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Direito penal militar Aula 01

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Direito Penal Militar para MPU (Analista – Direito) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 
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1. DO CRIME 
 
Existem várias maneiras de definir o crime. Para nós importa a 
definição analítica (dogmática), e para tal devemos lembrar de duas das 
teorias mais famosas: a teoria tripartite, segundo a qual o crime é fato 
típico, antijurídico e culpável; e a teoria bipartite, que exclui a 
culpabilidade da definição analítica de crime. Para os adeptos desta 
teoria, portanto, crime é apenas fato típico e antijurídico, e a 
culpabilidade é condição de aplicação da pena. 
Há duas principais doutrinas sobre os elementos do fato típico: 
o causalismo e o finalismo. 
A doutrina causalista compreende a conduta como o 
comportamento humano capaz de causar uma alteração no mundo exterior. 
Alguns autores dizem que os causalistas diziam que a conduta era restrita 
ao “movimento corporal”. 
Seguindo esta doutrina, o dolo faz parte da culpabilidade. 
Bastaria, portanto, verificar se a conduta do agente levou ao resultado, e 
isso seria suficiente para que o crime estivesse configurado. 
Veja aí a complicação... imagine que você chega a algum local 
e dá de cara com uma pessoa atirando em outra com uma arma de fogo. 
Segundo a teoria causal, você estaria diante de um crime de homicídio, 
sem que se discuta qual era a intenção do sujeito que atirou no outro. Hoje, 
porém, essa questão é encarada pela Doutrina de forma diferente. 
A doutrina finalista de Hans Welzel (mais aceita hoje) 
entende a conduta como o comportamento humano, voluntário e 
consciente, direcionado para determinado fim. Estes doutrinadores, 
portanto, retiraram o dolo do âmbito da culpabilidade e deslocaram-
no para a tipicidade. A maior parte dos finalistas adota a teoria bipartite, 
mas há também quem adote a tripartite. 
Agora a análise do evento presenciado por você precisaria ser 
mais detalhada. É preciso saber o que levou o agente a atirar na vítima. É 
preciso entrar na mente do agente e saber o que o motivou a adotar aquela 
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Vamos agora estudar as teorias que tratam da relação de 
causalidade. 
Segundo a teoria da equivalência dos antecedentes (teoria 
da conditio sine qua non), causa será todo fato humano sem o qual o 
resultado não teria ocorrido. Num primeiro olhar, o CPM parece ter adotado 
esta teoria, por força da parte final do caput do art. 29. 
Essa teoria, entretanto, tem um grave problema. A maneira 
como é feita a análise impõe que você vá retirando do fato possíveis causas 
e verifique se o crime ainda ocorreria, e aí a identificação de causas tende 
ao infinito. 
Imagine a seguinte hipótese: “Mévio dispara arma de fogo 
contra Caio, que vem a falecer em decorrência do ferimento”. Segundo o 
raciocínio da equivalência dos antecedentes, o vendedor da arma e o seu 
fabricante também teriam dado causa ao crime, não é mesmo? 
A teoria da imputação objetiva se contrapõe à equivalência 
dos antecedentes, dizendo que apenas haverá a relação de causalidade 
quando o sujeito tiver agido de forma a assumir o risco de produzir o 
resultado. 
De acordo com a teoria da causalidade adequada, causa é 
o antecedente mais adequado, ou mais eficaz, para a produção do 
resultado. Não basta qualquer conduta sem a qual o resultado não teria 
ocorrido. A causa é o antecedente mais provável. 
O §1º é uma limitação à adoção da teoria da equivalência dos 
antecedentes. Este dispositivo trata da causa relativamente 
independente, que exclui a imputação quando produz o resultado por si 
mesma. Aqui o legislador está adotando a teoria da causalidade 
adequada. Explicarei a seguir. 
Concausa é a convergência de uma determinada conduta a uma 
causa inicial, contribuindo para a consecução do resultado. Essas causas 
podem ser dependentes, absolutamente independentes ou relativamente 
independentes da conduta do agente. 
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As causas dependentes estão previstas no caput do art. 29: 
uma pessoa amarrou a vítima, e outra disparou a arma de fogo. Todos os 
agentes responderão pela mesma conduta, pois as causas são 
dependentes. Sem as duas não teria ocorrido o crime. 
Dizemos que uma causa é absolutamente independente de 
outra quando ela não se origina da conduta do agente. É caso da pessoa 
que ingere veneno e posteriormente é alvejada por disparo de arma de 
fogo, vindo a falecer em razão do envenenamento. Estas causas podem ser 
preexistentes, concomitantes ou supervenientes, e rompem o nexo 
causal. O agente, portanto, apenas responderá pelo resultado ao qual de 
causa. 
Nas causas relativamente independentes, a que mais nos 
interessa é a superveniente. No caso da superveniência, para saber se o 
agente responderá pelo resultado, é necessário saber se a causa 
relativamente independente é suficiente para produzir, por si só, o 
resultado. 
Imagine, por exemplo, que uma pessoa é alvejada por disparo 
de arma de fogo e é socorrida em ambulância. No trajeto até o hospital, o 
veículo bate num muro, levando a vítima a óbito. Neste caso, estamos 
diante de uma causa relativamente independente da conduta do agente. 
De acordo com o §1º, diante de uma causa relativamente 
independente o agente apenas responderá pela conduta adotada até a 
superveniência. No nosso exemplo o agente responderia por tentativa de 
homicídio. Esta é uma manifestação da teoria da causalidade adequada. 
Se a causa relativamente independente não produziu por si só 
o resultado, será aplicável a teoria da equivalência dos antecedentes 
causais, de acordo com o caput do art. 29. 
Quanto à omissão, temos no §2º a mesma regra adotada pelo 
Direito Penal comum. A omissão é considerada causa quando o omisso 
tinha o dever e a possibilidade de agir para evitar o resultado danoso. 
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Esse dever pode ser estabelecido por lei ou pela assunção da 
responsabilidade. Também é responsável aquele que criou o risco da 
ocorrência do resultado. 
 
Art. 30. Diz-se o crime: 
 
CRIME CONSUMADO 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua 
definição legal; 
 
TENTATIVA 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
PENA DE TENTATIVA 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao 
crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de 
excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado. 
As regras quanto ao crime consumado e à tentativa são as 
mesmas do CP. Quero chamar sua atenção para o parágrafo único, que 
trata da pena aplicável em caso de crime tentado. 
A redução da pena em razão da sua não consumação deve ser, 
em regra, operada em função da extensão do iter criminis, ou seja, do 
caminho percorrido pelo agente entre o início da execução e a consumação. 
Esta é a teoria objetiva. 
Se a pessoa estava apenas iniciando a sua conduta, o juiz pode 
aplicar a diminuição no seu grau máximo, mas se a pessoa já estava “quase 
terminando”, a pena não deve ser tão diminuída assim. 
Há também no parágrafo único uma manifestação da teoriasubjetiva, pois o juiz pode, considerando a gravidade da conduta, aplicar 
à tentativa a pena do crime consumado. Jorge César de Assis entende que 
essa regra perdeu totalmente sua eficácia, não sendo mais aplicável hoje, 
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apesar de o dispositivo nunca ter sido declarado inconstitucional e nem 
revogado. 
 
 
O Código Penal Militar autoriza que, nos casos de tentativa, o 
juiz aplique a pena do crime consumado, quando a conduta for 
excepcionalmente grave. 
 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
Art. 31. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na 
execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados. 
A desistência voluntária ocorre quando o agente desiste de 
prosseguir com a execução. Aquele que impede que o resultado seja 
produzido pratica o arrependimento eficaz. 
Cuidado para não confundir estes dois institutos com a 
tentativa, que ocorre quando o agente não consegue atingir o resultado por 
circunstâncias alheias à sua vontade. 
Na parte geral do CPM não existe a figura do arrependimento 
posterior. Na parte especial há alguns dispositivos que preveem o 
arrependimento posterior de forma específica, a exemplo do crime de furto 
(art. 240 do CPM). 
O STM também entende pela inaplicabilidade do princípio da 
insignificância no Direito Penal Militar. O STF entendeu no passado que o 
princípio era cabível em algumas hipóteses, a exemplo de casos em que o 
militar foi surpreendido em posse de pequenas quantidades de tóxicos. 
Hoje, porém o STF que o princípio da bagatela não se aplica no Direito Penal 
Militar. 
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CRIME IMPOSSÍVEL 
Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por 
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, 
nenhuma pena é aplicável. 
Aqui temos a mesma redação do Código Penal comum. A 
ineficácia absoluta do meio ocorre, por exemplo, quando uma pessoa 
tenta cometer homicídio utilizando arma de brinquedo. A absoluta 
impropriedade do objeto ocorre quando uma pessoa utiliza arma de fogo 
para atirar num cadáver. 
Lembre-se da Súmula 145 do STF, que trata do “flagrante 
preparado”. 
 
SÚMULA 145 – STF 
Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação. 
Não confunda o flagrante preparado com o flagrante esperado. 
Este é perfeitamente possível e lícito. 
 
Art. 33. Diz-se o crime: 
CULPABILIDADE 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de 
produzi-lo; 
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, 
atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face 
das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou, prevendo-
o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo. 
EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO 
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser 
punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
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Perceba que o dolo e a culpa, no CPM, são tratadas sob os 
termos da culpabilidade. Mais uma vez o CPM demonstra que adota a 
teoria causal. 
O dolo é a soma da consciência com a vontade. Quando o 
agente deseja o resultado, há dolo direto. Quando ele assume o risco de 
produzi-lo, há o dolo eventual. 
A culpa inconsciente está relacionada ao agente que não 
presta atenção da maneira que deveria e com isso provoca o resultado. Há 
também, na segunda parte do inciso II, a culpa consciente, em que o 
agente prevê o resultado, mas acredita que ele não ocorrerá. 
O parágrafo único determina que a modalidade culposa só é 
aplicável quando a lei trouxer previsão expressa para crimes determinados. 
Em alguns dos dispositivos que tipificam os crimes há a menção expressa 
à existência da modalidade culposa. 
 
NENHUMA PENA SEM CULPABILIDADE 
Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas só 
responde o agente quando os houver causado, pelo menos, culposamente. 
Aqui estamos diante das mesmas disposições trazidas pelo CP. 
O legislador vetou a responsabilidade penal objetiva. O agente só responde 
pela circunstância qualificadora se a ela tiver dado causa. 
 
ERRO DE DIREITO 
 Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos 
grave quando o agente, salvo em se tratando de crime que atente contra 
o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de interpretação 
da lei, se escusáveis. 
 
ERRO DE FATO 
 Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro 
plenamente escusável, a inexistência de circunstância de fato que o 
constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a ação legítima. 
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Perceba que o art. 35 traz uma exceção quanto à aplicabilidade 
da atenuação de pena na situação de erro de direito. O agente não pode 
alegar erro de direito quando cometer crimes contra o dever militar. 
Isso ocorre porque nesses crimes há uma especial afronta à 
hierarquia e à disciplina, e por isso o agente não pode alegar erro de direito. 
No CPM há um título específico tratando dos crimes contra o serviço e o 
dever militar (arts. 183 a 204). Todavia, Romeiro entende que os crimes 
que atentam contra o dever militar são todos os crimes propriamente 
militares. 
O Cespe já formulou questão dizendo que não é possível ao 
militar alegar erro de direito no crime de deserção. O gabarito da questão, 
neste caso, seria correto. A deserção está no art. 187. 
Para efeitos de prova objetiva, eu recomendo que você confie 
“na força da lei”, pois dificilmente a banca formulará questões que tratem 
profundamente de questões puramente doutrinárias. 
O agente que comete erro sobre a ilicitude do fato de fato 
acredita piamente que sua conduta não constitui crime, ou que existe 
situação que tornaria sua ação legítima. 
 
ERRO SOBRE A PESSOA 
Art. 37. Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios 
de execução, ou outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, 
responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que realmente 
pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da 
vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão 
do crime, e agravação ou atenuação da pena. 
 
ERRO QUANTO AO BEM JURÍDICO 
§1º Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem 
jurídico diverso do visado pelo agente, responde este por culpa, se o fato é 
previsto como crime culposo. 
 
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DUPLICIDADE DO RESULTADO 
§2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no 
caso do parágrafo anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se 
a regra do art. 79. 
Quando há erro sobre a pessoa, o agente termina praticandoa conduta contra pessoa diferente daquela que tinha a intenção de atingir. 
Neste caso o agente responderá como se tivesse conseguido seu verdadeiro 
intento. 
O erro sobre a pessoa pode se dar por erro de percepção 
(erro in persona) ou por erro no uso dos meios de execução (aberratio 
ictus). O primeiro caso é o do agente que realmente confunde a vítima com 
outra pessoa e contra ela pratica a conduta. A aberratio ictus resulta da 
inabilidade do agente em alvejar sua verdadeira vítima. 
Um exemplo de erro quanto ao bem jurídico (aberratio criminis) 
é o da pessoa que atira uma pedra contra veículo na intenção de depredar 
o patrimônio, mas termina atingindo a pessoa que estava dentro do carro, 
causando-lhe lesão corporal. Neste caso, responderá por lesão corporal 
culposa. 
Se o agente, mesmo cometendo erro, atinge também a vítima 
ou o bem jurídico que realmente intentava, deve ser aplicada a regra do 
art. 79 do CPM, que diz respeito ao concurso de crimes. 
 
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime: 
COAÇÃO IRRESISTÍVEL 
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir 
segundo a própria vontade; 
OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA 
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em 
matéria de serviços. 
§1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem. 
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§2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato 
manifestamente criminoso, ou há excesso nos atos ou na forma da 
execução, é punível também o inferior. 
Este dispositivo trata da inexigibilidade de conduta diversa, 
que é uma excludente de culpabilidade. Nosso problema é que o CPM não 
traz apenas estas hipóteses, mas também o estado de necessidade 
exculpante. 
O Código Penal adota a teoria unitária, encarando o estado 
de necessidade apenas como uma excludente de antijuridicidade. O CPM, 
por outro lado, adota a teoria diferenciadora alemã, com o estado de 
necessidade justificante (art. 42) e o estado de necessidade exculpante 
(art. 39). 
Há ainda duas outras hipótese de inexigibilidade de conduta 
diversa no CPM: o excesso exculpante previsto no art. 45, parágrafo 
único; e o excesso escusável, previsto no art. 45, parágrafo único. Vamos 
ver logo estes dois dispositivos e então voltaremos às demais hipóteses. 
 
ESTADO DE NECESSIDADE, COM EXCLUDENTE DE 
CULPABILIDADE 
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito 
próprio ou de pessoa a quem está ligado por estreitas relações de 
parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou, 
nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando 
superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoavelmente 
exigível conduta diversa. 
 
Esta hipótese de inexigibilidade de conduta diversa é muito 
utilizada para justificar a conduta do militar desertor, quando o réu alega 
que incorreu no crime de deserção para atender necessidades próprias ou 
de sua família. 
 
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EXCESSO CULPOSO 
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, 
excede culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se este 
é punível, a título de culpa. 
EXCESSO ESCUSÁVEL 
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de 
escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação. 
 
O excesso é cometido nas situações em que seriam aplicáveis 
as excludentes de antijuridicidade. É o caso, por exemplo, do sujeito que 
se excede na legítima defesa e, diante de um soco, defende-se atirando 
diversas vezes no agressor com arma de fogo. 
A regra do parágrafo único permite que o agente cometa um 
excesso sem que o fato seja punível, quando o agente foi “pego de 
surpresa”. 
 
Voltemos então à análise das hipóteses de inexigibilidade de 
conduta diversa que são trazidas tanto pelo CP quanto pelo CPM: coação 
irresistível e obediência hierárquica. 
A Doutrina ensina que há a coação física (absoluta), em que 
o coator utiliza-se da violência; e também a coação moral (relativa). 
Veja bem, a coação física suprime por completo o dolo e, 
portanto, a conduta do sujeito. Ela, portanto, exclui o próprio crime. 
O legislador não explicita, no art. 38, o tipo de coação que 
exclui a culpabilidade. O art. 40 do CPM, por outro lado, proíbe que o militar 
invoque a coação moral irresistível nos crimes em que há violação do dever 
militar. A maior parte da Doutrina relaciona essa hipótese aos crimes 
previstos dos arts. 183 ao 204. 
A Doutrina critica muito a regra do art. 40, dizendo que o 
legislador exige do militar uma “conduta de super-herói”, já que a coação 
moral irresistível é... irresistível! 
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O Cespe já formulou questão, de gabarito falso, dizendo que o 
agente pode alegar, no crime de deserção, coação moral, desde que 
irresistível. 
A hipótese de obediência hierárquica é especialmente 
importante para a vida militar, não é mesmo? Já falamos mil vezes que a 
hierarquia e a disciplina são valores muito importantes para as 
organizações militares. 
Por esta razão, a obediência a ordem direta de superior 
hierárquico em matéria de serviço também exclui a culpabilidade. A 
desobediência é inclusive considerada crime, previsto no art. 163. 
Por outro lado, Romeiro traz à discussão o que ele chama de 
princípio das baionetas inteligentes. Este princípio se corporifica no 
§2°: se o superior ordena a prática de um ato manifestamente criminoso 
ou com excessos, o inferior também será punido, pois neste caso ele teria 
o dever de não cumprir a ordem. 
 
ATENUAÇÃO DA PENA 
Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à 
coação, ou se a ordem não era manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 
39, se era razoavelmente exigível o sacrifício do direito ameaçado, o juiz, 
tendo em vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena. 
As hipóteses do art. 38 são exatamente a coação e a obediência 
hierárquica. O art. 39 trata do estado de defesa exculpante. 
 
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento do dever legal; 
IV - em exercício regular de direito. 
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de 
navio, aeronave ou praça de guerra, na iminência de perigo ou grave 
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É importante que você saiba que se o comandante não agir 
diante dessas situações ele mesmo pode incorrer em alguns crimes, a 
exemplo dos arts. 199 e 200 do CPM. 
 
LEGÍTIMA DEFESA 
Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou 
iminente, a direito seu ou de outrem. 
EXCESSO CULPOSO 
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, 
excede culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se êste 
é punível, a título de culpa. 
 
EXCESSO ESCUSÁVEL 
Parágrafo único. Não é punível o excesso quandoresulta de 
escusável surpresa ou perturbação de ânimo, em face da situação 
A legítima defesa segue os mesmos ditames do Código Penal 
comum. Acerca do excesso, também já conversamos anteriormente. O 
excesso culposo segue a mesma regra do Direito Penal comum, mas há 
também a figura do excesso escusável, prevista no parágrafo único do 
art. 45, que comentei quando tratamos das excludentes de culpabilidade. 
 
EXCESSO DOLOSO 
Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por 
excesso doloso. 
Ainda quando o sujeito pratica o excesso de forma dolosa, o 
juiz pode atenuar a pena. A Doutrina entende que essa situação somente 
poderia ser aplicada em caso de erro de direito, quando a pessoa acreditava 
que seu excesso não era conduta criminosa. 
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É o caso de alguém que sofre agressão, reage em legítima 
defesa, mas intencionalmente se excede na defesa e atinge o agressor de 
maneira desarrazoada. 
 
ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME 
Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime: 
I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do 
agente; 
II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de 
serviço ou de quarto, ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é 
praticada em repulsa a agressão. 
Há alguns crimes em que a condição de superior e a de inferior 
são elementos constitutivos do crime. O art. 47 traz uma regra bastante 
importante para compreendermos estes crimes, que serão estudados mais 
adiante em nosso curso: de acordo com o inciso I, a qualidade de superior 
ou de inferior não constitui crime quando o agente não a conhecia. 
A regra do inciso II também diz respeito a certos crimes 
específicos, que estudaremos em detalhes nas próximas aulas. Nestes 
crimes, a condição de superior, inferior, oficial de dia, de serviço ou de 
quarto, de sentinela, vigia ou plantão faz parte do tipo penal. Estas 
condições especiais deixam de compor o crime quando a conduta é 
praticada pelo agente para defender-se de agressão por ele sofrida. 
 
2. IMPUTABILIDADE PENAL MILITAR 
 
A imputabilidade incide sobre a culpabilidade. Ser imputável é 
ter o discernimento necessário para compreender a prática de um ato ilícito. 
As pessoas que não tem nenhum discernimento são consideradas 
inimputáveis. 
Os inimputáveis em geral não se submetem a penas, mas 
somente a medidas de segurança. No Direito Penal Militar, contudo, há 
medidas de segurança que também são aplicáveis aos imputáveis. 
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O legislador não define a imputabilidade, mas apenas 
determina quem é inimputável, adotando um critério biopsicológico: não 
basta que a pessoa sofra de uma doença mental, mas também é preciso 
que esta doença seja suficiente para que a pessoa não tenha o 
discernimento necessário acerca da conduta praticada. 
Existem regras acerca do incidente de insanidade mental do 
acusado. Em geral é convocada uma perícia médica, e as questões que 
devem ser respondidas pelos peritos estão no art. 159 do Código de 
Processo Penal Militar. 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR 
 
QUESITOS PERTINENTES 
Art. 159. Além de outros quesitos que, pertinentes ao fato, lhes forem 
oferecidos, e dos esclarecimentos que julgarem necessários, os peritos 
deverão responder aos seguintes: 
 
QUESITOS OBRIGATÓRIOS 
a) se o indiciado, ou acusado, sofre de doença mental, de 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado; 
b) se no momento da ação ou omissão, o indiciado, ou acusado, se 
achava em algum dos estados referidos na alínea anterior; 
c) se, em virtude das circunstâncias referidas nas alíneas 
antecedentes, possuía o indiciado, ou acusado, capacidade de entender o 
caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse 
entendimento; 
d) se a doença ou deficiência mental do indiciado, ou acusado, não lhe 
suprimindo, diminuiu-lhe, entretanto, consideravelmente, a capacidade de 
entendimento da ilicitude do fato ou a de autodeterminação, quando o 
praticou. 
 
Direito Penal Militar para MPU (Analista – Direito) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 
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Perceba que essas questões explicitam o critério biopsicológico. 
Se a resposta às questões das alíneas A ou B for negativa, o acusado será 
considerado imputável. Se a resposta da alínea C for positiva, ele será 
considerado inimputável. Caso a resposta da C seja negativa, será feita a 
questão da alínea D para verificar se o acusado poderá ser considerado 
semi-imputável. 
 
Voltemos ao estudo dos dispositivos do Código Penal Militar. 
 
INIMPUTÁVEIS 
Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, 
não possui a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de doença 
mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado. 
 
REDUÇÃO FACULTATIVA DA PENA 
Parágrafo único. Se a doença ou a deficiência mental não suprime, 
mas diminui consideravelmente a capacidade de entendimento da ilicitude 
do fato ou a de autodeterminação, não fica excluída a imputabilidade, mas 
a pena pode ser atenuada, sem prejuízo do disposto no art. 113. 
Perceba que não importa, para fins de imputabilidade penal, se 
o sujeito é civilmente capaz ou incapaz, ou se é interdito. O que importa é 
o entendimento do agente no momento da prática da conduta típica. 
A sentença por meio da qual o acusado é absolvido, mas 
submetido a medida de segurança é chamada de sentença absolutória 
imprópria. É interessante saber que, mesmo diante da inimputabilidade, 
o processo penal militar deve seguir até as alegações finais, pois a 
conclusão do processo pode ser, por exemplo, pela negativa de autoria ou 
pela inexistência da conduta típica. 
O parágrafo único trata de uma redução facultativa da pena, 
aplicável no caso em que o acusado não é considerado inimputável, mas 
tem sua capacidade de compreensão da conduta criminosa reduzida. Este 
Direito Penal Militar para MPU (Analista – Direito) 
Teoria e exercícios comentados 
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é o caso do semi-imputável, com resposta positiva na questão da alínea 
D do art. 159 do CPPM. 
Mais uma vez o dispositivo trata de redução de pena, mas não 
determina o quantum. Aplica-se, portanto, a regra geral do art. 73. 
 
EMBRIAGUEZ 
Art. 49. Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez 
completa proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o 
agente por embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, não 
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender 
o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
A embriaguez é vista no Código Penal de diversas maneiras. Ela 
pode ser agravante, atenuante ou excluir a imputabilidade. 
A embriaguez voluntária (não acidental) não isenta o agente 
de responsabilidade sobre a conduta, pois ele fez a opção deembriagar-se. 
Na realidade, em alguns casos a embriaguez voluntária é até elementar do 
tipo, como no caso da “lei seca” por exemplo. 
É possível também que haja a embriaguez patológica, 
decorrente do alcoolismo, que é tratada pela Doutrina como doença, e por 
isso pode conduzir o agente à inimputabilidade, nos termos do art. 48 do 
CPM e do art. 159 do CPPM. 
Já a embriaguez habitual é tratada pelo Direito Penal comum 
como uma contravenção penal, e não um crime. O CPM, por outro lado, 
tipifica a conduta de o militar apresentar-se para o serviço embriagado (art. 
202). 
A embriaguez preordenada é a situação em que o agente 
decide embriagar-se para “tomar coragem” de cometer o crime. Nesta 
situação a embriaguez se torna um agravante. 
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Teoria e exercícios comentados 
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A espécie do art. 49 é a embriaguez acidental, ou seja, é 
resultado de caso fortuito ou força maior. Não é necessário, para a sua 
prova, diferenciar essas duas situações. O importante é que você saiba que 
este tipo de embriaguez pode levar o agente à inimputabilidade, se impedir 
que o agente tenha o discernimento necessário para compreender sua 
própria conduta. 
Um bom exemplo é o de um militar que, tendo sido ferido em 
serviço, na fala de medicamentos adequados é anestesiado por meio da 
ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica. 
O parágrafo único traz mais uma situação de semi-
imputabilidade, a ser aplicável quando o agente, por força de embriaguez 
acidental, não estava em sua plena capacidade mas tinha alguma 
compreensão do fato. Interessante que aqui não se aplica a regra do art. 
73, pois o próprio parágrafo único determina os limites de redução. 
 
MENORES 
Art. 50. O menor de dezoito anos é inimputável, salvo se, já tendo 
completado dezesseis anos, revela suficiente desenvolvimento psíquico 
para entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com este 
entendimento. Neste caso, a pena aplicável é diminuída de um terço até a 
metade. 
Podemos ver que este dispositivo não foi inteiramente 
recepcionado pela Constituição Federal de 1988. A regra geral é de 
que o menor de dezoito anos seja inimputável, mas o CPM abria a 
possibilidade de o menor entre dezesseis e dezoito anos poderia ser 
considerado imputável em razão de perícia médica. 
Esta era mais uma manifestação do critério biopsicológico, 
e a regra era de que haveria diminuição de pena se houvesse suficiente 
desenvolvimento psíquico. 
 
 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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EQUIPARAÇÃO A MAIORES 
Art. 51. Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não 
tenham atingido essa idade: 
a) os militares; 
b) os convocados, os que se apresentam à incorporação e os que, 
dispensados temporariamente desta, deixam de se apresentar, decorrido o 
prazo de licenciamento; 
c) os alunos de colégios ou outros estabelecimentos de ensino, sob 
direção e disciplina militares, que já tenham completado dezessete anos. 
 
Este dispositivo também não foi recepcionado pela 
Constituição. Não há regra constitucional que estabeleça a maioridade 
para os convocados e nem para os alunos das escolas militares. 
Apenas uma observação acerca dos estabelecimentos de 
ensino. As forças armadas mantêm diversas escolas, entre elas os famosos 
colégios militares. Há, entretanto, escolas que tem a função específica de 
preparar jovens para a carreira militar, a exemplo da Escola Preparatória 
de Cadetes do Exército (ESPCex), Ecola Preparatória de Cadetes do Ar 
(EPCar), e o Colégio Naval. 
Os alunos dessas escolas não são hoje considerados maiores 
de idade, exceto quando efetivamente completarem dezoito anos. 
 
Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de 
dezoito e maiores de dezesseis inimputáveis, ficam sujeitos às medidas 
educativas, curativas ou disciplinares determinadas em legislação especial. 
 
Esta é a regra geral, segundo a qual os menores infratores 
estão sujeitos ao Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
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Vamos continuar analisando o restante do art. 53 para 
compreender as características apenas aplicáveis ao Direito Penal Militar. 
 
CONDIÇÕES OU CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS 
§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da 
dos outros, determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se 
comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime. 
Esta é a razão de dizermos que o CPM adota a teoria monista 
temperada. Apesar de haver apenas um crime, cada envolvido responde 
na medida de sua culpabilidade. 
Se houver entre os partícipes, por exemplo, uma pessoa que 
sofria de doença mental e no momento não gozava de discernimento 
suficiente para compreender a conduta, ele, e apenas ele, será considerado 
inimputável. 
Se a circunstância de caráter pessoal for elementar do crime, 
ela pode se comunicar entre os concorrentes. Este é o caso dos crimes 
propriamente militares, que, em regra, podem ser praticados por civil, 
desde que em concurso de pessoas com militar. 
Neste caso, portanto, a circunstância de ser militar faz parte do 
tipo legal, e por isso se comunica entre os coautores ou partícipes. O STM, 
por outro lado, já decidiu pela impossibilidade de comunicação da 
circunstância de ser militar. 
 
AGRAVAÇÃO DE PENA 
§ 2° A pena é agravada em relação ao agente que: 
I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade 
dos demais agentes; 
II - coage outrem à execução material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua 
autoridade, ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
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IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa 
de recompensa. 
 
ATENUAÇÃO DA PENA 
§3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no 
crime é de somenos importância. 
A adoção da teoria monista temperada permite que a pena seja 
individualizada, aplicando-se a cada um dos agentes a agravação ou 
atenuação da pena, dependendo das circunstâncias observadas. 
Estes dispositivos não são tão importantes para fim de prova, 
mas é necessária sua compreensão para facilitar sua vida quando 
estudarmos os crimes militares em espécie. 
 
CABEÇAS 
§4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se 
cabeças os que dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação. 
§5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, 
são estes considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem 
função de oficial. 
Esta regra é campeã de prova! Ela é própria do CPM, que 
relaciona os cabeças com os crimes de concurso de pessoas 
necessário, ou seja, aqueles que não podem ser praticados por apenas 
uma pessoa, a exemplo do crime de motim. 
Os cabeças são aqueles que coordenam, promovem, organizam 
a ação. Os cabeças em geral são pessoas que têm algum poder de decisão, 
e por essa razão, quando estamos diante de um crime perpetrado poroficiais e praças, os oficiais serão considerados os cabeças. 
Imagine, por exemplo, um motim envolvendo vários praças e 
um só tenente, tendo sido a ação promovida e organizada por um sargento. 
Este sargento e o tenente serão considerados cabeças, ainda que o tenente 
tenha participado apenas minimamente. Esta é a regra do §2°. 
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CASOS DE INIMPUNIBILIDADE 
Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição em contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo 
menos, a ser tentado. 
Este é o princípio da acessoriedade da participação. A 
participação em crime só pode ser punida se a autoria também for punida. 
Lembre-se de que, para que haja punição pela tentativa, é necessário que 
o agente pratique a conduta, mas não atinja a finalidade pretendida por 
razões alheias à sua vontade. 
 
 
 
Caro amigo, encerro aqui a parte teórica da nossa aula. A seguir 
estão as questões comentadas e logo após as mesmas questões sem os 
comentários, seguidas do gabarito. 
Se tiver dúvidas, utilize nosso fórum. Estou disponível também no e-mail. 
 
Grande abraço! 
 
Paulo Guimarães 
professorpauloguimaraes@gmail.com 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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4. QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O Código Penal Militar 
(CPM), ao estabelecer a relação de causalidade no crime, adotou o princípio 
da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o 
qual se contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto ao 
concurso de pessoas. 
 
COMENTÁRIOS: Vimos na aula de hoje que o CPM, assim como o CP, 
adota a teoria monista temperada no que tange ao concurso de pessoas: 
haverá apenas um crime, ainda que haja vários coautores e partícipes, mas 
a pena será aplicada individualmente. Também é verdade que o CPM adota 
a teoria dos equivalentes causais, ainda que haja também algumas 
manifestações da teoria da causalidade adequada (concausa relativamente 
independente). O erro da questão está em dizer que uma teoria se 
contrapõe à outra, pois cada uma trata de um assunto diferente. 
 
GABARITO: E 
 
 
2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. A legislação penal militar 
admite o uso, em situação especial, de meios violentos por parte do 
comandante para compelir os subalternos a executar serviços e manobras 
urgentes, para evitar o desânimo, a desordem ou o saque. 
 
COMENTÁRIOS: Esta é exatamente a causa excludente de antijuridicidade 
inominada, prevista no parágrafo único do art. 42 do CPM, chamada por 
alguns de excludente do comandante. 
 
GABARITO: C 
 
 
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3. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Um adolescente com 
dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser 
incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de 
insubordinação praticado contra superior será alcançável pela lei penal 
militar, a qual adotou, para os menores de dezoito e maiores de dezesseis 
anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o reconhecimento da 
imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico. 
 
COMENTÁRIOS: É verdade que o CPM adotou o critério biopsicológico no 
art. 51, mas vimos também que este dispositivo não foi recepcionado pela 
Constituição de 1988. Qualquer menor de dezoito anos, 
independentemente de ter sido incorporado ao serviço militar, responde 
por infrações nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
GABARITO: E 
 
 
4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. É inimputável o agente 
que pratica o fato criminoso sem capacidade de entendimento e sem 
determinação, em razão de doença mental, desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado. 
 
COMENTÁRIOS: Estes são exatamente os termos do art. 48 do CPM. 
Lembre-se das regras que vimos a respeito do procedimento para 
declaração de inimputabilidade, previstos no art. 159 do CPPM. Além disso, 
é possível também que a pessoa seja considerada semi-imputável, devendo 
a pena ser aplicada de forma atenuada. 
 
GABARITO: C 
 
 
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5. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. A embriaguez patológica 
recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa no 
CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir 
este consciência no momento da prática do crime. 
 
COMENTÁRIOS: A embriaguez patológica decorre do alcoolismo, e é 
tratada como doença, podendo levar o agente à inimputabilidade, nos 
termos do art. 48 do CPM. Lembre-se de que o art. 49 trata da embriaguez 
acidental, decorrente de caso fortuito ou força maior, que exclui a 
culpabilidade do agente ou o torna semi-imputável. 
 
GABARITO: E 
 
 
6. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. Considerando-se que, em 
relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento singular, 
entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é 
correto afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, 
ainda que de menor importância, para todos os efeitos penais, eles devem 
ser considerados como “cabeças”. 
 
COMENTÁRIOS: Lembre-se! O oficial que participar em crime de concurso 
de pessoas necessário junto com praças será considerado cabeça em razão 
de sua posição de comando, ainda que tenha contribuído pouco para a 
consecução do crime, nos termos do art. 53, §5° do CPM. 
 
GABARITO: C 
 
 
7. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O CPM, ao adotar o 
princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção 
à teoria monista do concurso de agentes. 
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COMENTÁRIOS: Essa questão é um pouco polêmica, mas é verdadeira. O 
princípio da participação de menor importância determina que a 
individualização da pena leve em consideração a medida em que cada 
agente participou da conduta típica. Por essa razão dizemos que o CPM 
adota a teoria monista temperada. 
 
GABARITO: C 
 
 
8. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O CPM estabelece que 
não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, 
exceto quando elementares do crime, o que significa dizer que responde 
por crime comum a pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, 
por exemplo, crime de peculato tipificado no CPM. 
 
COMENTÁRIOS: É justamente o contrário, não é mesmo? O civil que 
comete crime propriamente militar juntamente com o militar responde por 
crime militar. A circunstância especial (ser militar) é elementar do tipo e, 
por isso, comunica-se ao civil. Lembre-se de que, como falamos na aula 
passada, esta regra apenas se aplica desta maneira à Justiça Militar da 
União,uma vez que a competência estabelecida pela Constituição para a 
Justiça Militar Estadual não abrange o julgamento de civis. 
 
GABARITO: E 
 
 
9. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O CPM, ao estabelecer 
que aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas 
penas a este cominadas, adotou, em matéria de concurso de agentes, a 
teoria monista. 
 
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COMENTÁRIOS: Ficou fácil né? Não esqueça! O CPM adota a teoria 
monista temperada, pois há exceções. 
 
GABARITO: C 
 
 
10. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. No CPM, as 
circunstâncias que atenuam a pena incluem a prática de crime sob coação 
a que poderia ter resistido ou em cumprimento de ordem de autoridade 
superior. 
 
COMENTÁRIOS: Haverá atenuação de pena, nos termos do art. 41, se a 
ordem emitida pelo superior hierárquico não era manifestamente ilegal, ou 
se houve coação à qual era possível resistir. A estrita obediência a ordem 
de superior hierárquico, bem como a coação irresistível, isentam o agente 
de pena, de acordo com o art. 38. A banca tentou confundir o candidato 
misturando o conteúdo dos dois dispositivos. 
 
GABARITO: E 
 
 
11. CBM-DF – Oficial Bombeiro Militar – 2011 – Cespe. A posse, por 
militar, de substância entorpecente, independentemente da quantidade e 
do tipo, em lugar sujeito à administração castrense, não autoriza a 
aplicação do princípio da insignificância. 
 
COMENTÁRIOS: Lembre-se da nossa discussão sobre a inaplicabilidade do 
princípio da bagatela no Direito Penal Militar. O entendimento mais recente 
do STF é no sentido da inaplicabilidade do princípio, ainda que ele já tenha 
sido aceito no passado. 
 
GABARITO: C 
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5. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 
 
1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O Código Penal Militar 
(CPM), ao estabelecer a relação de causalidade no crime, adotou o princípio 
da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o 
qual se contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto ao 
concurso de pessoas. 
 
2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. A legislação penal militar 
admite o uso, em situação especial, de meios violentos por parte do 
comandante para compelir os subalternos a executar serviços e manobras 
urgentes, para evitar o desânimo, a desordem ou o saque. 
 
3. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Um adolescente com 
dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser 
incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de 
insubordinação praticado contra superior será alcançável pela lei penal 
militar, a qual adotou, para os menores de dezoito e maiores de dezesseis 
anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o reconhecimento da 
imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico. 
 
4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. É inimputável o agente 
que pratica o fato criminoso sem capacidade de entendimento e sem 
determinação, em razão de doença mental, desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado. 
 
5. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. A embriaguez patológica 
recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa no 
CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir 
este consciência no momento da prática do crime. 
 
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6. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. Considerando-se que, em 
relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento singular, 
entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é 
correto afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, 
ainda que de menor importância, para todos os efeitos penais, eles devem 
ser considerados como “cabeças”. 
 
7. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O CPM, ao adotar o 
princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção 
à teoria monista do concurso de agentes. 
 
8. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O CPM estabelece que 
não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal, 
exceto quando elementares do crime, o que significa dizer que responde 
por crime comum a pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, 
por exemplo, crime de peculato tipificado no CPM. 
 
9. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O CPM, ao estabelecer 
que aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas 
penas a este cominadas, adotou, em matéria de concurso de agentes, a 
teoria monista. 
 
10. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. No CPM, as 
circunstâncias que atenuam a pena incluem a prática de crime sob coação 
a que poderia ter resistido ou em cumprimento de ordem de autoridade 
superior. 
 
11. CBM-DF – Oficial Bombeiro Militar – 2011 – Cespe. A posse, por 
militar, de substância entorpecente, independentemente da quantidade e 
do tipo, em lugar sujeito à administração castrense, não autoriza a 
aplicação do princípio da insignificância. 
 
Direito Penal Militar para MPU (Analista – Direito) 
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12. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Embora o CPM tenha se 
filiado à teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua 
non), consideram-se cabeça, nos crimes de autoria coletiva necessária, os 
oficiais ou inferiores que exercem função de oficial 
 
13. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). No 
sistema penal militar, o estado de necessidade segue a teoria 
diferenciadora do direito penal alemão, que faz o balanço dos bens e 
interesses em conflito. O estado de necessidade pode ser exculpante ou 
justificante. O primeiro é causa de exclusão da culpabilidade e o segundo, 
de exclusão de ilicitude. 
 
 
 
 
 GABARITO 
1. E 
2. C 
3. E 
4. C 
5. E 
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