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CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO CRIME DE FURTO

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Prévia do material em texto

Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
 
Prof. MsC. Luciano costa: Mestre em Direito do Estado; professor da Faculdade Estácio/FAP; 
professor convidado da UFPA no Curso de Mestrado e Especialização em Segurança Pública e 
Cidadania; professor da Escola de Governo – EGPA e professor do Instituto de Ensino de 
Segurança Pública do Pará – IESP. 
 
Sr (a) aluno (a), 
O presente material é apenas um resumo dos itens do programa de Direito Penal III, 
objetivando dá um norte do tema abordado. Importante ressaltar que ele não substitui a 
necessária e obrigatória leitura dos livros dos doutrinadores sugeridos, para que o aluno 
reforce e amplie seus conhecimentos sobre os tópicos abordados. 
 
RESUMO DE AULAS 
 
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO 
 
O fundamento dos crimes contra o patrimônio acha-se no art. 5º da CF, quando afirma 
 
 
O direito à propriedade é inviolável, e situa-se no rol dos direitos fundamentais. 
DELITO DE FURTO – art. 155 
Furtar significa apoderar-se ou assenhorear-se de coisa pertencente a outrem. Subtrair 
significa retirar da esfera de posse do proprietário ou do possuidor. 
Os bens jurídicos protegidos são a posse e a propriedade da coisa móvel. 
 
FURTO SIMPLES: é o previsto no caput do artigo 155 do CP: 
OBJETIVIDADE JURÍDICO: é a propriedade, a posse e a detenção legítima. 
OBJETO MATERIAL: é a coisa alheia móvel que é retirada sem violência. 
Coisa móvel: para fins penais é tudo aquilo que pode ser deslocado, removido, 
apreendido ou transportado de um lugar para outro. 
São considerados coisa móvel os semoventes e animais quando tiverem proprietário. 
Semoventes são coisas que têm movimento próprio. O furto de gado chama-se 
abigeato. 
 
 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à igualdade, à segurança e à propriedade”. 
 
Por ficção jurídica, a luz, o ar, o calor, a água do mar ou do rio, embora não 
possam ser apreendidos ou utilizados em sua totalidade, mesmo assim podem ser 
aproveitados ou consumidos como força ou energia, e assim são objeto de furto. 
 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
Os direitos não podem ser objeto de furto, mas sim, os títulos que os representam, 
exige-se o valor econômico porque é crime material requerendo efetiva lesão ao 
patrimônio. 
A coisa tem ser alheia, pois não é possível furtar coisa pertencente a si mesmo. 
 
NUCLEO DO TIPO: é o verbo subtrair, que significa retirar algo de uma pessoa, sem 
violência. 
Não é imprescindível seja o furto cometido clandestinamente, podendo ser praticado 
abertamente, mesmo à vista da vítima. 
 
O furto pode ser cometido mediante direta apreensão manual da coisa, ou pode-se usar 
algum instrumento ou animal adestrado. Exemplo: 
 
 
DIFERENÇA ENTRE O CRIME DE FURTO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, salvo o proprietário. Também podem ser objeto 
de furto os condôminos, os co-herdeiros e os sócios, em razão de que não se pode 
subtrair coisa própria. 
 
Subtrair 
engloba 2 
condutas:
1- o bem é retirado da esfera de vigilância da vítima; Ex: Pedro está
em coletivo lotado, e João, com habilidade, lhe retira o seu celular do
bolso da calça, sem ele perceber.
2- o bem é espontaneamente entregue ao agente, mas ele,
indevidamente o retira da esfera de vigilância da vítima. Ex:
Uma pessoa entra no provador de uma loja com várias peças de
roupa, experimenta e ao sair, fica com uma das peças sob suas vestes,
não fazendo o pagamento.
FURTO DIFERE 
DA 
APROPRIAÇÃO 
INDÉBITA
1- No furto: a posse do bem 
é vigiada. Ex:Duas mulheres, 
A e B estão num fila de 
banco. A quer ir ao banheiro, 
mas se acha com uma bolsa 
com objetos comprados. 
Enquanto B está no banheiro, 
A vai embora levando a 
bolsa. Aqui a posse da bolsa 
estava vigiada. 
2- Na apropriação indébita: a
posse é desvigiada. Ex: João
toma emprestado um livro na
biblioteca da faculdade para
devolvê-lo no 5/10. Nese dia
não devolve o livro. João
praticou o crimde ap. indébita,
pois assenhoreou-se de um bem
pertente a outrem
Coisa imóvel jamais poderá objeto de furto ou roubo. Entretanto, os acessórios do 
imóvel podem, tais como árvores, madeiras, plantas e todos adornos do imóvel. 
 
Denis para subtrair uma jóia de valor de uma loja usou um cão adestrado para 
penetrar no ambiente e retirá-la. 
 
Ladrão que furta ladrão comete o crime de furto. Porém, a 
vítima desse crime não é o ladrão furtado, mas sim, o 
proprietário ou possuidor do bem, vítima do primeiro furto. 
 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
SUJEITO PASSIVO: é o proprietário ou o possuidor legítimo da coisa. 
O detentor da coisa não é sujeito passivo, pois não é titular do bem jurídico. Exemplo: 
Neste caso, a vítima do crime de furto é a empresa, mas não o Pedro, pois este é mero 
detentor da coisa. 
ELEMENTO NORMATIVO: a coisa deve ser alheia. 
ELEMENTO SUBJETIVO: é o dolo de assenhorear-se da coisa, com animus furandi, 
que passa a agir como se dono. Não se admite a modalidade culposa de furto. 
 
 
 
MOMENTO CONSUMATIVO: segundo a corrente majoritário, o furto se consumo 
quando há a inversão da posse do bem. É teoria da amotio. É a teoria adotada pelo 
STF: 
 
 
 
O STJ também compartilha esse entendimento: 
 
 
 
 
 
 
Não há necessidade da coisa furtada ser transportada para outro lugar. Ex. 
 
 
 
 
 
 
Pedro, representante comercial de uma empresa, utiliza carro da empresa para 
trabalhar, e determinado dia o carro foi furtado quando estacionou em frente da 
sua casa. 
 
Se um credor subtrai um bem do devedor para se ressarcir de dívida não paga, não 
comete o crime de furto, mas o crime de exercício arbitrário das próprias 
razões, não há o animus rem sibi habendi . 
 
“Para a consumação do furto, é suficiente que se efetive a 
inversão da posse, ainda que a coisa subtraída venha a ser 
retomada em momento imediatamente posterior”. 
 
“Consuma-se o crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve 
espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse 
mansa e pacífica ou desvigiada”. 
 
A teoria da amotio não impede o furto consumado quando o agente destrói, 
inutiliza, danifica ou oculta o bem, pois o furto é crime patrimonial e neste caso, 
houve diminuição do patrimônio da vítima, ficando o crime consumado. 
 
Uma empregada doméstica retira jóias da patroa e as esconde em suas coisas. 
 
Para a consumação do furto não se exige a posse mansa e pacífica do bem. 
Ocorre posse mansa e pacífica no momento em que o ladrão não está mais sujeito 
aos atos de legítima defesa da vítima ou de terceiro. 
 
 
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Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
 _______________________________________________ 
TENTATIVA: é admissível, pois é crime plurissubsistente. 
 
 
Se uma pessoa subtrai coisa própria, pensando ser alheia, não pratica o crime de furto, 
mas crime impossível, em face da impropriedade absoluta do objeto material.É POSSÍVEL O FURTO 
DE PARTES DO 
CORPO HUMANO: 
EXEMPLOS
1- Furto de cabelos e dentes 
com o dolo de lucro;
2- furto de objetos 
vinculados ao corpo: olho 
de vidro; perucas; dentes 
de ouro; próteses 
mecânicas; orelha de 
borracha, etc;
3- Há furto, quando o 
cadáver tem valor 
econômico e pertencer a 
uma faculdade de medicina 
ou hospital;
4- a subtração de cadáver ou 
partes dele caracteriza o 
crimde de destruição ou 
ocultação de cadáver- art.211
6- a subtração de rins, 
pulmão ou qualquer outro 
orgão do corpo, configura o 
crime de lesão corporal grave 
ou gravíssima- art. 129, § 1º, 
II do CP;
NAO PODEM SER 
OBJETO DE 
FURTO:
1- res nullius (coisa sem dono, coisa de ninguém); Exemplos:
animais selvagens na floresta, peixes no mar, etc, por que 
nunca foram apropriados;
2- res derelicta (coisa que foi abandonada); art. 1263 do CC; a pessoa
tinha a propriedade, mas a lançou fora. Ex. Pessoa comprou uma
bolsa e como não gostou, dias depois a deixa na calçada.
3- res desperdita (coisa perdida); quem se apossa de coisa
perdida não pratica furto, mas comete o crime do art. 169, II
CP
4- Res communes: Coisa de uso comum: são o ar, a luz, calor do
sol, água do mar ou de rios. Porém, a res communes pode ser
parcialmente objeto de furto, quando captada e aproveitada
como força ou energia, como por exemplo, ar liquefeito, calor
do sol como força motriz, vento como força motriz, etc,
incidindo na propriedade de alguém, e assim, podem ser
furtadas.
As águas de cisternas ou águas colhidas para uso de alguém podem ser objeto de 
furto. Mas o desvio ou o represamento de águas correntes alheias, em proveito próprio 
ou de outrem, tipifica o crime de usurpação de águas – art. 161, § 1, I, e não o crime 
de furto. 
 
Os direitos reais ou pessoais, a despeito do Código Civil considerá-los como coisa 
móvel (art. 83), não podem ser objeto de furto, por não serem coisas passíveis de 
apreensão, subtração, remoção ou transporte pelo agente. Contudo, os títulos ou 
documentos que os constituem ou representam podem ser furtados de seus titulares 
ou detentores. 
 
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Coisa de valor afetivo: pode ser objeto de furto, desde que seja móvel. 
FURTO NOTURNO- art. 155, § 1º do CP 
Quando o furto ocorre durante o repouso noturno, o legislador tornou mais grave o 
crime, em razão da menor vigilância que as pessoas exercem sobre seus patrimônios. 
 
 
 
 
As expressões “repouso noturno” e “à noite” não possuem o mesmo significado, pois 
esta última pode abranger períodos anteriores e posteriores ao repouso noturno. Ex: 
 
 
Também pode configurar o furto agravado pelo repouso noturno quando o local achar-
se habitado ou não, estando seus moradores presentes ou ausentes, pois a majorante 
repouso noturno reside na maior facilidade com que o agente pode praticar o crime, 
dada a carência de vigilância durante esse período. 
 
 
 
 
Para incidir a majorante repouso noturno não se exige que as pessoas da casa estejam 
dormindo, podendo, por exemplo: 
 
 
Não se pode aplicar essa causa de aumento de pena durante o dia, mesmo que a pessoa 
esteja em período de repouso. 
FURTO PRIVILEGIADO -Artigo 155 § 2º 
Ocorre quando o autor é primário e a coisa furtada é de pequeno valor. Preenchidas as 
condições, é direito subjetivo do agente e o juiz deve aplicar os benefícios. 
Aplica-se ao furto simples quanto ao repouso noturno, excluindo-se o furto qualificado. 
REPOUSO NOTURNO: pode-se dar em variados horários, 
mas normalmente compreende entre o início da noite, com o 
por do sol até o alvorecer. Neste período a vigilância fica 
dificultada quando a luz solar é substituída pela luz artificial. 
 
Avenida Doca de Souza Franco, 22: 00 h, aplica-se o conceito de noite, mas não o 
repouso noturno. 
 
Relativamente à aplicação da majorante repouso noturno ao furto qualificado, a 
maioria da doutrina e jurisprudência tem se posicionado no sentido de que somente 
cabe a majorante ao furto simples, na medida em que o furto qualificado já tem a 
punibilidade potencializada pelo dano produzido. 
 
Uma pessoa está com insônia e esteja vendo um filme, e o 
ladrão penetra na casa e comete furto. 
 
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Com reconhecimento do privilegiado, o CP autoriza o juiz a: 
 
Preenchidos os requisitos legais, o juiz deve reconhecer o privilégio e aplicar uma das 
medidas acima. É direito subjetivo do condenado e não uma discricionariedade do juiz. 
FURTO PRIVILEGIADO E REPOUSO NOTURNO 
É possível haver um crime de furto privilegiado praticado durante o repouso noturno. 
 
 
Neste caso, temos um concurso entre uma majorante (repouso noturno) e uma 
minorante (primário e pequeno valor da coisa furtada). 
FURTO DE ENERGIA – art. 155, § 3º 
Toda espécie de energia que tenha valor econômico equipara-se a coisa móvel. 
Podem ser exemplos de furto de energia: energia solar, química, térmica, eólica, sonora, 
atômica, genética (esperma humano e de animais), radioativa, etc. 
 
FURTO 
PRIVILEGIADO: 
REQUISITO:
1- Condenado primário: é aquele que não é reincidente, isto é,
que não praticou novo crime depois de definitivamente
condenado no período de 5 anos - art. 63 CP;
Reincidente é aquele que praticou um crime após o trânsito em
julgado com decisão condenatória, enquanto não tenha
decorrido o prazo de 5 anos do cumprimento da pena ou da
extinção da pena.
2- Coisa de pequeno valor: é aquela cuja perda pode ser suportada
sem dificuldades pela maioria das pessoas. A jurisprudência afirma
que é aquela cujo montante não ultrapassa o limite de um salário
mínimos
RECONHECID
O O 
PRIVILÉGIO, O 
JUIZ PODE:
2- reduzir a pena de 
reclusão de um a 
dois terços;
3-aplicar somente a 
pena de multa;
4- as 2 primeiras medidas, 
podem ser cumulativas: 
pode substituir a pena de 
reclusão pela de detenção 
e reduzi-la de u a dois 
terços.
1-Substituir a pena de 
reclusão pela 
detenção;
Ex: Carlos, primário, subtrai um dos pneus de um carro que estava na garagem de 
uma casa, avaliado em duzentos e cinqüenta reais, quando todos estavam 
dormindo por volta das 4 horas. 
 
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FURTO DE ÁGUA – art. 155, § 4º, II 
Ocorre quando há ligação clandestina direta da tubulação da rua, desviando a energia 
antes de passar pelo medidor da companhia de água, temos o crime de furto de água. 
SINAL DE TV A CABO E PULSO TELEFÔNICO 
Há divergência na doutrina se é furto de energia ou não. 
 
 
 
 
 
 
POSIÇÃO DO STF 
 
 
 
 
 
 
 FURTO QUALIFICADO - Artigo 155 § 4º 
I – Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração. 
A violência deve ser contra o obstáculo que dificulta a subtração da coisa e não contra a 
própria coisa ou a pessoa. Não se aplica quando é inerente à coisa. 
 
 
 
FURTO DE 
ENERGIA E 
EQUIPARAÇÃO:
1- Ocorre quando, há ligação clandestina direta do poste da rua,
desviando a energia antes de passar pelo medidor da companhia
de eletricidade, temos o crime de furto de energia -art. 155, § 4º,
II.
2- Quando o desvio da energia ocorre após o medidor, o agente para
fazera subtração, necessita fraudar a empresa fornecedora,
induzindo-a a erro, causando-lhe prejuízo. Aqui não houve ligação
clandestina, o medidor continua ligado e a companhia acredita que
esteja medindo corretamente. Tal conduta amolda-se à figura do
estelionato.
Cezar Bitencourt posiciona-se no sentido de que, quem utiliza clandestinamente sinal de 
TV a cabo não pratica o crime de furto – art. 155, § 3º; 
Nucci firma posição no sentido que sim, quem utiliza de forma clandestina sinal de TV a 
cabo pratica o crime de furto 
 
O STF, por meio da Segunda Turma, firma posição de que 
ligação clandestina de sinal de TV a cabo não constitui crime 
de furto de energia, pois energia se gasta, reduz e se consome. 
Já sinal de TV a cabo não se gasta, não diminui. Logo, sinal 
de TV a cabo não pode ser objeto de furto, não pode ser 
subtraído e não há diminuição do patrimônio alheio. 
 
OBSTÁCULO é a barreira que protege o bem, dificultando a sua subtração. Exemplos: 
ofendícula, alarme, maçaneta eletrificada, muros, paredes, vidraças, portas, grades, 
telas metálicas, etc. 
 
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Não é obstáculo aquilo que integra a própria coisa: vidros do carro e a retirada dos pneus. 
No caso dos vidros do carro, será considerado obstáculo se forem rompidos para que seja 
retirado alguma coisa que esteja em seu interior. 
 
DESTRUIÇÃO OU ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÃO DE GUARDA – 2 POSIÇÕES: 
 
 
 
 
 
II – COM ABUSO DE CONFIANÇA 
Confiança é sentimento de credibilidade, que representa vínculo subjetivo de respeito e 
consideração entre as pessoas (amizade, parentesco, relações profissionais, etc). 
 
 
 
 
Os exemplos típicos são os empregados domésticos ou de empresas, bem como também 
as relações de coabitação ou hospitalidade. 
 
Ressalta-se, no entanto, que não basta a simples relação empregatícia, coabitação ou 
hospitalidade, mas é indispensável para caracterizar a qualificadora do abuso de 
confiança, que haja um vínculo subjetivo de confiança. Ex: 
Destruição: ocorre quando há demolição, aniquilamento ou desaparecimento do 
obstáculo que serve de proteção para a coisa. Ex: explodir um cofre. 
Rompimento: ocorre quando há deslocamento ou supressão do obstáculo, visando 
facilitar a subtração da coisa. Romper significa arrombar, serrar, cortar, forçar, 
deslocar, perfurar o obstáculo. Ex: abrir um cofre com uma barra de ferro. 
 
1- É considerado obstáculo, razão pela qual sua morte enseja a qualificadora, pois 
atua como empecilho ao cometimento do crime; 
2- Não é obstáculo e sua morte caracterizará o crime de dano, mas não o furto 
qualificado pelo rompimento de obstáculo. 
 
 
Abuso de confiança consiste em trair esse sentimento de 
confiança entre a vítima e o acusado. 
 
 
O reconhecimento da qualificadora exige a destruição ou 
rompimento do obstáculo, pois a mera remoção não caracteriza 
a qualificadora. Exemplos: A retirada de telhas; 
desaparafusar de uma porta; desligamento de alarme. 
 
O obstáculo pode ser estranho à coisa furtada ou pode ser todo e qualquer objeto que 
dificulta a subtração da coisa? 
O STF adota posição no sentido de que qualquer objeto que dificulta a subtração, 
exterior à coisa que se pretende furtar ou mesmo que seja inerente a ela, qualifica o 
crime. 
 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
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Quando os empregados domésticos não gozam da confiança dos patrões prevalece o 
entendimento de que há furto simples. 
 
III- MEDIANTE FRAUDE: que é o emprego de ardil ou artifício para distrair a 
vítima e facilitar a subtração da coisa. O agente, usando de artimanhas, burla a 
vigilância da vítima, que não percebe a retirada da res de sua esfera de vigilância. 
A fraude neste caso do furto é uma relação de confiança instantânea, formada a partir do 
ardil. 
 
 
 
Ardil: é a fraude moral ou intelectual, que consiste em conversa enganosa. Ex: 
 
 
 
Artifício: é a fraude material, que emprega algum objeto, instrumento ou vestimenta 
para ludibriar o dono do bem. Exemplo: 
 
 
 
A fraude como qualificadora do furto, é empregada ANTES ou DURANTE a subtração 
do bem, isto é, sempre antecede a consumação do crime. Ela é usada pelo agente para 
iludir a vigilância da vítima ou de terceiro sobre o bem. 
DIFERENÇA ENTRE FURTO MEDIANTE FRAUDE E ESTELIONATO 
Maria já trabalha há 20 anos na de Leila, havendo entre as duas sentimento de 
credibilidade, e em certo dia, Maria furto uma jóia da patroa. 
 
 
O simples fato de um empregado ter furtado objetos de casa não caracteriza a 
qualificadora, pois abuso de confiança não é condição obrigatória das relações 
trabalhistas ou domésticas, podendo, entretanto, caracterizar a agravante genérica 
das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade – art. 61, II, alínea f. 
 
 
Exemplo: um funcionário de uma rodoviária, a pretexto de 
prestar auxílio a um passageiro, promete-lhe tomar conta 
das malas, enquanto o passageiro vai ao banheiro e neste 
momento, ele subtrai objetos das malas. 
 
Pedro e João conversam na sala da casa de Pedro. Em certo momento, João diz 
está sentindo cheiro de gás. Enquanto Pedro vai à cozinha verificar, João subtrai 
uma jóia que estava em cima de uma mesa. 
 
Antônio, trajando-se como agente da vigilância sanitária, autorizado pelo morador, 
penetra no interior da casa, e em certo descuido do proprietário, subtrai um aparelho 
celular. 
 
 
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IV- MEDIANTE ESCALADA: é a penetração no local do furto por meio anormal, 
artificial ou impróprio, demandando esforço incomum. Escalada não significa 
necessariamente subida em algo, pois tanto pode se galgar alturas quanto pular fossos, 
rampas ou subterrâneos, desde que o faça para vencer obstáculos. 
O acesso ao local da subtração da coisa deve apresentar dificuldade, a ponto de exigir 
esforço incomum. Exemplo: 
 
 
 
Caracteriza a qualificadora escalada o furto usando meios anormais, por exemplo: uso 
de escadas; cordas; tábuas, ou qualquer objeto que dê acesso à coisa a ser subtraída. 
Se para ingressar em local da subtração da coisa, mesmo por meio de uma janela ou 
saltando um muro, não for exigível esforço anormal, não se pode falar na qualificadora 
escalada. 
 
 
V- MEDIANTE DESTREZA: é uma especial habilidade de impedir que a vítima 
perceba a subtração feita em sua presença. Pressupõe ação dissimulada e incomum 
habilidade, que aumenta o risco de dano ao patrimônio e dificulta a sua proteção. O 
punguista é o exemplo característica do furto qualificado pela destreza, pois ele age de 
forma dissimulada, não percebendo a vítima a retirada de seus objetos. 
 
 
DIFERENÇA 
ENTRE 
FURTO 
COM 
FRAUDE E 
ESTELIONAT
O:
1- No furto qualificado pela fraude, esta se presta a reduzir a vigilância
da vítima ou terceiro, facilitando a subtração do bem, sem que ele
perceba. Ex: Dea, entra no provador de roupas de uma loja com várias
peças de roupa. Sai do provador, devolve algumas peças, mas fica com
uma por baixo de sua vestimenta. No caixa paga outra peça, e sai da
loja sem pagar a outra peça.
2- No estelionato,a fraude serve para colocar a vítima em erro,
mediante a falsa percepção da realidade, fazendo com que a vítima
entregue o bem. Há entrega do bem pela vítima, mas essa entrega é
viciada. Ex: Tercio vai a uma concessionária, mostrando-se interessado
em um carro. Após colher informações preencher ficha cadastral,
apresenta um documento falso ao funcionário da empresa. Enquanto
isso, o funcionário permite que Tércio faça o "trest drive" e sai sem
acompanhante, e não retorna mais.
Lino furtou equipamentos de uma fábrica, quando 
transpôs muros de 3 metros de altura e arame 
farpado. 
 
 
Exemplo: Paulo entrou em uma casa e furtou objetos, e 
para tal usou uma janela, que tinha um metro e meio do 
solo e próxima à rua, que estava sem grade. 
 
Exemplo: Há furto qualificado pela destreza, quando o agente, que estava atrás da 
vítima no interior de um caixa eletrônico, apoderou-se de seu cartão magnético e, 
devido ao protesto da mesma, devolveu-lhe outro, fazendo troca de cartões, sem ela 
perceber. 
 
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Não se pode falar em furto qualificado pela destreza quando, por inabilidade do 
agente, é surpreendido pela vítima no momento da ação. 
VI- COM EMPREGO DE CHAVE FALSA: consiste em utilizar qualquer 
instrumento apto a abrir fechadura ou fazer funcionar aparelho como cópia de chave 
sem autorização, arame, alfinete, grampo, gazua, ferro e outros objetos semelhantes. 
 
 
Se a chave verdadeira for ardilosamente conseguida pelo agente, o furto será 
qualificado pelo emprego de fraude. 
 
 
A simples posse da chave falsa é autentico ato preparatório. 
Para caracterizar a tentativa, é preciso pelo menos que o agente tenha começado a 
introduzir a chave na fechadura, sendo interrompido por causa estranha a sua vontade. 
 
 
 
VII- MEDIANTE CONCURSO DE DUAS OU MAIS PESSOAS 
O fundamento desta qualificadora reside na diminuição da possibilidade de defesa do 
bem quando é atacado por duas ou mais pessoas. 
Para configurar o concurso tanto pode haver co-autor quanto partícipe. 
Sobre a presença física no local do furto qualificado pelo concurso de pessoas, há 
duas correntes: 
A destreza deve ser analisada sob a ótica da vítima e não do terceiro, e nesta linha, 
se a vítima não percebe a punga, é irrelevante para caracterizar o furto qualificado 
pela destreza, mesmo que um terceiro impeça a sua consumação. Neste caso, o 
agente responde por furto qualificado pela destreza. 
 
Chave falsa é qualquer instrumento capaz de abrir fechadura ou fazer funcionar aparelho, 
tendo ou não formato de chave. 
 
Se a chave verdadeira for perdida e encontrada pelo agente, que a 
usa para retirar algum objeto, o furto será simples. 
 
Por outro prisma, a chamada ‘ligação direta’, usada para furtar veículo, não configura a 
qualificadora (TSMG, RT 692/310), pois não há uso de chave. entendimento majoritário. 
 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
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A corrente majoritária é a que firma posição de que não é preciso que os coautores 
estejam presentes no local do crime. 
 Coautor ou partícipe inimputável: não exclui a qualificadora do concurso de pessoas. 
 
 
 
FURTO DE VEÍCULO – QUALIFICADORA ESPECIAL -Artigo 155, § 5º. 
Quando se tratar de veículo automotor transportado para outro Estado ou para o 
exterior, a Lei 9.426/96 estabeleceu os dois requisitos: 
 
A razão de ser dessa qualificadora reside no fato de que, se o carro já está em outro 
estado ou no exterior, a recuperação se torna mais difícil. 
A qualificadora somente incide se for comprovado que o ladrão pretendia levar o 
veículo para outro estado ou outro país. 
 
 
Presença física 
dos coautores 
no local do 
furto: 2 
vertentes
1- Para qualificar o furto por meio do concurso de pessoas, não se
exige a presença de coautores no local do crime;
2- Embora todos que concorram para o crime, seja material ou
moralmente, devem ser punidos – art. 29 CP – porém, a qualificadora
do concurso de pessoa somente se configura se necessariamente
elas estiverem presentes in loco, pois elas devem participar dos
executórios do crime. O fundamento maior da punição, seria a maior
temibilidade do número de pessoas envolvida no local do crime.
FURTO DE 
VEÍCULO 
QUALIFICADO 
- REQUISITOS
1- veículo automotor
(automóvel, caminhão, 
ônibus, trator etc, 
excluídos os a eletricidade 
ou de tração animal ou 
humana; 
2- transportado 
efetivamente para outro 
Estado ou para o Exterior. 
Por lapso do legislador ficou 
excluído o Distrito Federal, 
mas que se equipara aos 
Estados.
A e B praticam um furto, sendo que B possui 16 anos. Neste caso, embora B não pratique 
crime, A responderá por furto qualificado pelo concurso de pessoas, mesmo sendo um 
inimputável. 
 
Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA 
Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO 
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FURTO DE SEMOVENTE DOMESTICÁVEL DE PRODUÇÃO 
Essa qualificadora é desnecessária haja vista que o furto de semovente já é previsto no 
art. 155, § 4º, incisos I e IV. 
Semovente domesticável de produção: é o animal já domesticado ou a ser, criado para 
abate, exploração de seus produtos ou para procriação. Ex: 
 
Um cão castrado que fica no quintal para efeito de guarda, não caracteriza essa 
qualificadora, pois lhe falta a característica da reprodução. Posso colocar esse fato no 
furto simples ou outra qualificadora. 
ANIMAIS SELVAGENS, ABANDONADOS OU SEM PROPRIETÁRIO 
Não podem ser tidos como semovente domesticável de produção, pois lhe falta a 
característica de produção (valor econômico). 
O semovente domesticável pode ser furtado vivo, abatido ou divido em partes no local 
da subtração. 
 
 
 
Peças de animais abatidos e frutos do animal não podem ser equiparados a semoventes. 
 
 
 
 
Esses exemplos são considerados furtos simples ou outra qualificadora. 
Furto famélico 
É aquele em que a pessoa que furta o está fazendo por necessidade de fome, correndo 
risco de morte. Não é punível por caracterizar estado de necessidade. 
 xxxxxxxxxxxxxx 
Semovente 
domesticável de 
produção: 
exemplos
1- bovinos
2- suinos
3- caprinos
4- aves
5- cães e gatos 
(reprodução e 
venda)
Furtado vivo: ex: ladrões pegam um boi, coloca no caminhão e o leva; 
Furtado abatido: o ladrão mata o boi antes de levá-lo em seu caminhão; 
Furtado dividido no local no local da subtração: o ladrão mata o boi e somente leva 
as peças de maior valor no mercado. 
 
1- Uma peça de picanha furtada de um açougue não é considerado semovente. 
2- Leite ou couro subtraídos de uma fazenda não é equiparado a semovente. 
 
 
	Para a consumação do furto não se exige a posse mansa e pacífica do bem.
	Ocorre posse mansa e pacífica no momento em que o ladrão não está mais sujeito aos atos de legítima defesa da vítima ou de terceiro.

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