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CONTABILIDE FINANCEIRA AULA 6

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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
1 
 
 
 
 
 
Contabilidade Financeira 
 
 
 
 
Aula 6 
 
 
 
Prof. Guilherme Teodoro Garbrecht 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
Conversa inicial 
Esta é a sexta aula da disciplina de Contabilidade Financeira, e os temas 
a serem estudados hoje são: os cálculos da depreciação, tributação sobre 
compras, vendas e o lucro, e finalizamos com a apuração do resultado do 
exercício. 
Também nesta aula tentaremos entender um pouco sobre cada um 
desses temas, assim como a metodologia dos cálculos da depreciação, 
amortização e exaustão, que registra a perda de valor dos bens do ativo 
imobilizado e intangível; e quais são os tributos que incidem sobre as 
aquisições e vendas da empresa. O conhecimento dos tributos é importante em 
nosso país, pois este possui uma carga tributária alta e encarece o custo dos 
produtos, mercadorias e serviços, gerando menos resultados positivos. 
 Bom estudo! 
 
Contextualizando 
A carga tributária brasileira representou, em 2013, 35,04% do Produto 
Interno Bruto (PIB) brasileiro, e no ano de 2014, 35,4%, demonstrando o 
aumento da carga tributária na análise destes dois anos. Os dados foram 
elaborados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). A 
carga tributária corresponde a todos os tributos pagos pelas pessoas físicas e 
jurídicas no Brasil em âmbito federal, estadual e municipal, calculados em 
relação à riqueza produzida mensurada pelo PIB. 
Esse percentual é muito alto, e representa um dos maiores custos para 
as empresas, sendo importantíssimo o conhecimento dos tributos incidentes 
sobre compras, vendas e lucro. Além das operações descritas, outras decisões 
devem ser embasadas com o conhecimento sobre a tributação, pois a análise 
de projetos, a verificação de viabilidade econômica, a decisão de realizar novos 
investimentos ou a opção pela venda para o mercado interno e/ou externo são 
exemplos de operações influenciadas pelos impostos incidentes. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
Além disso, conhecer os tributos é importante pelo fato de que eles 
representam valores expressivos em termos de custo dos produtos ou de 
despesas contabilizadas na Demonstração do Resultado. Porém, além dos 
impostos, a depreciação, a amortização e a exaustão também representam 
valores consideráveis, dado que os valores investidos no Ativo Não Circulante 
― que são os investimentos em outras empresas, aquisição de imobilizados e 
intangíveis, dependendo do ramo da atividade da empresa ― são necessários 
para o desenvolvimento das operações da organização. Estes valores (da 
depreciação, amortização e exaustão) representam a perda da capacidade 
produtiva dos bens e direitos e também se constituem de custos ou despesas. 
Nessa aula procuraremos aprender um pouco sobre tais operações, pois 
estas representam valores substanciais para as empresas. 
 
 
Tema 1: Depreciação, Amortização e Exaustão 
O Ativo de uma empresa é constituído de bens e direitos, utilizados para 
a geração de renda e fluxo de caixa para a entidade. Os bens de longo prazo, 
de caráter durável e que são utilizados nas atividades da empresa, como 
prédios, máquinas, veículos, móveis, entre outros, são registrados no Ativo Não 
Circulante, no grupo do Imobilizado. Os direitos de longo prazo, como marcas e 
patentes, são bens intangíveis e registrados no grupo Intangível. 
Dependendo do ramo da empresa, será nestes grupos que se 
concentrarão os maiores investimentos efetuados. Por exemplo, em uma 
empresa industrial, os prédios e máquinas normalmente representam os 
maiores valores do Ativo. 
Em relação aos bens registrados no ativo imobilizado, eles possuem 
duração ilimitada na empresa ou sofrem desgaste e perdem o potencial 
produtivo? Para a grande maioria dos bens, a resposta é que estes perdem o 
potencial produtivo, sofrendo desgaste ao longo do seu tempo. Tal desgaste e 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
perda do potencial deverá ser registrado pela contabilidade por meio do cálculo 
da depreciação, exaustão e amortização. 
 
Depreciação 
A depreciação é o registro contábil da perda do valor de um bem. Vamos 
analisar o conceito apresentado por Crepaldi (2010, p. 207): “A depreciação de 
bens do Ativo Imobilizado corresponde à diminuição do valor dos elementos ali 
classificáveis, resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou 
obsolescência.” 
 São diversas as formas de desgaste, ação da natureza ou obsolescência 
que desvalorizam os bens do ativo imobilizado. O quadro sinótico a seguir 
demonstrado lista as principais causas da depreciação: 
 
Fonte: adaptado de Franco (1990, p. 176). 
 
Como podemos observar no quadro, os bens podem se desvalorizar por 
problemas físicos, como o uso intensivo de determinada máquina; problemas 
funcionais, o que ocorre, por exemplo, com os computadores, que se tornam 
obsoletos com o passar do tempo e com as atualizações de softwares; e 
problemas eventuais, como acidentes ocasionados pela ação da natureza, 
como um vendaval ou chuva, ou então provocados pelo uso incorreto. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
 
Vida útil 
Para registrar a perda do valor do bem, é analisada a vida útil do ativo 
considerando todos os fatores descritos que ocasionam a sua perda do valor. A 
vida útil é o tempo que o bem poderá ser utilizado pela empresa ou então o 
tempo de sua capacidade produtiva em unidades ou horas. Um determinado 
bem pode durar 20 anos, mas, se a empresa pretende utilizá-lo por 10 anos, 
essa é a vida útil econômica do bem que deverá embasar os cálculos da 
depreciação. 
Atenção: para fins de cálculo do Imposto de Renda, o fisco determina o 
tempo de vida útil dos bens, mas, para fins societários, a empresa deve utilizar 
a real vida útil deste, o que proporcionará informações contábeis mais próximas 
da realidade econômica da empresa. 
 
Métodos de Depreciação 
Para o cálculo da depreciação existem diferentes métodos que podem 
ser aplicados, como o método da linha reta (ou cotas constantes), o método da 
soma dos dígitos (ou decrescente), o método de horas trabalhadas, o método 
de unidades produzidas, etc. 
Para fins de exemplificação, vamos demonstrar o cálculo da depreciação 
de uma máquina por meio do método mais utilizado, ou seja, o método de linha 
reta ou constante. 
Exemplo: 
 Aquisição de 01 máquina a ser utilizada nas atividades produtivas da 
empresa, pelo valor de R$ 130.000,00. O lançamento ocorre no grupo 
do Imobilizado, na conta de Máquinas; 
 a empresa analisa a vida útil do bem e considera que o bem será 
utilizado por 10 anos; 
 após os 10 anos de uso, a máquina terá valor de revenda, ou seja, 
será possível vendê-la por R$ 10.000,00. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
 A depreciação é calculada sobre o Valor Depreciável, que é a 
diferença entre o Valor de Aquisição e o Valor Residual. 
Obs.: valor residual = é o valor que a empresa estima que conseguirá 
com a venda do bem no final de sua vida útil. A depreciação não é calculada 
sobre o valor residual. 
O cálculo e contabilização da depreciação são realizados mensalmente: 
 valor depreciável = 130.000,00 – 10.000,00 = 120.000,00 (esse é o 
valor residual, que é a base para o cálculo da depreciação); 
 valor da depreciação anual = 120.000,00 / 10 anos = 12.000,00 anual; 
 valor da depreciação mensal = 12.000,00 / 12 meses = 1.000,00 
mensal. 
Obs. 1: o cálculo também pode ser realizado utilizando-se taxas de 
depreciação. Exemplo: pretende-se depreciar um bem em 10 anos, então a 
taxa será de 10% ao ano (100% / 10 anos); se aplicarmos 120.000,00x 10% = 
12.000,00 anuais). 
Obs. 2: alguns bens não sofrem depreciação, como terrenos, prédios 
ou construções não utilizados; obras de arte, antiguidades e construções em 
andamento. 
 
Contabilização 
O registro contábil da depreciação dependerá da do tipo do bem e de 
sua utilidade do bem para a empresa. Se o bem é utilizado dentro de uma 
indústria automobilística em suas atividades fabris, por exemplo, a 
contabilização será em “Produtos em Elaboração”, compondo o custo de 
fabricação dos veículos. Se o bem é utilizado nas atividades de uma empresa 
comercial, a contabilização será na “Demonstração do Resultado”, em conta de 
Despesas. Por sua vez, se o bem for utilizado nas atividades administrativas da 
empresa, o registro é na “DR”, em conta de despesa (conforme estudado na 
Aula 4 – Demonstração do Resultado). 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
Exemplo: vamos contabilizar a depreciação da máquina que calculamos 
anteriormente considerando que se trata de uma empresa comercial. 
 
Contabilização: 
Ativo Não Circulante – 
Imobilizado – (-) Depreciação 
Acumulada de Máquinas 
 
Demonstração do Resultado – 
Despesa com Depreciação 
D C D C 
 1.000,00 1.000,00 
 
Após a contabilização da depreciação, a parte do Ativo Imobilizado no 
Balanço Patrimonial da empresa ficará com os seguintes saldos: 
 IMOBILIZADO 129.000,00 
 Máquinas 130.000,00 
 (-) Depreciação acumulada de máquinas (1.000,00) 
 
O lançamento da perda do valor do bem não é realizado diretamente na 
conta de Máquinas, mas em uma conta redutora (conta do ativo com saldo a 
crédito) de Depreciação Acumulada. O valor do bem após o registro da 
depreciação é de R$ 129.000,00, representando a desvalorização. 
O resultado da empresa é reduzido em R$ 1.000,00, referentes à 
contabilização da depreciação. 
 
Exaustão 
A exaustão é aplicada para os recursos minerais ou florestais. Numa 
jazida de minério, por exemplo, o minério é retirado, exaurindo a jazida. Por 
esta razão, calcula-se a sua exaustão. 
O cálculo e registro da exaustão podem ocorrer em função: 
a) do tempo de concessão da mina: se a empresa pagou uma 
determinada quantia para ter o direito de explorar o recurso mineral 
de uma jazida, e tem o direito de explorar por um período de tempo 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
determinado, a exaustão é calculada levando-se em conta o valor 
pago e o tempo de exploração. O cálculo realizado é semelhante à 
depreciação, e o valor calculado mensalmente é transferido para a 
despesa do período; 
b) da capacidade de produção: nesses casos, é determinada a 
capacidade de produção de uma jazida, e a exaustão é calculada 
utilizando-se a quantidade explorada em determinado período. Por 
exemplo, se considerarmos que uma jazida tem a capacidade de 
exploração de 100.000 toneladas de minério, e em determinado 
período foram extraídas 1.000 toneladas, a exaustão do período será 
a aplicação de 1% sobre o montante investido para a aquisição do 
direito de exploração. O mesmo cálculo é aplicado para os recursos 
florestais, por exemplo: calcula-se a capacidade total de uma floresta, 
e a quantidade de recursos extraída em determinado período, 
determinando o percentual que será aplicado sobre o total investido 
na floresta. 
 
Amortização 
A amortização é aplicada sobre os bens imateriais. De acordo com 
Ribeiro (2010, p. 206) a amortização é a diminuição de valor do capital aplicado 
na aquisição de direitos cuja existência ou exercício tenha duração limitada, ou 
de bens cuja utilização tenha o prazo legal ou contratualmente limitado. 
O cálculo é semelhante ao da depreciação, considerando como tempo 
de vida útil o período de tempo que a entidade pode explorar o direito. Por 
exemplo, se uma empresa tiver o registro e o direito de explorar uma marca por 
15 anos, a amortização será calculada com base nesse período, dividindo-se o 
custo do direito pelos 15 anos para calcular a sua depreciação anual, ou 
dividindo esse valor por 12 meses, para o cálculo do valor mensal. O registro 
contábil é realizado na demonstração do resultado, em conta de Despesas com 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
9 
Amortizações. 
 
Tema 2: Tributos Sobre Compras e Vendas 
Na Aula 02 estudamos as operações de compra e as operações de 
venda de produtos e mercadorias. Vimos que sobre essas operações incidem 
impostos, que são pagos na compra (pois estão embutidos no valor da 
aquisição) e também acabam incidindo sobre as vendas. Vamos detalhar quais 
são esses impostos e como é o processo de compensação de impostos a 
recuperar com os impostos a pagar. 
 
Impostos e Contribuições sobre as Compras e Vendas 
Os impostos e contribuições incidentes sobre as compras e vendas são: 
a) ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de 
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação: é um imposto de 
competência estadual incluído no valor das mercadorias e serviços. É 
um imposto não cumulativo, ou seja, o valor do imposto pago na 
aquisição de produtos e mercadorias pode ser compensado com o 
valor do imposto a pagar; 
b) IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados: é uma contribuição de 
competência federal, incidindo sobre as operações das empresas 
industriais. Conforme explica Ribeiro (2010, p.92), o IPI é considerado 
um imposto “por fora”, pois seu cálculo é feito sobre o valor dos 
produtos (mercadorias) e a ele é adicionado. A alíquota do IPI é 
determinada pelo tipo de produto, variando de produto para produto. 
A modalidade do IPI é não cumulativa, ou seja, os impostos pagos na 
compra de insumos, matérias-primas ou produtos são compensados 
com o IPI na venda em operações das empresas industriais; 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
10 
c) PIS – Programa de Integração Social: é uma contribuição de 
competência federal, tendo dois regimes de tributação: regime 
cumulativo e não cumulativo. No regime cumulativo a contribuição 
paga na operação de compra não pode ser recuperada pela empresa, 
incidindo a alíquota de 0,65% na operação. No regime não cumulativo 
a empresa recupera o valor embutido na operação de compra, 
compensando com o valor a ser pago. A alíquota do PIS é de 1,65%. 
As pessoas jurídicas obrigadas ao recolhimento do Imposto de Renda 
pela modalidade do Lucro Real são sujeitas ao regime não cumulativo 
do PIS; 
d) COFINS – Contribuição Social sobre o Faturamento: é uma 
contribuição de competência federal, tendo as mesmas características 
do PIS, com dois regimes de tributação: regime cumulativo e não 
cumulativo. No regime cumulativo a contribuição paga na operação de 
compra não pode ser recuperada pela empresa, incidindo a alíquota 
de 3% na operação. No regime não cumulativo a empresa recupera o 
valor embutido na operação de compra, compensando com o valor a 
ser pago e tendo a alíquota de 7,6%. Estão sujeitas ao regime não 
cumulativo do COFINS as pessoas jurídicas obrigadas ao 
recolhimento do Imposto de Renda pela modalidade do Lucro Real; 
e) ISS – Imposto sobre Serviços: o ISS é um imposto de competência 
municipal, incidindo sobre a prestação de serviços. As alíquotas são 
determinadas pelos municípios, podendo ser diferentes em cada um 
em função das legislações municipais; 
f) II – Imposto de Importação: o imposto de importação é um imposto de 
competência federal, incidindo sobre as operações de importação de 
matérias-primas, produtos ou mercadorias. As mercadorias 
importadas possuem um código da Nomenclatura do Mercosul – 
NCM, e as alíquotas são determinadas de acordo com o tipo de 
produto; 
 
Pró-reitoriade EaD e CCDD 
 
11 
g) IE – Imposto de Exportação: o imposto de exportação é um imposto 
de competência federal, incidindo sobre as operações de venda de 
matérias-primas, produtos ou mercadorias para o exterior. A alíquota 
do imposto é de 30%, mas em alguns produtos em que há o interesse 
do país em exportar não é cobrado o imposto de exportação. 
 
Apuração do Imposto 
Vamos agora demonstrar como é a apuração dos impostos na 
modalidade não cumulativa em uma empresa comercial, utilizando o ICMS 
como exemplo: 
a) Compra de Mercadorias: vamos simular a compra à vista de 
mercadorias, no valor de R$ 20.000,00, com alíquota de 17%: 
 
Valor da mercadoria R$ 20.000,00 
ICMS – 17% R$ 3.400,00 
Contabilização: 
Ativo Circulante – Estoque de 
Mercadorias 
 Ativo Circulante – Caixa ou 
Bancos 
D C D C 
20.000,00 
 
 
3.400,00 
 20.000,00 
16.600,00 
 
Ativo Circulante – ICMS a 
Recuperar 
D C 
3.400,00 
 
Obs.: a compra pode ser realizada a prazo, e nesse caso a conta 
creditada seria “Fornecedores no Passivo Circulante”. O valor da compra 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
registrada no Estoque é líquido do ICMS, no valor de R$ 16.600,00, e o ICMS 
permanece no Ativo como um direito recuperável. 
b) Venda de Mercadorias: vamos simular a venda à vista da mesma 
mercadoria, no valor de R$ 50.000,00, com alíquota de 17%: 
Valor da venda da mercadoria R$ 50.000,00 
ICMS incidente sobre a venda – 17% R$ 8.500,00 
Contabilização: 
Ativo Circulante – Estoque de 
Mercadorias 
 Ativo Circulante – Caixa ou 
Bancos 
D C D C 
 16.600,00 50.000,00 
 
Passivo Circulante – ICMS a 
Recolher 
 Demonstração do Resultado – 
Receita com Vendas de 
Mercadorias 
D C D C 
 8.500,00 50.000,00 
 
Demonstração do Resultado – 
Deduções de Vendas – ICMS 
sobre Vendas 
 
Demonstração do Resultado – 
Custo da Mercadoria Vendida 
D C D C 
8.500,00 16.600,00 
 
Obs.: a venda pode ser realizada a prazo, e nesse caso a conta 
creditada seria Clientes no Ativo Circulante. O valor da venda é de R$ 
50.000,00 e o custo da mercadoria, baixada do estoque, é de R$ 16.600,00. 
c) Apuração do ICMS a Recolher: no final do mês é realizada a 
apuração do imposto a recolher, que é a compensação do imposto a 
recuperar com o imposto a recolher. O que efetivamente é recolhido 
aos cofres estaduais (no caso do ICMS) é a diferença, se o imposto a 
A 
A 
B 
B 
C 
C 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
recolher for maior. Se o imposto a recuperar for maior, a empresa 
não pagará ICMS. 
Valor da venda da mercadoria R$ 50.000,00 
ICMS incidente sobre a venda – 17% R$ 8.500,00 
Valor da compra da mercadoria R$ 20.000,00 
ICMS – 17% (R$ 3.400,00) 
(=) ICMS a Pagar R$ 5.100,00 
 
Contabilização: 
Ativo Circulante – ICMS a 
Recuperar 
 Passivo Circulante – ICMS a 
Recolher 
D C D C 
3.400,00 
3.400,00 
 
3.400,00 
8.500,00 
0,00 5.100,00 
 
OBS: o valor do ICMS incidente sobre as vendas foi de R$ 8.500,00 e o valor 
do ICMS a recuperar foi de R$ 3.400,00. No final do período o ICMS a 
Recuperar é transferido para a conta do ICMS a Recolher, ficando ainda o valor 
de R$ 5.100,00 para ser recolhido aos cofres estaduais. 
 
Tema 3: Impostos e Contribuição Sobre o Lucro 
Após estudarmos os tipos de impostos e contribuições sobre as 
operações de compra e venda, a contabilização e a apuração dos impostos a 
recolher (tendo como exemplo uma operação do regime não cumulativo do 
ICMS), passaremos agora aos impostos incidentes sobre o lucro. 
Se os impostos e contribuições sobre as vendas guardam 
proporcionalidade e são calculados sobre as receitas de vendas de produtos, 
mercadorias e serviços, são calculados os impostos e contribuições sobre o 
Saldo Anterior Saldo Anterior 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
lucro da empresa, apurado inicialmente com a elaboração da Demonstração do 
Resultado, que estudamos na nossa quarta aula. Vamos relembrar a estrutura 
da DR com um exemplo simplificado: 
 
RECEITA OPERACIONAL BRUTA (vendas de produtos, mercadorias e 
serviços) (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA (devoluções, abatimentos, 
descontos incondicionais e impostos e contribuições sobre as vendas) 
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (ou Receita Líquida) 
 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (ou Receita Líquida) (-) CUSTOS DAS 
VENDAS (custo dos produtos vendidos, mercadorias e serviços) 
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (ou Lucro Bruto) 
 
RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (ou Lucro Bruto) (- / +) DESPESAS E 
RECEITAS OPERACIONAIS (despesas administrativas, com vendas, ganho 
com venda de imobilizado, etc.) (- / +) RESULTADO FINANCEIRO (receitas e 
despesas financeiras) 
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO. 
 
Os impostos e contribuições sobre o lucro são calculados partindo-se do 
Resultado da Empresa antes do IR e CS, e são de dois tipos: o Imposto de 
Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL) 
 
Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
É um imposto de competência federal, tributado pelas modalidades do 
lucro real, presumido ou arbitrado: 
 Lucro real: Fabretti (2013, p. 205) explica que o lucro real é um 
conceito fiscal, e não um conceito econômico. O lucro real é o lucro 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
contábil (conforme demonstrado na estrutura do Resultado 
Operacional antes do IR e CS) do período-base ajustado pelas 
adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela 
legislação do IR. Estão obrigadas a optar pelo Lucro Real as 
empresas que tiveram faturamento no ano-calendário anterior 
superior a R$ 72 milhões ou proporcional se a empresa iniciar as 
atividades no ano. A legislação também define algumas atividades, 
rendimentos e ganhos que obrigam a empresa a adotar o Lucro Real 
como modalidade de tributação. 
A alíquota do Imposto de Renda no Lucro Real é de 15%, acrescida 
de um adicional de 10% sobre o lucro real que exceder a R$ 
20.000,00, multiplicado pelo número de meses do período 
compreendido; 
 Lucro presumido: Fabretti (2013, p. 222) explica que o lucro 
presumido ou estimado é um conceito tributário, e sua finalidade é 
facilitar o pagamento do IR, sem que se tenha de recorrer à 
complexa apuração do lucro real. Nessa modalidade a legislação 
estabelece percentuais de presunção do lucro aplicáveis sobre a 
receita bruta, e não sobre o resultado operacional antes do IR e CS. 
Por exemplo, para as atividades de vendas de mercadorias (com 
exceção de revenda de combustíveis para consumo), a base de 
cálculo do lucro presumido é de 8% sobre a receita dessa atividade. 
Se uma empresa tem receita de R$ 1.000.000,00 em determinado 
mês, utilizando o Lucro Presumido, a base de cálculo para a 
aplicação das alíquotas do IR será de R$ 80.000,00 (8% da receita). 
Poderão optar pelo Lucro Presumido as empresas que não são 
obrigadas a optar pelo Lucro Real, e as sociedades de prestação de 
serviços profissionais. 
A alíquota do Imposto de Renda no Lucro Real é de 15%, acrescida 
de um adicional de 10% sobre o lucro real que exceder a R$ 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
16 
20.000,00, multiplicado pelo número de meses do período 
compreendido; 
 Lucro Arbitrado: segundo Fabretti (2013, p. 264), o lucro arbitrado é 
uma prerrogativa do Fisco, que poderá arbitrar os lucros na forma da 
lei, nas hipóteses em que a escrituração contábil e fiscal do 
contribuindo for desclassificada. Se o contribuinte não mantiverescrituração de acordo com a legislação, deixar de elaborar as 
demonstrações, estas conterem indícios de fraudes ou vícios, dentre 
outros, o Fisco desconsiderará as informações contábeis e arbitrará a 
base de cálculo do imposto. As alíquotas são as mesmas das 
modalidades do lucro real e presumido. 
Obs.: Para as empresas que se enquadrem como Microempresa e 
Empresa de Pequeno Porte foi instituído o Sistema Simplificado de 
Recolhimento de Tributos – Simples Federal. 
 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
É uma contribuição de competência federal, com a finalidade de 
financiar a seguridade social oficial. Como explica Iudícibus e Marion (2010, p. 
357), a contribuição social é calculada com a incidência da alíquota de 9% 
sobre uma base de cálculo do “lucro líquido do exercício antes do imposto de 
renda” ajustado por exclusões e adições previstas em lei. 
 
Registro Contábil 
O imposto de renda e a contribuição social devem ser contabilizados na 
Demonstração do Resultado como despesas em contrapartida ao Passivo, 
registrando a obrigação do recolhimento do imposto. 
Veja um exemplo da contabilização do Imposto de Renda no valor de R$ 
5.000,00: 
 
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17 
Passivo Circulante – Provisão para 
Imposto de Renda Pessoa Jurídica 
 Demonstração do Resultado – 
Provisão para Imposto de Renda 
D C D C 
 5.000,00 5.000,00 
 
Tema 4: Apuração do Resultado do Exercício 
O Balanço Patrimonial demonstra a posição patrimonial e financeira da 
empresa, de forma estática, representando os valores da entidade naquela 
data. O balanço patrimonial demonstra os saldos acumulados das contas 
patrimoniais do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 
A diferença do BP em relação à Demonstração do Resultado do 
Exercício, é que a DR mostra a posição econômica e financeira em um 
determinado período. A DR mostra o resultado alcançado pela empresa em um 
período contábil, considerando normalmente o ano civil de janeiro a dezembro. 
No final de cada período, o resultado da DR é transferido para o Balanço 
Patrimonial, para o grupo do Patrimônio Líquido. 
Vamos ver agora como ocorre essa interação entre as duas 
demonstrações, conforme demonstrado por Iudícibus e Marion (2010, p. 128 a 
130): 
a) contabilização durante o período contábil: no decorrer do período 
contábil as operações realizadas pela empresa são registradas na 
Contabilidade, seguindo o princípio (ou regime) de competência. As 
receitas e despesas são contabilizadas em contas contábeis 
pertencentes à Demonstração do Resultado, e o conjunto de contas 
de receitas menos as contas de despesas geram o resultado da 
empresa no período, que pode ser lucro ou prejuízo; 
b) encerramento das contas de resultado: uma vez ao ano as empresas 
devem encerrar todas as contas de resultado, ocorrendo o confronto 
 
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18 
das despesas com o resultado para apurar o resultado do período. 
São realizados lançamentos de zeramento do saldo das contas de 
receitas e despesas e a contrapartida é uma conta de Apuração do 
Resultado do Exercício, ou seja, uma conta transitória para a 
apuração do resultado. Desta forma as contas zeram no final do 
período e iniciam o próximo período com saldo zero. 
Exemplo: 
Receita com Vendas 
 Custo dos Produtos 
Vendidos 
D C D C 
 
100.000,00 
100.000,00 
 
 35.000,00 
35.000,00 
0,00 0,,00 
 
Apuração do Resultado do 
Exercício (ARE) 
D C 
 
35.000,00 
15.000,00 
10.000,00 
100.000,00 
 
 40.000,00 
 
 
Despesas (ex: despesas com 
salários) 
 Impostos sobre o Lucro (ex: 
Provisão para Imposto de 
Renda 
D C D C 
Saldo do Período Saldo do Período 
 
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19 
15.000,00 
15.000,00 
 10.000,00 
10.000,00 
 
0,00 0,00 
 
c) contabilização do Resultado do Período: o resultado apurado na 
conta de Apuração do Resultado do Exercício, que no exemplo foi R$ 
40.000,00, é então transferido para a conta de Lucros ou Prejuízos 
no grupo do Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial. O Patrimônio 
Líquido representa o valor pertencente aos sócios, portanto, o lucro 
aumenta o valor dos sócios na empresa. 
Apuração do Resultado do 
Exercício 
 Balanço Patrimonial – 
Patrimônio Líquido - Lucros 
Acumulados 
D C D C 
 
40.000,00 
40.000,00 
 
 40.000,00 
0,00 40.000,00 
 
Obs.: conforme estudamos na Aula 03 – Balanço Patrimonial, as 
empresas constituídas como sociedades anônimas não podem manter lucros 
não acumulados, porém somente Prejuízos Acumulados. 
d) destinação do lucro: uma vez apurado o lucro do exercício, se fará: 
 constituição das reservas obrigatórias em lei ou previstas no 
estatuto da companhia; 
 distribuição aos sócios ou acionistas como dividendos; 
 constituição de reservas adicionais, previstas no estatuto ou 
deliberadas pelos acionistas; 
 manutenção na conta de Lucros Acumulados (as sociedades 
Saldo do Período Saldo do Período 
 
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20 
anônimas não podem manter lucros). 
 
Trocando ideias 
Na aula de hoje vimos os tributos que incidem diretamente sobre a 
receita com vendas de mercadorias, produtos e serviços, assim como aqueles 
que incidem sobre o lucro da empresa. 
Em sua opinião, a carga tributária brasileira é adequada? 
Compartilhe com seus colegas sua opinião sobre o impacto da carga 
tributária nas operações realizadas pelas empresas. 
 
Síntese 
Em nossa sexta aula estudamos tópicos relacionados com a 
depreciação, os impostos sobre as vendas e sobre o lucro da empresa, e 
também a metodologia do encerramento do resultado e a apuração do lucro ou 
prejuízo em determinado período. 
A depreciação, exaustão e a amortização, registram as desvalorizações 
dos bens que compõem o ativo imobilizado e intangível da empresa. A 
depreciação é calculada para os bens materiais da empresa, com exceção dos 
bens e direitos de natureza mineral e florestal, que possuem a incidência de 
exaustão. Para os direitos intangíveis, é calculada a amortização, com base no 
tempo de uso do direito a uma marca ou patente, por exemplo. 
Sobre as operações de compras e vendas de mercadorias, produtos e 
serviços, incidem impostos das esferas federais, estaduais e municipais. 
Dependendo do tipo de imposto e da tributação da empresa, os impostos 
podem ser da modalidade cumulativa e não cumulativa. A diferença entre os 
dois é que na segunda modalidade o imposto pago na aquisição pode ser 
compensado com o imposto a pagar, gerando a Apuração do Imposto a Pagar 
no final do período. 
 
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21 
Finalizamos a aula demonstrando a metodologia do encerramento do 
resultado de um exercício e a posterior transferência para o Patrimônio Líquido, 
aumentando (se for lucro) ou diminuindo (se for prejuízo) o patrimônio dos 
sócios ou acionistas da empresa. 
 
Referências 
BAZZI, S. Contabilidade em Ação. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
 
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade: resumo da teoria, 
atendendo às novas demandas da gestão empresarial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2010. 
 
FABRETTI, L. C. Contabilidade Tributária. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
 
FRANCO, H. Contabilidade Geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1990. 
 
IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 
2010. 
 
IUDÍCIBUS, S; MARION, J. C.. Contabilidade Comercial. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010. 
 
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Comercial Fácil. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 
2011.

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