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T r 1 M as o que ė mesm o w rlaç ðo Iıngülsuca? realm ente é. M as será que a gente pode mesmo pensar nesse m odelo de ıĺngua rıa verdade. u m soclial. A rbña l'" ue nāo corres \ nde àquilo que a ıīngua Portanto. o que se convencionou chamar de ' lingua " nas sociedades ïetradas é, assim , excluida da escrita e da ¡eitura! ıeu nada, e até hoje um a grande parcela dos seres hum anos perm anece ou seja, durante 9 9 % história da nossa espė cie ninguém escreveu nem humanidade - as form as m ais anügas de escrita të m m enos de 6 . 00 0 anos, são invençōes cuıturais, c riaç õ es arfilicials e m uito recentes na história da ora, a escrita, a ıiteratura e a escoıa sāo instituiç õ es em inentem ente sociais, precisaria ser preservado ruina e da extinç āo. . . . icos,com o as norestas, os nos, a flora, a fauna e os m onum entos a 띠 uitetö nicos, ro nacionaı. De patrim ô nio cultural que. A ssim sas sociedades, constitui um aespė ciede tesou Lpedraa_ portusuë s. m ente no capitulo 3 o processo hisdeıo de lingua ' certa - , de - bem falar ' que, n e s - : tórico de constltıtlç * o d nesse liw o aqui de norm a - pedr ão. Isto é, O m o - A gente vai estudar m aıs dem orada seleciona s para com por o que vam os cham ar Ħoniıncias, de palavras e de regras gram aticais que foram cuidadosam ente so merece o nom e de hngua um conjunto m uito particular de degıła m uito influenciada por todas essas instituiç õ es para elas, tem a educacionaı organizado se acostum aram a ter um a idė la escrita, c om uma história ıiterária de m uitos séculos e um sıs- s pessoas que vivem em sociedades com um a longa tradıç ã o A iıusã o da ııngua hom ogênea stica?variaçāo lingūística? M as o que é m esm o bus, de bicicıeta, de m otocicleta, de cadeira de brasiıeira passam - a pé, de carro, de ö ni - do. Em qualquer rua m ovim entada de um a cida - de vista, u m a das m ais heterogēneas do m un - nossa sociedade ė , sob os m ais diversos pontos Vamos pensar no caso do B rasil. Sem dúvida, a M as o que é m esmo varlaç 8 o llıgillstlcđ7 exc\udentes · projetos soclaia dem ocrń \łcos (! t\& o · pesqirisa clentftica e co m baso eni quc constituida com o auxilie da elem ento cultural deıej&vel, desde norm a- padrñ o poderia nle ser \ı1L1 nen1 . Todos!) ncrcdİ ttnn q\łe \m la e autorit ia. A lguns lingtılstns (Ĥ os últimos m ilhõ es de anos. Ideologia obsc\ırantlstn, dogm & tıc« nho que vinham seguindo naturalm ente nos quais inıpera frequentem ente \m i@ que as águas de um rio prossigam no carní dados políticas e cul tur4tls, ų T IL Ls m as sim Q resu] tađo de * ç O es hum ł\ ·de um a barragem , de um a represa, im pede nas conscientes, ditadas por ncç essi · a m udar - exatam ente com o a construç ã o gua nñ o seı · u m processo " n a tu re r, clal das forç as que levam a língua a variar e palu o fato da nonrınthcaç = tıda 1fn sim plesm ente cham am a atenç Ĥ o variaç ã o e m udanç a. u m refream ento artifi- tam entg linsufstico' " s lın# uistas ta um controle dos processos inerentes de as quais estñ b as norm asde ç ołnluw m odelo idealizado de língua, ė que represen social ë regulada por norm as, e n tre construç āo de um a norm a- padrāo, de um nega liva, E les snborn que a vida com o um a coisa intľ tnsę cnnnonte lĺngua hom ogênea e estável. A o contrário : a constituiç āo de o111o norı11a · pa 山 no constituem " desvios " ou " distorçōes " de um a tas ıı& o considem m o płÐ cesso de A ssim , n āo sāo as variedades lingūístìcas que m ņ s pessoas desavtsadas, o s ]ınlolı» A o coTıtr io de que declaı · n m a ııu · que as flores continuem lindas e coloridas! ideal sāo com o ervas daninhas que precisam ser arrancadas do jardim para as inúm eras m anìfestaçōes orais e escritas que se distanciem dessa língua lingua perfeita, c orreta, bem - acabada e fixada em bases sólidas, e que todas pode ser " solucionado " . O verdadeiro problem a ė considerar que existe um a o probıem a estā em achar que a variaçāo lingūistica é um " problema " que sala de aula o " problem a da variaçāo " . podemos com eç ar respondendo que V ira e mexe recebo m ensagens de pessoas que perguntam com o tratar em Por isso, nāo tem sentido falar da variaç ã o lingūistica com o um " problema " , estāveis e hom ogēneas! paradoxal, o im pensável seria justamente que as linguas perm nnecosserlr díversilicados, insvels, sujeitos a conñ řtos e a transiorm aç ô es, o e stranho, o dades sāo sem pre, em qualquer lugar e em qualquer época, heteï cgòn hum anos que vivem em sociedades, se esses seres humanos e essas socio- natural " das línguas, o seu jeito próprio de ser, Se a lingua ė falacıa por seres mais difundidas, a valiaç ã o e a m udanç a lirgüisticas é que sã o o ° estacla C om tudo isso, a gente está querendo dizer que, na contram ã o d s crenç as conhece para o R da palavra poRTA no portuguēs brasileiro variaç āo fonético - fonológica - > pense em quantas pronĹrncias vocē A variaçāo ocorre em todos os nive is da lingua Lopes e b i d o no B rasil em 2 0 0 4 disposiçāo dos falantes vidas em pon ugués, dlriBldo por vu possiveis dos recursos expressivos que estāo à depoim m to registm do no ßlm e L oĄ se abrigam diversos conjuntos de realizaçōes em portugués/ do guarda- chuva cham ado U N G uA , n o singular, u m a lingua porıuguesq há lingţ lingua com o um " substantivo coletivo " : debaixo ouase m e apetece ' llizer que ndo nea. A grande m udanç a 〒 ntroduzida pela S ociolìngūist ica foi a concepç ä o de lingua apresenta variaç ã o signifi ca dizer, m a is uma vez, que ela é hetenogě- O primeiro desses conceitos, com o já vim os, é o de variaç ã o . D izer que a variaç ã o la de form a equivocada com o, infelizm ente, acontece com m uita freqūência, verbo w riar. Ė im portante ter clareza dessa term inologia para evitar em pregá- sociolingūistas form ularam aıguns conceitos e definiç õ es, todos derivados do ajudar a gente a com preender esse fenô m eno com plexo e fascinante, os 0 conceito de variaçāo lingiiïstica é a espinha dorsal da Sociolingüística, para sempre em toda investigaç ã o sobre língua e sociedade. so, ideologia - , faz parte da vida social, e tem que ser levada em conta deixar de reconhecer que ela existe - ainda que somente no nível do discur- produto cultural, um a " lingua " artificial, por assim dizer, a gente nä o pode a norm a- padrāo. Por isso, mesm o reconhecendo que a norm a- padrã o é um ma- padrāo influencia a variaçāo lingüïstica e a variaç ä o lingülstíca influencia Entre esses dois póıos, existe uma grande zona 〒 ntermediária, em que a nor- I N O R M A - I 一 一 一 一 一 一 一 一 争 团团回回国团团国 corretos e convenientes. tos da variaçāo, para servir de padrāo para os com portam entos llngüïstlcos M as o que é mesmo va \ o ıingů is (onde fıca F lorianópołis), entre outras. geral, zonas do M ato G rosso, algumas co m unidades da ilha de S anta C atarina ficas apresentam o · s chiado " , como o R io de Janeiro, o P ará, o N ordeste em origem geogrd ica do falante. N o português brasiıei ro, diversas áreas geográ- mente, isto é, condicionada por algum fa tor de ordem social - neste caso, a não é condiciorıa apenas lingüist icamente, m as tam bém extrałingūistica - A qui estamos diante de um tipo de variaç ã o que tante do ° s c hiado ° . . .gião diferente sua m os pelo outro par £ porque eucom o proveniente de um estado ou de um a re- m esm o, a u to r do livro , n ã o s o u £a- provei que procure identificar seu interıoctJtor lago no prim eiro caso . secom eç a - ıU iás, s e v i c ê ć falante do " s c hia. que tem consctēncia da diferenç a - ė m uito do° , p e rc e beu a alternâ ncia m - ta] ca alguma reaç ã o parte do prim eiro fa lante, com o - s chiado " , essa variaç ã o de pronúncia logo chama a ate nç ã o, provo- Quando um falante que pronuncia R A Is]pA ouve um a pessoa pronunciar RA U]pĄ N . B . : osimbolo[D representa 0 som do × em x»g, e o ķ ] representa 0 som do Ĵ e m 田 凶 R A SP A ― ― RA S G A RA SG A , a c e a seguinte variaç â o coisa já m uda de figura quando, com o m esm o par de palavras RA spA / que ele acontece. ou positiva da parte dos falantes, que nem sequer tēm consciência de ele nã o cham a a atenç ã o, nã o desperta nenhum tipo de reaç āo negativa É um fenô m eno tāo ım pregnado na ıingua que m nguė m se dá conta dełe, pares com o R A S P A / R A S G A , E S C A M A / E S G A ıdA , ĦSC O / FıS G O , D E ST IN O /D EsM A IO etc. laridade etc. , vai apresenta na sua fala, essa a]ternå ncta [5 ] - [z] em dependentem ente de sua origem social ou regłonal, sexo, grau de esco- do aperıas ıingūisticam ente - todo e qualquer falante de português, ï n- A qui estam os diante de um fenóm eno de varlaç â o que está condiciona- vai provocar a n r dade do outro. asononzaç å odooutro a nånoridade(OUnão- vozeam ento)de um fonem a variaç ã o l5 } - lzl. A sonoridade (oti vczeam enlo) de um fonem a vai provocar M as o que é mesm o v« ıaçao M g bocM estes pais falam do mesmo modo com o as pessoas das geraç ões anterioræ ıD A D E : os adolescentes nāo falam do m esmo modo com o seus paķ , n e m diferentes individuos mal e, c o m e le, à cultura letrada, à prática da leitura e aos usos da escrita, ŝ \ - ii. . " " " " m " " nfiguraç ä o dos usos lingūisticos dos médio ou m uito alto, e v ice- versa m uito baixo nāo falam do mesmo modo das que të m um niveı de renda sTA T us socloE coN ö M lco as pessoas que të m um nivel de renda origem rural ou urbana da pessoa dentro de um m esm o estado etc. ; outro fator im portante tam bém é a giôes brasileiras, dos diferentes estados, de diferentes áreas geográficas podemos investigar, por exem plo, a fala caracteristica das diferentes re - O I F I C A a ıingua varia de um ıugar para o outro assim , 〒 nteressantes para a pesquisa sã o os seguintes sociais sāo esses? D entre os m uitos possiveis, os que të m se revelado mais auxiliar na identificaç ã o dos fenô m enos de varia« ä o ïingūistica, Que fatores ca, os sociolingūistas selecionam um conjunto de fatores sociais que podem Para fazer um trabalho de investigaç ä o m inucioso sobre a variaç ä o lingüisti- Fatores extralingūısticos cuıturais que já devíam os ter abandonado há m uito tem po . . . " errado " , ainda m ais estúpida porque se baseia em preconceitos sociais e sido reduzida, na tradiç āo escolar, a uma divisã o estúpida entre " certo ° e mentável que um a coisa tāo m aravilhosa, com plexa e apaixonante terlha os elem entos necessários para sua pıena interaç ä o social e cultural, É l reestrutura, sem todavia nunca deixar de proporcionar aos falantes todos que nunca está pronto, que o tem po todo se renova, se recom pðe, s¢ì ıógicas e com coerência funcional. E mais fascinante ainda : um sistem a mo conteúdo inform acionaı através de regras diferentes, todas igualmente organizado e, sobretudo, um sistem a que possibilita a expressã o de um rn ? ( , - cinante da Iīngua : o fato deıa ser aıtam ente estruturada, de ser um c ist¢ ma A heterogeneidade ordenada tem a ver, entāo, com essa caracteristia fa - lar sem obedecer regras ¡ingūisticas! desrespeítar as reg' o s da lfł?gua, sim plesm ente porque é ım posslvel fa- ■ っ 三 一 二 一 三 っ ー 仁 の 드 图 0 一 亡 っ 드 ヨ ロ コー 一 0 r m ヨ の コ ー っ ヨ 卧 ズー ヨ ロ ao grau m áxim o, a depender de todos os fatores que acabam os de elencar 0 monitoram ento estilístico ė um a escala contínua, que vai do grau m ínim o Tudo isso pode ser sintetizado no conceito de m onitoram ento estilĺstico . geral, das suas atitudes e, evidentem ente, do seu com portam ento verbal. atençāo e um planejamento m aior ou m enor do seu com portam ento em etc C ada um desses tipos de situaçāo vai exigir do falante um controle, uma ou menor intim idade com a tarefa com unicativa que tem os a desem penhar e do am biente, de m aior ou m enor inseguranç a ou autoconfianç a, de maior tensāo psicológica, de m aior ou menor pressāo da parte do (s) interlocutor (es) Essa situaçāo pode ser de m aior ou m enor form alidade, de m aior ou m enor ção de interaçāo em que nos encontram os. mente, de m aneira m ais consciente ou m enos consciente, conforme a situa- 国 기 M as o que é m esm o varlaç ä o llngüĺstica? conservam O - S (Tu FA LA S , T u C O M ES), e por ai vai. . . minaçāo - s na conjugaçāo verbal (Tu FA LA , T u coM E), enquanto outras (poucas) usam vocÊ, a m aioria das variedades que apresentam o Tu elim inaram a ter - algumas variedades usam Tu com o pronom e de 2 a pessoa, enquanto outras apresentam o " s chiado " em final de sïlaba (FE[Į]TA ) ou final de paıavra (FE]TATĮ] ), Por exem plo, nem todas as variedades lingūísticas do português brasileiro racterísticas próprias, que servem para diferenciá - Ia das outras variedades. língua é um feixe de variedades. C ada variedade lingūística tem suas ca - Partindo da noçāo de heterogeneidade, a S ociolingů ística afirm a que toda também constitui um a variedade especifica - e assim por diante. . . superior a dez saıários mínim os, m oradores da zona sul do R io de Janeiro dos homens com m ais de 4 0 anos, com curso superior com pleto, com renda anos, analfabetas, é outra variedade. O s traç os lingů isticos cara cterısticos zem da língua as m ulheres agricuıtoras do sertāo da P araíba com m ais de 6 0 periferia da cidade de Sāo paulo é um a variedade lingůística. O uso que fa - cuıino, entre 1 8 e 2 5 anos, com escolaridade inferior a 4 anos, que vivem na nos exem pıos que dei m ais acim a : o m odo de falar dos jovens do sexo m as- de acordo com os fatores sociais que incluirm os na nossa investigaçāo, com o podemos delim itar e descrever quantas variedades lingüisticas quiserm os, sociais como ıugar de origem , idade, sexo, classe social, grau de instruçāo etc. Como já vim os, esses diferentes m odos de falar se correlacionam com fatores ca. U ma variedade ıingūistica é um dos m uitos " m odos de falar " um a língua. outro conceito m uito im portante na S ociolingůística é o de variedade lingüisti- Variedade provém de D IÁ - e do grego K H RóN os, " tem po " . etapas da m udanç a é de grande interesse para os ıingů istas. O adjetivo (vamos ver isso m ais de perto no capítulo 8 ) e o estudo das diferentes tes etapas da história de um a ıíngua. A s linguas m udam com o tem po p variaç ã o diac rô nica 4 é a que se verifica na com paraçāo entre diferen- o adjetivo provém de D ıÁ - e do grego pH Ásıs, " expressāo, m odo de falar " . grau de m onitoram ento que ele confere ao seu com po, rtam ento verbaı. é, o uso diferenciado que cada indivíduo faz da lingua de acordo com o p variaç ã o diafásica 4 ė a variaçāo estilistica que vim os m ais acim a, isto r? ) A q , : M as o que é m esm o vari aç ä o lingüĺstica? M E D U RA N TE M U ĹTO T E M P O S U ST E M O U , » o artigo definido vem sem pre co - A te surdo [5 ] ou sonoro [z], ou com o um som pode ser pronunciada com o um som sibilan - para a consoante / 5 / que, com o vim os, guēs brasileiro. O m esm o já nāo vale dades regionais, sociais etc. Do portu- portanto , n ilo ć aceita pelos ra -agora) diferenç as nas m últiplas varie - tantes. senta (pelo m enos que se saiba até te nce à gram itica da língua c , » a pronuncia da consoante /f/ nāo apre- dical um a I'o rm a q u e n ā o p e lL é usado na lingūfslica para in - ção. por exem plo co m o já vim os, . A s t e r isco ( * ) M uita coisa da ıingua nāo apresenta varia- lingua pode estar em variaç āo? A resposta é nã o . pragmático. A essa aıtura, pode surgir um a dúvida : tudo o que existe num a lingua : fonético - fonoıógico, m orfológico, sintático, sem â ntico, ıexical, estiıĺstico- Ao falar da variaçāo, dissem os que ela pode se verificar em todos os niveis da N em tudo na ıíngua varia variedade regi , o n a l, variedade social, variedade generacional ou de geraçāo) eK . sociolingüīsti cos, onde a gente encontra m ais freqüentem ente as expressōes Essa term inologia, no entanto, nāo é m uito em pregada nos trabalhos bėm provém a pa lavra LÉxico . vezes - LE C TO ), derivado do grego LÉK S IS , " paıavra, açāo de falar" , de onde tam - Em todas es sas palavras está presente o elem ento - LETo (tam bė m escrito às N ada na ıíngua é por acaso por um a pedagogıa da variaç ã o ıingülstıca ninguém m ais usa no dia- a- dia da língua? Por nossos alunos e alunas? vale a pena insistir em ensinar coisas que quase norm al, cotidiano, c om o fazer para que elas sejam aprendidas e apreendidas Se já sabem os que determ inadas regras gram aticais desapareceram do uso contríbuiçāo m uito im portante para a elaboraç āo de estratégias de ensi na 0 conceito de vernáculo, tal com o definido na sociolingūĺstica, pode ser uma O vernáculo e o ensino por todos os brasileiros, falantes de todas as variedades lingūísticas. essa últim a estratégia, a do chamado " pronom e nulo " , é a m ais em pregada C A SA O U C O M P R E I O lIV RO M A s ES Q uE C I o E M C A S A . A s pesquisas tēm m ostrado que com o nos exem pıos que dem os m ais acim a : C O M P R Eı 0 lIVRO M A S E S Q U EC I E LE EM xando vazio o lugar sintático que deveria ser ocupado por um objeto diretQ , estam os usando os pronom es retos E LE/ E LA / E LEs/ E LA s ou sim plesm ente dei - A /os/A s nāo pertencem ao vernáculo brasileiro. N o lugar deles, nós, brasileiros, podem os dizer, com boa m argem de seguranç a, que os pronom es oblíquos o/ m as sobretudo na escrita de gêneros textuais m ais m onitorados. C om isso assim som ente em situaçōes de alto m onitoram ento estilístico de sua fala, m es as pessoas que tiveram acesso å escoıarizaç āo form al plena, e mesmo A s estāo praticam ente extintos da nossa língua. Só em pregam esses prono- sociolingūísticas têm reveıado que os pronom es obıíquos de 3 a pessoa o/A /os/ Estudando o vernáculo brasileiro m ais geral, por exem plo, as pesquisas com probabiıidade de desaparecer da lingua num futuro próxim o. sāo as regras que estāo deixando de ser usadas, caindo em obsolescë ncia, em suas interaç õ es cotidianas. A o m esm o tem po, podem os identificar quais tem porâ neo, aquelas que sāo as m ais usualm ente em pregadas pelas pessoas as regras gram aticais que reaım ente pertencem ao po rtuguë s brasileiro con- por m eio do estudo do vernáculo podem os identificar, por exerT tplo, quais são mais atençāo ao cor?tìeúdb do que está contando. excitaçāo da narrativa, presta m enos atençāo à fotm a com o está falando e m uito marcas m ais caracteristicas do vernácuıo, um a vez que 0 faıante, tornado pela se viu próxim o de m orrer? " A s narrativas resuıtantes dessa pergunta trazem as pesquisador pergunte a seu inform ante 'V ocê já esteve num a situaç ä o em que sugere, com o estratégia para fa zer em ergir o estilo m enos m onitorado, que o · 1 M as o que ö n\esn\o verlaç ıo ılngN stka ? /ihgua łom 7ajllihgua coloquial etc. , num proc edim ento que esconde o carä - gua nã o- padrāo, lĺngua culta/língua popular, língua escrita/lĺngua fałada. de pares dicotōm icos, de polarizaç ô es radicais do tipo / fr}gud - padrä olfin- nalmente, a realidade lingüística brasiıeira tem s ido anaıisada eıT ı term os car todos eles em prática num exercício d e análise da lingua real. Tradicio- muito grande de conceitos, e pode ser dificil para o nã o - especialista colo- À prim eira vista, a S ociolingüística parece trabalhar com um a quantidade C om o anaıisar um evento de interaç ? io verbaı? ressantes, sāo deixadas de lado. Vam os voltar a isso m ais adiante. com o boa falante da língua, enquanto outras coisas, mais importantes e inte - com práticas irreıevantes de ensino de coisas que a crianç a já sabe e dom ina, o que nāo é necessário ensinar. M uito tem po de sala de auıa é desperdiç ado ma. D aí a im portâ ncia de deıim itar com precisāo o que é necessário ensinar e culo brasileiro e que quaıquer criancinha que com eç a a falar utiliza sem probıe - ELA , E L Es, E L A s , M E , M IM , T E , s E , por exem plo, que estāo vivos e atuantes no verná- A coisa é diferente com outros pronom es com o Eu, T u , v O C Ė, N óS , A G E N T E , E L E , nas situaçōes m ais ĺntim as e descontraídas de uso da lĺngua. mesm o os m ais letrados, n āo em pregam esses pronom es na vida fam iıiar, seu processo de letram ento. Essa falta de contato revela que os adultos, esses pronom es antes de se iniciar na leitura e na escrita, a n tes de corneç ar siıeira, seja de quaıquer regiāo ou de qualquer cıasse social, tem contato coıT ı o caso dos pronom es oblíquos o/ A /os/ A s é exem plar N enhum a crianç a bra- adquirir a nāo ser pela educaç ã o form al, sistemática, program ada. pessoa um conhecim ento que ela de fato nāo possui nem tem outro m odo de para ensiná- ıas, n o sentido m ais ıiteral do verbo er?sinar, isto é, transm itir a um a das da faıa espontå nea, m as ainda exigidas sociaım ente na fala/escrita form aı, sociaı. Dai a im portâ ncia de reconhecer as form as lingüísticas já desapareci- estilisticam ente, textos que ocupam os niveis m ais altos na escala do prestĺgio que lhes perm itam produzir textos (orais e escritos) m ais m onitorados im portantes do ensino é precisam ente dotar os alunos e alunas de recursos tempo, antes de desaparecerem por com pıeto. O ra, u ma das funçōes mais servadores. É nos textos m onitorados que esses usos sobrevivem por m ais escritos m ais m onitorados sāo o últim o refúgio dos usos lingüísticos m ais con - como a gente vai ver no capítulo 8 sobre a m udanç a lingülstica, os gë neros i M asoqueémesmow riaç aollrw lsticaT ' fızemo" , enquanto na atividade mais marcad a pelas práüc as de letramento nos ela pode dizer coisas com o · pëxe " , " bëjo " , " falá " , " as coisa " , " ocês " , da que apresentava ainda há pouco. Por exem p lo, n a conversa com os alu- alta um texto escrito, sua fala decerto apre sentará características d iferentes Pnĵ pria da discipıina, ou se escreve algo na lousa e come nta, ou se 18 em voz a explicar algum conceito que estå sendo es tudado, u sando a term inoıogia hlar certam ente vai trazer as m arcas disso. se, logo em segui da, e la começ a soal feito por eles, a professora está no univers o da oralidade, e seu modo de contar a eles algum a história ou com entar algu m relato de experiēncia pes - Para chamar sua atençāo, para pedir alguma m udanç a de atitude de les, para Pode alternar entre esses dois tipos de pràticas : quando se dirige aos alunos leitura e na escrita. D urante lĮm a m esm a aula, por exem plo, a professora ma das práticas letradas, ou seja, prå ticas que de algum modo se apóiam na momento da interaç ä o está m ais próxima das práticas orais ou mais próxi- 0 contltruum oraliđade- letram ento nos indica se a atividade verbal naquele donaram totalmente sua cultura rural. / · L P O m r totnlm ente à cultura tırhana e, tal m as n 矗 o tenhnm podido se m coF nham vindo do interior pala a capi- - é provável que seus fanıiliares t do inıprjnr do estado e à zona rural antigam ente luito às cidades m undo, u s a m o cham ado " R caipi- m aiores aglom eia ç õ es urban as do na perifeıia de S ã o paulo, u m a das que tantos jovens nascidos e criados É isso que exF Jica, poľ expm plo, poľ pletamente à cultura urbana e tam bém nāo aban- diçōesdevida, e que nāo se integraram ainda com - campo para a cidade, em busca de melhores con- ltantes contingentes de pessoas que m igraram do ıferias das nossas m etrópoles, onde vivem im por- Vtoni- Ricardo cıassifica de rurbauo sã o as peri- 加 deste contiinuum , um espaç o sociocuıtural que giāogeográfica para outra. Tam bém existe, no cen- JR I · sa, e que tuclo isso tam bė m varia de um a re- í116 18 os faıares rurais do que os urbanos e vice- Totìológicas e m orfossintáticas que caracterizam 】ìocL3bultio (\ toda unia sė rie de regras fonético- ììtı0 cle fđlaĺ · 1 lingua. S abemos que há todo um? Ø tF ł. JçO com o íT ıeio am biente e, ė clarQ , seu 0 do mtłnclo · lćì pessoa, suas crenç as e valores, n)Jtľ opol 0 fatores que influenciam m uito a vi- pť qttĘ ' n a ) olł t[t siclo criada num a grande tìNtD vivido na zona rural (ou num a cidade M entes soclaıs e cuıturaıs do falante : ter , - L}ř?tlit{ł£/Ħ r\łraı- urbano diz respeito aos a n t N ada na ıingua é por acaso por um a pedagogia da varıaç ä o llngülstica (1) E duatJldo, cê qué prestá ' te n ç ã o e parti de brincil? professora do seguinte m odo Podem os representar esses dois m om entos distintos da produç 8 o verbal de em situaç õ es m ais m onitoradas, em atividades m als letradas, vetde da casa de M árcia ' , por considerar a pronĹincìa " caipira " inadequada aspirado ao ler em voz alta um texto com o " o vento forte iez bater a polla ra - ao raĺhar com um aluno chamado E duardo e usar um / rl vibrado ou llm /hl antecedentes rurais, digam os, do interior de S āo P aulo, pode usar 0 " R caipï - texto do livro, diz " palhaç o " e " trabalhar " . . . Essa mesma professora, ss tiver ałuno que norm alm ente diz " paiaç o " e " trabaiá " mas, ao ler em voz afta o vê " e ora diz " v eremos " , que ora diz " xovê " e ora diz " deixe- me ver" , ou o verbal, n a fala de uma m esma pessoa, como a professora que ora dlz " v amg ocorrência de variaç ã o lìngūistica num m esm o espaç o - tem po de interaç ão Bortoni- R icardo fica m ais fácil compreencler a fegrasda gram ática norm ativa. C om esse m odelo de análise proposto por ° ¢ o rregã ď , a p e s so a a c a ba infrinein - ç m que, n u m e x c e s s o zeio pela m ais requintado e erudito. m o , ° e u e n trggam i- the o relatório " e tc . , mais elaboradas e de vocabulário considerado ' k les dĢvem pennaneeerem aqui m es- pela norm a- padrã o, de construç ô es gramaticeis vą r ao fenóm eno da hipew on egâ o , provável é a ocorrência das form as D rescritas o m onitoıam ento tam bém pode le. Q uanto m ais m onitorado o estilo de fala, mais sos fatores presentes no m om ento da interaçio, monitoram ento m aior ou menor é dec orrente do entrecruzam ento de clivel · - o falante presta ao que está d izendo. C omo já explicam os mais acima, esse o continutim de m onitoram ento estilistico nos indica o grail de atençio que " fizem os " , mais próximas da ortografia oficial e das regras normativas. é provável que ela use for m as com o " peixe " , " beijo " , " falar " , " as coisas " , " vocês " ,
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