Buscar

Livro Manual de Terapêutica Veterinária (ANDRADE, S F Manual de terapêutica Veterinária 3o ed Roca 2008, 912p )

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 148 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 148 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 148 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

QUIMIOTERÁPICOS ANTIMICROBIANOS E 
ANTIBIÓTICOS 
Silvia Franco Andrade 
Rogério Giuffrida 
Márcio Garcia Ribeiro 
INTRODUÇÃO 
Os antibióticos são substâncias produzidas por 
diferentes espécies de microrganismos (bactérias, 
fungos, actinomicetos), que suprimem o crescimento 
de outros microrganismos (bactérias -
bacteriostáticos; fungos - fungistáticos), ou po-
dem até mesmo destruí-los (bactérias - bacterici-
das; fungos — fungicidas). Os antibióticos dife-
rem entre si quanto às suas propriedades físicas, 
químicas, farmacológicas, espectro de ação, me-
canismo de ação e toxicidade. 
CoNCErros GERAIS 
Quimioterápico Antimicrobiano — É toda a 
substância química produzida por síntese labo-
ratorial, que apresenta propriedades antimicro-
bianas. Por exemplo, sulfonamidas, nitrofuranos, 
nitroimidazóis, quinolonas. 
Antibiótico — É o quimioterápico antimicro-biano 
produzido ou obtido por microrganismos 
(exemplo: penicilinas naturais). 
Antibiótico Semi-sintético - É o quimioterápico 
cuja porção fundamental da molécula tenha sido 
obtida a partir de produtos de organismos vivos 
(exemplo: penicilinas semi-sintéti-cas - 
ampicilina, amoxicilina, oxacilina). 
Antibiótico Biossintético - É aquele obtido a 
partir de cultura de microrganismos, na qual se 
acrescentam substâncias capazes de alterar a 
estrutura molecular do antibiótico que está sendo 
produzido (exemplo: penicilina V - fenoxi-metil-
penicilina). 
Sintobiótico - Antibiótico obtido exclusivamente 
por síntese laboratorial, porém a partir de 
precursores obtidos de microrganismos (exem-
plo: cloranfenicol). 
CLASSIFICAÇÃO 
Os quimioterápicos antimicrobianos e anti-
bióticos podem ser classificados de acordo com a 
sua estrutura química (Quadro 3-1), seu me-
canismo de ação (Quadro 3.2), seu espectro de 
ação (Quadro 3.3), e ação bactericida, bacterios-
tática, fungicida ou fungistática (Quadro 3-4). O 
conhecimento básico destas classificações é 
fundamental para o correto uso terapêutico destas 
substâncias. 
Os quimioterápicos antimicrobianos e an-
tibióticos podem atuar sobre muitos ou limita-
dos grupos de microrganismos, e assim deno-
minados: 
Amplo Espectro - Atuam sobre um grande 
grupo de microrganismos. Exemplo: cloranfeni-
col, tetraciclinas, ampicilinas, amoxicilina, gen-
tamicina, quinolonas, eritromicina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 Manual de Terapêutica Veterinária 
QUADRO 3.1 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo sua estrutura química 
 
 
 
Monopeptídeos: ciclosserina. 
Dipeptídeos ((3-lactâmicos): penicilinas, cefalosporinas. 
Polipetídeos: polimixinas, bacitracina, fusafungina, tirotricina, gramicidina. 
Glicopeptídeos: vancomicina, bleomicina. 
Cloranfenicol (derivado do propanodiol), aminoglicosídeos, lincosaminas, novobiocina. 
Macrolídeos, rifamicinas, anfotericina B, nistatina, ácido fusídico, griseofulvina, 
tetraciclina. 
Fosfomicinas. 
 
QUADRO 3.2 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo seu mecanismo de 
ação 
 
 
 
 
 
QUADRO 3.3 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo seu espectro de ação 
 
 
Penicilinas, cefalosporinas, macrolídeos, bacitracina. Aminoglicosídeos, polimixinas. 
Cloranfenicol, tetraciclinas, ampicilina, cefalosporinas, fluorquinolonas. 
Estreptomicina, rifamicina. 
Tetraciclinas, tiamulin, fluorquinolonas, tilosina, eritromicina. 
Tetraciclinas, cloranfenicol. 
Tetraciclinas, eritromicina, fluorquinolonas. 
Penicilinas, eritromicina, cefalosporinas e tetraciclinas. 
Anfotericina B, nistatina, griseofulvina. 
Tetraciclinas, eritromicina. 
 
 
 
Exemplos Estrutura química 
Derivados de aminoácidos 
Derivados de açúcares 
Derivados de acetato e 
proprionato 
Diversos 
Mecanismo de ação Exemplos 
Inibem a síntese da parede 
celular microbiana 
Interferem na atividade da 
membrana celular 
microbiana 
Interferem na replicação 
genética 
Interferem no cromossomo 
Drogas antimetabólicas 
P-lactâmicos: penicilinas, cefalosporinas, fosfomicinas. Não 
P-lactâmicos: bacitracina, vancomicina, ciclosserina. 
Polimixina, anfotericina B, nistatina, colistina. 
Formação de proteínas defeituosas: aminoglicosídeos. 
Perturbação da tradução da informação genética: cloranfenicol, tetraciclinas, 
macrolídeos. 
Quinolonas, ácido nalidíxico, ácido pipemídico, novobiocina, griseofulvina. Sulfas, 
nitrofuranos, amprólio, trimetoprim. 
Exemplos Espectro de ação 
Bactérias Gram-positivas 
Bactérias Gram-negativas 
Bactérias Gram-positivas 
e Gram-negativas 
Micobactérias 
Micoplasma 
Riquétsias 
Clamídias 
Espiroquetas 
Fungos 
Protozoários 
Quimioterapicos Antimiaoblanos e Antibióticos 15 
QUADRO 3.4 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos segundo a ação bactericida, 
bacteriostática, fungicida ou fungistática 
 
Exemplos 
Penicilinas, cefalosporinas, aminoglicosídeos, quinolonas, rifamicinas, polimixinas, 
polipeptídeos. 
Cloranfenicol, tetraciclinas, macrolídeos, lincosaminas, sulfas, trimetoprim, 
novobiocina. 
Anfotericina B, nistatina. Griseofulvina. 
 
Pequeno Espectro - Atuam sobre um limitado 
grupo de microrganismos. Por exemplo: peni-
cilinas naturais (penicilina G cristalina, procaína, 
benzatina), penicilina V, estreptomicina, neomicina, 
bacitracina, polimixina, espiramicina, oleando-
micina, anfotericina B, nistatina, griseofulvina. 
Os principais efeitos tóxicos dos antibióticos estão 
listados no quadro 3.5 e as contra-indicações do seu 
uso durante a gravidez e lactação estão descritas 
no quadro 3.6. 
O tempo mínimo, geralmente, de urna antibio-
ticoterapia varia em média de 5 a 7 dias, porém, 
muitas patologias requerem uma duração diferen-
ciada. Abaixo estão listadas algumas patologias com a 
sua duração média de antibioticoterapia: 
• Artrite séptica: 14 dias 
• Brucelose: 30 dias 
• Cistite recorrente: 15 a 30 dias 
• Dermatofitose: 3 a 6 semanas 
• Doença inflamatória pélvica: 24 dias 
 
QUADRO 3.5 - Principais efeitos tóxicos e reações adversas dos antibióticos e quimioterapicos antimicrobianos 
 
 
 
1. Necrose tubular aguda. 
2. Obstrução intratubular (cristalúria). 
3. Nefropatia tubular aguda. 
4. Nefrite intersticial aguda. 
Degeneração parenquimatosa. 
1. Ototoxicidade (lesão do oitavo par do nervo craniano). 
2. Bloqueio neuromuscular. 
 
3. Tremores (em pacientes suscetíveis). 
Lesão do revestimento mucoso das vias gastrintestinais 
 (ex.: colite pseudomembranosa). 
Depressão da medula óssea (anemia aplásica). 
Erosão da cartilagem articular em cães jovens de 
crescimento rápido. 
Redução da atividade microssomal hepática. 
 
 
 
 
 
 
Ação 
Bactericida 
Bacteriostática 
Fungicida 
Fungistática 
Efeito tóxico Mecanismo Exemplos 
Nefrotoxicidade 
Hepatotoxicidade 
Neurotoxicidade 
Enterocolo-
toxicidade 
Toxicidade 
medular 
Artropatia 
Inibidores do 
metabolismo de 
outras drogas 
Aminoglicosídeos, tetraciclinas, polimixinas. 
Sulfonamidas. 
Cefalosporinas. 
Sulfonamidas. 
Tetraciclinas, eritromicina, griseofulvina. 
Aminoglicosídeos. 
Aminoglicosídeos, polimixina. 
Quinolonas, metronidazol. 
Ampicilina, lincomicina, clindamicina. 
Cloranfenicol. Trimetoprim. 
Quinolonas. 
Cloranfenicol, tetraciclinas. 
 
 
16 Manual de Terapêutica Veterinária 
QUADRO 3.6 
 
- Cuidados com a antJbiotlcoterapia durante a gravidez e lactação 
 
 
 
Antibióticos Seguros 
 
Gravidez 
Lactação 
 
Penicilinas, cefalosporinas, eritromicina. Penicilinas, cefalosporinas, eritromicina, lincosaminas, 
metronidazol.Antibióticos Contra-indicados 
 
Gravidez 
Lactação 
 
Tetraciclinas (descoloração e displasia dentária, retardo do crescimento ósseo), cloranfenicol (sín-drome 
cinzenta), trimetoprim (teratogenicidade), metronidazol (teratogenicidade), griseofulvina 
(teratogenicidade), aminoglicosídeos (ototoxicidade). Cloranfenicol ( mielossupressão e aplasia de 
medula), tetraciclinas (descoloração e displasia dentária), isoniazida (deficiência de piridoxina). 
 
Antibióticos Utilizados com Cautela 
 
Gravidez 
Lactação 
 
Sulfas (hemólise e kernicterus no recém-nascido), nitrofurantoína (hemólise). Quinolonas (erosão da 
cartilagem articular em cães jovens), aminoglicosídeos (ototoxicidade) (hemólise). 
 
sulfas 
 
• Endocardite bacteriana aguda: 28 a 42 dias 
• Erliquiose: 14 a 30 dias 
• Faringite exsudativa: 10 a 15 dias 
• Gastrite por Helicobacterspp.: 14 ã 21 dias 
• Gastroenterite bacteriana: 7 a 14 dias 
• Leptospirose bovina: l a 3 dias 
• Leptospirose canina: 7 a 14 dias 
• Meningite: 14 dias 
• Osteomielite: 42 dias 
• Pericardite: 28 dias 
• Pielonefrite: 14 a 21 dias (casos graves: 4 a 6 semanas) 
• Piodermite superficial: 21 dias 
• Piodermite profunda: 30 a 60 dias 
• Pneumonia estafilocócica: 28 dias 
ASSOCIAÇÃO DE AIMTIMICRÓBIANOS 
O uso isolado de um antibiótico ou quimio-terápico antimicrobiano específico é a terapêutica mais 
recomendada na maioria dos casos, porém há situações que requerem a associação de 
antimicrobianos (Quadro 3.7), como infecções graves (exemplo: septicemia); infecções mistas; 
retardar ou evitar o aparecimento de resistência bacteriana; para obter sinergismo e aumentar a 
eficiência terapêutica; no tratamento de pacientes imunossuprimidos, que geralmente apresentam 
resposta terapêutica deficiente. 
A regra básica de associação de antimicrobianos leva em consideração a sua ação biológica ou o seu 
mecanismo de ação, da seguinte maneira: 
Ação Biológica 
bactericida + _ 
bactericida 
bacteriostático + _ bacteriostático 
bactericida + _, bacteriostático ' 
 
 
sinergismo ou efeito aditivo 
 
antagonismo ou sinergismo 
 
sinergismo, antagonismo ou 
efeito aditivo 
 
Mecanismo de Ação 
parede celular + _ 
parede celular 
 
parede celular + 
membrana 
citoplasmática 
 
parede celular + formação de proteínas defeituosas 
parede celular + pert. da tradução da informação genética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
sinergismo 
sinergismo 
sinergismo 
antagonismo 
Qu/mioterápicos Antimicrobianos e Antibióticos 17 
QUADRO 3.7 - Principais associações de antimicrobianos 
 
 
 
Bactericida + bactericida 
Bacteriostático + bacteriostático 
Bactericida + bacteriostático 
Bacteriostático + bacteriostático 
Bactericida + bacteriostático 
Penicilinas + aminoglicosídeos 
Cefalosporinas + penicilinas 
Quinolonas + penicilinas 
Quinolonas + aminoglicosídeos 
Sulfa + trimetoprim 
Cloranfenicol + polimixinas 
Sulfas + polimixinas 
Lincosaminas + macrolídeos 
Lincosaminas + cloranfenicol 
Macrolídeos + cloranfenicol 
Macrolídeos + tetraciclinas 
Novobiocina + tetraciclina 
Penicilinas + cloranfenicol 
Penicilinas + tetraciclinas 
Penicilinas + lincosaminas 
Penicilinas + macrolídeos 
Cefalosporinas + cloranfenicol 
Cefalosporinas + lincosaminas 
Cefalosporinas + macrolídeos 
 
RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS 
O aparecimento de resistência a antimicrobianos é um dos grandes problemas da Medicina e da 
Veterinária, e é causada basicamente pela evolução das bactérias, ou seja, pela mutação espontânea e 
recombinação de genes (reprodução), que criam variabilidade genética sobre a qual atua a seleção 
natural aos mais aptos. As drogas atuam como agentes seletivos, favorecendo as raras bactérias 
resistentes, presentes na população de um determinado ambiente. O desenvolvimento de resistência 
pode se dar por resistência cromossomal como resultado de mutação espontânea, ou por mecanismos 
de transferência de material genético e plasmídeos, de uma bactéria para outra, através de transdução, 
transformação, conjugação ou transposição. Os mecanismos de resistência bac-teriana incluem: 
produção enzimática (produção de enzimas pela bactéria que inativam a droga), diminuição da 
permeabilidade da parede celular, aumento do transporte ativo da droga para fora da célula, 
alteração do receptor da droga ou do local de ligação, desenvolvimento de vias metabólicas 
alternativas. 
Os fatores que favorecem a seleção e a disseminação de resistência aos antimicrobianos são: 
utilização abusiva das drogas (em hospitais, clínicas, etc.), uso indiscriminado e incor-reto (venda 
livre, automedicação, subdoses, intervalos entre doses errados, não realização de cultura e 
antibiograma para seleção do antibiótico, associação de antibióticos incorreta promovendo 
antagonismo, doenças virais, etc.), pacientes imunossuprimidos, uso de antimicrobianos em ração 
animal. 
A situação é preocupante, pois o esforço para descobrir e sintetizar novos antibióticos leva anos, e 
já está sendo utilizada a sexta geração de penicilinas, a quarta de cefalospori-nas e a terceira de 
quinolonas. Portanto, o uso racional dos antimicrobianos e a pesquisa cada vez maior de novos 
grupos são fundamentais para o controle da resistência. 
A sugestão de tratamento antimicrobiano apropriado, segundo seu agente etiológico, está descrita 
no quadro 3.8. 
 
 
 
 
 
 
Tipo de associação Exemplo Efeito 
Sinergismo 
Antagonismo 
18 Manual de Terapêutica Veterinária 
QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, 
segundo o agente etiológico 
 
BOVINOS 
 
Patologia 
 
Etiologia 
 
Droga 1 * Escolha 
 
Droga 2' Escolha 
 
Actinobacilose 
 
Actinobacillus 
 
Penicilina G + 
 
Tetraciclinas 
 
 
lignieresii 
 
Estreptomicina 
 
 
 Actinomicose 
 
Actinomyces bovis 
 
Penicilina G + 
 
Tetraciclinas 
 
 
 
 
Estreptomicina 
 
 
 Anaplasmose 
 
Anaplasma marginale 
 
Tetraciclinas 
 
Imidocarb 
 
 
 
 
 
 
Diamidinas 
 
 
 
 
 
 
aromáticas 
 Antrax 
 
Bacülus anthracis 
 
Penicilina G 
 
Eritromicina 
 
 
 
 
 
 
Tetraciclina 
 
 
 
 
 
 
Cefalosporinas 
 Babesiose 
 
Babesia bigemna 
 
Imidocarb 
 
 
 
 
Babesia bovis 
 
Diamidinas aromáticas 
 
 
 Botulismo 
 
Clostridium sp. 
 
Penicilina G 
 
Clindamicina 
 
 
 
 
 
 
Tetraciclina 
 Borreliose 
 
Borrelia burgdorferi 
 
Tetraciclina 
 
 
 (doença de Lyme) 
 
 
 
Penicilina G 
 
 
 Ceratoconjuntivite 
 
Moraxella bovis 
 
Tetraciclinas 
 
Cloranfenicol 
 infecciosa 
 
 
 
Penicilina G + 
 
 
 bovina 
 
 
 
Estreptomicina 
 
 
 Colibacilose 
 
Escherichia coli 
 
Aminoglicosídeos 
 
Ampicilina 
 
 
 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
Cefalosporinas 
 
 
 
 
Tetraciclinas 
 
 
 Eimeriose 
 
Eimeria bovis 
 
Sulfonamídicos 
 
 
 
 
Eimeria zuernii 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
 
 
 
Eimeria psoidalis 
 
Nitrofuranos 
 
 
 Estreptotricose 
 
Dermatophilus 
 
Penicilina G + 
 
Oxitetraciclina 
 cutânea 
 
congolensis 
 
Estreptomicina 
 
Espiramicina 
 (dermatofílose) 
 
 
 
• 
 
 
 Infecções 
 
Gram-positivos 
 
Penicilina G 
 
 
 RespiratóriasGram-negativos 
 
Ampicilina 
 
 
 
 
 
 
Enrofloxacina 
 
 
 
 
 
 
Cloranfenicol 
 
 
 
 
 
 
Gentamicina 
 
 
 Leptospirose 
 
Leptospira pomona 
 
Penicilina G + 
 
Tetraciclinas 
 
 
Leptospira hardjo 
 
Estreptomicina 
 
 
 
 
 
 
Ampicilina 
 
 
 
 
 
 
Estreptomicina 
 
 
 Listeriose 
 
Listeria 
 
Penicilina G + 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
 
monocytogenes 
 
Gentamicina 
 
 
 
 
 
 
Ampicilina 
 
 
 
 
 
 
Tetraciclina 
 
 
 Necrobacilose 
 
Fusobacterium 
 
Penicilina G + 
 
Tetraciclinas 
 interdigital 
 
necrophorum 
 
Estreptomicina 
 
Clindamicina 
 (podridão dos 
 
Bacteroides nodosus 
 
Sulfonamídicos 
 
Metronidazol 
 cascos) 
 
 
 
 
 
 
 
(Continua) 
 
 
 
Químioterápicos Antlmicrobíanos e Antibióticos 19 
QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, 
segundo o agente etiológico (Continuação) 
 
BOVINOS 
 
Patologia 
 
Etiologia 
 
Droga 1 * Escolha 
 
Droga 2* Escolha 
 
Onfaloflebite 
 
Gram-positivos 
 
Penicilinas 
 
Enrofloxacina 
 
 
 
Gram-negativos 
 
Cloranfenicol 
 
 
 
 
 
 
Aminoglicosídeos 
 
 
 Pielonefrite 
 
Corynebacterium sp. 
 
Penicilina G 
 
Eritromicina 
 contagiosa 
 
 
 
Ampicilina 
 
Tetraciclina 
 bovina 
 
 
 
 
 
 
 Salmonelose 
 
Salmonella sp. 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
Cloranfenicol 
 
 
 
 
Cefalosporinas 
 
Ampicilina 
 
 
 
 
Aminoglicosídeos 
 
 
 Septicemia em 
 
Haemophilus somnus 
 
Penicilina G 
 
Tetraciclinas 
 bovinos 
 
 
 
Ampicilina 
 
 
 EQUINOS 
 
Patologia 
 
Etiologia 
 
Droga 1 ' Escolha 
 
Droga 2* Escolha 
 
Actinobacilose 
 
Actnobacillus equuli 
 
Estreptomicina 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 (septicemia em 
 
 
 
Ampicilina 
 
 
 potros) 
 
 
 
 
 
 
 Borreliose 
 
Borrelia burgdorferï 
 
Tetraciclina 
 
 
 (doença de Lyme) 
 
 
 
Penicilina G 
 
 
 Broncopneumonia 
 
Rhodococcus equi 
 
Eritromicina + 
 
Penicilina + 
 supurativa em 
 
 
 
Rifampicina 
 
Gentamicina 
 potros 
 
 
 
 
 
 
 Erliquiose 
 
Ehrlichia equi 
 
Tetraciclinas 
 
Cloranfenicol 
 
Garrotilho 
 
Streptococcus equi 
 
Penicilina G + 
 
Eritromicina 
 
 
 
 
Estreptomicina 
 
 
 
 
 
 
Ampicilina 
 
 
 Infecções cutâneas 
 
Staphylolococcus 
 
Penicilinas 
 
Cefalosporinas 
 
 
aureus 
 
Enrofloxacina 
 
 
 Infecções 
 
Streptococcus equi 
 
Penicilina G 
 
Cefalosporinas 
 pulmonares 
 
Gram-negativos 
 
Eritromicina 
 
 
 Infecções renais 
 
Gram-positivos 
 
Ampicilinas 
 
Aminoglicosídeos 
 
 
Gram-negativos 
 
Cefalosporinas 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 Leptospirose 
 
Leptospira pomona 
 
Penicilina G + 
 
Tetraciclinas 
 
 
Leptospira hardjo 
 
Estreptomicina 
 
 
 
 
 
 
Ampicilina 
 
 
 
 
 
 
Estreptomicina 
 
 
 Linfagite ulcerativa 
 
Corynebacterium 
 
Penicilina G + 
 
Eritromicina 
 
 
pseudotuberculosis 
 
Estreptomicina 
 
 
 Mormo 
 
Pseudomonas 
 
Sulfa + Trimetropim 
 
 
 
 
mallei 
 
 
 
 
 Nutaliose 
 
Babesia equi 
 
Imidocarb 
 
 
 (Babesiose) 
 
Babesia caballi 
 
Diamidinas aromáticas 
 
 
 
(Continua) 
 
 
 
 
20 Manual de Terapêutica Veterinária 
QUADRO 3.8 - Antibíoticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, 
segundo o agente etiológico (Continuação) 
 
EQUINOS 
 
Patologia 
 
Etiologia 
 
Droga 1 * Escolha 
 
Droga 2* Escolha 
 
Onfaloflebite 
 
Streptococcus equi 
Actinobacillus equuli 
 
Penicilina G + Estreptomicina 
Estreptomicina Ampicilina 
 
Cefalosporinas Sulfa + 
Trimetoprim 
 
Pododermatites 
 
Gram-positivos Gram-
negativos 
 
Penicilinas Cloranfenicol 
Aminoglicosídeos Tilosina 
 
 
 
Tripanossomíase 
 
Trypanossoma equiperdum 
 
Diamidinas aromáticas 
 
 
 
SUtNOS 
 
Patologia 
 
Etiologia 
 
Droga 1* Escolha 
 
Droga 2S Escolha 
 
Artrite 
 
Mycoplasma hyorhinis 
Mycoplasma hyosynoviae 
 
Tetraciclinas Quinolonas Tiamulim 
 
Tilosina Lincomicina 
Espiramicina Eritromicina 
 
Candídiase (monolíase) 
 
Cândida sp. 
 
Nistatina 
 
Cetoconazol 
 
Cistite/Pielonefrite em 
porcas 
 
Eubacterium suis 
 
Sulfa + Trimetoprim Penicilina G 
 
Tetraciclinas 
 
Colibacilose 
 
Escherichia coli 
 
Aminoglicosídeos Sulfa + 
Trimetoprim Tetraciclinas 
 
Ampicilina Cefalosporinas 
 
Enterite hemorrágica 
 
Brachyspira hyodysenteriae 
 
Diidroestreptomicina Tilosina 
Tiamulim 
 
FtalilssulfatiaZol 
 
Erisipela suína 
 
Erysipeloth rix rhusiopathiae 
 
Penicilina G 
 
Tetraciclinas 
 
Pasteurelose 
Pleuropneumonia em 
suínos 
 
Pausteurella sp. 
Haemophilus 
pleuropneumoniae 
 
Sulfa + Trimetoprim Penicilina G 
Quinolonas Sulfa + Trimetoprim 
Gentamicina 
 
Tetraciclinas Cefalosporinas 
Penicilina G Ampicilina 
Tetraciclina 
 
Pneumonia enzoótica 
 
Mycoplasma sp. 
 
Tetraciclina Tiamulin 
 
Tilosina Lincomicina 
 
 
 
 
 
Quinolonas 
 
Eritromicina 
 Rinite atrófica suína 
 
Bordetella broncbiseptica 
Pasteurella multocida 
 
Sulfa + Trimetoprim Penicilina G 
Ampicilina Quinolona 
 
Tetraciclinas Tilosina 
Cefalosporinas 
 
Salmonclosc 
 
Salmonetta sp. 
 
Sulfa + Trimetoprim 
Cefalosporinas 
 
Cloranfenicol Ampicilina 
 
(Continua) 
 
 
 
Qutmioterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 21 
 
QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, 
segundo o agente etiológico (Continuação) 
 
CANINOS 
 
Patologia 
 
Etiologia 
 
Droga 1 * Escolha 
 
Droga 2* Escolha 
 
Babesiose 
 
Babesia canis 
 
Imidocarb 
 
 
 
 
 
 
Diaminas aromáticas 
 
 
 Brucelose 
 
Brucella canis 
 
Sulfa + Trimetoprim 
Minociclina + 
 
Tetraciclinas 
 
 
 
 
 
Estreptomicina 
 
 
 Borreliose (doença de 
Lyme) 
 
Borrelia burgdorferi 
 
Tetraciclina Penicilina G 
 
 
 
Eimeriose 
 
Eimeria sp. 
 
Sulfonamidas 
 
 
 
Erliquiose 
 
Ehrlichia canis 
 
Doxiciclina Tetraciclinas 
 
Cloranfenicol 
 
Gengivite 
 
Gram-positivos Gram-negativos 
Bacteroides sp. 
 
Penicilinas Clindamicina 
Metronidazol + Penicilinas 
 
Doxiciclina 
 
 
 
 
 
Espiramicina Eritromicina 
 
 
 
Giardíasc 
 
Giardia sp. 
 
Metronidazol 
 
 
 
Hemobartonelose 
 
Haemobartonetta 
 
Tetraciclinas 
 
 
 
 
canis 
 
Penicilina G 
 
 
 Infecções cutâneas 
(piodermites) 
 
Stapbylococcus aureus S. 
pyogenes Streptococcus sp. 
 
Amoxicilina Enrofloxacina 
Eritromicina Cefalosporinas 
Lincomicina 
 
Tetraciclinas Doxiciclina Sulfa 
+ Trimetoprim 
 
Infecções respiratórias 
 
Streptococcus sp. Staphylococcus 
sp. 
 
Ampicilina Amoxicilina 
AmicacinaLincomicina Tilosina 
Cloranfenicol 
 
 
 
 
 
Cefalosporinas Enrofloxacina 
 
Gentamicina 
 
 
 
 
 
Cloranfenicol 
 
 
 Infecções urinárias 
 
Stapbylococcus sp. Escherichia 
coli Klebsiella pneumoniae 
Pseudomonas aeruginosa 
 
Gentamicina Quinolonas 
Cefalosporinas Penicilinas 
Nitrofuranos 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
Leptospirose 
 
Leptospira canicola Leptospira 
icterohaemorrbagiae 
 
Penicilina G + 
Estreptomicina Ampicilina 
Estreptomicina 
 
Tetraciclinas 
 
Neosporose 
 
Neospora caninum 
 
Clindamicina 
 
Pirimetamina + sulfonamida 
 
Nocardiose 
 
Nocardia sp. 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
Ampicilina Amicacina 
 
 
 
 
 
 
 
Minociclina 
 
(Continua) 
 
 
 
 
 
 
•í
ã 
,íï
j 
22 Manual de Terapêutica Veterinária 
QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, suínos, cães e gatos, 
segundo o agente etiológico (Continuação) 
 
CANINOS 
 
Patologia 
 
Etiologia 
 
Droga 1 * Escolha 
 
Droga 2S Escolha 
 
Otite externa 
 
Staphylococcus sp. 
Streptococcus sp. 
Pseudomonas 
 
Gentamicina Quinolonas 
Tobramicina 
 
Cefalosporinas Eritromicina 
Cloxacilina 
 
 
 
aeruginosa 
 
Polimixinas Neomicinas 
 
 
 
 
 
 
 
Cloranfenicol 
 
 
 Prostatíte 
 
E. coli Proteus 
 
Eritromicina Clindamicina 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
 
 
Staphylococcus sp. 
Streptococcus sp. 
 
Cloranfenicol Quinolonas 
 
 
 
Tosse dos canis 
 
Bordetetta bronchiseptica 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
Tetraciclinas 
 
Toxoplasmose 
 
Toxoplasma gondii 
 
Clindamicina 
 
Pirimetamina + sulfonamida 
 
 
 
 
 
 
 
Sulfadiazina 
 
FELINOS 
 
Patologia 
 
Etiologia 
 
Droga 1 ! Escolha 
 
Droga 2* Escolha 
 
Eimeriose 
 
Eimeria sp. 
 
Sulfonamidas 
 
 
 
Giardíase 
 
Giardia sp. 
 
MetronidaZol 
 
 
 
Hemobartonelose 
 
Haemobartonella 
 
Tetraciclinas 
 
 
 
 
canis 
 
Penicilina G 
 
 
 Infecções cutâneas 
 
Staphylococcus aureus 
 
Amoxicilina Enrofloxacina 
 
Tetraciclinas Doxiciclina 
 
(piodermites) 
 
S. pyogenes Streptococcus 
sp. 
 
Eritromicina Cefalosporinas 
Lincomicina 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
Infecções respiratórias 
 
Streptococcus sp. 
Staphylococcus sp. 
 
Ampicilina Amoxicilina 
Cefalosporinas Enrofloxacina 
 
Lincomicina Tilosina 
Cloranfenicol Gentamicina 
 
Infecções urinárias 
 
Staphylococcus sp. 
Escherichia coli Klebsiella 
pneumoniae 
Pseudomonas 
 
Gentamicina Quinolonas 
Cefalosporinas Penicilinas 
 
Sulfa + Trimetoprim 
 
Pneumonite felina 
 
Chlamydia psittaci 
 
Tetraciclina Eritromicina 
 
Quinolonas Cloranfenicol 
 
 
 
 
 
 
 
Rifampicina 
 
Toxoplasmose 
 
Toxoplasma gondii 
 
Clindamicina 
 
Pirimetamina + sulfonamida 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sulfadiazina 
 
 
Quimioterápícos Antlmicrobianos e Antibióticos 23 
 QUIMIOTERÁPÍCOS ANTIMICROBIANOS 
SULFONAMIDAS 
Características Gerais - São quimioterápi-cos derivados da sulfanilamida, que se caracterizam por 
conter moléculas de enxofre e grupamentos amina na molécula. As sulfas são divididas em cinco tipos: 
sulfas de rápida absorção e excreção (sulfatiazol, sulfadiazina), sulfas de rápida absorção e excreção 
lenta (sulfametoxazol), sulfas de rápida absorção e excreção lenta com ação prolongada 
(sulfadimetoxina), sulfas de absorção rápida e excreção muito lenta e ação muito prolongada 
(sulfadoxina), sulfas não absorvíveis via oral (sulfaguanidina), e sulfas de uso tópico. 
Mecanismo de Ação - As sulfas competem com o ácido para-aminobenzóico (PABA), um precursor 
do ácido fólico. O ácido fólico é precursor de substâncias que vão formar os ácidos nucléicos 
bacterianos. São quimioterápicos bac-teriostáticos. 
Espectro de Ação - As sulfas são ativas frente a bacilos Gram-negativos entéricos, cocos aeró-bicos 
Gram-positivos, clamídias, Toxoplasma e outros coccídeos. São drogas alternativas para o tratamento 
da pneumocistose e infecções causadas por Gram-negativos não fermentadores. Fuso-bacterium, 
Clostridium perfringens e actinomi-cetos são na maioria sensíveis. O efeito das sulfas é 
potencializado pelo trimetoprim. 
Farmacocinética - As sulfas são, na maioria das vezes, absorvidas via oral. Atingem concentrações 
terapêuticas em quase todos os tecidos corpóreos, pois são muito lipossolúveis. Ligam-se a proteínas 
plasmáticas de forma variável. No SNC, a concentração do fármaco depende do tipo de sulfa. As sulfas 
são metabolizadas no fígado e excretadas na forma íntegra ou me-tabolizada pêlos rins. Não atuam 
em locais ricos em PABA como as infecções piogênicas, ou tecidos necróticos contendo sangue. 
Resistência Bacteriana - A Leptospira, Klebsiella e Pseudomonas aeruginosa são resistentes às 
sulfas. Atualmente, um largo número de bactérias Gram-negativas vem desenvolvendo resistência a 
estes fármacos. 
Efeitos Adversos 
• Em geral, são relatados em humanos, distúrbios das vias urinárias (cristalúria, hematúria, obstruções) 
e transtornos hemato-poiéticos (trombocitopenia e leucopenia). Em cães, estes efeitos não foram 
observados em doses terapêuticas. 
• Outros efeitos tóxicos são relacionados com cada tipo de sulfa (diáteses hemorrágicas, 
ceratoconjuntivite seca, catarata). 
• Em felinos, há relatos de insuficiência renal, e em cães, ceratoconjuntivite seca. 
Usos Terapêuticos e Doses - As sulfas estão indicadas no tratamento de todos os germes sensíveis a 
elas. Estão indicadas no tratamento de processos respiratórios, infecções renais em cães, e infecções 
por Gram-negativos aeróbicos em geral. Podem ser utilizadas também nas cocci-dioses em geral e em 
especial na toxoplasmose. As sulfas podem ser satisfatoriamente empregadas para tratamento das 
infecções do trato gastrentérico. 
• Cães, gatos, equinos, bovinos e suínos: 
- Sulfadiazina: 50 mg/kg, VO, a cada 12 horas. 
- Sulfametoxazol: 50 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 12 horas. 
- Sulfadimetoxina: 27,5 mg/kg, IV, IM, VO, a cada 12 horas. 
- Sulfadoxina: 100 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 24 ou 48 horas. 
- Sulfaguanidina: 100 a 250 mg/kg, VO, a cada 12 horas. 
Apresentação - As principais apresentações de sulfonamidas estão descritas no quadro 3.9- 
 
DERIVADOS DO NITROFURANO 
Características Gerais - São quimioterápicos derivados do 5-nitrofufural, com um grupamento 
nitroso na porção 5 do anel furano. Pertencem a este grupo a nitrofurazona, a furazoli-dona e a 
nitrofurantoína. 
Mecanismo de Ação - Os derivados do nitrofurano são substâncias bacteriostáticas que inibem a 
acetilcoenzima A do ciclo de Krebs, causando bloqueio no metabolismo bacteriano. Em algumas 
situações podem ser bactericidas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 Manual de Terapêuílca Veterinária 
QUADRO 3.9 - Principais formulações das sulfonamidas utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação Nome comercial Princípio ativo 
Ibatrin pó e ibatrin 
injetável*(V) 
Sulfadiazina + 
trimetoprim 
Susp. oral: 200 mg de Sulfadiazina + 40 mg de trimetoprim - frascos 
de 20 ml. 
Susp. injetável (frasco-ampola): 4 g de Sulfadiazina + 0,8 g tri-
metoprim. 
Sol. injetável (frasco-ampola): 40 g de Sulfadiazina + 8 g de trime-
toprim — frasco de 15 ml. 
Sol. Injetável (cada 100 ml - frasco-ampola): 40 g de Sulfadiazina+ 8 
g de trimetoprim - frascos de l, 20 e 50 ml. 
Sol. injetável (frasco-ampola): 400 mg de Sulfadiazina + 80 mg tri-
metoprim/ml. 
Susp. oral com 400 mg de Sulfadiazina + 80 mg trimetoprim/ml -
frasco de 200 ml. 
Tabletes com l g de Sulfadiazina + 0,2 g de trimetoprim - caixa 
com 30 tabletes. 
Susp. com sulfametoxazol: 4 g + trimetoprin 0,8 g/100 ml em 
frascos de 100 e 250 ml. 
Sol. injetável (frasco-ampola): 150 mg de sulfametoxazol e 40 mg 
de trimetoprim - frascos de 20 e 100 ml. 
Sol. injetável (frasco-ampola): 25 mg de sulfametoxazol + 5 de tri-
metoprim - frascos de 20 ml. 
Comprimidos de 500 mg de sulfametozaxol + 100 mg de trimetoprim 
— caixa com 100 comprimidos. 
Susp. oral com 4g de sulfametoxazol + 0,8 g de trimetoprim/ 100 
ml - frascos com 100 ml. 
Sol. injetável (frasco-ampola): 200 mg de sulfametoxazol + 40 mg de 
trimetoprim/ml - frascos de 20 e 50 ml. 
Sol. injetável (frasco-ampola): 20 g de sulfametoxazol + 4 g de tri-
metoprim/100 ml - frascos de 50 ml. 
Comprimidos de 400 e 800 mg de sulfametoxazol associados a 
80 ou 160 mg de trimetoprim - caixas com 20 comps. 
Susp. oral: sulfametoxazol - 200 ou 400 mg/5 ml + 40 ou 80 mg de 
trimetoprim - frasco com 100 ml. 
Sol. injetável: 400 mg de sulfametoxazol + 80 mg de trimetoprim 5 
ml. 
Sol. injetável: 25 g/100 ml - frasco de 100 ml. 
Sol. injetável: 200 mg/ml - frascos de 100 e 250 ml. 
Sol. injetável de 20 g/100 ml de sulfadoxina e 4 g de trimetoprim. 
Comprimidos de 500 mg de sulfadoxina + 25 mg de pirimetamina 
- caixa com 50 comps. Solução injetável: ampolas de 2,5 ml com 
500 mg de sulfadoxina 
+ 25 mg de pirimetamina. 
Comprimidos de 500 mg - caixas de 200 comprimidos. 
Sulfamax®(v) Supertrim 
injetável®,, 
Tribissen injetável e 
oral
18
,,,, 
Vetrin velas®(v) 
Antiinfeccioso oral®(v) 
Diastin«(V) 
Sulfametoprim®(v) 
Sulfaprim 
comprimidos®^ 
Sultrin suspensão*(v) 
Tridoxin®(v) Trissulfin 
injetável®(v) Bactrim» 
Sulfametoxazol 
+ trimetoprim 
Bactrim infusão 
venosa®(H) 
Sulfadimetoxina In-201% 
Sulfatec injetável®(v) 
Borgal% 
Fansidar®,0, 
Sulfadoxina 
Sulfaganidina 
calbos®,,,, 
Sulfaganidina 
Qulm/olerápicos Antimicroblanos e Antibióticos 2 5 
 
Espectro de Ação - Atuam sobre Gram-po-
sitivos, Gram-negativos, Trypanossoma, Giardia, 
Trichomonas e Cândida. 
Farmacocinética - A nitrofurazona é empregada 
apenas topicamente. A furazolidona é absorvida 
via oral e metabolizada nos tecidos, sendo apenas 
5% da dose administrada excretada na urina. A 
nitrofurantoína é absorvida via oral e rapidamente 
excretada via biliar e renal, não apresentando 
concentrações adequadas nos tecidos extra-
urinários e extra-intestinais. 
Resistência Bacteriana - A resistência bac-
teriana é frequente em Gram-negativos e variável 
para Gram-positivos. Pseudomonas, Klebsiella e 
Proteus são resistentes. 
Efeitos Adversos 
• Doses elevadas causam neurotoxicidade 
periférica. 
• Em doses adequadas, pode provocar náuseas, 
vómitos e com menos frequência discrasias 
sanguíneas e problemas alérgicos. 
Usos Terapêuticos e Doses - Em animais de 
produção, os derivados do nitrofurano devem 
ser evitados, pois deixam resíduos em carne ou 
leite. A nitrofurazona é utilizada topicamente no 
tratamento de feridas superficiais contaminadas e 
abscessos. A furazolidona é indicada no tratamento 
de enterites bacterianas. A nitrofurantoína, não atua 
sistemicamente, sendo indicada apenas em 
infecções urinárias por gram-negativos. 
• Cães e gatos: 
- Furazolidona: 4 mg/kg, a cada 12 horas. 
- Nitrofurantoína: 2,5 mg/kg, a cada 6 horas. 
Apresentação - O quadro 3.10 apresenta as 
principais formulações de derivados do nitrofu-
rano utilizadas em Medicina Veterinária e dispo-
níveis no Brasil. 
QUILONOMAS 
Características Gerais - As quinolonas são um 
grupo de agentes antimicrobianos bacterici-das 
de amplo espectro e grande utilidade tanto na 
Medicina quanto na Veterinária. Existem atual-
mente três gerações de quinolonas: quinolonas de 
primeira geração (ácido nalidíxico e ácido 
oxonílico) utilizadas antigamente como antissépti-
cos urinários e consideradas de pequeno espectro; 
quinolonas de segunda geração (fluorqui-nolonas 
- norfloxacina, ciprofloxacina, ofloxacina, 
pefloxacina, enrofloxacina, danofloxacina, orbiflo-
xacina e marbofloxacina) são as mais utilizadas 
atualmente na veterinária, com amplo espectro de 
ação, baixa toxicidade e concentrações excelentes 
no sangue e tecidos; quinolonas de terceira 
geração (levofloxacina, esparfloxacina) com 
espectro de ação similar às de segunda geração, 
além de serem eficazes contra o Streptococcus 
pneumoniae. 
Mecanismo de Ação - Inibição da DNA girase 
bacteriana, enzima que controla a direção e 
extensão do espiralamento das cadeias de DNA. 
Espectro de Ação - Quinolonas de primeira 
geração (pequeno espectro): E. coli, Proteus sp., 
(Pseudomonas); quinolonas de segunda geração-
fluorquinolonas (amplo espectro): bactérias 
Gram-negativas, Gram-positivas, micoplasma e 
Chlamydia; quinolonas de terceira geração: bactérias 
Gram-negativas, Gram-positivas, micoplasma, 
Chlamydia e Streptococcus pneumoniae. 
Farmacocinética - A absorção oral é rápida, sua 
distribuição é ampla e inclui o SNC, osso e 
próstata. A excreção ocorre por via renal e biliar. 
A secreção renal tubular ativa resulta em uma alta 
concentração urinária. 
 
QUADRO 3.10 - Principais apresentações de nitrofuranos 
 
 
 
 
Nome comercial Apresentação Princípio ativo 
Nitrofurazona 
 
 
Furazolidona 
 
 
 
Nitrofurantoína 
Furacin pomada®V 
Furacin solução"v, 
Eumetrite-s®v 
Furazolidona®H 
Macrodantina*H 
Bisnagas com 0,2 g/100 g - pomada tópica. 
Solução a 0,2% - frascos de 500 ml. 
Solução tópica - 0,2 g/100 ml - frascos de 500 ml. 
Comprimidos de 200 mg - caixa com 14 comps. 
Suspensão oral com 50 mg/5 ml - frasco com 70 ml. 
 
Cápsulas de 100 mg - caixa com 24 cápsulas. 
 
26 Manual de Terapêutica Veterinária 
 
Resistência Bacteriana - É relativamente rara e pode se desenvolver em regimes terapêuticos 
prolongados com subdoses, como no caso da avicultura e pecuária, favorecendo o surgimento de 
bactérias mutantes que resistem às qui-nolonas em virtude de alterações no local de ligação na DNA 
girase. 
Efeitos Adversos - Artropatia por erosão da cartilagem articular em cães jovens de crescimento rápido, 
portanto deve ser evitado em cães de pequeno a médio porte nos primeiros 8 meses de vida, e em cães 
de grande porte nos primeiros 18 meses de vida. Pode causar tremores e convulsão em pacientes 
suscetíveis. Ocorre intera-ção medicamentosa com drogas antiinflamatórias não-esteróides (excitação do 
SNC), varfarina (aumento do tempo de protrombina), metilxantinas (toxicidade do SNC), antiácidos 
contendo zinco, magnésio, alumínio ou cálcio (decréscimo da biodisponibilidade de quinolona). Pode 
ocorrer reação no local da aplicação subcutânea com aparecimento de paniculite. 
Usos Terapêuticos e Doses - Infecções do trato urinário principalmente as causadas por Pseudomonas 
aeruginosa; infecções do trato respiratório por Gram-negativos; infecções do trato gastrintestinal; 
prostatites; otites externas; infecções cutâneas como piodermites; osteomielites por Gram-negativos; 
meningoencefalites e endo-cardite estafilocócica. As fluorquinolonas de uso veterinário incluem a 
enrofloxacina (Baytril®, Flotril®), danofloxacina (Advocin®), orbifloxacina (Orbax®) e marbofloxacina 
(Zeniquim®) (estas duas últimas sem apresentação no Brasil). As fluorquinolonas de uso em seres 
humanos, mas também utilizadas na veterinária, incluem a norflo-xacina (Floxacin®), a ciprofloxacina 
(Cipro®) e a ofloxacina (Floxstat®). 
• Cãese gatos: 
- Enrofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, VO, IM, SC, EV 12/12 ou 24/24 horas. Recentemente, nos Estados Unidos 
o intervalo entre doses da enrofloxacina foi alterado de 24 para 12/12 horas para cães e gatos, devido a 
diferenças no pico de concentração plasmática da enrofloxacina nessas espécies, e para reduzir o risco 
de aparecimento de resistência bacteriana sem induzir toxicidade. 
- Orbifloxacina: 2,5 a 7,5 mg/kg, VO, 24/ 24 horas. 
- Marbofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, VO, 24/ 24 horas. 
- Norfloxacina: 22 mg/kg, VO, 12/12 horas. 
- Ciprofloxacina: 5 a 15 mg/Kg, VO, 12/12 horas. 
• Bovinos: 
- Enrofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, IM, SC, 24/ 24 horas. 
- Danofloxacina: 1,25 mg/kg, IM, SC, IV 24/ 24 horas. 
• Equinos: 
- Enrofloxacina: 5 mg/kg, IM, IV, SC, 24/24 horas ou 5 a 10 mg/kg, VO, 12/12 ou 24/24 horas. 
• Suínos: 
- Enrofloxacina: 2,5 mg/kg, IM, SC, VO, 24/ 24 horas. 
- Danofloxacina: 1,25 mg/kg, IM, SC, IV, 24/24 horas. 
Apresentação - O quadro 3.11 descreve as principais apresentações de fluorquinolonas utilizadas na 
veterinária no Brasil. 
NlTROIMIDAZÓIS 
Características Gerais - Os nitroimidazóis são um grupo de drogas com atividade antibacte-riana e 
antiprotozoária. O composto mais conhecido deste grupo e mais utilizado na veterinária é o metronidazol, 
outros compostos deste grupo e utilizados na Medicina Humana, são o tinidazol e o nimorazol. 
Mecanismo de Ação - O metronidazol tem sua ação resultante de ligação de produtos intermediários, 
originários de sua redução intracelular com o DNA formando-se um complexo que inibe a replicação e 
inativa o DNA. 
Espectro de Ação - O metronidazol é um agente bactericida e protozoaricida, atuando contra bactérias 
anaeróbicas obrigatórias, como Clos-tridium, Fusobacteríum e Bacteroides, e protozoários, como 
Trichomonas, Giardia e Entamoeba. 
Farmacocinética - O metronidazol é bem absorvido oralmente e distribuído amplamente pelo 
organismo com boa penetração no SNC. A droga é metabolizada por oxidação e conjugação no fígado. A 
excreção ocorre pela urina e fezes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quimloterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 2 7 
QUADRO 3.11 - Principais apresentações das fluorquinolas utilizadas na Medicina Veterinária 
 
 
 
Comp. 250 mg - frasco com 6, 14 e 50 comps. Comp. 500 
mg — frasco com 6, 14 e 50 comps. Solução para infusão 
0,2% em frasco com 100 e 200 ml. 
Solução injetável a 2,5% - frasco de 20, 50 100 e 250 ml. 
Pó solúvel 16,7% - envelopes laminados de 75 e 150 g. 
Solução injetável a 5% — frasco de 10 ml. 
Solução injetável a 10% - frasco de 10 e 50 ml. 
Pig Doser - frasco de 100 ml. 
Comp. 50 mg - caixa com 10; e 150 mg - caixa com 10. 
Solução injetável a 10% - frasco-ampola de 10 e 50 ml. 
Solução injetável a 2,5% - frasco-ampola de 20 ml. 
Solução oral 10% - frasco de 500 ml. 
Pig Pump - frasco de 100 ml. 
Comp. 50 mg - caixa com 10; e 150 mg - caixa com 10. 
Solução injetável a 10% - frasco de 20, 50 e 100 ml. Comp. 
400 mg - caixa com 14. Comp. 400 mg - caixa com 14. 
Comp. 200 mg - caixa com 6, 10, 14 ou 20. Comp. 400 mg 
- caixa com 10. Frasco-ampola de 400 mg com 10 ml. 
Comp. 5,7 e 22,7 mg - caixa com 10. 
 
Efeitos Adversos - Doses altas ou tratamentos 
prolongados podem provocar neurotoxicidade 
(nistagmo, ataxia, tremores). Não deve ser utilizado 
em animais gestantes, pois apresenta teratogeni-
cidade. O animal pode produzir urina de coloração 
castanho-clara após a ingestão de metronidazol. 
Usos Terapêuticos e Doses - O metronidazol é 
utilizado no tratamento de infecções por bactérias 
anaeróbicas, tricomoníase. giardíase e amebía-se. É 
utilizado em cães, gatos, ruminantes e equinos. 
• Cães: 25 a 65 mg/kg, VO, 24/24 horas ou 22 a 
25 mg/kg, VO, 12/12 horas, durante 
5 dias (giardíase); 10 mg/kg, VO, 8/8 horas 
(infecções anaeróbicas). 
• Gatos: 22 a 25 mg/kg, VO, 12/12 horas durante 5 
dias (giardíase); 10 a 25 mg/kg, 24/ 24 horas 
(infecções anaeróbicas). 
• Ruminantes: 75 mg/kg, IV, a cada 12 horas/3 
aplicações (tricomoníase). 
• Equinos: 7,5 mg/kg, VO, 8/8 horas 
(giardíase); 15 a 25 mg/kg, IV, VO, 8/8 ou 12/12 
horas (infecções anaeróbicas). 
Apresentação - O quadro 3.12 descreve as 
principais apresentações de metronidazol. 
 
QUADRO 3.12 - Principais apresentações do metronidazol 
 
 
 
Comp. 250 mg — estojo com 20. 
Comp. 400 mg - estojo com 24. 
Pediátrico (suspensão oral) - 40 mg/ml frasco com 120 ml. 
Solução injetável a 0,5% - frasco e bolsa plastica de 100 ml. (500 mg) ou 300 ml (1500 mg) 
ginecologico – tubo com 50 g de geléia 
com nistatina – tubo com 50 g de creme + aplicador 
 
 
Apresentação Princípio ativo Nome comercial 
Ciprofloxacina 
Danofloxacina 
Enrofloxacina 
Cipro 
Advocin,, 
Baytril 
FlotriL 
Norfloxacina 
Ofloxacina 
Orbifloxacina 
Floxacin(I 
Floxinol([ 
Floxtat,,,, 
Orbax, 
Principio ativo Nome comercial Apresentação 
Metronidazol FlagyL 
28 Manual de Terapêutica Veterinária 
ANTIBIÓTICOS 
ANTIBIÓTICOS P-LACTÂMICOS 
Os antibióticos p-lactâmicos ou p-lactaminas constituem um grupo de fármacos com presença de um 
grupamento químico denominado anel P-lactâmico. Pertencem a este grupo as penicili-nas, 
cefalosporinas, cefamixinas, oxicefamixinas, amidinopenicilinas, carbapemênicos, ácido 
clavulânico, sulbactam e os antibióticos mo-nobactâmicos. 
Penicilinas e Análogos 
As penicilinas constituem um grupo de P-lactaminas com núcleo central composto pelo ácido 6-
aminopenicilânico, sendo obtidas a partir de culturas de fungos do género Penicillium. Pertencem a este 
grupo as penicilinas naturais (pe-nicilina G, penicilina V), seus derivados semi-sintéticos 
(isoxacilpenicilinas, aminopenicilinas e análogos, carboxipenicilinas, sulfobenzilpenici-linas e 
ureidopenicilinas) e seus análogos (amidinopenicilinas). 
Penicilinas Naturais 
Características Gerais - A primeira penicilina obtida foi a penicilina G-cristalina ou benzil-penicilina. 
Sequencialmente, a descoberta de variações naturais nos radicais da benzilpenicilina originaram as 
penicilinas, F, K, O, X, e V, sendo estas últimas pouco utilizadas em Medicina Veterinária. A curta 
duração do tempo de ação da penicilina G-cristalina levou ao desenvolvimento de ésteres de penicilina 
com ação prolongada. Entre estes ésteres, são utilizados a penicilina G-procaína, que é obtida pela 
associação da pro-caína à penicilina G e a penicilina benzatina, obtida pela associação da 
NN'dibenziletileno-diamina à penicilina G. Estes ésteres são pouco solúveis em meios líquidos e 
apresentam tempo de absorção e picos séricos maiores do que a penicilina G-cristalina. 
Mecanismo de Ação - A penicilina G e seus ésteres são bactericidas. Elas provocam a lise os-mótica 
celular ao se ligarem e inibirem as enzimas (transpeptidases de membrana) que sintetizam um 
componente de parede celular bacte-riana denominado peptideoglicam. As proteínas em que as 
penicilinas se ligam são denominadas proteínas fixadoras de penicilina (PPB). 
Espectro de Ação - As penicilinas naturais são ativas contra bactérias Gram-positivas aeróbi-cas e 
anaeróbicas, cocos Gram-negativos, espiro-quetas e actinomicetos. Os bacilos Gram-negativos aeróbicos 
ou anaeróbicos, que ocorrem em animais, são naturalmente resistentes às penicilinas naturais. 
Farmacocinética - A penicilinas naturais são instáveis em meios ácidos, sendo rapidamente inativadas 
em pH 2 ou 8, o que impede sua administração via oral, com exceção da penicilina V. Entretanto, são 
ativas em pH ligeiramente ácido, frequente nos processos inflamatórios. É desacon-selhável o uso de 
penicilinas naturais por via tópica, pois podem provocar quadros de hipersensi-bilidade.Das penicilinas 
naturais, apenas a benzilpenicilina pode ser administrada via intravenosa. A penicilina G-cristalina mantém 
níveis séricos durante 4 horas, limitando seu uso isolado em Medicina Veterinária. A penicilina G-
procaína é utilizada somente por via intramuscular e mantém concentrações séricas por 12 a 24 horas. A 
penicilina G-benzatina é utilizada somente por via intramuscular e mantém concentrações séricas por 2 a 7 
dias, dependendo da dose. As penicilinas naturais se difundem bem em quase todos os tecidos corpóreos, 
principalmente em presença de inflamação, na qual a permeabilidade vascular está aumentada. Não 
penetram na próstata e olho, mesmo em presença de inflamação. A penicilina G não apresenta 
concentrações intracelulares suficientes para combater germes nesta localização. Do total de penicilina G 
administrada, 60% se liga às proteínas plasmáticas, sendo inativa nesta forma. No entanto, esta ligação é 
reversível, e funciona como reservatório da mesma, carreando o fármaco para tecidos com exsudação rica 
em proteínas. As penicilinas naturais são metabolizadas no fígado e excretadas por via renal. 
Resistência Bacteriana - As penicilinas naturais são inativadas por enzimas denominadas p-lactamases. 
Praticamente 100% das linhagens de Staphylococcus aureus e aproximadamente 80% das outras linhagens 
de Staphylococcus são produtoras de P-lactamases. A maioria dos bacilos Gram-negativos, 
principalmente os anaeróbicos, são naturalmente resistentes à penicilina G, com exceção do género 
Pasteurella. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quimioterápicos Antimicrobianos e Aníibióticos 29 
 
Efeitos Adversos 
• Penicilina G é capaz de causar paraefeitos irritativos e desencadear quadros de hi-persensibilidade 
em animais previamente medicados com este fármaco. 
• Distúrbios de coagulação foram registrados em humanos. 
• A infusão rápida intravenosa pode causar distúrbios neurológicos e convulsões. 
• A fenilbutazona e o ácido acetilsalicílico competem pêlos locais de ligação da peni-cilina, 
aumentado a concentração sérica destes antibióticos. 
• A benzilpenicilina é inativada em soluções contendo complexo B e vitamina C. 
• Pacientes com insuficiência renal grave (IRA) devem ter o intervalo entre doses ajustado. 
Usos Terapêuticos e Doses - As penicilinas naturais são indicadas no tratamento de infecções por 
Streptococcus dos grupos A, B, C, D e G de Lancefield (adenite equina - S. equi, pneumonias - S. 
pyogenes, S. agalactiae, S. bovis, ence-falite dos leitões - 5. suis), clostridioses gangre-nosas, infecções 
por espiroquetas (Brachyspira, Leptospira, Borrelià), bacilos Gram-positivos como a Listeria 
monocytogenes, Erysipelothrix rhusiopathiae e Bacillus anthracis, actinomice-tos do género 
Arcanobacterium actinomyces e pasteureloses. O tempo de duração do tratamento varia de acordo com 
a afecção envolvida. 
• Bovinos, suínos, caprinos e ovinos: 
- Penicilina G-benzatina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, SC, IM, a cada 2 a 5 dias. 
- Penicilina G-procaína: 20.000 a 40.000 UI/ kg, SC, IM, a cada 12 a 24 horas. 
- Penicilina G-cristalina (benzilpenicilina): 20.000 a 40.000 Ul/kg, SC, IV, IM, a cada 6 horas. 
• Cães e gatos: 
- Penicilina G-benzatina: 24.000 Ul/kg, IM, a cada 48 horas. 
- Penicilina G-cristalina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas. 
-Penicilina G-procaína: 20.000 a 40.000 Ul/kg, a cada 12 ou 24 horas. 
- Penicilina V: 10 mg/kg, VO, a cada 8 horas. 
• Equinos: 
- Penicilina G-benzatina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, IM, SC, a cada 24 a 48 horas. 
- Penicilina G-procaína: 20.000 a 40.000 UI/ kg, IM, SC, a cada 12 horas. 
- Penicilina G-cristalina (benzilpenicilina): 20.000 a 40.000 Ul/kg, IM, SC, IV, a cada 4 horas. 
Apresentação - O quadro 3.13 apresenta as principais formulações das penicilinas naturais utilizadas 
em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. 
Penicilinas Semi-sintéticas 
Isoxazolipenicilinas 
Características Gerais - As isoxazolipeni-cilinas apresentam uma cadeia lateral isoxazolil no ácido 
6-aminopenicilânico, o que confere a este grupo resistência a ação de algumas das P-lactamases. 
Pertencem a este grupo a oxacili-na, cloxacilina, dicloxacilina e flocloxacilina. 
Mecanismo de Ação - Agem de maneira semelhante às penicilinas naturais, tendo ação bactericida 
ao inibir a síntese de parede celular. 
Espectro de Ação - São ativas frente a Streptococcus do grupo A, B, C e G, Staphylococcus produtor ou 
não de P-lactamases, Listeria e clostrídios. São especialmente sensíveis a baixas concentrações destas 
drogas, germes do género Staphylococcus. Não atuam sobre Gram-negativos. 
Farmacocinética - É um grupo de penicilinas, que apresentam estabilidade em pH ácido e pode ser 
administradas por via oral ou parente-ral. Sua absorção via oral é influenciada por alimentos. 
Distribuem-se amplamente nos tecidos corpóreos, mas não atravessam a barreira hemato-encefálica na 
ausência de inflamação. Liga-se em 90 a 97% às proteínas plasmáticas e são eliminadas via renal e em 
menor parte pela via biliar. Não sofrem acúmulo em pacientes com insuficiência renal. 
Resistência Bacteriana - As isoxazolilpenici-linas não têm ação sobre bactérias Gram-nega-tivas, 
aeróbicas ou anaeróbicas, pois não penetram em sua parede celular. Os Staphylococcus resistentes a 
oxacilina possuem resistência cruzada com a meticilina, sendo denominados de Staphylococcus 
meticilina-resistentes. Este grupo de Staphylococcus é caracterizado por apresentar múltipla resistência a 
diversos antimicrobianos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.13 - Principais apresentações das penicilinas naturais 
 
Nome comercial Apresentação 
Agrodel®( 
) Agropen L.A.®(V) 
Agrothal®(v) 
 Agrovet«(v 
) Farmabiótico G.A.®0 
Multibiótico 
Pencivet plus*(v) Penfort«(v) 
Pentabiótico veterinário
1
"^ 
Pentacilin®(v) Septipen®(v) 
Spectrocilin®(v) 
 Potencilin*(v) 
Prontocilin®(v) 
Benzatina®,,. 
Benzilpenicilina Benzilpenicilina 
(G-potássica) G-potássica*(H) 
Penicilina V 
Princípio ativo 
Penicilinas 
naturais 
associadas (com 
ou sem 
estreptomiclna) 
- Penicilina G-
benzatina (pen. 
G-benz.) 
- Penicilina G-
potâssica (pen. 
G-pot.) 
- Penicilina G-
procaína (pen. 
G-proc.) 
Penicilina 
Penicilina G-
procaína + 
estreptomicina 
Penicilina 
Meracilina®,, 
Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-proc. - 3.750.000 UI, pen. G-
pot. - 1.250.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. 
Sol. injetável (cada 100 ml): pen.G-proc., - 10.000.000 UI pen. G-benz. - 
10.000.000 UI diidroestreptomicina - 20.000 mg. Frasco-ampola de 20 e 
50 ml. 
Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen.G-proc. - 4.000.000 UI, pen.G-
pot. - 1.350.000 UI. 
Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-proc. - 1.800.000 UI, pen. 
G-pot. - 600.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. 
Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-benz. - 1.200.000 UI, pen.G-
pot. - 600.000 UI, pen.G proc. - 600.000 UI. 
Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-benz. - 3.000.000 UI, pen. 
reforçado®{v) G-pot. - 1.500.000 UI, pen. G-proc. -1.500.000 UI - frasco-
ampola. 
Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz.- 600.000 UI, pen. G-
proc. - 300.000 UI, pen. G-pot. - 300.000 UI, estreptomicina 
- 500 mg + diclofenaco associado. 
Sol. Injetável (cada frasco-ampola) - pen.G-benz. - 1.200.000 UI, pen. G-pot. - 
600.000 UI pen.G-proc. - 600.000 UI, Estreptomicina -1.000 g + 
diclofenaco associado. 
Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 1.200.000 UI, pen.G-
pot. - 600.000 UI, pen.G-proc. - 600.000 UI, estreptomicina 
- 500 mg, diidroestreptomicina - 500mg. 
Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-sód. - 500.000 UI, pen. G-proc. 
- 2.500.000 UI, diidroestreptomicina - 3.000 mg + tripsina e 
quimiotripsina. 
Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 3.000.000 UI, pen. G-pot. - 
1.500.000 UI, pen.G-proc. - 1.500.000 UI, estreptomicina 
- 2.000 mg. 
Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-pot. - 2.500.000 UI, pen. G-
benz. - 2.500.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. 
Sol. Injetável (cada 100 ml): pen.G - proc. 25.000.000 - frasco-ampola de 20 e 
50 ml. 
Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-proc. Sol. Injetável (cada 
frasco-ampola): pen.G-proc. - frascos de 20 e 50 ml. 
Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 3.000.000 UI. 
Sol.injetável (cada frasco-ampola): pen.G-pot. - 1.000.000 UI ou 
5.000.000 UI ou 10.000.000 UI. 
Comp. com 500.000 UI, caixa com 12 comps. 
 
Quimioterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 31 
 
Efeitos Adversos 
• Podem ocorrer superinfecções, efeitos irrita-tivos 
e de natureza alérgica. 
• Menos comum: tromboflebite quando admi-
nistradas por via parenteral, vómitos e diarreia nas 
formulações orais. 
• Em humanos, neutropenia foi associada ao uso 
prolongado da oxacilina. 
Usos Terapêuticos e Doses - A oxacilina e seus 
derivados são indicados para o tratamento de 
todos os germes sensíveis ao fármaco, sendo 
especialmente indicados nas estafilococcias (pio-
dermites, osteomielites), em que outros antimicro-
bianos falharam. São utilizados sistemicamante 
apenas em animais de companhia. 
• Equinos: 
- Oxacilina: 22 a 40 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 8 
ou 12 horas. 
• Cães e gatos: 
- Oxacilina: 22 a 40 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 8 
horas. 
- Dicloxacilina: 25 mg/kg, IM, VO, a cada 6 
horas. 
Apresentação - O quadro 3.14 apresenta as 
principais formulações das isoxazolipenicilinas 
utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis 
no Brasil. 
Aminopenicilinas 
Características Gerais - As aminopenicilinas são 
resultado da fusão do ácido 1-a-aminofe-
nilacético com o ácido 6-aminopenicilânico. Per-
tencem a este grupo a ampicilina e suas pró-
drogas (metampicilina) e análogos da ampicilina 
como a amoxicilina e a ciclacilina. A amoxicilina 
age em sinergismo com o ácido clavulânico, um 
inibidor de P-lactamases. 
Mecanismo de Ação - À semelhança das 
penicilinas naturais, as aminopenicilinas são bac-
tericidas e inibem a síntese de parede celular 
bacteriana. 
Espectro de Ação - São ativas frente a bactérias 
Gram-positivas e diversas bactérias Gram-
negativas. 
Farmacocinética - Quando administrados por 
via oral, os análogos da ampicilina (amoxicilina) 
são mais bem absorvidos (na presença de 
alimentos) do que a ampicilina. Difundem-se bem 
em todos os tecidos corpóreos e a amoxicilina, 
em especial, apresenta concentrações elevadas em 
secreções nasais, seios nasais, bile e ouvido 
médio. Apresentam baixo percentual de ligação a 
proteínas plasmáticas (10 a 30%), sendo 
excretados via renal. Pacientes com insufi-
ciência renal de qualquer grau, ou animais jo-
vens, devem receber doses em intervalos 
maiores. 
Resistência Bacteriana - Não são ativas contra 
Klebsiella, Proteus indol-positivo e Pseu-
domonas. A resistência é mediada por P-lacta-
mases ou mutações nas PPBs. Amoxicilina e 
ampicilina apresentam resistência cruzada em 
quase 100% das vezes. A resistência a ampicilina 
vem aumentando dramaticamente nos últimos 
anos, em decorrência da larga utilização deste 
fármaco na Terapêutica Veterinária e Humana. 
Para contornar o problema da produção de p-
lactamases, a ampicilina e seus análogos têm sido 
associados a inibidores de P-lactamases, entre os 
quais o ácido clavulânico e o sulbactam. 
Efeitos Adversos 
• Os principais efeitos são ocorrência de reações 
de hipersensibilidade. 
 
QUADRO 3.14 - Principais apresentações de isoxazolipenicilinas 
 
 
 
 Sol. injetável - frasco-ampola de 500 mg + 3 ml de diluente 
 
 estéril. 
 Susp. injetável (cada frasco-ampola) - 250 a 500 mg + 3 ml 
 de diluente estéril. 
 Suspensão oral com 62,5 e 125 mg/ml. 
 
Nome comercial Apresentação Princípio atívo 
Oxacilina 
Dicloxacilina
 
Staficilin-N®(H) 
Dicloxacilina 
Royton®(H) 
32 Manual de Terapêutica Veterinária 
 
• Em seres humanos, são relatados nefrotoxi-
cidade e distúrbios de coagulação. 
• Sofrem acúmulo em pacientes com insuficiência 
renal. 
Usos Terapêuticos e Doses - A ampicilina e seus 
análogos estão indicados para tratar infecções 
causadas por germes sensíveis, sendo úteis em 
infecções renais de cães (leptospirose, Ente-
rococcus), gastrenterites em várias espécies (Sal-
monella, E. coli), piodermites (estafilococcias e 
estreptococcias), pneumonias, encefalites e outras 
condições infecciosas. A amoxicilina, em especial, 
é indicada para tratamento de otites, piodermites 
e pneumonias, tendo vantagem por ser melhor 
absorvida por via oral do que a ampicilina. As 
aminopenicilinas apresentam si-nergismo com os 
aminoglicosídeos. Derivados como a hetacilina 
não são empregados rotineiramente em Medicina 
Veterinária. A amoxicilina e ampicilina apresentam 
efeitos potencializados por inibidores de (3-
lactamases, sendo comumente empregados o 
ácido clavulânico para a primeira e o sulbactam 
para a segunda. 
• Cães e gatos: 
- Ampicilina: 10 a 20 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a 
cada 8 ou 12 horas. 
- Ampicilina + sulbactam: 10 a 20 mg/kg, IV, 
IM, a cada 8 horas. 
- Amoxicilina triidratada: 6 a 20 mg/kg, SC, IV, 
IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. 
- Amoxicilina + ácido clavulânico: 12,5 a 25 
mg/kg, VO, a cada 12 horas. 
- Amoxicilina + ácido clavulânico: 8,75 mg/ kg, 
IM, SC, a cada 12 horas. 
• Equinos, suínos e bovinos: 
-Ampicilina: U a 22 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a 
cada 8 ou 12 horas. 
-Amoxicilina triidratada: 11 a 22 mg/kg, SC, IV, 
IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. 
-Amoxicilina + ácido clavulânico: 12,5 a 25 
mg/kg, VO, a cada 12 horas; 8,75 mg/ kg, IM, SC, 
a cada 12 horas. 
Apresentação - O quadro 3.15 apresenta as 
principais formulações das aminopenicilinas uti-
lizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no 
Brasil. 
 
QUADRO 3.15 - Principais apresentações de aminopenlclllnas 
 
 
 
 
 
Princípio ativo Nome comercial Apresentação 
Ampicilina + 
sulbactam 
Amoxicilina 
Amoxicilina + ácido 
clavulânico 
Ampicllina 
sódica ou 
benzatina 
Agroplus®(v) 
Ampicil% 
Ampicilina 
Veterinária®o 
AmPlax% 
Biomicin®,,,. 
Ampicil«(H) 
Amplotal«(H) 
Unasyn injetável*(H) 
Bactrosina"8^ 
Amoxil®(H) 
Clamoxyl L.A.®(V) 
Clavamox RTU®(V) 
Prontoamoxy-L.A.® 
Sol. injetável (cada 100 ml): 10 g de ampicilina + 25 milh. de 
UI de colistina - frascos multidose com 20 e 50 ml. Sol. injetável 
(cada frasco-ampola): 10.000 mg/250 ml. Sol. injetável (cada frasco-
ampola): 2.000 mg/10 ml. 
Sol. injetável:120 mg/ml - frasco-ampola de 20 e 50 ml. 
Sol. injetável (cada frasco-ampola): de 500 mg de ampicilina + 500 mg de 
estreptomicina. 
Suspensão oral: 250 mg/5 ml — fracos de 60 ml. 
Sol. injetável de ampicilina benzatina (frasco-ampola): 250, 500 e 1.000 mg. 
Sol. injetável (cada frasco-ampola): 0,5/1,0 g ou 1/2 g de ampicilina/ sulbactam - 
caixa com 20 frascos. 
Sol. injetável: 172,2 mg/20 ml - frascos com 20 ml. 
Suspensão oral: 125 e 250 mg/5 ml - frascos de 80 e 150 ml. 
Cápsulas de 500 mg - caixa com 15, 20 e 30 cáps. 
Susp. injetável com 150 mg/ml - frasco-ampola com 100 e 250 ml. 
Susp. injetável com 140 mg de amoxicilina + 35 mg de ácido clavulânico - 
frascos-ampola de 40 e 100 ml. 
Suspensão injetável: 150 mg/ml - frasco ampola de 20e 50 ml. 
 
Quimioterápicos Antlmicroblanos e Antibióticos 3 3 
 
Carboxipenicilinas 
Características Gerais - As carboxipenicilinas 
resultam da fusão do ácido carboxílico com o ácido 
6-aminopenicilânico. Pertencem a este grupo a 
carbenicilina e a ticarcilina. 
Mecanismo de Ação - São antimicrobia-nos 
bactericidas inibindo a síntese da parede celular 
bacteriana, de maneira semelhante à penicilina 
G. 
Espectro de Ação - Apresentam atividade 
frente a Gram-positivos e uma gama maior de 
Gram-negativos, superando a ampicilina. São drogas 
especialmente ativas frente a Proteus indol-
positivo e Pseudomonas. 
Farmacocinética - A carbenicilina e a 
ticarcilina só apresentam concentrações séricas 
adequadas e persistentes para combater Pseudo-
monas, quando administradas por via parenteral e 
por gotejamento contínuo, limitando seu uso na 
Terapêutica Veterinária. Estas penicilinas se 
ligam em 50% às proteínas plasmáticas e são eli-
minadas sob forma ativa pela via renal. 
Resistência Bacteriana - Klebsiella, em geral, 
costuma ser resistente a este fármaco, pela 
produção de (3-lactamases. Mutações nas PPBs 
podem conferir resistência a essas drogas. 
Efeitos Adversos 
• Podem ocorrer efeitos irritativos, hipersen-
sibilidade e superinfecções. 
• Em humanos com insuficiência renal, a droga 
se acumula podendo causar convulsões, distúrbios 
de coagulação e hepatite. 
Usos Terapêuticos e Doses - A carbenicilina é 
indicada nas infecções causadas pêlos germes 
sensíveis, porém sua utilidade em Medicina 
Veterinária é limitada pela dificuldade de 
administrá-la (gotejamento contínuo). Deve, por-
tanto, ser utilizada, em especial, no tratamento 
de infecções por Pseudomonas e Proteus mul- 
tirresistentes. 
• Cães e gatos: 
- Carbenicilina: 40 a 50 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 6 ou 
8 horas. 
-Ticarcilina + ácido clavulânico: 33 a 50 mg/kg, IV, 
IM a cada 4 ou 6 horas. 
• Equinos: 
- Ticarcilina + ácido clavulânico: 44 mg/kg 
, IV, a cada 6 horas. 
Apresentação - O quadro 3.16 apresenta as principais 
formulações das carboxipenicilinas utilizadas em 
Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. 
Cefalosporinas e Análogos 
Características Gerais - As cefalosporinas são 
antibióticos p-lactâmicos que apresentam como 
núcleo central, o ácido 7-aminocefalospo-rânico. São 
obtidas a partir de culturas de fungos do género 
Cephalosporium. Existem atualmente quatro gerações 
de cefalosporinas. As de primeira geração são 
subdivididas em dois grupos: as de absorção 
parenteral (cefalotina, cefaloridina, cefazolina) e as de 
absorção oral (cefalexina, cefadroxil cefradina). A 
segunda geração de cefalosporinas apresenta maior 
espectro de ação perante bacilos Gram-negativos que 
as anteriores, sendo subdivididas em drogas de 
absorção oral (cefaclor, cefprozila) e parenteral 
(cefuroxima, cefoxitina). As cefalosporinas de terceira 
geração apresentam espectro de ação superior às 
outras cefalosporinas mais antigas, sendo ativas 
frente a uma gama maior de bacilos Gram-negativos, 
inclusive Pseudomonas. São subdivididas em drogas de 
uso parenteral com potente ação antipseudomonas 
(cefoperazona, ceftazidi-ma), drogas de uso parenteral 
com pequena atividade antipseudomonas (cefotaxima, 
ceftriaxo-na, cefodizima, ceftiofur) e drogas de 
absorção 
 
QUADRO 3.16 - Principais apresentações de carboxipenicilinas 
 
 
 
Princípio ativo Nome comercial Apresentação 
Carbenicilina 
(Royton)®(H) 
Timentin® „ 
Carbenicilina 
Ticarcilina + ácido 
clavulânico 
Sol. injetável (frasco-ampola) - l e 5 g. 
Sol. injetável - Ticarciclina - 3 g + ácido clavulânico 0,1 g frascos-ampola 
de 13 ml. 
 
34 Manual de Terapêutica Veterinária 
 
oral (cefixima, cefetamet pivoxil). As cefalospo-rinas de quarta geração apresentam maior potência que as 
anteriores, frente a bacilos Gram-negativos, porém são menos potentes frente a gram-positivos (cefpiroma, 
cefepima). 
Mecanismo de Ação - À semelhança das penicilinas, as cefalosporinas inibem enzimas transpeptidases de 
membrana que sintetizam os peptideoglicans da parede celular bacteriana, levando-as a lise osmótica. 
Espectro de Ação - Todas as cefalosporinas apresentam boa ação frente à maioria das bactérias Gram-
positivas e Gram-negativas. Cefalosporinas de geração mais recente são mais ativas frente a bacilos Gram-
negativos, porém são menos ativas frente a Gram-positivos. Pseudomonas são resistentes às duas primeiras 
gerações. 
Farmacocinética - Algumas cefalosporinas podem ser absorvidas via oral, enquanto outras só podem ser 
administradas via parenteral. Distribuem-se bem em todos os tecidos, mas especialmente as de primeira e 
segunda gerações atingem boas concentrações em pele e tecido subcutâneo. Em geral, atravessam mal a 
barreira hematoencefálica. A maioria é excretada sob forma ativa na urina e algumas pela via biliar 
(cefoperazona). A cefalotina é inativada pelo Ringer lactato. 
Resistência Bacteriana - Apenas as cefalosporinas de terceira geração são ativas frente Pseudomonas. 
Apesar de serem mais potentes frente às bactérias Gram-negativas, as cefalosporinas mais recentes são menos 
potentes frente a Staphylococcus. São drogas menos suscetíveis as (3-lactamases que as penicilinas. 
Efeitos Adversos 
• A maioria das cefalosporinas é bem tolerada, ocorrendo, em geral, casos de flebite, alergia e distúrbios de 
coagulação. 
• Discrasias sanguíneas, causadas por mie-lotoxicidade em animais tratados por longos períodos, já foram 
registradas. 
• As cefalosporinas causam nefrotoxicidade quando utilizadas por períodos prolongados em seres humanos. 
A cefaloridina, em especial, é considerada nefrotóxica para seres humanos. 
• Sendo a excreção dessas drogas efetuada por via renal, as cefalosporinas sofrem acú-mulo em pacientes com 
insuficiência renal. A cefoperazona é contra-indicada em pacientes com insuficiência hepática. 
• Podem ocorrer reações de hipersensibili-dade cruzada com as penicilinas. 
Usos Terapêuticos e Doses - As cefalosporinas estão indicadas em todos os processos infecciosos 
causados por germes sensíveis a elas. Podem ser utilizadas em infecções renais, respiratórias, genitais, de 
tecidos moles e osteoar-ticulares. O tempo de duração do tratamento varia em função da afecção. As 
cefalosporinas de primeira geração são as mais utilizadas em Medicina Veterinária. A cefalexina está 
indicada principalmente em casos de piodermites, dada a boa ação frente a Staphylococcus e boa difusão 
em tecidos queratinizados. As cefalosporinas de uso exclusivo parenteral têm sido utilizadas na profilaxia de 
infecções pós-cirúrgicas. O ceftiofur está indicado nos casos de pneumonias em animais de produção. O 
custo é um fator limitante à utilização dessas drogas em Medicina Veterinária. 
• Cães e gatos: 
- Cefaclor: 4 a 20 mg/kg, VO, a cada 8 horas. 
- Cefadroxil: 22 a 30 mg/kg, VO, a cada 12 horas para cães e 22 mg/kg, VO, a cada 24 horas para gatos. 
- Cefalexina: 10 a 30 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 12 horas. 
- Cefalotina: 10 a 30 mg/kg, IV, IM, a cada 4 ou 8 horas. 
- Cefazolina: 20 a 35 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. 
- Cefepima: 50 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. 
- Cefixima (cães): 10 mg/kg, VO, a cada 12 horas. 
- Cefoperazona: 22 mg/kg, IV, IM, a cada 8 ou 12 horas. 
- Cefotaxima: 50 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 12 horas para cães e 20 a 80 mg/kg, IV, IM, a cada 6 horas. 
- Cefoxitina: 30 mg/kg, IV, a cada 6 ou 8 horas. 
- Ceftazidima: 30 mg/kg, IV, IM, a cada 6 horas. 
- Ceftiofur: 2,2 a 4,4 mg/kg, SC, a cada 24 horas. 
 
Quimioterápicos Antimicrobianos e Antibióticos 3 5 
 
- Ceftriaxona: 25 a 50 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 12 ou 24 horas. 
- Cefuroxima: 10 a 30 mg/kg IV, a cada 8 
ou 12 horas. 1 Equinos: 
- Cefalotina: 20 mg/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas. 
- Ceftiofur:l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas. 
- Cefadroxil: 22 mg/kg, VO, a cada 21 horas. 
- Cefoxitina: 30 a 40 mg/kg, IM, a cada 6 ou 8 horas. 
- Cefalexina: 10 a 30 mg/kg, VO, a cada 6 ou 8 horas. 
• Bovinos (bezerros): 
- Cefalotina: 10 a 12 mg/kg, IV, IM, a cada 
6 ou 8 horas. 
- Ceftiofur: l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas. ' 
• Suínos: 
- Ceftiofur: l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas. 
Apresentação - O quadro 3.17 apresenta as principais formulações das cefalosporinas utilizadas em 
Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. 
 
 
 
QUADRO 3.17 - Principais apresentações de 
 
cefalosporinas 
 
Princípio atino 
 
Nome comercial 
 
Apresentação 
 
Cefalexina (1* 
geração) 
 
Keflex®(H) 
 
Susp. em gotas (1 gota = 5 mg) - frasco com 15 ml. Drágeas de 550 e 
1.000 mg - caixa com 8 e 40 drágeas. 
 
 
Rilexine®(v) 
 
Comprimidos de 75 mg - caixa com 16 comps. Sol. injetável: 10 mg/ml - 
seringas descartáveis de 10 ml. Comprimidos de 300 mg - caixa com 12 a 
24 comprimidos. 
 Cefadroxil (1« 
geração) 
 
Cefamox*(H) 
 
Comprimidos de 1 g, frascos com 10 comps. Suspensão oral: 250 e 500 
mg/5 ml - frasco para 100 ml. 
 Cefalotina (1* 
geração) 
 
Keflin neutro*(H) 
 
Solução injetável: 1 g - frasco-ampola. 
 
Cefazolina (1* 
geração) 
 
KefaZol*(H) 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 250, 500 e 1.000 mg. 
 
Cefuroxima (2* 
geração) 
 
Cefuroxima sódica 750 mg 
IM/IV% 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 500 e 1.000 mg. 
 
Cefoxitina (2* 
geração) 
 
Cefoxitina sódica®(H) 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 500 e 1.000 mg. 
 
Cefotaxima (3* 
geração) 
 
Cefotax®(H) 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 1 g. 
 
Ceftriaxona (3* 
geração) 
 
Rocefin injeção 
intravenosa®,,,, 
(H) 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 500 mg e 1 g. 
 
Cefoperazona (3* 
geração) 
 
Cefobid-(lo 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 1 e 2 g. 
 
Ceftazidima (3* 
geração) 
 
Fortaz*(H) 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 1 ou 2 g. 
 
Cefixima (3* 
geração) 
 
Cefix® uenx (H) 
Susp. oral com 100 mg/5 ml. 
 
Ceftiofur (3* 
geração) 
 
Excenel®(v) 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 1 g/20 ml - frascos com 20 e 80 ml. 
 
Cefepima (*' 
geração) 
 
MaxceP(H) 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 500 mg, 1 g e 2 g. 
 
3é Manual de Terapêutica Veterinária 
 
Outros [3-lactâmicos 
Carbapemênicos e Monobactâmicos 
Características Gerais - Antibióticos P-
lactâmicos do tipo imipenem ou imipenema são 
sintetizados por actinomicetos do grupo Strepto-
myces, e apresentam um anel pentacíclico de 
estrutura variável ligado ao anel P-lactâmico. Os 
monobactâmicos são antibióticos sintetizados por 
actinomicetos da espécie Nocardia e se 
caracterizam por possuir o anel P-lactâmico sem 
ligação a qualquer outro grupo cíclico. Pertence a 
este grupo o aztreonam. 
Mecanismo de Ação - O imipenem e o 
aztreonam se ligam as transpeptidases de mem-
brana, assim como as outras p-lactaminas, impe-
dindo a síntese da parede celular e causando lise 
osmótica. 
Espectro de Ação - O imipenem é, atual-mente, 
o antimicrobiano de maior espectro de ação 
utilizado na prática clínica médica, atuando em 
quase 100% das estirpes bacterianas conhecidas. O 
aztreonam só é ativo frente a germes Gram-
negativos, especialmente as enterobactérias, po-
dendo também atuar frente a Pseudomonas. 
Farmacocinética - O imipenem não é 
absorvido por via oral, sendo exclusivamente uti-
lizado por via endovenosa ou intramuscular. Este 
fármaco atinge concentrações terapêuticas em 
todos os tecidos corpóreos. A metabolização é 
feita rapidamente por enzimas dipeptidases 
renais, levando à associação desta droga com a 
cilastatina, um inibidor dessas enzimas. Após a 
metabolização, as drogas são eliminadas por via 
urinária. O aztreonam só é absorvido por via 
parenteral, se difundindo bem por todos os te-
cidos corpóreos, menos nos pulmões. A meta- 
bolização é desprezível, sendo eliminado na forma 
ativa pêlos rins. 
Resistência Bacteriana - Mycobacterium, 
Enterococcus faecium, Staphylococcus metici-
lina-resistente, clamídias e micoplasmas são resis-
tentes ao imipenem. Os Gram-positivos são na-
turalmente resistentes ao aztreonam, que é ina-
tivado por apenas algumas das P-lactamases. 
Estes antibióticos não induzem resistência em 
Gram-negativos. 
Efeitos Adversos 
• Imipenem pode produzir efeitos gastrintestinais, 
discrasias sanguíneas, convulsões e flebites, 
além de induzir resistência aos outros p-
lactâmicos. Pode ser nefrotóxico se não for 
utilizado com cilastatina. 
• O aztreonam pode provocar distúrbios 
gastrintestinais em cães e cutâneos em 
humanos. 
Usos Terapêuticos e Doses - O imipenem está 
indicado nas infecções em que os outros 
antimicrobianos falharam, sendo ativo contra 
Acinetobacter e outros microrganismos multirre-
sistentes. O aztreonam está indicado nas infec-
ções causadas por Gram-negativos resistentes a 
outros antimicrobianos, especialmente em infec-
ções intra-abdominais. 
• Cães e gatos: 
- Imipenem: 3 a 10 mg/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 
horas. 
- Aztreonam: l a 2 g/70 kg (humano) (dose não 
avaliada para cães e gatos), a cada 6 ou 8 horas. 
Apresentação - O quadro 3.18 apresenta as 
principais formulações dos carbapemênicos e 
monobactâmicos utilizadas em Medicina Veteri-
nária e disponíveis no Brasil. 
 
QUADRO 3.18 - Principais apresentações de carbapemênicos 
 
 
 
 
 
Princípio ativo Nome comercial Apresentação 
Imipenem Tienam®,, 
Aztrconsun Azactam*, 
Frasco para infusão venosa com 500 mg de imipenem + 500 
mg de cilastatina - caixa com l frasco para infusão. 
 
Sol. injetável (frasco-ampola): 0,5 a l g. 
Quimioteíápicos Antimicmblanos e Antibióticos 37 
 
Aminoglicosídeos 
Características Gerais - Os aminoglicosídeos são antibióticos bactericidas extraídos de actinomicetos 
do grupo Streptomyces. São estruturas químicas complexas, porém pequenas, derivadas de açúcares e um 
grupo amino. Não agem em pH ácido e são transportados para o interior das células através de 
mecanismos ativos, dependentes de oxigénio, o que torna este grupo ineficaz contra anaeróbios. 
Pertencem a este grupo a gentamicina, neomicina, amicacina, tobramici-na, estreptomicina, 
diidroestreptomicina, netilmi-cina e framicetina. 
Mecanismo de Ação - Os aminoglicosídeos funcionam como chave falsa, se ligando ao ribos-somo 
bacteriano, e causando a produção de proteínas defeituosas. São antibióticos bactericidas. 
Espectro de Ação - Os aminoglicosídeos são ativos frente a Gram-positivos e Gram-negativos, 
principalmente enterobactérias, mas falham frente a germes de localização intracelular como a Sal-
monella. Com exceção da estreptomicina, são ativos frente a Staphylococcus. 
Farmacocinética - Os aminoglicosídeos não são absorvidos por via oral, sendo mais utilizados por 
via intramuscular ou subcutânea. A neomicina foi utilizada por via oral para tratamento local de 
infecções entéricas, porém sua eficácia não foi comprovada. São antibióticos catiônicos e pouco 
lipossolúveis, atravessando mal as barreiras biológicas. A estreptomicina é a única que atinge boas 
concentrações em secreção brônquica. São eliminadas por via renal sob a forma ativa. 
Resistência Bacteriana - As bactérias anae-róbicas obrigatórias e Listeria são naturalmente resistentes 
aos aminoglicosídeos. Pseudomonas são sensíveis somente a alguns aminoglicosídeos. A resistência é 
conferida por três mecanismos: modificação nos locais de ligação, alteração en-zimática do antibiótico

Outros materiais