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Aula 06 (1)

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Ética na Saúde
Profª. Beatriz Acampora
Aula 6 – Ética e eutanásia
Ética e eutanásia
O que é eutanásia?
Eutanásia consiste na conduta de abreviar a vida de um paciente em estado terminal ou que esteja sujeito a dores e intoleráveis sofrimentos físicos ou psíquicos.
(www.significados.com.br)
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Ética e eutanásia
Uma série de questões éticas e morais afloram no contexto da terminalidade da vida:
direitos do paciente em relação à verdade sobre suas reais condições; 
objetivos da atuação médica; 
paradoxos entre a consciência e a legalidade. 
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Ética e eutanásia
Pode, ou deve, o médico ajudar um paciente que sofre de modo irreversível, a morrer? 
A eutanásia pode ser considerada uma ação médica ética?
Vídeo sobre médica que foi acusada de eutanásia
https://www.youtube.com/watch?v=KZsVocIpbZY
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Ética e eutanásia
A palavra “eutanásia” tem origem grega e representa, literalmente, “boa morte”. 
É comumente entendida como a prática pela qual o médico abrevia a vida de um paciente incurável. 
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Ética e eutanásia
É importante respeitar a legislação vigente, que afirma que a eutanásia é crime.
A atuação médica está fundamentada em dois pilares: 
A preservação da vida 
O alívio do sofrimento. 
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Estes princípios podem se completar ou 
se tornarem antagônicos.
Ética e eutanásia
Se considerarmos que a preservação da vida é o valor maior, podemos incorrer na chamada “distanásia”.
Distanásia é o nome do ato de prorrogar a vida através de meios artificiais e, muitas vezes, desproporcionais à condição de recuperação do doente. 
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Ética e eutanásia
A questão ética a ser considerada é: 
A distanásia é mais ética do que a eutanásia? É válido estender a vida mesmo que a cura não seja possível e o sofrimento excessivamente penoso?
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Ética e eutanásia
Enquanto houver a mais remota possibilidade de reversão do quadro de morte inevitável deve-se sustentar a manutenção da vida;
Mas, em caso contrário, o que a ética determina é a priorização do segundo pilar: o alivio do sofrimento. 
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Ética e eutanásia
Poderíamos então, considerar que aliviar o sofrimento, nestes casos compreendido como permitir ou antecipar a morte, recai em uma outra grave questão: Quando desistir da vida ? 
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Ética e eutanásia
O americano Terry Wallis, após um acidente de carro, ficou 20 anos em estado de coma e retornou à consciência, voltando a falar e a recuperar movimentos do corpo. Certamente não é o tempo o padrão capaz de determinar esta resposta. 
Vídeo distanásia, eutanásia e ortotanásia
https://www.youtube.com/watch?v=dWzBF77c4vg
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Ética e eutanásia
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Ética e eutanásia
Em condições em que a cura não é mais uma possibilidade, os objetivos precisam estar direcionados para a não-maleficência = não causar dano ou dor desnecessários e sem justificativa. 
A autonomia em recusar tratamentos = também precisa ser avaliada dentro desta perspectiva hierarquizada das condições de recuperação. 
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Ética e eutanásia
“EUTANÁSIA ATIVA” - onde é produzida uma ação que objetiva provocar deliberadamente a morte sem sofrimento.
Consiste no ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente, por fins misericordiosos. É ativa quando o agente ministra substância capaz de provocar a morte instantânea e indolor.
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Ética e eutanásia
“EUTANÁSIA PASSIVA” ou “ortotanásia” = que se caracteriza pela interrupção de uma terapêutica que atua na sustentação da vida, deixando a doença seguir seu curso. A principal distinção entre a eutanásia ativa e passiva está na intenção da ação, quando esta ação acarretar na antecipação da morte intencionalmente, é considerada eutanásia ativa.
 
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Ortotanásia = dá-se quando a morte do paciente ocorre, dentro de uma situação de terminalidade, ou porque não se inicia uma ação médica ou pela interrupção de uma medida extraordinária. O médico deixa de prolongar, por meios artificiais e extraordinários, a vida condenada, já que o tratamento para prolongar a vida traz sofrimento ao paciente terminal.
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Exemplos:
Eutanásia ativa – injeção letal, cadeira elétrica, combinação de medicamentos que provocam a morte, desligar um aparelho que sustenta a vida.
Eutanásia passiva – suspensão de um tratamento que adia a morte e prolonga a vida, como quimio ou radioterapia em pacientes com câncer terminal. 
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“EUTANÁSIA DE DUPLO EFEITO” = quando a morte é promovida indiretamente pelas ações médicas executadas com o objetivo de aliviar o sofrimento de um paciente terminal, como, por exemplo, a morfina que administrada para a dor pode provocar depressão respiratória e morte. Nestes casos, o objetivo da ação médica não é promover o óbito, mas assume-se seu risco em prol da amenização do sofrimento.
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Ética e eutanásia
Uruguai, Holanda e Bélgica admitem a prática legal da eutanásia ativa. 
Suicídio assistido = Suiça, Alemanha, Holanda, EUA - Oregon, Washington e Vermont.
Suicídio assistido = O suicídio assistido ocorre quando uma pessoa, que não consegue concretizar sozinha sua intenção de morrer, e solicita o auxílio de um outro indivíduo.
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A assistência ao suicídio de outra pessoa pode ser feita por atos (prescrição de doses altas de medicação e indicação de uso) ou, de forma mais passiva, através de persuasão ou de encorajamento. Em ambas as formas, a pessoa que contribui para a ocorrência da morte da outra, compactua com a intenção de morrer através da utilização de um agente causal.
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No Brasil, as duas práticas são proibidas, embora não constem especificamente no Código Penal.
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No Brasil - a eutanásia pode ser enquadrada no artigo 121, como homicídio simples ou qualificado, e o suicídio assistido pode configurar o crime de participação em suicídio, previsto no artigo 122.
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Ética e eutanásia
Eutanásia voluntária - quando a morte provocada ocorre em atendimento a uma vontade explícita do paciente. A eutanásia voluntária é muito assemelhada ao conceito chamado de “suicídio assistido”. 
A distinção está no fato de que na eutanásia a ação é sempre realizada por outra pessoa, enquanto que no suicídio assistido a própria pessoa (mesmo que com auxílio de terceiros) executa a ação que a leva ao óbito. 
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Eutanásia involuntária - quando é provocada sem o consentimento do paciente quando este se encontra consciente e em condições de escolher;
Eutanásia não-voluntária - quando é provocada sem que o paciente tenha manifestado seu desejo pelo fato de se encontrar sem condições de se expressar, normalmente em condições de coma ou no caso de recém-nascidos.
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Do ponto de vista legal, é importante frisar que no Brasil, o Conselho Federal de Medicina através do Código de Ética Médica (2009) em seu Artigo 41 explicita de modo claro a proibição de: “Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.”
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Resolução 1.805 de 2006 do CFM = regulamentava e autorizava aos médicos a prática da ortotanásia (interrupção de terapêuticas que já não surtem mais efeitos em pacientes terminais) como forma de desestimular a distanásia (sustentação artificial da vida por tratamentos desproporcionais à condição de recuperação). 
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Em 2009 o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 6715:
Que exclui a ilicitude da ortotanásia do Código Penal desde que o médico possua o consentimento explícito do paciente ou de seu representante legal.
Esta postura em relação à eutanásia e à ortotanásia também é a posição assumida pela Associação Médica Mundial (2005).
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Ética e eutanásia
“Eutanásia, que é o ato de deliberadamente terminar com a vida de um paciente, mesmo com a solicitação do próprio paciente ou de seus familiares próximos, é eticamente inadequada. Isto não impede o médico de respeitar o desejo do paciente em permitir o curso natural do processo de morte na fase terminal de uma doença”. 
(Tradução de José R. Goldim. Disponível em: http://www.ufrgs.br/bioetica/madrid.htm).
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O caso Terri Schiavo 
A americana Terri Schiavo, 41, que vivia em estado vegetativo havia 15 anos, morreu em 2005, no hospital Pinellas Park (Flórida) após longa batalha judicial entre seu marido, Michael Schiavo, e sua família. O tubo que alimentava Terri foi retirado. Ela era mantida viva artificialmente, e recebia alimentação por meio de um tubo inserido em seu estômago. 
Qual tipo de eutanásia ocorreu?
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O caso Terri Schiavo
Eutanásia ativa, onde é produzida uma ação que objetiva provocar deliberadamente a morte sem sofrimento, pois a retirada da sonda que sustentava a alimentação de Terri foi retirada com a intenção de produzir o óbito.
 
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Beatriz Acampora e Silva de Oliveira
Dra. Saúde Pública (UA-PY), Mestre em Cognição e Linguagem pela UENF/RJ (2006), Pós-graduada em Arteterapia em Educação e Saúde - FAMESC / ISEC (2013), Pós-graduada em Hipnose Clínica, Organizacional e Hospitalar SPEI - IBHA (2010), Pós-graduada em Psicologia Humanista Existencial pela UNESA (2006), Pós-graduada em Cultura, Comunicação e Linguagem pela FAFIC (1998), Graduada em Psicologia pela UNESA (2005), Graduada em Comunicação Social - Jornalismo - FAFIC (1996). Professora da área de saúde da Universidade Estácio de Sá desde 2006. Diretora do ISEC. Autora de vários livros pela Amazon e Wak Editora.
Link Lattes: http://lattes.cnpq.br/8083783572894169
Ética e eutanásia
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