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EFICIÊNCIA DAS TUTELAS PROVISÓRIAS COMO INSTRUMENTO DE CELERAÇÃO DAS PRESTAÇÕES JURISDICIONAL

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EFICIÊNCIA DAS TUTELAS PROVISÓRIAS COMO INSTRUMENTO DE CELERAÇÃO DAS PRESTAÇÕES JURISDICIONAL
RESUMO: A Tutela de Evidência tem gerado muitas dúvidas no meio jurídico a respeito de sua aplicação prática. O novo CPC trouxe profunda modificação, expurgando recursos e expedientes de pouca utilidade prática nos tempos atuais e simplificando a marcha processual, visando conferir maior celeridade à prestação jurisdicional. A Tutela de Evidência é uma das novidades do novo CPC, e tem gerado muitas dúvidas no meio jurídico a respeito de sua aplicação prática, a qual será discutida neste artigo, sem pretensão de esgotar o tema.
Palavras chaves: Tutela de Evidencia,; Novo CPC, Prestação Jurisdicional. 
INTRODUÇÃO
	
	A ciência jurídica passa constantemente por mudanças isso acontece devido às mudanças sociais, políticas, econômicas e tecnológicas, bem como os anseios da sociedade contemporânea por essas mudanças.
	O Direito Processual enquanto instrumento responsável pela aplicação da norma positiva substantiva, não poderia, em hipótese alguma, ficar insensível a tais fenômenos. Sendo assim notou-se a necessidade de modernização e modificação de métodos e técnicas com a finalidade de aproximar o Direito Processual do povo.
As tutelas cautelares têm como objetivo principal o asseguramento da viabilidade da realização de um direito, onde sem ela, não se podendo realizá-lo, diferente da tutela antecipada, que seria a satisfação do direito, mesmo que seja aparentemente, onde se pode ter a satisfação sumária do direito, não se confundindo as duas cautelares, onde uma assegura o objetivo e a outras satisfaz o direito.
Na tutela cautelar sempre existirá a referibilidade a um direito acautelado, direito protegido, sendo assegurado cautelarmente, onde a tutela antecipada, essa prestação sumária o juiz antecipa os efeitos da sentença, satisfazendo a pretensão do autor. 
A Tutela Provisória é uma ferramenta que o julgador utiliza em caráter provisório para assegurar ou proteger um direito em situações de urgência ou casos de evidência, antes da decisão final, baseado em sua compreensão ainda não concluída dos fatos. Sua função é dar maior efetividade ao processo, ajudando a contornar um pouco a morosidade do nosso sistema
	O presente artigo busca analisar a tutela provisória pretendendo abordar as principais controversas doutrinaria a respeito desse novo instrumento. Por se tratar de um assunto novo ainda existem poucas pesquisas sobre o tema, sendo assim esse artigo poderá servir de base para discussões futuras. 
1. TUTELA CAUTELAR
Em uma ação de cobrança, o autor nota que o réu está dilapidando seu patrimônio. É possível que o juiz defira uma tutela cautelar de arresto de bens e preservação destes na mão de um depositário, para que este patrimônio possa garantir a dívida quando da sentença condenatória.
Quanto ao momento do requerimento, as tutelas provisórias são classificadas em tutela incidental e tutela antecedente. Não tem nada a ver processo cautelar preparatório do CPC de 1973. Não existem mais processo autônomo para concessão de tutela provisória, seja antecipada, seja cautelar. A tutela de evidência será sempre incidental, nunca antecedente. A tutela de urgência poderá ser incidental ou antecedente (CPC, art. 294, parágrafo único). CPC, Art. 294, Parágrafo único. ​“A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada​, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.”
	A tutela cautelar assegura as condições para que a tutela final seja eficaz não se discute, mas há mais a falar a seu respeito. a tutela cautelar não seria um direito subjetivo da parte, mas sim um direito do próprio Estado de garantir utilidade ao processo, assegurando a efetivação da decisão final adotada na ação principal. Seria, portanto, uma forma de tutela de que dispunha o Estado para garantir utilidade e efetividade aos comandos jurisdicionais, evitando a frustração destes provimentos em virtude do desaparecimento ou perecimento do objeto sobre o qual recairia a decisão judicial. 
Considerando o processo em si como um instrumento para a efetivação de direitos, o processo cautelar era considerado um instrumento do instrumento, já que estaria a serviço do próprio processo principal. Seria ele, assim, um meio para garantir a utilidade e a eficácia do processo principal, evitando a frustração do direito afirmado em caráter definitivo no âmbito deste último. Seria, em última análise, um instrumento a serviço da autoridade do Estado, e não dos interesses dos cidadãos titulares dos direitos subjetivos.
A tutela cautelar protegeria o próprio processo, e não o direito da parte que dela se utiliza. Apenas indiretamente a parte se beneficiaria da decisão cautelar. Embora haja uma notável confusão quando se trata de determinar os contornos da tutela cautelar, é possível afirmar que, modernamente, tem sido mais aceita a visão de que o processo cautelar não tutela o processo principal ou o direito do Estado à eficácia das suas decisões, mas sim um direito subjetivo da parte, que é o direito à proteção da pretensão material que ela exerce em juízo. 
2. TUTELAS PROVISÓRIAS 
A tutela provisória tem caráter provisório porque ela pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo (CPC, art. 296). Para tornar-se permanente, deve ser substituída por um provimento definitivo. As tutelas provisórias podem ser classificadas em levando-se em consideração sua natureza​, sua fundamentação ​ou o momento​ de seu requerimento.
Conforme Greco( 2015):
Tutela provisória é aquela que, por conta de limitações na cognição, não regula definitivamente a situação jurídica julgada, de forma que, sem prejuízo de sua imediata eficácia, pode ser modificada a qualquer momento ou vir a ser reavaliada por um provimento proferido sob cognição exauriente.( GRECO, 2015)
A tutela provisória é prestada com o fito de antecipar à parte interessada as medidas que apenas poderiam ser fruídas ao final do processo. Em outras palavras, as medidas e os efeitos práticos pretendidos pelo interessado que só lhe seriam atribuídos, em caso de procedência do pedido, após o encerramento definitivo do processo é dizer, após o trânsito em julgado, podem-lhe ser deferidos de imediato através da utilização da tutela provisória.
A tutela provisória encontra regulação em diversos dispositivos do Código de Processo Civil. O art. 300 do CPC informa que são os seguintes os requisitos autorizadores da concessão da tutela de urgência: probabilidade do direito e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. A probabilidade do direito é o tradicional requisito que a doutrina nominou fumus boni juris (ou fumaça do bom direito), e é aplicável tanto à tutela cautelar quanto à tutela satisfativa antecipada. A expressão é auto-explicativa: a parte requerente deve apresentar ao juízo uma tese jurídica plausível e que o convença da alta probabilidade de ser ela efetivamente titular do direito que afirma possuir. 
A maior parte das ações de que se valem diariamente os jurisdicionados para a resolução dos seus conflitos de interesses tem em mira a obtenção de uma tutela definitiva, ainda que, em parte desses casos, haja também requerimento de alguma providência de natureza provisória. O gênero tutela provisória pode ser didaticamente dividido em tutela de urgência e tutela da evidência
2.1 TUTELA PROVISORIA DE URGÊNCIA
As tutelas provisórias ostentam o objetivo de combater os riscos de injustiça ou de dano que podem ocorrer em consequência da espera pela solução do conflito de interesses. Elas buscam evitar que a parte que demonstra maior probabilidade de ter razão seja obrigada a postergar o início da fruição do bem da vida disputado ou a correr o risco de vê-lo perecer por conta da demora. 
Tais provimentos extraordinários correspondem às medidas cautelares (conservativas) ou antecipatórias (satisfativas), todas elas voltadas ao enfrentamento da situação de perigo de dano associada à demora no cumprimento de todas as etapas processuais
Art. 300.​ Atutela de urgência​ será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito​ e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo​.
Tutela de urgência, como a própria expressão indica, é indissociável de uma situação de urgência afirmada pela parte que dela pretende beneficiar-se. Deve ser alegada, portanto, uma situação urgente relacionada ao risco de perecimento do direito que a parte busca efetivar em juízo, ou ainda uma situação urgente relacionada ao risco de tardança na fruição do direito, ou seja, deve ser demonstrada a necessidade de imediata fruição do bem da vida disputado, sob pena de frustração do próprio objeto da demanda (tutela provisória satisfativa).
O novo código passa a exigir “elementos que evidenciem a probabilidade do direito”, o que mais se aproxima da convicção de verossimilhança, característica das tutelas de urgência, que são fruto da cognição sumária. Ou seja, uma vez demonstrado de forma bem argumentada, com respaldo legal, mostrando-se suficiente e plausível para o convencimento do juiz, a tutela será deferida.
Portanto, no que se refere a probabilidade do direito, deve-se enfatizar a existência um elemento auxiliador da definição do juízo de verossimilhança, ou seja, o conceito de probabilidade. O operador jurídico se valerá de um conjunto de motivos, do qual extraíra os mais favoráveis em detrimento dos desfavoráveis. Ou seja, dessa análise mental surgirá.
E, verificado o risco de não se atingir a efetividade na prestação jurisdicional, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la, nos termos do §1º do artigo 300.
 § 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
Ou seja, mais um meio de se prezar pela efetividade do resultado do processo, uma vez que, verificado a possibilidade do procedimento não atingir seu fim, o Juiz pode tomar providências buscando justamente garantir a prestação jurisdicional desejada.
 Já no parágrafo 2º, verifica-se o momento oportuno em que a tutela poderá ser deferida, sendo liminarmente ou após a justificação prévia.
 “§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia”. 
Portanto, de acordo com o convencimento e urgência averiguados pelo Juiz, se determinará o tempo da concessão da tutela, casa respaldada na probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Ademais, cabe ressaltar e merece consideração que o novo código poderá, conforme a interpretação dada por cada juiz, admitir a possibilidade de conceder a tutela de urgência ex officio.
O potencial Código de Processo Civil admitirá, portanto, em casos excepcionais ou expressamente autorizados em lei, seja dado ao juiz, de ofício, conceder medidas de urgência. Não se pode deixar de registrar que o art. 797 do CPC em vigor autoriza a concessão, sem oitiva das partes, em hipóteses excepcionais, de medidas de natureza cautelar. 
Se a tutela de urgência tem como objetivo primordial a busca da minimização dos efeitos que o curso natural do processo pode acarretar para o direito material pretendido, a possibilidade de sua concessão de ofício constitui relevante etapa do desenvolvimento da sua vocação.
2.2 TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA
 É uma das novidades do novo CPC, e tem gerado muitas dúvidas no meio jurídico a respeito de sua aplicação prática, a qual será discutida neste artigo, sem pretensão de esgotar o tema.
Tutela de evidência, por seu turno, é aquela que demanda tão somente um estado de eloquência probatória, como se fosse uma situação de flagrância no processo civil, a demonstrar a alta probabilidade de que o requerente da medida tenha razão. Dispensa-se, aqui, qualquer referência à urgência.
 Art. 311. ​A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ​ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II - ​as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III -​ se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV -​ a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
A Tutela de Evidência não se confunde com o julgamento antecipado do mérito, porque decorre de atividade de cognição sumária do Juiz, não sendo apta, destarte, a fazer coisa julgada material, a qual somente pode nascer de decisão judicial proferida após cognição exauriente.
Segundo Bruno Bodart (2015), a Tutela de Evidência consiste na técnica de distribuição, entre autor e réu, dos ônus decorrentes do tempo do processo, que, baseada no alto grau de verossimilhança e credibilidade da prova documental apresentada, concede ao autor em sede de cognição sumária a tutela jurisdicional quando há demonstração prima facie da existência de seu direito, para que a morosidade judiciária não favoreça a parte a quem não assiste razão em detrimento daquele que a tem, transformando o processo numa arma letal contra o detentor de direito evidente.
A Tutela de Evidência não se confunde com o julgamento antecipado do mérito, porque decorre de atividade de cognição sumária do Juiz, não sendo apta, destarte, a fazer coisa julgada material, a qual somente pode nascer de decisão judicial proferida após cognição exauriente, conforme ensinamento de Humberto Theodoro Junior:
Não é, porém, no sentido de uma tutela rápida e exauriente que se concebeu a tutela que o novo Código de Processo Civil denomina tutela de evidência, que de forma alguma pode ser confundida com um julgamento antecipado da lide, capaz de resolvê-la definitivamente (THEODORO JR, 2016, p. 379).
A medida nasceu da necessidade de conferir maior efetividade e celeridade à prestação jurisdicional, para que o processo deixe de ser um fim em si mesmo e cumpra sua missão constitucional, que é a pacificação social, com a entrega do bem da vida a quem comprovadamente dele faz jus, reduzindo o ônus da morosidade judiciária que impossibilita o pronto acesso da parte ao que lhe é de direito.
Portanto, o acesso do autor ao bem da vida quando seu direito é demonstrado de plano não se confunde com o julgamento antecipado total ou parcial do mérito de que tratam os artigos 355 e 356, do Código.
O artigo 311 do novo CPC assim estabelece acerca da Tutela de Evidência:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
Como se vê, diferentemente das demaisespécies de Tutela Provisória, a Tutela de Evidência é uma tutela “não urgente”, porque não exige demonstração do perigo de dano (periculum in mora), baseando-se unicamente na Evidência, isto é, num juízo de probabilidade, na demonstração documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do Autor, ou seja, uma espécie de fumus boni iuris de maior robustez (BODART, 2015).
Na vigência do CPC anterior, já se observavam provimentos judiciais que antecipavam o bem da vida ao autor da ação sem exigir o periculum in mora como pressuposto, a exemplo da liminar possessória do art. 928 do CPC/73 e dos embargos de terceiro do art. 1.051 do CPC/73 (BODART, 2015).
Importante observar que a redação do parágrafo único do artigo 311 do Código estabelece expressamente os casos em que o juiz poderá decidir na forma inaudita altera parte, quais sejam, os incisos II e III, previsão essa ratificada pela redação do artigo 9º do Código, que assim dispõe:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:(...)
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;(...)
Significa dizer que as hipóteses dos incisos I e IV somente podem ser verificadas pelo julgador após a apresentação de defesa pelo Réu, até porque não há como verificar a ocorrência de abuso de direito de defesa ou dúvida sobre as provas apresentadas pelo autor sem que o Réu tenha falado nos autos.
2.3 TUTELA ANTECIPADA 
Antes da nova redação do artigo 273 do Código de Processo Civil vigente, havia somente a possibilidade de antecipação dos efeitos da tutela em determinadas hipóteses previstas em lei, como nas ações de procedimento especial, tais como, as ações possessórias de força nova e nas ações de alimentos. Portanto, verificava-se que a estrutura do Código e Processo Civil se encontrava superada anteriormente à introdução da tutela antecipatória, uma vez que a morosidade da prestação jurisdicional estava diretamente ligada à ineficiência do antigo procedimento ordinário.
Conforme Carneiro (2002, p 17) :
 “A antecipação da tutela depende de que a prova inequívoca convença o magistrado da verossimilhança das alegações do autor. Mas tais pressupostos não são bastante. É mister que aos mesmos se conjugue o fundado receio, com amparos em dados objetivos, de que a previsível demora no andamento do processo cause ao demandante dano irreparável ou de difícil reparação; ou, alternativamente, de que fique caracterizado o abuso de direito de defesa, abuso que inclusive se pode revelar pelo manifesto propósito protelatório revelado pela conduta do réu no processo ou, até, extra processualmente”
Já para Marinoni( 2002, p 29): 
“A tutela antecipatória constitui instrumento da mais alta importância para a efetividade do processo, não só porque abre oportunidade para a realização urgente dos direitos em casos de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, mas também porque permite a antecipação da realização dos direitos no caso de abuso de direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu”
A possibilidade de antecipação dos efeitos da tutela é essencial no cotidiano de qualquer advogado que atue com direitos urgentes, que correm o risco de não sobreviverem até o momento do proferimento da sentença. 
Entre advogados previdenciaristas, fazer pedidos de tutela antecipada é rotineiro, devido ao caráter alimentar dos benefícios com os quais lidamos. 
A tutela antecipada, portanto, consiste na possibilidade de se antecipar os efeitos da sentença aos pedidos do autor da ação de conhecimento, total ao parcialmente. Ou seja, o juiz concede em caráter antecipatório o que se pleiteia ao final da demanda.
 Para Neto ( 2000, p 198): 
As tutelas de urgência – sejam do tipo cautelar ou satisfativa – apresentam como característica comum a sumarização do procedimento. Esse recurso consiste na redução do lapso destinado ao conseguimento da providência jurisdicional emitida em forma de liminar, inaudita altera pars, ou após justificação prévia, mas em qualquer caso, sempre norteada por uma cognição sumária
Uma ação previdenciária de concessão de benefício, na qual requer-se a implantação do benefício e o pagamento das parcelas vencidas e não pagas. O juiz, em antecipação de tutela, determina ao réu que implante o benefício, que o autor já passa a receber enquanto durar o processo. Este foi um exemplo de tutela satisfativa em parte (implantou-se o benefício, mas o pagamento das parcelas vencidas fica para o final).
3. TUTELAS PROVISÓRIAS COMO INSTRUMENTO DE CELERAÇÃO DAS PRESTAÇÕES JURISDICIONAL
A tutela jurisdicional de urgência apresenta-se como um dos instrumentos mais profícuos dentro do processo civil moderno. Sua importância decorre da crescente necessidade de se encontrar alternativas para a triste realidade do processo lento e ineficaz, com o qual convivem diariamente os advogados, magistrados, membros do Ministério Público e cidadãos em geral. 
Mediante as formas urgentes de prestação jurisdicional, a moderna doutrina processual vem garantindo a sobrevivência do sistema, além de assegurar um mínimo de confiança da população naquelas instituições criadas justamente para fazer valer seus direitos. Basta imaginar o que seria do processo civil brasileiro caso não existissem as liminares, a tutela cautelar e a tutela antecipada, esta a mais recente forma de adiantamento da prestação jurisdicional. 
Como destaca Theodoro Júnior( 2001, p 2): 
“Na satisfação do direito à composição do litígio (definição ou atuação da vontade concreta da lei diante do conflito instalado entre as partes) consiste a prestação jurisdicional. Mas, além dessa pacificação do litígio, a defesa do direito subjetivo ameaçado ou a reparação da lesão já consumada sobre o direito da parte também incumbe a função jurisdicional realizar, porque a justiça privada não é mais tolerada (salvo excepcionalíssimas exceções) pelo sistema de direito objetivo moderno. Assim, quando o provimento judicial reconhece e resguarda in concreto o direito subjetivo da parte, vai além da simples prestação jurisdicional e, pois, realiza a tutela jurisdicional. Todo litigante que ingressa em juízo, observando os pressupostos processuais e as condições da ação, tem direito à prestação jurisdicional (sentença de mérito ou prática de certo ato executivo); mas nem todo litigante faz jus à tutela jurisdicional”.
Podemos acrescentar um tertium genus na classificação da tutela jurisdicional. Trata-se do processo cautelar, o qual não busca satisfazer diretamente a relação jurídica material que envolve as partes, mas apenas garantir a tutela de conhecimento ou de execução, prevenindo possíveis alterações de fato ou de direito, preservando a utilidade e eficiência do futuro e eventual provimento
Evidentemente, tornarse-ia um instrumento sem sentido, destituído de toda e qualquer razão prática. Só teria finalidade quando se estivesse diante de um conflito de interesses que pudesse aguardar vários meses (ou anos) até a solução judicial. E, mesmo em tais circunstâncias, seria impossível evitar as indesejáveis consequências de uma demorada prestação jurisdicional. Dentre elas, o agravamento da situação conflitiva, a perda da confiança no Poder Judiciário e o aumento da violência como resultado da sensação de impunidade. 
Diante de tal contexto e levando-se em consideração os atuais problemas gerados pela enorme quantidade de demandas e pelo excesso de formalidades, a doutrina processual vem se dedicando ao estudo, pesquisa e criação de institutos voltados a reduzir a duração dos processos, ou ainda tendentes a minorar as consequências negativas do decurso do tempo. 
A demora na prestação jurisdicional – ainda que justificada tecnicamente pela busca da certeza jurídica – produz efeitos sociais extremamente negativos. Na mentalidade das partes, alia-se à possibilidade de um julgamento de improcedência do pedido, a certeza de uma resposta demoradado órgão jurisdicional e o receio de que ela se torne ineficaz.
 A perda da celeridade acaba por descaracterizar a própria função de pacificação social do Poder Judiciário. Isto porque, como dizem os processualistas, para determinadas pretensões tanto vale tutelar tardiamente quanto não tutelar.
 O decurso do tempo, inevitavelmente, conduz ao agravamento da situação conflitiva que coloca em risco o resultado útil e proveitoso do processo. Mais relevante, porém, é a sensação de frustração e descrédito que causa nos jurisdicionados.
4 CONCLUSÃO
O desenvolvimento de novas construções teóricas é uma forma eficiente de aprimoramento do Processo e, por extensão, da prestação jurisdicional. A mudança de paradigmas, com a desvinculação do formalismo e a consagração da instrumentalidade do Processo, representa o passo fundamental para a elaboração de conceitos como os estudados, capazes de conferir a este, que é a principal forma de expressão da jurisdição estatal, mecanismos aptos a viabilizar a efetiva proteção dos direitos subjetivos.
Para que se assegure a plena manifestação do direito de acesso à justiça, devem ser oferecidos, incondicionalmente, mecanismos para superação dos entraves inerentes à jurisdição, tal qual estruturada no correr dos séculos. 
Dentre as alternativas vislumbradas pelos pensadores contemporâneos do Processo está a disponibilização de meios hábeis para que, eficazmente, se manifeste o Estado, através do exercício da jurisdição, fornecendo a todos a proteção de que necessitam. 
Neste sentido, o desenvolvimento de conceitos como a atuação inibitória da jurisdição representam passos enormes no sentido de aprimorar as formas de prestação de tutela, admitindo-se ao Estado um agir voltado à prevenção das lesões, o que se coaduna com a crescente consagração de direitos de caráter extra-patrimonial, que se particularizam por serem de difícil ou impossível restauração, uma vez violados.
Sendo o Direito um fenômeno social, a atividade jurisdicional deve atender aos anseios da sociedade, que exige respostas rápidas e eficazes do Judiciário, pois o tempo despendido pelos jurisdicionados para obter uma solução definitiva para as demandas postas em juízo é verdadeira perda irreparável, irreversível, bem da vida cujo ressarcimento ou reparação é impossível. E a prestação jurisdicional letárgica gera vulnerabilidade e insegurança das relações sociais, que ficam desamparadas e desestimuladas a buscar amparo perante o Judiciário, preocupação essa inexistente no código anterior .
Nesse contexto, surge a Tutela de Evidência como ferramenta destinada a conferir maior efetividade na prestação jurisdicional quando o direito do autor goza de credibilidade documental, de forma a evitar que a entrega do bem da vida pleiteado necessite aguardar a longa, tortuosa e lenta marcha da atividade de cognição exauriente rumo ao trânsito em julgado para que a parte tenha seu direito efetivado quando a existência do mesmo é demonstrada de plano.
Relembre-se, contudo, que a evidência do direito da parte fundada em prova documental, é avaliada em sede de cognição sumária, não havendo que se falar em certeza do direito, mas tão-somente em probabilidade do mesmo. É impossível obter certeza judicial em sede de cognição não exauriente.
Ainda, a medida não é uma ferramenta posta exclusivamente à disposição do autor, porque o réu também pode valer-se dela em algumas situações, a exemplo da reconvenção e do pedido contraposto.
E o mais importante: mais do que uma ferramenta a serviço do direito da parte demonstrado de plano, a tutela de evidência é importante instrumento sancionatório que visa coibir práticas protelatórias, deslealdade e má-fé processual, podendo o Julgador concedê-la de ofício quando presentes os requisitos legais.
 5 REFERÊNCIAS 
BODART, Bruno Vinícius da Rós. Tutela de Evidência – Teoria da cognição, análise econômica do direito processual e comentários sobre o novo CPC. 2ª Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. – (Coleção Liebman / Coordenação Tereza Arruda Alvim Wambier e Eduardo Talamini). 175 p. 
CARENIRO, Athos Gusmão. Da antecipação da tutela no processo civil. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 17
GRECO, Leonardo. A tutela da urgência e a tutela da evidência no Código de Processo Civil de 2014/2015. Revista Eletrônica de Direito Processual – REDP (Periódico da Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito Processual da UERJ). Volume XIV. Disponível em: http://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/redp/article/view/14541/15862 Acesso em 10/06/2017.
MARIONI, Luiz Guilherme . A Antecipação da Tutela. 7.ed. rev. ampl. atual. São Paulo: Malheiros, 2002, 
ORIONE NETO, Luiz. Tratado das medidas cautelares, tomo I: teoria geral do processo cautelar. São Paulo: Lejus, vol. III, 2000, p. 198/200.
THEODORO JUNIOR, Humberto Tutela jurisdicional de urgência. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2001, p. 2
THEODORO JUNIOR, Humberto. Novo Código de Processo Civil Anotado. 20ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. 2.050 p.
ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da tutela. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

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