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FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS - FAL Curso de Direito Disciplina: Direito Civil I Período: 2º Prof.(a): Clarice Pereira ROTEIRO 12 BENS JURÍDICOS Direito Civil I CONCEITO • Toda utilidade física ou ideal, que seja objeto de um direito subjetivo. • Qual a diferença entre bem e coisa? • O que é patrimônio jurídico? Direito clássico: mera representação econômica da pessoa Patrimônio moral CLASSIFICAÇÃO DOS BENS a) Bens considerados em si mesmo: ligado ao aspecto fático, é a forma como eu penso, considero a “coisa”. É o que eu vejo desses “bens”. b) Bens reciprocamente considerados: critério ligado à relação existente entre dois ou mais bens. c) Bens considerados em relação ao sujeito: de acordo com a relação estabelecida entre o bem e o sujeito da relação jurídica. SISTEMATIZAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DOS BENS Bens Considerados em si Mesmos: o Bens Corpóreos e Incorpóreos; o Bens Móveis e Imóveis; o Bens Fungíveis e Infungíveis; o Bens Consumíveis e Inconsumíveis; o Bens Divisíveis e Indivisíveis; e o Bens Singulares e Coletivos. Bens Reciprocamente Considerados: o Bem Principal e Acessório Bens Acessórios: Frutos; Produtos; Benfeitorias (Necessárias, Úteis e Voluptuárias) Bens Considerados em Relação ao Sujeito: o Bens Públicos e Particulares. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Classificação dos Bens Imóveis o Bens Imóveis por Natureza (art. 79 CC): Inclui: tudo que se incorpora ao solo (jazidas minerais, quedas d’água…), atingindo ainda a sua extensão vertical (o espaço aéreo e o subsolo). o Bens Imóveis por Acessão Física: É tudo aquilo que o homem incorpora permanentemente ao solo. Ex: construções e as plantações. o Bens Imóveis por Definição Legal: OBS: Navios e aviões, de acordo com o Art. 1.473, CC, são classificados para fim de hipoteca como bens imóveis. Classificação dos Bens Móveis: o Bens Móveis Propriamente Ditos/Semoventes (Art. 82, CC): Se deslocam de um lugar ao outro sem perder sua substância. o Bens Móveis por Determinação Legal (Art. 83, CC): o Bens Móveis por Antecipação: São bens que, apesar de serem imóveis por sua Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Art. 81 - Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. Art. 83. - Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. natureza, são mobilizados pela sua função econômica. Bens Fungíveis e Infungíveis (Art. 85, CC): o OBS: o credor de uma coisa infungível não é obrigado a aceitar outra, mesmo que de maior valor (Art. 313, CC). Bens Consumíveis e Inconsumíveis (Art. 86, CC): o OBS: O livro numa biblioteca é bem inconsumível, mas quando ele ainda se encontra na livraria a venda, ele é consumível (destinado à alienação). o A classificação adotada pelo CDC é bem durável/não-durável. Bens Divisíveis e Indivisíveis (art. 87 CC): o A indivisibilidade pode ser: Natural Determinação legal: Ex.:herança (indivisível até a partilha) Convencional: Ex: dívida Bens Singulares e Coletivos (Art. 89, CC): o Os bens coletivos formam: UNIVERSALIDADE DE FATO (art. 90) = conjunto de bens singulares, reunidos Art. 85 - São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Art. 86 - São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Art. 87 - Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Art. 89 - São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. pela vontade humana, para a consecução de um fim. EX.: Biblioteca UNIVERSALIDADE DE DIREITO (art. 91) = é o conjunto de relações jurídicas; a lei confere unidade à reunião de bens. EX.: Patrimônio, herança. Bem Principal e Acessório ( Art. 92, CC): o Obs: Princípio da gravitação jurídica o São bens acessórios: A) os FRUTOS – utilidades renováveis, ou seja, que a coisa principal periodicamente produz. Classificam-se em: 1) Quanto à sua natureza: - Naturais: são gerados pelo bem principal sem necessidade da intervenção humana direta (laranja, café); - Industriais – são decorrentes da atividade industrial humana (bens manufaturados); - Civis – são aqueles decorrentes de uma relação jurídica econômica, também denominado de rendimentos (juros, aluguel). 2) Quanto a ligação com o principal: - Colhidos – já destacados; - Pendentes – ainda se encontram ligados ao bem principal; - Percipiendos – deveriam ter sido colhidos, mas não o foram; - Estantes – frutos destacados e estocados para a venda; - Consumidos – que já não existem mais. B) os PRODUTOS – Tratam-se de utilidades não-renováveis, cuja percepção diminui a substância da coisa principal (carvão extraído de uma mina esgotável). Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. C) PARTES INTEGRANTES – Integram a coisa principal de maneira que a sua separação prejudicará a fruição do todo, ou seja, a utilização do bem jurídico principal. - Exemplo: lâmpada em relação a um lustre, pneus de um automóvel, telhas de uma casa. - OBS: não são objeto de relações jurídicas próprias. D) as PERTENÇAS – tratam-se das coisas que, sem integrarem a coisa principal, facilitam a sua utilização. - Ex: som do carro (art. 93 do CC). - Obs: Podem ser destacadas do bem principal, podendo ser objeto de relações jurídicas próprias. - Não segue a regra “o acessório segue o principal” E) BENFEITORIAS: toda obra realizada em algum bem, para a sua conservação, melhoramento ou embelezamento. Podem ser: Necessárias (Art. 96, §3º, CC): Indispensáveis à conservação do bem. Ex: reforma em uma viga; retelhamento. Úteis (Art. 96, § 2º, CC): para facilitar o uso da coisa. Ex: brita colocada em um estacionamento. Voluptuárias (Art. 96, §1º, CC): embelezamento. Ex: a troca de piso simples por granito, piscina numa casa. Art. 94 - Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. Benfeitoria ≠ Acessão - Obs: os Arts. 1.219 e 1.220, CC: regulamentam os efeitos da posse, estabelecem regras quanto ao caráter indenizável das benfeitorias realizadas num bem. - Lei 8.245/91 – Lei de Locações. Arts. 35 e 36. As benfeitorias necessárias realizadas pelo locatário serão SEMPRE indenizáveis, independentemente de autorização do locador. Bens Públicos e Particulares o Espécies de Bens Públicos: Uso Comum – todos podem usar, a título gratuito ou oneroso. Ex: praia, praça, pertencem a União e a todos; Uso Especial – utilizados pelo próprio poder público, para finalidade pública. Ex: sede da Prefeitura, Auditório do TJ; Uso Dominical – pertencentes as três esferas do poder, cuja finalidade ainda não foi definida. Ex: bens que pertencem ao poder público e não estão sendo utilizados. Art. 97 - Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
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