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CONTABILIDE FINANCEIRA AULA 4

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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
1 
 
 
 
 
Contabilidade Financeira 
 
 
Aula 4 
 
 
 
Prof. Guilherme Teodoro Garbrecht 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
Conversa inicial 
Esta é a nossa quarta aula da disciplina de Contabilidade Financeira, e o 
tema a ser estudado hoje é a Demonstração do Resultado (DR). 
A Demonstração do Resultado evidencia o lucro ou prejuízo de um 
período. Entretanto, como é calculado e demonstrado tal resultado? O objetivo 
desta aula é apresentar a Demonstração do Resultado, com sua estrutura, 
grupos e contas, de modo a proporcionar o entendimento não só dos números 
finais, mas também da metodologia envolvida em sua elaboração, explicando 
as principais terminologias empregadas. 
A DR é uma demonstração obrigatória que deve ser elaborada por todas 
as empresas. Porém, adicionalmente à elaboração simplesmente pela sua 
obrigatoriedade, é imprescindível o entendimento de sua estrutura, pois ela 
gera informações sobre a saúde financeira da companhia. Ela também indica 
se as ações tomadas pela empresa estão gerando os resultados esperados, 
em termos de lucro e de percentuais de retorno. 
Bom estudo! 
 
Contextualizando 
A contabilidade objetiva o registro das operações de uma empresa, 
demonstrando como tais operações provocam variações em seu patrimônio. 
No entanto, o registro contábil das operações não é apenas um conjunto de 
dados inseridos em um sistema contábil. 
Estes dados só serão úteis quando, a partir deles, forem geradas 
informações. Portanto, esse grande volume de dados deverá ser compilado e 
apresentado de maneira lógica, permitindo a interpretação da situação da 
empresa. 
As demonstrações contábeis resumem e organizam os dados, tornando-
se um conjunto de informações disponíveis aos usuários da contabilidade. 
Dentre as demonstrações, a Demonstração de Resultado é aquela que busca 
mostrar o lucro ou prejuízo obtido pela empresa ao final de um período. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
Quando analisamos nossas contas pessoais, só sabemos se temos 
recursos disponíveis para gastar, realizar investimentos em bens ou realizar 
aplicações financeiras, se confrontarmos nossas receitas e despesas no mês. 
O princípio da DR é o mesmo: o confronto entre receitas, custos e despesas, 
porém utilizando-se para isso um regime de contabilização diferente. 
Na análise das nossas contas pessoais, utilizamos normalmente o 
regime de caixa, que indica que o resultado se compõem das receitas 
recebidas subtraídas as despesas pagas no período. Na elaboração da DR, o 
regime é o de competência, que registra as operações quando elas ocorrem, 
independente de terem sido recebidas ou pagas no período. A observância do 
regime de competência gera o resultado econômico da entidade. 
Todavia, montamos a DR exclusivamente para apurar o resultado? 
Podemos dizer que ela é o principal indicador da DR, mas não o único. Se 
analisarmos a DR de uma empresa ao longo do tempo, podemos traçar a 
evolução de suas vendas, de seus custos, de suas despesas e é claro, de seu 
resultado final. Podemos verificar se a carga tributária da empresa está 
aumentando, a incidência de devoluções e abatimentos de vendas (que podem 
indicar problemas nas operações da empresa, como erros nas remessas de 
mercadorias e avarias no transporte). 
Essas são algumas das informações que podem ser extraídas deste 
demonstrativo. O importante é conhecer a sua estrutura para que se molde 
suas próprias informações, que irão auxiliar na gestão de uma organização. 
 
Tema 1: Demonstração do Resultado – Conceito e Estrutura 
Na aula anterior estudamos o Balanço Patrimonial, que mostra a posição 
patrimonial da empresa. Iremos agora estudar a Demonstração do Resultado, 
que objetiva evidenciar o resultado alcançado pela empresa. 
Em primeiro lugar vamos conceituar a Demonstração do Resultado, segundo a 
visão de alguns autores: 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
Autor Conceito 
Ribeiro (2010, p. 334) A demonstração do resultado do exercício (DRE) é um 
relatório contábil destinado a evidenciar a composição do 
resultado formado em um determinado período de operações 
da entidade. 
Assaf Neto (2010, p. 64) A demonstração de resultados do exercício visa fornecer, de 
maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) 
auferidos pela empresa em determinado exercício social, os 
quais são transferidos para contas do patrimônio líquido. 
Iudícibus e Marion (2010, p. 
227) 
A demonstração do resultado do exercício é um resumo 
ordenado das receitas e despesas da empresa em 
determinado período (12 meses). É apresentada de forma 
dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as 
despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou 
prejuízo). 
 
A DR é, portanto, uma demonstração apresentada de forma dedutiva, 
apresentando inicialmente as Receitas e diminuindo-se os Custos e Despesas 
no período, conforme demonstrado a seguir: 
(+) Receita de Vendas 
(-) Custos 
(-) Despesas 
(=) Lucro ou Prejuízo do Período 
 
A Lei nº 6.404/76 não estabelece o modelo da DR, mas disciplina a estrutura e 
as contas evidenciadas na demonstração: 
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: 
 I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos; 
 II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e 
serviços vendidos e o lucro bruto; 
 III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
 IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras 
despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
As contas vão sendo deduzidas 
até resultar no lucro ou prejuízo. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
 V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto; 
 VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem 
como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social. 
 
A DR evidencia o resultado do período de acordo com o Regime de 
Competência. Conforme explica Assaf Neto (2010, p. 64), isto demonstra o 
resultado da empresa independentemente do fato de estes valores terem sido 
pagos ou recebidos. O resultado apurado na DR corresponde ao resultado 
econômico, que é diferente do resultado de caixa. Os autores Araújo e Assaf 
Neto (2010, p. 34) também demonstram a diferença entre o resultado 
econômico e o financeiro: 
Apurar Resultado Regime de Competência Regime de Caixa 
Receita Gerada ou ganha no período Recebida no período 
(-) Despesas Consumida ou incorrida no período Paga no período 
(=) Resultado Econômico Financeiro 
Fonte: Araujo e Assaf Neto (2010). 
 
A partir do quadro é possível perceber que o resultado será diferente, na 
comparação do regime de competência ao regime de caixa. Uma empresa 
pode apresentar um resultado positivo (lucro) no período, porém o mesmo 
resultado pode não se repetir no resultado financeiro. Se a empresa tiver 
muitas vendas a prazo no período, pode apresentar lucro contábil, no entanto 
os respectivos valores entrarão no caixa somente no vencimento, podendo 
acarretar em alguns momentos dificuldades financeiras por falta de recursos 
para o pagamento de fornecedores, salários,tributos etc. 
Vamos finalizar esse primeiro tema apresentando um modelo de DR: 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
Descrição 
01/01/2015 
 a 
 31/12/2015 
01/01/2014 
a 
 31/12/2014 
Receita Bruta de Vendas 100.000,00 90.000,00 
 Vendas de Mercadorias, Produtos ou Serviços 100.000,00 90.000,00 
(-) Deduções das Vendas (22.000,00) (15.000,00) 
 Impostos Sobre Vendas (20.900,00) (13.300,00) 
 Devoluções de Vendas (1.000,00) (1.500,00) 
 Abatimentos Sobre Vendas (100,00) (200,00) 
 Descontos Incondicionais Sobre Vendas - - 
(=) Receita Líquida 78.000,00 75.000,00 
(-) Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos (36.000,00) (30.000,00) 
(=) Lucro Bruto (ou Resultado Bruto) 42.000,00 45.000,00 
(-/+) Receitas / Despesas Operacionais (22.000,00) (18.000,00) 
 Despesas Gerais e Administrativas (8.000,00) (10.000,00) 
 Despesas com Vendas (14.000,00) (8.000,00) 
 Outras Receitas Operacionais - - 
 Outras Despesas Operacionais - - 
 Resultado de Equivalência Patrimonial - - 
(=) Resultado Antes do Resultado Financeiro 20.000,00 27.000,00 
(-/+) Resultado Financeiro 2.000,00 (1.000,00) 
 Receitas Financeiras 5.000,00 3.000,00 
 Despesas Financeiras (3.000,00) (4.000,00) 
(=) Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro 22.000,00 26.000,00 
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro (7.480,00) (8.840,00) 
(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas 14.520,00 17.160,00 
(-/+) Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 0 0 
(=) Lucro/Prejuízo do Período 14.520,00 17.160,00 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
Tema 2: Receitas e Deduções 
A demonstração do resultado evidencia as receitas, os custos, as 
despesas e o resultado do período, contudo vimos no exemplo no tema anterior 
que existem várias subdivisões dentro da DR. Cada uma delas demonstra uma 
informação diferente, que pode vir a ser utilizada para a análise das operações 
da empresa, das vendas realizadas, da incidência de tributos e das despesas, 
ou quaisquer outras informações que possam daí ser extraídas. 
Estudaremos agora cada uma das subdivisões da DR, com seus 
principais grupos e contas. O primeiro grupo estudado será a Receita Líquida, 
que pode ser visualizado no quadro a seguir: 
Receita Bruta de Vendas 100.000,00 90.000,00 
 Vendas de Mercadorias, Produtos ou Serviços 100.000,00 90.000,00 
(-) Deduções das Vendas (22.000,00) (15.000,00) 
 Impostos Sobre Vendas (20.900,00) (13.300,00) 
 Devoluções de Vendas (1.000,00) (1.500,00) 
 Abatimentos Sobre Vendas (100,00) (200,00) 
 Descontos Incondicionais Sobre Vendas - - 
(=) Receita Líquida 78.000,00 75.000,00 
 
Receita Bruta de Vendas 
Para o CPC 00, item 4.25, as receitas são aumentos nos benefícios 
econômicos durante o período contábil, sob a forma de entradas de recursos 
ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos, que resultam em aumentos 
do Patrimônio Líquido. 
E o que são as receitas para a empresa? 
As receitas representam os valores advindos das vendas de produtos, 
mercadorias ou prestação de serviços pela companhia, antes das deduções de 
vendas. As empresas comerciais apresentarão receita com vendas de 
mercadorias para revenda; as empresas industriais apresentarão receitas com 
vendas de produtos; e as organizações prestadoras de serviço, a receita com 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
sua prestação de serviço. São evidenciadas em contas contábeis distintas. 
 
Deduções de Vendas 
De acordo com Araujo e Assaf Neto (2010, p. 172), as deduções sobre 
as vendas representam retificações na Receita Bruta, ou seja, ajustes 
efetuados na receita bruta e não em despesas sobre elas. São exemplos 
destas retificações as devoluções, os abatimentos, os descontos incondicionais 
e os impostos sobre vendas. Observe as descrições a seguir: 
 Devoluções de Vendas: registra-se nessa conta contábil o valor da 
devolução de mercadorias ou de produtos anteriormente vendidos. 
Os motivos das devoluções podem ser de ordem diversa, como em 
função do pedido não estar correto, o preço estipulado não ser o 
mesmo, divergências na qualidade e quantidade do produto, ou 
ainda avarias no processo de transporte do vendedor para o 
comprador. 
 Abatimentos Sobre as Vendas: em algumas situações, mesmo o 
produto não estando de acordo com as especificações da compra, 
pode ocorrer um acerto entre as empresas para evitar a devolução 
da mercadoria. Nessa situação, a empresa compradora não devolve 
a mercadoria, mas, como não está de acordo com o que foi 
comprado, o comprador recebe um abatimento sobre a venda para 
compensar o erro. A empresa vendedora contabiliza o abatimento 
como dedução das vendas e a empresa compradora irá efetuar um 
pagamento a menor, representando o abatimento. 
 Descontos Incondicionais: são os descontos concedidos aos 
clientes, e de acordo com Ribeiro (2010, p. 84), a empresa 
vendedora não impõe qualquer condição para o desconto. O 
desconto incondicional é também denominado de desconto 
comercial, sendo destacado na Nota Fiscal de Venda. 
 Impostos Sobre Vendas: Araujo e Assaf Neto (2010, p. 173) 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
9 
explicam que estes são os impostos incidentes sobre as vendas, 
representando os valores que a empresa deverá recolher ao órgão 
competente de fiscalização. Os impostos incidentes sobre as vendas 
têm como característica serem gerados em função da receita do 
período. Os impostos sobre vendas guardam proporcionalidade com 
as Receitas geradas pelas mercadorias, produtos ou sobre as 
prestações de serviços. 
Alguns exemplos de impostos e contribuições incidentes sobre vendas: 
 ICMS: Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. 
 IPI: Imposto Sobre Produtos Industrializados. 
 ISS: Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. 
 IE: Imposto de Exportação. 
 PIS: Programa de Integração Social. 
 COFINS: Contribuição Social Sobre o Faturamento. 
 
Receita Líquida de Vendas 
A Receita Líquida de Vendas corresponde à diferença entre a receita 
com vendas de produtos, mercadorias ou serviços e as respectivas deduções 
de vendas. 
 
Tema 3: Custos e Despesas 
 O tema anterior apresentou a Receita Líquida de Vendas, que 
corresponde às vendas menos as deduções de vendas. Após a Receita 
Líquida, a DR apresenta os Custos e o Lucro Bruto. Vamos primeiro conhecer 
os custos: 
Custos 
Custos são os gastos efetuados pela empresa na fabricação dos seus 
produtos, nas vendas de suas mercadorias ou na prestação dos serviços. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
10 
 
Nas empresas industriais: 
Os custos, para as indústrias, representam os gastos realizados para a 
fabricação de seus produtos. São gastos do processo produtivo as matérias-
primas, insumos, mão de obra, energia, materiais de consumo, etc. 
Inicialmente os insumos são adquiridos e registrados no Ativo, como 
bens da empresa. Os insumos entram no processo produtivo, passando pela 
fase de Produtos em Elaboração (ou Fabricação) para a de Produtos 
Acabados. Quando ocorre a sua venda, o valor do custo dos produtos vendidos 
(CPV) é transferido para a Demonstração do Resultado, diminuindo o resultado 
obtido pelas vendas. 
 
Nas empresas comerciais 
Os custos representam os gastos com a aquisição das mercadorias para 
serem revendidas. A empresa adquire as mercadorias, que são estocadas no 
Ativo e por ocasião da sua venda, o Custo da Mercadoria Vendida (CMV) é 
transferido do estoque para a Demonstraçãodo Resultado, reduzindo o 
resultado do período. 
 
Nas empresas prestadoras de serviços 
Os custos representam os gastos para a realização da prestação de serviços. 
Nas empresas que possuem a atividade de prestação de serviços, os principais 
custos geralmente são relacionados com a mão-de-obra, mas, outros gastos 
podem ser necessários para a realização dos serviços. 
 
Lucro Bruto 
Usando o mesmo modelo de DR apresentado no Tema 1, o Lucro Bruto 
é representado por: 
 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
11 
(=) Receita Líquida 78.000,00 75.000,00 
(-) Custo das Mercadorias, Produtos ou Serviços Vendidos (36.000,00) (30.000,00) 
(=) Lucro Bruto (ou Resultado Bruto) 42.000,00 45.000,00 
 
Evidencia-se no quadro que o Lucro Bruto representa a diferença entre 
a Receita Líquida e os Custos das Vendas do período. 
 
Despesas Operacionais 
As despesas são os gastos necessários para vender e distribuir os 
produtos, e são ligados às áreas administrativa, de vendas, marketing, dentre 
outras. As despesas não são conectadas diretamente à produção dos bens, à 
compra de mercadorias ou à prestação de serviços, porém estão direta ou 
indiretamente relacionadas à obtenção das receitas. 
Vamos conceituar algumas dessas despesas: 
 Despesas Administrativas: referem-se ao registro das despesas com 
o setor administrativo da companhia. São despesas vinculadas à 
gestão e direção da empresa, que, embora não se relacionem 
diretamente ao custo dos produtos, são necessários para a obtenção 
destes. Tais despesas são compostas por salários dos funcionários 
administrativos, aluguel das instalações do escritório, energia elétrica, 
material de escritório, honorários, depreciação, etc. 
 Despesas com Vendas: referem-se ao registro das despesas que 
ocorrem no processo da venda de produtos, mercadorias ou na 
prestação dos serviços. São exemplos os salários dos funcionários de 
vendas, comissões pagas, fretes dos produtos, propaganda e 
publicidade, energia elétrica, telefone, etc. Dependendo da estrutura 
da empresa, as despesas com marketing podem aparecer abertas, 
como um subgrupo. 
 Outras Despesas Operacionais: referem-se a outras despesas não 
enquadradas nos grupos das Despesas Administrativas e de Vendas. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
Podemos citar as perdas ocorridas nas vendas de ativos classificados 
no Ativo Não Circulante (quando ocorre por exemplo a baixa ou venda 
de um bem por um valor inferior ao valor registrado na contabilidade) 
e as perdas por Valor Recuperável de Ativos. 
 
Outras Receitas Operacionais 
Trata-se aqui de receitas que não são da atividade normal da empresa, 
tendo algumas o caráter da eventualidade. Como exemplo temos as receitas 
com vendas de sucatas, ganhos nas vendas de bens do Ativo Não Circulante, 
resultados de investimentos em outras empresas (Ganho por Equivalência 
Patrimonial), dividendos recebidos, etc. 
 
Resultado antes do Resultado Financeiro 
Este evidencia a diferença entre o lucro bruto e as despesas/receitas 
operacionais. A seguir pode-se observar a estrutura da DR que representa o 
Resultado Antes do Resultado Financeiro: 
(=) Lucro Bruto (ou Resultado Bruto) 42.000,00 45.000,00 
(-/+) Receitas / Despesas Operacionais (22.000,00) (18.000,00) 
 Despesas Gerais e Administrativas (8.000,00) (10.000,00) 
 Despesas com Vendas (14.000,00) (8.000,00) 
 Outras Receitas Operacionais - - 
 Outras Despesas Operacionais - - 
 Resultado de Equivalência Patrimonial - - 
(=) Resultado Antes do Resultado Financeiro 20.000,00 27.000,00 
 
 
Tema 4: Lucro Operacional e Lucro Líquido 
O subtotal anterior representou o Resultado antes do Resultado 
Financeiro, ou seja, o resultado da empresa sem a influência das operações 
financeiras. Vamos agora encaixar as Receitas e Despesas Financeiras na 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
Demonstração do Resultado. 
Alguns autores, como Iudícibus e Marion (2010, p.230), incluem as receitas 
e despesas financeiras à estrutura das despesas e receitas operacionais da 
empresa. A estrutura da DR aqui apresentada segue a estrutura obrigatória 
para as empresas de capital aberto listadas na BM&FBovespa, que evidencia o 
Resultado Financeiro separadamente. A maior evidenciação do resultado 
financeiro por parte da Bovespa deve-se à importância que tais valores 
possuem e o grande número de operações financeiras utilizadas pelas 
empresas. 
 
Despesas Financeiras 
As despesas financeiras representam o custo de captação de recursos 
de terceiros (empréstimos e financiamentos). Registram-se nesse grupo a 
remuneração dos capitais de terceiros. São exemplos de contas incluídas 
nesse grupo os juros do período, descontos concedidos, despesas bancárias, 
variações monetárias passivas, variações cambiais passivas etc. 
 
Receitas Financeiras 
Segundo Santos et al. (2010, p. 77) “as receitas financeiras, mesmo não 
estando diretamente ligadas ao objeto da companhia, são acessórias à medida 
que surjam excessos de recursos financeiros, tornando-se necessária sua 
administração, visando o bom andamento dos negócios”. As receitas advindas 
de juros recebidos, descontos recebidos, variações monetárias ativas, 
variações cambiais ativas, rendimentos de aplicações financeiras etc. são 
exemplos de receitas financeiras. 
 
Resultado Financeiro Líquido 
O Resultado Financeiro Líquido representa a diferença entre a Receita 
Financeira e a Despesa Financeira. Se as receitas financeiras forem maiores, 
representarão ganhos e serão somados ao resultado antes do resultado 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
financeiro. 
 
Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro 
Do resultado apurado antes do Resultado Financeiro, soma-se ou 
diminui-se o resultado financeiro. Se as receitas financeiras forem superiores 
às despesas financeiras, a empresa terá um ganho financeiro e esse montante 
é somado ao subtotal anterior. Se as despesas financeiras forem maiores que 
as receitas financeiras, a empresa terá uma despesa financeira e este 
montante diminuirá o resultado anterior. Tal situação está descrita no quadro a 
seguir: 
 
(=) Resultado Antes do Resultado Financeiro 20.000,00 27.000,00 
(-/+) Resultado Financeiro 2.000,00 (1.000,00) 
 Receitas Financeiras 5.000,00 3.000,00 
 Despesas Financeiras (3.000,00) (4.000,00) 
(=) Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro 22.000,00 26.000,00 
 
Obs.: O montante do Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro 
também é descrito como Resultado Operacional, pois evidencia o resultado das 
operações da companhia. 
 
Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social 
A provisão para o imposto de renda e a provisão para a contribuição 
social são os impostos incidentes sobre o resultado da entidade. Contudo, o 
cálculo desses impostos não é calculado sobre o resultado contábil, como 
explica Assaf Neto (2010, p. 70). Este é calculado com base no lucro tributável 
denominado lucro real. O autor explica que o lucro real é igual ao lucro antes 
do imposto de renda e contribuição social, conforme calculado na 
demonstração do resultado, acrescido de determinados ajustes, conforme é 
previsto pela legislação do Imposto de Renda. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
 
Resultado Líquido das Operações Continuadas 
A nomenclatura de Operações Continuadas foi uma alteração trazida 
pelas Normas Internacionais de Contabilidade, adotadas pelo Brasil a partir de 
2008. Ela representa o resultado das atividades continuadas da empresa, ou 
seja, o resultado das atividades que terão sequência nos próximos períodos. É 
um conceito equivalenteao conceito de Resultado Operacional da empresa. 
 
Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 
As operações descontinuadas representam as linhas de produção das 
quais uma determinada empresa pretende se desfazer, ou seja, vendê-las ou 
não as produzir mais. 
De acordo com o CPC 31, item 32, uma operação descontinuada é um 
componente da entidade que foi baixado ou está classificado como mantido 
para venda e: (a) representa uma importante linha separada de negócios ou 
área geográfica de operações; (b) é parte integrante de um único plano 
coordenado para venda de uma importante linha separada de negócios ou área 
geográfica de operações; ou (c) é uma parte controlada adquirida 
exclusivamente com o objetivo da revenda. 
Iudícibus et al. (2010, p. 401) explica o objetivo dessa segregação em 
operações continuadas e descontinuadas: 
O objetivo principal dessa forma de evidenciação é destacar a capacidade de 
geração de resultados entre as operações correntes e as operações a serem 
descontinuadas, o que aumenta a relevância da informação contábil, ao divulgar 
resultados de forma oportuna, e permite a análise das operações que continuam 
na entidade, auxiliando a tomada de decisões por parte do usuário da informação. 
Desta forma, ocorre a evidenciação do resultado das operações que a 
empresa deixará de operar, permitindo aos usuários da informação analisar os 
resultados da empresa sem esses valores. 
 
 
 
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Lucro ou Prejuízo do Período 
É o resultado contábil final apurado pela empresa em um determinado 
exercício. Para finalizar a estrutura da DR, apresenta-se a tabela a seguir com 
a última parte da demonstração: 
 
(=) Resultado Antes dos Tributos Sobre o Lucro 22.000,00 26.000,00 
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro (7.480,00) (8.840,00) 
(=) Resultado Líquido das Operações Continuadas 14.520,00 17.160,00 
(-/+) Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 0 0 
(=) Lucro/Prejuízo do Período 14.520,00 17.160,00 
 
 
Trocando ideias 
Você acompanhou nessa aula uma das demonstrações mais 
importantes elaboradas pelas empresas: a Demonstração dos Resultados, que 
indica o lucro ou prejuízo obtido pela empresa em determinado período. 
Você conhece a Demonstração do Resultado da empresa em que 
trabalha? Compartilhe com seus colegas sua opinião sobre a importância da 
divulgação da DR para os funcionários da empresa para que acompanhem sua 
situação. 
 
Síntese 
Esta nossa quarta aula apresentou a Demonstração do Resultado, 
imprescindível para as empresas, pois é por meio desta demonstração que se 
evidencia o resultado do período, ou seja, se houve lucro ou prejuízo. 
Vimos que a DR apresenta o resultado econômico de um determinado 
período, e que este é diferente do lucro financeiro, pois a DR é elaborada 
seguindo o regime de competência, que registra as operações quando elas 
ocorrem, independente do recebimento ou pagamentos dos valores. 
A DR é elaborada de maneira dedutiva, iniciando com a Receita com 
 
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Vendas e sendo finalizada com o Lucro ou Prejuízo do Exercício. Entretanto, 
não é somente o lucro ou prejuízo que é importante na análise da DR, pois 
informações como o lucro bruto, montante de despesas e o resultado 
operacional também auxiliam nesta análise e entendimento da situação da 
empresa. 
A partir dos dados da DR podemos calcular indicadores como a margem 
operacional, a margem líquida, a rentabilidade do ativo e do patrimônio líquido, 
que são úteis na análise da saúde financeira da entidade. 
 
 
Referências 
ARAUJO, A. M. P. de; ASSAF NETO, A. Aprendendo Contabilidade. Ribeirão 
Preto: Inside Books, 2010. 
 
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-
financeiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
BAZZI, S. Contabilidade em Ação. Curitiba: Intersaberes, 2014 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC Conceitual Básico - 
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-
Financeiro. CPC, 2011. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/ 
Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80>. Acesso em: 
01/02/2016. 
 
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COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 31 - Ativo Não 
Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada. CPC, 2009. 
Disponível em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/336_CPC_31 
_rev%2008.pdf >. Acesso em: 01/05/2016. 
 
IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 
2010. 
 
IUDÍCIBUS, S. (org). Contabilidade introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 
2010. 
 
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Comercial Fácil. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 
2011. 
 
SANTOS, J. L. dos et al. Introdução à contabilidade: atualizada pela Lei nº 
11.941/09 e pelas normas do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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