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DIREITO CIVIL: CONTRATOS AULA 09 – 10/11/2017 Prof. Me. Diego Bianchi Curso de Direito [UEMS] 9. CONTRATO DE COMPRA E VENDA 9.1 CONCEITO E GENERALIDADES O art. 481 do CC/02 conceitua a compra e venda como sendo o contrato pelo qual alguém (o vendedor) SE OBRIGA a transferir ao comprador o domínio de coisa móvel ou imóvel mediante uma remuneração, denominada preço. Verifica-se a existência do sinalagma obrigacional. Importa ressaltar que trata-se de um contrato translativo, mas que por si só não gera a transmissão da propriedade. Gera para o vendedor a obrigação de transferi-la. Dessa forma, apenas com a celebração do contrato de compra e venda as partes não podem considerar-se dona do preço (vendedor) e da coisa (comprador). O que passa a existir é o compromisso do vendedor em transmitir a propriedade, e do comprador em pagar o preço, denotando efeitos obrigacionais (art. 482 do CC). LEMBREM-SE DAS AULAS DE OBRIGAÇÕES: a propriedade móvel se transfere pela tradição (entrega da coisa) enquanto a propriedade imóvel transfere-se pelo registro do contrato no Cartório de Registro Imobiliário (CRI). 9.2 Elementos da Compra e Venda a) Consenso das partes (comprador e vendedor), como informa o art. 482 do CC/02, a compra e venda “considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes ACORDAREM no objeto e no preço” É implícito a vontade livre, ou seja, é necessário o consenso sem vícios. Trata-se da convergência de vontades dos contratantes que gozam de capacidade e legitimidade para conclusão do negócio. b) Coisa (res): deve ser lícita, determinada (coisa certa) OU determinável (coisa incerta, indicada pelo gênero e quantidade). O art. 483 do CC/02, deixa claro que pode ter por objeto coisa atual ou futura. • ficará sem efeito se a coisa futura não vier a existir, a não ser que a intenção das partes era de concluir contrato aleatório. Importante salientar que a coisa alheia pode ser objeto de compra e venda (emptio a non domino), desde que, antes de o comprador sofrer a evicção, o vendedor adquira de seu real dono (§1º do art. 1.268, CC). c) Preço (pretium): É a remuneração do contrato, este deve ser certo e determinado e em moeda nacional corrente, pelo valor nominal, conforme consta do art. 315 do CC (princípio do nominalismo). • O preço pode ser cotado de forma diferente desde que conste o valor correspondente em Real, pois os índices ou parâmetros devem ser suscetíveis de objetiva determinação (art. 487), caso do dólar e do ouro (preço por cotação). O presente dispositivo justifica-se para evitar a onerosidade excessiva (desequilíbrio negocial). Determina o art. 486 que o preço PODE SER FIXADO conforme taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. • importante ressaltar que “se a taxa de mercado ou de bolsa variar no dia marcado para fixar o preço, este terá por base a média da oscilação naquela data”. Em regra, deve ser acordado entre as partes; todavia autoriza o art. 485, que se deixe a arbítrio de um terceiro. Ex.: na venda de bens imóveis, a avaliação por uma imobiliária ou por um especialista do ramo. • ficará sem efeito o contrato se este se recusar; a não ser que as partes acordem que outra pessoa o faça. O art. 488 do CC traz previsão de compra e venda sem preço? NÃO. Não há compra e venda sem preço, pois o comando legal em questão menciona que, se não houver preço inicialmente fixado, deverá ser aplicado o preço previsto em tabelamento oficial; ou, ausente este, o preço de costume adotado pelo vendedor. Ademais, na falta de acordo, deverá ser adotado o termo médio, a ser fixado pelo juiz. Como interpretar o art. 489 do CC diante da prevalência dos contratos de adesão em que o preço é determinado de forma unilateral, imposto por uma das partes? Na verdade, o comando legal em questão só está PROIBINDO o preço cartelizado, ou seja, manipulado por cartéis – grupo de empresas que se reúnem para estabelecer acordos sobre fixação elevada de preços e cotas de produção para cada membro, com o fim de dominar o mercado e disciplinar a concorrência –, o que caracteriza abuso do poder econômico (Lei 8.884/1994). 9.3 Natureza Jurídica da Compra e Venda a) O contrato de compra e venda é bilateral ou sinalagmático, havendo sinalagma (direitos e deveres proporcionais entre as partes, que são credoras e devedoras entre si). b) Constitui contrato oneroso, porque há sacrifícios patrimoniais para ambas as partes, ou seja, para o comprador e para o vendedor (prestação + contraprestação). c) Em regra, a compra e venda é contrato comutativo porque as partes já sabem de antemão quais serão as suas prestações. Eventualmente, incidirá o elemento álea ou sorte, podendo a compra e venda assumir a forma de contrato aleatório, envolvendo riscos. d) é um contrato consensual (que tem aperfeiçoamento com a manifestação da vontade) - A entrega da coisa ou o registro do negócio no CRI, como apontado, não tem qualquer relação com o seu aperfeiçoamento de validade, e sim com o cumprimento do contrato, com a eficácia do negócio jurídico. e) A compra e venda pode ser negócio formal (solene) ou informal (não solene). Ex.: O contrato de compra e venda exige escritura pública quando o valor do bem imóvel objeto do negócio for superior a 30 salários mínimos (art. 108 do CC), sendo em casos tais um contrato formal e solene. f) A compra e venda é um contrato típico, pois está tratado pela codificação privada, sem prejuízo de outras leis específicas. 9.4. Responsabilidade pelos riscos Cumpre aqui a análise dos arts. 491 e 492, CC/02. a) Os riscos quanto à coisa correm por conta do vendedor, que tem o dever de entregá-la ao comprador, pois enquanto não o fizer, a coisa ainda lhe pertence incidindo a regra res perit domino (a coisa perece para o dono). • Da mesma forma, qualquer débito que grave a coisa, até a tradição, responde o vendedor (art. 502). Ex.: multa do veículo. b) Os riscos pelo preço correm por conta do comprador, que tem os deveres dele decorrentes. Obs.: na venda à vista, diante do sinalagma, somente se entrega a coisa mediante o pagamento imediato do preço (art. 491 do CC/02). 9.5. Das despesas advindas do contrato Aqui cumpre-se a análise do art. 490 do CC/02. a) As despesas com transporte e tradição correm, em regra, por conta do vendedor. Obs.: Em relação à tradição da coisa vendida, NÃO havendo estipulação entre as partes, a entrega deverá ocorrer no lugar onde se encontrava ao tempo da celebração da venda (art. 493 do CC). b) As despesas com escritura e registro, em regra, serão pagas pelo comprador. 9.6. Restrições à Compra e Venda a) Da venda de ascendente a descendente A venda é anulável (nulidade relativa), exceto se os outros descendentes e o cônjuge (quando não casado no regime da separação obrigatória de bens [p.ú.]) do alienante consentirem (art. 496, CC). Obs.: Prazo decadencial para anulação é de 2 (dois) anos, contados da celebração do negócio. De acordo com o art. 179. “Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato”. Considerando-se cancelada a súmula 494 do STF. b) Da venda entre cônjuges É possível a compra e venda entre cônjuges, desde que o objeto do contrato seja compatível com o regime de bens por eles adotado. Portanto, somente é possível a venda de bens excluídos da comunhão(art. 499 do CC). Noutra via, a venda é NULA, por impossibilidade do objeto, se o bem fizer parte da comunhão de bens. Obs.: a compra e venda entre cônjuges não poderá ser celebrada com fraude contra credores, fraude à execução ou simulação. No primeiro caso será anulável (art. 171, II, CC/02), no segundo será ineficaz (art. 792, §1º, CPC/15) e no terceiro será nula (art. 167, CC/02). Regimes de casamento e a venda entre cônjuges: Comunhão parcial de bens: é possível a venda quanto aos bens particulares. Comunhão universal de bens: é possível a venda quanto aos bens incomunicáveis (art. 1.668, CC). Participação final nos aquestos: é possível a venda em relação aos bens que não entram na participação; Separação de bens legal ou convencional: é possível a venda desde que não haja ilicitude ou fraude; c) Da venda de bens sob administração Em virtude de um interesse que se quer preservar, ou em consideração à especial situação de determinada pessoa que se quer proteger, criaram-se impedimentos circunstanciais (art. 497, CC). Aplica-se aos: i. Tutores, curadores, testamenteiros e administradores. A lei receia que estas pessoas façam prevalecer sua posição especial para obter vantagens, em detrimento dos titulares, sobre os bens que guardam ou administram. ii. Servidores públicos (efetivos ou contratados): A lei visa, aqui, a proteger a moralidade pública, evitando que o servidor se tire proveito do cargo para a aquisição do bem que estiver sob sua administração. iii. Juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários: aqui a lei também visa proteger a moralidade pública. Neste caso é nula a arrematação de bem imóvel por funcionário que se encontrava lotado no mesmo lugar em que foi realizado esse ato processual, por exemplo. iv. Leiloeiros e prepostos: novamente a proteção decorre da moralidade pública, diante do múnus que reveste tais administradores temporários. d) Da venda de bens em condomínio ou venda de coisa comum O condômino, ENQUANTO pender o estado de INDIVISÃO da coisa, não poderá vender a sua parte a estranho, se o outro condômino a quiser, tanto por tanto – em igualdade de condições (art. 504, 1ª parte, do CC) – direito a prelação legal. O condômino que não teve conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no PRAZO de cento e oitenta dias (contados da ciência da alienação), sob pena de decadência (última parte do art. 504, CC). Se houver mais de um condômino (coproprietário)? • sendo muitos os condôminos, deverá ser respeitada a seguinte ordem, conforme o parágrafo único do art. 504: 1.º) Terá preferência o condômino que tiver benfeitorias de maior valor (vedação do enriquecimento sem causa, em sintonia com a boa-fé). 2.º) Na falta de benfeitorias, terá preferência o dono do quinhão maior (também diante da vedação do enriquecimento sem causa). 3.º) Na falta de benfeitorias e sendo todos os quinhões iguais, terá preferência aquele que depositar judicialmente o preço (princípio da anterioridade, em sintonia com a boa-fé objetiva). 9.7 Regras especiais da compra e venda 9.7.1. Venda por amostra, por protótipos ou por modelos (art. 484 do CC) AMOSTRA pode ser conceituada como sendo a reprodução perfeita e corpórea de uma coisa determinada. PROTÓTIPO é o primeiro exemplar de uma coisa criada (invenção). MODELO constitui uma reprodução exemplificativa da coisa, por desenho ou imagem, acompanhada de uma descrição detalhada. Se a venda tiver como objeto bens móveis e se realizar por amostra, protótipos ou modelos, há uma PRESUNÇÃO de que os bens serão entregues conforme a qualidade prometida (art. 484, CC). Caso tal entrega não seja efetuada conforme o pactuado, terão aplicação as regras relacionadas com os vícios redibitórios e do produto. Portanto, poderá o contrato de compra e venda ser desfeito (condição resolutiva). Obs.: De acordo com o p.u. do art. 484, CC, prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato. 9.7.2. Venda por medida – ad mensuram No caso de compra e venda de um bem imóvel, PODERÃO as partes estipular o preço por medida de extensão, situação em que a medida passa a ser condição essencial ao contrato efetivado. Ex.: de venda ad mensuram, pode ser citado o caso de compra e venda de um imóvel por metro quadrado (m2). Variação: admite-se, em regra, uma variação de área de até 1/20 (um vigésimo), ou seja, 5% (cinco por cento), existindo uma presunção relativa de que tal variação é tolerável pelo comprador (§1º do art. 500, primeira parte). Comprador prejudicado (FALTA): o comprador tem o direito de provar que nessas circunstancias não teria feito o negócio (segunda parte do §1º), requerendo a aplicação das regras relacionadas com esse vício redibitório especial, nos termos do art. 500 do CC, podendo exigir: 1) Complementação da área, por ação ex empto; 2) Abatimento proporcional no preço, por ação quanti minoris; 3) Resolução do contrato, com a devolução do que foi pago, por ação redibitória; 4) Perdas e danos, se comprovar má-fé do alienante; Vendedor prejudicado (EXCESSO): de acordo com o § 2º do referido artigo, o vendedor poderá provar que tinha motivos para ignorar a medida exata, fundamentando a ação no enriquecimento sem causa por parte do comprador. Assim, o comprador pode: 1) Completar o valor correspondente ao preço; 2) Devolver o excesso; O prazo decadencial para o ingresso de todas as ações referenciadas é de um ano, contado do registro do título (art. 501 do CC). Obs.: De acordo com o parágrafo único desse dispositivo, tal prazo não correrá enquanto o interessado não for imitido na posse do bem. Trata-se de um caso excepcionalíssimo de impedimento ou suspensão da decadência, em sintonia com o art. 207 do CC. 9.7.3. Venda de coisas conjuntas A prática do contrato de compra e venda possibilita a venda de coisas conjuntas. Ex.: a venda de um rebanho bovino, em que há uma universalidade de fato, decorrente da autonomia privada, nos termos do art. 90 do CC. Nessas situações, aplica-se a regra do art. 503: Nas coisas vendidas conjuntamente o defeito oculto de uma coisa NÃO autoriza a rejeição de todas. Ex.: o vício que atinge um boi não gera a rejeição de todo o rebanho. 9.8. Cláusulas especiais da Compra e Venda (ou pactos adjetos) 9.8.1. Cláusula de Retrovenda (cláusula de resgate) Cláusula pela qual o vendedor RESERVA-SE o direito de REAVER o imóvel que está sendo alienado, dentro de certo prazo, restituindo o preço e reembolsando todas as despesas feitas pelo comprador no período de resgate, desde que previamente ajustadas (art. 505 do CC). Obs.: Essa cláusula especial que confere ao vendedor o direito de desfazer a venda, somente é admissível nas vendas de bens imóveis. Prazo: deve ser exercido dentro do prazo decadencial máximo de três anos, podendo ser por prazo inferior desde que as partes convencionem. Obs.: NÃO se admite que as partes estipulem um prazo superior, caso em que será reputado não escrito somente o excesso. Recusa do comprador: se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente (art. 506 do CC). Obs.: O dispositivo possibilita o ingresso da ação deresgate, de rito ordinário, pela qual o vendedor obtém o domínio do imóvel a seu favor. Legitimidade: O direito de resgate ou de retrato poderá ser exercido pelo devedor ou pelos seus herdeiros e legatários, particularmente em relação a terceiro adquirente (art. 507, CC). Está reconhecida, assim, a transmissibilidade causa mortis da cláusula de retrovenda. Retrovenda feita por condôminos: quando a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma delas o exercer, poderá o comprador intimar as demais para nele acordarem (art. 508, CC). No entanto, prevalecerá o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral. O comando legal em questão acaba por prestigiar a conduta de boa-fé. 9.8.2. Venda a contento ou sujeita à prova Cumpre-nos salientar que, mesmo tratando-se de cláusulas especiais, muitas vezes são presumidas em alguns contratos (v.g., venda de vinhos, perfumes, gêneros alimentícios etc.) (por isso tratadas, didaticamente como regras especiais por autores como Flávio Tartuce). a) Na venda a contento a coisa fica por algum tempo na posse do comprador, para decidir se dela se agrada (condição suspensiva). • Mesmo que a coisa apresente excelência de qualidade, o provável comprador não esta obrigado a adquiri-la (art. 509, CC). b) Na venda sujeita à prova, sua conclusão fica sob condição suspensiva da coisa apresentar as qualidade objetivas asseguradas pelo vendedor e de ser idônea para os fins a que se destina. • Nesta hipótese, se a coisa estiver de acordo com o narrado pelo vendedor, o comprador não pode enjeitá-la (art. 510, CC). Ex.: Em ambos os casos é comum sua aplicação na venda de vinhos ou roupas. CARACTERÍSTICAS: 1. Em ambas as hipóteses SÓ haverá o aperfeiçoamento do contrato quando o comprador se declarar satisfeito com o bem a ser adquirido (condição suspensiva). 2. O coisa pertence ao vendedor enquanto subsistir a condição suspensiva. NÃO gerando transferência da propriedade, mas tão somente a da posse direta. 3. Enquanto o comprador não manifestar sua vontade, suas obrigações serão as de um mero comodatário (art. 511 do CC). Em suma, até o ato de aprovação, a coisa pertence ao vendedor. 4. A recusa deve ser motivada no bom-senso, não podendo estar fundada em mero capricho. Também aqui a boa-fé objetiva pode ser utilizada pelo juiz para interpretar o contrato. 5. Sem prazo convencionado para manifestação do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente (Art. 512). 9.8.3. Cláusula de preempção, preferência ou prelação convencional É aquela pela qual o comprador de um bem móvel ou imóvel terá a obrigação de oferecê-lo a quem lhe vendeu, por meio de notificação judicial ou extrajudicial, para que este use do seu direito de prelação em igualdade de condições (Art. 513). Prazo máximo: O contrato não poderá prever prazo superior à: - 180 dias para bens móveis; - 2 anos para bens imóveis; Contados da datada realização da venda original. Obs.: Inexistindo PRAZO previamente estipulado pelas partes, o direito de preempção caducará, se a coisa for MÓVEL, não se exercendo nos três dias, e se for IMÓVEL, nos sessenta dias subsequentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor, judicial ou extrajudicialmente (Art. 516). 9.8.4. Cláusula de venda sobre documentos Modalidade muito comum no comércio internacional (Lex Mercatoria). Nesta modalidade, a entrega da coisa é SUBSTITUÍDA por título representativo e demais documentos exigidos pelo contrato (ocorre por tradição simbólica). A obrigação considera-se cumprida a partir do momento em que coloca a documentação devidamente à disposição do comprador. Ex.: Uma empresa brasileira compra de uma empresa belga uma máquina industrial. Inserida a cláusula e sendo o contrato celebrado no Brasil, a empresa vendedora vem até o país para a entrega do documento correspondente à propriedade. A partir de então, a empresa brasileira é proprietária, respondendo pelos riscos e despesas referentes à coisa. 9.8.5. Cláusula de venda com reserva de domínio Por meio dessa cláusula, o vendedor mantém o domínio (propriedade) da coisa até que o preço seja pago de forma integral pelo comprador (Art. 521). Isto é, o vendedor de coisa móvel durável desde logo transfere a posse direta (domínio útil) para o comprador, reservando para si a posse indireta (nu-propriedade) até que o preço seja completamente pago. Ex.: Compra e venda de um veículo, cujo vendedor não faz a transferência do veículo até que o comprador tenha pago o preço de forma integral. Obs.: Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando essa lhe é entregue (art. 524 do CC).
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