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ESTUDO DE CASOS SOBRE PERSONALIDADE E CAPACIDADE

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ESTUDO DE CASOS
1. Quanto à personalidade, capacidade e legitimação, analise o caso abaixo e responda aos questionamentos.
Catarina está com 17 anos de idade, não possui pais, sendo que o juiz nomeou Alceu como tutor da mesma. Catarina quer se emancipar, para vender uma casa que recebeu de herança de seu pai Carlos, que faleceu antes de seu nascimento. Catarina justifica a venda em razão de querer fazer o curso de medicina e não possuir condições de arcar com as despesas do estudo.
A – Pode ser afirmado que Catarina tem personalidade? Justifique e defina personalidade.
Sim podemos afirmar que Catarina possui personalidade. Personalidade, o conceito está ligado ao de pessoa. Todo aquele que nasce com vida, torna-se pessoa, ou seja, adquire personalidade. A personalidade jurídica é reconhecida a todo ser humano, e também, a certas entidades morais, denominadas pessoas jurídicas.
B – Quando pode ser afirmado que Catarina adquiriu personalidade? Fundamente.
Catarina adquiriu personalidade ao nascer. O conceito de personalidade está umbilicalmente ligado ao pessoa. Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade.
Assim traz o Código Civil:
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
C – Como o pai de Catarina faleceu antes da mesma nascer, levando em conta que o direito patrimonial da mesma iniciou-se com seu nascimento com vida, como pode ser explicado que ela adquiriu a casa por herança do pai? Justifique e fundamente.
Catarina é herdeira descendente. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Assim traz o Código Civil:
Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, constituídos como bem da família, não podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministério Público;
Art. 1.720. Salvo disposição em contrário do ato de instituição, a administração do bem de família compete a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz em caso de divergência.
Parágrafo único. Com o falecimento de ambos os cônjuges, a administração passará ao filho mais velho, se for maior, e, do contrário, a seu tutor.
D – Pode ser afirmado que Catarina tem capacidade de direito ou de gozo? Justifique.
Catarina tem capacidade de direito ou de gozo. Todo ser humano possui, sem distinção e participam de determinados atos da vida civil.
 E – Se Catarina não tivesse sido registrada, pode ser afirmado que a mesma não possuiria capacidade de direito? Justifique e fundamente.
Mesmo se não fosse registrada Catarina possuiria capacidade de direito porque essa é uma capacidade que todo ser humano possui a partir de seu nascimento só se perde com a morte. Em se tratando de bens, Catarina precisaria comprovar a filiação através de exame e de qualquer forma, por ser menor, necessitaria de um tutor para administra-los.
F – Pode ser afirmado que Catarina tem capacidade de fato? Justifique.
Catarina não possui capacidade de fato. Toda pessoa possui capacidade de direito, mas não necessariamente a capacidade de fato. A capacidade de fato, só algumas pessoas a têm, e está relacionada com os exercícios dos atos vida civil. É a aptidão para exercer, por si só, todos os atos da vida civil. Somente a possuem os maiores e capazes.
G – Alceu pode emancipar Catarina? Justifique e defina emancipação.
 Alceu não pode emancipar Catarina. O pedido de emancipação deve partir do menor interessado ou do Ministério Público. Sendo Alceu o tutor de Catarina, ele não poderá emancipá-la.
H – Se Catarina não for emancipada, existe possibilidade de que a casa de sua propriedade seja vendida para o propósito que possui? Se positivo de que forma.
Se Catarina não for emancipada não existe possibilidade de que a casa de sua propriedade seja vendida para o propósito que possui.
Há determinados atos que o tutor não poderá pratica de forma alguma, ainda mesmo que eventualmente autorizado judicialmente, é o que consta do teor do art. 1.749 do Código Civil “Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade: I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; II - dispor dos bens do menor a Título gratuito; III -constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.”
I – Alceu como tutor da mesma tem legitimação para adquirir a casa de Catarina? Justifique e defina legitimação, fazendo a distinção da mesma com capacidade de exercício.
Existem restrições sobre a pessoa do tutor, para evitar conflito com o interesse do tutelado. O tutor não pode, por exemplo, comprar bens do tutelado nem doá-los.
O tutor responde pelos danos que causar ao patrimônio do tutelado e tem o dever de prestar contas ao juiz, anualmente, ou, quando solicitado.
 Legitimação não se confunde com capacidade de exercício. Esta é a aptidão para a prática de determinados atos jurídicos, uma espécie de capacidade especial exigida em certas situações. Nem toda pessoa capaz pode estar legitimado para a prática de determinado ato jurídico, a legitimação traduz uma capacidade específica. A legitimação consiste em se averiguar se uma pessoa perante determinada situação jurídica tem ou não capacidade para estabelece-la. A legitimação é uma forma específica de capacidade para determinados atos da vida civil.
J – Conceitue tutor e o diferencie de curador.
Tutor é aquela pessoa encarregada legalmente ou judicialmente de administrar os bens ou a conduta relativamente incapaz, ou seja, uma pessoa menor de idade. 
Curador é aquela pessoa encarregada legalmente ou judicialmente para zelar, cuidar dos interesses de outrem, que não pode exercitá-los pessoalmente em razão de seu estado de absolutamente incapaz, exemplo os surdos-mudos, os ausentes que não podem expressar sua vontade, os pródigos. 
 A Curatela pressupõe a interdição do incapaz, requerida pelos pais, cônjuge ou parente próximo do curatelado.
2. Gilberto está com 21 anos, mas, por deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil. Como não foi interditado vendeu seu carro a Maurício que o adquiriu por intermédio de uma revendedora. Inconformados com a venda, Marina, esposa de Gilberto, ingressou com uma ação para anular o negócio jurídico, sob o fundamento de que Gilberto é absolutamente incapaz e que o mesmo não pode praticar os atos da vida civil.
Marina obterá êxito? Justifique e fundamente.
Marina obterá êxito na ação.
 
Código Civil /2002:
 Art. 4o  São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)  (Vigência)
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;  
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;         
 (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)  (Vigência)
IV - os pródigos.
 E ainda o Código Civil/2002 no artigo 104 elenca taxativamente os requisitos de validade, de caráter geral, do negócio jurídico:
“Artigo 104. A validade do negócio jurídico requer:
I- Agente capaz;
II- Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III- Forma prescrita ou não defesa em lei.”
Logo, os relativamente incapazes estão relacionados no artigo 3º do Código Civil. Eles estão proibidos de praticar pessoalmente os atos jurídicos, eles devem ser assistidos pelos responsáveis ou pelo seu tutor.
Qualquer negócio celebrado diretamente pelos menores de 16 anos, pelos portadores de enfermidade ou deficiência mental, que não tiverem o necessário discernimento para a pratica dos negócios jurídicos ou pelas pessoas que não puderem exprimir sua vontade, mesmo que temporariamente, estão sujeitos de nulidade absoluta.3. Ana Clara em 2014 estava com 19 anos de idade e era interditada por ser surda e muda e não conseguir exprimir sua vontade. Foi nomeado Jader seu irmão como curador. Ana Clara ingressou em uma escola especial para aprender a se comunicar por sinais, mas não possuía condições de pagar a escola que é particular e de alta mensalidade. Seu irmão, na qualidade de seu curador, resolveu ingressar com uma ação para obrigar o Estado a pagar o curso de Ana Clara.
A – Quem teve legitimidade para ingressar com a ação? Justifique e fundamente.
Mesmo o incapaz e o nascituro têm capacidade de ser parte, porque possuem capacidade de direito, que se trata de uma qualidade atribuída a todos os entes que podem tornar-se titulares de situações jurídicas integradas numa relação processual. 
A capacidade para estar em juízo é também conhecida como capacidade processual em sentido estrito É conceito que, diferentemente da capacidade de ser parte, possui natureza estritamente processual. É, em outras palavras, a capacidade para exercitar os direitos atuando processualmente, e não apenas figurar como parte no processo.
Com o vigente Código Civil, todo indivíduo adquire capacidade para estar em juízo aos 18 anos de idade. Aos menores de 16 anos (absolutamente incapazes), bem como aos maiores de 16 e menores de 18 anos (relativamente incapazes), a lei não reconhece a capacidade de estar em juízo, devendo aqueles ser assistidos e estes representados (artigo 8º do CPC). Logo, que teve a legitimidade para ingressa com a ação foi Jader seu irmão e curador.
B – Em que qualidade Jader ingressou nesta ação? Justifique e fundamente.
Jader ingressou nesta ação na qualidade de curador da Ana Clara.
O Código Civil, no artigo 1.767, enumera aqueles que estão sujeitos à curatela, ou seja, incapazes aptos à interdição, quais sejam: os psicopatas, os surdos-mudos sem educação que os habilite a enunciar precisamente sua vontade, os pródigos e os toxicômanos acometidos de perturbações mentais, pelo fato de se encontrarem, permanentemente ou de modo duradouro, sob o efeito de tais perturbações. A curatela dos interditos, portanto, destina-se àqueles cuja incapacidade não resulta da idade, por isso, não pode ser requerida visando à interdição de menores. Assim se posiciona a jurisprudência. A finalidade da curatela é a de conceder proteção aos incapazes no tocante a seus interesses e garantir a preservação dos negócios realizados por eles com relação a terceiros. A curatela constitui um poder assistencial ao incapaz maior, completando lhe ou substituindo-lhe a vontade.
 C – No caso em tela que tipo de incapacidade possuía Ana Clara?
Ana Clara possuía a incapacidade absoluta (Ano:2014 conforme enunciado questão, logo, sem alteração da Lei ordinária nº 13.146, em 06 de julho de 2015, também conhecida como o Estatuto da Pessoa com Deficiência)
Assim trazia o texto do Código Civil/2002:
 Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos;  
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;   
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.    
 Há situações em que o surdo-mudo, adquirindo educação e adaptação a sociedade, poderá expressar sua vontade, sendo considerado apenas relativamente incapaz. Por outro lado, quando esse não puder exprimir suas vontades, serão considerado absolutamente incapazes. Ana Clara encaixa-se na incapacidade absoluta por não conseguir expressar sua vontade.
D – Um negócio jurídico feito por Ana sem a interveniência de Jader seria válido? 
Justifique e fundamente.
 
Um negócio jurídico feito por Ana sem a intervenção de Jader não seria válido. Assim nos apresenta a lei;
Código Civil /2002:
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
Para a validade do negócio jurídico, reclama a Lei haja presença, entre outros elementos essenciais genéricos, de agente capaz. Pressupõe-se ao agente, assim, a capacidade e, caminhando junto, a legitimação. Nesse passo: “Os detentores da incapacidade de exercício só podem praticar os atos da vida civil mediante o instituo da representação, como regra geral.
E – Em razão da surdo-mudez de Ana Clara ser irreversível e ela não conseguir exprimir sua vontade e não ter discernimento pode ser afirmado que Ana Clara era absolutamente incapaz? Justifique.
Ana Clara possuía a incapacidade absoluta (Ano:2014 conforme enunciado questão, logo, sem alteração da Lei ordinária nº 13.146, em 06 de julho de 2015, também conhecida como o Estatuto da Pessoa com Deficiência)
Assim trazia o texto do Código Civil/2002:
 Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos;  
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;   
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.    
Ana Clara encaixa-se na incapacidade absoluta por não conseguir expressar sua vontade.
F – Se esta situação se configurasse a partir de fevereiro de 2016 a situação jurídica se alteraria? Em caso positivo, como se daria o tratamento jurídico? Justifique e fundamente.
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.   (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
 I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
 II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
 III - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Foram revogados todos os incisos do art. 3º do Código Civil, que tinha a seguinte redação: “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I – os menores de dezesseis anos; II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade”. Também foi alterado o caput do comando, passando a estabelecer que “são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos”.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
 II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)(Vigência)
 III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
Parágrafo único.  A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência)
Em suma, não existe mais, no sistema privado brasileiro, pessoa absolutamente incapaz que seja maior de idade. Como consequência, não há que se falar mais em ação de interdição absoluta no nosso sistema civil, pois os menores não são interditados. Todas as pessoas com deficiência, das quais tratava o comando anterior, passam a ser, em regra, plenamente capazes para o Direito Civil, o que visa a sua plena inclusão social, em prol de sua dignidade.
O sistema de incapacidades deixou de ter um modelo rígido, passando a ser mais maleável, pensado a partir das circunstâncias do caso concreto e em prol da inclusão das pessoas com deficiência, tutelando a sua dignidade e a sua interação social. Isso já tinha ocorrido na comparação das redações do Código Civil de 2002 e do seu antecessor. Como é notório, a codificação material de 1916 mencionava os surdos-mudos quenão pudessem se expressar como absolutamente incapazes (art. 5º, III, do CC/1916). A norma então em vigor, antes das recentes alterações ora comentadas, tratava das pessoas que, por causa transitória ou definitiva, não pudessem exprimir sua vontade, agora tidas como relativamente incapazes, como é o caso de Ana Clara.
Com o advento do estatuto, houve, inicialmente, alteração na redação dos artigos 1.768, 1.769, 1.771 e 1.772 do Código Civil, que tiveram o vocábulo “interdição” substituído por “curatela”. Agora, o juiz concederá a curatela e indicará os atos para os quais a mesma será necessária, não havendo mais que se falar em curatela parcial ou total. Assim, nos termos do artigo 755 do novo CPC, o juiz nomeará curador e fixará expressamente os limites da curatela, não podendo mais declarar genericamente que esta será total ou parcial, até mesmo porque a incapacidade absoluta agora se restringe aos menores de 16 anos.
Ana Clara passa a ser incapaz relativamente e não mais absolutamente, continua com seu curador, Jader por conseguir exprimir sua vontade, mas agora, o juiz concederá a curatela e indicará os atos para os quais a mesma será necessária, não havendo mais que se falar em curatela parcial ou total. O juiz nomeará curador e fixará expressamente os limites da curatela
4 – Geraldo com 17 anos de idade se declarou maior para Carlos que lhe vendeu uma moto. Arrependendo-se do negócio jurídico, Geraldo requereu a sua anulação declarando que como relativamente incapaz, deveria ter sido assistido por seus pais. Tendo em vista as normas do Código Civil o negócio será nulo ou anulável? Justifique e fundamente.
O negócio será anulável. 
Código Civil/2002:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
5. Cleuton, nascido em 1930 desapareceu em 2010. Necessitando resolver uma pendência patrimonial, seus filhos requereram em juízo a declaração da morte presumida sem decretação de ausência, bem como abertura da sucessão definitiva. 
A - O juiz tem fundamento jurídico para acatar o pedido? Justifique e fundamente.
 O juiz tem fundamento jurídico para acatar o pedido, uma vez que, a declaração da morte presumida é o procedimento legal para atestar o falecimento de vítimas de acidentes cujos corpos não foram encontrados após o encerramento das buscas e posterior declaração oficial das autoridades de que não foi possível seu reconhecimento ou localização. Legalmente, o procedimento exige intervenção do Ministério Público para solicitar ao juízo a declaração da morte presumida mediante comprovação idônea de que a pessoa estava no local do desastre.
Presume-se que a ausência significa, pelo menos temporariamente, a morte, que justifica a abertura da sucessão, primeiro a provisória e, depois, a definitiva, à medida que envelhece o fato do desaparecimento da pessoa, de cujo paradeiro nada se sabe.
O artigo 6º do Código Civil dispõe que a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta quanto aos ausentes nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. O artigo 22 estabelece que, desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência e nomear-lhe-á curador.
 Para que esse fato tenha efeitos jurídicos, necessário se faz a provocação do Judiciário pelo interessado ou pelo Ministério Público, para que seja declarada ausência e nomeado um curador para administrar os bens do ausente.
Código Civil/2002
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
B – Faça a distinção entre morte real e morte presumida.
Morte real é aquela quando por decorrência do fato natural que é a vida, a pessoa deixa de existir, extinção do sopro de vida do ser humano. Só é confirmada a morte real, com o atestado de óbito registrado pelos profissionais da medicina.
Morte presumida- é aquela em que o sujeito desaparece, sem deixar evidências, não sabe seu paradeiro, e depois de procedimentos estipulados por lei, e passados mais ou menos dez anos e esse sujeito não retorna, considera sua morte presumida, o que facilita na hora da herança, porque os herdeiros poderão a partir daí utilizar os bens como seus fossem. Se ele retornar, ficará com o bem no estado em que se encontra.
C – Em que hipóteses pode o juiz decretar a morte presumida sem decretação de ausência.
Código Civil /2002:
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
6. Flávia, divorciada, dezessete anos de idade, celebra um contrato de locação de um imóvel de sua propriedade, sem a assistência de seus pais. Pode-se afirmar que o contrato é:
nulo em virtude da incapacidade de Flávia, já que com o divórcio a emancipação perdeu seus efeitos;
anulável em virtude da incapacidade de Flávia, já que com o divórcio a emancipação perdeu seus efeitos;
nulo, pois Flávia não atingiu a maioridade;
válido, pois Flávia está emancipada;
válido, pois em qualquer locação de imóvel basta a idade de dezesseis anos do locador para sua validade.
Resposta: letra d) válido, pois Flávia está emancipada.
Código Civil/2002:
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
7. Suponha que Aldo, com dezesseis anos de idade, deseja ser emancipado por seus pais. Nessa situação e de acordo com a legislação civil vigente relativa à emancipação e à família, julgue os itens em seguida, e explique e fundamente a resposta.
( ) Se apenas o pai de Aldo desejar emancipá-lo, essa emancipação terá efeito de pleno direito nos termos do Código Civil vigente.
Resposta: Falso. Em regra geral, se apenas o pai de Aldo desejar emancipá-lo, essa emancipação não terá efeito de pleno direito nos termos do Código Civil vigente. Para que tenha efeito é necessário a concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro. Percebe-se aqui a real vontade e concordância dos pais em realizar o ato da emancipação do filho, isto é, não poderá haver discordância de vontade parental.
Caso um dos pais não concordar com a emancipação, o juiz poderá autorizá-la caso o motivo da recusa não tenha justificativa. Esse ato é chamado de suprimento judicial.
( ) A hipótese de emancipação apresentada é classificada pela doutrina como emancipação voluntária.
Resposta: Verdadeiro. A emancipação voluntária é a que decorre da concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro. Percebe-se aqui a realvontade e concordância dos pais em realizar o ato da emancipação do filho, isto é, não poderá haver discordância de vontade parental.
( ) Caso Aldo case-se com Maria, de dezessete anos de idade, tornar-se-á plenamente capaz, apesar de não ter 18 anos de idade, o mesmo ocorrendo com ela.
Resposta: Verdadeiro. Toda pessoa poderá contrair casamento a partir dos 16 anos, desde que autorizados pelos pais ou tutores. A partir do momento que o pai autoriza seu filho menor a se casar, tacitamente está autorizando a sua emancipação, para que tenha capacidade plena para iniciar uma nova família. Ilógico seria o contrário, permanecendo o vínculo parental mesmo após o matrimônio. Importante destacar que essa regra, por objetiva previsão legal, só se aplica ao casamento, isto é, não se aplica à união estável.
( ) Supondo que Aldo esteja concluindo a 3.ª série do ensino médio, caso ele seja aprovado no vestibular, será automaticamente emancipado.
Resposta: Falso. Aldo seria emancipado por sua colação de grau em curso de ensino superior e não pelo fato de sua aprovação no vestibular.
Esta espécie de emancipação legal ocorrerá muito raramente, considerando a extensão do ensino fundamental e médio do sistema educacional brasileiro. Caso um superdotado venha a colar grau antes dos 18 anos, estará emancipado.
( ) Caso Aldo seja emancipado com a concordância de seus pais e queira se casar após a emancipação, ainda assim deverá ter a autorização dos mesmos.
Resposta: Verdadeira. Homens e mulheres atingem a capacidade nupcial a partir dos 16 anos. Entretanto, entre os 16 anos e os 18 anos, necessitam da autorização dos responsáveis legais para casarem, podendo os pais, tutores e curadores, até a celebração do casamento, revogar a autorização. O consentimento, em regra,1 deve ser dado por escrito. Se o pai, a mãe, o tutor ou o curador não sabe ou não pode escrever, tem de passar procuração por instrumento público, ou prestar o consentimento perante o juiz de casamentos.
A capacidade de fato pode ser adquirida pela maioridade ou pela emancipação. Dessa forma, quem é emancipado é porque não atingiu a maioridade, e mesmo sendo pessoa capaz continua sendo menor. Verifica-se, assim, que a emancipação não implica maioridade, mas capacidade. Dessa forma, entendemos que o menor em idade núbil emancipado não pode casar sem autorização dos pais, pois o Código Civil é claro no sentido de afirmar, no art. 1.517, que exige-se autorização de ambos os pai, ou de seus representantes legais enquanto não atingida a maioridade civil. Assim, quem é emancipado tem capacidade mas não atingiu, ainda, a maioridade civil, motivo pelo qual entendo que não é possível menor em idade núbil emancipado se casar sem autorização dos seus representantes legais.5 Contudo, considerando que a emancipação é a aquisição.
8. João tem 75 anos de idade. Seus filhos, desejosos da administração de seu patrimônio, entraram em juízo com pedido de interdição, alegando que a sua avançada idade acarreta obrigatoriamente sua incapacidade absoluta. A respeito da situação hipotética apresentada e do que aborda o Código Civil nesse âmbito, julgue os itens abaixo e explique e fundamente a resposta.
( ) A idade avançada, por si só, é causa de incapacidade civil, pois, necessariamente, impede a manifestação da livre vontade.
Resposta: Falso. Nesse contexto, ensina o doutrinar Carlos Robertos Gonçalves:
(…) a velhice ou senilidade, por si só, não é causa de limitação de capacidade, salvo se motivar um estado patológico que afete o estado mental e, em consequência, prive o interditando do necessário discernimento para gerir o seu negócio ou cuidar da sua pessoa (GONÇALVES, Carlos Roberto. "Direito Civil Brasileiro", V. 1. 11ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2013, P. 119)
.
( ) O juiz, caso interdite João, deverá declará-lo, obrigatoriamente, absolutamente incapaz.
Resposta: Falso. Se não cabe o pedido de interdição, não há que cogitar de incapacidade.
 De qualquer forma, vale ressaltar:
Código Civil/2002: 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
Nos casos de senilidade, quando alegada a incapacidade absoluta por essa motivação, ela por si só não gera a restrição à capacidade de fato do indivíduo, tendo este total domínio sobre suas ações. Ela só será arguida e sustentada se, no exame do caso concreto, for comprovada que junto com a senilidade há um estado mental patológico. Será o resultado do estado psíquico o causador da incapacidade, e não o envelhecimento.
Os relativamente incapazes não são representados, seja por tutor, seja por curador, como os absolutamente incapazes. Eles são assistidos, o que consiste na intervenção conjunta do assistente e do assistido para a prática do ato.
( ) Se João for declarado incapaz, em regra, os seus atos jurídicos serão inválidos e nulos.
Resposta: Verdadeiro. Se ocorresse de ser declarada a incapacidade absoluta, sim.
O ato nulo é o ato que embora reúna os elementos necessários a sua existência, foi praticado com violação da lei, a ordem pública, bons costumes ou com inobservância da forma legal;
O ato anulável é o que tem defeito de menor gravidade. Já a invalidade é uma forma genérica das subespécies de: nulidade e anulabilidade. Assim, tanto o ato nulo como o anulável é considerado inválido. 
( ) A pessoa absolutamente incapaz pode adquirir propriedade por especificação.
Resposta: Verdadeiro. Devemos lembrar que existem: a capacidade de direito ou de gozo e a capacidade de fato ou de exercício. A primeira é a aptidão da personalidade para adquirir direitos e assumir deveres na vida civil. Capacidade de fato ou de exercício é a aptidão para exercer os direitos e deveres da vida civil que se alcança com a maioridade ou com a inexistência de insuficiência somática. Na questão, o incapaz pode adquirir propriedade por especificação, porém não poderá exercê-lo direta ou pessoalmente devendo ser representado pelo seu curador ou pelo seu responsável legal, sendo esta a única maneira do mesmo exercer os atos da vida civil e celebrar o negócio jurídico.
9. Quanto à individualização da pessoa natural, julgue os itens a seguir, fundamentando a resposta e justificando os falsos.
( ) A pessoa natural é individualizada pelo nome, estado e domicílio.
Resposta: Verdadeiro. Sim a pessoa natural é individualizada pelo nome, estado e domicílio. Através de tais atributos é possível a individualização da pessoa natural no seio da sociedade.
( ) Nome é a designação ou sinal exterior pelo qual a pessoa é identificada no seio da família e da sociedade.
Resposta: Verdadeiro. Nome é a designação ou sinal exterior pelo qual a pessoa identifica-se no seio da família e da sociedade. 
Código Civil/2002:
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
( ) O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Resposta: Verdadeiro. Código Civil/2002: 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
( ) A tutela do nome não alcança a do pseudônimo.
Resposta: Falso. O pseudônimo, que é utilizado para ocultar a identidade civil do titular e é usado por artistas em geral, escritores, entre outros, também tem proteção legal. Nesse sentido, o Art. 19, CC, prescreve que o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Código Civil:
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
( ) O prenome é a parte do nome que identifica a origem familiar da pessoa.
Resposta: Falso. O Prenome é o nome próprio de cada pessoa e tem como função a distinção de membros da própria família, podendo ser simples (João, José) ou composto (CarlosEduardo, Pedro Henrique). Pode ser livremente escolhido pelos pais, devendo prevalecer o bom senso na escolha para não expor o filho ao ridículo. O Sobrenome, também conhecido como apelido de família, cognome ou patronímico, é o sinal que define e identifica a origem da pessoa, de forma a indicar sua filiação ou estirpe. É característico da família sendo, assim, transmissível por sucessão.
( ) O prenome é imutável, contudo, a lei autoriza sua mudança em casos como: 
(a) evidente erro gráfico; (verdadeiro)
(b) exposição ridículo o seu portador; (verdadeiro)
É possível obter-se, ainda, a retificação do prenome em caso de evidente erro gráfico81, como prevê o art. 110 da Lei dos Registros Públicos, bem como em caso de exposição de seu portador ao ridículo, com base no parágrafo único do art. 55 da mesma lei, que proíbe o registro de nomes extravagantes. A retificação do prenome em caso de evidente erro gráfico se processa com suporte no art. 110 e parágrafos da Lei n. 6.015/73 (Lei dos Registros Públicos), que preveem para a hipótese um procedimento sumário, no próprio cartório, com manifestação do Ministério Público e sentença do juiz. A mudança do prenome, no caso do parágrafo único do art. 55, se o oficial não o houver impugnado por expor ao ridículo o seu portador, depende de distribuição, perante o juiz, de procedimento de retificação de nome, na forma do art. 109 da mencionada lei. Incluem-se nesse caso as hipóteses de pessoas do sexo masculino registradas com nome feminino e vice-versa. Tem a jurisprudência admitido a retificação não só do prenome como também de outras partes esdrúxulas do nome.
(c ) para a inclusão ou substituição pelo apelido público notório; (verdadeiro)
A Lei n. 9.708, de 18 de novembro de 1998, deu ao art. 58 da Lei dos Registros Públicos a seguinte redação: “O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios”. Na primeira parte, a redação segue, em princípio, a regra anterior, segundo a qual o prenome era imutável, ao prescrever que o prenome será definitivo, de modo a evitar eventuais alterações indesejáveis para a segurança das relações jurídicas. O critério adotado é, portanto, o da inalterabilidade relativa do prenome. Os apelidos públicos notórios somente eram acrescentados entre o prenome, que era imutável, e o sobrenome, como aconteceu com Luiz Inácio “Lula” da Silva e Maria da Graça “Xuxa” Meneghel, Agora, no entanto, podem eles substituir o prenome se quiserem. Se o desejar, Edson Arantes do Nascimento poderá passar a chamar-se Pelé Arantes do Nascimento, por exemplo.
(d) quando o seu portador sofrer coação ou ameaça decorrente de colaboração na apuração de crime; (verdadeiro)
A Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999, deu nova redação ao parágrafo único do referido artigo, prescrevendo que a “substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público”. Desse modo, as testemunhas de crimes que se encontram sob coação ou ameaça e necessitam, pois, de proteção, podem pleitear não só a alteração de seu prenome como ainda a alteração do nome completo (Lei n. 9.807/99, arts. 7º e 9º).
(e) adoção. (verdadeiro) 
Lei n. 12.010/09: o adotado não pode conservar o sobrenome de seus pais de sangue, como consequência do desligamento dos vínculos de parentesco determinado no art. 41, caput, do Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo acrescentado ao seu, obrigatoriamente, o do adotante, como dispõe expressamente o § 5º do art. 47 do referido diploma, com a redação dada pela Lei n. 12.010/09: “A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome”.
Fora desses casos não se admite a mudança do prenome. (Falso)
A jurisprudência já vinha admitindo a substituição do prenome oficial pelo prenome de uso. Se a pessoa é conhecida de todos por prenome diverso do que consta de seu registro, a alteração pode ser requerida em juízo, pois prenome imutável, segundo os tribunais, é aquele que foi posto em uso, e não o que consta do registro83.
Atualmente, portanto, o prenome oficial tanto pode ser substituído, conforme o caso, por apelido popular, na forma dos exemplos citados e de acordo com a lei, como por outro prenome pelo qual a pessoa é conhecida no meio social em que vive, com base no permissivo criado pela jurisprudência.
Além das hipóteses citadas de alterações de prenome permitidas pela lei, outras há, criadas pela jurisprudência, que não se limitou a deferir a substituição do prenome oficial pelo de uso, mas ampliou as possibilidades de mudança, estendendo-a a outras situações consideradas justas e necessárias. Têm os tribunais, com efeito, além de outras hipóteses mencionadas nos itens seguintes, autorizado a tradução de nomes estrangeiros para facilitar o aculturamento dos alienígenas que vêm fixar-se no Brasil.
*Observação: A regra é que o nome não pode ser modificado, por questões de segurança!
( ) Enquanto a lei admite algumas hipóteses que autorizam a mudança do prenome, quanto ao sobrenome sua imutabilidade é absoluta.
Resposta: Falso. O sobrenome ou patronímico, contudo, em razão do princípio, que é de ordem pública, da estabilidade do nome (LRP, art. 57), só deve ser alterado em casos excepcionais. A lei limitou a mutabilidade de modo não absoluto. A jurisprudência tem sido sensível ao entendimento de que o que se pretende com o nome civil é a real individualização da pessoa perante a família e a sociedade.
( ) O Estado constitui a soma de qualificações da pessoa na sociedade, hábeis a produzir efeitos jurídicos. A doutrina distingue três ordens de estado: o individual (é o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde etc...), o familiar (solteiro, casado, viúvo, divorciado etc...) e o político ( nacional ou estrangeiro).
Resposta: Verdadeiro. O estado (status) da pessoal natural é a soma das qualificações da sociedade, hábeis a produzir efeitos jurídicos. É, segundo Clóvis Beviláqua, o modo particular da pessoa existir.
O estado individual é o modo de ser da pessoa quanto á idade, sexo, cor, altura, saúde etc. Algumas dessas particulares (idade e saúde) exercem influência sobre a capacidade civil (maioridade e menoridade);
O estado familiar é que indica a situação da pessoa na família em relação ao matrimônio (solteiro, casado, separado, divorciado, viúvo e ao parentesco consanguíneo (pai, filho, irmão) ou afim (sogro, genro etc);
O estado político é a qualidade jurídica que decorre da posição do indivíduo na sociedade política, podendo ser nacional, podendo ser nato (art.12, Constituição Federal) ou naturalizado (art.12, II, a, Constituição Federal) ou estrangeiro (art.12, II, Constituição Federal).
( ) O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela, de modo definitivo, estabelece sua residência. Contudo, é também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Resposta: Verdadeiro. Código Civil/2002:
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
( ) O conceito de domicílio civil se compõe de apenas um elemento, a saber, a residência, que para o Direito Civil tem o mesmo significado de morada ou habitação.
Resposta: Falso.
Código Civil/2002:
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.( ) O domicílio pode ser: (a) voluntário (depende da vontade exclusiva do interessado); e (b) necessário ou legal (determinado pela lei).
Resposta: Verdadeiro.
Domicílio Voluntário: é o domicílio geral que decorre de ato de vontade, ou seja, do fato de o indivíduo estabelecer sua residência com ânimo definitivo, em um determinado lugar.
Domicílio Legal = Necessário: é o domicílio geral que decorre de determinação legal. As hipóteses de domicílio legal estão previstas no art. 76 , CC ("têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso").
Código Civil/2002:
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
( ) O domicílio voluntário pode ser geral (ou comum) e especial. O geral se dá quando a pessoa não se sujeita a domicílio necessário, podendo escolher livremente seu domicílio; o especial é o estabelecido em contrato (foro de eleição).
Resposta: Verdadeiro.
O domicílio pode ser: 
 Voluntário
O domicílio voluntário geral ou comum: é́ aquele que depende da vontade exclusiva do interessado. Qualquer pessoa, não sujeita a domicílio necessário, tem a liberdade de estabelecer o local em que pretende instalar a sua residência com ânimo definitivo, bem como de mudá-lo, quando lhe convier (CC, art. 74).
O domicílio especial: pode ser o do contrato, a que alude o art. 78 do Código Civil, e o de eleição, disciplinado no art. 63 do Código de Processo Civil. O primeiro é a sede jurídica ou o local especificado no contrato para o cumprimento das obrigações dele resultantes. O foro de eleição é o escolhido pelas partes para a propositura de ações relativas às referidas obrigações e direitos recíprocos.
( ) A parte não poderá abrir mão do foro de eleição, mesmo sendo ela a beneficiária de tal cláusula contratual. Isto é, não pode a parte beneficiada pelo foro de eleição propor ação no foro do domicílio do réu.
Resposta: Falso.
Inobstante a existência da regra do foro de eleição, o autor poderá propor a demanda no domicílio do réu (regra geral). A lição de Arruda Alvim é por demais esclarecedora, nesse mister:
“Mesmo havendo cláusula de eleição de foro, não fica uma das partes inibida de propor ação no domicílio da outra, dado que o réu não será prejudicado. É legítima a propositura da ação no domicílio do réu, ao invés de o ser no foro de eleição. Assim, a eleição de foro não elimina, nunca, o foro do domicílio. (...). Razão pela qual, também, aqui, poder-se-ia falar na existência de foros concorrentes. (...) a opção pelo foro do domicílio, mesmo havendo foro de eleição, não enseja o oferecimento por parte do réu de exceção de incompetência ratione loci. O foro de eleição é um foro a mais, mas que, nem pelo fato de existir, transmuda o foro domiciliar em foro incompetente” (Obra citada, p. 278/279).
 ( ) O foro de eleição é admitido nos contratos de adesão.
Resposta: Verdadeiro.
O CC/02, tal qual o CC/16, não conceitua o contrato de adesão. Ao longo dos anos, a tarefa coube à doutrina. Segundo Caio Mário da Silva Pereira, “Chamam-se contrato de adesão aqueles que não resultam do livre debate entre as partes, mas provêm do fato de uma delas aceitar tacitamente cláusulas e condições previamente estabelecidas pela outra” (Instituições de Direito Civil, vol. III, p. 43).
Diz o CDC em seu art. 54: “Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo”.
Por consequência, mitigou-se a máxima segundo a qual o juiz não pode declinar a incompetência relativa. Com efeito, a jurisprudência, aos poucos, veio firmando entendimento favorável ao consumidor. Nesse ponto, tratando-se de competência territorial estabelecida por força de contrato de adesão, o magistrado poderá declinar a competência, notadamente, quando se convencer do prejuízo trazido ao consumidor com o foro escolhido (em verdade, imposto).
Em se tratando de relação de consumo, tendo em vista o princípio da facilitação de defesa do consumidor, não prevalece o foro contratual de eleição, por ser considerada cláusula abusiva, devendo a ação ser proposta no domicílio do réu, podendo o juiz reconhecer a sua incompetência ex officio” (STJ – 2ª Seção – CC nº 48097/RJ – Rel. Min. Fernando Gonçalves – j. 13.04.05).
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10. Sobre os direitos da personalidade, analise o caso abaixo e responda aos questionamentos de forma justificada e fundamentada.
Adonias é homossexual e não teve o nome de seu pai no seu registro de nascimento. Em consequência disso não teve no seu nome o sobrenome do mesmo. Esta situação incomodava Adonias e aos 60 anos de idade requereu uma investigação de paternidade com pedido de acréscimo do sobrenome do pai na certidão de nascimento, muito embora o pretenso pai já tivesse falecido. A televisão local, ao saber do fato, foi entrevistar Adonias que se recusou a dar entrevista, tendo a emissora, ameaçado divulgar o fato, inclusive, denegrindo a honra do mesmo e de seu falecido pai. 
A – O juiz pode negar o pedido com base na prescrição do direito? Justifique e fundamente
Com base no art. 16, CC todos tem direito ao nome e ao sobrenome, sendo assim, comprovada a familiaridade com o falecido pai, o juiz não pode negar o pedido de adição do sobrenome, sendo o direito ao nome direito da personalidade, vitalício, segundo o art. 11, CC.
B – O juiz pode acatar o pedido de investigação, mas indeferir o pedido de mudança de nome? Justifique e fundamente
Não, pois o direito ao nome e um direito de personalidade,  Para tanto, o art. 16 aborda dupla finalidade. O indivíduo possui o direito de retificação do nome, quando há necessidade de mudá-lo.
C – Adonias pode impedir que a emissora divulgasse o fato? Justifique e fundamente.
 De acordo com o art. 17, CC O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Sendo Assim, Adonias pode impedir que a emissora divulgue o fato.
D – Se positivo, que tipo de ação Adonias pode manusear? Justifique e fundamente.
 Adonias poderá utilizar uma ação inibitória para evitar que a emissora divulgue o seu caso, ou após o caso ter sido divulgado poderá utilizar a ação ressarcitoria, com fundamentação no art. 20, CC.
‘’Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. ‘‘.
E – Se a emissora divulgar o fato, Adonias tem algum tipo de ação contra a emissora? Justifique e fundamente.
 Conforme o art. 17º, "O prenome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória." Compreendendo-se que qualquer que seja a discriminação ou "bullying" feito, será considerado difamatório e entende-se como danos morais.
  Assim, abre-se um parêntese para o art. 5º CF, em que, alguns de seus incisos explicitam sobre moral, e acabam por resguardar também o direito ao nome.
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade.
"V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por danosmateriais, morais ou à imagem."
De acordo com o inciso V, entende-se que é defendido o direito ao indivíduo de recorrer a justiça para ser ressarcido pelo uso indevido do seu nome ou imagem, enfim, direitos de defesa moral da pessoa
F – Faça a distinção entre ação inibitória e ação ressarcitória?
A ação inibitória tem como função inibir a pratica, a repetição ou a continuação do ato ilícito, é essencialmente preventiva, pois é sempre voltada para o futuro.
A ação ressarcitoria é uma forma de ação específica para a busca de indenização, ressarcimento ou reparação por atos de terceiro, sempre voltada para atos já praticados no passado.
G – Com relação ao pai, quais pessoas teriam legitimidade para ingressar com ação contra a emissora? Justifique e fundamente. 
Segue texto do art. 20 p. u. do CC que determina quem tem legitimidade de entrar com ação contra a emissora : ‘’. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. ’’
H – Se confirmada à paternidade e concedida a mudança de nome, haverá um registro ou uma averbação no Cartório de Registro Civil? Justifique e fundamente.
Será feita uma Averbação mediante mandado expedido em processo judicial, pois ocorrerá uma mudança de nome e de pronome após 1 ano decorrido da maioridade. De acordo com a Lei de Registros Públicos - Lei 6015/73 | Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973
I – Em querendo Adonias fazer a cirurgia para mudança de sexo, de acordo com a legislação vigente, seria possível a cirurgia? Justifique e fundamente.
Sim seria possível, pois de acordo com o artigo 13 do código civil fica determinado que a pessoa pode dispor do próprio corpo deste que não aja diminuição à integridade física, ou contrariar os bons costumes.
J – Se fosse ou for possível a cirurgia, se a mesma for realizada, Adonias terá direito à mudança de nome? Justifique e fundamente.
 Em regra, o nome é imutável, mas em algumas exceções como a transexualidade fica permitido a mudança de nome, de acordo com a decisão da 4º turma do STJ, de 08/05/2017 (fica permitido mesmo sem a realização da cirurgia)
L – Se Adonias quiser dispor de seu corpo para depois de sua morte, será possível fazê-lo. Se positivo de que forma? Justifique e fundamente.
 Sim, seria possível, de acordo com o art. 14, CC, É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
11 – Jamil desapareceu de sua residência e dele não se tem notícia. Não deixou procurador. Possui esposa, ascendente e descendente. Seu filho mais velho, Alaor requereu ao Juiz que o nomeasse curador dos bens de seus pais. 
A - Será legítima a sentença que acatar o pedido e nomear este filho como curador? Justifique e fundamente.
 Não, pois cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador de acordo com o Art. 1.775, CC.
B - Quando se poderá declarar a ausência de Jamil? Justifique e fundamente.
 Pelo novo estatuto legal considera-se ausente pessoa de que deixa o seu domicílio, sem deixar notícias suas e nem representante ou procurador que administre os seus bens. Nestes casos, a requerimento do MP ou de outro interessado, o juiz declarará a ausência e nomeará curador provisório. (ART 22, CC)
Depreende-se, portanto, do artigo 22, que somente no caso do ausente desaparecer sem deixar mandatário é que o juiz declarará desde logo a ausência. 
C - Qual a consequência da declaração de ausência de Jamil? Justifique e fundamente.
Vários são os efeitos que serão decorrentes da declaração judicial De ausência, abalando as relações referentes ao direito de família, sucessões, patrimoniais, previdenciários, dentre outros. Porem se declara a morte presumida com declaração de ausência, quando o Código Civil autoriza, na última parte de seu art. 6º: “(...) presume-se esta (a morte), quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”.
D – Pedro filho mais novo de Jamil, após a decretação de ausência de seu pai e aberta a sucessão provisória, requereu seu quinhão. O juiz negou lhe dar posse do patrimônio, sob a alegação de que não possuía condições de prestar caução. Agiu corretamente o juiz? 
Não, pois de sendo Pedro, um herdeiro legitimo tem direito a sua parte garantida pelo art. 27, II, CC.
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
E – Esperta a cônjuge do desaparecido Jamil, após a abertura da sucessão provisória, tomou posse de seu quinhão e passou a administra-lo. 5 anos após, Jamil retornou, justificando sua ausência, pois, durante este período se encontrava desmemoriado e internado. Jamil requereu de sua esposa a metade dos rendimentos dos frutos referentes à administração de seus bens durante o tempo em que ficou desaparecido. Sua mulher recusou o pagamento, alegando que somente estava obrigada a restituir os bens, mas não a pagar os frutos capitalizados. Os fundamentos da esposa estão corretos? 
Sim, pois segundo o art. 33, CC O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem;
F - Antônio, sucessor testamentário do desaparecido Jamil, com a abertura da sucessão provisória tomou posse de seu quinhão e passou a administra-lo. Com o retorno de João após 5 anos da abertura da sucessão provisória, o que Antônio estaria obrigado a restituir a Jamil?
 Antônio será obrigado a restituir a Jamil todos os bens que lhe foram curatelados para posse provisória 
G - Se Jamil retornasse somente após a decretação da morte presumida e concretizada a sucessão definitiva, teria direito a receber seus bens de volta? E os frutos da administração destes bens durante seu desaparecimento?
 De acordo com o Art. 39 Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. Portanto Jamil tem direito a receber seus bens de volta, porem os frutos da administração como citado no art. 33, CC será de quem os administrou.
H – Em que circunstâncias o patrimônio de Jamil poderia passar para a titularidade do Município, Distrito Federal ou União? 
Caso Jamil não retornasse após 10 anos da sentença referida, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passariam ser do domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
I – Em que circunstâncias o Ministério Público poderá intervir nos institutos da ausência, da sucessão provisória ou da sucessão definitiva? 
Quando os prazos são encerrados e ninguém se manifesta cabe ao ministério publico requerer as sucessões. Ex.: Código de Processo Civil - Art. 1.163. Passado 1 (um) ano da publicação do primeiro edital sem que se saiba do ausente e não tendo comparecido seu procurador ou representante, poderão os interessados requerer que se abra provisoriamente a sucessão.
§ 1º Consideram-se para este efeito interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos legítimos e os testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito subordinado à condição de morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
§ 2º Findo o prazo deste artigoe não havendo absolutamente interessados na sucessão provisória, cumpre ao órgão do Ministério Público requerê-la.
J – Existe alguma outra pessoa que a lei habilita a requerer ao Juiz a decretação da ausência e a abertura da sucessão provisória? 
São legítimos interessados:
I) o cônjuge não separado judicialmente. Tem interesse em requerer a abertura da sucessão para que seu quinhão seja delimitado;
II) os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários. Têm interesse, pois a decisão que declara a ausência confere a eles o domínio dos bens deixados;
Uma vez imitidos na posse dos bens, os seus herdeiros ficarão responsáveis por representar o ausente em juízo, tanto em relação às ações em curso, quanto em relação àquelas que eventualmente vierem a ser propostas contra ele (art. 32).
III) aquele que tenha direito a algum bem do ausente subordinado à sua morte, como no caso do donatário que recebe uma doação subordinada à condição suspensiva da morte do doador. Declarada a ausência do doador o donatário poderá requerer a abertura da sucessão provisória daquele para receber a propriedade do bem doado;
IV) os credores de obrigações vencidas e não pagas. Com a morte do ausente as dívidas passam a ser devidas pelos seus herdeiros na proporção de seus quinhões. Neste caso os credores poderão cobrar os seus créditos dos herdeiros do ausente.
H – O curador dos bens do ausente poderão alienar estes bens?
 Os bens imóveis do ausente não poderão ser vendidos, salvo em caso de desapropriação pelo poder público ou para evitar que se deteriorem, e também não poderão ser hipotecados, salvo por determinação judicial (art. 31,CC ). Neste aspecto merece destaque a modificação trazida pelo novo Código Civil. O seu artigo 31 suprimiu a possibilidade de alienação dos bens do ausente para convertê-los em títulos da dívida pública. Com a entrada em vigor do novo diploma somente é permitida a alienação dos bens do ausente em caso de desapropriação e para evitar a sua ruína
.
I – O que pode acontecer se entre os bens do ausente tiver objetos perecíveis? 
 Art. 1.166, CC Cumpre aos herdeiros, imitidos na posse dos bens do ausente, prestar caução de restituí-los.
12. Declarada a ausência de Gilberto e aberta a sua sucessão provisória, apareceram dois herdeiros. Um herdeiro testamenteiro (Carlos), e outro herdeiro (Cláudio) que era sobrinho do ausente. Inexistiam outros herdeiros. Aberto o testamento, o ausente deixava todos os bens disponíveis para Carlos. 
A - Cláudio terá direito a parte do patrimônio deixado pelo ausente se prestar caução? 
 Não, pois segundo o artigo Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar.
B - Carlos terá que prestar caução para receber seu quinhão?
 Sim, Carlos terá que deixar como garantia de restituição no valor de seu quinhão.
 Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
C – Se Gilberto não tivesse nenhum herdeiro e não tivesse deixado testamento, qual seria o procedimento para seus bens? 
O Ministério Publico requere o juízo.
Art. 28 § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
D - O parágrafo 2° do artigo 28 da C.C.B remete o aplicador do direito para o conceito de HERANÇA JACENTE e HERANÇA VACANTE. O que significa estes dois termos e quais as consequências de sua declaração?
 Ocorre "herança jacente" quando alguém falece não deixando testamento, nem cônjuge sobrevivente e nem parente conhecido para sucedê-lo. Sendo declarada a herança como jacente, o juiz da comarca de domicílio do falecido, sem perder tempo  procederá a arrecadação de todos os bens.
Herança vacante é aquela que foi declarada de ninguém. Como nenhum herdeiro compareceu para reclamar seus direitos, a herança será entregue ao poder público.
Após a declaração da herança vacante os herdeiros como irmãos, sobrinhos, tios e primos ficam excluídos do direito a sucessão. Já os herdeiros diretos (ascendentes e descendentes) e o cônjuge tem ainda o prazo de cinco anos contados da abertura da sucessão para  dar início a herança. Caso nenhum herdeiro der início a ação e passar o prazo de cinco anos da abertura da sucessão, o acervo hereditário será em definitivo do poder público.
13. Amanda quer constituir uma pessoa jurídica. Sobre esta situação verifique:
A – Quais são os requisitos para que Amanda constitua essa pessoa jurídica?
 Para a constituição de uma pessoa jurídica exigem-se três requisitos básicos: vontade humana criadora, observância das condições legais para sua formação e liceidade de finalidade.
B – Amanda constituiu a sociedade juntamente com sua irmã Agatha, mas não a registrou. Qual a situação jurídica da sociedade das mesmas? 
Em suma, uma sociedade não formalizada em contrato não perde sua validade e tem obtido reconhecimento consolidado pelo Poder Judiciário, desde que o vínculo jurídico se comprove por todos os meios legais descritos. 
C – Não conseguindo pagar as dívidas constituídas desta sociedade, como será a responsabilidade das sócias?
 Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.
D – De esta empresa tivesse sido registrada na modalidade de Sociedade Limitada (LTDA) a situação se modificaria?
 Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. A sociedade limitada rege-se, nas omissões, pelas normas da sociedade simples.
14. Que significa ser ente despersonalizado e quais os reconhecidos pela Lei?
 Significa que pode ser conferida a eles a faculdade de participarem como sujeitos de direitos em certas relações jurídicas, como, por exemplo, na relação jurídica processual, eles estão definidos no artigo 12 do Código de Processo Civil Brasileiro, sendo eles a massa falida, o espólio, a herança jacente, a herança vacante, a sociedade irregular e o condomínio edilício.
15. Faça a distinção entre Associação e Fundação.
Associação:
Constituída por pessoas. 
Pode (ou não) ter patrimônio inicial. 
A finalidade é definida pelos associados. 
Os associados deliberam livremente. 
Registro e administração são mais simples. 
Regida pelos artigos 44 a 61 do Código Civil. 
Criada por intermédio de decisão em assembleia, com transcrição em ata e elaboração de um estatuto. 
Fundação:
Constituída por patrimônio, aprovado previamente pelo Ministério Público. 
O patrimônio é condição para sua criação. 
A finalidade deve ser religiosa, moral, cultural ou de assistência, definida pelo instituidor. 
A finalidade é perene. 
As regras para deliberações são definidas pelo instituidor e fiscalizadas pelo Ministério Público. 
Registro e Administração são mais burocráticos. 
Regida pelos artigos 62 a 69 do Código Civil. Criada por intermédio de escritura pública ou testamento. 
Todos os atos de criação, inclusive o estatuto, ficam condicionados à prévia aprovação do Ministério Público.

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