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CURSO DE LETRAS: PORTUGUÊS 
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) 2016/2 
As diretrizes para elaboração do livro didático adotado nas diversas escolas brasileiras têm sido amplamente discutidas em Universidades, ONGs, Conselhos de Educação, enfim, em diversos órgãos que funcionam como alicerces teóricos para que esse material didático chegue ao aluno e consiga complementar seus conhecimentos de forma contextualizada e produtiva. 
Com base nesse primeiro pensamento, reflita enquanto atual ou futuro professor de Língua Portuguesa sobre a função real do livro didático na sala de aula e estabeleça relação entre a citação dos PCNs e o excerto retirado do livro didático “Por Uma Vida Melhor” apresentados a seguir. Tente ainda municiar-se com referenciais das gramáticas prescritivas e descritivas para enriquecer sua linha argumentativa. 
Resenha das obras pesquisadas. 
A Prática da Linguística em Sala de Aula 
Para poder entender as mudanças ocorridas na gramática da Língua Portuguesa no Brasil inicia-se fazendo a distinção entre a gramática prescritiva ou normativa e a gramatica descritiva. O termo “Gramática” é usado em sentidos distintos, referindo-se quer ao manual onde as regras de regulação e uso da língua estão especificadas, quer ao saber que os falantes têm acerca da sua língua materna. 
As gramáticas prescritivas ou normativas são manuais que prescrevem as regras linguísticas (fonológicas, morfológicas, semânticas e sintáticas) da variedade-padrão de uma língua. Têm como principal objetivo ensinar a falar e a escrever corretamente, sendo que são consideradas corretas as formas linguísticas da variedade de prestígio de uma língua, a norma-padrão. 
A gramática descritiva, que têm o objetivo de descrever o funcionamento de uma língua; nela é feita uma descrição da estrutura usada pelos falantes de uma língua, independentemente de estas serem ou não consideradas corretas pela norma-padrão. 
O ensino da Língua Portuguesa, ao longo de seu contexto histórico, caracterizou-se, sobretudo, pela dispersão das regras gramaticais, em acordo com a essência da Gramática Prescritiva. A sugestão atual orienta para um trabalho pedagógico centrado na abordagem dos diferentes gêneros de texto, sugerindo que a gramática seja contemplada, tomando como citação o texto. Afinal, toda a comunicação se realiza por meio de um texto. O conhecimento da norma culta é importante, sim. Mas, não se pode ter preconceito em relação a pessoas que, por um motivo ou outro, não tem domínio do padrão. Respeitar a diversidade, que enriquece o nosso idioma, é reconhecer que a língua é muito mais que um padrão.
Em sala de aula, é uma importante contribuição especialmente para professores do ensino fundamental e para quem que se interessa pelas questões que guiam a educação linguística. Identificar as principais características sociolinguísticas da sociedade brasileira e suas implicações para a educação. Facilitando a conscientização sobre variação linguística. Ajuda a refletir sobre a variação linguística no repertório dos professores e dos alunos de Ensino Fundamental. 
É importante levar o aluno a aprofundar sua conscientização sobre a variação linguística e a educação em língua materna. Organizar as informações sobre a variação linguística no Brasil. Introduzindo em sala de aula os conceitos de competência linguística e comunicativa, e suas implicações para a educação. Organizar as informações sobre regras de variação na fonologia e morfossintaxe. 
É necessário usar uma linguagem fácil, voltada para o professor que atua em sala de aula, ao longo de sua obra, lendo textos e realizando atividades junto aos alunos. Algumas questões são importantes serem levantadas, como as questões que normalmente são levantadas, em qualquer lugar do Brasil: O professor deve corrigir ou não seu aluno quando ele fala errado? O aluno fala ou não fala errado? Se o professor considera que ele fala errado ou a gramática diz que ele fala errado, o professor ignora ou não corrige para não causar nenhum “trauma”? Sem dúvida, essas são questões que perturbam qualquer professor, principalmente de vinte anos pra cá. 
Outra preocupação: Quem é que constitui uma comunidade de fala de língua portuguesa e como essa comunidade se compõe ao longo do processo sócio histórico? Em várias obras observa-se a explicação que ela não se compõe aleatoriamente. As características que ela venha a ter na sua variação distinta e o fato de termos algumas mostras que têm prestígio e algumas que não têm prestígio são decorrentes do processo sócio histórico da própria dominação de poder no Brasil, como acontece em qualquer outra nação. 
O que determina a grande variação da Língua Portuguesa do Brasil. E seguindo um professor que foi muito influente na formação de linguistas, Serafim da Silva Neto, deu ênfase ao contínuo rural e urbano no Brasil. Este trabalho revisado, mostrou que a classificação apresentada pelo IBGE a respeito do que seja rural e urbano necessita de correções, pois, a par de características sócio demográficas, há características socioculturais e sociolinguísticas. 
A respeito da diversidade linguística e da pluralidade cultural no Brasil: Ao ler um texto, encontra-se algumas palavras que não fazem parte do repertório linguístico do leitor. Ele não as conhece porque algumas delas são palavras e expressões características da cultura rural da região Centro-Oeste, onde o autor foi criado. Outras, além de pertencerem ao léxico regional, também são antiquadas, isto é, já não são usadas com frequência, tendo sido conservadas na cultura de grupos sociais mais isolados, como é o caso das comunidades rurais. 
Esses são os três ambientes onde uma criança começa a desenvolver o seu processo de sociabilização: a família, os amigos e a escola. Pode-se chamar esse ambiente, usando uma terminologia que vem da tradição sociológica, de domínios sociais. Um domínio social é um espaço físico onde as pessoas interagem, assumindo certos papéis sociais. Os papéis sociais são um conjunto de obrigações e de direitos definidos por normas socioculturais, construídos no próprio processo da interação humana. 
Quando observado um diálogo entre mãe e filho, por exemplo, verifica-se características linguísticas que marcam ambos os papéis. As diferenças mais marcantes são as Inter geracionais (geração mais velha geração mais nova) e as de gênero (homem/ mulher). É, sem dúvida, no domínio do lar e da família onde sente-se mais à vontade para conversar. Por isso, em casa, o aluno é mais falante, não se sente constrangido. Pode-se dizer que, nessas circunstâncias, a pressão comunicativa sobre o aluno é mínima. Já na escola a situação é um pouco diferente. 
Você pode observar que a transição do domínio do lar para o domínio da escola é também uma transição entre uma cultura predominantemente oral e uma cultura permeada pela escrita, que pode chamar de cultura de letramento. O que quero dizer é que, em todos os domínios sociais, há regras que determinam as ações que ali são realizadas. 
Um importante aspecto, ressaltado, refere-se ao personagem Chico Bento, da “Turma da Mônica”. Na década de 80, o Conselho Nacional de Cultura resolveu proibir a revista em quadrinhos “Chico Bento”, pois acreditava que ela contribuía para que a criança falasse “errado”. Cheguei à conclusão que essa decisão foi absurda. E defendo que o personagem Chico Bento é muito importante porque considera ao aluno que existem muitas formas de utilizar o português do Brasil: Chico Bento pode se transformar, em nossas salas de aula, em um símbolo do multiculturalismo que ali deve ser cultivado. Suas historinhas são também ótimo recurso para despertarmos no aluno a consciência da diversidade sociolinguística. 
Ainda na visão macro, com o objetivo de analisar a Língua Portuguesa no Brasil, existe metodologia dos três contínuos: de urbanização, de oralidade-letramento e de monitoração estilística. Em relação ao contínuo de urbanização, considera-se que este pode ser representado da seguinte forma: Variedades
rurais isoladas, Área urbana e Variedades urbanas padronizadas. 
A língua que se estuda, a língua que se fala é imprescindível para entender características do idioma. Além disso, muitas obras auxiliam a compreender alguns processos que acontecem na produção linguística do aluno, desde a alfabetização até estágios avançados. Apresentando datas e descrições históricas, os autores tratam das mudanças diacrônicas da Língua Portuguesa e da diferenciação da produção lusitana da brasileira. 
A partir de diversas explicações dos processos linguísticos ocorridos no Brasil, há dados para refletir e entender que as variantes brasileiras são um espelho da sua história interna e externa. Também salientando que o português culto - produzido na literatura, na comunicação e exigido nas instituições de ensino – a Língua Portuguesa brasileira – convivem no Brasil trazendo um descompasso entre a exigência e a realidade. 
Três pontos principais são: o estudo diacrônico do idioma português depois da colonização, a possibilidade de reconhecer no português brasileiro um idioma independente e reflexões que ajudam na aceitação das variações da Língua Portuguesa Brasileira. Pontos abordados sendo levantados questionamentos sem a apreensão de apresentar respostas prontas, o que oportuniza a participação mais concreta do leitor e a contínua pesquisa. 
Um pouco de história da Língua Portuguesa: fatos históricos de Portugal e da Península Ibérica – a chegada dos romanos, invasões germânicas e árabes, os movimentos de reconquistas etc. –, observando que o português do descobrimento tem início no ano 1000 e esse deve ser o seu marco de abordagem para os estudos da atualidade. Releva-se, nesse contexto, a influência recebida dos indígenas, escravos e africanos. É destacada, na sequência, a situação de outros países de fala portuguesa e de fala crioula com base no português. 
Para diferenciar a história interna da externa, a evolução do próprio idioma, trazendo como exemplo o futuro do subjuntivo, característica apenas do português se comparada com as línguas românicas, nascidas também do latim vulgar (francês, italiano, espanhol e romeno, entre outras), e das influências que o idioma recebe, citando como exemplo o legado de palavras árabes devido ao convívio de vários séculos entre as línguas. Na relação entre o português e o latim, é ressaltada a necessidade de estabelecer relação entre os idiomas a fim de responder a possíveis dúvidas ou explicar algumas propriedades da Língua Portuguesa atual (ortográficas, alfabéticas, fonéticas etc.), já que o latim está na origem da nossa língua. 
Outro aspecto que pode abordar é a dificuldade de limitar, a partir de datas, o período clássico e o moderno, o que não os impede de arriscar como marco o ano de 1572 com o poema épico Os Lusíadas, de Camões. Também é ressaltante salientar o tratamento dado à abrangência do português. 
Ainda que em 2004 tenha sido constatado que a Língua Portuguesa é um idioma falado por 210 milhões de pessoas em todo o mundo, 180 milhões estão no Brasil, razão pela qual os autores explicam as variações linguísticas existentes. Para tanto, proporciona-se uma recapitulação histórica das expedições, delineando os movimentos de ocupação territorial, guerras e tratados políticos os países que o falam não têm a força política, econômica e o desenvolvimento tecnológico necessário para considerá-lo de grande conceito. 
Descrever os três processos que difundiram a Língua Portuguesa pelo Brasil – crescimento demográfico, urbanização e ocupação do interior – e discutem as distintas influências linguísticas e culturais recebidas pelo Brasil desde sua colonização até o século XX. Apenas em 1939, vésperas da Segunda Guerra Mundial, tal situação é modificada devido ao fato de se proibir alfabetizar em outra língua que não seja a Língua Portuguesa brasileira. Tal atitude acarretou a prisão de muitos que não falavam a “língua pátria”, o que não impediu o convívio das várias línguas e a aceitação do estrangeiro. 
O vocabulário, nesse aspecto, teve influência das outras línguas, não acontecendo o mesmo com a morfologia e a sintaxe, porque nesses campos a Língua Portuguesa já estava concretizada. O final do século XIX e início do século XX é destacado pela criação da Academia Brasileira de Letras, em que a literatura brasileira é firmada com escritores como Machado de Assis e com gramáticos e literatos que olhavam pela “pureza da língua”, sem estrangeirismos dispensáveis e expressões mais tipicamente populares. 
As estruturas explicadas seguem a hierarquia estrutural conhecida e aceita: primeiro a fonética/fonologia, em seguida a morfologia, logo a sintaxe e, por último, o léxico. Da fonética/ fonologia, destaca-se a existência de dez fonemas vocálicos, mesmo que não representados de forma gráfica. 
Também é salientada a existência de dados que mostram distinções fonéticas emergentes segundo o ambiente ocupado, o que pode desencadear erros ortográficos no Português Brasileiro. Na morfologia, são apresentadas algumas qualidades abrigadas nas flexões do verbo do português, comparando-as com outras línguas latinas. 
A importância do PNC (Parâmetros Curriculares Nacionais): É uma base desenvolvida pelo Governo Federal, na qual educadores encontram referências para preparar suas aulas em todas as disciplinas e séries escolares. A linguagem e participação social têm estreita relação com o autoridade da língua. É por meio da linguagem que o homem se comunica, partilha e/ou constrói visões de mundo. 
A linguagem pode estar em várias estágios sociais, e é produzida numa conversa de bar, numa lista de compras, numa carta. Já a língua é um sistema de signos históricos e sociais que possibilita ao homem significar o mundo e a realidade. 
O ensino da Língua Portuguesa envolve três variáveis: aluno, língua e ensino. A produção de textos deve ser excitada e estudada. A prática da escuta também deve ser desenvolvida. As construções colaborativas admitem a prática da oralidade. 
As correntes de ensino atuais baseiam-se no construtivismo e no sociointeracionismo: Assim, o conhecimento é construído pelo aluno por meio de sua interação social no ambiente escolar. Essa interação é planejada pelo professor que cria situações-problemas a serem vivenciados pelos alunos. 
Não há uma probabilidade de resolução: o aluno precisará ter agilidades e aptidões para resolver tais situações. Portanto, a ideia de acumulo de conteúdos decorados não atende esse aspecto. A importância e o valor dos usos da linguagem são verificados pelas demandas sociais de cada momento. Hoje em dia existem vários níveis de leitura e escrita. 
Cabe à escola viabilizar o acesso dos alunos ao universo dos textos que cercam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Os PCN, então, são diretrizes que nortearão os currículos e os conteúdos mínimos da Língua Portuguesa, de modo a assegurar uma formação básica comum. Em um outro aspecto, os PCN preconizam uma abordagem atravessada. Em outro sentido, faz-se necessário que o aluno tenha um caráter interdisciplinar, pois o entrosamento dos vários gêneros textuais exige informações de diversas áreas. 
As disciplinas fragmentam o saber. Cabe ao professor da atualidade promover o conhecimento efetivo por meio de ações interdisciplinares. A “costura” entre os saberes que o aluno faz com auxílio do professor é o que garante que o conhecimento seja construído. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais. Conforme exposto, os conteúdos de Língua Portuguesa devem ser organizados em consonância aos PCN. Assim, esses conteúdos distribuem-se em dois eixos. Os PCNs de Língua Portuguesa ajuntam os gêneros textuais em função de sua circulação social: Gêneros Literários; Gêneros de Imprensa; Gêneros publicitários; Gêneros de Divulgação Científica. 
O domínio de tais gêneros pelo aluno em desenvolvimentos é fundamental à efetiva participação social. Esta é a perspectiva de ensino-aprendizagem da escola contemporânea. Nesta corrente, o professor passa a ser um investigador, construindo
cenários certos para a aprendizagem, estruturando situações-problema, se apoiando a construção do conhecimento. A busca do conhecimento é imprescindível, entendida como atividade inseparável da prática social, e não deve se basear no acúmulo de informações, mas, sim, numa reelaboração mental que deve surgir em forma de ação, sobre o mundo social. 
O livro didático é um valioso recurso para o acesso à cultura e o desenvolvimento da Educação. Em muitos lares brasileiros, ele é o primeiro livro, abrindo caminho para o hábito da leitura e o aprendizado. Ao longo de dois séculos, quando começaram a ser produzidos no Brasil os primeiros didáticos, os livros passaram por inúmeras modificações, visando acompanhar as novas dinâmicas em sala de aula e contribuir para uma aprendizagem expressiva. Tais investimentos refletem o comprometimento da indústria editorial na inclusão de novas tecnologias, melhorias metodológicas, recursos gráficos, diretrizes governamentais e no atendimento à demanda de Educadores por materiais de qualidade e com valores para a cidadania. 
No cenário educacional brasileiro, o livro didático é importante instrumento de apoio ao trabalho do Professor e referência na formação dos mais de 50 milhões de crianças e adolescentes matriculados em Escolas públicas e privadas. O Brasil tem um dos programas mais avançados de aquisição de livros Escolares, que assegura a distribuição gratuita de milhões de exemplares à rede pública de Ensino. Percorrer esse caminho, de escala e qualidade, exige da indústria editorial absorver as peculiaridades e necessidades do cotidiano Escolar no processo de concepção do livro, envolvendo tarefas de uma equipe multidisciplinar de profissionais altamente diplomados e com experiência em sala de aula. 
As alterações que acontecem hoje em sala de aula, como o uso de novas metodologias, revisões nas diretrizes curriculares e expectativas de aprendizagem, atribuem desafios constantes à produção do livro Escolar, que acompanha com sucesso as transformações da Educação nacional. O livro didático no Brasil atinge sua finalidade quando estabelece uma forte parceria com o Professor. Juntos eles podem converter em realidade os mais nobres ideais da Educação. 
Referencias Literarias: 
DESPORTO, Ministério da Educação e do. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Língua Portuguesa. Brasília. 1998. 
MARAIS, Stella e Bortoli- Ricardo. EDUCAÇÃO EM LÍNGUA MATERNA – A SOCIOLINGUÍSTICA EM SALA DE AULA. Ministério da Educação. FNDE. Parábola Editoria. 2010. 
BASSO, Renato e Rodolfo Ilari. O PORTUGUÊS DA GENTE – A LÍNGUA QUE ESTUDAMOS, A LÍNGUA QUE FALAMOS. Editora Contexto. 2011 
ROJO, Regane (Org.). A PRÁTICA DE LINGUAGEM EM SALA DE AULA – PRATICANDO OS PCNs. Mercado de Letras Edições e Livrarias Ltda. 2006 
CAMPOS, Elísia Paixão de. POR UM NOVO ENSINO DE GRAMÁTICA – ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS E SUGESTÕES DE ATIVIDADES. Ministério da Educação. FNDE. Cânone Editorial. 2014

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