de sua família, não sendo este o caso da demandante.
 	Atualmente, a simples afirmação de miserabilidade jurídica não basta para o deferimento da assistência judiciária gratuita. Revogada foi a presunção de pobreza anteriormente estabelecida em lei ordinária. A Nova Constituição Federal, mais precisamente em seu artigo V, inciso LXXIV, determina: "O Estado prestará assistência judiciária e integral gratuita aos que comprovarem a insuficiência de recursos". (grifamos).
 	A simples declaração de pobreza não tem, no Processo do Trabalho, a mesma força que possui na Justiça Comum. Isto é, n]ao basta a simples declaração para a requerente ser considerada impossibilitada de sustento próprio, deve haver comprovação, mediante atestado da autoridade local do Ministério do Trabalho (art. 14, § 2º, da Lei nº 5.584/70) da situação econômica peculiar.
 	Na espécie, a reclamante, contrariando dispositivo constitucional, não comprovou a condição alegada.
 	Assim, em sede preliminar, requer-se o indeferimento do pedido de AJG.
Dos Fatos E Dos Direitos
Pedidos Fundados Em Normas Coletivas Não Juntadas Aos Autos.
 	A reclamante pleiteia direitos previstos em normas coletivas, que não são juntadas aos autos.
 	Os instrumentos autônomos são prova do direito vindicado, tratando-se de interesse e ônus da parte autora colacionar aos autos as normas coletivas que embasam suas pretensões (artigos 818 da CLT e 373, inciso I, do NCPC).
 	É conveniente destacar, ainda, não ser a norma coletiva documento indispensável à propositura da ação (não atraindo a aplicação do entendimento consagrado na Súmula n. 263 do TST), mas da prova do direito, v. G., como na exigência contida no artigo 376 do NCPC.
 	Nesta senda, incabível os pedidos que têm como causa de pedir remota as normas coletivas da categoria, quais sejam, reajustes salariais (item ____, pedido “__”), auxílio-transporte (item ___, condicionado à norma coletiva; pedido “__”), multa normativa pelo não fornecimento de cópia do contrato (item __, pedido “___”).
Vínculo De Emprego Em Período Anterior Ao Formalizado.
 	A reclamante não produziu qualquer prova a sustentar suas alegações acerca da prestação de serviços em período anterior ao anotado em sua CTPS, ônus que lhe incumbia (artigos 818 da CLT e 373, inciso I, do NCPC), haja vista que conforme documentos juntados, resta inverídicas suas alegações.
 	Assim, não merece prosperar a pretensão de declaração de vínculo de emprego em período anterior ao formalizado, bem como a retificação da carteira de trabalho e previdência social.
Da Insalubridade
 	A Reclamante não faz jus ao adicional de Insalubridade, eis que o trabalho realizado em nada é insalubre.
 	A atividade laboral desenvolvida pela Reclamante era de __________, sendo que NUNCA teve nenhum contato com qualquer tipo de agente, produto químico que possa ensejar adicional de insalubridade, devendo ser realizada pericia para tal comprovação.
 	Segundo a CLT, é considerada atividade insalubre aquela em que o trabalhador é exposto a agentes nocivos à saúde acima dos limites tolerados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assim a pretensão da Reclamante é totalmente descabida, eis que não utilizava nenhum tipo de produto ou era exposta, em suas atividades laborais.
 	Ainda, segundo a CLT nos termos do art. 195, a aferição de condições insalubres ou perigosas se dá por meio de perícia técnica.
Do Acúmulo De Função
 	Reclama que foi contratada para função de _______, e exercia varias outras funções, caracterizando assim, acúmulo de função.
 	Ocorre que os fatos relatados em sua reclamatória não condizem com a realidade fática, eis que suas tarefas diárias não permitem concluir que o suposto acúmulo de serviços realizados caracterizaria um fardo excessivo à Reclamante, nem mesmo um benefício exagerado à Reclamada. De mais a mais, as tarefas são de baixa complexidade e responsabilidade, além de serem de razoável execução pela reclamante, considerando o cargo para o qual foi contratada.
 	Poder-se-ia ir além e referir que nenhuma das atividades mencionadas se reveste de grande responsabilidade, muito menos de uma responsabilidade tamanha a caracterizar o desequilíbrio contratual.
 	Deste modo, não há que se falar em acumulo de função, muito menos em adicional de 40% como quer a Reclamante.
 	Junta o entendimento do TRT da 4ª Região, para demonstrar que a pretensão da Reclamante é descabida:
"PLUS SALARIAL. ACÚMULO DE FUNÇÃO. O pedido do reclamante não está fundamentado em plano de carreira organizado ou instrumento normativo da categoria do qual conste a descrição do conteúdo ocupacional da função desempenhada. Assim, a delimitação do conteúdo ocupacional da função contratada faz-se em atenção às atividades ordinariamente exercidas e ao que dispõe o parágrafo único do artigo 456 da CLT. Nesse sentido, as atividades que fizeram parte da rotina de trabalho do empregado, salvo flagrante incompatibilidade com a sua condição pessoal presumem-se inseridas no conteúdo ocupacional da função contratada e, portanto, abarcada a respectiva remuneração pelo quantum originalmente ajustado. No caso, as atividades em relação às quais o reclamante postula plus salarial estão associadas à função contratada, não configurando tarefas de maior complexidade, nem mesmo incompatibilidade com a sua condição pessoal. (TRT da 4ª Região, 4a. Turma, 0000666-40.2011.5.04.0014 RO, em 14/06/2012, Juiz Convocado Lenir Heinen - Relator. Participaram do julgamento: Desembargador Ricardo Tavares Gehling, Desembargador João Pedro Silvestrin).
 	Como regra geral, o empregado é remunerado em razão do fator temporal. É o tempo à disposição do empregador o critério fundante da remuneração do empregado (seja no critério hora, dia ou mês).Daí por que a remuneração por acúmulo de função tem caráter excepcional, pois só incide quando incompatíveis as funções desempenhadas, ou por expressa previsão normativa (legal ou convencional); isto é, a contratação do trabalhador para exercer certa função não obsta a que ele venha a desempenhar, licitamente, tarefas compatíveis e/ou correlatas com essa função. É essa a idéia que se extrai, inclusive, do disposto no art. 456, § único, da CLT.
 	O parágrafo único do artigo 456 da CLT assegura que o empregador pode exigir do empregado qualquer atividade lícita dentro da jornada normal, desde que seja compatível com a sua condição pessoal e que não esteja impedida no seu contrato de trabalho.
 	Portanto, no caso em tela, não se verifica o exercício de atividade incompatível com a condição pessoal da Reclamante, nem alheia a sua função, tampouco o exercício de atividade ilícita.
 	Desta forma ônus que incumbe a Reclamante, o de provar que de fato ocorreu acumulo de função.
Das Horas Extras E Intervalos Intrajornadas
 	A Reclamante alega que trabalhava 05 dias da semana, nove horas por dia trabalhado, requerendo indenização de horas extras trabalhadas.
 	A Jornada de Trabalho pode ser de até 44 horas semanais, o que era realizado pela Reclamante, eis que gozava de seu horário de intervalo de 1h, como pode ser verificado no espelho do ponto juntado neste ato.
 	Assim, não são devidas horas extras para a Reclamante, eis que a jornada de trabalho foi devidamente cumprida, conforme desprende-se dos documentos juntados a esta contestação, os controles de jornada (artigo 74, parágrafo 2º, da CLT), atendendo ao seu dever de documentar a relação de emprego, demonstrando que as alegações feitas pela Reclamante são inverídicas.
 	 Ainda os intervalos, foram devidamente gozados pela Reclamante, também conforme espelho do ponto juntado aos autos.
 	Para o período relatado pela Reclamante na fl. __, não há nos autos qualquer adminículo de prova pré-constituída que favoreça a Reclamante em suas pretensões referentes à jornada de trabalho. Tampouco há indicação de diferenças de horas extras e intervalo intrajornada a partir dos horários consignados nos controles de jornada, deste modo, nenhum valor é devido de horas extras.
Da Majoração Salarial
 	A majoração pretendida pela Reclamante é descabida, devendo ainda esta comprovar que se enquadra em profissional que deve receber tal reajuste, bem como juntar aos autos a norma na qual se respalda.
Do Auxilio Transporte
 	O auxilio transporte sempre foi devidamente pago para a Reclamante, não tendo nada a reclamar.
 	Ademais, conforme informado supra, a Reclamada não junta aos autos às normas coletivas que embasam suas pretensões.
Das Férias Proporcionais
 	A Reclamante recebeu o valor devido correspondente a férias proporcionais dos meses em que trabalhou, para a sua contratação.
 	Descabida é a pretensão da Reclamante em receber ____ meses de férias, eis que não trabalhou este período, bem como não a que se falar em unicidade dos contratos no caso em tela.
Do 13º Salário Proporcional
 	A Reclamante recebeu o valor devido correspondente ao 13º proporcional dos meses que trabalhou, para a sua contratação.
 	Descabida é a pretensão da Reclamante em receber ___ meses de 13º salário, eis que não trabalhou este período, bem como não a que se falar em unicidade dos contratos no caso em tela.
Do FGTS
 	Os depósitos mensais do FGTS foram devidamente depositados, bem como a multa de 40% foi devidamente paga, não existindo nenhum valor a receber, sendo descabida a pretensão.
ou
 	O FGTS devido é somente o da contratualidade (30 dias) não cabendo multa de 40%, (artigo 480 da CLT), pois não se trata de uma rescisão antecipada e sim de termino de contrato de experiência.
ou
 	A Reclamante faz jus aos valores de deposito mensal de FGTS da contratualidade, os quais não foram depositados, bem como a multa de 40%.
Do Seguro Desemprego
 	As guias de seguro desemprego foram fornecidas pela Reclamada à Reclamante.
Copia Do Contrato De Trabalho
 	A copia do contrato de trabalho foi devidamente fornecida para a Reclamante, sendo que também esta sendo juntada a esta contestação.
 	Desta forma, descabida qualquer multa.
Das Parcelas Rescisórias
 	As parcelas devidas pela Reclamada à Reclamante foram todas devidamente pagas, inclusive a multa do artigo 477.
 	Assim, a Reclamada nada deve a Reclamante, eis que quitou todas as parcelas devidas para a Reclamante na rescisão contratual, conforme documentação ora juntadas.
Honorários Advocatícios
 	Tratando-se de litígio decorrente da relação de emprego, nos termos da Instrução Normativa n.º 27/2005 do TST, nesta Justiça Especializada, os honorários advocatícios são disciplinados na Lei n.ª 5.584/70.
 	Não preenchidos os requisitos do art. 14 da referida lei, uma vez que não consta dos autos credencial sindical, não faz jus o Reclamante ao pagamento de honorários advocatícios. Aplicação ao caso do entendimento consubstanciado nas Súmulas n.º 219 e 329 do TST.
 	Assim, requer seja indeferida a condenação de honorários advocatícios.
Da Compensação
 	A reclamada requer a possibilidade de compensar os valores pagos para a reclamante, conforme previsão legal, caso for deferido algum pedido.
 	Requer, inclusive, a compensação de xxxxxxxxxxxxxx, caso ocorra a procedência de algum pedido, o que se admite apenas para argumentar.
Da Impugnação Dos Pedidos
 	Impugna-se TODOS os pedidos da Reclamante eis que manifestamente improcedentes não merecendo guarida, bem como por terem sido devidamente pagos.
 	Vai impugnado:
A Retificação da data de admissão, reconhecendo vinculo de emprego em período diverso ao comprovado pela Reclamada;
Acumulo de função, eis que não comprovado e descabido;
Pagamento de parcelas rescisórias, eis terem sido devidamente pagas;
Pagamento de horas extras, acréscimos, reflexos em férias e 13º, aviso prévio e FGTS;
Majoração de salário de 14,13%;
Restituição de Vale Transporte;
Adicional de Insalubridade, eis que as atividades desenvolvidas não ensejam tal adicional;
Multa de 10% sobre o salário, pois forneceu copia do contrato de trabalho;
Pagamento de intervalos e reflexos;
Pagamento de diferença de FGTS sobre pedidos;
Aplicação de multa do artigo 467 e do 477 ambos da CLT;
Emissão de guias de seguro desemprego, eis que foram fornecidas;
Honorários advocatícios.
Dos Requerimentos
Isto posto, requer a Vossa Excelência o recebimento da presente Contestação, bem como sua apreciação para acolher a preliminar e indeferir a AJG ao Reclamante, bem como julgar Improcedente a presente demanda, com extinção do feito com resolução de mérito, condenando o Reclamante ao pagamento das custas processuais;
Protesta por todos os meios de prova em direito admitido, em especial depoimento pessoal do Reclamante e testemunhal;
Impugna-se o pedido de Assistência Judiciária, eis que o Reclamante não cumpre com os requisitos legais para tal concessão;
No que tange aos honorários assistenciais, nota-se que o procurador do Reclamante não cumpre os requisitos legais para tal recebimento restando que diante do jus postulandi inexiste a figura dos honorários de sucumbência;
Postula-se seja aplicado, ao pedido de assistência e honorários assistenciais, o quanto determinado nos artigos 14 e seguintes, da Lei 5584/70, bem como sumulas 219 e 329 do E. TST;
Alternativamente, caso seja deferido algum dos pedidos do Reclamante, postula seja deferida a compensação dos valores pagos.
Nestes termos, pede deferimento.
______, _______ de _________________ de 2013.
Assinatura do Adv.
CONCEITOS IMPORTANTES:
 
Conceito: quantidade de labor diário do empregado.
 	A teoria do tempo à disposição do empregador (adotada no Brasil) considera como jornada de trabalho o tempo em que o empregado permanece à disposição do empregador no centro de trabalho (estabelecimento). O centro de trabalho

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