Buscar

Assistência de enfermagem ao paciente oncológico adulto uma revisão integrativa.html

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Assist�ncia de enfermagem ao paciente 
oncol�gico adulto: uma revis�o integrativa
Cuidados de enfermer�a a paciente adulto con c�ncer: una revisi�n integradora
	
	 
	*Enfermeira. Mestre em Ci�ncias da Sa�de. Doutoranda
em Ci�ncias da Sa�de pela Universidade Federal de Minas Gerais
**Acad�micas do curso de Enfermagem, das Faculdades
Santo Agostinho de Montes Claros, Minas Gerais
***Enfermeira. Doutoranda em Ci�ncias pela Universidade Federal de S�o Paulo, UNIFESP
Professora das Faculdades Santo Agostinho de Montes Claros, Minas Gerais
***Enfermeiro. Mestrando em Ci�ncias da Sa�de
pela Universidade Estadual de Montes Claros
(Brasil)
	Ludmila Mour�o Xavier Gomes*
Audir Oliveira Barbosa**
Ilda Rodrigues Guimar�es**
Carla Silvana de Oliveira e Silva***
Thiago Luis de Andrade Barbosa****
 
ludyxavier@yahoo.com.br
	 
 
	 
	 
Resumo
          O presente estudo trata-se de uma revis�o integrativa da literatura na qual teve como objetivo analisar as publica��es nacionais acerca da assist�ncia de enfermagem ao paciente oncol�gico adulto, no per�odo de 2000 a 2010, nas bases de dados SciELO e Lilacs. Utilizaram-se os descritores: Enfermagem oncol�gica; Cuidados de enfermagem e Paciente oncol�gico. Identificaram-se 75 artigos, sendo que destes 14 compuseram a amostra do estudo por atenderem aos crit�rios de inclus�o estabelecidos. Os resultados mostram que o cuidado de enfermagem ao paciente oncol�gico requer a emerg�ncia de um processo interativo entre os envolvidos no processo patol�gico, em que o enfermeiro � o principal v�nculo. O di�logo � fundamental para o encontro, constru��o de rela��es e o acesso ao outro. Conclui-se que a presta��o da assist�ncia ao paciente oncol�gico requer conhecimentos espec�ficos dos enfermeiros para o desenvolvimento de habilidades interpessoais e tomada de decis�es com vistas a garantir uma assist�ncia planejada e eficaz, pautada na interrela��o emp�tica, hol�stica e humanizada.
          unitermos: Enfermagem oncol�gica. Cuidados de enfermagem. Assist�ncia ao paciente.
 
Abstract
          This study deals with an integrative literature review in which aimed to analyze national publications about nursing care to adult cancer patients in the period 2000 to 2010, the databases Lilacs and SciELO. We used the following keywords: cancer nursing, nursing care and oncology patients. We identified 75 articles, and these 14 comprised the study sample because they meet the inclusion criteria established. The results show that nursing care to cancer patients requires the emergence of an interactive process between those involved in the disease process, in which the nurse is the primary link. Moreover, the dialogue is central to the meeting, building relationships and access to the other. We conclude that the provision of patient care requires specific knowledge of oncology nurses to develop interpersonal skills and decision making in order to ensure a planned and effective care, based on the interrelationship empathic, holistic and humane.
          Keywords: Oncologic nursing. Nursing care. Patient care.
 
	 
	
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 16, N� 164, Enero de 2012. http://www.efdeportes.com/
	
1 / 1
Introdu��o
    Em meio ao progresso cient�fico e tecnol�gico no mundo moderno, marcado por uma s�rie de eventos importantes para a sociedade, evidenciou-se o surgimento de algumas doen�as. Entre elas destaca-se o c�ncer em suas diversas apresenta��es (GALLO e BONASSA, 2005). As altera��es na sa�de populacional foram ocasionadas pelas grandes transforma��es globais das �ltimas d�cadas, atrav�s da urbaniza��o acelerada, novos modos de vida e padr�es de consumo. Nesse contexto, observa-se que as varia��es regionais na incid�ncia do c�ncer decorrem de perfis heterog�neos, ou seja, de exposi��o a fatores de risco e modos de vida, associando ao aparecimento de diferentes tipos de c�ncer (BRASIL, 2006).
    Cada pessoa tem caracter�sticas �nicas para enfrentar o c�ncer, devido �s suas cren�as, valores e forma de ver o mundo, embora existam aspectos semelhantes no viver com c�ncer. Os sentimentos e situa��es que mais incomodam s�o: o medo, a tristeza, a possibilidade de perda do controle de sua pr�pria vida, a incerteza da cura, a terap�utica e recidiva. Torna-se necess�rio estabelecer uma rela��o com o cliente que lhe possibilite expressar-se, o que � poss�vel atrav�s da pr�tica dial�gica (FONTES e ALVIM, 2008). Precisa-se olhar n�o apenas o corpo, mas nos olhos do cliente, escut�-lo, perceber o que ele sente, dialogar e toc�-lo. Assim, uma singela atitude do cuidador representa, para o ser que sofre algo de inestim�vel valor: a empatia (SANTOS e GON�ALVES, 2006).
    Para assist�ncia de qualidade ao paciente oncol�gico, os profissionais de sa�de, em todos os n�veis de atua��o, devem possuir conhecimentos t�cnico-cient�ficos e habilidades no relacionamento interpessoal. As a��es de enfermagem devem ser integrais, participativas e resolutivas, devem favorecer pr�ticas de sa�de e educativas, no sentido de prevenir, detectar precocemente o c�ncer e contribuir no tratamento do mesmo. O cuidado em sa�de deve contemplar aspectos f�sicos, emocionais, sociais e espirituais, as metas devem ser claras e direcionadas ao paciente, sua fam�lia e demais pessoas relacionadas, em um processo interativo (STUMM, LEITE e MASCHIO, 2008). Os cuidados de enfermagem se concretizam pela pr�tica da sistematiza��o da assist�ncia, integral e individualizada, por meio da anamnese, exame f�sico e posterior classifica��o do grau de depend�ncia do paciente. Dentre os profissionais da assist�ncia oncol�gica, o enfermeiro torna-se elemento fundamental no tratamento f�sico e mental do cliente (SOUZA, CUNHA, REICHERT e DICCINI, 2007).
    Como o c�ncer ainda � entendido pelas pessoas, em geral, por sin�nimo de dor, morte e sofrimento, cabe � enfermagem identificar suas pr�prias concep��es relativas a este e estabelecer estrat�gias de enfrentamento, visando uma assist�ncia adequada e eficaz que possibilite minimizar o sofrimento de todos os envolvidos no processo de cuidar (STUMM, LEITE e MASCHIO, 2008). O presente estudo teve como objetivo analisar as publica��es acerca da assist�ncia de enfermagem ao paciente oncol�gico.
Metodologia
    Trata-se de uma revis�o integrativa da literatura na qual se buscou publica��es em banco de dados acerca da assist�ncia de enfermagem ao paciente oncol�gico adulto. Para Benefield (2003), a revis�o integrativa inclui a an�lise de pesquisas relevantes que d�o suporte para a tomada de decis�o e a melhoria da pr�tica cl�nica, possibilitando a s�ntese do estado do conhecimento de um determinado assunto, al�m de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realiza��o de novos estudos. Este m�todo de pesquisa permite a s�ntese de m�ltiplos estudos publicados e possibilita conclus�es gerais a respeito de uma particular �rea de estudo.
    O processo de elabora��o da revis�o integrativa ocorreu pelo seguimento das seguintes etapas: identifica��o do tema e sele��o da hip�tese ou quest�o de pesquisa; estabelecimento de crit�rios para inclus�o e exclus�o de estudos/amostragem ou busca na literatura; defini��o das informa��es a serem extra�das dos estudos selecionados/categoriza��o dos estudos; avalia��o dos estudos inclu�dos na revis�o integrativa; interpreta��o dos resultados; apresenta��o da revis�o/s�ntese do conhecimento (MENDES, SILVEIRA e GALV�O, 2008). Foram analisados os artigos de peri�dicos publicados no per�odo de 2000 a 2010 indexados nas bases eletr�nicas do Scielo e da LILACS. A pergunta norteadora da revis�o integrativa foi: �Como se d� a assist�ncia de enfermagem ao paciente oncol�gico adulto?� Os crit�rios de inclus�o estabelecidos foram: artigos publicados em portugu�s, dispon�vel na �ntegra e que abordassem a assist�ncia de enfermagem ao paciente oncol�gico. Para a busca destes artigos, foram utilizados os seguintes descritores: cuidados de enfermagem, enfermagem oncol�gica e pacienteoncol�gico. Foram encontrados dispon�veis 75 artigos, dos quais, ap�s refin�-los, resultaram em 41 artigos. Destes realizou-se leitura criteriosa do resumo de todas as publica��es, dos quais foram selecionados 14 artigos, que atendiam ao tema proposto e a pergunta norteadora, para leitura na �ntegra, os quais constitu�ram a amostra para analise deste estudo. Os demais foram exclu�dos por n�o atenderem aos crit�rios espec�ficos da pesquisa.
    Para classifica��o dos n�veis de evid�ncias das publica��es obedeceu-se � seguinte ordem: n�vel 1, as evid�ncias provenientes de revis�o sistem�tica ou metan�lise de todos os relevantes ensaios cl�nicos randomizados controlados ou oriundos de diretrizes cl�nicas baseadas em revis�es sistem�ticas de ensaios cl�nicos randomizados controlados; n�vel 2, evid�ncias derivadas de pelo menos um ensaio cl�nico randomizado controlado bem delineado; n�vel 3, evid�ncias obtidas de ensaios cl�nicos bem delineados sem randomiza��o; n�vel 4, evid�ncias provenientes de estudo de coorte e de casocontrole bem delineados; n�vel 5, evid�ncias origin�rias de revis�o sistem�tica de estudos descritivos e qualitativos; n�vel 6, evid�ncias derivadas de um �nico estudo descritivo ou qualitativo; n�vel 7, evid�ncias oriundas de opini�o de autoridades e/ou relat�rios de comit� de especialistas (Melnyk e Fineout-Overholt, 2005).
Resultados e discuss�o
Caracteriza��o da amostra
    Conforme demonstrado na Tabela 1, em rela��o ao tipo de estudo, evidenciou-se que a maior parte das publica��es foram pesquisas qualitativas (64,29%) e relatos de experi�ncia (14,29%). Em rela��o ao n�vel de evid�ncia, houve predom�nio do n�vel VI, o que indica estudos de baixa evid�ncia para a pr�tica de sa�de.
Tabela 1. Distribui��o percentual dos artigos, segundo o tipo de estudo e o n�vel de evid�ncia
    Na Tabela 2, observa-se um maior n�mero de publica��es no ano de 2007, seguido do ano de 2008.
Tabela 2. Distribui��o percentual das publica��es, segundo o ano de publica��o
O cuidado de enfermagem ao paciente oncol�gico e o enfermeiro
    Os estudos evidenciam o cuidado como a ess�ncia da enfermagem que deve ser prestado de forma hol�stica e humanizada em prol da qualidade de vida do paciente. O cuidado de enfermagem requer a emerg�ncia de um processo interativo entre os envolvidos no processo patol�gico, considerando que nas atitudes de cuidado � que encontramos a ess�ncia da express�o humana, pois somente o ser humano � capaz de sentir, imprimir e expressar emo��o nos atos e atitudes, entendendo-as como tomada de posi��o que resulta da interrela��o que se estabelece entre o conhecimento e o afeto. A� est� a verdadeira dimens�o humana do cuidado (OLIVEIRA, 2002). A forma de humanizar a assist�ncia � servir, perceber o outro em pequenos gestos e express�es, em suas limita��es, confort�-lo em uma palavra, um toque com carinho, saber ouvir, estar dispon�vel na medida do poss�vel envolver-se com zelo, amor, compaix�o e postura �tica (GARGIULO, MELO, SALIMENA, BARA e SOUZA, 2007).
    Em um dos artigos selecionados, h� um relato de experi�ncia, ressaltando a arteterapia como processo inovador para a assist�ncia de enfermagem, uma estrat�gia art�stica que pode atender as necessidades emocionais e afetivas dos pacientes oncol�gicos, diferenciando das abordagens t�cnicas rotineiras habituais, de interven��es de enfermagem. A t�cnica possibilitou a reflex�o da personalidade dos pacientes, permitindo expressar melhor seus sentimentos atrav�s de cores (BARBOSA, SANTOS e LEIT�O, 2007).
    As publica��es ressaltam como objetivos assistenciais a informa��o e orienta��o ao paciente no aux�lio da terap�utica de modo que o paciente venha a entender o processo em que est� inserido, capacitando-o a enfrentar o contexto de sua realidade. Ao se expor o paciente �s etapas do tratamento, �s poss�veis complica��es, muito se contribuir� para uma melhor interrela��o entre a equipe e para a ades�o ao tratamento e aos cuidados a serem implementados, facilitando, assim, a abordagem e a integra��o multidisciplinar. Destacam-se as a��es voltadas para a educa��o e orienta��o do paciente sobre os efeitos colaterais terap�uticos, a fim de identific�-los precocemente e minimiz�-los (FRIGATO e HOGA, 2003). Quanto ao uso de medicamentos por via parenteral ou oral, s�o tamb�m fornecidas orienta��es aos familiares, pois muitas vezes, os pacientes n�o possuem condi��es de assimilar tais informa��es em virtude da sua debilidade (STUMM, LEITE e MASCHIO, 2008). Conforme Camargo e Souza (2003), as informa��es e orienta��es contribuem para a presta��o da assist�ncia seja para:
Rotinas hospitalares: procedimentos a serem realizados, conduta cir�rgica, as altera��es e sintomatologia no p�s-operat�rio.
Contribui para diminuir o stress; identificar e intervir nos aspectos prejudiciais; nas poss�veis altera��es presentes na auto-imagem e auto-estima;
Facilitar e/ou possibilitar a recupera��o f�sica, emocional e social do cliente;
Permitir decis�es no tratamento, exposi��o dos medos, anseios, d�vidas e expectativas e para o autocuidado;
Facilitar o acesso entre a equipe multidisciplinar;
Discutir sobre o retorno �s atividades e conv�vio social, enfatizar a import�ncia do seguimento; abordar a possibilidade de reconstru��o;
Pretendem, tamb�m, dar est�mulo para que readquiram a autoconfian�a e mantenham a moral elevada, pensando na reabilita��o.
    As publica��es destacam como sentimentos e situa��es mais comuns ao portador de c�ncer: o medo; a associa��o da doen�a � morte iminente, o que o faz profundamente ansioso e lhe traz agudo sofrimento; a tristeza; a possibilidade de perda do controle de sua pr�pria vida; a incerteza da cura; a terap�utica e a recidiva. Observa-se, assim, a necessidade de estabelecer uma rela��o com o cliente que possibilite expressar suas emo��es e sentimentos, demonstrando-lhe carinho, calor humano, compaix�o, ouvindo-o, tocando-o suavemente e ficando ao seu lado. Dessa forma, o profissional demonstrar� que o conhece se importa e pode compreend�-lo, sobretudo, que n�o o deixar� passar sozinho, por este momento que lhe parece t�o dif�cil (GARGIULO, MELO, SALIMENA, BARA e SOUZA, 2007).
    Para que o cuidado se torne expressivo, faz-se necess�rio que deixe de ser uma tarefa para ser uma a��o que proporcione crescimento para quem cuida e para quem � cuidado. Dessa forma, para que o cuidado t�cnico seja considerado cuidado humano de enfermagem, implica o encontro entre o expressivo e o t�cnico (MENDES, CASTRO e FERREIRA, 2003). Cuidar do paciente em todas as etapas do processo de adoecimento seja ela de revolta, agress�o ou mesmo de satisfa��o, implica reconhecer sua situa��o de fragilidade e inseguran�a, preparar para cuidar com base no conhecimento t�cnico-cient�fico, estabilidade emocional e habilidade nas rela��es interpessoais (STUMM, LEITE e MASCHIO, 2008).
    Conforme observado nos estudos pesquisados o enfermeiro se torna para o paciente um aliado, um v�nculo entre os demais profissionais da equipe, quem o assiste holisticamente de forma emp�tica. O enfermeiro que participa da terap�utica do paciente oncol�gico deve conhecer e perceber as suas necessidades, considerando suas caracter�sticas pessoais e sociais ao planejar sua assist�ncia, o que pode ser favorecido pelo fato de ser o profissional que est� na maior parte do tempo em contato com essa clientela durante todo o processo terap�utico.
O di�logo como base para o cuidado
    O di�logo tem destaque nos estudos pesquisados, ele permite a interrela��o com paciente, familiares e enfermeiro, propicia v�nculo entre as rela��es, tecem-se la�os de confian�a e deve ser utilizado como um dos fundamentos da rela��o do cuidado. Al�m disso, facilita a intera��o e envolvimento entre pessoas, constitui as bases do cuidado e est� fundamentado em princ�pios pr�prios da rela��o humana, como amizade, carinho, aten��o, respeito, paci�ncia e solidariedade. Colabora com o enfrentamento e conv�vio com as diferentes etapas na evolu��o da doen�a.
    Para Fontese Alvim (2008), se o enfermeiro dialoga com o cliente, procura garantir-lhe voz, colaborando para a reflex�o sobre sua condi��o de doente, isso pode faz�-lo questionar, criticar, indagar sobre o tratamento e seus diferentes efeitos no seu corpo e na sua vida, permitindo expressar suas ang�stias e expectativas. A conversa s� ser� �cuidado� se afetar o outro naquilo que o outro espera e deseja. Seu uso no cuidado de enfermagem pode ser intencional para estabelecer v�nculo, promover o encontro, construir rela��es, acessar o outro. Na medida em que o di�logo avan�a, vai se estabelecendo a confian�a, estreitando os la�os entre esses sujeitos. Atrav�s do di�logo, trabalha-se a subjetividade do cliente no cuidado, ajuda-o a lidar com suas emo��es e sentimentos, tornando-o participante do processo de cuidar. Na pr�tica do di�logo, faz-se necess�rio desenvolver a habilidade da escuta sens�vel nesse processo, garantir-lhe voz, conhecer e entender os seus sentimentos, a��es e rea��es diante do impacto do c�ncer, pois assim poder� ajud�-lo na tomada de consci�ncia acerca de sua situa��o concreta e contribuir para a supera��o dos desafios que se apresentam com o surgimento da doen�a. A disponibilidade no estabelecimento da rela��o de troca e reciprocidade com os clientes aumenta a possibilidade de auto-crescimento e auto-conhecimento destes e abre espa�o para uma rela��o efetiva e dial�gica.
Rela��o enfermeiro, paciente e fam�lia
    Destaca-se nos estudos pesquisados a rela��o paciente, enfermeiro e fam�lia, na qual o enfermeiro � o principal mediador. Na assist�ncia ao paciente oncol�gico, as aten��es do enfermeiro tamb�m devem ser voltadas aos familiares, dando-lhes as orienta��es e informa��es necess�rias da evolu��o da doen�a e terap�utica. A rela��o emocional enfermeiro�paciente�fam�lia � melhor observada na especialidade oncol�gica com pacientes sem condi��es de um bom resultado terap�utico (CAMARGO e SOUZA, 2003).
    Os autores descrevem que os enfermeiros reconhecem em si, nos pacientes e em seus familiares algumas manifesta��es, como ansiedade, medos, inseguran�as, incertezas, impot�ncia e o peso da tarefa a ser desempenhada e a esperan�a. Estas produzem desconforto no decorrer do processo oncol�gico. A intersubjetividade que se expressa na rela��o entre cliente e profissional possibilita ajuda e o conv�vio m�tuo. Assim pode se perceber que a rela��o � cercada de aspectos que envolvem o emocional e o psicol�gico (GARGIULO, MELO, SALIMENA, BARA e SOUZA, 2007).
    Ressalta-se que na assist�ncia oncol�gica, a equipe convive com o sofrimento em potencial e a satisfa��o profissional. Presenciam-se sentimentos de satisfa��o em conviver e acompanhar os pacientes que obt�m �xito no tratamento ministrado, inclusive a cura. A equipe de enfermagem sente-se valorizada quando seu trabalho e dedica��o s�o reconhecidos, que � manifestado pelos pacientes e familiares, por meio de gestos, palavras e mimos. Esses consideram as atua��es do enfermeiro como muito �teis e eficientes, pois aliviam a tens�o, esclarecem as d�vidas e ajudam no fortalecimento psicol�gico, permitindo que enfrentem mais positivamente as adversidades surgidas com o diagn�stico da doen�a e seu tratamento (CAMARGO e SOUZA, 2003). O contato com o paciente oncol�gico proporciona modifica��es nas atitudes e condutas frente �s dificuldades e limita��es, contribuindo para a autorreflex�o dos integrantes da equipe quanto � luta pela vida (STUMM, LEITE e MASCHIO, 2008). O apoio que o paciente recebe de seus familiares e do enfermeiro ao longo do tratamento o fortalece para o enfrentamento da doen�a (FONTES e ALVIM, 2008).
O conhecimento e habilita��o profissional
    Os estudos abordam a capacita��o profissional e a experi�ncia como aspectos primordiais para a presta��o de uma assist�ncia qualificada, sendo a teoria o meio de tornar o profissional menos impotente; capaz de faz�-lo planejar e executar uma assist�ncia eficaz, trazendo satisfa��o profissional, qualifica��o e seguran�a. Para o enfermeiro, o conhecimento serve de base e suporte, aliando o t�cnico ao te�rico na presta��o do cuidado. A satisfa��o profissional pode ser alcan�ada atrav�s da seguran�a alicer�ada e fundamentada no conhecimento, levando as profissionais a se sentirem confiantes em suas a��es, ao serem capazes de identificar corretamente os problemas do paciente sob seus cuidados. Para Girondi e Radunz (2007), o saber originado no cotidiano da pr�tica associado ao suporte te�rico sinaliza a necessidade de resolu��o das limita��es, propiciando um cuidado melhor fundamentado.
    As publica��es ressaltam dentre as diversas atribui��es do enfermeiro, a consulta de enfermagem, que constitui meio para as orienta��es � clientela e seus familiares. Aliado a isso existe a prescri��o de enfermagem como instrumento da continuidade e qualidade da assist�ncia ao paciente, objetivando uma pr�tica t�cnica, cient�fica e humana (CAMARGO e SOUZA, 2003).
Considera��es finais
    A detec��o precoce do c�ncer n�o � uma realidade na assist�ncia oncol�gica. Geralmente o paciente vem com um diagn�stico tardio, em que as interven��es demandam maior complexidade e maiores s�o os comprometimentos f�sicos, emocionais e sociais. Neste momento, o processo terap�utico � mais agressivo e �s vezes mutilador. O cotidiano do paciente com diagn�stico de c�ncer � totalmente alterado, no aspecto social e profissional.
    Nesse contexto, muitos pacientes resgatam a espiritualidade como uma aliada para suportar o sofrimento advindo da evolu��o patol�gica. A humaniza��o da assist�ncia e condu��o hol�stica dos cuidados auxilia no enfrentamento do c�ncer e propicia dignidade ao paciente oncol�gico. O di�logo representa um v�nculo para que se estabele�a uma rela��o de confian�a entre profissional, cliente e extens�o familiar. A empatia � relevante entre as rela��es e tem-se o enfermeiro como principal mediador, constituindo, pois, um v�nculo entre os envolvidos na assist�ncia. Cabe ao enfermeiro orientar, esclarecer d�vidas, saber ouvir, estar sens�vel a evolu��o da doen�a, ser resolutivo e direcionar a��es que minimizem o progn�stico.
    Confirma-se a necessidade por parte do enfermeiro, da aquisi��o de conhecimentos fundamentados em estudos espec�ficos. Esse conhecimento proporciona ao enfermeiro habilidades e tomada de decis�es em uma assist�ncia planejada e eficaz, minimizando os impactos oncol�gicos, o sofrimento causado pela dor e consequente mutila��o da imagem corporal. A assist�ncia ao paciente oncol�gico faz com que a enfermagem se depare com a necessidade de avaliar a sua pr�tica assistencial a fim de torn�-la hol�stica, emp�tica e eficaz, em que a atua��o human�stica transp�e-se a meramente t�cnico-cient�fica.
Refer�ncias
BENEFIELD, L.E. Implementing evidence-based practice in home care. Home Health Nurse, v. 21, n. 12, p. 804-11, 2003.
BONASSA, E.M.A. Enfermagem em quimioterapia. S�o Paulo: Atheneu; 2005.
BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DE C�NCER (INCA). A situa��o do c�ncer no Brasil. INCA: Rio de Janeiro, 119 p, 2006.
CAMARGO, T.C; SOUZA, I.E.O. Aten��o a mulher mastectomizada: discutindo os aspectos �nticos e a dimens�o ontol�gica da atua��o da enfermeira no hospital do c�ncer. Rev Latino-americana de Enfermagem, v. 11, n. 5, p. 614-21, 2003.
FONTES, C.A.S; ALVIM, N.A.T. Import�ncia do di�logo da enfermeira com clientes Oncol�gicos diante do impacto do diagn�stico da doen�a. Ci�ncia Cuidado & Sa�de, v.7, n. 3, p. 346-354, 2008.
FONTES, C.A.S; ALVIM, N.A.T. Cuidado humano de enfermagem a cliente com c�ncer sustentado na pr�tica dial�gica da enfermeira. Revista de Enfermagem da UERJ, v. 16, n. 2, p. 193-9, 2008.
FRIGATO, S.; HOGA, L.A.K. Assist�ncia � mulher com c�ncer de colo uterino: o papel da enfermagem. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 4, p. 209 -214, 2003.
GALLO, C.V.M. Risco de c�ncer no Brasil: tend�ncias e estudos epidemiol�gicos mais recentes. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 51, p. 227- 34, 2005.
GARGIULO, C.A; MELO, M.C.S.C; SALIMENA,A.M.O; BARA,V.M.F; SOUZA, I.E.O.Vivenciando o cotidiano do cuidado na percep��o de enfermeiras oncol�gicas. Texto & Contexto Enfermagem, v.16, n. 4, p. 696-702, 2007.
GUTI�RREZ, M.G.R; ADAMI, N.P; CASTRO, R.A.P; FONSECA, S.M. Natureza e classifica��o das interven��es de enfermagem em ambulat�rio de quimioterapia de adultos. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 8, n. 3, p.33-39, 2000.
Melnyk, B.M.; Fineout-Overholt, E. Making the case for evidence-based practice. In: Melnyk, B.M.; Fineout-Overholt, E. Evidence-based practice in nursing & healthcare: a guide to best practice. Philadelphia: Lippincot Williams & Wilkins, p. 3-24, 2005.
MENDES, P.W; CASTRO, E.S; FERREIRA, M.A. As vertentes do cuidado de enfermagem: o t�cnico e o expressivo na assist�ncia hospitalar. Escola Anna Nery Enfermagem, v. 7, p. 239-46, 2003.
MENDES, K.D.S; SILVEIRA, R.C.C.P; GALV�O, C.M.C. Revis�o integrativa: m�todo de pesquisa parta a incorpora��o de evidencias na sa�de e na enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, v.17, n. 4, p. 758-64, 2008.
OLIVEIRA, R.S. A dial�tica do cuidado: o humano e o tecnol�gico em um centro de terapia intensiva [disserta��o de mestrado]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2002.
SANTOS, G.C; GON�ALVES, L.L.C. Mulheres mastectomizadas com recidiva de c�ncer: o significado do novo ciclo de quimioterapia. Revista de Enfermagem da UERJ, v.14, p.239-44, 2006.
SILVA, L.M.H; ZAGO, M.M.F. O cuidado do paciente oncol�gico com dor cr�nica na �tica do enfermeiro. Rev Latino-americana de Enfermagem, v.9, n.4, p. 44-9, 2001.
SOUZA, R.G; CUNHA I.C.K.O; REICHERT, M.C.F; DICCINI, S. Altera��es neurol�gicas e grau de depend�ncia de enfermagem em pacientes com tumores intracranianos. Revista Ga�cha de Enfermagem, v.28, n.2, p.180-6, 2007.
STUMM, E.M.F; LEITE, M.T; MASCHIO, G. Viv�ncias de uma equipe de enfermagem no cuidado a pacientes com c�ncer. Cogitare Enfermagem, v. 13, n.1, p. 75-82, 2008.
BARBOSA, I.C.F.J.; SANTOS, M.C.L.;LEIT�O, G.C.M. Arteterapia na assist�ncia de enfermagem em oncologia: produ��es, express�es e sentidos entre pacientes e estudantes de gradua��o. Escola Ana Nery Enfermagem, v.11, n.2, p.227 � 33, 2007.
Outros artigos em Portugu�s
 
	  
	
B�squeda personalizada
	EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 16 � N� 164 | Buenos Aires, Enero de 2012
� 1997-2012 Derechos reservados

Outros materiais