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Escatologia Bíblica: Curso de Extensão

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Armagedom
ARMAGEDOM
Hans K. LaRondelle, TH.D.
CURSO DE EXTENSÃO ANDREWS
IPAE – 1976
ÍNDICE
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
Esboço: CINCO PRINCÍPIOS DE HERMENÊUTICA DAS ESCRITURAS 
DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
CAPÍTULO 1 : PRIMEIRO PRINCÍPIO DE HERMENÊUTICA . . . 13
CAPÍTULO 2 : SEGUNDO PRINCÍPIO DE HERMENÊUTICA . . . . 18
CAPÍTULO 3 : TERCEIRO PRINCÍPIO DE HERMENÊUTICA . . . . 32
CAPÍTULO 4 : QUARTO PRINCÍPIO DE HERMENÊUTICA . . . . 56
CAPÍTULO 5 : QUINTO PRINCÍPIO DE HERMENÊUTICA . . . . . 69
CAPÍTULO 6 : TEXTOS DE DIFÍCIL INTERPRETAÇÃO 
 (Rom. 11:25 e 26; Mat. 23:39; Luc. 21:34) . . . . . . 73 
CAPÍTULO 7 : OBJETIVO DA ESCATOLOGIA ADVENTISTA . . . 80
CAPÍTULO 8 : A IDENTIDADE BÁSICA DA GUERRA 
 APOCALÍPTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
CAPÍTULO 9 : DOIS PARTIDOS – ISRAEL E OS PAGÃOS . . . . . . 86
CAPÍTULO 10: O VALE DE JOSAFÁ E O ARMAGEDOM . . . . . 95
CAPÍTULO 11: AS SETE ÚLTIMAS PRAGAS . . . . . . . . . . . . . 112
CAPÍTULO 12: INTERPRETAÇÃO CRISTOCÊNTRICA DAS
 6ª E 7ª PRAGAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 
APÊNDICE: OBSERVAÇÕES SOBRE URIAS SMITH . . . . . . . 145
1
Armagedom
PREFÁCIO
Os benefícios e conhecimentos que obtivemos no Curso de 
Extensão do Seminário da Universidade de Andrews, realizado em 
Fevereiro, 1976, no Instituto Petropolitano Adventista de Ensino, não 
podem ficar limitados somente a nós que tivemos o grande privilégio de 
nos tornarmos discípulos, durante 15 dias, do eminente e fecundo 
professor Hans K. LaRondelle que com muita maestria e facilidade de 
expressão descortinou os horizontes da linda matéria denominada 
"Escatologia Bíblica". 
Através desse estudo apurado e meticuloso das profecias de Isaías, 
Jeremias, Ezequiel, Daniel e Joel, pudemos compreender o seu 
cumprimento no Novo Testamento, especialmente no livro do 
Apocalipse. 
A matéria contida nesta apostila, referente a "Escatologia Bíblica", 
foi colhido durante as aulas do ilustre e preclaro Professor Hans K. 
LaRondelle, num esforço monumental dos Pastores Samuel Rodrigues e 
Alcides Cruz, que gravaram, para não perder uma só palavra daquilo que 
foi ministrado. É um material muito precioso e utilíssimo, tanto para 
pastores como também para leigos, especialmente para o tempo em que 
as Profecias indicam o fim de todas as coisas e o retorno de nosso 
Senhor Jesus Cristo à Terra. 
Portanto, como um dos alunos do Professor LaRondelle no referido 
curso e como Secretário do Departamento Ministerial e de Evangelismo 
Público da Associação Paulista da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 
recomendo a todos os colegas e irmãos em Cristo esta obra de valor 
inestimável. 
Pastor Alcides Campolongo. 
2
Armagedom
CINCO PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DAS 
ESCRITURAS DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA
1. A Bíblia, como um todo orgânico em Cristo Jesus, é o seu próprio 
intérprete. 
S. João 5:39; Heb. 1:1,2; I Ped. 1:10-12; II Tim. 3:15-16; II Cor. 
1:20; 3:14-16; II Ped. 1:19-21.
Conselhos aos Professores, p. 391; Educação, p. 190; Parábolas 
de Jesus, p. 127-128; Veja L. Froom, Movement of Destiny, cap. 5. 
2. O Novo Testamento ensina o cumprimento Cristológico-
eclesiológico das profecias do Reino no Velho Testamento em duas 
fases, centralizadas nos dois adventos de Cristo. 
Mat. 12:6, 28, 32; 13:37-43; 28:20; Heb. 1:2; 9:26-28; Atos 2:16-
17, 33; 3:21; I Cor. 10:1-11; 15:50; I Ped. 1:20; II Ped. 3:13.
3. As muitas promessas do concerto à casa de Israel e à casa de Judá 
no Velho Testamento tiveram um cumprimento inicial depois do 
exílio assírio-babilônico, estão tendo um cumprimento presente no 
ajuntamento de judeus e gentios crentes na igreja de Cristo e terão 
seu cumprimento futuro na reunião universal de todos os judeus e 
gentios crentes de todos os cantos da Terra para a visível Volta de 
Cristo dos céus e para o reino da glória. 
Deut. 30:1-10; Isa. 11:11-16; 43:5-7; 49:10-13; Ezeq. 36:24; 
34:21-24; 34:11-23; Osé. 1:10-11; 1:12; Amós 9:11-12.
A: Esdras 1 e 7. PR, 703-704.
B: Mat. 12:30; 18:20; 23:37; João 10:11; 14-16; 12:49-52; Atos 
15:13-21.
PR, 374- 375, 714-715
C: Mat. 24:30-31; 25:31-33. I Tess. 4:16-17; PR, 720; PJ 179.
3
Armagedom
4. Ao aplicarmos as promessas de ajuntamento do Velho Testamento à 
dispensação cristã e ao futuro, o Novo Testamento oferece estas 
promessas aos crentes em Cristo de todas as raças e amplia a terra 
prometida ao mundo inteiro, removendo todas as limitações étnicas 
e geográficas, mesmo quando a terminologia e os símbolos usados 
no Velho Testamento são mantidos. 
Êxo. 19:4-6 em I Ped. 2:9 e Apoc. 5:10; 
Jer. 31:31-34 em Heb. 8:8-12 e Apoc. 21:3-4; 22:3-4.
Mat. 5:5, 14; João 4:21-23; Rom. 4:13; Heb. 12:22-24; Apoc. 
14:1; II Ped. 3:13; He. 11:9-10, 13-16.
5. Ao aplicarmos as profecias de reunião do Velho Testamento ao 
tempo pós-milênio, o Apocalipse de João (cap. 20-22) não mais se 
refere à Jerusalém antiga, mas à Nova Jerusalém, a noiva do 
Cordeiro, que descerá de Deus dos Céus à Terra no fim do Milênio. 
Esta é a consumação final de todas as profecias apocalípticas, 
centralizadas em Cristo e Sua Santa Cidade, a capital da Nova 
Terra.
Gál. 3:16; II Cor. 5:14; Gál. 3:27-29; 
Gál. 6:15, 16; II Cor. 1:1, 2; Êxo. 19:5 e 6. 
4
Armagedom
INTRODUÇÃO
A Igreja Adventista do Sétimo Dia não é uma Igreja como as 
outras, e sim um cumprimento das profecias bíblicas. Isto é o que nós 
cremos. Onde encontramos na Bíblia as características da igreja 
remanescente? Em Apoc. 14:6-12 – a tríplice mensagem angélica. 
Temos muita coisa em comum com as outras igrejas protestantes, 
como por exemplo, a justificação pela fé. Não ensinamos nenhum meio 
de salvação diferente do que ensinaram Lutero e Calvino. A 
singularidade dos adventistas não reside na maneira da salvação, mas na 
maneira de ver os últimos acontecimentos. Aí está a base de nossa 
missão como igreja. Esta doutrina dos últimos acontecimentos, todavia, 
não é algo diferente dos evangelhos, mas restaura o evangelho em sua 
plenitude. Lemos em Apocalipse 14 que o resultado das três mensagens 
angélicas será um povo que guarda os mandamentos da Lei de Deus e 
conserva o evangelho de Jesus Cristo. "Aqui está a perseverança dos 
santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus." (Apoc. 
14:12). Esta é a descrição da igreja remanescente nos últimos dias. 
Notamos que há três características: 
(1) Um povo que persevera apesar das perseguições. 
(2) Um povo que guarda os mandamentos de Deus. 
(3) Um povo que persevera na fé em Jesus. 
Em outras palavras, esta igreja remanescente une novamente o 
evangelho e a lei. 
As igrejas apostatadas divorciaram a lei do evangelho. Quando 
separamos a lei do evangelho, temos o LEGALISMO, ou senão 
ANTINOMIANISMO (ausência de lei). São dois extremos. Somos 
considerados pelas outras igrejas como legalistas. O que fazer? Devemos 
exaltar Jesus Cristo como o centro e o coração da lei e do evangelho. 
Cristo une a lei e o evangelho, tornando-as uma só coisa. Cristo é a 
personificação da lei e da graça divina. Cristo é mais do que os Dez 
Mandamentos. É mais que o perdão. Tendo Cristo, possuímos tudo o que 
5
Armagedom
precisamos. Cristo é mais que todas as doutrinas. Nenhuma doutrina 
podenos salvar, mesmo que seja correta. 
Há pessoas que simplesmente aceitaram as 27 doutrinas de nossa 
igreja. É possível que elas se converteram à igreja e não a Cristo. Há 
perigo de buscar apenas números, quantidade, e não qualidade. Se 
queremos que o nosso trabalho permaneça pela eternidade, devemos ter a 
preocupação de conquistar almas para Cristo e não para a igreja – levá-
las a um relacionamento íntimo com Jesus. Se essas almas encontrarem a 
Jesus, então permanecerão na igreja. Devemos estar enraizados em 
Cristo, e isto leva algum tempo. 
A Sra. White aconselha-nos a meditar em Jesus uma hora por dia. 
Se desejamos uma vida espiritual forte não saiamos de nossa casa sem 
antes falar com Deus. Todo trabalho sem meditação e oração será 
infrutífero.
O que fará tal povo?
Três anjos são mencionados. Falamos em três mensagens angélicas, 
mas na verdade há uma só mensagem evangélica. Qual é essa mensagem? 
Encontramos a resposta em Apoc. 14:6 – o Evangelho Eterno. O que 
significa evangelho eterno? Evidentemente, o primeiro anjo é um anjo 
evangélico. Ele fala sobre o juízo, a adoração, mas é o evangelho como 
sempre tem sido. É a única vez em que é mencionado o "evangelho 
eterno" na Bíblia. Se considerarmos esta expressão "eterno" somente no 
futuro, está errado. Ela envolve também os seis mil anos de história 
passada. Significa evangelho antigo que não pode mudar. 
Por que Deus enfatiza tanto que a última geração deve pregar este 
evangelho que não muda? Porque o evangelho parece estar enfrentando 
o perigo de ser torcido. Nós também podemos correr o risco de torcê-lo. 
Como saber se estamos pregando o evangelho certo? Paulo dá a resposta 
em Gál. 1:6-9. Ele nos diz que estamos sob a maldição de Deus se 
pregamos outro evangelho. O evangelho não é sentimentalismo, tem uma 
estrutura definida, divinamente revelada, de salvação e santificação. É 
necessário dar uma segura orientação ao pensamento e nossa pregação. 
6
Armagedom
No Antigo Testamento, encontramos em Isaías 53 uma exposição 
bem estruturada do Evangelho. É a culminação das profecias do Antigo 
Testamento. 
No Novo Testamento, o livro de Romanos apresenta o evangelho 
bem sistematizado. 
Lutero e Calvino usaram os livros de Romanos e Gálatas. Eles não 
compreendiam o sábado como nós. Como fizeram para identificar o 
papado como o Anticristo? 
O Anticristo é a falsificação do Cristo; portanto, é necessário 
identificar primeiramente o Cristo. Devemos estabelecer o Anticristo a 
partir do Cristo, e não da lei. Somente quando Lutero encontrou o Cristo 
pôde ele identificar o Anticristo. O ponto a ser observado é o evangelho 
da graça (gratuita). Isto é negado pelo Anticristo, que mistura a graça 
com as obras. Graça nunca será graça enquanto estiver misturada com 
justificação pelas obras. A primeira mensagem angélica é a restauração 
do verdadeiro evangelho e implica num estudo renovado das epístolas de 
Romanos e Gálatas. 
A mensagem do segundo anjo encontramos em Apoc. 14:8 – "Caiu, 
caiu a grande Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho 
da ira da sua prostituição." 
É a primeira vez que a palavra Babilônia é mencionada no último 
livro da Bíblia. O autor presume que todos compreendem seu significado. 
Por que este segundo anjo anuncia a queda de Babilônia? Primeiro é 
preciso compreender o que é Babilônia. Dizer que Babilônia é igual a 
confusão é apresentar um estudo lingüístico sobre a palavra, e lingüística 
não é Bíblia. Esta explicação não é adequada. A maneira correta é 
procurar saber o que é Babilônia no Antigo Testamento. Há outros 
termos do Antigo Testamento usados no Apocalipse, por exemplo, 
Ancião de Dias, Armagedom, Jezabel, 144.000, Monte de Sião. 
Serpente, etc. Temos a impressão de que o último livro da Bíblia é um 
eco do Velho Testamento. 
7
Armagedom
Como entender estes termos? Não é suficiente saber que há uma 
correspondência ou analogia. É preciso saber aplicar à Babilônia de 
Nabucodonosor? Não. Existe uma analogia, mas não uma identidade. O 
essencial da Babilônia do Velho Testamento está relacionado com esta 
dos últimos dias. Esta correspondência recebe o termo teológico de 
relacionamento tipológico. São o tipo e o antítipo. O tipo é a 
prefiguração, uma sombra de outra coisa. É uma profecia não meramente 
em palavras, mas em atos, eventos, pessoas. Uma profecia só em 
palavras não é um tipo. 
O antítipo é o cumprimento da prefiguração, por exemplo: Davi é 
um tipo de Cristo. O cordeiro no ritual do santuário era um tipo de Cristo. 
Israel é um tipo da igreja. 
O antítipo é sempre maior que o tipo. Esta relação entre o tipo e o 
antítipo deve aplicar-se aos termos no Novo Testamento referidos no 
Velho Testamento. Babilônia no Novo Testamento não é um tipo, pois 
os tipos estão normalmente no Antigo Testamento, e os antítipos no 
Novo Testamento. A Babilônia ou Segunda mensagem angélica deve ser 
compreendida no Antigo Testamento (tipo). O tipo está relacionado com 
a nação de Israel, e esta com Jeová, Deus de Israel.
BABILÔNIA ISRAEL JEOVÁ
Como identificar Babilônia no Antigo Testamento? Devemos 
defini-la não historicamente mas teologicamente, isto é, do ponto de 
vista de Deus. 
Pelo contexto do Velho Testamento, o Criador relacionou-se com 
seu povo, Israel, por meio de um concerto. Babilônia era inimiga de 
Deus e de Israel, no culto a Jeová, do evangelho de Jeová, do caminho da 
salvação. O meio de salvação defendido por Israel era justificação pela 
fé, representada pelo serviço do Santuário. Todo cordeiro lá sacrificado 
era uma confissão desta justificação pela fé. O meio de salvação 
babilônico era totalmente diferente, como podemos notar já pela torre de 
Babel, que é a primeira Babilônia. A torre significa a salvação pelas 
obras. Este é o princípio que Lutero descobriu no papado. 
8
Armagedom
Nunca, ao tratar este assunto com luteranos, pentecostais, etc., 
devemos mencionar o sábado. Em primeiro lugar deveríamos tocar neste 
ponto comum entre metodistas, pentecostais, etc., dizendo que a 
Babilônia do Novo Testamento é basicamente a mesma Babilônia do 
Antigo Testamento. Para descobrir as características de Babilônia de 
hoje precisamos saber quais as características de Babilônia no passado. 
É fácil dizer a um católico romano: "Você é Babilônia", mas ele 
dirá: "Fora daqui!" Devemos conquistá-lo, despertar seu interesse pelo 
assunto. Não podemos dizer que o papado é Babilônia. Não temos 
autoridade para isto. A única autoridade é a Bíblia. 
O católico romano aceita o Velho Testamento porque é histórico, é 
um fato. Se ele descobre no Antigo Testamento que Babilônia é inimiga 
de Israel, do próprio Deus e da salvação, possivelmente concordará com 
esta explicação. Ele ainda não sabe que esta Babilônia do Velho 
Testamento é um tipo da Babilônia Moderna. Como explicar-lhe isto 
sem ofendê-lo? Não posso convencer ninguém através de minhas 
convicções ou meu entusiasmo, mas através das razões da minha 
convicção. Fazer apelos sentimentais não é suficiente. É preciso um 
trabalho responsável, para que as razões penetrem em seu coração e o 
Espírito Santo o convença, então ele dirá: "Eu creio." 
Para identificar a Babilônia atual é preciso identificar o Israel de 
hoje e o Deus de Israel nos dias atuais.
Jeová do Novo Testamento é Cristo – todas as igrejas concordam 
que Israel corresponde à igreja do Novo Testamento. 
Portanto, a Babilônia de hoje deve ser inimiga de Cristo e de Sua 
igreja. Todos concordam ainda. O problema é que cada um pensa que a 
sua igreja é a de Cristo. MasApoc. 14:12 configura a legítima igreja: a 
que guarda os mandamentos e o testemunho de Cristo. 
Até aqui temos considerado as duas primeiras mensagens angélicas. 
A terceira será considerada mais adiante. 
Para entender a Bíblia, precisamos estudar toda a Bíblia. O livro do 
Apocalipse está enraizado no Antigo Testamento. Mais de 400 expressões 
9
Armagedom
do Velho Testamento são usadas no Apocalipse. Este livro é um 
mosaico de todas as imagens e terminologias do Antigo Testamento. 
Temos aqui uma porção de relações tipológicas Cristocêntricas – 
centralizadas em Deus e em Cristo. 
Em Testemunhos para Ministros, à pág. 113, diz-nos a Sra. White: 
"Quando nós, como um povo, compreendermos o que este livro (Apocalipse) 
para nós significa, ver-se-á entre nós um grande reavivamento. Não 
compreendemos plenamente as lições que ele ensina, não obstante a ordem 
que nos é dada seja de examiná-lo e estudá-lo." 
Se este curso não proporcionar um reavivamento, ele fracassou. O 
estudo de Daniel e Apocalipse trouxe um reavivamento ao meu coração. 
A mente só fala a outras mentes, contudo o coração fala a outros 
corações. Eu falo de coração a coração porque foi o estudo destes livros 
que fez de mim um Adventista do Sétimo Dia. 
Lemos em Testemunhos para Ministros, à pág. 114: 
"Quando os livros de Daniel e Apocalipse forem bem compreendidos, 
terão os crentes uma experiência religiosa inteiramente diferente."
Que diferença será esta? Será uma experiência que salva? Esta 
experiência ocorre na conversão. Há muitos cristãos em outras igrejas. 
Os Adventistas do Sétimo Dia têm uma segunda experiência: Daniel e 
Apocalipse nos dão um senso de urgência e missão para este mundo. 
Fala-se muito de política, pouco de Cristo. Assim nos distanciamos 
de Jesus. 
Neste mesmo livro Ellen White afirma à pág. 118:
"Deixemos que Daniel fale, que fale o Apocalipse e digam a verdade. 
Mas seja qual for o aspecto do assunto apresentado, elevai a Jesus como o 
centro de toda a esperança, 'a RAIZ e a Geração de Davi, a resplandecente 
estrela da manhã' Apoc. 22:18."
Cristo deve ser elevado em todo aspecto deste assunto – eis um 
conselho muito importante. Ela não diz que Urias Smith, ou Ellen White, 
mas que Daniel e Apocalipse devem falar. Nossa primeira inclinação é: 
Urias Smith, o Dicionário, o Comentário, a Igreja diz, mas não é o 
método correto. A primeira regra hermenêutica é: "A Bíblia é seu 
10
Armagedom
próprio intérprete." A Bíblia foi escrita por pessoas simples e pode ser 
explicado de uma forma simples para pessoas simples e a nossa 
excelência e grandeza pode ser provada através da simplicidade ao 
explicar a Bíblia. 
Alguns têm perguntado se devemos nos satisfazer com as obras de 
Urias Smith sobre Daniel e Apocalipse. Ver Apêndice. 
Devemos estudar as profecias não cumpridas com normas que 
chamamos de "princípios de hermenêutica". Deixemos que Daniel e 
Apocalipse se interpretem pela própria Bíblia. Precisamos nos unir 
quanto a estes princípios, que serão analisados a seguir. 
Por que precisamos destas regras ou princípios de interpretação? Há 
três razões básicas:
(1) Para nossa salvaguarda contra especulações e heresias. 
(2) Uma garantia de certeza da tríplice mensagem angélica. 
(3) Segurança quanto à unidade das Escrituras Sagradas e a fé.
Se os princípios hermenêuticos forem claros, os erros poderão ser 
detectados, e teremos uma compreensão mais ampla dos assuntos.
Em relação à hermenêutica, ou seja, regras de interpretação, há duas 
posições extremas: 
a) LITERALISMO 
b) ALEGORISMO
LITERALISMO: Divorcia a palavra do seu contexto literal e 
histórico. É uma especulação sobre o termo, isolado do seu contexto. 
ALEGORISMO: Os rabinos eram mestres no alegorismo. Deve-se 
notar que nem toda alegoria é alegorismo. O sufixo ismo indica um falso 
uso. A alegoria é válida, dentro do seu contexto, mas alegorismo entra no 
campo da especulação. Ele sempre rejeita o contexto histórico ou literal. 
Agora que já conhecemos duas posições erradas, qual seria a posição 
correta? Não é só pelo fato de recusarmos os dois extremos que teremos 
o correto, que poderia ser definido como "interpretação histórico-
redentora" (de acordo com o contexto histórico e com o plano da 
redenção). Este termo não diz tudo; poderíamos também dizer que é uma 
11
Armagedom
interpretação tipológica, porque a tipologia leva em consideração o 
contexto histórico e literal e o seu progresso na história da redenção. 
Adverte-nos a Sra. White em O Grande Conflito, pág. 521: 
"Com o intuito de sustentar doutrinas errôneas ou práticas anticristãs, 
alguns apanham passagens das Escrituras separadas do contexto, citando 
talvez a metade de um simples versículo, como prova de seu ponto de vista, 
quando a parte restante mostraria ser bem contrário o sentido. Com a 
astúcia da serpente, entrincheiram-se por trás de declarações desconexas, 
interpretadas de maneira a convir a seus desejos carnais. Muitos assim 
voluntariamente pervertem a Palavra de Deus. Outros, possuindo ativa 
imaginação, lançam mão das figuras e símbolos das Escrituras Sagradas, 
interpretam-nos de acordo com sua vontade, tendo em pouca conta o 
testemunho das Escrituras como seu próprio intérprete, e então apresentam 
suas fantasias como ensinos da Bíblia."
O SDA Bible Commentary, vol. IV, pág. 37, diz: 
"Não há proteção mais segura contra as divagações religiosas 
especulativas de visionários do que um conhecimento claro do contexto 
histórico das Escrituras."
Isto está em harmonia com o contexto das Escrituras. Todos os 
estudiosos da Bíblia aceitarão estes princípios, exceto os fanáticos. Diz o 
nosso Comentário, à mesma página, que "o estudante da Bíblia procurará 
em primeiro lugar reconstruir o contexto histórico de cada passagem."
É por isso que tentamos fazer o contexto histórico de Babilônia. 
12
Armagedom
PRIMEIRO PRINCÍPIO DE HERMENÊUTICA
A Bíblia, como um todo orgânico em Cristo Jesus, é 
o seu próprio intérprete. 
(Todas as passagens indicadas no esboço à pág. 3 devem ser lidas).
Não devemos partir de uma falsa posição ou de idéias preconcebidas, 
pois este é o sistema do literalismo. Se queremos ter princípios 
hermenêuticos de interpretação bíblica, devemos buscá-los na própria 
Bíblia, e não impô-los sobre a Bíblia.
Por exemplo, o ser humano é composto de carne e sangue. Mas se 
fosse apenas sangue e carne, sua forma seria como gelatina. O que 
mantém o ser humano em pé é uma estrutura de ossos. Mas não se vê 
nenhum osso exposto, porque eles estão sob a carne. Se algum osso 
estiver aparecendo, é caso de levar ao hospital. Mas ele é feito de carne e 
osso, e possui um princípio de vida que o mantém vivo ao perseguir seu 
alvo. 
Alguns têm considerado a Bíblia como uma biblioteca de 66 
volumes, mas este conceito não é correto. A Bíblia é uma unidade, ou 
mais que isto, é um organismo, possui vida. Tem carne, sangue, mas 
também tem um esqueleto, que não está na superfície, mas escondido, é 
preciso procurá-lo. É por esta razão que devemos testar estes princípios 
de hermenêutica. 
Não queremos compreender as profecias ainda não cumpridas? 
Queremos compreender Daniel 11 sobre os Reis do Norte e do Sul, 
queremos estudar o secamento do rio Eufrates e os 144.000 no Monte 
Sião. Mas há muita confusão quanto a estes assuntos. 
Não devemos dizer simplesmente: "Isto é assim." Estaríamos sendo 
autoritários, e implicaria que as pessoas teriam que acreditar em nós. Há 
um caminho melhor – o único legítimo: Estudar as profecias já 
cumpridase descobrir os princípios que regem profecia e cumprimento. 
Depois, transportar estes princípios para as profecias ainda não 
13
Armagedom
cumpridas. As mesmas regras válidas para uma, devem ser válidas para 
as outras. 
O que necessitamos é coerência em Cristo Jesus. A Sra. White diz: 
"Coerência, és uma jóia!" Qualquer hermenêutica que não esteja 
fundamentada na unidade da Bíblia não é hermenêutica. A Bíblia é uma 
unidade espiritual. 
Lutero, Calvino e Zuinglio acreditavam neste primeiro princípio. "A 
Bíblia, como um todo orgânico em Cristo Jesus, é o seu próprio 
intérprete." Aqui residiu o poder da primeira Reforma. Eles formularam 
"A Escritura é seu próprio intérprete". Eu acrescentei as palavras "como 
um todo orgânico em Cristo Jesus". É Jesus Cristo que mantém a Bíblia 
em unidade, "como um todo orgânico". Ela não foi feita por homens. A 
Igreja Católica atribui a si o direito de fixar o Cânon das Escrituras, mas 
a Reforma não aceitou esta autoridade. O Cânon Bíblico não foi 
absolutamente estabelecido por homens, mas cresceu organicamente 
dirigido por Deus. 
O homem pode fazer cadeiras a partir da madeira da árvore, mas 
isto não é um todo orgânico. Não há árvore que cresça como uma 
madeira; o homem não pode fazer uma árvore, nem ao menos uma folha. 
Uma árvore é um organismo e há um princípio de vida nela. Assim é a 
Bíblia. Ela não é um livro devocional escrito por homens, mas um Livro 
Divino, que cresceu na História sob a liderança de Deus. 
O povo judeu, particularmente os rabinos, aceitaram o Velho 
Testamento, mas recusam o Novo. O que faz do primeiro princípio de 
hermenêutica um princípio cristão? Por acaso há alguma disputa com os 
judeus sobre a legitimidade do Velho Testamento? Não. A igreja crê que 
o Novo Testamento é a interpretação correta do Velho Testamento, mas 
os judeus dizem: "Nós é que temos a interpretação do Velho Testamento, 
é o Talmud." O conflito, portanto, reside entre o Talmud e o Novo 
Testamento.
Qual é a interpretação correta do Velho Testamento? O Talmud ou 
o Novo Testamento? Nós cremos no Novo Testamento por causa da fé 
14
Armagedom
em Jesus Cristo. E Ele era judeu. Foi o maior judeu que já existiu. O 
apóstolo Paulo também era judeu. Portanto, a fé no Novo Testamento 
nasceu no seio do judaísmo. O Novo Testamento foi escrito por judeus, 
inspirados pelo maior judeu, que é Cristo, para mostrar o cumprimento 
das profecias do Antigo Testamento. Em outras palavras, o nosso 
princípio de hermenêutica pressupõe fé em Jesus Cristo. Ele é um 
princípio cristão. Ele não se impõe sobre a Bíblia, mas é derivado da 
Bíblia. 
Em S. João 5:39 lemos: "Examinais as Escrituras, porque julgais ter 
nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim." O verbo 
examinar no Indicativo mostra que as pessoas com as quais Jesus falava 
já examinavam as Escrituras e acreditavam que nelas estava a vida, mas 
o que elas não sabiam é que as Escrituras davam testemunho dEle. No 
verso 40 lemos que não queriam acreditar em Jesus. 
Jesus quis dizer que eles aceitavam a Bíblia, e isto é vida eterna, 
mas rejeitavam Aquele do qual as Escrituras testemunhavam. Como é 
possível separar as Escrituras de Cristo? Cristo está nas Escrituras, 
tornando-a um todo orgânico, uma unidade espiritual. Ele não estava 
falando do Novo Testamento, mas referia-se a Moisés, aos Salmos e aos 
Profetas. Nos versículos finais do capítulo, Ele diz que se não creram em 
Moisés, como crerão nas Suas palavras? Os judeus que rejeitaram a 
Jesus não criam mesmo em Moisés nem nos profetas. 
Quem não aceita o Velho Testamento não pode aceitar o Novo. O 
apóstolo Paulo enfatiza isto em II Cor. 3:14-16. Aqui ele faz uma 
comparação com Moisés, ao descer do Monte com a face brilhando por 
causa da glória de Deus. O povo pediu que ele cobrisse o rosto. Isto 
simbolizava velar a lei, não apontar o pecado. Aí começou a apostasia de 
Israel. O povo temia contemplar aquele brilho por causa de seu 
sentimento de culpa. É exatamente isto que acontece agora, diz Paulo. 
Rejeitaram Cristo como o Messias, negando as Escrituras (II Cor. 1:20). 
15
Armagedom
Jesus de maneira alguma anula o Velho Testamento, mas respeita e 
confirma-o no Novo Testamento. Jesus não traz uma nova religião 
diferente de Moisés. 
Em Heb. 1:1 e 2 aprendemos que Cristo é a continuação da revelação 
de Deus, que primeiro falou aos pais pelos profetas, e que agora fala por 
meio dEle. Isto estabelece a unidade básica entre o Novo Testamento e o 
Velho Testamento. Jesus é o Filho do Deus de Israel. 
O Velho e o Novo Testamento não estão em conflito. A Bíblia real 
é o Velho Testamento. O Novo Testamento mostra que o Velho Testamento 
deve ser interpretado e cumprido. É esta a resposta que devemos dar aos 
que dizem que o Velho Testamento é para os judeus e o Novo é para a 
igreja. Gostamos de achar um texto sobre o Sábado no Novo Testamento. 
É melhor perguntar à pessoa interessada: "Qual é o tamanho da sua 
Bíblia? Ela é só o Novo Testamento?" Depois deve-se ler Heb. 1:1 e 2 e 
provar Jesus Cristo no Velho Testamento e que ambos são um em Jesus 
Cristo. 
O Novo Testamento tem um relacionamento todo especial com o 
Velho Testamento. Poderíamos dizer que o Velho são as promessas e o 
Novo o cumprimento das promessas. O Antigo é sombra e o Novo a 
substância dessa sombra. O relacionamento mais importante entre ambos 
é que o Antigo Testamento é o tipo e o Novo o antítipo. E qual a relação 
entre o tipo e o antítipo? Tipo é a prefiguração e antítipo o cumprimento.
Embora haja uma correspondência entre ao dois, o tipo não é igual 
ao antítipo. O antítipo é sempre mais que o tipo. Há uma intensificação 
de um para o outro. Cristo é mais do que Davi. O antítipo aperfeiçoa o 
tipo. Jesus iniciou a era especial do antítipo. 
Nunca nenhum rabino ousou fazer a afirmação de Cristo fez: "Eis 
aqui está quem é maior do que Jonas" (Mat. 12:41, ú.p.). O que isto 
significa? Ele estava Se referindo à Sua própria Pessoa. Ele era maior do 
que Jonas. Ao assim dizer, Ele queira dizer que a Sua mensagem de 
arrependimento era muito mais séria do que a de Jonas. Portanto, Ele 
comparou-Se com Jonas e a sua mensagem. Esta é uma relação 
16
Armagedom
tipológica. Jonas era um tipo de Cristo. Da mesma forma que ele esteve 
três dias no ventre do grande peixe, Cristo esteve três dias na sepultura. 
Não é interessante? Em Mat. 12:42 (ú.p.) Jesus afirmou: "Eis aqui 
está quem é maior do que Salomão." O que significa isto? Salomão foi o 
rei mais sábio que já existiu. Jesus disse que era maior do que ele – 
comparando com a sabedoria de Salomão, Ele era mais sábio. Afirmou 
também que era um rei maior do que Salomão. 
Jesus afirmava ser o mais exato cumprimento de todas as profecias 
e tipos dos profetas e reis do Velho Testamento. Afirmava ser o maior 
dos sacerdotes, e até o SHEKINAH como lemos em Mat. 12:6. Esta foi a 
mais inesperada afirmação feita por Jesus. Maior que o templo? Quem 
estava no lugar santíssimo do templo? A presença de Jeová, o SHEKINAH. 
Jesus afirmou ser o SHEKINAH encarnado. Diante disto, não havia outra 
escolha. Ou apedrejá-Lo ou adorá-Lo. 
Em Mat. 26:28 Ele afirmou que o Seu sangue era o cumprimento 
de todas as profecias que falavam em sangue. Cristo declarou que Ele foi 
o Antítipo perfeito. Portanto, a estrutura fundamental do Velho e do 
Novo Testamento é um relacionamento tipológico. 
Só podemos compreender a tipologia na Bíblia se pudermos 
compreender que Cristo é o centro desta estrutura tipológica. 
17
Armagedom
SEGUNDO PRINCÍPIO DE HERMENÊUTICA
"O Novo Testamento ensina o cumprimento Cristológico-
Eclesiológico dasprofecias do Reino do Velho Testamento em 
duas fases, centralizadas nos dois adventos de Cristo."
Vamos agora verificar se esta segunda regra é bíblica. Devemos nos 
conscientizar do que a Bíblia diz sobre o assunto. 
Esta segunda regra não tem provocado controvérsias em nossa 
igreja, é aceita por todos os cristãos. 
 O termo CRISTOLÓGICO significa "cumprimento em Cristo". 
 O termo ECLESIOLÓGICO significa "cumprimento na Igreja". 
Fala-se em profecias do Reino. Quais são estas profecias do Velho 
Testamento? 
O texto bíblico mais importante sobre este assunto é Gên. 3:15. 
Aqui está a chave para a compreensão de toda a Bíblia – suas promessas, 
concertos e profecias. Foi a primeira promessa dada ao homem. Foi um 
juízo contra a serpente. 
O que está implícito nesta profecia? Esta primeira promessa foi 
dirigida à serpente, e nossos primeiros pais a ouviram: "inimizade entre 
ti" – serpente; "e a mulher" – este mundo, humanidade; "entre a tua 
semente a sua semente." O que isto significa? Deus declarou que haveria 
guerra entre estas duas partes. A palavra semente é muito espiritual. Os 
que seguem a serpente são chamados semente da serpente, filhos de 
Satanás; os que seguem os princípios das promessas de Deus são 
chamados semente da mulher. 
Agradeçamos a Deus por ter posto esta inimizade entre a semente 
da serpente e nós, semente da mulher. Graças da Deus por nos 
conscientizar disto. A promessa diz que a semente da mulher esmagará a 
cabeça da serpente, no entanto, a semente da serpente ferirá o calcanhar 
da mulher. Quando matamos uma serpente com o calcanhar, ela pode ter 
18
Armagedom
a oportunidade de morder nosso calcanhar. Portanto, sofrimento está 
implícito neste esmagar da serpente. 
Foram estabelecidas duas profecias nesta promessa. Elas não se 
apresentam na ordem cronológica. A promessa do sofrimento da semente 
da mulher refere-se ao primeiro advento de Cristo. Na cruz, o calcanhar 
da semente da mulher foi ferido. A cabeça da serpente será esmagada por 
ocasião do segundo advento de Cristo, ou mais precisamente, do terceiro 
advento, após o milênio. 
Vemos neste único verso (Gên. 3:15) todo o plano da salvação 
delineado. Não é surpreendente? Esta promessa foi feita com o objetivo 
do homem conquistar o Paraíso e ali ser readmitido. As últimas páginas 
da Bíblia têm uma correspondência com as primeiras. No Gênesis, temos 
o homem no paraíso, com direito à árvore da vida. Nas últimas páginas 
da Bíblia temos o homem neste Paraíso restaurado, novamente com 
acesso à árvore da vida. A Bíblia é um Livro com final feliz. É por esta 
razão que temos uma boa mensagem para o mundo. Estas boas-novas, 
embora centralizadas nos adventos de Cristo, têm um escopo muito mais 
amplo do que o 1º e 2º adventos de Cristo, que têm como objetivo 
restabelecer o reino de Deus e reivindicar o Seu caráter. Seu principal 
propósito é que o único Governador desta Terra – Deus – seja reconhecido 
como tal. O que está sendo discutido neste grande conflito é o governo 
de Deus e Seu caráter em relação ao governo do Universo. Gên. 3:15 é a 
primeira profecia do Reino. 
Há muitas profecias na Bíblia, usualmente conhecidas como 
profecias messiânicas, que ressaltam o novo governo sobre a Terra. Um 
outro governo em Gênesis 49, versos 10-12 relata a promessa da 
descendência de Jacó, Judá. Um reino de prosperidade e abundância, 
cujo cetro seria obedecido por todas as nações. 
Há, portanto, uma gradação seletiva desde a semente da mulher até 
Judá. É um interessante desenvolvimento.
Semente da mulher (humanidade)
Sem 
19
Armagedom
Abraão 
Isaque 
Jacó 
Judá 
Davi 
Jesus
Em primeiro lugar temos a humanidade. O Redentor viria da 
semente da mulher. Deus começa a escolher alguns dentre a humanidade 
para cumprir os seus propósitos. Noé mencionou que o Deus de Sem 
seria bendito (Gên. 9:26); logo, o Redentor devia nascer de origem Semita. 
A partir de Sem, encontramos Abraão e Isaque. Não foi Ismael, pois este 
foi rejeitado. A seguir vem Jacó, e não Esaú. Quantos filhos teve Jacó? 
12. Onze são rejeitados para este propósito, e apenas um é escolhido – 
Judá. De Judá viria este governador. 
Há ainda outro passo a ser dado. Em II Samuel 7 encontramos o 
Messias viria da casa de Davi. Este foi Jesus Cristo, que representa a 
casa de Israel e toda a humanidade. Ele é o Segundo Adão, 
representando toda a raça humana. O novo Líder desta nova era é filho 
de Abraão e de Davi. É isto que Mateus enfatiza no início do Novo 
Testamento. Por outro lado, Lucas, que escreveu seu evangelho para os 
gentios, enfatiza Jesus como sendo a Cabeça da humanidade, e não filho 
de Davi. 
O profeta que mais ressalta as profecias do reino é Isaías. Em 
Isaías 9:6 e 7 destacamos: "o governo está sobre os seus ombros". É uma 
profecia do reino. Em Isaías 11:1-9 lemos que não haverá mais violência 
neste reino. O cordeiro e o leão serão apascentados juntos. O 
conhecimento de Deus encherá a Terra "como as águas cobrem o mar." 
São profecias do reino. 
Conhecemos também as profecias de Isaías 53, que estabelecem 
como condição do estabelecimento deste reino a morte e o sofrimento do 
Messias. Esta linha de pensamento de um Messias humilde e sofredor foi 
muito negligenciada. 
20
Armagedom
Há duas classes de profecias do reino no Velho Testamento: as que 
mostram este governo de forma gloriosa e as que enfatizam o Messias 
humilde. Algumas vezes, estas duas perspectivas encontram-se juntas no 
mesmo contexto. 
Consideremos Zacarias 9:9, onde as duas linhas estão no mesmo 
texto. Em Mat. 21:5 lemos que Jesus cumpriu esta profecia, vindo de 
forma humilde. Mas logo no verso 10 (Zac. 9:10) lemos que Ele viria 
como Rei, triunfantemente, para destruir os inimigos. Esta profecia de 
Zacarias 9 teve um cumprimento parcial no primeiro advento e terá um 
segundo cumprimento no segundo advento. Nós não temos dúvidas 
quanto a isto, pois já conhecemos os fatos referentes ao primeiro advento, 
mas como poderiam os judeus daquela época discernir entre o primeiro e 
o segundo advento? Eles negligenciaram a segunda linha de profecias e 
prenderam-se à vinda gloriosa do Messias. Não há desculpas para eles, 
pois em Isaías 53 é dito claramente que o Messias precisava sofrer 
primeiro, para depois ser exaltado. Também lemos isto em Isaías 52:13. 
Em Luc. 24:25-27 Jesus esclarece: "Porventura, não convinha que o Cristo 
padecesse e entrasse na sua glória?"
Creio que Jesus começou a demonstrar isto em Gên. 3:15, onde este 
"ferir do calcanhar" já foi cumprido, e o "esmagar da serpente" 
demonstra que o Messias será finalmente vitorioso. 
As profecias que se referem à Sua glória, ao Seu triunfo, são mais 
amplas do que as que falam do Seu sofrimento. Isto nos anima, fazendo-
nos crer que este Messias triunfará! 
Vamos agora entrar em um assunto que pode ser novo para muitos. 
Tem a ver com a designação do tempo após o evento da cruz. 
Estudaremos cerca de sete textos muito importantes. O Novo Testamento 
nos diz que os "últimos dias" preditos no Velho Testamento começaram 
no primeiro advento de Cristo. Verifiquemos as implicações deste fato 
para a escatologia (estudo dos últimos acontecimentos). 
Começamos com Atos 2:16, 17. Todos devem ler em sua própria 
Bíblia. Estes versos relacionam-se com o Pentecostes e trazem uma 
21
Armagedom
explanação do apóstolo Pedro de como Israel deveria interpretar a 
"chuva" do Espírito Santo sobre os apóstolos. Os israelitas da época 
interpretaram erroneamente o fato, achando que os apóstolos estavam 
embriagados. Todas as palavras de Deus necessitam interpretação.Todas 
as obras de Deus podem ser interpretadas erroneamente. O apóstolo 
Pedro, vendo a distorção dos fatos, levanta-se e fala: "O que ocorre é o 
que foi dito por intermédio do profeta Joel" (que nos últimos dias o Espírito 
seria derramado). 
Por este texto concluímos que os últimos dias haviam chegado. Isto 
não é muito fácil de aceitar. Se perguntarmos a qualquer adventista 
quando começaram os últimos dias, a resposta será: 1798 ou 1844. Mas 
lemos aqui em Atos que os últimos dias tiveram seu início no 
Pentecostes. O "tempo do fim" conforme Daniel, é uma intensificação 
dos últimos acontecimentos. 
O que Joel quer dizer com esta expressão: "últimos dias" (Joel 2:28)? 
Outros profetas também a usaram. É o tempo da vinda do Messias. É 
chamada a Era Messiânica. Quantas vezes virá o Messias? Duas. Logo, o 
primeiro advento é o início desta era messiânica, que foi inaugurada na 
cruz e culminará no segundo advento. 
As profecias de Daniel dão as datas de 1798 e 1844 para indicar 
uma intensificação destes últimos dias. 
Através da cruz de Cristo, a Velha Era ou Velha Dispensação se 
cumpriu. Inicia-se aqui o período dos últimos dias. Várias passagens 
bíblicas não deixam dúvidas quanto a isto. Entretanto, as profecias de 
Joel citadas pelo apóstolo Pedro terão um segundo cumprimento nesta 
fase final da história do mundo, nesta intensificação dos últimos dias, ou 
seja, um pouco antes do segundo advento. É por isso que a Sra. White 
afirma que todas as profecias de Joel que tiveram cumprimento no 
primeiro advento cumprir-se-ão também no segundo advento. Por esta 
razão são usados os termos "chuva temporã" e "serôdia". Este é um fato 
muito importante, porque podemos afirmar que a Escatologia Bíblica 
está entre o primeiro e o segundo adventos. 
22
Armagedom
Escatologia é um termo teológico que significa "a doutrina das 
últimas coisas". Todas as profecias referentes ao sofrimento de Cristo 
foram cumpridas no primeiro advento. O evangelho é profecia cumprida. 
E então começam os últimos dias. Para nós constitui-se um problema de 
que estes últimos dias têm durado 2.000 anos. Parece que isto enfraquece 
o argumento. Como podemos chamar de últimos dias 2.000? Entretanto, 
é isto que diz a Bíblia. 
O segundo texto a ser considerado se encontra em Heb. 1:1, 2. 
"Nestes últimos dias". No verso 1 encontramos a Velha Dispensação, e 
no verso 2 a Nova Dispensação. As duas dispensações são aqui 
consideradas. É demonstrada também a continuidade das duas eras. O 
mesmo Deus que inspirou os profetas inspirou também o Filho, que é 
maior que os profetas e tem mais autoridade que eles. Encontra-se nEle 
uma interpretação superior e maior para as profecias, por isso, uma nova 
era começou – a Era Messiânica – que é chamada os "últimos dias". 
Atos 2 é confirmado por Hebreus 1:1, 2. 
O terceiro texto é Heb. 9:26 – "..." "ao se cumprirem os tempos". 
Observemos a segunda parte do verso 26: "se manifestou uma vez por 
todas". O autor está se referindo ao primeiro advento, que já era uma 
realidade quando este texto foi escrito. Conforme o original grego, isto 
aconteceu "no fim das eras". Como pode ser isto no primeiro advento? 
Por não analisarmos muito o primeiro advento, relacionamos estes 
termos com o segundo advento. No entanto, os apóstolos aplicaram-nos 
primeiramente ao primeiro advento. Para eles, este primeiro advento era 
o fim dos tempos. 
Eu não teria coragem de fazer esta afirmação. Meus alunos diriam: 
"Dr. LaRondelle, volte para Michigan, por favor, pois esta é uma 
doutrina falsa." Mas temos a Bíblia diante de nós, e precisamos 
compreendê-la toda, não apenas algumas passagens isoladas. Há sempre 
novas coisas a descobrir na Bíblia, e esta é uma delas. Jesus na Sua 
primeira vinda, começou os últimos dias, ou seja, o "fim dos tempos". 
23
Armagedom
O primeiro advento é o fim da Era Antiga, da Velha Dispensação. 
Esta é uma explicação simples, mas muito importante. Precisamos 
evangelizar os judeus também. Falar com os judeus requer mais 
conhecimento que falar com outros. Eles crêem que o Velho Testamento 
está acontecendo, isto é, que as profecias do Velho Testamento serão 
literalmente cumpridas com eles como nação. 
Martin Huber, um judeu de renome dos nossos dias, disse: "Jesus 
de Nazaré é meu maior irmão, mas não é meu Salvador." Este é o 
espírito da judaísmo moderno. Eles lêem o Novo Testamento e falam 
positivamente de Jesus, mas não O reconhecem como Salvador e Senhor. 
A mensagem de que Jesus cumpriu os Velhos Tempos e começou a Era 
Messiânica é decisiva para os judeus. O tempo do cumprimento chegou. 
O Messias unicamente interpreta completa e corretamente o Velho 
Testamento. 
Em Heb. 9:28 nós podemos ver que o segundo advento está 
descrito no futuro: "aparecerá segunda vez". Há um extraordinário 
equilíbrio entre os versos 26 e 28. Os últimos dias começaram, o fim das 
eras chegou. 
É muito importante que nos relacionemos não apenas com o futuro, 
mas também com o passado, e então olhar para o futuro e dizer: Cristo 
virá segunda vez, mas com uma função diferente. Virá sem pecado, ou 
seja, não virá para tratar com o pecado (Verso 28). 
O 4º texto é I Pedro 1:20. Trata-se aqui do primeiro ou do segundo 
advento? Sim, o primeiro. Como é caracterizado este tempo? Como o 
fim dos tempos. O mesmo ponto é aqui enfatizado. É preciso haver um 
fim. 
O 5º texto é I Cor. 10:1-4. É necessário que cada um leia esta 
passagem. Paulo fala sobre a Velha Dispensação neste belo capítulo. No 
verso 6 lemos que "estas coisas se tornaram exemplos para nós". A 
palavra grega traduzida por exemplos é TIPOI = prefiguração. A história 
do Velho Israel é um tipo de admoestação para a igreja. A igreja é um 
cumprimento deste Israel antigo, em dois sentidos: em FIDELIDADE e em 
24
Armagedom
APOSTASIA. No verso 11 lemos: "Estas coisas lhes sobrevieram como 
exemplos e foram escritas para advertência nossa." No original é: "Estas 
coisas lhes sobrevieram como TIPO." (Tipologia é uma expressão bíblica.) 
O apóstolo está dizendo que o Velho Testamento foi escrito para a igreja, 
em relação a nós, "sobre quem os fins dos séculos têm chegado". O mesmo 
fato está mencionado em Tiago 5:3, que é o nosso próximo texto. 
O 6º texto é Tiago 5:3. "Tesouros acumulastes nos últimos dias." 
Sempre interpretamos este verso em relação ao nosso tempo, mas Tiago 
está falando do seu próprio tempo. Não é uma profecia para este ano, 
mas um cumprimento para a era apostólica, como percebemos pelo 
contexto. Isto não quer dizer, no entanto, que não haja uma aplicação 
para hoje. Se isto era verdade há 2.000 anos, é muito mais verdade hoje. 
O 7º texto é I João 2:18. "já é a última hora". É uma expressão 
surpreendente. Última hora no primeiro século? Não estaria o apóstolo 
enganado? Depende de como encaramos o fato. Se, com nossa visão 
estreita, olhamos desde hoje para trás até os primeiros séculos, diremos: 
"Muito tempo passou; certamente, houve um engano nesta afirmação. 
Não é possível a última hora durar 2.000 anos." Isto acontece quando 
olhamos a Bíblia sem compreensão, quando não conhecemos a maneira 
de pensar hebraica. 
Neste texto o apóstolo está dizendo que as profecias do Anticristo 
estavam sendo cumpridas, e que isto era o sinal de que estavam vivendo 
nos últimos dias. Ele afirma que muitos Anticristos apareceram – os 
professores do gnosticismo, que já se haviam tornado cristãos mas ainda 
se apegavam à filosofia gnóstica, negando que o Messias se encarnara 
em Jesus (podemos ler isto no cap. 4:1). 
Resumindo o que aprendemos nestes textos, os apóstolos estavam 
convencidos de que as profeciasdo Velho Testamento do reino 
cumpriram-se por ocasião do primeiro advento de Cristo. Jesus endossa 
este conceito quando afirmou: "Se, porém, eu expulso demônios pelo 
Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós." (Mat. 
25
Armagedom
12:28). Este é o texto-chave para provar que por ocasião do primeiro 
advento o reino chegou. Como, então, compreender o fato de Jesus ter 
dito na oração do Senhor: "Venha o Teu reino"? Como pode Ele ter dito 
que o reino chegou e então dizer: "Orai para que o reino de Deus venha"? 
O primeiro advento de Cristo iniciou o Reino da Graça e o segundo 
advento iniciará o Reino da Glória. Este é o cumprimento cristológico 
destas profecias do Antigo Testamento. ("Como a mensagem do primeiro 
advento de Cristo anunciava o reino de Sua graça, assim a de Sua segunda 
vinda anuncia o reino de Sua glória." – DTN, pág. 234). 
Jesus disse que também no futuro haveria um "fim dos tempos". 
Lemos em Mat. 13:39, 40 – "consumação do século". Trata-se do 
primeiro ou do segundo advento? Notem a expressão "consumação do 
século", que é a mesma expressão grega usada em Heb. 9:26, referindo-
se ao primeiro advento. Em Mat. 28:20 esta expressão grega é também 
usada e se refere ao primeiro advento. Portanto, a consumação ou fim 
dos tempos pode significar tanto o primeiro como o segundo advento. 
(Em Heb. 9:26 é o primeiro, e em Mat. 13:39 é o segundo advento). 
Como poderemos saber a que evento se refere este termo quando o 
encontrarmos na Bíblia? Pelo contexto. As duas interpretações (1º ou 2º 
adventos) são Cristocêntricas – isto é que é importante. A mesma 
terminologia pode ser utilizada tanto para um cumprimento presente 
como para um cumprimento futuro, pois Cristo cumpre as profecias do 
Antigo Testamento em duas fases. 
Este é o segundo princípio hermenêutico. Ambas as fases são 
centralizadas em Cristo. Poderíamos dizer que o primeiro advento é um 
cumprimento das promessas do Velho Testamento, e o segundo é a 
consumação destas promessas, como afirma um erudito. O cumprimento 
presente não é o cumprimento final, mas no segundo advento haverá 
uma consumação deste cumprimento. 
O segundo princípio hermenêutico diz que o cumprimento não é 
simplesmente Cristológico, mas também Eclesiológico. Vamos estudar o 
cumprimento Eclesiológico, isto é, o cumprimento na igreja. 
26
Armagedom
Consideremos Mateus 16:18. Este texto é sempre usado em relação 
à Igreja Católica Romana.. Jesus disse: "Minha igreja". No Velho 
Testamento Israel era a igreja de Jeová, e quando Jesus diz "Minha", 
apropriando-Se daquilo que pertence a Jeová, é o cumprimento 
Cristológico; e quando Ele diz "Minha igreja" é um cumprimento 
Eclesiológico. 
Jesus seleciona de todo o Israel um remanescente que agora Lhe 
pertence. Por que teria Jesus escolhido doze apóstolos, e não treze, 
catorze ou dez? Ele quer com isso indicar que as doze tribos de Israel 
têm continuidade. Os doze apóstolos são os representantes destas doze 
tribos. Todo israelita deve agora tornar-se um crente e ser batizado para 
vir a ser um verdadeiro israelita. 
O que tornou os doze apóstolos diferentes dos demais israelitas? O 
que fez deles um remanescente fiel? Todos eram de Deus, mas alguns 
judeus não eram mais ISRAEL. Jesus escolheu desta nação um pequeno 
rebanho. Ao usar este termo "rebanho" e ao dizer "Eu sou o bom Pastor", 
estava fazendo uma reivindicação messiânica. Ele era agora o verdadeiro 
Rei de Israel. Todos os reis de Israel eram chamados pastores. Jesus 
disse: "Eu sou o verdadeiro Rei de Israel – Eu sou o Pastor de Israel. 
Todos os que ouvem a Minha voz Me seguem." 
Portanto, o que faz a diferença entre os apóstolos e os demais 
israelitas? Crer que Jesus era o cumprimento de todos os tipos do Velho 
Testamento, que Jesus foi o maior Rei, o mais elevado dos sacerdotes e o 
maior dos profetas – a fé em Jesus de Nazaré como o Messias. 
Os doze apóstolos eram judeus e, ao mesmo tempo, a igreja. 
ISRAEL é a IGREJA. Cristo seleciona agora de toda a nação israelita um 
novo Israel. Com que direito? Ele próprio era o Deus do concerto de 
Israel. Da mesma forma que Jeová escolheu as doze tribos, Jesus 
escolheu os doze apóstolos. Jesus fez então um novo concerto com 
Israel. O novo concerto não foi feito para os gentios, mas somente com 
os judeus. E qual é a qualificação do real judeu? Crer que Jesus é o 
Messias. Esta era a verdade presente para a igreja primitiva. 
27
Armagedom
Lemos em Gál. 3:16 que "as promessas foram feitas a Abraão e ao 
seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de 
muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo." Em 
hebraico o termo "descendente" não tem qualquer distinção entre 
singular e plural; portanto, o apóstolo deve ter tomado este texto da 
Septuaginta, que é a tradução grega do Antigo Testamento. Alguns 
estudiosos da Bíblia acham que Paulo neste verso, não está falando de 
Teologia, mas usa de malícia, algum truque – uma engenhosidade 
rabínica – para transmitir alguma mensagem, mas um estudioso holandês 
do Novo Testamento apresenta uma solução melhor. Diz ele que esta 
interpretação não é rabínica, mas é teológica, porque na verdade há duas 
sementes de Abraão. Há a semente do ponto de vista nacional, portanto 
no plural (descendentes), e há a linha especificamente messiânica (o 
descendente). Paulo menciona qual é a única semente qualificada de 
Abraão, a semente da mulher que esmaga a cabeça da serpente. 
Paulo, neste texto, não está simplesmente fazendo uma distinção 
entre um e outro de modo aritmético, mas está pensando de um modo 
muito mais profundo. 
Em hebraico, uma pessoa pode representar muitas pessoas, ou uma 
nação, ou mesmo a humanidade toda. Por exemplo, Adão representa a 
humanidade. O que aconteceu com Adão, acontece com a humanidade. 
Poderíamos dizer que não comemos da árvore que Adão comeu, mas a 
Bíblia diz que quando Adão comeu, todos nós participamos; quando 
Adão caiu, todos nós caímos. I Cor. 15:22 diz: "em Adão todos morrem". 
Este sistema é chamado "personalidade representativa". 
Também em I Cor. 15 Jesus é chamado o Segundo Adão. Portanto, 
Ele representa uma nova humanidade – aqueles que crêem nEle, que são 
um com Ele, que são por Ele representados. Paulo começa a falar sobre 
ter Adão como representante ou ter Cristo. Em II Cor. 5:14 falando sobre 
o amor de Cristo lemos: "um morreu por todos; logo, todos morreram." 
Como compreender isto? Ele morreu em nossa carne, e quando a carne 
humana morreu na cruz do Calvário, sob a ira de Deus, toda a 
28
Armagedom
humanidade nesta ocasião pagou o preço, e a lei foi cumprida. Este é o 
coração do evangelho. 
Precisamos pensar mais de modo Cristocêntrico. Ninguém 
absolutamente pode ser salvo por sua própria justiça, mesmo após estar 
50 anos na igreja adventista. A única maneira de ser salvos é através da 
justiça de Cristo em nós e sobre nós. 
Leiamos Gál. 3:27-28. É uma bela passagem cheia de significado. 
O batismo significa uma incorporação no próprio corpo de Cristo. Em 
Romanos 8 lemos que quando somos batizados, somos batizados na 
morte de Cristo. 
Às vezes dizemos, por ocasião do batismo, que a pessoa está sendo 
sepultada na sua própria sepultura, e por amar Cristo está sendo batizada. 
Isto não tem profundidade, é um ponto de vista muito subjetivo. É 
alguma coisa centralizada na emoção humana. Mas a Bíblia dá-nos uma 
dimensão mais profunda em relação ao batismo. Diz-nos que a sepultura 
na qual somos sepultados não é nossa, mas a do próprio Cristo. Não 
somos batizados porque amamos a Cristo, masporque temos fé nEle. 
Quando morremos, Cristo morre por nós. E quando Cristo morreu, 
morreu a nossa própria morte. E quando Jesus foi para a sepultura, 
fomos sepultados com Ele. Pelo batismo confessamos que cremos assim. 
Por este sagrado direito somos incorporados no próprio corpo de Cristo. 
Somente então estamos em Cristo. 
No verso 29 o apóstolo Paulo diz: "E, se sois de Cristo, também sois 
descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa." Se vocês são 
de Cristo são contados como Israel, e semente de Abraão. E no verso 16 
ele havia dito que há somente um descendente de Abraão. Não é isto 
uma contradição? Se a descendência de Abraão refere-se somente a 
Cristo, como pode envolver a todos? Ao escrever o verso 29, Paulo sabia 
o que estava no verso 16, portanto ele aqui está falando teologicamente. 
Cristo é a única Semente perfeita de Abraão. E todos aqueles que pela fé 
são batizados em Cristo, tornam-se um em Cristo. São representados por 
29
Armagedom
Cristo. E estes que são um em Cristo, recebem todas as bênçãos de 
Cristo. E que bênçãos recebeu Cristo? As promessas a Abraão. 
As promessas feitas a Abraão e Israel eram uma bênção para todo o 
mundo, todas as famílias da Terra, e que todo o mundo seria uma 
propriedade de sua semente. Portanto, estas promessas são de natureza 
mundial. 
Pensemos em Gênesis 3:15. O Paraíso será reconquistado. A Terra 
será renovada. Por acaso, não estava Abraão olhando para esta Cidade de 
Deus, esta Nova Jerusalém construída pelo próprio Deus, apresentando 
toda a Terra renovada? Este é um cumprimento Eclesiológico. Há 
implicações para nós hoje, como também há para o futuro. 
Em Gál. 6:16 Paulo chama a igreja de Israel de Deus. Israel não é 
mais considerado como nação, foi deserdado das promessas. Que choque 
foi para os israelitas saber que somente através da fé em Cristo poderiam 
eles ter direito a essas promessas. O importante não é o sangue de 
Abraão, mas a fé de Abraão. Esta é a mensagem de Romanos 4. 
Lemos em Gál. 6:15 sobre "ser nova criatura" – novo nascimento 
através da fé em Cristo. E a seguir, "paz e misericórdia sejam sobre eles e 
sobre o Israel de Deus." Este "e" no original grego não quer dizer que se 
trata de outra classe de pessoas. O sentido exato é: "paz e misericórdia 
sejam sobre eles, que são o Israel de Deus." 
Os judeus que rejeitaram a Cristo são Israel simplesmente segundo 
a carne. Em I Cor. 1:2 Paulo fala de santos. No Velho Testamento, quem 
era considerado santo? O povo de Israel. Mas muito pouco desses 
israelitas naturais eram israelitas espirituais. Após a cruz, começou a 
haver uma aplicação diferente desse termo "santo". Os israelitas 
espirituais são agora chamados "cristãos", a "igreja de Cristo". Eles 
agora são os santos. Portanto, a palavra "santo" deve ser aplicada 
segundo a sua dispensação (Velha ou Nova). O contexto é que deve 
explicar, como vimos anteriormente quanto aos textos 'fim dos tempos" 
"consumação dos séculos". 
30
Armagedom
Em Êxodo 19:5, 6 também fala em "santos". Para explicar este 
termo precisamos saber qual era o seu relacionamento com Deus. Da 
mesma forma, qual era o relacionamento com Deus na Nova 
Dispensação? 
VELHA DISPENSAÇÃO:
 Quem é Deus? Jeová 
 Quem são os santos? Israel (nação) 
 12 tribos
Segundo I Cor. 1:2 na:
NOVA DISPENSAÇÃO:
 Senhor Jesus
 Quem são os santos? Igreja
 12 apóstolos
Existe uma diferença entre os dois casos. A nação Israel estava 
confinada ao seu território. A igreja hoje (aqueles que crêem em Jesus e 
guardam os Seus mandamentos) está em todo o mundo, não tem 
qualquer restrição geográfica ou étnica (de raça). O único laço que une a 
igreja é a fé em Cristo. No Novo Testamento, os gentios também têm 
direito às promessas. Por exemplo, Raabe, a prostituta, que se tornou 
uma das ancestrais de Jesus. 
Que Deus maravilhoso! 
Rute é outro exemplo. Ela era moabita, mas disse à sua sogra: "O 
teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus", sendo assim 
incorporada à Israel. 
31
Armagedom
TERCEIRO PRINCÍPIO HERMENÊUTICO
"As muitas promessas do concerto à casa de Israel e à casa de Judá 
no Velho Testamento tiveram um cumprimento inicial depois do exílio 
assírio-babilônico, estão tendo um cumprimento presente no ajuntamento de 
judeus e gentios crentes na igreja de Cristo, e terão um cumprimento futuro 
na reunião universal de todos os judeus e gentios crentes de todos os cantos 
da Terra para a visível Volta de Cristo nos céus e para o Reino de Glória."
 
Esses princípios hermenêuticos não são isolados, mas cada um 
aprimora um pouco mais o princípio que o precede. O que nós quisemos 
dizer na primeira regra é mais explicado na segunda. E o que dissemos a 
respeito da segunda será mais explanado na terceira. 
Para compreender o 3º princípio precisamos estudar o seguinte 
diagrama: AS QUATRO FASES DO ANTIGO ISRAEL
A primeira fase de Israel é muito simples: começa com Moisés e 
termina com Salomão. Com Moisés, as doze tribos foram constituídas 
como uma nação religiosa. Isto foi aproximadamente em 1400 AC. 
32
Armagedom
Quando Salomão morreu, por volta do ano 1900 AC. esta nação dividiu-
se em dois reinos. Dez tribos juntaram-se numa organização separada, e 
duas tribos (Judá e Benjamim) permaneceram ao redor de Jerusalém. 
Esta divisão em dois reinos é a segunda fase. Veremos que Israel 
também é chamado de Efraim, pois Efraim foi a maior entre as dez 
tribos, e a que as conduziu à apostasia. Eles tiveram 20 reis, dos quais 
nenhum andou nos caminhos do Senhor. Chegaram mesmo a criar um 
falso templo, com culto falso, com adoração de imagens (a nação do 
Norte). Deus lhes enviou dois profetas: Amós e Oséias. Isto foi no século 
VIII AC. 
Ao mesmo tempo, Deus enviou dois profetas ao reino do Sul: Isaías 
e Miquéias. 
Em 722 (observar no gráfico) houve o juízo sobre as dez tribos. 
Veio o grande rei dos assírios, venceu, e conduziu essas dez tribos para o 
cativeiro assírio. Em II Reis 17 estão as razões por que foram levados a 
este cativeiro – rebelião e desobediência. Este é um dos mais tristes 
capítulos do Velho Testamento. 
Os profetas Amós e Oséias tentaram evitar esse juízo. Sabemos o 
quanto sofreu Oséias com uma esposa infiel, que representava o infiel 
Israel, que deveria voltar a seu Deus. Os profetas sofreram ao proclamar 
sua mensagem. Era muito difícil ser um profeta. Muitas vezes fizeram 
referência ao livro de Deuteronômio, onde Deus afirmava que se eles 
fossem desobedientes, viria sobre eles maldição e eles seriam espalhados 
por todas as nações. Especificamente, a maldição é uma dispersão. 
Deus, ao cumprir Sua promessa de separar Israel, está sendo justo 
ou injusto? Deus é sempre fiel – nas bênçãos e nas maldições. Ele havia 
feito um concerto com Israel, falando com Moisés: "Há dois caminhos. 
Se vocês forem obedientes e fiéis, receberão as bênçãos e serão 
ajuntados na terra da promessa. Mas, se forem desobedientes e infiéis 
(descrentes), então receberão essas maldições." 
Portanto, quando Deus derrama Suas maldições, Ele é tão fiel 
quanto quando derrama Suas bênçãos. 
33
Armagedom
Surge agora um problema: Há 1.900 anos os judeus estão 
espalhados por toda a Terra. Repentinamente, em 1948, a nação judaica 
foi restabelecida na Palestina. Muitos cristãos começaram a dizer: 
"Agora sim, Deus está provando Sua fidelidade em relação ao Seu povo 
Israel." Esta é a doutrina do Dispensacionalismo, que prega o futurismo. 
Os que a defendem têm a sua própria Bíblia, a Bíblia de Scofield, 
milhões de exemplares já foram vendidos (emespanhol). Esta Bíblia está 
baseada no princípio do Literalismo. Ela afirma que Israel não pode 
jamais significar a igreja, e a igreja não pode ser Israel. Portanto, em 
1948 Deus começou novamente a cumprir suas promessas com relação a 
Israel. 
Mas o que Deus provou em relação com os judeus nesses 1.900 
anos passados? Isto é, se somente após 1948 Deus provou Sua fidelidade, 
o que Ele provou antes disto? Portanto, é sugerir que Deus foi infiel ao 
Seu concerto com Israel – é uma pressuposição falsa. Deus provou 
durante 1.900 anos que Ele é fiel a este concerto feito com Israel ao 
proporcionar-lhe essa maldição sobre Jerusalém e espalhá-lo em todas as 
outras nações. 
Em Primeiros Escritos, pág. 213, a Sra. White afirma: 
"Deus preservou de uma maneira maravilhosa e miraculosa os judeus, 
desde o início até o dia de hoje." 
Eis um exemplo para nós: o que acontece a uma nação que rejeita o 
concerto de Deus. 
Este problema do Literalismo quanto ao Israel nacional de hoje, o 
Dispensacionalismo, é nos EUA o maior rival do Adventismo. Sem 
dúvida, em breve virá para o Brasil também. A obra-prima de Satanás é 
trazer à nossa mensagem um falso conceito. E esta é uma interpretação 
falsa sobre Israel. Precisamos ter uma cabal compreensão de Israel para 
compreender as demais doutrinas, como o Armagedom, que se relaciona 
com o Monte de Sião, etc. 
O Dispensacionalismo está varrendo o mundo no momento. É um 
movimento interdenominacional, promulgado por um seminário 
34
Armagedom
teológico em Dallas, Texas. Eles possuem cursos por correspondência da 
Bíblia em todo o mundo. E o grande Instituto Moody, de Chicago, está 
se espalhando por toda a América. Praticamente todas as igrejas cristãs 
da América do Norte crêem no fato de que Deus está agora cumprindo 
Suas promessas ao Israel literal. E a Igreja Adventista é a única que 
ainda se apega à interpretação cristológica destas profecias.
Voltemos agora ao diagrama. 
Vemos que as tribos do Sul (Judá) permanecem unidas, enquanto 
que as do Norte já estão no cativeiro. Surge então a pergunta: "Esta 
nação do Sul aprendeu com o exemplo da nação do Norte?"
Houve bons reis em Judá. Josafá, Ezequias, Josias eram homens de 
Deus. Eles conseguiram trazer reforma e reavivamento à nação. Mas o 
que aconteceu no ano 605 AC.? (Daniel 1:1) Veio Nabucodonosor a 
Jerusalém. E ele era mais forte que Judá para poder dominá-la? Lemos 
no verso 2 que Deus entregou Jerusalém nas suas mãos. Isto aconteceu 
exatamente em 605 AC. 
Daniel e outros príncipes da linhagem real foram levados à 
Babilônia. E o rei de Judá em Jerusalém tornou-se um vassalo submisso 
ao rei de Babilônia. Este é o início do cativeiro babilônico. 
Vemos então outra data – 597 AC. O que aconteceu nessa ocasião? 
Novamente Nabucodonosor veio a Babilônia, porque o rei Jeoaquim não 
lhe estava sendo fiel. Ele estava fazendo um complô secreto com o 
Egito, a fim de afastar Babilônia de Jerusalém. E nestes dias Deus 
enviou outro profeta – Jeremias – para admoestar a Sua nação a que se 
submetesse e obedecesse ao poder babilônico. Jeremias introduziu este 
conceito, que o poder babilônico duraria 70 anos, podemos ler em 
Jeremias 25 a 29. 
Quando Nabucodonosor voltou, colocou o novo rei, ainda da casa 
de Davi, sobre a cidade de Jerusalém, que jurou fidelidade a Jeová e 
também a Nabucodonosor. Este rei foi Zedequias, o último rei de Judá. 
Ele era ainda jovem, com 20 anos de idade, e deu mais ouvidos aos seus 
conselheiros do que ao profeta de Deus. Ele mesmo levou Jeremias à 
35
Armagedom
prisão, mas secretamente queria ouvir a mensagem do Senhor. Que 
estranha situação! Acreditava em Deus, mas não queria obedecê-Lo. 
Jeremias disse que se ele não se submetesse, quando rei de Babilônia 
chegasse, toda a cidade seria destruída, e com ela o lindo templo. 
Temos ainda outra data – 586 AC., talvez a mais importante, porque 
desta vez Jerusalém tornou-se uma montanha de ruínas onde as raposas 
caminhavam livremente. 
Mas em 597 AC. (a data anterior, no gráfico) Deus chamou outro 
profeta para suceder Jeremias – Ezequiel. Em 597 AC., Ezequiel estava 
em Babilônia, Daniel estava na capital e Jeremias estava em Jerusalém. 
Três profetas ao mesmo tempo. Deus não abandonou o Seu povo, mas 
estava interessado em levá-lo ao arrependimento e iniciar uma nova era 
após o cativeiro babilônico. 
Mas eles se sentiam como se estivessem no vale de ossos secos. E o 
profeta Ezequiel (capítulo 37) disse que esses ossos secos seriam ligados, 
receberiam carne e viveriam outra vez – seriam uma nova nação. 
Deus nunca deu somente juízos. Por meio de Jeremias, Ezequiel e 
Daniel Ele concedeu promessas de restauração. O povo falha, mas Deus 
jamais falha. Dentre o povo há sempre fiéis por meio dos quais Ele pode 
continuar Seu plano de redenção. 
Que Deus maravilhoso! Quando o velho está falhando, Ele diz: 
"Vou criar um novo que não vai falhar!" Todas as promessas estão 
relacionadas com as profecias messiânicas, porque se todos os israelitas 
e judeus falhassem, Jesus jamais falharia. Podemos crer em Deus.
Passemos à terceira fase. Israel e Judá estão no cativeiro babilônico 
a partir de 536 AC. Em II Crônicas 36 podemos também descobrir por 
que estas nações foram levadas cativas. 
A Assíria, que era uma nação entre os rios Tigre e Eufrates, na 
Mesopotâmia, foi conquistada por outra nação maior – Babilônia. 
Portanto, a Babilônia conquistou o território que era a Assíria. As dez 
tribos foram agora juntadas às duas tribos no cativeiro – temos então as 
36
Armagedom
doze tribos reunidas neste cativeiro babilônico. Daí veio o patriarca 
Abraão – de Ur dos caldeus. 
A desobediência levou-os de volta ao mesmo lugar de onde vieram. 
Quando desobedecemos a Deus, voltamos para onde iniciamos. O que 
seríamos sem este movimento? Somos o que somos porque cremos em 
Jesus Cristo. 
Não nos esqueçamos deste detalhe: Todas as promessas de 
restauração que Deus deu ao profeta Jeremias e a outros foram para as 
doze tribos juntas. Deus jamais deu qualquer promessa às dez tribos 
como se fossem ser restauradas separadamente das duas tribos. Deus 
quer um povo, sob a liderança de um só pastor. É por isso que nesta fase 
final encontramos uma nação somente.
Quando findou o cativeiro babilônico? Iniciou em 605 AC. e em 
569 Babilônia foi vencida. Em 536 AC. os primeiros cativos começaram 
a retornar à Palestina. Podemos então calcular: 605-536 = 69. Como 
devemos contar a data inclusiva, como é o sistema hebraico, obteremos 
os 70 anos profetizados. 
Agora vamos considerar as datas dos retornos. Segundo o nosso 
Comentário Bíblico, houve apenas dois retornos: 
 O primeiro foi em 538/537 AC. Os líderes eram Zorobabel e 
Josué. 
 O segundo foi em 457 AC., o sétimo ano de Artaxerxes. O líder 
era Esdras. Em 444 AC. Neemias chegou com o pequeno grupo 
para restaurar os muros de Jerusalém, mas isto não é considerado 
um retorno, pois Neemias voltou para Babilônia após os 52 dias 
da restauração. 
Em 537 AC. uma pequena minoria voltou com Zorobabel. A 
maioria permaneceu. Alguns se tornaram ricos comerciantes, por isso 
não queriam voltar ao lar. Eram desobedientes. Quantos voltaram da 
primeira vez? 50.000 (Isto está em Esdras 1 e 2). E da segunda? 5.000 
(relato em Esdras 7). 
37
Armagedom
Há algo muito mais importante entre estes dois retornos – o livro de 
Ester, onde é retratada uma situação muito crítica: é o único livro da 
Bíblia que fala em decreto de morte. É um tipo do decreto final 
(Apocalipse 13). 
Abandonou Deus estes judeus que foram desobedientes e não 
voltaram? Em Sua graça, Eledemonstrou que ainda estava com este 
povo desobediente. Os que haviam retornado estavam construindo o 
templo. 
Em 520 AC a reconstrução foi interrompida porque houve oposição. 
Então Deus enviou dois profetas – Zacarias e Ageu – no segundo ano de 
Dario. Há ainda um profeta que deve ser mencionado, o último: 
Malaquias – 430 AC. 
Existe uma tríplice aplicação para esta terceira regra. Isto torna o 
Velho Testamento muito importante para o seu próprio tempo, para a 
igreja cristã, e especialmente importante para a igreja remanescente. Se 
queremos estudar as profecias para o tempo do fim, temos que ir ao VT. 
O primeiro texto que vamos estudar para este princípio é 
Deuteronômio 30:1-10. 
Nos três primeiros versos temos uma grande promessa de 
ajuntamento e dispersão. Quem fez esta promessa? Quando? Onde? 
Resposta: Moisés, em pé diante da entrada da terra prometida. 
Todas as demais promessas que os outros profetas apresentaram 
mais tarde são baseadas nesta acima. 
Israel vagara no deserto por quarenta anos. Havia sido rebelde e 
obstinado. No capítulo 28 Deus disse que todas as promessas seriam 
condicionais e, no entanto no capítulo 27 disse que as maldições também 
seriam condicionais. Todas as bênçãos e todas as maldições são 
condicionais. 
Sabemos que as condições são semelhantes, tanto na Velha como 
na Nova Dispensação. A condição para a bênção é a fé e obediência; e a 
condição para a maldição é descrença e desobediência. 
38
Armagedom
Nesta ocasião Moisés dá um resumo do que Deus havia dito 
anteriormente: "Quando, pois, todas estas coisas vierem sobre ti, a bênção 
e a maldição que pus diante de ti, se te recordares delas entre todas as 
nações para onde te lançar o SENHOR, teu Deus" (Deut. 30:1). 
Conforme o verso 3, apesar da maldição, ainda haverá uma porta 
aberta. O filho pródigo sempre terá condições de voltar. Que Deus 
maravilhoso o nosso! Ele não castiga os Seus filhos por causa desta 
maldição, mas castiga com o objetivo de curar. O seu propósito é sempre 
abençoado. 
No verso 2 lemos que quando nos voltamos a Deus de todo o 
coração e damos ouvidos à Sua voz: "e tornares ao SENHOR, teu Deus, 
tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua alma, e deres 
ouvidos à sua voz, segundo tudo o que hoje te ordeno". De todo o 
coração – é a maneira da obediência que Deus pede. Obediência total. 
Deus revelou a Moisés que não está interessado na obediência exterior. 
Isto é o que se observa nas organizações militares do mundo e na Igreja 
Católica. Deus solicita obediência interior, de todo o coração, um 
perfeito amor, como lemos em Deut. 6:5 (obediência voluntária). 
Qualquer outra obediência não é obediência, é legalismo. 
Quando é atingida esta condição, vamos no verso 3 o que acontece: 
"o SENHOR, teu Deus, mudará a tua sorte, e se compadecerá de ti, e te 
ajuntará, de novo, de todos os povos entre os quais te havia espalhado".
Há aqui dois verbos com um conteúdo teológico: "ajuntar" e 
"dispersar". A bênção que foi prometida por Deus é "ajuntar" – o 
ajuntamento ao próprio Deus e também ao lugar onde Deus vive, o 
Monte de Sião. A maldição é a dispersão. Nos versos seguintes este 
mesmo princípio é repetido. 
O verso 6 diz que só Deus pode mudar o coração. Deus somente 
pede o que primeiro Ele concede.
Em Deut. 30:10 lemos: "... se te converteres ao SENHOR, teu 
Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma". Uma nova 
oportunidade é dada. Podemos então compreender porque o livro de 
39
Armagedom
Deuteronômio é chamado o livro do amor, muito diferente do que seu 
próprio nome sugere – "o livro da lei". 
Vamos agora a um profeta que apresenta estas promessas de uma 
maneira mais ampla. Sem dúvida, ISAÍAS foi o maior profeta que já 
viveu. Recebeu as maiores revelações da parte de Deus sobre a glória e o 
sofrimento do Messias e sobre o reino de Deus. 
Temos em Isaías 11 uma profecia messiânica muito importante. Os 
primeiros cinco versos falam diretamente sobre o Messias. 
Os versos 1-3 primeiros referem-se ao primeiro advento, enquanto 
que os versos 4 e 5 quinto falam do segundo advento. 
Os versos 6 a 9 falam a respeito do reino do Messias. Lemos no 
verso 9: "Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, 
porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas 
cobrem o mar."
Eu quero estar neste reino. Meu coração está esperando por ele. 
Estamos vivendo num mundo de crime e violência, de sofrimentos e 
angústia de coração. Mas Deus nos promete este reino, e devemos ansiar 
por ele. É para ele que fomos criados. 
Mas o capítulo não termina no verso 9. Nos versos 10 a 16 é-nos 
dito como Deus vai novamente ajuntar o Seu povo. O Messias virá 
ajuntar os Seus escolhidos de todos os cantos da Terra. Quem é a raiz de 
Jessé, mencionada no verso 10? Sabemos que Jessé era o pai de Davi, e 
aqui o profeta refere-se a este descendente de Jessé, que era seu filho, e 
também seu Senhor. Sabemos pelo Novo Testamento, que este era Jesus. 
Eles não sabiam o seu nome, mas nós sabemos. É-nos dito que esse filho 
de Davi e de Jessé reuniria novamente o Seu povo. E é um poder muito 
grande este de atrair os povos a Si. 
Alguns de nossos grandes evangelistas conseguem atrair muitas 
pessoas, mas nenhum deles poderia atrair a todos. As pessoas variam em 
grau de inteligência e de emoção, e somente Um poderia atrair a todos: 
"E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo." Seu 
nome é Maravilhoso, é o nosso Salvador Jesus Cristo. 
40
Armagedom
Este é o cumprimento do verso 10. Jesus não veio para estabelecer 
uma religião diferente, mas veio para cumprir. Sem dúvida, Jesus 
recusou o Judaísmo, mas o Judaísmo era um desvio daquilo que Moisés 
e os profetas ensinaram. 
O versículo 11 também é muito importante. Mostra-nos de onde o 
Senhor atrairá o Seu povo. Deus não quer apenas dar-nos um conceito, 
mas apresentar-nos as realidades históricas da verdade. O que quer dizer 
este novo estender da mão, este novo ajuntamento? Para haver esta 
segunda vez, deve ter havido uma primeira.
O Dispensacionalismo defende que o primeiro ajuntamento de 
Israel ocorreu no retorno de Babilônia em 536 AC, e que o segundo é o 
ajuntamento de todas as nações que aconteceu em 1948 DC, quando a 
nação dos israelitas foi estabelecida na palestina, e em 1966, quando 
Jerusalém foi reconquistada. 
Esta interpretação não está correta, apesar de ser aceita por todos os 
cristãos, menos os adventistas. 
Quando lemos do versículo 12 em diante, notamos que duas nações 
são mencionadas – Assíria e Egito. O cativeiro assírio seria semelhante 
ao cativeiro do Egito, ou melhor, o livramento do cativeiro assírio seria 
igual ao livramento do cativeiro egípcio. Sabemos que Deus livrou Israel 
por meio do secamento do Mar Vermelho, da mesma forma, Ele os 
livraria do cativeiro assírio, pelo secamento do rio Eufrates. Vemos 
assim que no Velho Testamento existe uma teologia do remanescente. 
Sempre existe um remanescente após uma crise. Houve um remanescente 
no tempo de Noé, e Deus sempre promete enviar bênçãos após os juízos, 
como aconteceu com Israel no dia em que subiu da terra do Egito. 
Pelo contexto concluímos que o primeiro ajuntamento mencionado 
neste capítulo é o livramento do Egito. Qualquer Comentário Bíblico 
confirma esta declaração. E o segundo é o livramento do cativeiro 
assírio-babilônico. Portanto, a teoria do Dispensacionalismo é falsa. 
Quando conhecemos o falso, damos muito mais valor à verdade. 
41
Armagedom
Recordemos: 
 Em 722 AC

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