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Adaptação Celular (PATOLOGIA 1)

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Adaptação Celular
Células Lábeis – células que continuam o processo de divisão celular (epiteliai​s e do sangue);
Células Estáveis – células que se dividem eventualmente (Fibroblastos e hepatócitos);
Células Permanentes – Perdem a capacidade de divisão (nervosas).
Adaptação:“ Ajustamento de um organismo, particularmente do homem, às condições do meio ambiente”. A transpiração é uma adaptação ao calor. 
Processos de adaptação celular (fisiológicos ou patológicos)
Hipertrofia:
É o aumento do tamanho das células e conseqüentemente do tecido ou órgão. 
É causada por demanda funcional maior ou estimulação funcional (células musculares). 
Ex: fibras musculares estriadas cardíacas e esqueléticas aumentam o tamanho quando estimuladas por maior demanda (halterofilista, coração de hipertensos ou com valvulopatias - Peso normal do coração é 350g, atingindo 700-800g). Na gravidez o útero sofre concomitantemente hipertrofia e hiperplasia das células musculares lisas pelos hormônios estrogênicos.
Hiperplasia:
É o crescimento de um tecido ou órgão pelo aumento do número de células.
Ocorre em células com capacidade de mitose, quando estimuladas para maior atividade (células lábeis e estáveis);
Regride quando cessado o estímulo ( Neoplasias.
Hiperplasia Hormonal – proliferação do epitélio glandular da mama na puberdade e gravidez. Aumento do útero na gravidez. Ciclo menstrual há hiperplasia das glândulas endometriais.
Hiperplasia Compensatória – Como na regeneração hepática que ocorre após a hepatectomia parcial. “Prometeu (roubou o fogo dos deuses e trouxe aos mortais) foi preso a uma montanha, o seu fígado era diariamente devorado por abutres, e se regenerava a cada noite”. No rato a regeneração hepática ocorre após 2 semanas com remoção de 2/3 da massa hepática. Remoção de um rim o outro sofre hiperplasia.
Hiperplasia Nodular – Pode ocorre hiperplasia de um órgão na forma de nódulos, podendo ser considerado um processo patológico. Ex. Hiperplasia Nodular Benigna da Próstata, tireóide (bócio), adrenal e mama.
Metaplasia: 
É a transformação de uma célula ou tecido em outro com características diferentes. Pode ser considerada uma adaptação a estímulos diversos.
Ocorre nas vias respiratórias (fumo – irritação crônica), epitélio pseudoestratificado ciliado se transforma em epitélio escamoso; Cálculos dos ductos excretores das glândulas salivares, pâncreas ou vias biliares podem causar a substituição do epitélio colunar por escamoso; Na bexiga, a presença de cálculo estimula o epitélio de transição (células cuboidais) a se tornarem escamosas. A metaplasia escamosa pode favorecer a formação de carcinomas.
É menos comum nas células mesenquimais (Ex. fibroblastos se transformam em osteoclastos – metaplasia óssea).
Displasia: (formação anormal, mal formado, desenvolvimento desordenado)
São alterações citológicas atípicas no tamanho e forma das estruturas celulares. 
É comum no epitélio do cervix uterino, no carcinoma “in situ”. As células basais sofrem hiperplasia, com maturação desorganizada das células nas camadas mais superficiais. Estas alterações são consideradas como precursoras do carcinoma. Displasia também ocorre no epitélio metaplásico das vias respiratórias devido ao tabagismo. 
As displasias são consideradas como alterações pré-cancerosas. Há perda da arquitetura do tecido epitelial e da uniformidade das células.
Anaplasia: Reversão da célula a sua forma mias primitiva e indiferenciada. Anaplasia é o termo usado para células cancerosas que não sofreram diferenciação a partir das células que se originaram.
Neoplasia (crescimento novo):
Crescimento celular desordenado e autônomo, sem finalidade biológica.
Podem ser benignas ou malignas.
Originam-se nos mais diversos órgãos e tecidos.
Geralmente de origem multifatorial.
Agenesia: Ausência de formação de um órgão ou tecido. Ex. Agenesia dentária.
Aplasia: Formação rudimentar de um órgão (atrofia congênita). Usado às vezes como sinônimo de agenesia.
Hipoplasia: Formação deficiente de um órgão ou tecido que pode ou não funcionar. Hipoplasia de esmalte.
Distrofia: Nutrição difícil – Distrofia muscular.
Teratoma: Formação de tecido por células das três camadas germinativas, a partir de células totipotenciais, como as das gônadas. 
Formam vários tecidos, como pele, músculo, gordura, dente.
É comum o teratoma dermóide cístico do ovário (cisto dermóide) que contém pele com pelos, secreções sebáceas, e estruturas dentárias. 95% dos teratomas ovarianos são benignos, mas 1% sofre transformação malígna de um de seus elementos, geralmente para carcinoma epidermóide. Ocorrem em mulheres jovens. Os teratomas encontrados em crianças são do tipo sólido e imaturo, e geralmente malignos.
Hamartoma:
Formação excessiva de células e tecidos normais, com arquitetura diferente do normal. 
Os hamartomas muitas vezes são considerados neoplasias benignas, mas devem ser considerados como alterações do desenvolvimento, como os hemangiomas e linfagiomas congênitos. Os hemangiomas congênitos podem sofrer regressão espontânea.
Coristoma:
Células e tecidos normais em localizações não habituais (heterotópico). 
Resto de tecido pancreático na parede do estômago ou intestino, ou células da supra-renal nos rins, ou ainda formação de tecido ósseo na língua. 
Raramente causam problemas.
Adaptações do Epitélio
Ortoqueratina – queratina de aspecto homogêneo, hialino e acelular, normalmente encontrada no epitélio da pele e mucosa mastigatória da boca. Geralmente é simplesmente chamada de queratina. O aumento de espessura de queratina, como ocorre nas leucoplasias e “calos”, é chamado de hiperqueratose. A hiperqueratose também pode ocorrer em epitélios paraqueratinizados.
Paraqueratina – Epitélios com maturação menos completa, com presença de núcleos na camada córnea. O aumento da espessura é chamada de hiperparaqueratose. Ocorre geralmente em mucosas móveis.
Disqueratose (dis – ruim, difícil) – Termo às vezes usado para descrever queratinização precoce e atípica das camadas epiteliais. Ex. disqueratose focal acantolítica.
Espongiose – edema intercelular da epiderme.
Acantose (Akantha – espinho, pontiagudo) – aumento de espessura da camada espinhosa do epitélio.
Acantólise – perda de adesão das células do epitélio, como no pênfigo.
Coilocitose – (coil – concêntrico, anel) – células epiteliais vacuolizadas, com núcleo picnótico, hipercromático, citoplasma ligeiramente hialino devido a infecção viral. Ex. condiloma ou verruga devido a infecção viral.
Hiperplasia Pseudo-epiteliomatosa – proliferação epitelial acentuada e irregular com projeções profundas no conjuntivo subjacente, lembrando epitelioma. Ex. Paracoccidioidomicose, Tumor de células granulosas.
Exocitose – presença de leucócitos infiltrando o epitélio.
Lentiginosos – proliferação de melanócitos na camada basal.
	
Atrofia: (Sem alimento)
É a diminuição adquirida do tamanho de uma célula, tecido ou órgão, com conseqüente diminuição de seu metabolismo ou atividade. As principais alterações celulares ocorrem no citoplasma, com o núcleo mantendo seu volume original.
Patogenia:
Diminuição da atividade;
Perda de inervação;
Diminuição do suprimento sanguíneo;
Diminuição da nutrição;
Diminuição da estimulação endócrina;
Envelhecimento;
Atrofia por Inanição – A má nutrição causada pela deficiente ingestão, absorção ou metabolização de alimentos provoca o emagrecimento geral (caquexia), com conseqüências físicas e mentais. As principais causas de são a fome, anorexia nervosa e o câncer
	Os tecidos mais afetados em ordem decrescente são adiposo, muscular e linfático. Em seguida vem a pele, glândulas e ossos. Os mais preservados são pulmões, coração e cérebro.
Atrofia Senil – Com a idade há atrofia de vários órgãos. As causas do envelhecimento não estão bem estabelecidas, mas deve haver uma predominância do catabolismo sobre o anabolismo.
	Causas importantes: 
as célulastem no limitado de divisões;
ineficiência de reparo de DNA;
radicais livres;
diminuição de eliminação de proteínas e organelas alteradas;
diminuição de estímulos endócrinos.
Atrofia por Desuso: Inatividade diminui o metabolismo celular, causando atrofia.
Atrofia Isquêmica: Ocorre devido à diminuição da circulação, como em casos de trombose.
Atrofia por Compressão: A pressão sobre um tecido dificulta o seu crescimento, assim como provoca atrofia. Os dentes sofrem processo de reabsorção quando são pressionados.
Atrofia Endócrina: Com a deficiência hormonal leva a atrofia de glândulas que dependem do estímulo hormonal.
Atrofia por Perda da Inervação: A atrofia das fibras musculares ocorre quando são desnervadas. Na poliomielite há atrofia muscular devido à perda de inervação motora.
Necrose
A necrose é a morte celular no organismo vivo, acompanhada de alterações morfológicas características. Se o tecido é fixado em formol a 10% as células estão mortas, mas não necróticas. A necrose é a manifestação morfológica da lesão celular irreversível.
Necrobiose é a morte natural das células que são constantemente substituídas (epitélio de revestimento)
A morte do indivíduo é chamada de morte somática, e a destruição tecidual por enzimas intra e extracelulares de Autólise.
Alterações morfológicas:
Citoplasma perde as afinidades tintoriais (eosinofílico);
Cromatina com agregação junto à membrana nuclear;
O núcleo diminui de tamanho tornando-se mais denso e com maior afinidade a hematoxilina (picnose);
A dissolução da cromatina leva ao processo de cariólise, provavelmente devido a ação de DNAases lisossômicos. A fragmentação nuclear é a cariorexis.
Causas da Necrose:
Qualquer agente físico, químico ou biológico que altere as funções vitais da célula pode causar necrose;
Agente químico – O bicloreto de mercúrio, formol e fenol coagulam as proteínas. Os álcalis (NaOH) amolecem e liquefazem os tecidos. O Clorofórmio e o tetracloreto de carbono desorganizam os constituintes lipídicos das membranas, sendo mais tóxicos para o fígado.
Agentes físicos – As células são mais resistentes ao calor do que ao frio. Acima de 42oC as células morrem rapidamente, provavelmente devido a desnaturação pelo calor. “In vitro” as células podem resistir ao resfriamento até zero graus. A congelação é letal, com formação de cristais de gelo, levando a danos mecânicos à estrutura celular. A radiação provoca alteração do DNA, e as células mais suscetíveis são as que estão em multiplicação. A radioterapia é acompanhada de perda de pelo, ulcerações e diarréia.
Agentes biológicos – a toxina tetânica atua no SNC. A aflotoxina produzida pelo fungo Aspergillus, causa necrose hepática e câncer hepático.
Tipos de Necrose Tecidual:
Necrose por Coagulação: A coagulação é a transformação do estado coloidal (SOL) das proteínas celulares para mais sólido (GEL), como na coalhada e coagulação sanguínea. Há desnaturação das proteínas, com inativação das enzimas proteolíticas. O tecido torna-se firme, pálido e ressecado.
 Necrose por liquefação: Ocorre principalmente no cérebro e nos abscessos. O cérebro é rico em lipídios, que não sofrem coagulação como as proteínas, havendo dissolução. Os abscessos são ricos em enzimas hidrolíticas oriundas dos neurônios.
Necrose Gordurosa: É a necrose do tecido adiposo devido a ação de lípases.
Necrose Caseosa: É um tipo especial de necrose que ocorre na tuberculose onde as células são transformadas em uma massa amorfa constituída de proteínas e lipídeos. Lembra o aspecto de queijo cremoso macroscopicamente.
Necrose Fibrinóide: Ocorre principalmente na parede dos vasos e no tecido conjuntivo onde a estrutura normal é substituída por massa hialina, intensamente acidófila e de propriedades tintoriais semelhantes à fibrina. “Doenças do colágeno” – febre reumática e artrite reumatóide. 
Goma – necrose que ocorre na sífilis terciária. Consistência firme e elástica e aspecto homogêneo, como na necrose caseosa;
Necrose hemorrágica: (infarto hemorrágico) – ocorre geralmente devido a obstrução venosa;
Gangrena 
	A gangrena seca é a necrose isquêmica por coagulação das extremidades. O tecido fica escuro e seco, devidas alterações da hemoglobina e perda de água. A decomposição tecidual por bactérias saprófitas e anaeróbica causa putrefação e amolecimento, sendo chamadas de gangrena úmida.
Autólise e Putrefação
	Autólise é a digestão do tecido por suas próprias enzimas. Na morte somática todos os tecidos sofrem autólise com maior ou menor intensidade na dependência da quantidade de enzimas líticas que contém. 
	A putrefação é a digestão dos tecidos pela ação de bactérias saprófitas do tubo digestivo e de germes anaeróbios. 
Destino do material necrosado
Eliminado ou reabsorvido – cicatriz local;
Não eliminado é envolvido por uma cápsula fibrosa isolando a área necrosada – abscesso.
Apoptose
	O termo significa desmoronar. 
	Apoptose é a morte celular programada que ocorre por ativação gênica devido a quebras específicas e irreversíveis do DNA por endonucleases. O estímulo inicial pode ser fisiológico ou não. As células em apoptose apresentam um núcleo condensado e fragmentado. 
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____________________________________		Patologia Geral - Adaptações Celulares.

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