Buscar

RESUMO AV1 DIREITO CIVIL Il

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

R E S U M O D I R E I T O C I V I L II 
 
OBRIGAÇÕES 
 Um dever de conceito moral ou jurídico , onde demonstra qualquer espécie de vinculo. 
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
 O Direito das Obrigações é u m vínculo jurídico transitório (extingue -se pelo cumprimento) em virtude do Qual uma pessoa fica sujeita a satisfazer uma prestação econômica em proveito de outra. 
 Possui cunho pecuniário (representado por dinheiro), sem esse aspecto econômico pode ser obrigação jurídica, mas não encere no muito do Direito das Obrigações, como o caso da obrigação de servir as forças armadas e obrigações do proprietário de cumprir certos regulamentos administrativos sentido amplo. 
 O Direito das Obrigações exerce grande influência na vida econômica uma vez que as estende a todas as atividades de natureza patrimonial.
DIFERENÇAS ENTRE OBRIGAÇÃO X RESPONSABILIDADE 
 A obrigação é um "dever principal", ela nasce d e diversas fontes e quando cumprida extingue- se, e se o devedor não a cumpre, surge à responsabilidade pelo inadimplemento, resumindo, a responsabilidade é o dever d e ressarcir os prejuízos, ou seja, o dever de indenizar. 
 Pode ter Obrigação sem Responsabilidade no caso de obrigações naturais; e Responsabilidade sem Obrigação no caso do fiador. 
OBRIGAÇÃO X SUJEIÇÃO 
 Na obrigação temos ao lado um dever ju rídico de prestar, um direito a prestação 
 Na sujeição só há subordinação, mesmo sem vontade da parte. 
OBRIGAÇÃO X ONUS JURÍDICO 
 É um dever jurídico é a necessidade que se impõe a todo o individuo que observa as ordens ou comandos do ordenamento jurídico. 
DIREITO REAL X DIREITO OBRIGACIONAL 
 A obrigação é efêmera, tem vida curta ( Ex: Uma compra e venda de balcão duram segundos), podendo até ser duradoura (Ex: Alugar uma casa por um ano), mas não dura para sempre. Inclusive um direito de crédito se extingue quando é exercido (ex: José bate n o carro de Maria, quando Maria cobra o prejuízo e José paga, a obrigação se extingue). 
 Os Direitos Reais são permanentes, e quanto mais exercidos mais se fortalecem (Ex: A propriedade sobre uma fazenda passa por gerações de pai para filho, e quanto mais à fazenda for usada mais cumprirá sua função social, ficando livre de invasões e desapropriação).
PROPTER REM 
 Uma obrigação vinculada a um bem de maneira que ao ser transferida a titularidade, também será TRANSFERIDA A OBRIGAÇÃO. São aquelas que acompanham a coisa, você não tem como abrir mão dela. Ex: Quando você compra um apartamento tem a obrigação de pagar o condomínio, o condomínio é uma obrigação PROPTER REM. 
OBS: O cumprimento da obrigação possibilitará cobrá-la do titular anterior que é o direito de regresso. 
ÔNUS REAL 
 É uma obrigação vinculada a um imóvel de maneira que a coisa e que cumprirá a satisfação do credor impondo-se ao proprietário. 
 Ônus é t odo encargo apto a gerar uma vantagem. Ex: Ônus da prova. O ônus real é aquele que limita a fruição e a disposição da propriedade. Ex: Rendas constituídas sobre imóveis, obrigação de pagar impostos e obrigação de pagar o condomínio. Encerram somente obrigações de dar. 
OBRIGAÇÃO COM EFICÁCIA REAL 
 Ao transferir a titularidade d a coisa o SUJEITO D A OBRIGAÇÃO TAMBÉM SERÁ ALTERNADO. 
 É quando, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, se transmite e é oponível a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. 
FONTES DA OBRIGAÇÃO 
 A doutrina mais moderna considera a fonte i mediata a lei para todas as obrigações, já a doutrina conservadora considera a lei como fonte mediata que irá embasar a fonte imediata. O código civil brasileiro reconhece três fontes de obrigação: Contrato, ato ilícito e declaração unilateral de vontade. 
1. Contratos: Esta é a principal e maior fonte de obrigação. Através dos contratos as partes assumem obrigações (ex: compra e venda, onde o comprador se obriga a pagar o preço e o vendedor se obriga a entregar a coisa). 
2. Atos unilaterais: Segundo nosso Código, são os quatro capítulos entre os Art. 854 e 886, com destaque p ara a p romessa de recompensa ( Ex: Perdi meu cachorro e pago cem reais a quem encontrá-lo, obrigando-me perante qualquer pessoa que cumpra a tarefa). Não temos aqui um contrato, mas um ato unilateral gerador de obrigação. 
3. Atos ilícitos: O art. 186 (Ex: João bate no carro de Maria e se obriga a reparar os prejuízos).
ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO 
 Subjetivo: Podem ser pessoa natural, jurídica ou sociedade de f ato. 
 Objeto: O objeto d a ob rigação não é u ma coisa, mas um fato humano/uma conduta ou omissão d o devedor chamada p restação. A prestação possui três espécies: dar, fazer, ou não - fazer. Na obrigação de dar o objeto da prestação é uma coisa (Ex: Dar dinheiro , dar uma TV ), mas o objeto da obrigação é a ação de entregar a coisa, não à coisa em si. Na obrigação de fazer o objeto da prestação é u m serviço ( Ex: O cantor realiza um show, o advogado redige uma petição, o professor ministra uma aula). Finalmente, na obrigação de não - fazer, o objeto da prestação é uma omissão/abstenção (Ex: O químico da fábrica d e perfume é d emitido e se obriga a não revelar a fórmula do perfume). 
 O Objeto imediato da obrigação: é sempre uma prestação de dar, fazer ou não fazer.
 O objeto mediato é o que se descobre indagando: Aquilo de fato irá satisfazer o credor, D ar o que? Fazer o que? Não fazer o que? Inicialmente a satisfação da obrigação será na entrega no objeto o u no cumprimento do objeto, não sendo possível o credor entrar no patrimônio do devedor, isto é, só será permitido a partir do não cumprimento da obrigação. 
 A obrigação para ser cumprida deverá observar a qualidade do objeto, bem como a d ata estipulada, obrigação cumprida fora da data é considerada não cumprida. 
 Há de ser lícito, possível, determinado ou determinável ( Art. 104, II) 
 Vinculo Jurídico: Liga os sujeitos ao objeto da obrigação. O vínculo é a força motriz d a relação obrigacional. O vínculo seria qualquer acontecimento relevante para o direito capaz d e fazer nascer uma obrigação ( Ex: Um acidente de trânsito gera u m ato ilícito, um acordo de vontades produz um contrato, etc). 
 Sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor. É a limitação imposta por lei a liberdade do devedor. 
 Obligatio: Quando o credor restringir a esfera de atuação do devedor. 
 Solutio: O devedor tem a obrigatoriedade de cumprir. 
CLASSIFICAÇÕES 
 Principais: É uma obrigação que tem a existência independente 
 Assessórias: É uma obrigação que para existi r, dependerá a existência da principal.
CONSIDERAS EM SI MESMAS EM RELAÇÃO AO VINCULO 
 Moral: Não pode ser exigida se o pagamento é ao discricionário do devedor não pode ser pedido de volta. Ex: Padre obrigar pagar o diz imo. 
 Natural: Embora exista a obrigação, não pode ser exigida, se paga houve um pagamento devido. Ex: Divida prescrita, divida de jogo (é ilegal), os 10% do garçom é voluntário, porém depois de pago não pode ser pedido de volta. 
 Civil: Prevista em lei, poderá ser exigida pelo credor respondendo o patrimônio do devedor, pelo cumprimento desta obrigação. 
QUANTO A LIQUIDEZ 
 Liquida: Quando eu tenho um valor definido p ara obrigação; É aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um algarismoou algo que determine um número certo. 
 Ilíquida: Para exigir uma obrigação ilíquida, primeiro tenho que converter algo ilíquido em liquido. (se chama liquidar); Depende de prévia apuração, já que o montante da prestação apresenta -se incerto. Conforme Art. 947 CC/02.
QUANTO A ESTRUTURA 
 Simples: Quando tem apenas 1 credor, 1 dever e 1 objeto. 
 Complexa: Quando tem mais de 1 credor, mais de 1 devedor e 1 ou mais objetos . 
QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO 
 Simples: Relação de cumprimento imediata. Ex: Comprar um café na cantina 
 Cumulativa: Várias prestações, que só vai ser cumprida quando todas quitadas. Ex: Financiamento Casa Bahia em 10x. 
 Alternativa: Quando o d vedor tem a possibilidade de escolher a coisas . EX: Comprar na internet um cachorro de uma raça, onde o vendedor escolhe qual cachorro mandar. 
 Facultativa: Quando o devedor tem a possibilidade de alterar objeto da prestação. Ex: Carta de crédito no consórcio.
QUANDO AO TEMPO DE ADIMPLEMENTO 
 Instantâneas: Quando for cumprida pelo devedor, imediatamente em uma única prestação. Ex: O café na cantina. 
 Periódica ou Trato Sucessivo: Quando o devedor cumprirá a obrigação em partes realizadas ao longo do tempo. Ex: 10x sem juros na casa Bahia. 
 De Execução Diferida (assim que puder, vai cumprir a obrigação): Quando o devedor cumprira a obrigação em um momento f uturo, em uma única vez. Ex: Um cachorro que vai nascer.
QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS 
 Pura e Simples: Não esta sujeita nem a termo, nem a encargo e condição.
 Condicional: A obrigação está submetida a um evento inseguro ou incerto m que pode suspender ou resolver a obrigação; São aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto para atingir seus efeitos. 
 O termo: É uma obrigação de futuro e certo. 
 Encargo: A obrigação estará submetida a um ônus 
QUANTO A PLURALIDADE DE SUJEITOS 
 Fracionaria ou Parcial: Quando existe m vários sujeitos e cada um é responsável por uma parte da obrigação; A Obrigação poderá ser divida, cabendo cada sujeito apenas a sua cota parte seja credor ou devedor; O credor só pode cobrar a sua cota parte. 
 Conjuntas ou Unitárias: Embora haja pluralidade de sujeitos os objetos não permitem divisão. Ex: Um grupo deve um carro. (O objeto não permite dividir) 
 Solidárias: Mesmo se possível fracionar o objeto, cada devedor ou cada credor será, responsável pela integralidade da obrigação. A solidariedade não se presume, é estabelecida pelo contrato ou pela lei. 
 Disjuntivas: Quem realiza não importa a obrigação tem q ue ser cumprida; Quando existem várias devedores e a obrigação poderá ser cumpridas por qualquer um deles. 
 Conexas: Quando existem várias obrigações, cada um com um devedor, mas todas com o mesmo credor, de forma que o cumprimento de um dependerá das demais. 
QUANTO AO CONTEÚDO 
 De meio: Quando o devedor assume a obrigação de realizar toda a técnica necessária para a obtenção o resultado, in dependente de consegui-lo ou não. Ex: Não importa o resultado, como n o caso d o advogado, mesmo perdendo a causa ele tentou por meio s corretos e assim ele tem que receber seus honorários; Cirurgia bariátrica, não depende só do médico, e sim do cliente para continuar com a dieta e não ganhar peso de volt a; Não se responsabiliza pelo resultado. 
 De resultado: Quando o devedor assumiu u m determinado resultado, só será cumprida a obrigação quando este resultado d or alcançado. Ex: Cirurgião Plástico, Engenheiro. 
 De garantia: Quando o devedor se responsabiliza p elo resultado de outro devedor. Ex: Fiador
QUANTO AO OBJETO 
 Divisível: Quando fo r possível fracionar o objeto e ele manter suas características individuais, dá para dividir por unidade. Ex: Entregar 200 cadernos. 
 Indivisível: Não for possível dividir o objeto e não pode perder suas características. Ex: Gato, Um computador (separar CPU, monitor, e teclado, não pode)
REQUISITOS DE VALIDADE 
 Licitude; Possibilidade Jurídica; Possibilidade Física; Determinalidade; Patrimonialidade; Valor Econômico. 
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 As obrigações são extintas pelo Pagamento- cumprimento voluntário da obrigação. Também podem ser extintas por Execução Judicial - é o pagamento forçado em virtude de decisão judicial, e Prescrição, o direito de exigir torna -se mais fraco, passando a ser um direito de pretender. A prescrição faz com que o cumprimento da obrigação seja uma obrigação natural cujo seu cumprimento não pode ser exigido 
OBRIGAÇÃO DE DAR A COISA CERTA (Art. 233 ao 242 / CC ) 
 Conceito: Consiste na transferência de um objeto determinado, porém podendo ser futuro (determinável). Necessariamente o objeto desta obrigação deverá ser conversível em dinheiro
DIFERENÇAS ENTRE ENTREGAR X RESTITUIR 
 Entregar: É quando a coisa é transferida ao credor que a terá pela primeira vez. 
 Restituir: É quando o credor estará recebendo uma coisa de volta que já lhe pertencia, e este na posse do devedor. Neste caso a devolução inclui guarda e manutenção da coisa enquanto ela estiver na posse do devedor. 
 A obrigação se encerra com a tradição (é a transferência da coisa), temos a: 
 Tradição simples: Por coisa; bem móvel . 
 Tradição solene: Realizada do bem imóvel, por registro de imóveis. 
 RES PERIT DOMINO: Quando a “coisa morre” sem culpa de ninguém, quando o “proprietário” leva o prejuízo. Ex: A construtora teria que entregar o apartamento a Eduardo, porém ele pegou fogo o prejuízo e do proprietário ( a construtora). 
 STATUS QUO ANTE: Retorna o Estado Anterior do restabelecimento da obrigação. Ex: Compra um cachorro macho, porém tem que esperar nascer a ninhada e não nasceu nenhum, não tem objeto, ele devolve tudo que recebeu.
OBS: A coisa entregue ou restituída deverá ser aquela coisa pactuada, não sendo o credor obrigado a aceitar coisa diversa, ainda que de maior valor. Se no momento do cumprimento da obrigação a coisa não mais existir será necessário analisar se há culpa ou não do devedor. 
 CULPA CIVIL: Imperícia, Negligência, Imprudência e/ou Intenção. 
OBS: A regra para identificar de quem será o prejuízo da ‘morte” da coisa (res perit domino) a coisa perece para o dono; Assim na obrigação de dar a coisa certa modalidade entregar o devedor ainda não transferiu a coisa cabendo a ele, portanto o maior prejuízo, ou seja, for possível devolvido, será devolvido.
A V 1 
1. Antônio obrigou-se a entregar a Ben edito, Carlos, Dario e Ernesto um determinado touro reprodutor, avaliado em R$80.000,00 (oitenta mil reais). Embora bem guardado e bem tratado em lugar apropriado e seguro, o animal morreu afogado em inundação causada por fortes chuvas. Nesse caso a obrigação é: 
R: Indivisível e tornou-se divisível com o perecimento do objeto, sem culpa do devedor. 
 
2. Assinale a alternativa INCORRETA: 
R: Obrigação é a relação jurídica na qual um determinado sujeito se obriga a realizar uma prestação em favor de outro, e o conteúdo desta prestação não é necessariamente patrimonial, pois existem obrigações cuja prestação não é de caráter patrimonial; (O direito das obrigações foi criado para regular o direito patrimonial entre o credor e o devedor para o cumprimento da prestação, com o objetivo de que a obrigação recaia sobre as coisas e condutas ao invés de recair sobre os direitos personalíssimos). 
3. A obrigação de fazer e denão fazer podem sofrer uma série d e modificações ao longo de sua aplicação com exceção da seguinte: 
R: A obrigação de fazer personalíssima ou infungível permite a substituição do devedor por outra pessoa, ficando a cargo do devedor orig inário a responsabilidade p or indenização. (ora, se ela é infungível, logo não é substituível por outra pessoa). 
 
4. Salvo disposição legal ou contratual em contrário ou diferente, ou em razão da natureza da obrigação, o pagamento efetuar-se -á: 
R: No domicilio do devedor, mas se reiteradamente feito em outro local faz presumir renuncia do credor relativamente ao previsto no contrato. 
5. Quanto a Teoria do Pagamento que se concentra no estudo do cumprimento da obrigação e a sua realização, marque a alternativa in correta: 
R: O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo não é valido, ainda provado depois que não era credor; (Mesmo o devedor se protegendo das alternativas, mas não conseguindo prever o engano por conta da conduta maldosa de outra pessoa, o pagamento é considerado válido). 
 
6. Cesar deve R$50.000,00 (cinquenta mil reais) à Julia. No dia combinado o pai de Cesar, o Sr. Carlos, apresentou-se para o pagamento e ofereceu o valor referido à Julia. Ocorre que Júlia n egou receber tal pagamento, alegando que o pai de Cesar não era legitimo para realizar este pagamento. Com base nessa situação, responda: 
a) O Sr. Carlos é interessado ou não interessado pelo pagamento? Poderia realizar a cobrança posteriormente de seu filho? Em que situação? 
R: A lei t rata diferente o terceiro que p aga por interesse jurídico do terceiro que paga sem interesse jurídico, apenas por pena ou para humilhar. Assim, o terceiro que paga com interesse jurídico (ex: fiador, avalista, herdeiro) vai se sub-rogar nos direitos do credor. O terceiro que paga sem interesse jurídico, que é o caso do Sr. Carlos, vai poder cobrar d o devedor original, mas sem eventuais privilégios ou vantagens. 
b) O seu filho, Cesar, poderia evitar que este realizasse o pagamento e posteriormente não pagar ao seu próprio pai? 
R: Sim, uma vez que, nesse caso, o pai de Cesar é um terceiro e, segundo o Código Civil, o pagamento f eito por terceiro, com desconheci mento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação, logo, se Cesar tivesse a intenção de evitar o pagamento, ou seja, era contra aquele que o assim fizesse, não tinha obrigação alguma de reembolsá-lo posteriormente.
c) Se o pai de Cesar pagasse pessoa errada, haveria a quitação da dívida? Justifique. 
R: Não haveria quitação da divida uma vez que a obrigação não foi cumprida com a credora, para que esta seja cumprida, o pagamento deve ser feito ao credor ou a qu em de direito o represente, nesse caso o credor terá que ter muito cuidado com quem irá pagar. Uma exceção para esse caso é quando se trata de credor putativo, porque nessa situação, mesmo o devedor se cercando de todos o s cuidados, o fato de ter sido ludibriado quita a dívida. 
d) Haveria a possibilidade de o pagamento ser realizado em outro local? 
R: Sim. Em regra, todo pagamento deve ser efetuado onde o devedor é domiciliado. Porém, se forem designados 2 lugares, o credor escolherá o local, se for em relação a imóvel, será onde o bem se situa. Ocorrendo motivo grave, o devedor poderá pagar em outro lugar e o credor não possuirá prejuízos. Quando o credor aceita o pagamento em outro lugar, ele renuncia seu direito e obrigação do devedor previstos no contrato.
e) Poderia Julia receber objeto ou coisa diferente? Justifique. 
R: Ju lia não é obrigada a receber objeto ou coisa diferente, ainda que mais valiosa, nesse caso, se o acordo entre Júlia e Cesar foi de R$50.000,00 logo era um pagamento que tinha gênero e qualidade acertados. 
 
8. Lívia e Carlos celebraram um contrato com Valdo para durante dez meses entregar 10 cabeças de Gado ou 10 Cabeças de Carneiro. Os meses estavam se vencendo e o pagamento era deito normalmente até o momento que os contratantes e devedores começaram a não entregar o que h avia sido combinado. Valdo em contato com Lívia e Carlos p ara dizer que est es estavam atrasados pelo prazo de dois meses. Os devedores alegaram que h avia ocorrido uma enchente em sua fazenda e que estavam assim impossibilitados de entregar as obrigações ajustadas e eximidos de qualquer ônus. Com base nesse caso hipotético responda: 
a) A atitude dos devedores possui amparo legal? Justifique. 
R: Não. Enquanto não determinada a obrigação, se a coisa se perder, não se poderá alegar culpa ou força maior. Só a partir do momento da escolha é que ocorrerá a individualização e a coisa passará a aparecer como objeto determinado da obrigação. Antes, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração, ainda que por força maior ou caso fortuito, pois o gênero nunca perece (genus nunquam perit).
b) A quem cabe a escolha da entrega dos objetos d a obrigação? Existe Exceção? E a escolha vai ser realizada em que momento? 
R: A escolha da entrega dos objetos da obrigação, via de regra, é do devedor. Cabe exceção quando previsto em lei ou acordado entre as partes, sendo que a escolha, denominada “concentração”, será a cota acordada entre as partes. 
 
c) Se as coisas se perderem como ficaria o caso? 
R: Se as coisas se perderem, analisa -se a culpabilidade d o devedor, no caso em questão, em se tratando de uma obrigação alternativa, como houve a perda dos dois tipos de prestação devido a enchentes, ou seja, por caso fortuito, não sendo caracterizada a culpa do devedor, logo Lívia e Carlos não teriam que pagar perdas e danos, somente ressarcir o que foi pago e resolver a obrigação.
d) Existirá solidariedade e indivisibilidade na relação? 
R: A solidariedade só existe se expressa em lei ou acordada entre as partes, não podendo ser presumida. No caso de haver solidariedade entre os devedores (solidariedade passiva), tanto Lívia quanto Carlos podem ser cobrados pelo total da obrigação, havendo a indivisibilidade na relação.

Outros materiais