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2 Constitucional

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D I R E I T O C O N S T I T U C I O N A L
2 0 1 2
T E O R I A D A C O N S T I T U I Ç Ã O
 CONSTITUCIONALISMO
 Conceito
● A origem do constitucionalismo remonta à antiguidade clássica (povo hebreu), do qual partiram as 1ª manifestações desse movimento const. em busca de uma organização política fundada na limitação do poder absoluto (limites bíblicos) CESPE.
● Constitucionalismo ou movimentos constitucionais → teoria que ergue o princ. do governo limitado – indispensável à garantia dos dtos – técnica específica de limitação do poder c/ fins garantísticos (CESPE).
● Sistema normativo baseado na Constituição (jurídico), que representa limitação do poder (sociológico) → sociojurídico.
● O constitucionalismo garante aos cidadãos o exercício dos seus dtos, mesmo que tenha que limitar o poder do gov. (MPGO).
 Neoconstitucionalismo / Pós-positivismo (sec. XXI)
● Marcos históricos → as constituições do pós-guerra promoveram inovações por meio de incorporação explícita, em seus textos, de anseios políticos, como a redução de desigualdades sociais, e de valores como a promoção da dignidade humana e dos dtos fundamentais (CESPE) – “redemocratização e Estado Democrático de Dto” (Lenza).
● Não mais atrela o constitucionalismo à ideia de limitação do poder político, mas à busca pela eficácia da Const. (MPGO) – mudança de paradigma, de Estado Legislativo de Dto p/ Estado Const. de Dto, em que a Constituição passa a ocupar o centro de todo o ordenamento juríd. (CESPE) – Dtos fundamentais + princípios.
● Texto constitucional passa a ser mais efetivo → concretização dos dtos fundamentais - ferramenta p/ a implantação de um Estado Democrático Social de Dto.
● Reaproximação entre o Dto, a Ética, a Moral e a Justiça → empreende uma leitura moral do Dto (“moralidade crítica” MPF).
● Caracterizado pela:
- positivação e concretização de um catálogo de dtos fundamentais;
- onipresença de princípios e regras;
- intensa carga valorativa;
- inovações hermenêuticas;
- densificação da força normativa da Constituição (Konrad Hesse);
- desenvolvimento da justiça distributiva, baseada em critérios de igualdade e equidade.
● “Vontade constituição” (Hesse) → p/ que a const. seja respeitada, é indispensável que a sociedade e o Estado tenham uma pré-disposição p/ aceitá-la. A const. é um valor em si, que precisa ser protegida.
● Abertura constitucional → a const. tem um caráter eminente// principiológico e – portanto – os dtos podem possuir vários sentidos e aplicações.
● Justiça distributiva → permite a superação das desigualdades no mundo dos fatos, por meio de intervenção estatal que realoca bens e oportunidades existentes na sociedade em benefício de todos. O modelo constitucional pátrio incorporara diver-sos mecanismos institucionais p/ corrigir distorções resultantes da incidência mera// formal do princ. da igualdade. A aplicação desse preceito consiste em técnica de distribuição de justiça, c/ o objetivo de promover a inclusão social de grupos excluídos, especial// daqueles que, historica//, teriam sido compelidos a viver na periferia da sociedade (STF 2012 cotas raciais).
 CONSTITUIÇÃO
 Conceito
● Constituição é um conj. de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado (O - L - S - E - FA).
● Sociológico → Ferdinand Lassalle (Alemão) – constituição real é a soma dos fatores reais de poder que regem uma sociedade – constituição escrita é aquela que não reflete as forças sociais, sendo mera folha de papel – toda sociedade, por mais rudimentar que seja, possui uma constituição. 
● Político → Carl Schmitt (teórico do nazismo) – constituição refere-se apenas à decisão política fundamental (estrutura do Estado – dtos e garantias fundamentais – organização dos poderes) – teoria da construção escalonada do ordenamento juríd. – os demais dispositivos seriam leis constitucionais. Faz uma separação entre “constituição” e “texto constitucional” (tudo aquilo que está constitucionalizado, mesmo que não seja decisão política fundamental).
● Jurídico → Hans Kelsen – constituição pode ser entendida no sentido lógico-jurídico (norma hipotética fundamental) e no sentido jurídico-positivo (norma positiva suprema, fundamento de validade das demais). É a norma juríd. que serve de fundamento de validade p/ todos as outras normas.
● Aberta → Canotilho – relativiza a função material da constituição e justifica a desconstitucionalização de elementos substantivadores da ordem constitucional p/ que ela possa permanecer por mais tempo, evitando-se o risco de desmoronamento de sua força normativa.
- autoprimazia normativa → característica da norma constitucional, decorre do princ. da conformidade, segundo o qual nenhum poder político (leg./exec./jud.) pode ser praticado em desacordo c/ as normas e princ. constitucionais.
● Processo público → Peter Häberle – a verdadeira constituição será o resultado, sempre temporário e historica// condiciona-do, de um proc. de interpretação conduzido à luz da publicidade.
● Material → a const. é um arcabouço de normas que tratam da organização do poder, da forma de gov., distribuição da compet., dtos da pessoas humana, considerados os sociais e individuais, do exercício da autoridade, ou seja, trata da composição e do funcionamento da ordem política (MPGO).
● As teorias mais aceitas contemporanea// defendem um conceito de Constituição que não seja mera forma nem conteúdo estrita// dirigente (MPDFT).
 Classificação da Constituição
● Qto à origem: outorgadas // promulgadas // cesaristas (mistificada) // pactuadas.
● Qto à forma: escrita // legal (fragmentada em textos – art. 5, §3) // consuetudinária (não-escrita).
● Qto à extensão: sintéticas ou concisas // analíticas ou prolixas.
- do ponto de vista teórico, uma carta const. analítica, prolixa e casuística, que faça incorporação extensa de dto supra legal pode ensejar a ocorrência de contradições entre o dto positivo c/ os valores, diretrizes e/ou critérios que sustentaram a positivação destes, indicando a existência de normas const. originárias inconst. (MPGO).
OBS: não se admite controle concentrado ou difuso de constitucionalidade de normas produzidas pelo poder constituinte originário (STF).
● Qto ao conteúdo: materialmente constitucional // formalmente constitucional // mista (art. 5, §3 CR/88).
● Qto ao modo de elaboração: dogmáticas // históricas.
● Qto à alterabilidade: imutáveis // superrígidas // rígidas // semirrígidas // flexíveis.
● Qto à dogmática: ortodoxa (1 só ideologia) // eclética (ideologias conciliatórias).
● Qto ao sistema: principiológica (predominam os princ.) // preceitual (prevalecem regras) ESAF
● Qto à correspondência c/ a realidade (critério ontológico – essência // Karl Loewenstein) TJMG
- normativas → efetiva// dirige o proc. político. São aquelas em que o proc. de poder está de tal forma disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder subordinam-se às determinações do seu conteúdo e do seu controle procedimental – há correspondência c/ a realidade social (EUA);
- nominalistas → é juridica// válida, mas falta-lhe realidade existencial – não ordena decisões políticas fundamentais (CR/88). Contém disposições de limitação e controle de dominação política, s/ ressonância na sistemática de processo real de poder, e c/ insuficiente concretização constitucional;
- semânticas → simples instrumento de perpetuação dos titulares de fato no poder. São reflexos da realidade política, servindo de mero instrumento dos donos do poder e das elites políticas, s/ limitação do seu conteúdo. A interpretação depende do exame de seu conteúdo significativo, sob o ponto de vista sociológico, ideológico e metodológico, de forma a viabilizar maior aplicabilidade político-normativo-social de seu texto (CESPE). V.g. CR/37 e CR 67/69 (CESPE).
● CR/88 → rígida, codificada/escrita, promulgada, prolixa(MPMA).
 Papel das Constituições
● Constituição-Lei → constituição seria uma lei como outra qq, s/ supremacia e não vinculante, apenas estabelecendo diretrizes. Essa concepção não pode ser seguida qdo se trata de constituição rígida.
● Constituição-Fundamento (Constituição-Total) → constituição seria fundamento, não só, da organização política do Estado, como tb das relações sociais. Ela está presente em todos os setores, sendo o oposto da constituição-lei, cabendo ao legislador apenas concretizar a constituição. P/ muitos autores, a Constituição brasileira é uma constituição-total (JAS).
● Constituição-Moldura → a constituição seria apenas uma moldura, dentro da qual o legislador poderia atuar. Essa concepção é intermediária entre as duas anteriores. Essa teoria tem sido estudada como o oposto da teoria dos princípios.
● Constituição Expansiva (Raul Horta) → CR/88 – expansividade em função dos temas novos e da ampliação conferida a temas permanentes (v.g. dtos fundamentais).
● Constituição garantia (quadro / negativa) → princípios materiais estruturantes e liberdades negativas – tem o escopo de assegurar os dtos fundamentais das pessoas, haja vista que toda vez que se enuncia um dto, há limitação do poder. Tb é conhecida como negativa justa// pelo fato de impedir o poder arbitrário do Estado. Originou-se a partir da reação popular ao absolutismo monárquico. É denominada “quadro” pq há um quadro de dtos definidos e negativa pq se limita a declarar os dtos e, por conseguinte, o que não pode ser feito.
● Constituição dirigente (programáticas / doutrinal) → programas de ação a serem desenvolvidos pelos poderes públicos. Note-se que ela não atribui aos poderes públicos à função de dirigir os rumos do Estado, pois ela mesma faz isso.
● Constituição suave / ductível → alternativa à const dirigente – função seria fornecer os materiais de construção p/ o edifício concreto, cuja obra é resultante da combinação destes materiais pela política constitucional (Zagrebelsy).
 Elementos da Constituição (O - L - S - E - Fa)
● Orgânicos → regulam a estrutura do Estado e do Poder, fixando o sist. de compet. dos órgãos (Da Organização do Estado).
● Limitativos → limitam a atuação dos poderes estatais (Dos Dtos e Garantias Fundamentais).
● Socioideológicos → revelam o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado social, intervencionista (Dos Dtos Sociais) – V.g. princ. gerais da ativ. econômica, como o da propriedade priv. e sua função social (revela o compromisso de um Estado não mera// individualista e liberal – CESPE).
● Estabilização → destinam-se a assegurar a solução de conflitos const. (Defesa do Estado e das Instituições Democráticas).
	- as normas que versam sobre a intervenção federal nos Estados/DF, bem como dos Estados nos Municípios, incluem-se entre os chamados elementos de estabilização constitucional (CESPE).
● Formais de aplicabilidade → estabelecem regras de aplicação das constituições (Preâmbulo e ADCT).
 Preâmbulo
● Há três teses c/ relação à nat. do preâmbulo:
- Tese da Irrelevância Jurídica → não se situa na esfera do dto, mas no âmbito da política ou da história.
- Tese da Eficácia Idêntica à dos demais preceitos da Constituição → conj. de preceitos c/ força cogente e vinculante, embora apresentado de forma não articulada.
- Tese da Relevância Juríd. Específica ou Indireta → é parte integrante da const., mas não se confunde c/ os demais preceitos - não tem relevância juríd. ou força cogente – não é parâmetro p/ controle – apenas p/ diretriz hermenêutica.
● O preâmbulo ajuda a visualizar o espírito da constituição, pois nele estão os valores supremos que a constituição consagra (método científico-espiritual ou valorativo).
● Não existe referência expressa ao pacto federativo (TJMG).
 ADCT (TJRJ)
● São normas juríd., impessoais, abstratas, imperativas, incumbidas de erigir pautas de comportamento amplas, aplicáveis a situações certas, mutáveis, mas tb passageiras e até contingentes.
● As normas do ADCT possuem a mesma hierarquia das normas do texto permanente da Constituição (MPDFT).
● Considerando seu sentido normativo, possuem a mesma nat. das demais normas constitucionais, apenas podendo ser alteradas pelo procedimento especial previsto p/ as ECs. 
● Se uma regra juríd. do ADCT contiver enunciado conflitante c/ regra de qq dos Títulos técnicos da CR, deve-se interpretar a 1ª como norma especial c/ relação à última, a ser aplicada, como exceção que é, apenas nas situações expressa// previstas.
 HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
● Constituição de 1824
- forte centralismo político e administrativo (poder moderador).
- instituiu o poder moderador → delegado privativa// ao imperador, como chefe supremo da nação, o qual deveria velar pela manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos poderes.
- o poder mais se apartou da Const. formal, a qual teve baixo grau de eficácia e pouca presença de consciência dos dirigentes do país. V.g. não utilização da Const. como instrumento p/ a solucionar a questão da escravidão no Brasil (CESPE).
- atribuiu ao poder legislativo a função de interpretar as leis e velar pela guarda da constituição, não contemplando qq sistema assemelhado aos atuais de controle de constitucionalidade.
- superou as tensões entre o absolutismo e o liberalismo.
- permitia larga construção interpretativa.
- confirmou a independência política (não econômica) e consolidou a unidade nacional.
- religião oficial → católica (demais cultos eram permitidos em casa).
- constituição semirrígida.
● Constituição de 1891 
- Presidentes → Deodoro da Fonseca (Nov./1889 a Nov./1891) e Floriano Peixoto (Nov./1891 a Nov./1894).
- teve como relator Rui Barbosa → forte influência da const. americana de 1787.
- falta de sintonia c/ os fatores reais de poder (sentido sociológico – Lassale).
- ausência de clareza e intensidade nos ideais.
- adoção da democracia e da forma republicana (presidencialismo).
- existência dos poderes legislativo, executivo e Judiciário (dualidade da justiça: federal e estadual / criação do STF).
- reconheceu a compet. do STF p/ rever as sentenças das justiças dos estados, em última instância, qdo se questionasse a validade ou a aplicação de tratados e leis federais, bem como atos dos governos locais em face da constituição ou leis federais
- consolidou o amplo sist. de controle difuso de constitucionalidade.
- escolha do presidente da república e dos membros do poder legislativo por meio do sufrágio direto universal masculino.
- igreja separada do Estado (não há religião oficial – CESPE).
- divisão do território brasileiro em Estados – autonomia p/ os Estados-membros (CESPE).
- reforma do código penal, c/ a extinção da pena de morte (exceto em caso de guerra).
- bicameralismo federativo → câmara e senado.
- constituição rígida.
- previsão expressa do HC.
● Constituição de 1934 
- influência da const. de Weimar de 1919 → democracia social.
- não passou de uma constituição suposta// revolucionária (facismo).
- constitucionalização dos dtos sociais.
- criação da justiça eleitoral e da trabalhista (TJMG).
- sufrágio feminino e voto secreto (TJRJ).
- MS e ação popular.
- possibilidade de nacionalização de empresas estrang. e estabelecimento do monopólio estatal sobre determinadas indústrias.
- consagrou a compet. do SF p/ suspender a execução de qq lei ou ato declarados inconst. pelo Poder Jud. (Saber Dto – GM).
- introduziu peculiar meio de composição judicial de conflitos federativos, que condicionava a eficácia da lei interventiva, de iniciativa do SF, à declaração de sua constitucionalidade pelo STF → 1ª ideia de ação direta de const. (Saber Dto – GM).
- não havia religião oficial.
- bicameralismo desigual ou imperfeito → SF apenas auxilia a CD.
● Constituição de 1937
- Polaca (principal autor Francisco Sales) → inspirada naConst. da Polônia e nas ideias nazi-fascistas de Hitler e Mussolini.
- qto à produção normativa, o chefe do executivo poderia impedir decretos-leis sobre matérias da compet. legislativa da união, enquanto não se reunisse o parlamento nacional.
- controle de const. → o chefe do exec. poderia submeter nova// uma lei declarada inconst. ao exame do parlamento (2/3 mem-bros em cada casa), qdo fosse necessário ao bem-estar do povo, à promoção ou defesa do interesse nacional (Saber Dto - GM).
- reduziu a autonomia dos Estados-membros.
- criou a técnica do estado de emergência.
- restaurou a pena de morte (guerra, crimes políticos e homicídio fútil / perverso).
- vedou expressa// ao Judiciário conhecer das questões exclusiva// políticas.
- o MS perdeu a qualidade de garantia constitucional (não havia previsão).
- eleições indiretas p/ presidente → mandato de 6 anos.
- proibiu greve e lock-out (qdo os trabalhadores diminuem a eficiência do trabalho como alternativa à greve – impede que durante a greve uma minoria trabalhe ou grevistas intermitentes tb trabalhem).
- legislativo (aboliu o SF) → 2 Câmaras (CD → eleições indiretas // Conselho Fed → 10 membros nomeados pelo presidente)
● Constituição de 1946
- Presidentes → Jose Linhares (interino Out./1945 a Jan./1946) e Eurico Gaspar Dutra (Jan./1946 a Jan./1951).
- melhorou a distribuição das competências entre a União, Estados e Municípios.
- fixação das diretrizes gerais de ordem econômica e educacional.
- delineou os dtos políticos e sociais.
- enfraqueceu o executivo, deixando a mercê do legislativo → parlamentarismo.
- restabeleceu o bicameralismo igual.
- criação de óbices à intervenção do Estado no domínio econômico.
- adoção de um pluralismo partidário, s/ limitações ou cautelas, o que levou ao ressurgimento da “política estadual” e à criação de “partidos nacionais” de fachada.
- disciplinou a apreciação de recursos extraordinários.
- MS e ação popular foram reestabelecidos.
- vedou pena de morte (exceto guerra), banimento, confisco e perpétua.
- manteve a compet. do Senado p/ suspender a execução de lei declarada inconst. pelo STF.
- EC 16/65 deu ao controle concentrado de const. maior amplitude do que possuía até então, ao possibilitar a sua utilização tb em relação às normas fed., bem como ao extinguir a limitação que impedia sua utilização c/ fins outros que não a intervenção.
- é marco, no Brasil, da consagração explícita da resp. objetiva do Estado (TJDFT).
● Constituição de 1967
- Presidentes → Castelo Branco (Abr./1964 a Mar./1967) e Costa e Silva (Mar./1967 a Agos./1969).
- eleição indireta p/ a escolha do Presidente da República (mandato de 4 anos).
- aprovação de leis por decurso de prazo.
- prerrogativa atribuída ao presidente p/ expedir decretos-leis sobre segurança nacional e finanças públicas.
- permitia à União a concessão, mediante LC, de isenções de impostos federais, estaduais e municipais.
- suspensão das garantias dos magistrados.
- EC 1/69 previu, expressa//, o controle de const. de lei municipal, em face da CE, p/ fins de intervenção no Município.
- EC 1/69 constitucionalizou a utilização dos Atos Institucionais.
- milagre econômico (1968 a 1973).
P O D E R C O N S T I T U I N T E
 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO (inicial ou inaugural)
● A teoria do Poder Constituinte nasceu, na cultura européia, c/ Sieyes (França do século XVIII – MPDFT).
● Poder de elaborar a Constituição → instaura uma nova ordem jurídica – rompe c/ a ordem precedente.
● Trata-se de um poder de fato → exercido através de: (TJSP)
- revolução;
- assembleia constituinte.
● O poder constituinte (originário) material se expressa em movimentos de ruptura simbólica ou violenta em face dos poderes constituídos (MPDFT).
● Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas como v.g. as pressões econômicas, sociais e de grupos particulares, mas fundará sua legitimidade numa pauta advinda da ideia de dto da comunidade e de sua tradição cultural (DPSP).
● Esse poder pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização, o qual as normas da const. anterior, desde que compatíveis c/ a nova ordem constitucional, permanecem em vigor c/ status de norma infraconst. (CESPE).
● As heteroconstituições (constituições “dadas”) são exemplos de manifestações constituintes (orginárias) limitadas (MPDFT).
● Normas const. originárias possuem validade autorreferente não se submetendo ao controle de constitucionalidade (MPDFT).
 Características
● Soberano.
● Inicial → pois não há nenhum outro poder antes ou acima dele.
● Autônomo → pois cabe a ele escolher a ideia de dto a ser consagrada na constituição.
● Incondicionado → já que não se sujeita a nenhuma condição, nem formal nem material.
● Permanente (Sieyes) → pois não se esgota no seu exercício.
● Inalienável → pois o povo, como seu titular, não poderia transferi-lo.
● Ilimitado juridica// – ressalvas:
- corrente jusnaturalista → pode ser limitado metajuridica//;
- deve observar o princ. da justiça / suprapositivos (dtos humanos internacionais – ESAF / Lenza).
 Classificação
● Histórico → elabora a 1ª constituição de um determinado Estado (Const. Imperial de 1824).
● Revolucionário → elabora as demais constituições (revolução é toda ruptura c/ o ordenamento juríd. anterior).
 PODER CONSTITUINTE DERIVADO (instituído, secundário, constituído, de 2º grau)
● Caracterizado por ser limitado e condicionado pelas regras estabelecidas pelo poder constituinte originário.
● É um poder político, ao contrário do poder constituinte originário, que é um poder de fato.
● Sofre limitações de ordem circunstancial, material, processual e temporal, das quais podem ser implícitas (ESAF).
● A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma limitação material implícita (ESAF).
 Poder Constituinte Derivado Decorrente
● Poder conferido às Assembleias Legislativas p/ elaborarem suas Constituições Estaduais (art. 25 CR e art. 11 ADCT).
● Decorre da capacidade de auto-organização conferida pelo constituinte originário aos Estados-membros.
● É limitado pelos princ. constitucionais sensíveis, estabelecidos (expressos, implícitos e decorrentes) e extensíveis.
● Princ. constitucionais sensíveis (art. 34, VII, CR/88):
- forma republicana, sist. representativo e reg. democrático;
- dtos da pessoa humana;
- autonomia municipal;
- prestação de contas da adm. pública, direta e indireta;
- aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferên-cias, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
● Princ. constitucionais estabelecidos → limitam a autonomia organizatória do Estado.
● Princ. constitucionais extensíveis → estabelecem normas organizatórias p/ a União que se estendem aos Estados.
● No âmbito do DF tb se verifica a manifestação do poder constituinte derivado decorrente → por essa razão, ato local contestado em face de lei orgânica distrital enseja controle de constitucionalidade (Lenza / STF – Lewandowski) (CESPE ≠)
● A Lei Orgânica do DF tem força e autoridade equivalentes às das Constituições promulgadas pelos Estados (MPDFT).
● Nos Municípios, a doutrina entende que não há poder constituinte derivado, pois suas leis orgânicas devem observar tanto a CR/88 qto as CEs.
● Pelo critério jurídico formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantem-se adstrita à atuação dos Estados-membros p/ a elaboração de suas respectivas const., não se estendendo ao DF e aos Municípios, que se organizam mediante lei orgânica (CESPE).
 Poder Constituinte Derivado Reformador
● Reforma é a via ordinária de alteração da constituição → é veiculada através das ECs.
● As limitações ao poder reformador são de quatro espécies:
- temporal (nãoé aplicada ao poder reformador brasileiro por ausência de previsão);
- circunstancial → impede que a Const. seja emendada em determinadas circunstâncias (art. 60, §1, estado de sítio, estado de defesa, intervenção fed. – síncopes constitucionais, sist. constitucional de crise, legalidade extraordinária);
- formal (procedimentais, processuais ou implícitas) → podem ser subjetivas (sujeito / competência) ou objetivas (proc. de elaboração - art. 60, §§ 2°, 3° e 5°);
- material (cláusulas pétreas / cláusulas de garantia) → podem ser expressas (art. 60, §4) ou implícitas.
● Cláusula pétrea não significa intangibilidade literal do dispositivo → enseja apenas proteção do seu núcleo essencial - objetiva aumentar a estabilidade de certas opções do constituinte originário - contribui p/ continuidade da ordem constitucional.
● Apenas o poder constituinte originário pode instituir cláusulas pétreas → novo dto fundamental que venha a ser criado, não será considerado cláusula pétrea.
● Cláusulas pétreas implícitas → não estão previstas expressa// na Const. – V.g. art. 60 – não faria sentido o poder constituinte reformador poder alterar a norma que lhe impõe limites.
● Há quem negue a nat. de cláusula pétrea ao art. 60, sustentando a possibilidade de uma dupla revisão (MPGO).
 Poder Constituinte Derivado Revisor
● Poder de efetuar a revisão constitucional p/ adequar e atualizar a Const. às realidades sociais (art. 3 ADCT).
● Revisão é a via extraordinária de alteração da Const. → é feita de modo e c/ limitações diferentes.
● As limitações ao poder reformador são de 4 espécies:
- temporal → se submeteu a uma limitação temporal do transcurso de pelo menos 5 anos (art. 3 ADCT);
- circunstancial → art. 60, §1, estado de sítio, estado de defesa, intervenção fed.;
- formal → exige apenas maioria absoluta em sessão unicameral;
- material → cláusulas pétreas.
● Difere do poder constituinte derivado reformador apenas no que tange às limitações temporais e formais.
● Nada impede que a CR seja emendada p/ prever uma nova revisão → o que não pode é haver nova revisão c/ base no art. 3 ADCT em virtude da eficácia exaurida da norma.
 PODER CONSTITUINTE DIFUSO
● Poder de fato que se manifesta por meio das mutações constitucionais → modifica o contexto s/ alterar o texto.
● A modificação produzida pelo poder constituinte difuso se apresenta de modo informal e espontâneo, em virtude de fatores sociais, políticos e econômicos.
● Mudança do prisma histórico-social / fático-axiológico.
● Pode dar-se por interpretação ou por costume const.: (GEMPF)
- por interpretação → a interpretação dada à norma se altera devido à mudança da realidade fática subjacente ao texto (método normativo estruturante – Fiedrich Muller);
- por costume const. → comum aos países anglo-saxões (Common Law) – o costume, que é norma não escrita, altera-se, modificando a CR s/ alteração do texto. Deve ser preater legem ou secundum legem (ñ contra legem).
● Exemplo de costume const. no dto brasileiro → reconhecimento da possibilidade de o Chefe do Executivo negar aplicação à lei que considere inconst. (GEMPF).
● Deve respeitar: - princípios estruturantes;
		 - a moldura da norma (interpretação compatível).
 PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL
● Poder responsável pela elaboração de uma Const. que valerá p/ vários Estados integrantes de um determinado bloco – nasceu c/ a flexibilização da soberania de alguns países, como ocorrido na União Européia.
● Hierarquia → as Const. supranacionais estão no mesmo nível das Const. nacionais – ao mesmo tempo em que a const. supranacional tem como fundamento de validade a const. nacional, esta tb passa a se subordinar ao conteúdo daquela.
● A partir dessa tese, a pirâmide kelseniana passaria a ter a forma de um trapézio – CSN e CN lado a lado.
● Por retirar seu fundamento de validade das Const. nacionais, o poder constituinte supranacional é considerado um poder jurídico (oriundo de uma norma positivada nas constituições nacionais).
 PODER CONSTITUINTE FORMAL X PODER CONSTITUINTE MATERIAL
● Tanto o formal qto o material são limitados pelas estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais dominantes da socieda-de, bem como pelos valores ideológicos de que são portadores (CESPE).
● Material → poder de autoconformação do Estado segundo certa ideia de dto – tem por fim qualificar como const. determinadas matérias (CESPE).
● Formal → é o poder de decretação de normas c/ a forma e a força juríd. próprias das normas const. – atribui a essa escolha uma força const. (CESPE).
 DIREITO CONSTITUCIONAL INTERTEMPORAL
● Todas as normas incompatíveis material// c/ a nova Const. são revogadas por ausência de recepção.
● O fenômeno da recepção considera o conteúdo da norma e não a forma pela qual foi veiculada.
● STF não admite a inconst. superveniente → adota o princ. da contemporaneidade no controle de const. – inconst. é analisada pela incompatibilidade c/ Const. vigente na edição da norma.
● O paradigma utilizado p/ a declaração ou não de const. de uma norma é aquele em vigor na data em que a norma questionada é publicada, mesmo que seja outro o momento da produção de seus efeitos. A norma legal passa a existir no mundo juríd. a partir de sua publicação, sendo este o marco p/ aferição de sua const. (GEAGU).
● P/ que uma norma seja recepcionada, e continue válida por fundamento novo, ela deve estar de acordo (formal e material//) c/ a Const. contemporânea à época de sua edição → não há recepção de norma inconst.
● Uma lei que fere o proc. legislativo previsto na CR sob cuja vigência foi editada, mas que, até o advento da nova CR, nunca fora objeto de controle de const., não é considerada recebida por esta, mesmo que c/ ela guarde plena compatibilidade material e esteja de acordo c/ o novo proc. legislativo (ESAF).
● Modificação de compet. → GM afirma a possibilidade de prorrogar a vigência de norma federal, cuja compet. foi estadualizada ou municipalizada – princ. da continuidade do ordenamento juríd.
● Repristinação → retorno da vigência de norma revogada pela revogação da norma revogadora – é o fenômeno juríd. que ocorre qdo uma norma revogadora de outra anterior, que, por sua vez, tivesse revogado uma + antiga, recoloca esta última nova// em estado de produção de efeitos (TJMG) – Brasil adotou, como regra geral, a impossibilidade de repristinação, salvo se ela vier prevista expressa//.
 ≠ efeito repristinatório do controle de const. → norma revogada volta a ter eficácia pela inconst. da norma revogadora.
 RETROATIVIDADE DA NOVA NORMA CONSTITUCIONAL
● Retroatividade máxima ou restitutória → a lei nova retroage, atacando atos e fatos consumados (prejudica a coisa julgada).
● Retroatividade média → a lei nova atinge os efeitos pendentes de atos juríd. verificados antes dela – atinge prestações venci-das antes de sua vigência, mas ainda não adimplidas Vg lei q diminui a taxa de juros, aplicada aos já vencidos mas não pagos.
● É possível a retroatividade máxima e média da norma introduzida pelo constituinte originário desde que haja expressa previsão (V.g. art. 51 ADCT – “serão revistos pelo CN, através de Comissão mista, nos 3 anos a contar da data da promulga-ção da Const., todas as doações, vendas e concessões de terras púb. c/ área superior a 3 mil hec., realizadas no período de 1º de janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 1987) Lenza.
● Retroatividade mínima / temperada / mitigada → lei nova atinge os efeitos futuros do fato consumado antes de sua vigência V.g. prestações futuras de negócios firmados antes do advento da nova lei.
● O STF vem se posicionando no sentido de que as normas constitucionais têm retroatividade mínima (EC 35/01 deixou de exigir licença da Casa p/ processar parlamentares e foi aplicável a todos os casos que aguardavam manifestação).
● As CEs (poder constituinte derivado decorrente), demais dispositivos legais (infraconst.)e as ECs (poder constituinte derivado reformador) devem observar o princ. const. da irretroatividade / retroprojeção da lei (Lenza).
● Retroatividade autêntica → a norma possui eficácia ex tunc, gerando efeito sobre situações pretéritas, ou, apesar de possuir eficácia ex nunc, atinge situações, dtos ou relações juríd. estabelecidas no passado – vedada pela CR/88 (STF).
● Retroatividade inautêntica (ou retrospectividade) → norma juríd. atribui efeitos futuros a situações ou relações juríd. já exis-tentes. Exemplo clássico: modificações dos estatutos funcionais ou de regras de previdência dos servidores púb. (STF).
	- a aplicabilidade da LC 135/10 (“ficha limpa”) a proc. eleitoral posterior à respectiva data de publicação é uma hipótese clara e inequívoca de retroatividade inautêntica, ao estabelecer limitação prospectiva ao ius honorum (dto de concorrer a cargos eletivos) c/ base em fatos já ocorridos.
H E R M E N Ê U T I C A C O N S T I T U C I O N A L
 CAPACIDADE INSTITUCIONAL DO INTÉRPRETE CONSTITUCIONAL
● Busca condicionar a atuação jurisdicional, envolvendo a determinação de qual órgão está mais apto a produzir a melhor decisão em determinada matéria (GEMPF).
● Constituem o arcabouço técnico que qualifica o intérprete const. a aplicar a lei c/ a máxima fidelidade democrática.
● Discute-se a capacidade institucional do Jud. p/ examinar e decidir determinadas questões, p/ as quais os membros deste poder não seriam os mais bem informados e preparados, seja em razão da sobrecarga da função, seja pq se tratam de julgadores c/ a visão de microjustiça, s/ uma avaliação sistêmica da questão, seja pq não dispõe do conhecimento técnico ou sócio-cultural (GEMPF).
● A hermenêutica filosófica, base p/ entendimento da hermenêutica const., realça a influência das pré-compreensões do intérprete nos processos de atribuição de sentidos e significados às normas constitucionais (MPDFT).
● A generalidade, a abstração e a capacidade de expansão dos princ. const. permitem ao intérprete larga discricionariedade, que favorece o subjetivismo voluntarista dos sentimentos pessoais e das conveniências políticas na aplicação das normas const. (CESPE).
● Não existe relação hierárquica fixa entre os diversos critérios de interpretação da CR, pois todos os métodos conhecidos conduzem sempre a um resultado possível, nunca a um resultado que seja unica// correto. Essa pluralidade de métodos se converte em veículo de liberdade do juiz, mas essa liberdade é objetiva// vinculada, pois não pode o intérprete partir de resultados pré-concebidos e, na tentativa de legitimá-los, moldar a norma aos seus preconceitos, mediante a utilização de uma pseudoargumentação (CESPE).
● As teorias mais aceitas da argumentação juríd. qualificam o proc. de interpretação e aplicação do dto como um exercício de racionalidade prática sujeito a alguns constrangimentos institucionais específicos (MPF).
 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO JURÍDICA
● Lógico Dedutivo (escola da exegese): 
- parte de uma premissa maior (norma) p/ uma premissa menor (situação concreta), fazendo subsunção desta àquela (silogismo).
- não há ativ. criativa do julgador.
- é uma lógica formal, sendo vista como um instrumento da segurança juríd., na medida em que assegura a manutenção do sist. juríd. vigente, de modo estático.
- não considera o conteúdo, apenas a validade do argumento, ainda que destituído de veracidade.
● Lógica do Razoável (Recasens Siches): 
- a norma é, por nat., incompleta e pugna por uma interpretação fundada no princ. da razoabilidade, considerando todas as suas circunstâncias (sociais, políticas, históricas, econômicas, etc), s/ apartar-se dos parâmetros legais.
- função criadora do julgador que tem o poder discricionário de encontrar a solução que satisfaça o valor maior de todo o ordenamento jurídico, qual seja, a justiça.
- o operador deve considerar o conteúdo axiológico da norma, estimando e ponderando os valores presentes em toda a lei.
- a formulação dos fins não se fundamenta exclusiva// sobre as valorações, mas tb está condicionada pelas possibilidades da realidade concreta humana → as valorações são concretas.
- a lógica do razoável está orientada pelos ensinamentos da experiência da vida humana e da experiência histórica.
● Teoria da Argumentação (Chaim Perelman)
- argumentação como princ. da pesquisa filosófica a respeito da noção de justiça.
- as técnicas discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que são apresentadas retomam a noção de "acordo" (desprezada pelo pensamento positivista).
- o conceito de acordo desdobra-se no conceito de acordo prévio. Acordos prévios são determinadas proposições incontro-versas que já se encontram aceitas pelo auditório antes do início do discurso. É sobre estas proposições que o orador baseará seu discurso, procurando transferir a adesão do auditório em relação aos acordos prévios até a tese que apresenta.
- destaca a importância da interpretação daquilo que é dado, ou seja, daquilo que é unívoco e indiscutido: "uma mesma ação pode ser descrita como o fato de apertar um parafuso, montar um veículo, ganhar a vida, favorecer o fluxo das exportações". O simples fato de apresentar apenas uma das interpretações possíveis relega as outras ao desconhecimento do auditório, e não há interesse da parte do orador em separar aquilo que é dado daquilo que é interpretação.
- o aspecto positivo consistirá no estabelecimento de uma solidariedade entre teses que se procuram promover e as teses já admitidas pelo auditório: trata-se de argumentos de ligação. O aspecto negativo visará abalar ou romper a solidariedade constatada ou presumida entre as teses admitidas e as que se opõem às teses do orador: tratar-se-á da ruptura das ligações e dos argumentos de dissociação.
- argumentos “quase lógicos” são aqueles cuja estrutura lógica lembra os argumentos da lógica formal, mas que não possuem o mesmo rigor, ou seja, não têm valor conclusivo, já que é impossível extirpar da linguagem comum toda a ambiguidade nem remover do argumento a possibilidade de múltiplas interpretações.
- argumentos por dissociação são aqueles que, ao invés de proceder através da ligação e ruptura de associações anterior// estabelecidas, procuram solucionar uma incompatibilidade do discurso, reestabelecendo uma visão coerente da realidade.
- em seu Tratado da Argumentação Chaïm Perelman e Olbrechts-Tyteca diferenciariam os procedimentos argumentativos, c/ base nos objetivos do orador, afirmando que se o objetivo deste está em obter um resultado, persuadir é mais do que convencer, entretanto, se a preocupação do orador reside no caráter racional da adesão, convencer é mais que persuadir.
- o resultado buscado pelos idealizadores de tais parâmetros é a busca pelo caráter universal da argumentação, aproximando-se do aspecto racional.
● Círculo Hermenêutico (Gadamer)
- o proc. de interpretação se dá através de uma interação ontológico-dialética (representada em forma de espiral), entre a consciência histórica do intérprete e a abertura interpretativa permitida pelo objeto, a partir de seu mundo próprio. 
- o ser humano interpreta através de uma fusão de horizontes, ou seja, a compreensão verdadeira// se apresenta qdo há interação daquilo que se conhece e daquilo que se propõe a conhecer. Haverá, tb, interação circular entre passado e presente, desde que o horizonte do presente, estando em constante mutação, não pode assentar-se à margem do passado. 
- como consequência da fusão de horizontes, apresenta-se evidente a fusão de 3 características antes concebidas como distintas: compreensão, interpretação e aplicação. A interpretação nada mais é do que a forma explícita da compreensão. A aplicação integra o ato de compreender. Em resumo, compreende-se aplicando. 
- tal dedução é de extrema importância p/ a Hermenêutica Constitucional, na medida em que é base/fundamento de um de seus princ., o da concretização. MÉTODOS DE HERMENÊUTICA
● Jurídico ou hermenêutico clássico: 
– Constituição deve ser considerada como uma lei.
– utilizam-se os métodos tradicionais de hermenêutica (gramatical, histórico, lógico, sistemático, teleológico).
- o método histórico se converte em “método evolutivo” → uma vez entrando em vigor, a norma se desprende dos valores que fundamentaram a sua criação e se adapta às inovações e alterações da atualidade (Luis Roberto Barroso).
● Científico-espiritual (valorativo, integrativo ou sociológico – Rudolf Smend): 
– não se fixa na literalidade da norma.
– o espírito da const. deve se integrar c/ o espírito da sociedade → parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional (contidos no preâmbulo).
– Const. interpretada como algo dinâmico, que se renova constante//, conforme a modificação da sociedade (Const Expansiva)
– busca o espírito da Const., ou seja, os valores consagrados na Const.
– ideia de Const. como instrumento de integração em sentido amplo, não apenas do ponto de vista jurídico-formal, enqto norma-suporte e fundamento de validade do ordenamento, segundo o entendimento Kelseniano, v.g., mas tb em perspectiva política e sociológica, enqto instrumento de regulação (= absorção/superação) de conflitos e, por essa forma, de construção e de preservação da unidade social.
● Tópico-problemático (aporético - Theodor Vieweg e Josef Esser): 
– leva em conta o problema → parte-se de um problema concreto p/ a norma (interpretação dialógica).
– topoi → pontos de vistas diferentes.
– a Const. é um sist. aberto de regras e de princípios → fragmentário ou indeterminado, que dá preferência à discussão do problema em virtude da abertura textual das normas const. (CESPE).
– é um método total// antipositivista, que se baseia no topos (é argumentativo).
– crítica → pode gerar um casuísmo.
● Normativo-estruturante (concretista - Konrad Hesse, Friedrich Muller e Peter Härbele): 
– reconhece a inexistência de identidade entre a norma jurídica e o texto normativo.
– o texto da const. é apenas a ponta do iceberg normativo, já que o intérprete interpreta o âmbito normativo, e não o texto normativo.
– o texto normativo deve ser analisado à luz da concretização da norma jurídica em sua realidade social. A concretização normativa processa-se através de um trabalho sobre os dados linguísticos do texto normativo e sobre os dados fáticos, culminando na definição de um programa normativo, que expressa o modelo de ordenação e de um campo normativo, que traduz um segmento da realidade correlata.
– não se deve falar em interpretação, mas em concretização da norma, sendo a interpretação apenas uma das etapas da concretização, uma intervenção mais ativa e criadora.
– considera os elementos metodológicos, os teóricos, os dogmáticos e os de política constitucional, mas assim como as demais teorias concretistas, guarda ligação c/ as teorias da norma e da constituição.
● Hermenêutico-concretizador: (Konrad Hesse) 
– parte da Const. (pré-compreensão da norma) p/ o problema.
– só é possível aplicar uma norma se ela for interpretada. Ao mesmo tempo, só se interpreta uma norma qdo tiver de ser aplicada (círculo pequeno de intérpretes).
– interpretação e aplicação consistem em proc. unitário.
– princ. da força normativa → as normas juríd. e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma const. não tem existência autônoma em face da realidade. P/ ser aplicável a CR deve ser conexa à realidade juríd., social e política, não sendo apenas determinada pela realidade social (CESPE).
– a leitura de qq texto normativo, inclusive do texto Const., começa c/ a pré-compreensão do intérprete/aplicador, a quem compete concretizar a norma a partir de uma dada situação histórica (GEMPF).
– a interpretação está limitada pelo texto, sendo o intérprete o mediador entre este e a realidade subjacente. Há uma margem de criatividade, na medida em que se parte de uma pré-compreensão do texto, relacionadas a aspectos subjetivos do intérprete, p/ a extração concreta da norma constitucional (GEMPF).
– críticas → possível distorção que a pré-compreensão do intérprete pode ocasionar diante de uma visão particular do que está a sua volta, sua ideia de realidade pode não convergir p/ um senso comum (“senso contraposto” – John Rawls).
● Concretista da Constituição Aberta // Sociedade aberta de intérpretes (Peter Häberle) 
– a interpretação deve ser pluralista e democrática, voltada a todos os que vivem a norma.
– qto mais pluralista for a sociedade, mais abertos serão os critérios de interpretação.
– requer sólido consenso democrático, instituições fortes e cultura política avançada.
– abertura dos canais de participação democrática nas discussões travadas pelo Judiciário. V.g. possibilidade da entidade de classe de âmbito nacional poder ajuizar a ADI (Fux).
● Comparação constitucional: 
– interpretação implementa-se mediante comparação.
– estabelece uma comunicação entre as constituições.
 PRINCÍPIOS / POSTULADOS DE INTERPRETAÇÃO
● Unidade da constituição → harmonização de conflitos abstratos – no campo da validade – deve-se evitar as antinomias – conflito (MPPE / CESPE / TJMG).
● Concordância prática → harmonização de conflitos no caso concreto – no campo da importância (evita-se o sacrifício total de uns em relação aos outros) – colisão (Vunesp).
● Força normativa → intérpretes devem preferir pontos de vista que confiram maior eficácia e permanência às normas constitucionais (Hesse) Vunesp / TJMG.
● Máxima efetividade → eficiência – interpretação efetiva.
● Efeito integrador → intérpretes devem preferir pontos de vista que favoreçam a integração social e a unidade política (TJMG).
● Proporcionalidade / razoabilidade → consubstancia uma pauta de nat. axiológica que emana direta// das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, dto justo e valores afins (MPGO).
● Relatividade → convivência das liberdades públicas (não há dtos absolutos).
● Justeza ou conformidade funcional → o constituinte estabeleceu um sist. coerente de repartição de competências – o intérprete não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte (MPPE).
 INTERPRETAÇÃO CONFORME (CESPE)
● Diante de normas plurissignificativas (polissêmicas), deve-se preferir a interpretação que mais se aproxime da Constituição.
● Interpretação conforme pode ser: (GEMAF)
- princ. hermenêutico;
- técnica de decisão → impõe a improcedência da ADI (MPDFT).
● Subprincípios: 	 - prevalência da const.;
		 - preservação das normas juríd.;
		 - vedação da interpretação contra legem.
● Enquanto a interpretação conforme implica uma adição de sentido à lei, a declaração de nulidade parcial s/ redução de texto ocasiona uma abdução de sentido ao texto legal (GEMAF).
● Pressupõe uma Const. rígida – o intérprete não pode atuar como legislador positivo (TJPR).
● STF não diferencia a interpretação conforme da declaração de inconst. s/ redução de texto.
● Interpretação conforme → não há declaração de inconst. – há o afastamento de determinado sentido da norma, mas esta é const., desde que interpretada de determinada maneira.
● Declaração de inconst. s/ redução de texto → há um declaração de inconst.
● A interpretação conforme em decisão definitiva do STF produz eficácia contra todos e efeito vinculante aos Poderes Jud. e Exec. (esferas federal, estadual e municipal) – técnica alternativa de decisão no controle abstrato de const. (TJPR / TJSE).
 EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
● Todas as normas constitucionais possuem eficácia → algumas, jurídica e social (efetividade) – outras, só jurídica.
● Atuação prática da norma traduz efetividade, prevalecendo no mundo dos fatos os valores por ela tutelados, sendo que, sob o aspecto subj.,efetiva é a norma que concretiza o dto nela substanciado, garantindo gozo real do dto assegurado (MPGO).
● A eficácia jurídica é composta por:
- eficácia inibitória → impede o poder público de agir contra a norma constitucional;
- eficácia revogatória → a norma constitucional revoga as anteriores contrárias a si;
- eficácia interpretativa → a norma constitucional serve como paradigma de interpretação.
● Norma constitucional de proibição é sempre uma ordem autoaplicável, que independe da prática de ato adm. subsequente p/ exigibilidade, a menos que haja remissão expressa ao legislador (MPDFT).
● Eficácia = capacidade de atingir seus objetivos = potencialidade.
● Aplicabilidade = possibilidade de aplicação = realizabilidade.
 Normas supereficazes (eficácia absoluta)
● São intangíveis → contêm força paralisante total de qq legislação.
● Mesma aplicabilidade das de eficácia plena, mas não podem ser restringidas por lei ou por emenda → cláusulas pétreas.
 Eficácia plena
● Têm aplicabilidade direta, imediata e integral.
● Estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independente// de norma integrativa.
● Receberam do constituinte normatividade suficiente à sua incidência imediata.
 Eficácia contida (eficácia prospectiva – eficácia redutível – eficácia restringível)
● Têm aplicabilidade direta e imediata, mas não integral.
● Embora produza todos os seus efeitos, podem ter sua abrangência reduzida por norma const. ou infraconst. – enqto não materializado o fato de restrição, a norma tem eficácia plena.
 Eficácia limitada (eficácia relativa complementável)
● Têm aplicabilidade indireta, mediata e reduzida (TJMG).
● No momento de promulgação da Const., não têm o condão de produzir todos os seus efeitos → necessitam de norma infraconst. integrativa.
● Produzem efeitos jurídicos mínimos → inibitório, revogatório, interpretativo.
● Podem ser de princ. institutivo (ou organizativo) ou de princ. programático (MPDFT).
 Eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada (eficácia esvaída)
● Já extinguiram a produção de seus efeitos → são dissipadas, esgotadas, desvanecidas – V.g. ADCT.
C O N T R O L E D E C O N S T I T U C I O N A L I D A D E D A S L E I S
 ASPECTOS GERAIS
● O sist. judicial de controle de const. brasileiro até a introdução do controle concentrado, por modificação operada na CR/46, seguia o modelo norte-americano, sendo que, a partir daí, recepcionou a concepção “austríaco-kelseniana”, s/, contudo, abandonar a fiscalização judicial difusa (TJMG).
● O controle de constitucionalidade assegura a supremacia da Const., através da análise de compatibilidade da norma c/ a Const., tanto sob o ponto de vista formal, qto do material.
● Controlar a const. é aplicar o princ. da compatibilidade vertical, proporcionando a unidade e a harmonia ao sist. normativo.
● Além do controle de const., há o controle de convencionalidade, no qual se analisa a compatibilidade da norma infraconst. c/ tratados internacionais supralegais.
● Controle de convencionalidade refere-se ao controle de compatibilidade vertical, de nat. difusa, que o juiz realiza ao confrontar leis e outros atos normativos c/ os tratados internacionais sobre dtos humanos cujo proc. de assimilação à ordem juríd. interna não tenha observado os trâmites previstos p/ a aprovação das ECs. A necessidade deste controle resulta de entendimento prevalecente no âmbito do STF, no sentido de que tais tratados possuiriam caráter supralegal, ou seja, ostentariam uma hierarquia juríd. situada entre a CR e as leis ordinárias e LCs (Valerio Mazzuoli / GEMAF 09/10).
● O paradigma utilizado p/ a declaração ou não de const. de uma norma é aquele em vigor na data em que a norma questionada é publicada, mesmo que seja outro o momento da produção de seus efeitos. A norma legal passa a existir no mundo juríd. a partir de sua publicação, sendo este o marco p/ aferição de sua const. (GEAGU).
● Normas const. originárias possuem validade autorreferente não se submetendo ao controle de constitucionalidade (MPDFT).
● A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconst. da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos 8 Ministros, se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 6 Ministros (MPMG).
 Legitimidade ativa
● Há legitimados universais e especiais (legitimados especiais precisam demonstrar pertinência temática).
● Todos os legitimados possuem capacidade postulatória, exceto os partidos políticos, a confederação sindical e entidade de classe de âmbito nacional → estes 3 precisam ser representados por advogado.
● Presidente da República.
● Mesa do SF.
● Mesa da CD.
● Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF → pertinência temática.
● Governador de Estado ou do DF → pertinência temática.
● PGR.
● Conselho Federal da OAB.
● Partido político c/ representação no CN → precisa de advogado.
● Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional → pertinência temática / precisa de advogado (abertura dos canais de participação democrática nas discussões travadas pelo Jud. – sociedade aberta de intérpretes const. – Häberle) Fux.
● A perda superveniente de representação parlamentar não desqualifica o partido político como legitimado ativo p/ a propositura da ADI. Legitimidade ativa deve ser aferida no momento da sua propositura (STF pleno por maioria em 2004).
 Amicus curiae
● Visa democratizar, pluralizar o debate constitucional → está relacionado ao método concretista da constituição aberta.
● Nat. juríd. do amicus curiae → espécie de assistência qualificada – auxiliar do juízo (GM).
● Admissibilidade do amicus curiae cabe ao relator, até a inclusão em pauta do julgamento, em decisão irrecorrível* (482, §3).
● Não há o dto do amicus curiae de exigir a sua sustentação oral no julgamento de recursos repetitivos. O tratamento que se deve dar ao amicus curiae em relação à sustentação oral é o mesmo dos demais atos do proc.: o STJ tem a faculdade de convocá-lo ou não (STJ).
● Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos p/ que emita parecer sobre a questão, ou fixar data p/, em audiência púb., ouvir depoimentos de pessoas c/ experiência na matéria.
● Não lhe é permitido recorrer da decisão final.
- não cabe recurso interposto por 3º estranho à relação processual nos proc. objetivos de controle de const.. Exceção apenas p/ impugnar decisão de não admissibilidade do amicus curiae nos autos (STF / CESPE).
 Espécies de inconstitucionalidade
● Por ação ou omissão:
- ação → poder público edita um ato normativo incompatível c/ a CR;
- omissão → poder público deixa de praticar uma conduta determinada pela CR.
● Total ou parcial:
- total → inconst. recai sobre toda a norma impugnada;
- parcial → inconst. recai sobre parte da norma (palavras/expressões) – princ. da parcelaridade – teoria da divisibilidade da lei.
● Formal (orgânica, nomodinâmica) ou Material (nomoestática):
- formal: subjetiva (compet. → orgânica);
 objetiva (procedimento → propria// dita).
- material → contraste direto entre o conteúdo da norma impugnada e o parâmetro const.
- “Vício de decoro” → compra de votos enseja a mácula no proc. legislativo de ECs, caracterizando inconst. (Lenza / CESPE).
● Originária ou superveniente:
- originária → a lei é inconst. desde a sua origem;
- superveniente → a lei torna-se incompatível em virtude da mudança na interpretação do objeto ou do parâmetro.
– STF → a reforma na CR (alteração do parâmetro) não enseja inconst. superveniente, mas revogação – princ. da contemporaneidade.
● Direta (antecedente) ou Indireta:
- direta → qdo o objeto da inconst. é um ato normativoprimário;
- consequente (derivada ou por arrastamento ou por atração) → pode ser horizontal (acarreta inconst. de outro dispositivo dentro da mesma lei) ou vertical (acarreta a inconst. de outra norma) - essa técnica pode ser aplicada tanto em proc. distintos como no mesmo proc. (Lenza / Cespe). É exceção à regra de que o juiz deve ater-se aos limites fixados na exordial. É possível por ser o controle abstrato um proc. objetivo c/ causa de pedir aberta. 
- reflexa (oblíqua) → caracteriza-se qdo a incompatibilidade do ato normativo c/ a CR não se dá de forma direta, mas sim por violação à norma infraconst. a cuja observância tal ato normativo esteja vinculado pela CR. Não se trata de vício de inconst. que possa ser objeto de controle concentrado, impondo-se o controle de legalidade pe-la via difusa V.g. declaração de inconst. de um dec. que regulamente uma lei inconst. (não é admitida) TJRJ.
 Formas de controle de constitucionalidade
● Preventivo ou repressivo (supressivo):
- preventivo → até o veto/sanção:
- PL → CCJ;
- PE → veto jurídico;
- PJ → MS de parlamentar (controle jurisdicional prévio / preventivo sobre projeto de lei ainda em trâmite somente pode ocorrer de modo incidental via MS – art. 60, §4 CR “não será objeto de deliberação” – CESPE).
- repressivo → após a vigência da norma:
- PL → art. 49, V (CN, no caso das leis delegadas e dec. regulamentares, pode sustar a parte da lei que exorbitar os limites da delegação dada ou da regulamentação) // S. 347 STF (TC realiza controle incidental das normas qdo do exercício de suas atribuições – não irá declarar a inconst. da norma, mas tão somente deixar de aplicá-la diante do caso concreto – TJDFT) // Controle de urgência da Medida Provisória pelo CN (ADI 295);
- PE → negativa de cumprimento à norma (ADI 221) - deve motivar o ato, sob pena de incidir em crime de resp. ou infração disciplinar (TJDFT) – GM entende que após a CR/88 o chefe do exec. não pode deixar de cumprir, haja vista que ele é legitimado p/ ADI – Lenza diz essa corrente não prevalece pq o prefeito não tem legitimidade.
● Concreto ou abstrato:
- concreto (subjetivo) → partir da existência de um caso concreto – visa assegurar um dto subjetivo suposta// violado – a argui-ção de inconst. é questão prejudicial e gera um procedimento incidenter tantum (TJMG);
- abstrato (objetivo) → lei em tese – visa assegurar a supremacia da CR – introduzido no Brasil pela EC 16/65, que alterou a CR/46 (TJMG). Não há falar em impedimento exógeno do Ministro do STF (fora do proc.), haja vista que não há interesse das partes envolvido na causa – pode-se falar em impedimento endógeno (v.g. o ministro atuou no proc. noutro polo).
● Difuso (aberto), concentrado (fechado) ou misto:
- difuso → pode ser exercido por qq juiz ou tribunal – modelo estadunidense;
	- lei em período de vacatio legis não é passível de controle difuso, pq a mesma não tem capac de produzir efeitos.
- concentrado → reservado a alguns órgãos como o STF (ADI, ADC e ADPF) e o TJ (art. 125, §2) – sist. austríaco/europeu;
	- uma lei promulgada, mas em período de vacatio legis, somente não produz efeitos, mas já é um ato normativo em tese, dotado de abstração, normatividade e generalidade, e pode ser objeto do controle concentrado.
	- ex. de controle concentrado incidental → compet. originária do STF p/ julgar HC qdo os pacientes são determina-das pessoas; MS e HD contra atos do Pres. da Repúb., das mesas da CD e do SF, do TC, PGR e do próprio STF.
- misto → controle tanto difuso, qto concentrado (Brasil).
OBS: C/ a técnica de remissão normativa, o Estado-membro confere parametricidade às normas, que, embora constantes da CR, passam a compor, formal//, em razão da expressa referência a elas feita, o corpus const. dessa unidade política da Federação, o que torna possível erigir-se, como parâmetro de confronto, p/ os fins a que se refere o art. 125, §2 CR (representação de inconst. em face da CE), a própria norma const. estadual de conteúdo remissivo (STF).
- parametricidade → atributo que permite outorgar à cláusula constitucional, a qualidade de paradigma de controle.
OBS: não se admite controle concentrado ou difuso de const. de normas produzidas pelo poder constituinte originário (STF).
 Sistemas de Controle de Constitucionalidade
● Sistema político → controle exercido por órgão legislativo ou órgão criado especifica// p/ o controle – França.
● Sistema jurisdicional → controle exercido somente pelo poder judiciário – EUA e Brasil.
● Sistema misto → há tanto o controle jurisdicional qto o controle político dentro de um mesmo país – Suíça (leis locais são submetidas ao poder judiciário, e leis federais são submetidas à assembleia nacional).
 Cláusula de Reserva de Plenário (art. 97 – Full Bench – SV 10)
● Trib. somente pode declarar inconst. pela maioria absoluta do pleno ou órgão especial – há uma repartição funcional de compet. – não se aplica a juízes, turma recursal (MPDFT) e ao próprio STF (MPF).
● GM entende que a cláusula de reserva de plenário tb precisa ser observada na interpretação conforme e na declaração de nulidade s/ redução de texto – STF entende desnecessária.
● Inobservância da cláusula de reserva de plenário gera uma nulidade absoluta da decisão.
● Exceções → se já houver manifestação do STF ou do próprio Tribunal acerca do assunto (art. 481 §ú CPC).
 Efeitos da declaração de inconstitucionalidade
● Qto ao aspecto temporal:
- efeito ex tunc / retroativo → é a regra geral, pois a lei é inconst. desde a sua criação;
- efeito ex nunc / não retroativo → exceção – superação prospectiva limitada;
- efeito pro futuro (prospectivo) → exceção – superação prospectiva ilimitada – s/ declaração imediata de nulidade;
- inconst. progressiva / em trânsito / gradativa → norma ainda constitucional – situação intermediária entre a const. plena e a inconst. absoluta, na qual circunstâncias fáticas justificam a manutenção temporária da norma.
- o STF declarando a inconst. de lei em ADI, começa a produzir todos os seus efeitos desde a data da publicação da ata da sessão de julgamento (ESAF).
● Qto à extensão dos efeitos:
- inter partes → típico do controle difuso – inconst. atinge apenas aqueles que fizeram parte da demanda;
- erga omnes → típico do controle concentrado - se refere apenas ao dispositivo da decisão e recai sobre demais particulares;
- vinculante → típico do controle concentrado – se refere tanto ao dispositivo, qto aos motivos determinantes (ratio decidendi), atinge tb as normas paralelas (normas de outros entes da federação que não fizeram parte daquele proc.) – recai sobre particulares e órgãos públicos.
- efeito transcendente dos motivos determinantes → vinculação dos motivos determinantes da decisão, p/ assegurar a força normativa da constituição (Hesse) – dimensão política da decisão (STF como interprete máximo) – STF entendeu que não cabe esse efeito (reclamação 3014 - por maioria).
- a eficácia erga omnes e o efeito vinculante não são estendidos a todos os órgãos do Jud., haja vista que o próprio STF pode rever seus entendimentos (CESPE).
- decisões do STF não são vinculantes em relação ao Poder Leg., sob pena de haver a fossilização do ordenamento (Lenza).
● Stare decisis (et quieta non movere) → importância dos precedentes judiciais:
– horizontal → dentro do mesmo tribunal (cláusula de reserva de plenário);
– vertical → tribunal superior vincula tribunal inferior (binding effect – efeito vinculante do controle concentrado).
● Distinguishing → precedente judicial é afastado em razão das circunstâncias fáticas do caso concreto.
● Overruling → precedente é abandonado / superado.
 Suspensão da execução da lei pelo Senado (art. 52, X, CR)
● Refere-se apenas ao controle difuso, pois no controle concentrado a decisão já possui efeitos erga omnes.
● Prevalece que a suspensão é ato discricionário do SF, posicionamento seguido tanto peloSTF qto pelo SF.
● Se o STF declara toda a lei inconst., o SF teria que suspender a execução de toda a lei – ausência de discricionariedade qto à extensão da declaração.
● É possível que o SF suspenda a execução tanto de normas federais, como estaduais ou municipais, pois estaria atuando como um órgão nacional, e não federal.
● GM / Inocêncio Coelho / Paulo Branco → defendem que a decisão no controle difuso tb é dotada de efeitos erga omnes (abstrativização do proc. subj.) sendo a manifestação do SF um meio de conferir publicidade à decisão do Jud.
 Objetivação do processo subjetivo (abstrativização do processo subjetivo ou verticalização do controle concreto)
● Pretende conferir efeitos do controle abstrato ao controle concreto.
● Tendência confirmada pela exigência de repercussão geral no RE e c/ a súmula vinculante (EC 45/04).
● Tornaria s/ efeito a suspensão de execução da lei pelo SF, que apenas daria publicidade à decisão do STF.
● Se se entender que a lei inconst. é nula ab initio, deve-se defender que o ato do SF destina-se apenas a conferir publicidade à decisão do STF, uma vez que sendo o ato nulo, não pode haver suspensão de sua execução.
● Sistemática que acarretaria maior sentimento de segurança da população no Jud. → evita decisões conflitantes p/ situações semelhantes.
● A questão foi discutida pelo STF ao tratar da progressão de regime nos crimes hediondos → não se concluiu pelo efeito erga omnes da decisão, tanto que foi editada súmula p/ gerar tal efeito, assim como o efeito vinculante.
● A decisão do STF no RE produzirá os mesmos efeitos da ADI, ou seja, por regra, erga omnes, ex tunc e vinculante (CESPE).
● O julgamento de RE interposto contra decisão do TJ em ADI produz eficácia erga omnes (MPDFT).
 ATALHAMENTO CONSTITUCIONAL (Lenza)
● É vedado qq artifício que vise abrandar/dificultar a produção dos efeitos dos princ. const. (v.g. anualidade do proc. eleitoral).
 ESTADO CONSTITUCIONAL COOPERATIVO (Häberle / GM / Inocêncio Coelho / Paulo Branco)
● O Estado serve como referência p/ os demais que fazem parte da comunidade.
● Constitucionalismo intern. valoriza normas intern. que protegem os dtos humanos (v.g. Pacto S.J.C.R. – norma supralegal).
● Transconstitucionalismo (Marcelo Neves) → é o entrelaçamento de ordens juríd. diversas, tanto estatais como transnacio-nais, internacionais e supranacionais, em torno dos mesmos problemas de nat. const. (GEMPF).
 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC – Lei 9.868/99)
● Parâmetro: - normas formal// constitucionais;
 - princ. implícitos;
 - tratados intern. de dtos humanos (art. 5, §3).
● Objeto sob aspecto temporal → leis ou atos normativos posteriores a 17.03.93 (data de entrada em vigor da EC 03/93).
● Objeto sob aspecto espacial → lei ou ato normativo da esfera federal (caráter dúplice da representação).
● Considerando o caráter dúplice ou ambivalente das ações de const., torna-se legitimo concluir que, independente// de qq autorização expressa, estão os Estados-membros legitimados a instituir a ADC qto a normas estaduais.
● A presunção de constitucionalidade das leis só se torna absoluta c/ a declaração de constitucionalidade → há quem afirme que, como o STF não fica vinculado, não se pode dizer que a presunção é absoluta.
● Necessária controvérsia judicial ou dúvida relevante acerca da constitucionalidade do ato impugnado (requisito essencial).
	- não é possível a propositura de ADC no dia seguinte da sua promulgação, uma vez que não haverá controvérsia jud.
● Cautelar suspende o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou ato questionado por até 180 dias → concedida pela maioria absoluta do STF – a partir do momento em que é concedida, tem efeito erga omnes e vinculante.
- concedida a medida cautelar, o STF fará publicar em seção especial do DOU a parte dispositiva da decisão, no prazo de 10d, devendo o Trib. proceder ao julgamento da ação no prazo de 180d, sob pena de perda de sua eficácia.
 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI – Lei 9.868/99)
● Parâmetro: - normas formal// constitucionais;
 - princ. implícitos;
 - tratados intern. de dtos humanos (art. 5, §3).
● É possível, como pedido sucessivo, o reconhecimento da ilegitimidade constitucional de norma revogada, em ADI (MPDFT).
- a declaração de inconst. in abstracto, considerado o efeito repristinatório que lhe é inerente, importa em restauração das normas estatais revogadas pelo diploma objeto do proc. de controle normativo abstrato. A decisão do STF que declara, em sede de fiscalização abstrata, a inconst. de determinado diploma normativo tem o condão de provocar a repristinação dos atos estatais anteriores que foram revogados pela lei proclamada inconst. Necessidade, em tal hipótese, de impugnação de todo o complexo normativo. Correta formulação de pedidos sucessivos de declaração de inconst. tanto do diploma ab-rogatório qto das normas por ele revogadas, pq tb eivadas do vício da ilegitimidade const. Reconhecimento da inconst. desses diplomas legislativos, não obstante já revogados (STF pleno 2006).
● O STF, no julgamento da ADI, não está condicionado à causa petendi, mas ao pedido do autor, não se vinculando a qq tese juríd. apresentada – pode decretar a inconst. por fundamento diverso (STF / Lenza).
● Objeto sob aspecto temporal → só podem ser objeto de ADI leis ou atos normativos posteriores a 05.10.1988 (MPMG).
● Objeto sob aspecto espacial → lei ou ato normativo das esferas federal e estadual, inclusive os do DF que tratarem de compet. do Estado.
● Pode ser objeto de ADI: 
- PEC antes mesmo de sua promulgação;
- leis orçamentárias (vinculação mínima das normas orçamentárias, capaz de impor um dever prima facie de acatamento, ressalvada a motivação adm. que justifique o descumprimento c/ amparo na razoabilidade – STF);
- parecer normativo da Consultoria-Geral da Rep., aprovado pelo Presidente da Rep (tem caráter normativo – STF);
- tratado internacional após sua promulgação pelo Presidente da Rep. (CESPE);
- preceitos oriundos da ativ. adm. dos Tribunais, desde que presente, de forma inequívoca, o caráter normativo e autônomo do ato impugnado (STF / Lenza).
● Não se mostra cabível o controle em sede de ADI da eventual incompatibilidade entre as disposições da LDO e o conteúdo do PPA. Tal argumentação extravasa os limites do parâmetro estrita// const. de validade das leis, único apto a amparar a atuação concentrada deste STF, sendo por isso mesmo matéria mais adequada a ser ventilada no domínio político (STF).
● Tendo em vista o fato de a súmula não ser caracterizada pela generalidade e abstração, diferente// do que acontece c/ as leis, não se pode aceitar a técnica do controle de const. de súmula, mesmo no caso de vinculante (MPSP).
● S. 642 STF → não cabe ADI de lei do DF derivada da sua compet. legislativa municipal.
● A revogação do ato normativo impugnado por outro superveniente prejudica a análise da ação direta (STF pacífico).
● Ausência de óbice processual ao julgamento da ADI pq a lei de conversão não convalida os vícios existentes na MP (STF).
● AGU → exerce função específica de defensor legis – é “obrigada” a defender a constitucionalidade do ato – exceções:
- se já houver tese do STF pela inconst. do ato;
- qdo o interesse do autor da ADI coincide c/ o interesse da União, pois seria necessário fazer uma interpretação sistemática da CR (STF);
- qdo o objeto da ADI estiver em conflito c/ as atribuições constitucionais do AGU (ADI 4309).
● Cautelar suspende a vigência da norma impugnada → concedida pela maioria absoluta do STF – em caso de excepcional urgência, pode ser concedida s/ a audiência dos órgãos dos quais emanou o ato – torna aplicável legislação anterior revogada pela norma impugnada (efeito repristinatório automático).
 - indeferimento da cautelar não significa a confirmaçãoda constitucionalidade da lei c/ efeito vinculante (STF / CESPE).
● Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado p/ a ordem social e a seg. juríd., poderá, após a prestação das informações, no prazo de 10 dias, e a manifestação do AGU e do PGR, sucessiva//, no prazo de 5 dias, submeter o proc. direta// ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitiva// a ação.
● É cabível a oposição de embargos de declaração p/ fins de modulação dos efeitos de decisão proferida em ADI, ficando o seu acolhimento condicionado à existência de pedido formulado nesse sentido na petição inicial (STF).
● Declaração de inconst. de caráter limitativo ou restritivo → modulação dos efeitos da ADI.
● Reputa-se ofensivo à autoridade de sentença de mérito proferida em ADI, c/ efeito ex tunc, o acórdão que, julgando improcedente ação rescisória, adota entendimento contrário, ainda que na vigência e nos termos de liminar concedida na mesma ADI (STF).
 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI ESTADUAL OU MUNICIPAL EM FACE DE CONST. ESTADUAL
● Sist. concentrado → TJ (art. 125, §2) – sist. austríaco/europeu.
● Nas ADIs de lei estadual ou municipal em face da CE, a decisão final do TJ só estará sujeita à apreciação do STF, via RE, se o preceito da CE violado for daqueles de repetição obrigatória, decorrente da CR/88 (MPRJ).
● Trata-se de controle difuso (dar solução a um determinado caso concreto). Tal decisão possui efeitos inter partes e não erga omnes. Portanto, sendo esta a única forma do TJ local analisar a const. de Lei Federal (TJRJ).
● O julgamento de RE interposto contra decisão do TJ em ADI produz eficácia erga omnes (MPDFT).
● Legitimados → a CR/88 não especificou, apenas proibiu a atribuição p/ agir a um único órgão.
	- a CERJ autoriza que deputado estadual proponha → STF declarou const.
	- Lenza entende que a CE pode prever a legitimação tb a PGE, DPG, iniciativa popular, etc.
 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF – Lei 9.882/99)
● Art 102 §1 CR/88 → prevê a ADPF. Trata-se de norma de eficácia limitada, tendo a Lei 9882/99 dado a eficácia plena (MPDF)
● Parâmetro → preceitos fundamentais: 
- dtos e garantias individuais;
- cláusulas pétreas;
- princ. sensíveis (art. 34, VII);
- princ. fundamentais da República (GEAGU);
- princ. gerais da ativ. econômica (art. 170 CR – Lenza).
● Objeto sob aspecto temporal → não possui limite temporal – o objeto pode ser anterior ou posterior à CR/88.
● Objeto sob aspecto espacial → não possui limite espacial – ato das esferas federal, estadual e municipal.
● Visa evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, que pode decorrer de lei, ato normativo ou interpretação judicial.
● Decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativa// aos demais órgãos do Poder Púb. (TJSP – STF).
● Legitimidade ativa → mesma da ADI.
● Particular não é legitimado → interessado na ADPF incidental apenas pode representar ao PGR pelo seu ajuizamento.
● Sujeito passivo é a autoridade responsável pela prática do ato.
● Possui caráter subsidiário → só é admitida se não existir outro meio eficaz (e não em potencial) p/ sanar a lesividade – subsidiariedade considerando os demais proc. objetivos já consolidados no sist. constitucional (ADI e ADC).
● Não é a simples existência de um meio outro que afasta a utilização da ADPF, pq ela, como proc. objetivo, visa sanar – de uma vez por todas – a lesão causada pelo Poder Púb. Assim, a existência de mecanismos eventuais de proteção de caráter individual não ilide a utilização da ADPF (STF).
● Tendo em vista o caráter subsidiário (art. 4, §1 Lei 9.882/99), é possível conhecer como ADI, a ADPF ajuizada (STF / Lenza).
● Pode ser autônoma (abstrata) ou incidental (concreta):
- ADPF autônoma → lesão ao preceito fundamental deriva de ato do poder púb. (adm. / normativo / judicial - CESPE);
- ADPF incidental → lesão ao preceito fundamental deriva de controvérsia const. relevante sobre lei ou ato normativo.
● Tratando-se de objeto pré-constitucional, Tribunal deve se limitar a reconhecer a recepção ou revogação da lei ou ato.
● Cautelar pode ensejar tanto a suspensão direta do ato impugnado, qto a suspensão do andamento de proc. ou dos efeitos de decisões judiciais que guardem relação c/ a matéria discutida na ADPF.
– é concedida pela maioria absoluta do STF.
– em caso de extrema urgência ou recesso, a liminar poderá ser concedida pelo relator ad referendum do Tribunal.
– não é obrigatória a oitiva da autoridade responsável pela edição do ato.
● Não cabe ADPF:
	- impugnação de súmula comum dos Tribunais;
	- veto Presidencial (pois tem nat. política)
	- impugnação a proposta de EC.
 ADI POR OMISSÃO (ADIO – Lei 9.868/99)
● Parâmetro → normas constitucionais de eficácia limitada de princ. institutivo impositiva e de princ. programático.
● Instrumento de controle abstrato de inconst. → pretensão deduzida através de proc. constitucional objetivo.
● Não se justifica a demora na apreciação de projetos já propostos (inertia deliberandi), passível de se caracterizar uma desautorizada “conduta manifesta// negligente ou desidiosa das Casas Legislativas” (STF pleno em 2007 / GM).
● A compet. é do STF, inclusive no que tange à omissão de órgãos legislativos estaduais em face da CR.
● Legitimidade p/ a propositura → mesma da ADI.
● A oitiva do AGU é facultativa.
● Uma vez proposta a ADIo, todos os demais legitimados podem manifestar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de doc. reputados úteis p/ o exame da matéria, no prazo das informações, bem como apresentar memoriais (CESPE).
● Geral//, no caso de omissão parcial, utiliza-se a técnica de sentença normativa aditiva p/ estender os efeitos aos não atingidos pela norma eivada de inconst. parcial.
● Cabe ADIo qto ao cumprimento de dever de legislar ou qto à adoção de providência de índole adm.
● Cautelar → excepcional urgência e relevância da matéria – maioria absoluta do STF – necessária audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconst. – cabível p/ suspender aplicação da lei ou ato normativo questionado ou processos judiciais ou de procedimentos adm. (art. 12-F Lei 9.868/99 c/c Lei 12.063/10).
● Sentença que reconhece a inconst. por omissão é declaratória qto a esse reconhecimento, mas não é mera// declaratória, pq dela decorre ulterior efeito de nat. mandamental no sentido de exigir do Poder competente a adoção das providências necessárias ao suprimento da omissão (MPGO).
● Declarada a inconst. por omissão de medida p/ tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente p/ a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão adm., p/ fazê-lo em 30 dias (MPRJ).
 
 MANDADO DE INJUNÇÃO
● Parâmetro → normas referentes dtos e liberdades individuais e prerrogativas inerentes à nacionalidade - soberania - cidadania – p/ o STF não precisa ser norma de dto fundamental, pode ser qq norma de eficácia limitada.
● Instrumento de controle concreto de inconst. → pretensão deduzida através de proc. constitucional subjetivo.
● MI é um proc. de controle difuso limitado → a compet. é apenas dos seguintes órgãos: 
- STF → regulamentação depender do Presidente, CN, CD, SF, Mesas da CD e SF, TCU, Trib. Superiores e STF;
- STJ → regulamentação depender de entidade / autoridade fed. (excetuada a compet. STF, TRE, TSE e TSM, TRT); 
- CE tb pode trazer previsão de compet. do TJ.
● MI contra o Banco Central → compete ao STJ.
● STF (por maioria) tem admitido a impetração de MI coletivo, cuja legitimidade é idêntica à do MS coletivo (por analogia).
● STF não admite liminar no MI.
● Tradicional//, o STF concedia ao MI os mesmos efeitos da ADIo → recente//, mudou o posicionamento e passou a suprir a omissão no MI (efeito concretista geral) – mas ainda continua entendendo que não cabe

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