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PARECER
PARECERISTAS: Eliana Patrícia Oliveira –CRP: 0001/345
Natcha Ferreira – CRP: 0001/157
SOLICITANTE: Maria Batista Dias – genitora de Joãozinho Batista Machado
	
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS:
Foi solicitado a realização de um Parecer, orientando a acerca do pedido da mãe de visita regulamentar e do pedido do pai para retirada da criança da creche.A mãe está como réu no processo e ainda não houve audiência de conciliação com as duas partes. O ministério público emitiu uma decisão autorizando que João pegue Joãozinho aos sábados e domingos das 9hs às 18hs, em finais de semana alternados.
A genitora relataque Joaozinho está na creche desde os4 meses de vida (nasceu em 27/08/2015), pois a mesma precisou trabalhar. Na época opai não aceitou essa decisão, não permitindo diálogo, ofendendo a genitora pois,queria que o filho ficasse com a avó paterna. Seguindo orientação do pediatra de JP que desaconselhou a criança a ficar com a avó, visto que não tinha contato com a mãe da criança e que não se sabia qual a conduta dela na criação de JP, pois só participou da criação de João após os 07 anos de idade.
Além disso, alega, que João está três meses sem pagar pensão e quesó pagou o leite especial de JP durante ummês. João pegou JP com três meses para ficar 3 horas na casa dele e depois disso, pediu uma vez para ficar com o filho, desmarcando a vacinação da criança,porém o pai não apareceu e nem deu uma explicação pela ausência.
Ela tambémdemonstra sua preocupação em relação a retirada da creche, porque foi relatado pelas funcionárias da creche que JP,chora ao ficar na presença do pai e da avó ou até de ir passear por exemplo no parque da creche com eles, aparentando falta de afeto entre eles ou um possível distanciamento.
	
DISCUSSÃO:
Na análise do caso apresentando a questão problema é como restabelecer o vínculo afetivo do pai com a criança, visto que a mãe não impede a visita do pai ao filho,mas quer uma orientação de como se estruturar essa visita,sem danos psicológicos a criança.
O papel do pai no desenvolvimento da criança é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na comunidade.Algumas pesquisas mostraram que crianças com ausência do pai, têm duas vezes mais probabilidade de repetir o ano escolar,com baixo rendimento em leitura e que as crianças que apresentam comportamento violento nas escolas são em sua maioria crianças com a ausência do pai.
Santoro afirma que a ausência do pai pode comprometer a saúde da criança, e relata que pesquisas recentes revelam que a presença da figura paterna ajuda a afastar problemas como a obesidade e uma série de outros transtornos psicológicos.
Para Aberatury, o lugar do pai, entre seis e doze meses de idade da criança, não é tão destacado na literatura,mas o contato corporal entre o bebê e o pai, no cotidiano, é referência na organização psíquica da criança, devido à sua função estruturante para o desenvolvimento do ego. No segundo ano de vida, a figura paterna fica mais acentuada e tem a função de apoiar o desenvolvimento social da criança, auxiliando-a nas dificuldades peculiares a este período e no desprendimento necessário da criança aos costumes da situação familiar, mantidos pela mãe.
Montgomery observou que crianças com ausência do pai biológico têm duas vezes mais probabilidade de repetir o ano escolar, e que as crianças que apresentam comportamento violento nas escolas têm 11 vezes mais chance de não conviver na companhia do pai biológico do que crianças que não têm comportamento violento. Essas crianças, principalmente meninos, evidenciam maiores dificuldades nas provas finais e uma média mais baixa de leitura.
Para Márcia Orsi, a participação ativa do pai na criação fortalece o filho para a vida individual e social, além de promover segurança, autoestima, independência e estabilidade emocional. 
Betty Monteiro, explica que o pai é o primeiro ‘outro’ na vida da criança, a primeira pessoa que introduz uma relação além da materna. A criança espera coisas diferentes de pai e mãe. Geralmente o pai representa proteção e a mãe representa cuidado. Uma criança que tem um pai presente e participativo cresce se sentindo mais segura.
Com bases nesses teóricos pode-se reafirmar a importância do pai para o desenvolvimento da criança e as possíveis consequências de sua ausência, fato que será relevante na análise do caso apresentado.
Outra questão é o pedido do pai de retirar a criança de aproximadamente dois anos de idade da creche.Segundo a psicopedagoga Izabel Sadalla Grispino, depois dos dois anos, a creche passa a ser um lugar interessante pelos estímulos que propicia à socialização, o contato com outras crianças proporciona uma maior interação com o novo e um desenvolvimento cognitivopositivo. Ospediatras afirmamque antes disso a criança não precisa de creche e sim de alguém, de preferência a mãe, que lhe dê atenção e carinho. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, organizado pelo Ministério da Educação (MEC), as creches e pré-escolas devem educar, cuidar e proporcionar brincadeiras, contribuindo para o desenvolvimento da personalidade, da linguagem e para a inclusão social da criança.
	
CONCLUSÃO:
Com base no que foi pesquisado em referencial teórico sobre o assunto, viu-se a importância da manutenção do vínculo pai-filho para o desenvolvimento saudável da criança.
Por isso, em relação ao Caso, sugerimosuma melhor reestruturação das visitas do pai, inicialmente com o acompanhamento psicológico da criança, do pai e também da avópor psicólogos especializados em família, para resgatar o vínculorompido,devido a acontecimentos passados.O acompanhamento psicológicotambém poderá sanar problemas de relacionamento entre o pai e a avó e amenizar a agressividade e irritabilidade apresentadas por estes, tanto com a mãe da criança como com as funcionárias da creche.
A reaproximação com a criança deve ser feito de forma lenta e progressiva, semprecom visitas programadas em dia e horário determinados, inicialmente, com duraçãode algumas horas, na casa da mãe,depois evoluindo com o passar do tempo e da adaptação da criança, para um período sucessivamente maior de horas, observando que não se obrigará a criança a sair ou ficar sozinha com o pai, isso ocorrerá, somente quando a criança se sentir a vontade para tal acontecimento.
Observando que o pai deve cumprir os horários, dias e duração de prazos estabelecidos para à visita, evitando ausentar-se, sem justificativa ou aviso prévio, para não causar danos a JP. Além disso, solicita-se a regularização urgente da pensão alimentícia e da ajuda com os gastos extras com JP, comogarante a Lei nº 6.515, de 26.12.77. .
Sugerimos a manutençãoda crechecomo melhor forma, visto que a partir dos dois anos de idade, os teóricos do desenvolvimento, afirmam a importância da interação com outras crianças para o desenvolvimento psicossocial e cognitivo. Informando, que assim que for possível a confiança e o restabelecimento do vínculo de JP com a avó, pode-se pensar se fordecomum acordo, na matrícula dele a partir dos três anos, em uma escola de turno parcial e no outro período ficar com a avó para fortalecimento do elo da família.
	
	
	_________________________________
Eliana Patrícia Oliveira.CRP: 0001/345
__________________________________
Natcha Ferreira da Silva.CRP: 0001/157
	Salvador, 06 junho de 2017.
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