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QUIMIOTERÁPICOS ANTIMICROBIANOS E ANTIBIÓTICOS Silvia Franco Andrade Rogério Giuffrida Márcio Garcia Ribeiro INTRODUÇÃO Os antibióticos são substâncias produzidas por diferentes espécies de microrganismos (bactérias, fungos, actinomicetos), que suprimem o crescimento de outros microrganismos (bactérias - bacteriostáticos; fungos - fungistáticos), ou po- dem até mesmo destruí-los (bactérias - bacterici- das; fungos — fungicidas). Os antibióticos dife- rem entre si quanto às suas propriedades físicas, químicas, farmacológicas, espectro de ação, me- canismo de ação e toxicidade. CoNCErros GERAIS Quimioterápico Antimicrobiano — É toda a substância química produzida por síntese labo- ratorial, que apresenta propriedades antimicro- bianas. Por exemplo, sulfonamidas, nitrofuranos, nitroimidazóis, quinolonas. Antibiótico — É o quimioterápico antimicro-biano produzido ou obtido por microrganismos (exemplo: penicilinas naturais). Antibiótico Semi-sintético - É o quimioterápico cuja porção fundamental da molécula tenha sido obtida a partir de produtos de organismos vivos (exemplo: penicilinas semi-sintéti-cas - ampicilina, amoxicilina, oxacilina). Antibiótico Biossintético - É aquele obtido a partir de cultura de microrganismos, na qual se acrescentam substâncias capazes de alterar a estrutura molecular do antibiótico que está sendo produzido (exemplo: penicilina V - fenoxi-metil- penicilina). Sintobiótico - Antibiótico obtido exclusivamente por síntese laboratorial, porém a partir de precursores obtidos de microrganismos (exem- plo: cloranfenicol). CLASSIFICAÇÃO Os quimioterápicos antimicrobianos e anti- bióticos podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química (Quadro 3-1), seu me- canismo de ação (Quadro 3.2), seu espectro de ação (Quadro 3.3), e ação bactericida, bacterios- tática, fungicida ou fungistática (Quadro 3-4). O conhecimento básico destas classificações é fundamental para o correto uso terapêutico destas substâncias. Os quimioterápicos antimicrobianos e an- tibióticos podem atuar sobre muitos ou limita- dos grupos de microrganismos, e assim deno- minados: Amplo Espectro - Atuam sobre um grande grupo de microrganismos. Exemplo: cloranfeni- col, tetraciclinas, ampicilinas, amoxicilina, gen- tamicina, quinolonas, eritromicina. 14 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.1 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo sua estrutura química Monopeptídeos: ciclosserina. Dipeptídeos ((3-lactâmicos): penicilinas, cefalosporinas. Polipetídeos: polimixinas, bacitracina, fusafungina, tirotricina, gramicidina. Glicopeptídeos: vancomicina, bleomicina. Cloranfenicol (derivado do propanodiol), aminoglicosídeos, lincosaminas, novobiocina. Macrolídeos, rifamicinas, anfotericina B, nistatina, ácido fusídico, griseofulvina, tetraciclina. Fosfomicinas. QUADRO 3.2 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo seu mecanismo de ação QUADRO 3.3 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo seu espectro de ação Penicilinas, cefalosporinas, macrolídeos, bacitracina. Aminoglicosídeos, polimixinas. Cloranfenicol, tetraciclinas, ampicilina, cefalosporinas, fluorquinolonas. Estreptomicina, rifamicina. Tetraciclinas, tiamulin, fluorquinolonas, tilosina, eritromicina. Tetraciclinas, cloranfenicol. Tetraciclinas, eritromicina, fluorquinolonas. Penicilinas, eritromicina, cefalosporinas e tetraciclinas. Anfotericina B, nistatina, griseofulvina. Tetraciclinas, eritromicina. Exemplos Estrutura química Derivados de aminoácidos Derivados de açúcares Derivados de acetato e proprionato Diversos Mecanismo de ação Exemplos Inibem a síntese da parede celular microbiana Interferem na atividade da membrana celular microbiana Interferem na replicação genética Interferem no cromossomo Drogas antimetabólicas P-lactâmicos: penicilinas, cefalosporinas, fosfomicinas. Não P-lactâmicos: bacitracina, vancomicina, ciclosserina. Polimixina, anfotericina B, nistatina, colistina. Formação de proteínas defeituosas: aminoglicosídeos. Perturbação da tradução da informação genética: cloranfenicol, tetraciclinas, macrolídeos. Quinolonas, ácido nalidíxico, ácido pipemídico, novobiocina, griseofulvina. Sulfas, nitrofuranos, amprólio, trimetoprim. Exemplos Espectro de ação Bactérias Gram-positivas Bactérias Gram-negativas Bactérias Gram-positivas e Gram-negativas Micobactérias Micoplasma Riquétsias Clamídias Espiroquetas Fungos Protozoários Quimioterapicos Antimiaoblanos e Antibióticos 15 QUADRO 3.4 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos segundo a ação bactericida, bacteriostática, fungicida ou fungistática Exemplos Penicilinas, cefalosporinas, aminoglicosídeos, quinolonas, rifamicinas, polimixinas, polipeptídeos. Cloranfenicol, tetraciclinas, macrolídeos, lincosaminas, sulfas, trimetoprim, novobiocina. Anfotericina B, nistatina. Griseofulvina. Pequeno Espectro - Atuam sobre um limitado grupo de microrganismos. Por exemplo: peni- cilinas naturais (penicilina G cristalina, procaína, benzatina), penicilina V, estreptomicina, neomicina, bacitracina, polimixina, espiramicina, oleando- micina, anfotericina B, nistatina, griseofulvina. Os principais efeitos tóxicos dos antibióticos estão listados no quadro 3.5 e as contra-indicações do seu uso durante a gravidez e lactação estão descritas no quadro 3.6. O tempo mínimo, geralmente, de urna antibio- ticoterapia varia em média de 5 a 7 dias, porém, muitas patologias requerem uma duração diferen- ciada. Abaixo estão listadas algumas patologias com a sua duração média de antibioticoterapia: • Artrite séptica: 14 dias • Brucelose: 30 dias • Cistite recorrente: 15 a 30 dias • Dermatofitose: 3 a 6 semanas • Doença inflamatória pélvica: 24 dias QUADRO 3.5 - Principais efeitos tóxicos e reações adversas dos antibióticos e quimioterapicos antimicrobianos 1. Necrose tubular aguda. 2. Obstrução intratubular (cristalúria). 3. Nefropatia tubular aguda. 4. Nefrite intersticial aguda. Degeneração parenquimatosa. 1. Ototoxicidade (lesão do oitavo par do nervo craniano). 2. Bloqueio neuromuscular. 3. Tremores (em pacientes suscetíveis). Lesão do revestimento mucoso das vias gastrintestinais (ex.: colite pseudomembranosa). Depressão da medula óssea (anemia aplásica). Erosão da cartilagem articular em cães jovens de crescimento rápido. Redução da atividade microssomal hepática. Ação Bactericida Bacteriostática Fungicida Fungistática Efeito tóxico Mecanismo Exemplos Nefrotoxicidade Hepatotoxicidade Neurotoxicidade Enterocolo- toxicidade Toxicidade medular Artropatia Inibidores do metabolismo de outras drogas Aminoglicosídeos, tetraciclinas, polimixinas. Sulfonamidas. Cefalosporinas. Sulfonamidas. Tetraciclinas, eritromicina, griseofulvina. Aminoglicosídeos. Aminoglicosídeos, polimixina. Quinolonas, metronidazol. Ampicilina, lincomicina, clindamicina. Cloranfenicol. Trimetoprim. Quinolonas. Cloranfenicol, tetraciclinas. 16 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.6 - Cuidados com a antJbiotlcoterapia durante a gravidez e lactação Antibióticos Seguros Gravidez Lactação Penicilinas, cefalosporinas, eritromicina. Penicilinas, cefalosporinas, eritromicina, lincosaminas, metronidazol.Antibióticos Contra-indicados Gravidez Lactação Tetraciclinas (descoloração e displasia dentária, retardo do crescimento ósseo), cloranfenicol (sín-drome cinzenta), trimetoprim (teratogenicidade), metronidazol (teratogenicidade), griseofulvina (teratogenicidade), aminoglicosídeos (ototoxicidade). Cloranfenicol ( mielossupressão e aplasia de medula), tetraciclinas (descoloração e displasia dentária), isoniazida (deficiência de piridoxina). Antibióticos Utilizados com Cautela Gravidez Lactação Sulfas (hemólise e kernicterus no recém-nascido), nitrofurantoína (hemólise). Quinolonas (erosão da cartilagem articular em cães jovens), aminoglicosídeos (ototoxicidade) (hemólise). sulfas • Endocardite bacteriana aguda: 28 a 42 dias • Erliquiose: 14 a 30 dias • Faringite exsudativa: 10 a 15 dias • Gastrite por Helicobacterspp.: 14 ã 21 dias • Gastroenterite bacteriana: 7 a 14 dias • Leptospirose bovina: l a 3 dias • Leptospirose canina: 7 a 14 dias • Meningite: 14 dias • Osteomielite: 42 dias • Pericardite: 28 dias • Pielonefrite: 14 a 21 dias (casos graves: 4 a 6 semanas) • Piodermite superficial: 21 dias • Piodermite profunda: 30 a 60 dias • Pneumonia estafilocócica: 28 dias ASSOCIAÇÃO DE AIMTIMICRÓBIANOS O uso isolado de um antibiótico ou quimio-terápico antimicrobiano específico é a terapêutica mais recomendada na maioria dos casos, porém há situações que requerem a associação de antimicrobianos (Quadro 3.7), como infecções graves (exemplo: septicemia); infecções mistas; retardar ou evitar o aparecimento de resistência bacteriana; para obter sinergismo e aumentar a eficiência terapêutica; no tratamento de pacientes imunossuprimidos, que geralmente apresentam resposta terapêutica deficiente. A regra básica de associação de antimicrobianos leva em consideração a sua ação biológica ou o seu mecanismo de ação, da seguinte maneira: Ação Biológica bactericida + _ bactericida bacteriostático + _ bacteriostático bactericida + _, bacteriostático ' sinergismo ou efeito aditivo antagonismo ou sinergismo sinergismo, antagonismo ou efeito aditivo Mecanismo de Ação parede celular + _ parede celular parede celular + membrana citoplasmática parede celular + formação de proteínas defeituosas parede celular + pert. da tradução da informação genética sinergismo sinergismo sinergismo antagonismo Qu/mioterápicos Antimicrobianos e Antibióticos 17 QUADRO 3.7 - Principais associações de antimicrobianos Bactericida + bactericida Bacteriostático + bacteriostático Bactericida + bacteriostático Bacteriostático + bacteriostático Bactericida + bacteriostático Penicilinas + aminoglicosídeos Cefalosporinas + penicilinas Quinolonas + penicilinas Quinolonas + aminoglicosídeos Sulfa + trimetoprim Cloranfenicol + polimixinas Sulfas + polimixinas Lincosaminas + macrolídeos Lincosaminas + cloranfenicol Macrolídeos + cloranfenicol Macrolídeos + tetraciclinas Novobiocina + tetraciclina Penicilinas + cloranfenicol Penicilinas + tetraciclinas Penicilinas + lincosaminas Penicilinas + macrolídeos Cefalosporinas + cloranfenicol Cefalosporinas + lincosaminas Cefalosporinas + macrolídeos RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS O aparecimento de resistência a antimicrobianos é um dos grandes problemas da Medicina e da Veterinária, e é causada basicamente pela evolução das bactérias, ou seja, pela mutação espontânea e recombinação de genes (reprodução), que criam variabilidade genética sobre a qual atua a seleção natural aos mais aptos. As drogas atuam como agentes seletivos, favorecendo as raras bactérias resistentes, presentes na população de um determinado ambiente. O desenvolvimento de resistência pode se dar por resistência cromossomal como resultado de mutação espontânea, ou por mecanismos de transferência de material genético e plasmídeos, de uma bactéria para outra, através de transdução, transformação, conjugação ou transposição. Os mecanismos de resistência bac-teriana incluem: produção enzimática (produção de enzimas pela bactéria que inativam a droga), diminuição da permeabilidade da parede celular, aumento do transporte ativo da droga para fora da célula, alteração do receptor da droga ou do local de ligação, desenvolvimento de vias metabólicas alternativas. Os fatores que favorecem a seleção e a disseminação de resistência aos antimicrobianos são: utilização abusiva das drogas (em hospitais, clínicas, etc.), uso indiscriminado e incor-reto (venda livre, automedicação, subdoses, intervalos entre doses errados, não realização de cultura e antibiograma para seleção do antibiótico, associação de antibióticos incorreta promovendo antagonismo, doenças virais, etc.), pacientes imunossuprimidos, uso de antimicrobianos em ração animal. A situação é preocupante, pois o esforço para descobrir e sintetizar novos antibióticos leva anos, e já está sendo utilizada a sexta geração de penicilinas, a quarta de cefalospori-nas e a terceira de quinolonas. Portanto, o uso racional dos antimicrobianos e a pesquisa cada vez maior de novos grupos são fundamentais para o controle da resistência. A sugestão de tratamento antimicrobiano apropriado, segundo seu agente etiológico, está descrita no quadro 3.8. Tipo de associação Exemplo Efeito Sinergismo Antagonismo 18 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, segundo o agente etiológico BOVINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2' Escolha Actinobacilose Actinobacillus Penicilina G + Tetraciclinas lignieresii Estreptomicina Actinomicose Actinomyces bovis Penicilina G + Tetraciclinas Estreptomicina Anaplasmose Anaplasma marginale Tetraciclinas Imidocarb Diamidinas aromáticas Antrax Bacülus anthracis Penicilina G Eritromicina Tetraciclina Cefalosporinas Babesiose Babesia bigemna Imidocarb Babesia bovis Diamidinas aromáticas Botulismo Clostridium sp. Penicilina G Clindamicina Tetraciclina Borreliose Borrelia burgdorferi Tetraciclina (doença de Lyme) Penicilina G Ceratoconjuntivite Moraxella bovis Tetraciclinas Cloranfenicol infecciosa Penicilina G + bovina Estreptomicina Colibacilose Escherichia coli Aminoglicosídeos Ampicilina Sulfa + Trimetoprim Cefalosporinas Tetraciclinas Eimeriose Eimeria bovis Sulfonamídicos Eimeria zuernii Sulfa + Trimetoprim Eimeria psoidalis Nitrofuranos Estreptotricose Dermatophilus Penicilina G + Oxitetraciclina cutânea congolensis Estreptomicina Espiramicina (dermatofílose) • Infecções Gram-positivos Penicilina G RespiratóriasGram-negativos Ampicilina Enrofloxacina Cloranfenicol Gentamicina Leptospirose Leptospira pomona Penicilina G + Tetraciclinas Leptospira hardjo Estreptomicina Ampicilina Estreptomicina Listeriose Listeria Penicilina G + Sulfa + Trimetoprim monocytogenes Gentamicina Ampicilina Tetraciclina Necrobacilose Fusobacterium Penicilina G + Tetraciclinas interdigital necrophorum Estreptomicina Clindamicina (podridão dos Bacteroides nodosus Sulfonamídicos Metronidazol cascos) (Continua) Químioterápicos Antlmicrobíanos e Antibióticos 19 QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, segundo o agente etiológico (Continuação) BOVINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2* Escolha Onfaloflebite Gram-positivos Penicilinas Enrofloxacina Gram-negativos Cloranfenicol Aminoglicosídeos Pielonefrite Corynebacterium sp. Penicilina G Eritromicina contagiosa Ampicilina Tetraciclina bovina Salmonelose Salmonella sp. Sulfa + Trimetoprim Cloranfenicol Cefalosporinas Ampicilina Aminoglicosídeos Septicemia em Haemophilus somnus Penicilina G Tetraciclinas bovinos Ampicilina EQUINOS Patologia Etiologia Droga 1 ' Escolha Droga 2* Escolha Actinobacilose Actnobacillus equuli Estreptomicina Sulfa + Trimetoprim (septicemia em Ampicilina potros) Borreliose Borrelia burgdorferï Tetraciclina (doença de Lyme) Penicilina G Broncopneumonia Rhodococcus equi Eritromicina + Penicilina + supurativa em Rifampicina Gentamicina potros Erliquiose Ehrlichia equi Tetraciclinas Cloranfenicol Garrotilho Streptococcus equi Penicilina G + Eritromicina Estreptomicina Ampicilina Infecções cutâneas Staphylolococcus Penicilinas Cefalosporinas aureus Enrofloxacina Infecções Streptococcus equi Penicilina G Cefalosporinas pulmonares Gram-negativos Eritromicina Infecções renais Gram-positivos Ampicilinas Aminoglicosídeos Gram-negativos Cefalosporinas Sulfa + Trimetoprim Leptospirose Leptospira pomona Penicilina G + Tetraciclinas Leptospira hardjo Estreptomicina Ampicilina Estreptomicina Linfagite ulcerativa Corynebacterium Penicilina G + Eritromicina pseudotuberculosis Estreptomicina Mormo Pseudomonas Sulfa + Trimetropim mallei Nutaliose Babesia equi Imidocarb (Babesiose) Babesia caballi Diamidinas aromáticas (Continua) 20 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.8 - Antibíoticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, segundo o agente etiológico (Continuação) EQUINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2* Escolha Onfaloflebite Streptococcus equi Actinobacillus equuli Penicilina G + Estreptomicina Estreptomicina Ampicilina Cefalosporinas Sulfa + Trimetoprim Pododermatites Gram-positivos Gram- negativos Penicilinas Cloranfenicol Aminoglicosídeos Tilosina Tripanossomíase Trypanossoma equiperdum Diamidinas aromáticas SUtNOS Patologia Etiologia Droga 1* Escolha Droga 2S Escolha Artrite Mycoplasma hyorhinis Mycoplasma hyosynoviae Tetraciclinas Quinolonas Tiamulim Tilosina Lincomicina Espiramicina Eritromicina Candídiase (monolíase) Cândida sp. Nistatina Cetoconazol Cistite/Pielonefrite em porcas Eubacterium suis Sulfa + Trimetoprim Penicilina G Tetraciclinas Colibacilose Escherichia coli Aminoglicosídeos Sulfa + Trimetoprim Tetraciclinas Ampicilina Cefalosporinas Enterite hemorrágica Brachyspira hyodysenteriae Diidroestreptomicina Tilosina Tiamulim FtalilssulfatiaZol Erisipela suína Erysipeloth rix rhusiopathiae Penicilina G Tetraciclinas Pasteurelose Pleuropneumonia em suínos Pausteurella sp. Haemophilus pleuropneumoniae Sulfa + Trimetoprim Penicilina G Quinolonas Sulfa + Trimetoprim Gentamicina Tetraciclinas Cefalosporinas Penicilina G Ampicilina Tetraciclina Pneumonia enzoótica Mycoplasma sp. Tetraciclina Tiamulin Tilosina Lincomicina Quinolonas Eritromicina Rinite atrófica suína Bordetella broncbiseptica Pasteurella multocida Sulfa + Trimetoprim Penicilina G Ampicilina Quinolona Tetraciclinas Tilosina Cefalosporinas Salmonclosc Salmonetta sp. Sulfa + Trimetoprim Cefalosporinas Cloranfenicol Ampicilina (Continua) Qutmioterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 21 QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, segundo o agente etiológico (Continuação) CANINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2* Escolha Babesiose Babesia canis Imidocarb Diaminas aromáticas Brucelose Brucella canis Sulfa + Trimetoprim Minociclina + Tetraciclinas Estreptomicina Borreliose (doença de Lyme) Borrelia burgdorferi Tetraciclina Penicilina G Eimeriose Eimeria sp. Sulfonamidas Erliquiose Ehrlichia canis Doxiciclina Tetraciclinas Cloranfenicol Gengivite Gram-positivos Gram-negativos Bacteroides sp. Penicilinas Clindamicina Metronidazol + Penicilinas Doxiciclina Espiramicina Eritromicina Giardíasc Giardia sp. Metronidazol Hemobartonelose Haemobartonetta Tetraciclinas canis Penicilina G Infecções cutâneas (piodermites) Stapbylococcus aureus S. pyogenes Streptococcus sp. Amoxicilina Enrofloxacina Eritromicina Cefalosporinas Lincomicina Tetraciclinas Doxiciclina Sulfa + Trimetoprim Infecções respiratórias Streptococcus sp. Staphylococcus sp. Ampicilina Amoxicilina AmicacinaLincomicina Tilosina Cloranfenicol Cefalosporinas Enrofloxacina Gentamicina Cloranfenicol Infecções urinárias Stapbylococcus sp. Escherichia coli Klebsiella pneumoniae Pseudomonas aeruginosa Gentamicina Quinolonas Cefalosporinas Penicilinas Nitrofuranos Sulfa + Trimetoprim Leptospirose Leptospira canicola Leptospira icterohaemorrbagiae Penicilina G + Estreptomicina Ampicilina Estreptomicina Tetraciclinas Neosporose Neospora caninum Clindamicina Pirimetamina + sulfonamida Nocardiose Nocardia sp. Sulfa + Trimetoprim Ampicilina Amicacina Minociclina (Continua) •í ã ,íï j 22 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, segundo o agente etiológico (Continuação) CANINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2S Escolha Otite externa Staphylococcus sp. Streptococcus sp. Pseudomonas Gentamicina Quinolonas Tobramicina Cefalosporinas Eritromicina Cloxacilina aeruginosa Polimixinas Neomicinas Cloranfenicol Prostatíte E. coli Proteus Eritromicina Clindamicina Sulfa + Trimetoprim Staphylococcus sp. Streptococcus sp. Cloranfenicol Quinolonas Tosse dos canis Bordetetta bronchiseptica Sulfa + Trimetoprim Tetraciclinas Toxoplasmose Toxoplasma gondii Clindamicina Pirimetamina + sulfonamida Sulfadiazina FELINOS Patologia Etiologia Droga 1 ! Escolha Droga 2* Escolha Eimeriose Eimeria sp. Sulfonamidas Giardíase Giardia sp. MetronidaZol Hemobartonelose Haemobartonella Tetraciclinas canis Penicilina G Infecções cutâneas Staphylococcus aureus Amoxicilina Enrofloxacina Tetraciclinas Doxiciclina (piodermites) S. pyogenes Streptococcus sp. Eritromicina Cefalosporinas Lincomicina Sulfa + Trimetoprim Infecções respiratórias Streptococcus sp. Staphylococcus sp. Ampicilina Amoxicilina Cefalosporinas Enrofloxacina Lincomicina Tilosina Cloranfenicol Gentamicina Infecções urinárias Staphylococcus sp. Escherichia coli Klebsiella pneumoniae Pseudomonas Gentamicina Quinolonas Cefalosporinas Penicilinas Sulfa + Trimetoprim Pneumonite felina Chlamydia psittaci Tetraciclina Eritromicina Quinolonas Cloranfenicol Rifampicina Toxoplasmose Toxoplasma gondii Clindamicina Pirimetamina + sulfonamida Sulfadiazina Quimioterápícos Antlmicrobianos e Antibióticos 23 QUIMIOTERÁPÍCOS ANTIMICROBIANOS SULFONAMIDAS Características Gerais - São quimioterápi-cos derivados da sulfanilamida, que se caracterizam por conter moléculas de enxofre e grupamentos amina na molécula. As sulfas são divididas em cinco tipos: sulfas de rápida absorção e excreção (sulfatiazol, sulfadiazina), sulfas de rápida absorção e excreção lenta (sulfametoxazol), sulfas de rápida absorção e excreção lenta com ação prolongada (sulfadimetoxina), sulfas de absorção rápida e excreção muito lenta e ação muito prolongada (sulfadoxina), sulfas não absorvíveis via oral (sulfaguanidina), e sulfas de uso tópico. Mecanismo de Ação - As sulfas competem com o ácido para-aminobenzóico (PABA), um precursor do ácido fólico. O ácido fólico é precursor de substâncias que vão formar os ácidos nucléicos bacterianos. São quimioterápicos bac-teriostáticos. Espectro de Ação - As sulfas são ativas frente a bacilos Gram-negativos entéricos, cocos aeró-bicos Gram-positivos, clamídias, Toxoplasma e outros coccídeos. São drogas alternativas para o tratamento da pneumocistose e infecções causadas por Gram-negativos não fermentadores. Fuso-bacterium, Clostridium perfringens e actinomi-cetos são na maioria sensíveis. O efeito das sulfas é potencializado pelo trimetoprim. Farmacocinética - As sulfas são, na maioria das vezes, absorvidas via oral. Atingem concentrações terapêuticas em quase todos os tecidos corpóreos, pois são muito lipossolúveis. Ligam-se a proteínas plasmáticas de forma variável. No SNC, a concentração do fármaco depende do tipo de sulfa. As sulfas são metabolizadas no fígado e excretadas na forma íntegra ou me-tabolizada pêlos rins. Não atuam em locais ricos em PABA como as infecções piogênicas, ou tecidos necróticos contendo sangue. Resistência Bacteriana - A Leptospira, Klebsiella e Pseudomonas aeruginosa são resistentes às sulfas. Atualmente, um largo número de bactérias Gram-negativas vem desenvolvendo resistência a estes fármacos. Efeitos Adversos • Em geral, são relatados em humanos, distúrbios das vias urinárias (cristalúria, hematúria, obstruções) e transtornos hemato-poiéticos (trombocitopenia e leucopenia). Em cães, estes efeitos não foram observados em doses terapêuticas. • Outros efeitos tóxicos são relacionados com cada tipo de sulfa (diáteses hemorrágicas, ceratoconjuntivite seca, catarata). • Em felinos, há relatos de insuficiência renal, e em cães, ceratoconjuntivite seca. Usos Terapêuticos e Doses - As sulfas estão indicadas no tratamento de todos os germes sensíveis a elas. Estão indicadas no tratamento de processos respiratórios, infecções renais em cães, e infecções por Gram-negativos aeróbicos em geral. Podem ser utilizadas também nas cocci-dioses em geral e em especial na toxoplasmose. As sulfas podem ser satisfatoriamente empregadas para tratamento das infecções do trato gastrentérico. • Cães, gatos, equinos, bovinos e suínos: - Sulfadiazina: 50 mg/kg, VO, a cada 12 horas. - Sulfametoxazol: 50 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 12 horas. - Sulfadimetoxina: 27,5 mg/kg, IV, IM, VO, a cada 12 horas. - Sulfadoxina: 100 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 24 ou 48 horas. - Sulfaguanidina: 100 a 250 mg/kg, VO, a cada 12 horas. Apresentação - As principais apresentações de sulfonamidas estão descritas no quadro 3.9- DERIVADOS DO NITROFURANO Características Gerais - São quimioterápicos derivados do 5-nitrofufural, com um grupamento nitroso na porção 5 do anel furano. Pertencem a este grupo a nitrofurazona, a furazoli-dona e a nitrofurantoína. Mecanismo de Ação - Os derivados do nitrofurano são substâncias bacteriostáticas que inibem a acetilcoenzima A do ciclo de Krebs, causando bloqueio no metabolismo bacteriano. Em algumas situações podem ser bactericidas 24 Manual de Terapêuílca Veterinária QUADRO 3.9 - Principais formulações das sulfonamidas utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil Apresentação Nome comercial Princípio ativo Ibatrin pó e ibatrin injetável*(V) Sulfadiazina + trimetoprim Susp. oral: 200 mg de Sulfadiazina + 40 mg de trimetoprim - frascos de 20 ml. Susp. injetável (frasco-ampola): 4 g de Sulfadiazina + 0,8 g tri- metoprim. Sol. injetável (frasco-ampola): 40 g de Sulfadiazina + 8 g de trime- toprim — frasco de 15 ml. Sol. Injetável (cada 100 ml - frasco-ampola): 40 g de Sulfadiazina+ 8 g de trimetoprim - frascos de l, 20 e 50 ml. Sol. injetável (frasco-ampola): 400 mg de Sulfadiazina + 80 mg tri- metoprim/ml. Susp. oral com 400 mg de Sulfadiazina + 80 mg trimetoprim/ml - frasco de 200 ml. Tabletes com l g de Sulfadiazina + 0,2 g de trimetoprim - caixa com 30 tabletes. Susp. com sulfametoxazol: 4 g + trimetoprin 0,8 g/100 ml em frascos de 100 e 250 ml. Sol. injetável (frasco-ampola): 150 mg de sulfametoxazol e 40 mg de trimetoprim - frascos de 20 e 100 ml. Sol. injetável (frasco-ampola): 25 mg de sulfametoxazol + 5 de tri- metoprim - frascos de 20 ml. Comprimidos de 500 mg de sulfametozaxol + 100 mg de trimetoprim — caixa com 100 comprimidos. Susp. oral com 4g de sulfametoxazol + 0,8 g de trimetoprim/ 100 ml - frascos com 100 ml. Sol. injetável (frasco-ampola): 200 mg de sulfametoxazol + 40 mg de trimetoprim/ml - frascos de 20 e 50 ml. Sol. injetável (frasco-ampola): 20 g de sulfametoxazol + 4 g de tri- metoprim/100 ml - frascos de 50 ml. Comprimidos de 400 e 800 mg de sulfametoxazol associados a 80 ou 160 mg de trimetoprim - caixas com 20 comps. Susp. oral: sulfametoxazol - 200 ou 400 mg/5 ml + 40 ou 80 mg de trimetoprim - frasco com 100 ml. Sol. injetável: 400 mg de sulfametoxazol + 80 mg de trimetoprim 5 ml. Sol. injetável: 25 g/100 ml - frasco de 100 ml. Sol. injetável: 200 mg/ml - frascos de 100 e 250 ml. Sol. injetável de 20 g/100 ml de sulfadoxina e 4 g de trimetoprim. Comprimidos de 500 mg de sulfadoxina + 25 mg de pirimetamina - caixa com 50 comps. Solução injetável: ampolas de 2,5 ml com 500 mg de sulfadoxina + 25 mg de pirimetamina. Comprimidos de 500 mg - caixas de 200 comprimidos. Sulfamax®(v) Supertrim injetável®,, Tribissen injetável e oral 18 ,,,, Vetrin velas®(v) Antiinfeccioso oral®(v) Diastin«(V) Sulfametoprim®(v) Sulfaprim comprimidos®^ Sultrin suspensão*(v) Tridoxin®(v) Trissulfin injetável®(v) Bactrim» Sulfametoxazol + trimetoprim Bactrim infusão venosa®(H) Sulfadimetoxina In-201% Sulfatec injetável®(v) Borgal% Fansidar®,0, Sulfadoxina Sulfaganidina calbos®,,,, Sulfaganidina Qulm/olerápicos Antimicroblanos e Antibióticos 2 5 Espectro de Ação - Atuam sobre Gram-po- sitivos, Gram-negativos, Trypanossoma, Giardia, Trichomonas e Cândida. Farmacocinética - A nitrofurazona é empregada apenas topicamente. A furazolidona é absorvida via oral e metabolizada nos tecidos, sendo apenas 5% da dose administrada excretada na urina. A nitrofurantoína é absorvida via oral e rapidamente excretada via biliar e renal, não apresentando concentrações adequadas nos tecidos extra- urinários e extra-intestinais. Resistência Bacteriana - A resistência bac- teriana é frequente em Gram-negativos e variável para Gram-positivos. Pseudomonas, Klebsiella e Proteus são resistentes. Efeitos Adversos • Doses elevadas causam neurotoxicidade periférica. • Em doses adequadas, pode provocar náuseas, vómitos e com menos frequência discrasias sanguíneas e problemas alérgicos. Usos Terapêuticos e Doses - Em animais de produção, os derivados do nitrofurano devem ser evitados, pois deixam resíduos em carne ou leite. A nitrofurazona é utilizada topicamente no tratamento de feridas superficiais contaminadas e abscessos. A furazolidona é indicada no tratamento de enterites bacterianas. A nitrofurantoína, não atua sistemicamente, sendo indicada apenas em infecções urinárias por gram-negativos. • Cães e gatos: - Furazolidona: 4 mg/kg, a cada 12 horas. - Nitrofurantoína: 2,5 mg/kg, a cada 6 horas. Apresentação - O quadro 3.10 apresenta as principais formulações de derivados do nitrofu- rano utilizadas em Medicina Veterinária e dispo- níveis no Brasil. QUILONOMAS Características Gerais - As quinolonas são um grupo de agentes antimicrobianos bacterici-das de amplo espectro e grande utilidade tanto na Medicina quanto na Veterinária. Existem atual- mente três gerações de quinolonas: quinolonas de primeira geração (ácido nalidíxico e ácido oxonílico) utilizadas antigamente como antissépti- cos urinários e consideradas de pequeno espectro; quinolonas de segunda geração (fluorqui-nolonas - norfloxacina, ciprofloxacina, ofloxacina, pefloxacina, enrofloxacina, danofloxacina, orbiflo- xacina e marbofloxacina) são as mais utilizadas atualmente na veterinária, com amplo espectro de ação, baixa toxicidade e concentrações excelentes no sangue e tecidos; quinolonas de terceira geração (levofloxacina, esparfloxacina) com espectro de ação similar às de segunda geração, além de serem eficazes contra o Streptococcus pneumoniae. Mecanismo de Ação - Inibição da DNA girase bacteriana, enzima que controla a direção e extensão do espiralamento das cadeias de DNA. Espectro de Ação - Quinolonas de primeira geração (pequeno espectro): E. coli, Proteus sp., (Pseudomonas); quinolonas de segunda geração- fluorquinolonas (amplo espectro): bactérias Gram-negativas, Gram-positivas, micoplasma e Chlamydia; quinolonas de terceira geração: bactérias Gram-negativas, Gram-positivas, micoplasma, Chlamydia e Streptococcus pneumoniae. Farmacocinética - A absorção oral é rápida, sua distribuição é ampla e inclui o SNC, osso e próstata. A excreção ocorre por via renal e biliar. A secreção renal tubular ativa resulta em uma alta concentração urinária. QUADRO 3.10 - Principais apresentações de nitrofuranos Nome comercial Apresentação Princípio ativo Nitrofurazona Furazolidona Nitrofurantoína Furacin pomada®V Furacin solução"v, Eumetrite-s®v Furazolidona®H Macrodantina*H Bisnagas com 0,2 g/100 g - pomada tópica. Solução a 0,2% - frascos de 500 ml. Solução tópica - 0,2 g/100 ml - frascos de 500 ml. Comprimidos de 200 mg - caixa com 14 comps. Suspensão oral com 50 mg/5 ml - frasco com 70 ml. Cápsulas de 100 mg - caixa com 24 cápsulas. 26 Manual de Terapêutica Veterinária Resistência Bacteriana - É relativamente rara e pode se desenvolver em regimes terapêuticos prolongados com subdoses, como no caso da avicultura e pecuária, favorecendo o surgimento de bactérias mutantes que resistem às qui-nolonas em virtude de alterações no local de ligação na DNA girase. Efeitos Adversos - Artropatia por erosão da cartilagem articular em cães jovens de crescimento rápido, portanto deve ser evitado em cães de pequeno a médio porte nos primeiros 8 meses de vida, e em cães de grande porte nos primeiros 18 meses de vida. Pode causar tremores e convulsão em pacientes suscetíveis. Ocorre intera-ção medicamentosa com drogas antiinflamatórias não-esteróides (excitação do SNC), varfarina (aumento do tempo de protrombina), metilxantinas (toxicidade do SNC), antiácidos contendo zinco, magnésio, alumínio ou cálcio (decréscimo da biodisponibilidade de quinolona). Pode ocorrer reação no local da aplicação subcutânea com aparecimento de paniculite. Usos Terapêuticos e Doses - Infecções do trato urinário principalmente as causadas por Pseudomonas aeruginosa; infecções do trato respiratório por Gram-negativos; infecções do trato gastrintestinal; prostatites; otites externas; infecções cutâneas como piodermites; osteomielites por Gram-negativos; meningoencefalites e endo-cardite estafilocócica. As fluorquinolonas de uso veterinário incluem a enrofloxacina (Baytril®, Flotril®), danofloxacina (Advocin®), orbifloxacina (Orbax®) e marbofloxacina (Zeniquim®) (estas duas últimas sem apresentação no Brasil). As fluorquinolonas de uso em seres humanos, mas também utilizadas na veterinária, incluem a norflo-xacina (Floxacin®), a ciprofloxacina (Cipro®) e a ofloxacina (Floxstat®). • Cãese gatos: - Enrofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, VO, IM, SC, EV 12/12 ou 24/24 horas. Recentemente, nos Estados Unidos o intervalo entre doses da enrofloxacina foi alterado de 24 para 12/12 horas para cães e gatos, devido a diferenças no pico de concentração plasmática da enrofloxacina nessas espécies, e para reduzir o risco de aparecimento de resistência bacteriana sem induzir toxicidade. - Orbifloxacina: 2,5 a 7,5 mg/kg, VO, 24/ 24 horas. - Marbofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, VO, 24/ 24 horas. - Norfloxacina: 22 mg/kg, VO, 12/12 horas. - Ciprofloxacina: 5 a 15 mg/Kg, VO, 12/12 horas. • Bovinos: - Enrofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, IM, SC, 24/ 24 horas. - Danofloxacina: 1,25 mg/kg, IM, SC, IV 24/ 24 horas. • Equinos: - Enrofloxacina: 5 mg/kg, IM, IV, SC, 24/24 horas ou 5 a 10 mg/kg, VO, 12/12 ou 24/24 horas. • Suínos: - Enrofloxacina: 2,5 mg/kg, IM, SC, VO, 24/ 24 horas. - Danofloxacina: 1,25 mg/kg, IM, SC, IV, 24/24 horas. Apresentação - O quadro 3.11 descreve as principais apresentações de fluorquinolonas utilizadas na veterinária no Brasil. NlTROIMIDAZÓIS Características Gerais - Os nitroimidazóis são um grupo de drogas com atividade antibacte-riana e antiprotozoária. O composto mais conhecido deste grupo e mais utilizado na veterinária é o metronidazol, outros compostos deste grupo e utilizados na Medicina Humana, são o tinidazol e o nimorazol. Mecanismo de Ação - O metronidazol tem sua ação resultante de ligação de produtos intermediários, originários de sua redução intracelular com o DNA formando-se um complexo que inibe a replicação e inativa o DNA. Espectro de Ação - O metronidazol é um agente bactericida e protozoaricida, atuando contra bactérias anaeróbicas obrigatórias, como Clos-tridium, Fusobacteríum e Bacteroides, e protozoários, como Trichomonas, Giardia e Entamoeba. Farmacocinética - O metronidazol é bem absorvido oralmente e distribuído amplamente pelo organismo com boa penetração no SNC. A droga é metabolizada por oxidação e conjugação no fígado. A excreção ocorre pela urina e fezes. Quimloterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 2 7 QUADRO 3.11 - Principais apresentações das fluorquinolas utilizadas na Medicina Veterinária Comp. 250 mg - frasco com 6, 14 e 50 comps. Comp. 500 mg — frasco com 6, 14 e 50 comps. Solução para infusão 0,2% em frasco com 100 e 200 ml. Solução injetável a 2,5% - frasco de 20, 50 100 e 250 ml. Pó solúvel 16,7% - envelopes laminados de 75 e 150 g. Solução injetável a 5% — frasco de 10 ml. Solução injetável a 10% - frasco de 10 e 50 ml. Pig Doser - frasco de 100 ml. Comp. 50 mg - caixa com 10; e 150 mg - caixa com 10. Solução injetável a 10% - frasco-ampola de 10 e 50 ml. Solução injetável a 2,5% - frasco-ampola de 20 ml. Solução oral 10% - frasco de 500 ml. Pig Pump - frasco de 100 ml. Comp. 50 mg - caixa com 10; e 150 mg - caixa com 10. Solução injetável a 10% - frasco de 20, 50 e 100 ml. Comp. 400 mg - caixa com 14. Comp. 400 mg - caixa com 14. Comp. 200 mg - caixa com 6, 10, 14 ou 20. Comp. 400 mg - caixa com 10. Frasco-ampola de 400 mg com 10 ml. Comp. 5,7 e 22,7 mg - caixa com 10. Efeitos Adversos - Doses altas ou tratamentos prolongados podem provocar neurotoxicidade (nistagmo, ataxia, tremores). Não deve ser utilizado em animais gestantes, pois apresenta teratogeni- cidade. O animal pode produzir urina de coloração castanho-clara após a ingestão de metronidazol. Usos Terapêuticos e Doses - O metronidazol é utilizado no tratamento de infecções por bactérias anaeróbicas, tricomoníase. giardíase e amebía-se. É utilizado em cães, gatos, ruminantes e equinos. • Cães: 25 a 65 mg/kg, VO, 24/24 horas ou 22 a 25 mg/kg, VO, 12/12 horas, durante 5 dias (giardíase); 10 mg/kg, VO, 8/8 horas (infecções anaeróbicas). • Gatos: 22 a 25 mg/kg, VO, 12/12 horas durante 5 dias (giardíase); 10 a 25 mg/kg, 24/ 24 horas (infecções anaeróbicas). • Ruminantes: 75 mg/kg, IV, a cada 12 horas/3 aplicações (tricomoníase). • Equinos: 7,5 mg/kg, VO, 8/8 horas (giardíase); 15 a 25 mg/kg, IV, VO, 8/8 ou 12/12 horas (infecções anaeróbicas). Apresentação - O quadro 3.12 descreve as principais apresentações de metronidazol. QUADRO 3.12 - Principais apresentações do metronidazol Comp. 250 mg — estojo com 20. Comp. 400 mg - estojo com 24. Pediátrico (suspensão oral) - 40 mg/ml frasco com 120 ml. Solução injetável a 0,5% - frasco e bolsa plastica de 100 ml. (500 mg) ou 300 ml (1500 mg) ginecologico – tubo com 50 g de geléia com nistatina – tubo com 50 g de creme + aplicador Apresentação Princípio ativo Nome comercial Ciprofloxacina Danofloxacina Enrofloxacina Cipro Advocin,, Baytril FlotriL Norfloxacina Ofloxacina Orbifloxacina Floxacin(I Floxinol([ Floxtat,,,, Orbax, Principio ativo Nome comercial Apresentação Metronidazol FlagyL 28 Manual de Terapêutica Veterinária ANTIBIÓTICOS ANTIBIÓTICOS P-LACTÂMICOS Os antibióticos p-lactâmicos ou p-lactaminas constituem um grupo de fármacos com presença de um grupamento químico denominado anel P-lactâmico. Pertencem a este grupo as penicili-nas, cefalosporinas, cefamixinas, oxicefamixinas, amidinopenicilinas, carbapemênicos, ácido clavulânico, sulbactam e os antibióticos mo-nobactâmicos. Penicilinas e Análogos As penicilinas constituem um grupo de P-lactaminas com núcleo central composto pelo ácido 6- aminopenicilânico, sendo obtidas a partir de culturas de fungos do género Penicillium. Pertencem a este grupo as penicilinas naturais (pe-nicilina G, penicilina V), seus derivados semi-sintéticos (isoxacilpenicilinas, aminopenicilinas e análogos, carboxipenicilinas, sulfobenzilpenici-linas e ureidopenicilinas) e seus análogos (amidinopenicilinas). Penicilinas Naturais Características Gerais - A primeira penicilina obtida foi a penicilina G-cristalina ou benzil-penicilina. Sequencialmente, a descoberta de variações naturais nos radicais da benzilpenicilina originaram as penicilinas, F, K, O, X, e V, sendo estas últimas pouco utilizadas em Medicina Veterinária. A curta duração do tempo de ação da penicilina G-cristalina levou ao desenvolvimento de ésteres de penicilina com ação prolongada. Entre estes ésteres, são utilizados a penicilina G-procaína, que é obtida pela associação da pro-caína à penicilina G e a penicilina benzatina, obtida pela associação da NN'dibenziletileno-diamina à penicilina G. Estes ésteres são pouco solúveis em meios líquidos e apresentam tempo de absorção e picos séricos maiores do que a penicilina G-cristalina. Mecanismo de Ação - A penicilina G e seus ésteres são bactericidas. Elas provocam a lise os-mótica celular ao se ligarem e inibirem as enzimas (transpeptidases de membrana) que sintetizam um componente de parede celular bacte-riana denominado peptideoglicam. As proteínas em que as penicilinas se ligam são denominadas proteínas fixadoras de penicilina (PPB). Espectro de Ação - As penicilinas naturais são ativas contra bactérias Gram-positivas aeróbi-cas e anaeróbicas, cocos Gram-negativos, espiro-quetas e actinomicetos. Os bacilos Gram-negativos aeróbicos ou anaeróbicos, que ocorrem em animais, são naturalmente resistentes às penicilinas naturais. Farmacocinética - A penicilinas naturais são instáveis em meios ácidos, sendo rapidamente inativadas em pH 2 ou 8, o que impede sua administração via oral, com exceção da penicilina V. Entretanto, são ativas em pH ligeiramente ácido, frequente nos processos inflamatórios. É desacon-selhável o uso de penicilinas naturais por via tópica, pois podem provocar quadros de hipersensi-bilidade.Das penicilinas naturais, apenas a benzilpenicilina pode ser administrada via intravenosa. A penicilina G-cristalina mantém níveis séricos durante 4 horas, limitando seu uso isolado em Medicina Veterinária. A penicilina G- procaína é utilizada somente por via intramuscular e mantém concentrações séricas por 12 a 24 horas. A penicilina G-benzatina é utilizada somente por via intramuscular e mantém concentrações séricas por 2 a 7 dias, dependendo da dose. As penicilinas naturais se difundem bem em quase todos os tecidos corpóreos, principalmente em presença de inflamação, na qual a permeabilidade vascular está aumentada. Não penetram na próstata e olho, mesmo em presença de inflamação. A penicilina G não apresenta concentrações intracelulares suficientes para combater germes nesta localização. Do total de penicilina G administrada, 60% se liga às proteínas plasmáticas, sendo inativa nesta forma. No entanto, esta ligação é reversível, e funciona como reservatório da mesma, carreando o fármaco para tecidos com exsudação rica em proteínas. As penicilinas naturais são metabolizadas no fígado e excretadas por via renal. Resistência Bacteriana - As penicilinas naturais são inativadas por enzimas denominadas p-lactamases. Praticamente 100% das linhagens de Staphylococcus aureus e aproximadamente 80% das outras linhagens de Staphylococcus são produtoras de P-lactamases. A maioria dos bacilos Gram-negativos, principalmente os anaeróbicos, são naturalmente resistentes à penicilina G, com exceção do género Pasteurella. Quimioterápicos Antimicrobianos e Aníibióticos 29 Efeitos Adversos • Penicilina G é capaz de causar paraefeitos irritativos e desencadear quadros de hi-persensibilidade em animais previamente medicados com este fármaco. • Distúrbios de coagulação foram registrados em humanos. • A infusão rápida intravenosa pode causar distúrbios neurológicos e convulsões. • A fenilbutazona e o ácido acetilsalicílico competem pêlos locais de ligação da peni-cilina, aumentado a concentração sérica destes antibióticos. • A benzilpenicilina é inativada em soluções contendo complexo B e vitamina C. • Pacientes com insuficiência renal grave (IRA) devem ter o intervalo entre doses ajustado. Usos Terapêuticos e Doses - As penicilinas naturais são indicadas no tratamento de infecções por Streptococcus dos grupos A, B, C, D e G de Lancefield (adenite equina - S. equi, pneumonias - S. pyogenes, S. agalactiae, S. bovis, ence-falite dos leitões - 5. suis), clostridioses gangre-nosas, infecções por espiroquetas (Brachyspira, Leptospira, Borrelià), bacilos Gram-positivos como a Listeria monocytogenes, Erysipelothrix rhusiopathiae e Bacillus anthracis, actinomice-tos do género Arcanobacterium actinomyces e pasteureloses. O tempo de duração do tratamento varia de acordo com a afecção envolvida. • Bovinos, suínos, caprinos e ovinos: - Penicilina G-benzatina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, SC, IM, a cada 2 a 5 dias. - Penicilina G-procaína: 20.000 a 40.000 UI/ kg, SC, IM, a cada 12 a 24 horas. - Penicilina G-cristalina (benzilpenicilina): 20.000 a 40.000 Ul/kg, SC, IV, IM, a cada 6 horas. • Cães e gatos: - Penicilina G-benzatina: 24.000 Ul/kg, IM, a cada 48 horas. - Penicilina G-cristalina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas. -Penicilina G-procaína: 20.000 a 40.000 Ul/kg, a cada 12 ou 24 horas. - Penicilina V: 10 mg/kg, VO, a cada 8 horas. • Equinos: - Penicilina G-benzatina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, IM, SC, a cada 24 a 48 horas. - Penicilina G-procaína: 20.000 a 40.000 UI/ kg, IM, SC, a cada 12 horas. - Penicilina G-cristalina (benzilpenicilina): 20.000 a 40.000 Ul/kg, IM, SC, IV, a cada 4 horas. Apresentação - O quadro 3.13 apresenta as principais formulações das penicilinas naturais utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. Penicilinas Semi-sintéticas Isoxazolipenicilinas Características Gerais - As isoxazolipeni-cilinas apresentam uma cadeia lateral isoxazolil no ácido 6-aminopenicilânico, o que confere a este grupo resistência a ação de algumas das P-lactamases. Pertencem a este grupo a oxacili-na, cloxacilina, dicloxacilina e flocloxacilina. Mecanismo de Ação - Agem de maneira semelhante às penicilinas naturais, tendo ação bactericida ao inibir a síntese de parede celular. Espectro de Ação - São ativas frente a Streptococcus do grupo A, B, C e G, Staphylococcus produtor ou não de P-lactamases, Listeria e clostrídios. São especialmente sensíveis a baixas concentrações destas drogas, germes do género Staphylococcus. Não atuam sobre Gram-negativos. Farmacocinética - É um grupo de penicilinas, que apresentam estabilidade em pH ácido e pode ser administradas por via oral ou parente-ral. Sua absorção via oral é influenciada por alimentos. Distribuem-se amplamente nos tecidos corpóreos, mas não atravessam a barreira hemato-encefálica na ausência de inflamação. Liga-se em 90 a 97% às proteínas plasmáticas e são eliminadas via renal e em menor parte pela via biliar. Não sofrem acúmulo em pacientes com insuficiência renal. Resistência Bacteriana - As isoxazolilpenici-linas não têm ação sobre bactérias Gram-nega-tivas, aeróbicas ou anaeróbicas, pois não penetram em sua parede celular. Os Staphylococcus resistentes a oxacilina possuem resistência cruzada com a meticilina, sendo denominados de Staphylococcus meticilina-resistentes. Este grupo de Staphylococcus é caracterizado por apresentar múltipla resistência a diversos antimicrobianos. 30 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.13 - Principais apresentações das penicilinas naturais Nome comercial Apresentação Agrodel®( ) Agropen L.A.®(V) Agrothal®(v) Agrovet«(v ) Farmabiótico G.A.®0 Multibiótico Pencivet plus*(v) Penfort«(v) Pentabiótico veterinário 1 "^ Pentacilin®(v) Septipen®(v) Spectrocilin®(v) Potencilin*(v) Prontocilin®(v) Benzatina®,,. Benzilpenicilina Benzilpenicilina (G-potássica) G-potássica*(H) Penicilina V Princípio ativo Penicilinas naturais associadas (com ou sem estreptomiclna) - Penicilina G- benzatina (pen. G-benz.) - Penicilina G- potâssica (pen. G-pot.) - Penicilina G- procaína (pen. G-proc.) Penicilina Penicilina G- procaína + estreptomicina Penicilina Meracilina®,, Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-proc. - 3.750.000 UI, pen. G- pot. - 1.250.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. Sol. injetável (cada 100 ml): pen.G-proc., - 10.000.000 UI pen. G-benz. - 10.000.000 UI diidroestreptomicina - 20.000 mg. Frasco-ampola de 20 e 50 ml. Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen.G-proc. - 4.000.000 UI, pen.G- pot. - 1.350.000 UI. Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-proc. - 1.800.000 UI, pen. G-pot. - 600.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-benz. - 1.200.000 UI, pen.G- pot. - 600.000 UI, pen.G proc. - 600.000 UI. Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-benz. - 3.000.000 UI, pen. reforçado®{v) G-pot. - 1.500.000 UI, pen. G-proc. -1.500.000 UI - frasco- ampola. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz.- 600.000 UI, pen. G- proc. - 300.000 UI, pen. G-pot. - 300.000 UI, estreptomicina - 500 mg + diclofenaco associado. Sol. Injetável (cada frasco-ampola) - pen.G-benz. - 1.200.000 UI, pen. G-pot. - 600.000 UI pen.G-proc. - 600.000 UI, Estreptomicina -1.000 g + diclofenaco associado. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 1.200.000 UI, pen.G- pot. - 600.000 UI, pen.G-proc. - 600.000 UI, estreptomicina - 500 mg, diidroestreptomicina - 500mg. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-sód. - 500.000 UI, pen. G-proc. - 2.500.000 UI, diidroestreptomicina - 3.000 mg + tripsina e quimiotripsina. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 3.000.000 UI, pen. G-pot. - 1.500.000 UI, pen.G-proc. - 1.500.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-pot. - 2.500.000 UI, pen. G- benz. - 2.500.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. Sol. Injetável (cada 100 ml): pen.G - proc. 25.000.000 - frasco-ampola de 20 e 50 ml. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-proc. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-proc. - frascos de 20 e 50 ml. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 3.000.000 UI. Sol.injetável (cada frasco-ampola): pen.G-pot. - 1.000.000 UI ou 5.000.000 UI ou 10.000.000 UI. Comp. com 500.000 UI, caixa com 12 comps. Quimioterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 31 Efeitos Adversos • Podem ocorrer superinfecções, efeitos irrita-tivos e de natureza alérgica. • Menos comum: tromboflebite quando admi- nistradas por via parenteral, vómitos e diarreia nas formulações orais. • Em humanos, neutropenia foi associada ao uso prolongado da oxacilina. Usos Terapêuticos e Doses - A oxacilina e seus derivados são indicados para o tratamento de todos os germes sensíveis ao fármaco, sendo especialmente indicados nas estafilococcias (pio- dermites, osteomielites), em que outros antimicro- bianos falharam. São utilizados sistemicamante apenas em animais de companhia. • Equinos: - Oxacilina: 22 a 40 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 8 ou 12 horas. • Cães e gatos: - Oxacilina: 22 a 40 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 8 horas. - Dicloxacilina: 25 mg/kg, IM, VO, a cada 6 horas. Apresentação - O quadro 3.14 apresenta as principais formulações das isoxazolipenicilinas utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. Aminopenicilinas Características Gerais - As aminopenicilinas são resultado da fusão do ácido 1-a-aminofe- nilacético com o ácido 6-aminopenicilânico. Per- tencem a este grupo a ampicilina e suas pró- drogas (metampicilina) e análogos da ampicilina como a amoxicilina e a ciclacilina. A amoxicilina age em sinergismo com o ácido clavulânico, um inibidor de P-lactamases. Mecanismo de Ação - À semelhança das penicilinas naturais, as aminopenicilinas são bac- tericidas e inibem a síntese de parede celular bacteriana. Espectro de Ação - São ativas frente a bactérias Gram-positivas e diversas bactérias Gram- negativas. Farmacocinética - Quando administrados por via oral, os análogos da ampicilina (amoxicilina) são mais bem absorvidos (na presença de alimentos) do que a ampicilina. Difundem-se bem em todos os tecidos corpóreos e a amoxicilina, em especial, apresenta concentrações elevadas em secreções nasais, seios nasais, bile e ouvido médio. Apresentam baixo percentual de ligação a proteínas plasmáticas (10 a 30%), sendo excretados via renal. Pacientes com insufi- ciência renal de qualquer grau, ou animais jo- vens, devem receber doses em intervalos maiores. Resistência Bacteriana - Não são ativas contra Klebsiella, Proteus indol-positivo e Pseu- domonas. A resistência é mediada por P-lacta- mases ou mutações nas PPBs. Amoxicilina e ampicilina apresentam resistência cruzada em quase 100% das vezes. A resistência a ampicilina vem aumentando dramaticamente nos últimos anos, em decorrência da larga utilização deste fármaco na Terapêutica Veterinária e Humana. Para contornar o problema da produção de p- lactamases, a ampicilina e seus análogos têm sido associados a inibidores de P-lactamases, entre os quais o ácido clavulânico e o sulbactam. Efeitos Adversos • Os principais efeitos são ocorrência de reações de hipersensibilidade. QUADRO 3.14 - Principais apresentações de isoxazolipenicilinas Sol. injetável - frasco-ampola de 500 mg + 3 ml de diluente estéril. Susp. injetável (cada frasco-ampola) - 250 a 500 mg + 3 ml de diluente estéril. Suspensão oral com 62,5 e 125 mg/ml. Nome comercial Apresentação Princípio atívo Oxacilina Dicloxacilina Staficilin-N®(H) Dicloxacilina Royton®(H) 32 Manual de Terapêutica Veterinária • Em seres humanos, são relatados nefrotoxi- cidade e distúrbios de coagulação. • Sofrem acúmulo em pacientes com insuficiência renal. Usos Terapêuticos e Doses - A ampicilina e seus análogos estão indicados para tratar infecções causadas por germes sensíveis, sendo úteis em infecções renais de cães (leptospirose, Ente- rococcus), gastrenterites em várias espécies (Sal- monella, E. coli), piodermites (estafilococcias e estreptococcias), pneumonias, encefalites e outras condições infecciosas. A amoxicilina, em especial, é indicada para tratamento de otites, piodermites e pneumonias, tendo vantagem por ser melhor absorvida por via oral do que a ampicilina. As aminopenicilinas apresentam si-nergismo com os aminoglicosídeos. Derivados como a hetacilina não são empregados rotineiramente em Medicina Veterinária. A amoxicilina e ampicilina apresentam efeitos potencializados por inibidores de (3- lactamases, sendo comumente empregados o ácido clavulânico para a primeira e o sulbactam para a segunda. • Cães e gatos: - Ampicilina: 10 a 20 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. - Ampicilina + sulbactam: 10 a 20 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. - Amoxicilina triidratada: 6 a 20 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. - Amoxicilina + ácido clavulânico: 12,5 a 25 mg/kg, VO, a cada 12 horas. - Amoxicilina + ácido clavulânico: 8,75 mg/ kg, IM, SC, a cada 12 horas. • Equinos, suínos e bovinos: -Ampicilina: U a 22 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. -Amoxicilina triidratada: 11 a 22 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. -Amoxicilina + ácido clavulânico: 12,5 a 25 mg/kg, VO, a cada 12 horas; 8,75 mg/ kg, IM, SC, a cada 12 horas. Apresentação - O quadro 3.15 apresenta as principais formulações das aminopenicilinas uti- lizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. QUADRO 3.15 - Principais apresentações de aminopenlclllnas Princípio ativo Nome comercial Apresentação Ampicilina + sulbactam Amoxicilina Amoxicilina + ácido clavulânico Ampicllina sódica ou benzatina Agroplus®(v) Ampicil% Ampicilina Veterinária®o AmPlax% Biomicin®,,,. Ampicil«(H) Amplotal«(H) Unasyn injetável*(H) Bactrosina"8^ Amoxil®(H) Clamoxyl L.A.®(V) Clavamox RTU®(V) Prontoamoxy-L.A.® Sol. injetável (cada 100 ml): 10 g de ampicilina + 25 milh. de UI de colistina - frascos multidose com 20 e 50 ml. Sol. injetável (cada frasco-ampola): 10.000 mg/250 ml. Sol. injetável (cada frasco- ampola): 2.000 mg/10 ml. Sol. injetável:120 mg/ml - frasco-ampola de 20 e 50 ml. Sol. injetável (cada frasco-ampola): de 500 mg de ampicilina + 500 mg de estreptomicina. Suspensão oral: 250 mg/5 ml — fracos de 60 ml. Sol. injetável de ampicilina benzatina (frasco-ampola): 250, 500 e 1.000 mg. Sol. injetável (cada frasco-ampola): 0,5/1,0 g ou 1/2 g de ampicilina/ sulbactam - caixa com 20 frascos. Sol. injetável: 172,2 mg/20 ml - frascos com 20 ml. Suspensão oral: 125 e 250 mg/5 ml - frascos de 80 e 150 ml. Cápsulas de 500 mg - caixa com 15, 20 e 30 cáps. Susp. injetável com 150 mg/ml - frasco-ampola com 100 e 250 ml. Susp. injetável com 140 mg de amoxicilina + 35 mg de ácido clavulânico - frascos-ampola de 40 e 100 ml. Suspensão injetável: 150 mg/ml - frasco ampola de 20e 50 ml. Quimioterápicos Antlmicroblanos e Antibióticos 3 3 Carboxipenicilinas Características Gerais - As carboxipenicilinas resultam da fusão do ácido carboxílico com o ácido 6-aminopenicilânico. Pertencem a este grupo a carbenicilina e a ticarcilina. Mecanismo de Ação - São antimicrobia-nos bactericidas inibindo a síntese da parede celular bacteriana, de maneira semelhante à penicilina G. Espectro de Ação - Apresentam atividade frente a Gram-positivos e uma gama maior de Gram-negativos, superando a ampicilina. São drogas especialmente ativas frente a Proteus indol- positivo e Pseudomonas. Farmacocinética - A carbenicilina e a ticarcilina só apresentam concentrações séricas adequadas e persistentes para combater Pseudo- monas, quando administradas por via parenteral e por gotejamento contínuo, limitando seu uso na Terapêutica Veterinária. Estas penicilinas se ligam em 50% às proteínas plasmáticas e são eli- minadas sob forma ativa pela via renal. Resistência Bacteriana - Klebsiella, em geral, costuma ser resistente a este fármaco, pela produção de (3-lactamases. Mutações nas PPBs podem conferir resistência a essas drogas. Efeitos Adversos • Podem ocorrer efeitos irritativos, hipersen- sibilidade e superinfecções. • Em humanos com insuficiência renal, a droga se acumula podendo causar convulsões, distúrbios de coagulação e hepatite. Usos Terapêuticos e Doses - A carbenicilina é indicada nas infecções causadas pêlos germes sensíveis, porém sua utilidade em Medicina Veterinária é limitada pela dificuldade de administrá-la (gotejamento contínuo). Deve, por- tanto, ser utilizada, em especial, no tratamento de infecções por Pseudomonas e Proteus mul- tirresistentes. • Cães e gatos: - Carbenicilina: 40 a 50 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 6 ou 8 horas. -Ticarcilina + ácido clavulânico: 33 a 50 mg/kg, IV, IM a cada 4 ou 6 horas. • Equinos: - Ticarcilina + ácido clavulânico: 44 mg/kg , IV, a cada 6 horas. Apresentação - O quadro 3.16 apresenta as principais formulações das carboxipenicilinas utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. Cefalosporinas e Análogos Características Gerais - As cefalosporinas são antibióticos p-lactâmicos que apresentam como núcleo central, o ácido 7-aminocefalospo-rânico. São obtidas a partir de culturas de fungos do género Cephalosporium. Existem atualmente quatro gerações de cefalosporinas. As de primeira geração são subdivididas em dois grupos: as de absorção parenteral (cefalotina, cefaloridina, cefazolina) e as de absorção oral (cefalexina, cefadroxil cefradina). A segunda geração de cefalosporinas apresenta maior espectro de ação perante bacilos Gram-negativos que as anteriores, sendo subdivididas em drogas de absorção oral (cefaclor, cefprozila) e parenteral (cefuroxima, cefoxitina). As cefalosporinas de terceira geração apresentam espectro de ação superior às outras cefalosporinas mais antigas, sendo ativas frente a uma gama maior de bacilos Gram-negativos, inclusive Pseudomonas. São subdivididas em drogas de uso parenteral com potente ação antipseudomonas (cefoperazona, ceftazidi-ma), drogas de uso parenteral com pequena atividade antipseudomonas (cefotaxima, ceftriaxo-na, cefodizima, ceftiofur) e drogas de absorção QUADRO 3.16 - Principais apresentações de carboxipenicilinas Princípio ativo Nome comercial Apresentação Carbenicilina (Royton)®(H) Timentin® „ Carbenicilina Ticarcilina + ácido clavulânico Sol. injetável (frasco-ampola) - l e 5 g. Sol. injetável - Ticarciclina - 3 g + ácido clavulânico 0,1 g frascos-ampola de 13 ml. 34 Manual de Terapêutica Veterinária oral (cefixima, cefetamet pivoxil). As cefalospo-rinas de quarta geração apresentam maior potência que as anteriores, frente a bacilos Gram-negativos, porém são menos potentes frente a gram-positivos (cefpiroma, cefepima). Mecanismo de Ação - À semelhança das penicilinas, as cefalosporinas inibem enzimas transpeptidases de membrana que sintetizam os peptideoglicans da parede celular bacteriana, levando-as a lise osmótica. Espectro de Ação - Todas as cefalosporinas apresentam boa ação frente à maioria das bactérias Gram- positivas e Gram-negativas. Cefalosporinas de geração mais recente são mais ativas frente a bacilos Gram- negativos, porém são menos ativas frente a Gram-positivos. Pseudomonas são resistentes às duas primeiras gerações. Farmacocinética - Algumas cefalosporinas podem ser absorvidas via oral, enquanto outras só podem ser administradas via parenteral. Distribuem-se bem em todos os tecidos, mas especialmente as de primeira e segunda gerações atingem boas concentrações em pele e tecido subcutâneo. Em geral, atravessam mal a barreira hematoencefálica. A maioria é excretada sob forma ativa na urina e algumas pela via biliar (cefoperazona). A cefalotina é inativada pelo Ringer lactato. Resistência Bacteriana - Apenas as cefalosporinas de terceira geração são ativas frente Pseudomonas. Apesar de serem mais potentes frente às bactérias Gram-negativas, as cefalosporinas mais recentes são menos potentes frente a Staphylococcus. São drogas menos suscetíveis as (3-lactamases que as penicilinas. Efeitos Adversos • A maioria das cefalosporinas é bem tolerada, ocorrendo, em geral, casos de flebite, alergia e distúrbios de coagulação. • Discrasias sanguíneas, causadas por mie-lotoxicidade em animais tratados por longos períodos, já foram registradas. • As cefalosporinas causam nefrotoxicidade quando utilizadas por períodos prolongados em seres humanos. A cefaloridina, em especial, é considerada nefrotóxica para seres humanos. • Sendo a excreção dessas drogas efetuada por via renal, as cefalosporinas sofrem acú-mulo em pacientes com insuficiência renal. A cefoperazona é contra-indicada em pacientes com insuficiência hepática. • Podem ocorrer reações de hipersensibili-dade cruzada com as penicilinas. Usos Terapêuticos e Doses - As cefalosporinas estão indicadas em todos os processos infecciosos causados por germes sensíveis a elas. Podem ser utilizadas em infecções renais, respiratórias, genitais, de tecidos moles e osteoar-ticulares. O tempo de duração do tratamento varia em função da afecção. As cefalosporinas de primeira geração são as mais utilizadas em Medicina Veterinária. A cefalexina está indicada principalmente em casos de piodermites, dada a boa ação frente a Staphylococcus e boa difusão em tecidos queratinizados. As cefalosporinas de uso exclusivo parenteral têm sido utilizadas na profilaxia de infecções pós-cirúrgicas. O ceftiofur está indicado nos casos de pneumonias em animais de produção. O custo é um fator limitante à utilização dessas drogas em Medicina Veterinária. • Cães e gatos: - Cefaclor: 4 a 20 mg/kg, VO, a cada 8 horas. - Cefadroxil: 22 a 30 mg/kg, VO, a cada 12 horas para cães e 22 mg/kg, VO, a cada 24 horas para gatos. - Cefalexina: 10 a 30 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 12 horas. - Cefalotina: 10 a 30 mg/kg, IV, IM, a cada 4 ou 8 horas. - Cefazolina: 20 a 35 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. - Cefepima: 50 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. - Cefixima (cães): 10 mg/kg, VO, a cada 12 horas. - Cefoperazona: 22 mg/kg, IV, IM, a cada 8 ou 12 horas. - Cefotaxima: 50 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 12 horas para cães e 20 a 80 mg/kg, IV, IM, a cada 6 horas. - Cefoxitina: 30 mg/kg, IV, a cada 6 ou 8 horas. - Ceftazidima: 30 mg/kg, IV, IM, a cada 6 horas. - Ceftiofur: 2,2 a 4,4 mg/kg, SC, a cada 24 horas. Quimioterápicos Antimicrobianos e Antibióticos 3 5 - Ceftriaxona: 25 a 50 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 12 ou 24 horas. - Cefuroxima: 10 a 30 mg/kg IV, a cada 8 ou 12 horas. 1 Equinos: - Cefalotina: 20 mg/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas. - Ceftiofur:l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas. - Cefadroxil: 22 mg/kg, VO, a cada 21 horas. - Cefoxitina: 30 a 40 mg/kg, IM, a cada 6 ou 8 horas. - Cefalexina: 10 a 30 mg/kg, VO, a cada 6 ou 8 horas. • Bovinos (bezerros): - Cefalotina: 10 a 12 mg/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas. - Ceftiofur: l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas. ' • Suínos: - Ceftiofur: l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas. Apresentação - O quadro 3.17 apresenta as principais formulações das cefalosporinas utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. QUADRO 3.17 - Principais apresentações de cefalosporinas Princípio atino Nome comercial Apresentação Cefalexina (1* geração) Keflex®(H) Susp. em gotas (1 gota = 5 mg) - frasco com 15 ml. Drágeas de 550 e 1.000 mg - caixa com 8 e 40 drágeas. Rilexine®(v) Comprimidos de 75 mg - caixa com 16 comps. Sol. injetável: 10 mg/ml - seringas descartáveis de 10 ml. Comprimidos de 300 mg - caixa com 12 a 24 comprimidos. Cefadroxil (1« geração) Cefamox*(H) Comprimidos de 1 g, frascos com 10 comps. Suspensão oral: 250 e 500 mg/5 ml - frasco para 100 ml. Cefalotina (1* geração) Keflin neutro*(H) Solução injetável: 1 g - frasco-ampola. Cefazolina (1* geração) KefaZol*(H) Sol. injetável (frasco-ampola): 250, 500 e 1.000 mg. Cefuroxima (2* geração) Cefuroxima sódica 750 mg IM/IV% Sol. injetável (frasco-ampola): 500 e 1.000 mg. Cefoxitina (2* geração) Cefoxitina sódica®(H) Sol. injetável (frasco-ampola): 500 e 1.000 mg. Cefotaxima (3* geração) Cefotax®(H) Sol. injetável (frasco-ampola): 1 g. Ceftriaxona (3* geração) Rocefin injeção intravenosa®,,,, (H) Sol. injetável (frasco-ampola): 500 mg e 1 g. Cefoperazona (3* geração) Cefobid-(lo Sol. injetável (frasco-ampola): 1 e 2 g. Ceftazidima (3* geração) Fortaz*(H) Sol. injetável (frasco-ampola): 1 ou 2 g. Cefixima (3* geração) Cefix® uenx (H) Susp. oral com 100 mg/5 ml. Ceftiofur (3* geração) Excenel®(v) Sol. injetável (frasco-ampola): 1 g/20 ml - frascos com 20 e 80 ml. Cefepima (*' geração) MaxceP(H) Sol. injetável (frasco-ampola): 500 mg, 1 g e 2 g. 3é Manual de Terapêutica Veterinária Outros [3-lactâmicos Carbapemênicos e Monobactâmicos Características Gerais - Antibióticos P- lactâmicos do tipo imipenem ou imipenema são sintetizados por actinomicetos do grupo Strepto- myces, e apresentam um anel pentacíclico de estrutura variável ligado ao anel P-lactâmico. Os monobactâmicos são antibióticos sintetizados por actinomicetos da espécie Nocardia e se caracterizam por possuir o anel P-lactâmico sem ligação a qualquer outro grupo cíclico. Pertence a este grupo o aztreonam. Mecanismo de Ação - O imipenem e o aztreonam se ligam as transpeptidases de mem- brana, assim como as outras p-lactaminas, impe- dindo a síntese da parede celular e causando lise osmótica. Espectro de Ação - O imipenem é, atual-mente, o antimicrobiano de maior espectro de ação utilizado na prática clínica médica, atuando em quase 100% das estirpes bacterianas conhecidas. O aztreonam só é ativo frente a germes Gram- negativos, especialmente as enterobactérias, po- dendo também atuar frente a Pseudomonas. Farmacocinética - O imipenem não é absorvido por via oral, sendo exclusivamente uti- lizado por via endovenosa ou intramuscular. Este fármaco atinge concentrações terapêuticas em todos os tecidos corpóreos. A metabolização é feita rapidamente por enzimas dipeptidases renais, levando à associação desta droga com a cilastatina, um inibidor dessas enzimas. Após a metabolização, as drogas são eliminadas por via urinária. O aztreonam só é absorvido por via parenteral, se difundindo bem por todos os te- cidos corpóreos, menos nos pulmões. A meta- bolização é desprezível, sendo eliminado na forma ativa pêlos rins. Resistência Bacteriana - Mycobacterium, Enterococcus faecium, Staphylococcus metici- lina-resistente, clamídias e micoplasmas são resis- tentes ao imipenem. Os Gram-positivos são na- turalmente resistentes ao aztreonam, que é ina- tivado por apenas algumas das P-lactamases. Estes antibióticos não induzem resistência em Gram-negativos. Efeitos Adversos • Imipenem pode produzir efeitos gastrintestinais, discrasias sanguíneas, convulsões e flebites, além de induzir resistência aos outros p- lactâmicos. Pode ser nefrotóxico se não for utilizado com cilastatina. • O aztreonam pode provocar distúrbios gastrintestinais em cães e cutâneos em humanos. Usos Terapêuticos e Doses - O imipenem está indicado nas infecções em que os outros antimicrobianos falharam, sendo ativo contra Acinetobacter e outros microrganismos multirre- sistentes. O aztreonam está indicado nas infec- ções causadas por Gram-negativos resistentes a outros antimicrobianos, especialmente em infec- ções intra-abdominais. • Cães e gatos: - Imipenem: 3 a 10 mg/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas. - Aztreonam: l a 2 g/70 kg (humano) (dose não avaliada para cães e gatos), a cada 6 ou 8 horas. Apresentação - O quadro 3.18 apresenta as principais formulações dos carbapemênicos e monobactâmicos utilizadas em Medicina Veteri- nária e disponíveis no Brasil. QUADRO 3.18 - Principais apresentações de carbapemênicos Princípio ativo Nome comercial Apresentação Imipenem Tienam®,, Aztrconsun Azactam*, Frasco para infusão venosa com 500 mg de imipenem + 500 mg de cilastatina - caixa com l frasco para infusão. Sol. injetável (frasco-ampola): 0,5 a l g. Quimioteíápicos Antimicmblanos e Antibióticos 37 Aminoglicosídeos Características Gerais - Os aminoglicosídeos são antibióticos bactericidas extraídos de actinomicetos do grupo Streptomyces. São estruturas químicas complexas, porém pequenas, derivadas de açúcares e um grupo amino. Não agem em pH ácido e são transportados para o interior das células através de mecanismos ativos, dependentes de oxigénio, o que torna este grupo ineficaz contra anaeróbios. Pertencem a este grupo a gentamicina, neomicina, amicacina, tobramici-na, estreptomicina, diidroestreptomicina, netilmi-cina e framicetina. Mecanismo de Ação - Os aminoglicosídeos funcionam como chave falsa, se ligando ao ribos-somo bacteriano, e causando a produção de proteínas defeituosas. São antibióticos bactericidas. Espectro de Ação - Os aminoglicosídeos são ativos frente a Gram-positivos e Gram-negativos, principalmente enterobactérias, mas falham frente a germes de localização intracelular como a Sal- monella. Com exceção da estreptomicina, são ativos frente a Staphylococcus. Farmacocinética - Os aminoglicosídeos não são absorvidos por via oral, sendo mais utilizados por via intramuscular ou subcutânea. A neomicina foi utilizada por via oral para tratamento local de infecções entéricas, porém sua eficácia não foi comprovada. São antibióticos catiônicos e pouco lipossolúveis, atravessando mal as barreiras biológicas. A estreptomicina é a única que atinge boas concentrações em secreção brônquica. São eliminadas por via renal sob a forma ativa. Resistência Bacteriana - As bactérias anae-róbicas obrigatórias e Listeria são naturalmente resistentes aos aminoglicosídeos. Pseudomonas são sensíveis somente a alguns aminoglicosídeos. A resistência é conferida por três mecanismos: modificação nos locais de ligação, alteração en-zimática do antibiótico
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