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responsabilidade ambiental (1)

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Responsabilidade pelo Dano Ambiental
Direito Ambiental
Professora Rachel dos Reis Cardone
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Dano ambiental
Ação predatória do homem
Finitude do recursos
Consequências desastrosas
Imposição de limites ao crescimento econômico
Criação de sistema de responsabilidade civil, administrativa e penal
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Poluidor 
Conceito: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
 
Art. 3°, II, da lei 6.938/91 (Política Nacional do Meio Ambiente)
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Responsabilidade civil objetiva
O art. 14, § 1° da PNMA determina a responsabilização independentemente da existência de culpa, obrigando o causador a indenizar todos os danos causados ao meio ambiente.
Princípio do poluidor-pagador
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Poluição/dano
Poluição 
“alteração das condições ambientais que deva ser compreendida negativamente, isto é, ela não é capaz de alterar a ordem ambiental”
Paulo de Bessa Antunes, in Dano Ambiental: a prevenção do ilícito.
Dano
Seu” conceito é aberto, dependendo da avaliação do caso concreto pelo intérprete para sua configuração, em face da dimensão multifacetária que engendra seu diagnóstico”.
Delton Winter Carvalho in Dano Ambiental Futuro: a responsabilização civil pelo risco ambiental
 
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Dano ambiental
A poluição que, ultrapassando os limites do desprezível, causa alterações adversas no ambiente. Paulo Bessa Antunes
Toda lesão intolerável, causada por uma ação humana, seja ela culposa ou não, diretamente ao meio ambiente, classificada como macrobem de interesse da coletividade, em uma concepção totalizante e, indiretamente, a terceiros, tendo em vista interesses próprios e individualizáveis e que refletem no macrobem. José Rubens Morato Leite
É toda degradação que atinja o homem na saúde, na segurança, nas atividades sociais e econômicas; que atinja as formas de vida não-humanas, vida animal ou vegetal e o meio ambiente em si, do ponto de vista físico, estético, sanitário e cultural. Marga Barth Tessler 
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É a alteração adversa das circunstâncias do meio ambiente.
Atividades que:
Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
Afetem desfavoravelmente a biota;
Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.
Degradação
(art. 3°, II, da PNMA)
Poluição
(art. 3°, III, da PNMA)
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Espécies de danos ambiental
Individual – danos que lesam por ricochete a esfera do indivíduo em seu patrimônio ou sua saúde. Atingem o ambiente de forma imediata e o indivíduo de forma mediata.
 
Coletivo- danos concernentes ao ambiente em si, sem a necessidade de qualquer comprovação de existência de danos à esfera privada dos seres humanos 
Patrimonial- dano ao ambiente em que a propriedade é bem de uso comum do povo. 
Extrapatrimonial- danos que causam prejuízo de natureza não patrimonial, imaterial, ocasionados ao indivíduo ou à sociedade. 
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Constituição Federal – art. 225
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
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Responsabilidade
civil
Todo aquele que desenvolve uma atividade passível de gerar riscos para a saúde, para o meio ambiente ou para a incolumidade de terceiros, deverá responder pelo risco, não havendo necessidade de a vítima do dano ou dos legitimados para a propositura da ação civil pública provar culpa ou dolo do agente.
A CF não exige prova de negligência, imperícia ou imprudência.
Requisitos:
Dano
Agente causador
Nexo causalidade
Responsabilidade objetiva
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Responsabilidade administrativa
Espécies de sanções administrativas:
advertência;
Multa;
Apreensão dos animais, produtos, instrumentos, veículos... Utilizados na infração;
Destruição ou inutilizarão do produto;
Suspensão de venda e fabricação do produto;
Embargo de obra ou atividade;
Demolição de obra;
Suspensão de atividade
Restrição de direitos.
Decorrente do poder de polícia e resulta sanções administrativas
Principais normas: Lei 9.605/98, Decreto 6.514/08 e Lei 9.433/97.
Também é aplicada a responsabilidade objetiva.
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PNMA (lei 6.938/81)
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:      
  § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
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Responsabilidade penal
Possibilidade de responsabilização penal das pessoas jurídicas (art. 3° da Lei dos crimes ambientais):
        Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Aqui a responsabilidade é subjetiva, ou seja, depende da comprovação de culpa.
Tipos de penas às pessoas jurídicas:
multa;
Restritas de direitos;
Prestação de serviços à comunidade.
Princípio constitucional da prevenção
Instrumento de política criminal
Lei dos crimes ambientais (Lei 9.605/98)
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Espécies de pena
restritivas de direitos
Suspensão parcial ou total de atividades;
Interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
Proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
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Espécies de prestação de serviços à comunidade
Custeio de programas e de projetos ambientais;
Execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
Manutenção de espaços públicos;
Contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
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A Lei dos Crimes Ambientais e as penas às pessoas físicas
Privativa de liberdade;
Restritivas de direito;
Multa.
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Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. POLUIÇÃO SONORA. CASA NOTURNA. PROJETO DE ISOLAMENTO ACÚSTICO. DISPONIBILIZAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS. Há omissão no julgado. Não foi enfrentada a questão da legalidade da multa fixada para o caso de descumprimento da obrigação de não provocar ruído além do permitido. A astreinte deve, em consonância com as peculiaridades de cada caso, ser elevada o suficiente para inibir o devedor que intenciona descumprir a obrigação e sensibilizá-lo de que é muito mais vantajoso cumpri-la do que pagar a pena pecuniária. Sendo assim, verifica-se que, em razão da gravidade do dano ambiental que se quer evitar (ruído além do permitido), a multa prevista para o caso de descumprimento da obrigação é razoável e proporcional ao fim que almeja. Embargos acolhidos. (Embargos de Declaração Nº 70044107472, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Aurélio Heinz, Julgado em 10/08/2011)			
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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. DANO AMBIENTAL. UNIDADE DE PRESERVAÇÃO DE MADEIRA DE BARRETOS. CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DO LENÇOL FREÁTICO POR PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS EM TRATAMENTO DE MADEIRA DESTINADA À FABRICAÇÃO DE POSTES. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. A permanência dos efeitos do dano ambiental elide a prescrição, mesmo no caso de cessação da conduta lesiva, pois o dano da véspera é acrescido diuturnamente até a recuperação integral do ambiente. Hipótese em que, embora findada a atividade poluidora produzida pela usina de tratamento de madeira, os danos ao meio ambiente continuam
a ser perpetrados, pois não recuperada a área degradada, afastando, dessa forma, a prescrição da pretensão indenizatória da parte autora. APELAÇÃO PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70043925163, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Lessa Franz, Julgado em 28/07/2011)			
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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. QUEIMADA EM CAMPO NATIVO. RECUPERAÇÃO DA ÁREA DEVASTADA OU COMPENSAÇÃO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. Comprovada a ocorrência do dano ambiental, decorrente de queimada em campo nativo, surge a obrigação de reparação ou de compensação, bem definidas na sentença, especialmente por se tratar de responsabilidade objetiva. Observância de dispositivos constitucionais e infraconstitucionais que buscam a preservação do meio ambiente. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70043178524, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Almir Porto da Rocha Filho, Julgado em 13/07/2011)			
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Ementa: PENAL. CRIME AMBIENTAL. PESCA. ART. 34 DA LEI Nº 9.605/98. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. MÍNIMA OFENSIVIDADE AO BEM JURÍDICO TUTELADO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. EXCEPCIONALIDADE. 1. É cabível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes cometidos contra o meio ambiente, em situações excepcionais, quando evidenciada a ausência de ofensividade ao bem jurídico tutelado pela norma penal, a ausência de periculosidade social da ação, o grau ínfimo da reprovabilidade da conduta e a inexpressividade da lesão ao bem jurídico,. 2. Hipótese em que a sentença absolveu o réu pela atipicidade em face da ausência de dano, pois ele foi surpreendido no ato da pesca, antes da efetiva captura dos peixes, enquanto a rede ainda estava na água e os peixes vivos, assim como pela insignificância, pois só havia três peixes presos à rede, com peso total estimado em cerca de 200 gramas. 3. Caracterizada a insignificância do ato em razão do bem protegido, impõe-se a absolvição, forte no art. 386, III, do CPP. Precedentes do STF. Trf4 10Acórdão - 0000682-53.2008.404.7007
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Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONSTRUÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. LEGITIMIDADE PASSIVA. DANO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA. 1. A responsabilidade por dano ambiental é objetiva - sem que se indague acerda da existência de culpa - e solidária, sujeitando a todos os que, direta ou indiretamente, concorreram para a atividade degradatória do ambiente, à sua reparação 2. A demolição e a desocupação da área são medidas adequadas a estancar a agressão ao meio ambiente, mais precisamente à Área de Preservação Permanente (APP), espaço ecologicamente protegido e que não pode ser habitado. 3. Presentes os elementos caracterizadores da responsabilidade civil por dano ambiental, impõe-se a condenação dos réus à reparação do dano. 4. Mantida a sentença de procedência. 
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RESPONSABILIDADE CIVIL
Ementa: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. PROVA PERICIAL. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. 1. Aquele que cria ou assume o risco de danos ambientais tem o dever de reparar os danos causados e, em tal contexto, transfere-se a ele todo o encargo de provar que sua conduta não foi lesiva. 2. O princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus probatório, competindo a quem supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou ou que a substância lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva. 3. Nesse sentido e coerente com esse posicionamento, é direito subjetivo do suposto infrator a realização de perícia para comprovar a ineficácia lesiva de sua conduta, não sendo suficiente para torná-la prescindível informações obtidas de sítio da internet. 4. A prova pericial é necessária sempre que a prova do fato depender de conhecimento técnico, o que se revela aplicável na seara ambiental ante a complexidade do bioma e da eficácia lesiva decorrente do engenho humano. 
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Ementa: PENAL. CRIME AMBIENTAL. AGROTÓXICOS. MANTER EM DEPÓSITO. ART. 56 DA LEI Nº 9.605/98. CERCEAMENTO DE DEFESA. PROVA INQUISITORIAL. MATERIALIDADE, AUTORIA E DOLO. COMPROVADOS. A prova colhida na fase policial, quando corroborada em Juízo, sob o crivo do contraditório, é válida e serve à formação do convencimento para o julgamento da causa. Demostradas a materialidade, a autoria e o dolo, e ausentes causas excludentes de culpabilidade, impõe-se a condenação do acusado. 
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Ementa: PENAL. CRIME AMBIENTAL. LEI Nº 9.605/98, ART. 34, CAPUT, C/C ART. 36. RETIRADA ILEGAL DE SEMENTES DE MARISCOS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICÁVEL. MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADA. DOSIMETRIA DA PENA. REDUÇÃO. 1. Este Tribunal tem manifestado-se de forma contrária à aplicação do princípio da insignificância nas hipóteses de delitos contra o meio ambiente, ou seja, naquelas condutas descritas na Lei nº 9.605/98. 2. Materialidade comprovada com os documentos constantes nos autos e produzidos na fase investigatória, visto o réu ter sido preso em flagrante, ser revel, sem ter produzido provas de defesa e ter presunção de legitimidade os documentos apresentados pela autoridade fiscalizadora. 3. A condenação transitada em julgado não pode ser utilizada para aumento de pena em duas oportunidades na mesma dosimetria, o que configura o bis in idem, vedado em nosso ordenamento. 4. De acordo com a súmula 444 do STJ, "é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base". 5. Ação penal extinta pelo reconhecimento da prescrição não pode ser utilizada como reincidência para agravamento da pena.
Trf4 Acórdão - 2007.72.00.009234-5
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Ementa: PENAL. IMPORTAÇÃO E TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEL. CRIME AMBIENTAL. TIPICIDADE. ARTIGO 56 DA LEI 9.605/98. - "A conduta de trazer, para o território nacional, gasolina adquirida irregularmente no exterior, armazenando-a em tanque de combustível adulterado, configura, em tese, o crime previsto no artigo 56, da Lei dos Crimes Ambientais." (TRF4ª Região, RSE 0000073-39.2009.404.7103, 7ª Turma, Relator Tadaaqui Hirose, D.E. 31/03/2011). 
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