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Tutelas provisórias Marder

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TUTELAS PROVISÓRIAS
Tutelas provisórias são tutelas jurisdicionais não definitivas, fundadas em cognição sumária, isto é, fundadas em um exame menos profundo da causa, capaz de levar as prolações de decisões baseadas em um juízo de probabilidade e não de certeza, podem fundar-se em urgência ou evidência.
TUTELA PROVISÓRIA PRESSUPÕE PEDIDO DO AUTOR, não há a possibilidade de a tutela ser deferida de ofício;
Aplica-se o disposto na tutela de caráter ANTECIPATÓRIA e CAUTELAR.
Porém, o Juiz pode consultar a parte acerca do interesse na análise de o pedido de uma tutela provisória, quando do caso concreto se depreender a necessidade, segundo Mitidiero.
TUTELA PROVISÓRIA CAUTELAR
É uma medida de mera segurança, de mera proteção. A eventual direito, proteção de dano, prejuízo a eventual direito.
As CAUTELARES serviriam para proteger o próprio processo, segundo Calamandrei.
Há a ideia de proteger um direito para que ele seja fruído no futuro.
ART. 301 – TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA CAUTELAR pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra a alienação de bem e qualquer outra medida idônea para assegurar o direito.
As cautelares típicas são 4.
Ao final do artigo há a previsão do chamado PODER GERAL DE CAUTELA. Significa que o Juiz não está autorizado a deferir outras cautelares que NÃO ESTEJAM PREVISTAS EM LEI.
O PODER GERAL DE CAUTELA é um PODER DISCRICIONÁRIO do qual o Juiz pode ser valer, desde que preenchidos os requisitos (Fumus Boni Iuris e Periculum In Mora)
O AUTOR é quem tem que pedir, e o Juiz, considerando o fato, poderá determinar a medida cautelar adequada mesmo não prevista em lei.
CAUTELAR DE ARRESTO
Serve para garantir o êxito de uma FUTURA EXECUÇÃO para PAGAMENTO DE QUANTIA CERTA.
Não precisa ter um bem específico para se pedir o arresto, ele pode se dar em quaisquer bens, inclusive em dinheiro em conta. Não há a necessidade de se terem pré-estabelecidos os bens, ainda que possível quando já se tiver conhecimento deles.
Se forem pedidos arrestos em bens que superam o valor da dívida, poderá haver EXCESSO DE ARRESTO.
Os BENS IMPENHORÁVEIS também são INAPREENSÍVEIS, uma vez que o destino natural dos bens arrestados é serem convertidos em penhora.
O ARRESTO é uma MEDIDA CAUTELAR que tem o objetivo de garantir a efetividade, o RESULTADO EFETIVO, de uma EXCECUÇÃO POR QUANTIA CERTA.
Garantir o êxito, o resultado útil, a efetividade.
O arresto visa coibir as medidas de FRAUDE, evitando que o patrimônio do devedor se dissipe. A ideia é chegar à EXECUÇÃO com bens ainda disponíveis para serem penhorados.
DEFERIDO O ARRESTO - EFEITOS:
O Juiz determina o arresto de determinados bens.
Da decisão é expedido um mandado ao oficial de justiça para que se proceda no registro. O arresto é AVERBADO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. Qualquer alienação do bem será considerada ineficaz.
Em relação a VEÍCULOS, o arresto é feito por um sistema do próprio DETRAN, por meio eletrônico, o RENAJUD.
Possível também o ARRESTO ELETRÔNICO PARA DINHEIRO, através do BACENJUD. O arresto é uma cautelar, só garante, bloqueia, torna a alienação ineficaz. A PENHORA é um ato EXECUTÓRIO. A penhora é realizada sempre após a citação e arresto é geralmente deferido liminarmente, inaudita altera parte – sem ouvir a parte contrária.
O ARRESTO pode ser feito em quaisquer bens do devedor (bens inespecíficos), respeitadas as regras de impenhorabilidade.
Pode-se pedir o arresto para dívidas não vencidas, quando o devedor der mostras de que está se desfazendo de seus bens para não pagar as dívidas.
REQUISITOS PARA O DEFERIMENTO DO ARRESTO:
Fumus boni iuris;
Periculum in mora;
O FUMUS BONI IURIS é a demonstração da dívida, do crédito.
O PERICULUM IN MORA se comprova pela demonstração da situação de risco que está posta. Se demonstra que o DEVEDOR está se desfazendo de seus bens.
Os efeitos do arresto são o de tornar ineficazes os atos de alienação do bem arrestado. É como se a venda não existisse para o autor do arresto, ele irá busca-lo onde quer que se encontre o bem.
Quanto ao dinheiro, o efeito do arresto é o bloqueio.
CAUTELAR DE SEQUESTRO
O sequestro tem o objetivo de garantir a efetividade, o resultado útil ou uma execução para a entrega de coisa.
	O bem objeto do sequestro é o bem em litígio; é o bem que está sendo disputado entre as partes. Há uma predefinição do bem que será objeto do sequestro, diferente do arresto, em que os bens são inespecíficos.
REQUISITOS:
O Fumus boni iuris é a demonstração de que o bem provavelmente seja seu, que provavelmente ganhará a ação comprando a sua posse sobre o bem.
O Periculum in mora será demonstrado pelo risco de que o devedor desapareça ou dilapide o bem
EFEITOS:
É o de entregar o bem para um depositário, no sentido de que ele segure o bem até que se decida quem o possui.
Todavia, em depósito, o bem desvaloriza, razão pela qual, muitas vezes, se pede a ALIENAÇÃO ANTECIPADA DO BEM. A quantia irá para uma conta e, após definida a posse, o vencedor a levantará.
Pode ser deferida garantia, caução.
O sequestro de quantias do ente Público não tem nada de cautelar, usa-se o mesmo nome, mas é algo totalmente diferente, pois este é um sequestro satisfativo.
O sequestro no âmbito penal também é diferente.
ARROLAMENTO DE BENS
A cautelar de arrolamento de bens teria dois ramos de aplicação no direito: direito de família e direito das sucessões.
Isto porque a cautelar de arrolamento de bens pressupõe que o autor do pedido tenha vínculos jurídicos com os bens cujo arrolamento está sendo solicitado.
E deve também ter o autor vínculo jurídico com a parte contrária.
Ex.: Inventário. A herança ficou em mão de um dos herdeiros. O irmão que não está na posse ficou com receio de que o outro, que está na posse, desfaça-se destes bens. Caso de cautelar de arrolamento de bens.
O inventário pode ser extrajudicial se não houver litígio entre os herdeiros maiores. 
Ex.: possível pedir no campo societário, quando há dissolução da sociedade.
Há uma semelhança entre o sequestro e o arrolamento, pois ambas as cautelares objetivam que os bens na posse de outro não sejam desviados.
O sequestro pressupõe clareza acerca do bem objeto; é necessário que o bem seja individualizado com precisão.
No arrolamento não há essa necessidade/capacidade de precisar.
O arrolamento visa proteger o acervo patrimonial e pressupõe sua descrição. Por isso se diz (Mitidiero) que o objeto do arrolamento são universalidades, art. 90 e 91 CC.
Pode ser uma universalidade de fato, mas com mais frequência é objeto de arrolamento a universalidade de direito (art. 90 CC).
Ex.: quinhão hereditário, massa falida, quotas societárias.
Universalidades de direito, justificam a descrição, demandam descrição.
OBJETIVOS DA CAUTELAR DE ARROLAMENTO DE BENS:
- Proteger os bens, com pedido de entrega a um depositário;
- Descrição: difluir o que representa 1/3 da herança, por exemplo.
REQUISITOS:
- Periculum in mora: demonstrar que existe risco de dissipação do patrimônio.
- Fumus boni iuris: demonstrar que se possui vínculos com aqueles bens (juntar certidão de casamento, de participação na herança...)
EFEITOS:
Os bens serão descritos e, mais do que isso, preservados, devendo ser entregues para a guarda de um depositário.
REGISTRO DE PROTESTO CONTRA A ALIENAÇÃO DE BENS:
A doutrina menciona que esta medida não é uma cautelar genuína.
Protesto serve para se formalizar uma intenção.
As intenções podem ser formalizadas por outros meios, como e-mail, carta AR...
O grande objetivo de formalizar uma intenção é o de pré-constituir prova para litígio futuro.
Os protestos judiciais também têm esta função/finalidade.
Não há necessidade de que seja contestado, pois não se presume que nele consta a verdade, todavia, é possível fazer um contraprotesto. 
ART. 301 NCPC: Protesto contra a alienação de bens e uma espécie desse gênero protesto judicial.
Formaliza-se que não se quer que a parte adversa venda os bens.
O registrodo protesto não tem o condão de tornar a venda ineficaz, trata-se apenas de uma notificação, influenciando aquele que pretende comprar o bem, para que saiba que poderá ser objeto de ação futuramente.
Vai registrado na matrícula do bem.
Art. 302 NCPC:
	Garante o direito ao réu de uma ação em que se pede a tutela de urgência, seja ela satisfativa ou cautelar, de ser indenizado pelo autor na hipótese de a tutela não ser confirmada.
Sempre que houver reversão da liminar concedida, o autor deverá indenizar o réu.
I – SENTENÇA DESFAVORÁVEL, em que a liminar é revogada.
	Os alimentos do direito de família são irrepetíveis, não serão devolvidos com base em uma sentença desfavorável que revogou uma liminar. 
	No previdenciário, o STJ tem entendido que os valores devem ser devolvidos.
- A indenização deve ser paga ao réu sempre que uma liminar for revogada. Art. 302 – tutela provisória. 
II – INVIABILIDADE DA CITAÇÃO, A LIMINAR DEVE SER REVOGADA E O AUTOR DEVE INDENIZAR O RÉU (incomum)
III – HIPÓTESE DE CESSAÇÃO DA INEFICÁCIA DA MEDIDA
IV – DECADÊNCIA OU PRESCRIÇÃO ACOLHIDAS PELO JUIZ
§ ÚNICO – A INDENIZAÇÃO SERÁ LIQUIDADA NOS AUTOS EM QUE A MEDIDA TIVER SIDO CONCEDIDA, SEMPRE QUE POSSÍVEL.
DANO IN RE IPSA
O dano é presumido. Mesmo não sendo provado, deverá haver indenização. Deverá ser demonstrado. 
Da decisão que julga os danos, cabe recurso.
É comum que os réus não peçam indenização.
É difícil comprovar o dano dos bloqueios de bens, por exemplo.
REQUISITOS DA INDENIZAÇÃO:
DANO, NEXO E CULPA.
Todavia, se a responsabilidade for objetiva: O DEVER DE INDENIZAR INDEPENDE DE CULPA.
A responsabilidade pelos atos dos incisos II e III é objetiva. Nos casos dos incisos I e IV deve ser demonstrada a culpa.
- SÚMULA 85 STJ:
	PRESCRIÇÃO DO FUNDO DO DIREITO. Pode ser aplicada desde que o direito já tenha sido reconhecido e está inerte na cobrança.
PROCEDIMENTO SUMARIZADO
O procedimento foi encurtado.
Para pedir tutela provisória existe um procedimento.
TUTELA PROVISÓRIA
CAUTELAR -> ANTECEDENTE OU INCIDENTAL
ANTECIPADA -> ANTECEDENTE (ART. 303 NCPC) OU INCIDENTAL
PROCEDIMENTO PARA SOLICITAÇÃO DE TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA ANTECEDENTE
	Na petição deve ser indicado qual o pedido de tutela final (definitiva) e também é indispensável que seja feita exposição da lide.
Verificar art. 303 NCPC.
Pedido principal -> Pedido provisório
	O processo seguirá o rito do § 1º, do art. 303, caso o Juiz defira a tutela provisória.
	Caso seja indeferida a tutela provisória, deverá ser observado o § 6º do art. 303.
Da decisão, caberá Agravo de Instrumento.
- Deferida a tutela provisória, o autor deverá aditar, confirmando o pedido final. O prazo de 15 dias é preclusivo. É ônus, pois envolve direito pessoal próprio.
O descumprimento do ônus, além de prejuízos, gera consequências do § 2º art. 303, que envolve a extinção do processo sem julgamento do mérito.
O aditamento deve ser feito com complementação, juntada de documentos complementares, confirmação do pedido final, no prazo de 15 dias. Não sendo cumprido este ônus, haverá extinção do processo (quando deferido).
Quando indeferido, o prazo para o aditamento é de 5 dias, cujo não atendimento leva à extinção do processo.
ART. 304 NCPC:
	A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 NCPC, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
	Trata-se de um ônus para o réu, pois, se este não recorrer da decisão, a tutela provisória se estabilizará.
	Ex.: Decisão que determina a retirada do nome autor do Serasa; se o réu não interpuser agravo, a decisão torna-se estável, devendo o réu proceder no seu cumprimento.
	- A utilidade desta situação prevista na Lei se dá quando o pedido de tutela provisória antecedente guarda uma identidade com a tutela final.
	Identidade diz respeito ao mesmo pedido, quando o provisório e o definitivo são os mesmos. A estabilidade se torna útil ao autor, quando o pedido antecedente é rigorosamente igual ao definitivo, tornando-se imutável.
Estabilização: não será a decisão mais objeto de revisão.
A estabilização difere da coisa julgada, porém se assemelham. O que difere é o tempo de ação cabível para cada caso: uma se desfaz pela ação anti-estabilização; e a outra, pela ação rescisória.
A decisão da tutela se dá com base em um Juízo de cognição sumária, razão pela qual é criticado o art. 304, pois se questiona como uma decisão com base em cognição sumária pode se tornar imutável.
A coisa julgada material sempre esteve associada a um Juízo de cognição exauriente.
Quando a Lei menciona que a não interposição de recurso que estabiliza a decisão, significa que a possibilidade de estabilização é a não defesa do réu. Se o réu contestar, a contestação deverá ser enfrentada, mesmo que não na forma do agravo de instrumento. A estabilização se dará, portanto, quando o réu não se defender (qualquer tipo de defesa), quando “abandonar o processo”.
Se a tutela for concedida em 2º Grau, uma saída seria fundamentar um RESP, uma vez que seria o único recurso cabível desta decisão, no intuito de afastar a estabilização.
ART. 304, § 2º
Previsão da Ação contra Estabilização
§ 3º
A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada.
§ 4º
Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida: Prevenção do Juiz que a concedeu.
§ 5º
Prazo de 2 anos, contados da ciência da decisão de extinção do processo.
TUTELA ANTECEDENTE INCIDENTAL
Se pede no curso do processo ou na mesma petição inicial, com o pedido principal.
Pode também ser pedida e deferida em sentença.
PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE
ART. 305 NCPC – REQUISITOS DA INICIAL
Exposição fumus boni iuris
Exposição periculum in mora
Indicação da lide e seu fundamento (qual o pedido)
§ ÚNICO (prova*)
Trata da FUNGIBILIDADE.
Se o autor errou de pedido, chamando de cautelar uma tutela antecipada, seu pedido será aproveitado e seguirá o procedimento de tutela antecipada.
ART. 306 NCPC (prova*)
PRAZO DE 5 DIAS AO RÉU PARA CONTESTAR.
Prazo em dobro para a Fazenda Pública e a União.
ART. 307 NCPC – REVELIA (prova*)
	Não contestado o pedido cautelar, considera-se verdade o que foi alegado na inicial da cautelar no tocante aos seus requisitos: fumus e periculum.
	Todavia, no que diz respeito ao pedido principal, não repercutem os efeitos da revelia. Juiz decidirá em 5 dias.
§ ÚNICO
	Havendo contestação, seguir-se-á o procedimento comum.
	Audiência de conciliação, provas (perícias), sentença.
ART. 308 NCPC
	Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal deverá ser formulado pelo autor no prazo de 30 dias.
	- Não haverá incidência de novas custas (adicionais).
	- A complementação se dará nos mesmos autos.
	- O prazo de 30 dias começa a fluir depois de efetivada a medida.
- A efetividade se dá quando a medida é cumprida.
Ex.: Arresto de dinheiro -> efetivada quando houver o bloqueio da conta.
Arresto de imóvel -> efetivada quando se procede no registro do bem.
- Os 30 dias passam a fluir independentemente de uma intimação específica acerca do cumprimento da medida.
- Recomendável que se controle o cumprimento da medida.
§ 1º, art. 308
	Trata da Tutela Cautelar Incidental. Até aqui não havia o processo principal, conjuntamente significa incidental, regida pelo procedimento comum. 
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
	§ 3, art. 308
	Havendo pedido principal, as partes serão intimadas de audiências de conciliação e mediação, de acordo com o art. 334.
	§ 4º
	Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será de 15 dias, contado na forma do art. 335; passa-se ao procedimento comum.
Estes três últimos parágrafos (§1º, § 3º e § 4º) se referem a tutela cautelar incidental, quando o pedido principal e pedido cautelar são feitos conjuntamente.
O § 2º se reporta novamente ao pedido cautelar antecedente, pois trata-sedo aditamento, a causa de pedir.
ART. 309 NCPC
Cessa a eficácia da cautelar antecedente se:
I – Autor não deduzir o pedido principal no prazo legal.
Quando o Juiz perceber que o autor não ingressou com o aditamento. As cautelares não estabilizam.
II – Não for efetivada no prazo de 30 dias.
O Juiz defere a cautelar e a parte deve promover a sua efetivação. Nem sempre será culpa do autor, pois o próprio cartório pode ter concorrido com a demora. Este inciso somente se aplica quando a demora se dá por causa do autor.
A medida aqui não será efetivada, não podendo perder a eficácia, como refere o Caput, pois nem ao menos foi efetivada; a medida não aconteceu.
III – Juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução do mérito
Cessa a eficácia em face do julgamento do pedido principal ser desfavorável ao autor do pedido.
Parágrafo único.  Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. (Fatos novos).
Em caso de cessação da eficácia caberá apelação.
ART. 310 NCPC:
	Indeferimento da cautelar não obsta ao ajuizamento do pedido principal e nem influencia na análise deste.
	A regra é que a decisão da cautelar não guarde relação com o pedido principal.
O único ponto de conexão é quando, na cautelar, se reconhece a prescrição ou a decadência do direito, obstando o pedido principal.
TUTELA DE EVIDÊNCIA (ART. 311)
ART. 311 NCPC:
	A tutela de evidência será concedida, independentemente da demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo.
	Significa uma hipótese de concessão de tutela provisória que não está baseada em uma situação de urgência.
	A tutela de evidência se justifica, sob o ponto de vista teórico, no sentido de promover uma isonomia no que se refere ao ônus do tempo no processo.
	Se é evidente que o autor tem um direito que está na posse do réu, deve ser imposto ao réu que passe a suportar o ônus do tempo no processo, concedendo o direito ao autor.
	Tutela da evidência é sempre uma medida satisfativa.
	Não é necessário fazer pedidos alusivos à urgência (periculum in mora), bastando a demonstração de que é evidente o direito.
	São 4 hipóteses:
	I – Caracterizado abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
	A defesa não é consistente, busca só ganhar tempo. A defesa inconsistente caracteriza o abuso e o intuito protelatório.
	II – Alegações de fato que puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
	Nesta hipótese é cabível a concessão da tutela de evidência.
	Julgamentos de casos repetitivos ou súmulas vinculantes deverão estar de acordo com o art. 927 II e III.
	Qualquer acórdão do STF ou do STJ deveria vincular as demais decisões judiciais. Assim, deve-se fazer uma interpretação extensiva do art. 311, II, entendendo- se como exemplificativo, considerando não apenas os julgamentos de demandas repetitivas e as súmulas vinculantes para a concessão da tutela de evidência, mas também as demais decisões do STF e STJ, que vinculam o demais Tribunais. 
	III – Pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
	Contratou-se a parte contrária para que ficasse como depositária do bem. Ao término, o bem não foi devolvido. Pela ação reipersecutória, busca-se a posse ou a propriedade do bem, para que este seja devolvido pelo depositário.
	IV – Petição inicial instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
	Basta apresentar os fatos e o réu não ser capaz de colocar o Juiz em dúvida.
	Aplicar-se ao réu revel. Além da antecipação de tutela, tem-se a possibilidade de julgamento antecipado da lide.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. Inaudita altera parte - sem ouvir a parte contrária.
	Os fatos já evidenciam o direito do autor, os fatos provados documentalmente. São hipóteses que independem do que virá na contestação.
	A tutela de evidência será sempre incidental (conjuntamente ao pedido principal), embora não haja óbice à tutela antecedente.
TUTELA PROVISÓRIA CONTRA O PODER PÚBLICO
Sendo o réu poder público, o Juiz deve ter um cuidado especial para decidir acerca da tutela provisória.
Isso ocorre porque, segundo o Art. 100 da CF, as condenações impostas ao poder público deverão ser pagas exclusivamente por meio de precatórios ou RPV’s (requisições de pequeno valor); e isso se dá após o trânsito em julgado.
Assim, em princípio seria incompatível o deferimento de tutela provisória quando o réu é a Fazenda Pública ou Poder Público, uma vez que destas decisões o pagamento se dá no início do processo.
Todavia, desenvolvido debate no âmbito da doutrina, entende-se atualmente que é viável o deferimento de tutela provisória contra o poder público, contra a Fazendo Pública. Sendo uma decorrência da concepção à ação como direito à tutela jurisdicional adequada e efetiva.
Há tutela provisória contra o poder público que chegam a ser imprescindíveis para que o direito do autor não pereça.
Princípios constitucionais em rota de colisão:
Fazenda pública só paga após o trânsito em julgado da ação, após expedição de precatório ou RPV (em razão da previsão orçamentária, só pode gastar de acordo com o orçamento) X concessão de tutela efetiva aos litigantes. Princípio da tutela jurisdicional adequada e efetiva.
 
Cabe tutela provisória contra o Poder Público, com limites, com algumas restrições.
Que limites seriam esses?
Lei 9494/97 (prevê os limites)
Lei do Mandado de Segurança – Lei 12.016/2009 (também prevê alguns limites)
À luz destes textos, o STF começou a construir interpretações.
STF passou a criar algumas regras sobre tutela provisória contra a Fazenda Pública. Regras contidas em precedentes, normas judicialmente construídas, os precedentes são normas individuais e concretas que produzem efeitos gerais.
O STF veda:
Tutela provisória para conceder reclassificação de determinados cargos;
Ex.: sou promotor, quero passar a ser assessor jurídico.
Não cabe concessão de reajuste mediante tutela provisória (pagamento de salário), fora do âmbito previdenciário;
Tutela que venha a esgotar o objeto do processo; Licitação, por exemplo.
Ex.: parte está lutando para entrar em uma licitação, e o órgão público só contrata uma empresa; a outra não poderá pedir tutela provisória para continuar tentando obter o cargo.
Pagamento de salário liminarmente
Nestes casos o STF entende que não pode ser concedida tutela provisória.
Situações em que o STF admite a concessão de tutela provisória contra o poder público
Liminar para impedir descontos nos vencimentos dos servidores públicos;
Ex.: parcelamento de salários (pede-se tutela provisória para impedir)
Ex.: prefeito determina que ninguém ganhe mais do que ele (pedem tutelas provisórias para que não se aplique o teto)
Dar posse à servidores públicos, liminarmente;
Parece contraditório pois o salário do servidor empossado será pago integralmente, ao passo que é vedado pelo STF o reajuste e o pagamento liminar de salário.
A argumentação é que o cargo já existe para ser ocupado, assim, se estaria designando alguém em específico para ocupar o cargo.
Pagar benefício previdenciário;
Liminar para não aplicar o teto;
Liminar para não parcelar o salário;
Súmula 729 STF – direito previdenciário.
Os limites à antecipação de tutela, reconhecidos contra o poder público, não se aplicam no direito previdenciário. 
Foram todos resumidos pela ADC nº 4, momento em que foram interpretados os limites da Lei 9494/97 (traz a síntese, precedente, resumo) pelo STF.

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