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4 Penal geral

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D I R E I T O P E N A L
P A R T E G E R A L
2 0 1 2
C O N C E I T O D E D I R E I T O P E N A L
 DIREITO PENAL
● Pode-se afirmar que, na história do Dto Penal Brasileiro, as Ordenações Filipinas foram substituídas pelo Código Criminal do Império de 1830 (TJMG).
● A dogmática penal é a disciplina que se ocupa da interpretação, sistematização, elaboração e desenvolvimento das disposições legais e opiniões da doutrina científica no campo do Dto Penal - visa a dogmática penal como técnica de interpretação e sistematização do Dto Penal vigente em cada país, buscar a formação de um Dto Penal melhor, mais justo e racional.
● O espaço de conformação do legislador deve atender aos limites impostos pela incidência da hipótese normativa de um dto fundamental, ilicitude do ataque e dependência de proteção e pela necessidade de proteção decorrente da dinâmica equação entre os critérios de hierarquia do bem juríd. atingido e a intensidade da ameaça (MPRJ).
 VELECIDADES DO DIREITO PENAL 
● Teoria criada pelo espanhol Jesus de Maria Silva Sanchez.
● 1ª Velocidade → utiliza-se preferencial// da PPL, embora fundado em garantias individuais irrenunciáveis. É um dto penal lento, pois a liberdade do cidadão está em jogo. O tramite processual deve ser demorado, lento. Prazos amplos, muitos recursos. Ex: júri. 
● 2ª Velocidade → incorpora 2 tendências: flexibilização proporcional de determinadas garantias aliadas à adoção das medidas alternativas à prisão – no Brasil, foi consolidada c/ a edição da Lei 9.099/95.
● 3ª Velocidade → modelo que se utiliza da PPL (como o faz o Dto Penal de 1ª velocidade), mas permite a flexibilização de garantias materiais e processuais (o que ocorre no âmbito do Dto Penal de 2ª velocidade).
● 4ª Velocidade → o inimigo é o Chefe de Estado, ex- autoridades que violaram dtos fundamentais, que praticaram crimes contra a humanidade, genocídio etc. Qdo esse inimigo é retirado do poder, é julgado pelo TIP, sob o fundamento de ter violado dtos huma-nos. P/ julgá-lo o TIP acaba violando dtos fundamentais desse inimigo – quase que lhe retira todas as garantias (“Neopunitivismo”).
 DIREITO PENAL SIMBÓLICO
● Utilizado não como meio de contribuir p/ a convivência pacífica, mas como forma enganosa de proteção oriunda de legisladores que, no intuito de satisfazerem necessidades urgentes da sociedade, apresentam soluções "fantásticas" p/ o "efetivo combate" às mazelas sociais – resposta ao clamor público qdo algum crime choca o país.
● No cerne da discussão sobre a política criminal racional é fundamental reconhecer que a adoção indiscriminada de um dto simbólico oculta os efetivos limites operativos do Dto Penal e dissimula a omissão do Estado na adoção de políticas púb. e de outras formas de controle social.
● Fundamentos da evolução do dto penal simbólico e punitivista:
	- complexidade social;
	- incertezas dos riscos;
	- imprevisibilidade dos acontecimentos.
● Legislação-álibi → busca dar uma aparente solução p/ problemas da sociedade, mesmo que mascarando uma realidade (Marcelo Neves – Lenza).
● Legislação penal de emergência / Dto Penal do Pânico→ caracterizada por: (Zaffaroni)
	- existência de um reclamo da opinião púb. p/ reagir a uma sensação de insegurança;
- adoção de sanções c/ regras diferentes das tradicional// contempladas no modelo liberal clássico (vulnerando princ. de intervenção mínima, legalidade, tipos penais de perigo abstrato, proporcionalidade das penas, etc.);
	- perigo de adoção de um dto penal mera// simbólico.
● Expansionismo do dto penal → há muito tempo o dto penal passa por uma crise – não soluciona todos os problemas a que se propõe. Tem, muitas vezes, uma função simbólica (tanto na mente dos governantes qto dos governados – Cléber Masson). 
● Nessa sociedade do risco, o dto penal passa a ser chamado de moderno e protege bens juríd. supraindividuais. P/ tanto, passa a criar crime de perigo abstrato, que causa o fenômeno da espiritualização/ liquefação / dinamização / abstração / desmaterialização do bem juríd. Qto mais se distancia da referência do individuo, o bem juríd. vai perdendo o seu substratos, pune-se condutas das quais não se consegue visualizar nem lesão nem ameaça de lesão a bem juríd. Viola a ofensividade.
 DIREITO PENAL DO INIMIGO (Gunther Jakobs)
● Niklas Luhmann → desenvolve a teoria da “sociedade de riscos” – o progresso da humanidade aumentaria a incompatibilidade e a dependência entre os seres humanos, exigindo uma permanente reelaboração do sist. p/ manter seu equilíbrio diante do crescente complexidade social. A sociedade moderna é caracterizada pelo individualismo de massas e pela globalização que são responsá-veis pela formatação da “sociedade de riscos”.
● Funcionalismo radical → a missão do Dto Penal será a reafirmação do próprio Dto Penal (ordenamento juríd.)
● Separa o dto penal do “cidadão” do dto penal do inimigo.
- inimigo → pessoas que se dedicam ao crime – ao infringir o contrato social deixa de ser membro do Estado – quem abandona o contrato perde todos os seus dtos (terroristas / criminosos econômicos / crime organizado / delitos sexuais).
● Características:
	- antecipação da punibilidade c/ a tipificação de atos preparatórios (tipos de mera conduta e perigo abstrato);
	- desproporcionalidade das penas;
	- restrições de garantias penais e processuais;
	- punição pela periculosidade (ñ culpabilidade) → dto penal do autor;
	- medidas não olham p/ fatos passados, mas sim p/ o futuro (perigo que representa);
● Prevenção geral positiva → busca de novas hipóteses de legitimação da pena, fundada na necessidade de manutenção de expectativas comportamentais normativas.
- fundado na teoria dos sistemas de Luhmann, a pena (ou norma geral) apresenta-se como necessidade funcional, ou, ainda, como necessidade sistêmica de estabilização das expectativas sociais.
- busca fortalecer o sentimento de confiança no ordenamento juríd. e seu respeito pelos bens juríd. fundamentais p/ o convívio em sociedade.
● Pena → não se destina principal// a influir sobre os potenciais autores de futuras infrações, senão que tem por destinatários a todos os membros da sociedade enquanto potenciais vítimas.
● Exemplo de dto penal do inimigo no Brasil → “Lei do Abate” (Lei 7.565/86, regulamentada pelo dec. 5144/04).
● As características da sociedade pós-moderna, as novas demandas alçadas ao Dto Penal, o incremento do risco e da sensação de insegurança (acentuados pelo papel da mídia e da opinião púb.), buscam soluções exclusiva// junto ao Dto Penal, traçam o panorama da dogmática criminal da modernidade. Pautada pela hipertrofia legislativa (muitas vezes irracional) e na criação de tipos e instrumentos processuais que se distanciam do modelo garantista – dto penal do inimigo é o retrato da crise da humanidade.
● “Teoria da impressão” → legitima ampla// a tradicional punição da tentativa inidônea consagrada no dto alemão (Luis Greco).
● O conceito de dto penal do inimigo não pode pretender um lugar na ciência do dto penal. Ele não serve nem p/ justificar um determinado dispositivo, nem p/ descrevê-lo, nem p/ criticá-lo. Como conceito legitimador afirmativo, ele é nocivo; como conceito descritivo, inimaginável; como conceito crítico, na melhor das hipóteses desnecessário (Luis Greco).
I N T E R P R E T A Ç Ã O D A L E I P E N A L 
 ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO
● Autêntica → qdo procede do próprio órgão elaborador da norma.
● Doutrinária → efetuada pelos escritores de Dto.
● Judicial ou Jurisprudencial → efetuada pelos aplicadores do Dto.
● Gramatical → análise do texto legal verificando o que dizem as palavras da lei.
● Lógica ou Teleológica → indaga-se a vontade da lei, considerando os motivos que determinaram sua produção.
● Estrita / Declarativa → não se confere um sentido mais amplo ou mais restrito à norma.
- qdo foi verificado que o legisladorutilizou de forma adequada e correta todas as palavras contidas na lei, ocorrendo exata equivalência entre os sentidos e a vontade presente na lei. Há perfeita correspondência entre a denotação gramatical do texto e sua compreensão pelo intérprete (TJGO).
● Restritiva → cabível qdo a lei disser mais que a sua vontade, surgindo a necessidade de restringir seu alcance.
● Extensiva → qdo o texto da lei disser menos do que deveria ter dito (bigamia x poligamia).
- é admitida a interpretação extensiva, mesmo qdo a exegese recaia sobre norma incriminadora em que a própria lei determina que se estenda o seu conteúdo (MPDFT / MPGO).
● Analógica → qdo a própria lei determinar a extensão de seu conteúdo por uma fórmula casuística genérica (“outro recurso”; “qq outro meio fraudulento”).
● Teoria da plenitude lógica do Dto → sustenta que não há lacunas no ordenamento juríd., uma vez que este mesmo prevê o modo de suprir a falta de normas qto a hipóteses de que o legislador não cogitou (TJMS).
	- universalidade do dto reveste-se de uma condição tão essencial como a sua unidade.
- constitui um dos traços fundamentais do historicismo juríd.
● Costume → apenas serve p/ interpretação da norma penal. V.g. “repouso noturno”.
	- costume não cria lei, nem revoga lei (ñ adequação social).
 ANALOGIA
● Analogia é meio de integração da lei, consistente na aplicação a um caso de regra que rege hipótese semelhante.
● Analogia é processo de autointegração, criando norma penal onde não existe.
● A aplicação da analogia é possível qdo encontrar justificativa em princ. de equidade (TRF).
● O princ. da reserva legal impede a aplicação no dto penal de meios de integração utilizados por outros ramos do Dto.
● No dto penal, admite-se excepcional// a analogia in bonam partem.
 PRINCÍPIOS
● Personalidade → sanção não pode ultrapassar a pessoa do condenado.
● Intervenção mínima → subsidiariedade (ultima ratio).
● Fragmentariedade → relevância da lesão ou perigo de lesão.
● Materialização do fato ou exteriorização → só há possibilidade de incriminação penal por conduta humana voluntária, não se podendo punir pensamentos, planos, etc. Tem ligação c/ a vedação do dto penal de autor, vigorando o dto penal do fato. 
● Princ. da lesividade / ofensividade, entre outros aspectos, repele a punição do cidadão cuja conduta sequer se inicia (MPDFT).
● Alteralidade → ofensa deve atingir 3º.
● Alternatividade → se aplica aos crimes de conteúdo múltiplo (plurinuclear), cujos tipos penais contêm várias condutas típicas e o agente responde por um único crime ainda que realize mais de um desses verbos, no mesmo contexto fático.
● Legalidade → lex previa (anterioridade) – lex certa (taxatividade) – lex scripta (tipicidade) – lex stricta (analogia in bonam partem).
	- a disciplina da individualização da pena tb está adstrita à legalidade (CESPE)
● Retroatividade benigna.
● Confiança → indivíduo que age diligente// possui o dto de confiar que 3º, em ação conjunta, tb atenda ao dever de cuidado, a partir das regras normais da experiência social (GEAGU).
	- um indivíduo diligente não poderá responder pela falta de cuidado alheio.
	- trata-se de um limitador do dever concreto de cuidado e um delimitador do risco autorizado.
● Insignificância → opera como vetor interpretativo do tipo penal, que tem o objetivo de excluir da abrangência do Dto Criminal condutas provocadoras de ínfima lesão ao bem juríd. por ele tutelado (STF) – a insignificância reduz o âmbito de proibição apa-rente da tipicidade legal, tornando atípico o fato na seara penal, apesar de haver lesão a bem juridica// tutelado pela norma (STF).
- mínima ofensividade da conduta;
- nenhuma periculosidade social da ação;
- reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
- inexpressividade da lesão jurídica provocada.
● Aplicação do princ. da insignificância X acusado reincidente:
- 1ª corrente → independe das condições pessoais do agente como reincidência, maus antecedentes, IPs ou ações penais em curso – a análise deve ser feita de maneira objetiva (sobre o fato e não sobre a pessoa) (2ª T. STF 2011 GM // 6ª T. STJ 2011/2010 // 5ª T. STJ 2011/2010);
- 2ª corrente → princ. da insignificância não se aplica qdo se trata de paciente reincidente, porquanto não há que se falar em reduzido grau de reprovabilidade do comportamento lesivo (1ª T. STF 2012 / 2011 / 2010). Reconhecidas a reincidência e a habitualidade da prática delituosa, a reprovabilidade do comportamento do agente é significativa// agravada, sendo suficiente p/ inviabilizar a incidência do princ. a insignificância (2ª T. STF 2010 / 1ª T. STF 2012 Fux).
● Não se pode ter como requisito do princ. da insignificância a oculta compensatio, expressão utilizada pelo Ex-Min. Eros Grau, no sentido da bagatela se prestar a beneficiar somente as classes subalternas, utilizando requisito essencial// subjetivo que vai de encontro aos parâmetros objetivos norteadores da teoria do instituto.
- oculta compensatio significa a “compensação oculta” conferida às classes pobres, em decorrência de todo o sofrimento, que os parcos recursos financeiros lhes impõem.
● STF tem decisões pela aplicação do princ. da insignificância nos crimes militares impróprios (não caberia nos crimes militares próprios, sob pena de quebrar os pilares do militarismo).
● O princípio da in claris cessat interpretatio não tem mais aplicação na atualidade, pois mesmo qdo o sentido da norma é claro não há, desde logo, a segurança de que a mesma corresponda à vontade legislativa, pois é bem possível que as palavras sejam defeituosas ou imperfeitas que não produzam em extensão o conteúdo do princ. (CESPE).
A P L I C A Ç Ã O D A L E I P E N A L 
 LEI PENAL INCOMPLETA
● Tipo aberto → necessita de complemento valorativo (delitos culposos / omissivos / descrição apresenta elemento normativo).
● Norma penal em branco → necessita de complemento normativo no tipo (própria ou imprópria) – “Alma errante em busca de um corpo” (Binding).
 homovitelínea → complemento na mesma lei
			 homogênea (imprópria) 	
● Classificação					 	 heterovitelínea → complemento em outra lei
			 heterogênea (própria) → complemento não oriundo do poder legislativo (portaria da Adm. Púb.)
● Retroatividade da lei penal em branco: 
- homogênea → toda alteração benéfica do complemento retroage (complemento secundário é ultrativo);
- heterogênea: - se implicar supressão criminosa → retroage (retirar substância entorpecente da portaria);
 - se não implicar supressão → não retroage (alterar percentual de tabela de preços).
● Norma penal incompleta ou invertida ou “ao revés” → é aquela que possui uma falha no preceito secundário do tipo e remete a outra norma p/ saber o conteúdo ou limites da sanção penal. Lei 2.889/56 (genocídio) ≠ crime remetido (art. 304 CP).
 LEI PENAL NO TEMPO
● Regra → teoria da atividade – tempo da ação ou omissão (art. 4 CP).
● Extratividade da lei penal → retroatividade e ultratividade.
● Ultratividade → qdo o crime é praticado na vigência de lei penal mais benéfica, o agente responde pelos fatos cometidos em seus termos, ainda que, posterior//, essa lei seja revogada, introduzindo-se no seu lugar outra mais gravosa (CESPE).
● O fenômeno da Lex intermedia importa na aplicação da lei penal mais benéfica ao acusado, ainda que não tenha sido a lei de regência ao tempo do fato, nem mais subsista, dada sua revogação, ao tempo da decisão condenatória (MPDFT).
● Abolitio criminis → fato deixa de ser crime – apaga todos os efeitos penais – permanecem efeitos civis.
● Abolitio criminis temporária (vacatio legis indireta) → norma de não incidência temporária (posse de arma) – norma que, por não ter ânimo definitivo e não retira a ilicitude da conduta, não tem força retroativa a ensejar abolitio criminis.
● Crime permanente, continuado ou habitual → lei vigente ao tempo da cessação da ativ. (S. 711 STF).
● Lei posterior que, s/ deixar de considerar criminosa a condutae s/ cominar ao fato por ele praticado pena menos rigorosa, mas que de outro modo o favorece, poderá ser aplicada, ainda que o fato tiver sido julgado por sentença cond. irrecorrível (MPMG).
	- compete ao juízo da execução criminal, após o trânsito em julgado da condenação, aplicar a lei penal + benigna (STJ).
● Lei benéfica em vacatio legis (2 correntes)
– possibilidade → beneficia desde já, pois a lei já existe, só não é válida ainda – esse período de vacatio é feito p/ beneficiar ao cidadão (dar conhecimento à população) – esse foi o entendimento no caso Tati Quebra Barraco → foi pega c/ drogas no dia da entrada em vigor da Lei 11.343, mas tinha período de vacatio;
– impossibilidade → pode ser revogada antes da vigência.
● A lei penal em período de vacatio legis pode ser revogada (MPF).
● Lei temporária → possui tempo de vigência determinado (art. 3 CP).
● Lei excepcional → possui tempo de vigência condicionado a determinada circunstância excepcional (art. 3 CP). 
 COMBINAÇÃO / CONJUGAÇÃO DE LEIS
● Lex tertia ou princ. de combinação → possibilidade de combinação de leis p/ se chegar a uma solução mais favorável ao réu.
● Essa discussão foi afeta ao STF qdo da alteração do art. 366 CPP e, nessa ocasião, entendeu-se pela impossibilidade de aplica-ção da lex tertia.
● Pela proibição da lex tertia:
- Guillermo Oliver Calderón, Professor da Universidad Católica de Valparaíso (CHILE) → (...) a maioria dos autores assinala que deve aplicar-se uma ou outra lei, integral//, em bloco, s/ que possam combinar-se os aspectos mais favoráveis delas. Isso se traduz em uma proibição da denominada lex tertia ou princ. de combinação.
- Manzini → “a escolha deve recair sobre a lei antiga ou a nova, uma ou outra considerada integral e distinta//, sendo veda-do aplicar simultanea// as disposições + favoráveis de ambas, a menos que haja disposição expressa em sentido diverso.”
- Nucci / Roxin → o juiz deve fazer uma aplicação mental das duas leis que conflitam (nova e antiga), verificando, no caso concreto, qual terá o resultado + favorável ao acusado, mas s/ combiná-las, evitando-se a criação de uma 3ª lei.
● Pela possibilidade da lex tertia:
- José Frederico Marques → retroatividade dos elementos + benéficos da lei superveniente e refutando, por outro lado, a aplicação das demais disposições aos fatos passados.
- Mirabete → “a melhor solução (...) é a de que pode haver combinação de duas leis, aplicando-se ao caso concreto os dispositivos mais benéficos”.
- Günther Jakobs → de acordo c/ parte da doutrina, deve-se comparar a gravidade das consequências do fato da lei antiga, acumuladas, c/ as da lei nova, tb acumuladas, e não cada uma das reações juríd. penais separada// (alternatividade das leis).
● Solução intermediária qto à aplicação da lex tertia: 
- Gilles Mathieu (França) → “sist. da apreciação in concreto – na prática, os Tribunais fazem uma distinção dependendo se a nova lei contém disposições divisíveis ou indivisíveis. Se a lei for divisível, apenas as partes mais favoráveis retroagirão (...). Uma lei é indivisível qdo as suas disposições formam um bloco indissociável”.
● LUIZ FUX → a lex tertia viola 2 fundamentos do art. 5, XL, in fine, CR/88: o princ. da legalidade e a democracia. Cria-se, c/ a tese que ora se refuta, uma regra que não está prevista nem na lei antiga e nem na lei nova, que não goza do batismo democrático atribuído à Lei formal. Ao Judiciário não é dado arvorar-se no papel de legislador p/ pretender, mediante manobra interpretativa, resultado contrário à vontade da lei (ou melhor, das leis) e da Constituição.
- a questão em tela reclama, o que Mathieu denomina como “sist. da apreciação in concreto”, em conj. c/ o princ. da alternatividade referido por Jakobs. O julgador, caso a caso, deve avaliar se é mais favorável ao réu a aplicação da lei antiga ou da lei nova, uma ou outra, considerada integral//. Assim, é lícito afirmar que o §4, art. 33 da Lei de Drogas hoje vigente pode retroagir; porém, desde que associado à pena-base prevista no caput do mesmo art., e contanto que não seja mais benéfica ao agente a incidência da reprimenda prevista no antigo art. 12, Lei 6.368/76.
- mesmo sentido: Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa.
● A CR vedaria a mistura de normas penais que, ao dispor sobre o mesmo instituto legal, contrapusessem-se temporal//. O fato de a Lei 11.343/06 ter criado a figura do pequeno traficante, a merecer tratamento diferenciado - não contemplada na legislação anterior - não implicaria conflito de normas, tampouco mescla, visto que a minorante seria inédita, s/ contraposição a qq regra pretérita. Por se tratar de pedido de writ na origem e em vista de todos os atuais Ministros do STF terem votado, resolveu-se aplicar ao caso concreto o presente resultado por ser mais favorável ao paciente c/ fundamento no art. 146, §ú, RISTF (“No julgamento de HC e de recursos de HC proclamar-se-á, na hipótese de empate, a decisão mais favorável ao paciente”). Advertiu-se que, apesar de a repercussão geral ter sido reconhecida, em decorrência da peculiaridade da situação, a temática const. em apreço não fora consolidada (STF - Out./2011).
 LEI PENAL NO ESPAÇO (lugar do crime – art. 6 CP)
● Regra → teoria da ubiquidade ou mista → é considerado lugar do crime tanto o da conduta quanto o do resultado (CESPE).
● P/ definir o locus commissi delicti, o CP adota a teoria da intenção (TJRS).
 – teoria da intenção → lugar do delito é aquele que de acordo c/ a intenção do agente deveria ocorrer o resultado (Bitencourt).
● Crime de espaço mínimo → conduta e resultado no mesmo local.
● Crime plurilocal → crime que envolve duas comarcas – competência firmada pela prevenção (TJMG).
● Crime em trânsito / à distância / de espaço máximo → ativ. em um país e resultado em outro – compet. do local do último ato de execução ou do local onde produziu ou deveria produzir o resultado (ação ou omissão + resultado).
● Adotou-se o princ. da territorialidade temperada (ressalvada qto às imunidades diplomáticas, consulares e parlamentares).
● Não se aplica a lei brasileira pela contravenção praticada no exterior → vige o princ. da territorialidade do art. 2 LCP (MPMG).
● Território → solo – águas internas – mar territorial (12 milhas / 22 km) – espaço aéreo correspondente.
● Extensão do território: 
- embarcações ou aeronaves públicas ou particulares a serviço do Brasil onde quer que se encontrem;
- embarcações ou aeronaves nacionais privadas no espaço aéreo ou em alto-mar;
- embarcações ou aeronaves estrangeiras privadas em pouso ou no espaço aéreo; ou em porto ou mar territorial.
● Extraterritorialidade incondicionada (art. 7 CP): 
– contra vida ou liberdade do presidente (defesa ou proteção);
– contra patrimônio ou fé da administração direta ou indireta (defesa);
– contra a administração por quem está a seu serviço (proteção);
– genocídio por brasileiro ou domiciliado no Brasil (justiça universal ou cosmopolita);
– tortura contra brasileiro c/ agente no Brasil (art. 2, Lei 9.455).
● Extraterritorialidade condicionada: 
– crime que o Brasil se obrigou a reprimir (justiça universal);
– crime praticado por brasileiro (nacionalidade ativa ou personalidade);
– crime praticado em embarcação ou aeronave brasileira (representação ou bandeira).
● Condições: – entrar o agente em território brasileiro;
 – punível nos dois países; 
 – ser autorizada a extradição;
 – não ter havido perdão ou outra causa de extinção da punibilidade.
● Extraterritorialidade hipercondicionada (art. 5, §3): 
– crime praticado por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (defesa ou proteção);
– necessita de ausência de extradição + requisição do MJ.
● A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime qdo diversas, ou nela é computada, qdo idênticas (art. 8) – viola o princ. que impede dupla punição pelo mesmo fato.
● Homologação de lei estrangeira pelo STJ (art. 9º):- p/ obrigar à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis (TJDFT - CESPE);
- p/ sujeitar a medida de segurança.
● A parte geral do CP prevê que a sentença estrangeira, qdo a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conse-quências, pode ser homologada no Brasil p/ sujeitar o condenado à medida de segurança, dependendo a homologação, na falta de tratado de extradição, de requisição do MJ (MPMG).
● No âmbito do dto processual penal, a homologação de sentença estrangeira classifica-se como ação penal de conhecimento de nat. constitutiva (CESPE).
● A sentença estrangeira independe de homologação p/: 
– gerar reincidência;
– impedir sursis;
– prorrogar livramento condicional;
– gerar maus antecedentes.
 TEORIA DA NORMA (CLASSIFICAÇÃO) MPMG
● As normas penais não incriminadoras podem ser classificadas em:
- integrantes → há normas penais que definem princípios, esclarecem o conteúdo ou delimitam o âmbito de aplicação das outras normas penais (finais, explicativas, complementares);
- permissivas → são aquelas que autorizam a realização de uma conduta, determinando a “atipicidade penal” (exclusão da ti-picidade) de ações formal// típicas; a licitude material de condutas típicas (exclusão da ilicitude); a ausência de reprovação do injusto (exclusão da culpabilidade); ou impunidade de certas condutas que, em tese, seriam puníveis (extinção da punibilidade)
● As normas penais permissivas se subdividem, então, em:
- justificantes (“destipificada” ou “dirimida”) → só permitem que o agente pratique uma conduta lesiva a bens juríd alheios p/ salvar (salvaguardar) outros bens juríd. de igual ou maior relevância, que se acham sob risco ou perigo concreto (CESPE);
- exculpantes;
- despenalizantes (extinção da punibilidade do injusto culpável).
● As causas especiais de exclusão da tipicidade traduzem-se em normas permissivas justificantes corretivas do juízo de adequação típica formal (destipificantes) V.g. art. 128 CP. (MPMG)
		
 CONCURSO APARENTE DE NORMAS
● Princ. da especialidade → lei especial derroga lei geral – único princ. previsto expressa// na parte geral do CP (MPDFT).
● Princ. da consunção ou absorção → um tipo descarta o outro pq o consome ou exaure seu conteúdo proibitivo.
- pressupõe necessaria// a análise de existência de um nexo de dependência das condutas ilícitas p/ verificar a possibi-lidade de absorção daquela infração penal menos grave pela mais danosa (STJ // CESPE).
- crime progressivo (dolo antecedente) → constitui hipótese de incidência do princ. da consunção (Wander Garcia).
- progressão criminosa (dolo superveniente) – ante factum e pos factun impuníveis. → constitui hipótese de incidência do princ. da consunção (CESPE).
- crime complexo → constitui hipótese de incidência do princ. da consunção (Wander Garcia).
● Princ. da subsidiariedade → norma principal prevalece sobre a norma subsidiária só se aplicando a norma subsidiária, se não for aplicável a norma principal (MPGO). Expressa no próprio tipo que descreve a conduta (“se o fato não constitui crime mais grave”) ou implícita (perigo de inundação e delito de inundação).
● Subsidiariedade implícita / material: resulta qdo em face de um raciocínio imperativo, se chega à mesma conclusão. Qdo por força de uma interpretação verificar-se que a relação que existe entre as normas não pode deixar de ser uma relação de subsidiariedade.
- qdo a aplicação de uma norma não resulta da comparação abstrata c/ a outra, mas do juízo de valor sobre o fato concreto em face delas (MPGO).
- quatro grandes situações em que as normas se encontram numa relação de subsidiariedade implícita ou material:
- diz-se que as incriminações de perigo ou os crimes de perigo se encontram numa relação de subsidiariedade implícita ou material em relação aos crimes de lesão;
- casos em que subsiste uma imputação a título negligente e doloso, sendo certo que a responsabilidade por fato negligente é subsidiária à imputação por fato doloso;
- diferentes formas de participação ou autoria;
- entre as condutas de omissão e por ação.
● Subsidiariedade tácita → ocorre qdo a norma subsidiária está contida na norma principal através de uma elementar do tipo ou circunstância, s/ que haja no texto legal menção expressa da subsidiariedade. 
C R I M E
 Conceito
● Infração penal é gênero do qual são espécies o crime (delito) e a contravenção.
● O critério distintivo entre crime e contravenção é dado pela nat. da PPL cominada (CESPE).
● Conceito sintético de crime → é a ação ou omissão que viola bem juridica// tutelado pelo legislador, de modo a exigir reação Estatal – é a conduta que ofende bem jurídico tutelado, merecedora de pena.
● Conceito analítico de crime:
- corrente bipartite → crime é fato típico e ilícito (Damásio / Polastri) – culpabilidade seria pressuposto da pena;
	- corrente tripartite constitucionalista → crime é fato típico, ilícito e punível (LFG) – culpabilidade é fundamento da pena;
- corrente tripartite clássica → crime é fato típico, ilícito e culpável (maj.).
● Capacidade penal → conj. de condições exigidas p/ q alguém possa tornar-se titular de dtos ou deveres no campo penal (DP/MG).
● Parte da doutrina entende que, sob o aspecto formal, o Estado é sempre sujeito passivo do crime (CESPE).
 Classificações
● Crime vago → tem como sujeito passivo a coletividade destituída de personalidade juríd. (MPSP).
● Crime habitual próprio → são crimes que exigem uma reiteração da conduta p/ tipificação do fato.
● Crime habitual impróprio → trata-se do crime de gestão fraudulenta – “crime habitual impróprio, ou acidental// habitual, em que uma única ação tem relevância p/ configurar o tipo, inobstante sua reiteração não configure pluralidade de crimes”.
● Crime Bilateral ou “de encontro” → é aquele que reclama obrigatoria// a participação de duas pessoas, podendo uma delas não ser culpável - poderá não existir coautoria (TJMS).
● Crime putativo (delito de alucinação) → só existe na imaginação do agente - este supõe erronea//, que está praticando uma conduta típica, qdo na verdade o fato não constitui crime. Bittencourt chama de “erro de proibição às avessas” (MPMG).
● Crime de ensaio → agente provocador, que induz o cometimento do crime e dá ensejo ao flagrante provocado (MPMG).
● Delitos de impressão → são crimes que provocam um resultado anímico na vítima:
- crimes de inteligência → o agente engana a vítima (estelionato);
- crimes de sentimento → o agente provoca um sentimento na vítima (injúria);
- crimes de vontade → o agente provoca um constrangimento na vontade da vítima (constrangimento ilegal).
 Crime políticos
● Crime político puro / crime político próprio → é modalidade que lesa apenas a ordem política.
● Crime político relativo / crime político impróprio → é modalidade que lesa, além da ordem política, tb o dto comum. Abrangem os crimes políticos mistos ou complexos (MPGO).
- crimes políticos mistos ou complexos → infrações em que, apesar de atingirem, simultanea//, a ordem política e o dto comum, constituem ato único e inseparável em seus elementos.
- controvérsia na doutrina sobre a possibilidade ou não de extradição desses crimes
● P/ alguns autores a Lei Seg. Nac. (Lei 7.170/83) tipifica os crimes políticos → são aqueles que lesam ou expõe a perigo: (GEMPF)
	- a integridade territorial e a soberania nacional;
	- o reg. representativo e democrático, a Federação e o Estado de Dto;
	- a pessoa dos chefes dos Poderes da União.
● Sist. da preponderância p/ ensejar o caráter político do fato criminoso → três elementos principais:
- a finalidade de atentar contra a organização política e social do Estado; 
- a clara relação entre o ato e a finalidade de modificar a organização política e social do Estado; 
- o caráter do delito, cuja eventual atrocidade (elemento de dto comum) é capaz de afastar o enquadramento como crime político, ainda que presente o fim de atentar contra o Estado.
● A jurisprudênciabrasileira adota, tb, p/ fins de extradição, o sist. da atrocidade dos meios, que é traduzido na regra segundo a qual o conceito de crime político não abrange ações violentas, marcadas pela crueldade, pelo atentado à vida e à liberdade (STF Ricardo Lewandowski)
● STF entende que, p/ se caracterizar o crime político, não basta a tipificação da Lei Seg. Nac., sendo necessária a motivação política e a lesão ou perigo à soberania nacional (teoria mista ou eclética).
 Desvalor da Ação X Desvalor do Resultado (MPGO)
● Desvalor da ação → é representado pelo desvalor da intenção (dolo/culpa). É a soma da infração da norma (proibida ou de cuidado) somada a criação do risco. No desvalor da ação há a probabilidade de causar o perigo ex ante.
● Desvalor do resultado → traduz-se na lesão ao bem juríd. protegido e ainda a realização do risco. Denota-se a constatação de uma situação de perigo ex post.
● Teorias explicativas:
- monista-subjetiva → considera-se que basta o desvalor da ação p/ a confirmação do injusto penal, ficando em geral, o desvalor do resultado relegado à categoria de condição objetiva de punibilidade. O ilícito jurídico-penal é ilícito de ação.
- dualista → s/ desvalor da ação não se tem por conformado o injusto penal e s/ desvalor de resultado (lesão ou perigo p/ o bem juríd.), da mesma forma, não se concretiza o injusto. Toda infração penal deve conter um desvalor de ação e um desvalor de resultado.
 Delitos de Dano X Delitos de Perigo (MPGO)
● Delitos de lesão ou de dano → são aqueles em que o tipo penal descreve uma ação lesiva de um bem juríd., de modo que a conduta somente assume relevância jurídico-penal qdo se verificar efetivo dano (lesão) ao interesse tutelado.
● Delitos de perigo → aqueles que se consumam c/ a simples criação do perigo p/ o bem juríd. protegido, s/ produzir dano efetivo.
● Delitos de mera ação perigosa (delitos de perigosidade / periculosidade) → apresentam a característica de que o perigo não se predica da ação, senão da classe de ações a que pertence a realizada pelo autor (V.g. conduzir um veículo sob efeitos de bebida alcoólica). Esses delitos carecem do desvalor do resultado.
● Delitos de resultado de perigo → o juízo deve ser feito ex ante, no momento da ação – analisando-se as circunstâncias cognoscíveis, ou seja, aquelas que podem ser conhecidas pelo agente (Welzel)
V.g. um terrorista que oculta uma bomba relógio de alta precisão em uma agência dos correios qdo se encontrava aberta ao púb., preparando o detonador p/ que a explosão ocorra qdo a agência já se encontrar fechada e vazia. Entretanto, durante a noite penetra no local um ladrão, sendo que este permanece até por volta das 23h no interior da agência dos correios, momento em que a bomba vem a explodir, matando-o.
 Bem jurídico (MPMG)
● A criação não é apenas produto de uma elaboração juríd. pura, mas tb de um contexto político e econômico.
● A noção positivista de bem juríd. parte da ideia de que o bem juríd. se reduz a um elemento da própria norma, pq somente a lei expressa os objetos juríd. ao encerrar a vontade declarada do Estado.
● A visão neokantiana exprime o bem juríd. como um valor que se identifica c/ a própria finalidade da norma, considerando-o como elemento de todos os pressupostos do complexo cultural de que emana o dto.
● Tanto na visão positivista qto na visão neokantiana, o bem juríd. é visto como um pressuposto formal da incriminação, trabalhando c/ os dados existentes na ordem juríd., s/ questioná-los.
● O conceito de bem juríd. é indispensável à compreensão e interpretação dos tipos penais, servindo, igual//, como critério sistematizador da legislação penal (MPDFT).
T E O R I A D A T I P I C I D A D E E D O T I P O P E N A L
 Evolução do tipo penal
● Causalismo → conduta não valorada – negam finalidade no tipo – dolo normativo na culpabilidade (Liszt e Beling).
● Neokantismo → conduta valorada negativa// (exigibilidade de conduta diversa) – continua negando finalidade no tipo (Mezger).
● Finalismo → conduta valorada: voltada a um fim (não explica crimes culposos) – dolo cindido: natural no tipo como elemento subjetivo – tipo complexo – formado por um elemento objetivo e um elemento subjetivo (Welzel).
● Funcionalismo moderado (teleológico) → conduta valorada: voltada à criação de um risco não permitido ou não incentivado pelo ordenamento – formado pelos elementos objetivo, subjetivo e normativo (imputação objetiva - Roxin).
● Funcionalismo reducionista / contencionista → conduta valorada sob o aspecto formal e conglobante (material + antinormatividade) – corretivo da tipicidade legal (formal) – uma norma não pode punir o que é ordenado ou fomentado por outra (diferente de permitido - Zaffaroni).
● Funcionalismo radical (sistêmico, estratégico) → objetiva a proteção da norma – dto penal se presta a aplicar as normas que o consubstanciam – legislador define o que será protegido (Jakobs).
● Crítica ao funcionalismo → conceito atribuído a ação pelos funcionalistas, vez que “prejulga, em certas ocasiões, a tipicidade, a valoração juríd. implícita no tipo, nos delitos de omissão, ao considerar que o conceito de omissão é pura// normativo” (MPGO).
	CAUSALISMO
	NEOKANTISMO
	FINALISMO
	FUNCIONALISMO MODERADO
	FUNCIONALISMO REDUCIONISTA
	FUNCIONALISMO RADICAL
	Liszt e Beling
	Mezger
	Welzel
	Roxin
	Zaffaroni
	Jakobs
	Tipo é objetivo (não valorado)
	Tipo é objetivo e valorado (descrição de um fato valora-do negativa// pelo legislador)
	Tipo é objetivo e subjetivo (dolo e culpa)
	Tipo é objetivo + normativo + subjetivo 
	Tipo é objetivo + subjetivo + conglobante
	Dto penal tem função de proteção da norma
	- conduta
- resultado naturalístico
- nexo causal
- adequação típica
	- conduta
- resultado naturalístico
- nexo causal
- adequação típica
	- conduta
- resultado naturalístico
- nexo causal
- adequação típica
 +
- dolo / culpa
	Imputação objetiva
- incremento de riscos relevantes
- imputação objetiva do resultado
	- tipicidade formal
 +
- tipicidade conglobante
	Pena é reforça a existência da norma
	Dolo e culpa na culpabilidade
	Dolo e culpa na culpabilidade
- dolo é normativo (dolo natural + atual consciência da ilicitude)
	
Dolo é natural
	
	tipicidade material (relevância da le-são) + atos antinor-mativos (atos não incentivados ou não determinados por lei)
	Dto penal do inimigo
Dto penal de 3ª veloci-dade
	TEORIA PSICOLÓGICA
	TEORIA PSICOLÓGICA / NORMATIVA
	TEORIA NORMATIVA PURA ou EXTREMADA
	TEORIA NORMATIVA LIMITADA
	Causalistas / Beling
	Neokantistas / Mezger
	Finalistas / Welzel
	Finalistas / Welzel
	Espécies – dolo normativo / culpa
	--
	--
	--
	Dolo normativo 
(vontade + consciência da ilicitude) 
	Dolo normativo (vontade + consciência atual da ilicitude) e culpa
	Potencial consciência da ilicitude
	Potencial consciência da ilicitude
	
	Exigibilidade de conduta diversa - conduta valorada
	Exigibilidade de conduta diversa
	Exigibilidade de conduta diversa
	Imputabilidade (pressuposto da culpabilidade)
	Imputabilidade (elemento da cul-pabilidade)
	Imputabilidade (elemento da cul-pabilidade)
	Imputabilidade (elemento da cul- pabilidade)
	As duas modalidades de erro de permissão (erro de proibição indireto) que acon-tecem nas descriminantes putativas são inescusáveis (MPMG)
	Ratio essendi (fato só é típico se tb for ilícito)
Fato total do injusto
	Todas as descriminantes são erro de proibição 
Ratio cognoscendi
	- Erro de tipo permissivo – recai sobre pressuposto fático (mundo fenomênico)
- Erro de proibição indireto – recai sobre autorizações (descriminan-tes) e limites
	Não há desvalor da ação, há apenas desvalor do resultado.
Ligação de nat. psíquica entre o agente e o fato (MPMG)
	
	Juízo de reprovação ao autor do fato (MPMG)
Consciência da antijuridicidade não faz parte do dolo, mas sim da culpabilidade (MPGO)Zaffaroni – esta teoria está relacionada c/ os elementos negativos do tipo
Obs: erro de permissão = erro de proibição indireto
 Imputação objetiva
● A finalidade do dto penal é a proteção da sociedade → funcionalismo moderado (teleológico) – Roxin.
● Ampliação da culpabilidade p/ a categoria de responsabilidade que pressupõe a necessidade de pena, do ponto de vista preventivo especial e geral. A culpabilidade em si mesma não pode legitimar a imposição de uma pena, se ela não é necessária do ponto de vista preventivo (GEMAF 07/10).
● O nexo axiológico da teoria da imputação objetiva c/ valorações que antecedem o exame de dolo e culpa resolve melhor várias incertezas reinantes na condictio sine qua non (Demerval). Limita a causalidade adequada ao acrescentar nexo normativo à causa objetiva – causa é a criação ou incremento do risco não permitido.
● A tipicidade é reformulada, c/ forte carga axiológica, a partir de uma ideia central de risco (MPMG).
● A tipicidade e as demais categorias juríd. do crime são analisadas de acordo c/ as tarefas político-criminais do sist. (MPMG).
● Roxin → uma teoria c/ aplicação restrita aos delitos de resultado e, portanto, aplicada clara// como um segundo nível de restrição da imputação, uma vez demonstrada a causalidade (aceita fatores objetivos e subjetivos).
● Tipicidade é analisada em 3 níveis de imputação, cujos requisitos podem ser reunidos: (MPMG)
- criação de um risco juridica// desaprovado; 
- realização do risco; 
- alcance do tipo.
● Günther Jakobs → a imputação do resultado como a imputação do desvalor contido na norma (somente aceita fatores objetivos).
● Imputação objetiva na visão de Jakobs: (MPGO)
	- risco permitido é uma das bases;
	- princ. da confiança → razão reside basica// na razoável responsabilidade do ser humano;
- proibição de regresso ou proibição da ascendência → é um critério p/ limitar a imputação de um resultado a certos comportamentos que podem ser causais, mas que estão fora do interesse do dto penal. 
- competência ou capacidade da vítima (último princ. limitador da imputação objetiva) → atuar da vítima a seu próprio risco, sendo que em determinadas situações ocorre a exclusão da imputação objetiva - certas ativ. perigosas, algumas pessoas se dispõem a executá-las assumindo os riscos existentes.
● Luis Greco → correlaciona a teoria da imputação objetiva tanto no tocante ao desvalor do resultado (perspectiva ex post) qto no que se refere ao desvalor da ação (perspectiva ex ante). Pois a inexistência do 1º permite a punição por tentativa, enquanto a inexistência do 2º não gera resp. penal p/ o autor.
● Luís Greco → na apresentação de consagrada obra de Claus Roxin, apontando a teoria da adequação social como precursora da moderna teoria da imputação objetiva e demonstrando, assim, como seu postulado fundamental traz em si o germe da concepção de “risco permitido”, que supera a questão hermenêutica p/ transformar seus aspectos materiais em critérios de imputação (MPMG).
● A autocolocação da vítima em risco enseja o arquivamento do IP (v.g. no estelionato → vítima tentando se locupletar).
● Prognose póstuma objetiva → proc. de transição, ora em curso, de aferição da causalidade (desde a teoria da equivalência dos antecedentes) p/ um modelo de imputação (que se anuncia c/ a positivação da moderna teoria da imputação objetiva). Juízo formulado de uma perspectiva inicial (ex ante) da ação, levando em consideração os dados que o sujeito tinha conhecimento no momento da prática da conduta. É objetiva pq parte dos dados conhecidos por um observador objetivo, por ela chamado de "homem prudente". É póstuma pq realizada após a ocorrência do fato, pelo juiz. Ou seja, a ação será perigosa ou criadora de risco, se o juiz, levando em conta os fatos conhecidos por um homem prudente no momento da prática da ação, diria que esta gera uma possibilidade real de lesão a determinado bem juríd. (MPMG).
● Dto Penal Quântico → tomando como base o princ. da incerteza ou indeterminação, estuda a causalidade a partir de critérios de probabilidade, relacionando-se, nesse aspecto, c/ a moderna teoria da imputação objetiva (princ. da incerteza - MPMG).
● A teoria da imputação objetiva tem aplicação nos crimes de mera conduta, formais e materiais (CESPE).
 Elementos do tipo penal
● Elementos do fato típico: (MPPR)
- conduta dolosa ou culposa;
- resultado;
- nexo causal;
- tipicidade.
● Objetivos → são elementos relativos aos fatos concretos de fácil assimilação e compreensão (V.g. no homicídio a expressão “alguém” configura elemento objetivo do tipo – Wander Garcia) 
- conduta (ativa, omissiva) + tipicidade (formal, material, antinormativa) + nexo causal + resultado (normativo, material)
● Subjetivos → dolo e culpa (a partir da teoria finalista – consequência da cisão do dolo normativo).
	- elemento subjetivo diverso do dolo (“especial fim de agir”), só é compatível c/ o conceito de ação da t. finalista (MPPR).
● Normativos → exige-se nas circunstâncias de fato um juízo de valor, bem como de qq outro campo do conhecimento humano, p/ que se possa dizer se há tipicidade (MPDFT).
- os elementos normativos são aqueles que atribuem um sentido, um valor à ação, aos sujeitos do delito, ou às circunstâncias de tempo, lugar, modo ou meio de execução.
- estes elementos sofrem uma evolução constante, devendo o julgador estar atento a tais modificações p/ realizar a valoração de acordo c/ os padrões e costumes vigentes.
- criação ou incremento de risco não permitido ou não incentivado (imputação objetiva).
● Tipos normais → contém apenas elementos objetivos (CESPE).
● Tipos anormais → contém elementos subjetivos e/ou normativos (CESPE).
● Tipo incongruente → elemento objetivo não se amolda ao subjetivo: 
- tentativa (crime manco);
- crime culposo (nexo de evitação).
 Evolução da tipicidade em relação à ilicitude
● Fase da Independência → tipo possuía um caráter mera// descritivo, s/ valoração – era completa// separado da antijuridicidade e da culpabilidade (Beling).
● Fase da ratio cognoscendi → a existência da tipicidade passou a ser indício da existência da antijuridicidade (Mayer).
● Fase da ratio essendi → a antijuridicidade passa ser característica do tipo – fato só era típico se fosse antijurídico – falta de ilicitude afastaria a própria tipicidade – elementos negativos do tipo (Mezger).
- elementos negativos do tipo → considera o erro sobre os pressupostos de uma causa de justificação como um erro sobre os elementos negativos do tipo, consequente//, excluindo o dolo (MPGO).
 Teoria dos elementos negativos do tipo
● Criou o discutido conceito de tipo total de injusto, que congrega em si todos os elementos fundamentadores e excludentes do injusto, dos quais depende, tanto em sentido positivo como negativo, a qualidade do injusto na conduta.
● Tipo total de injusto (Merkel e Frank) → o tipo que descreve os fatos proibidos, denominados de tipos provisórios do injusto ou tipos incriminadores, fazem parte tb as causas que excluem a ilicitude, como dados negativos do tipo.
● O dolo do agente deve abranger não só os dados materiais do tipo, como tb a inexistência de causas justificantes (justificativas) 
● Disto decorre a idéia fundamental defendida por esta teoria: não há dolo qdo presente uma justificativa e, tb, não há dolo qdo existe um erro sobre essa justificativa.
● Crítica → nega autonomia aos tipos justificadores frente aos tipos provisórios do injusto e isso contraria o dto legislado de muitos países, inclusive o nosso, que prevê os tipos justificadores (causas de exclusão da ilicitude) em tipos penais autônomos (arts. 23, 24 e 25 CP). Impede a distinção de diferença de valor entre uma conduta desde o início atípica (pq não proibida) e outra inicial// típica (normal// proibida), mas especial// permitida por causa da intervenção de uma causa de exclusão da ilicitude.
 Conduta
● É a ação ou omissão típica que gera um resultado penal relevante.
● Ausência de conduta:– coação física irresistível (vis absoluta);
– reações involuntárias;
– estado inconsciência.
● Coação física irresistível exclui o próprio fato típico em relação ao coagido (MPRJ).
 Omissão
● Três teorias que explicam a nat. juríd. da omissão: (GEMPF)
	- teoria naturalista ou causal → a omissão produz um resultado naturalístico.
- teoria normativa ou jurídica (adotada pelo CP) → a omissão não provoca modificação no mundo exterior (“do nada, nada vem”). O nexo de causalidade que existe entre a omissão e o resultado reside no dever jurid. imposto ao agente, no sentido de agir p/ evitar a ocorrência do resultado. Dois elementos, o non facere (não fazer) e o quod debetur (aquele que tinha o dever juríd. de fazer). Trata-se de um nexo jurid. (ñ real).
- teoria eclética → a omissão é ao mesmo tempo naturalística e normativa.
● No crime omissivo não há nexo de causalidade física c/ o resultado → há nexo de evitação (STF há nexo normativo).
● O ordenamento juríd. admite a punibilidade dos crimes omissivos próprios e impróprios praticados c/ dolo ou culpa (MPDFT).
● Norma preceptiva ou mandamental → é o fundamento dos crimes omissivos, sendo que a violação da norma preceptiva se dá c/ a omissão do comportamento devido. V.g. Omissão de socorro (MPMG).
● Crime omissivo próprio → desobediência de norma mandamental:
– omissão no próprio tipo;
– s/ causalidade física;
– não admite tentativa (unissubsistente);
– admite participação;
– maioria não admite coautoria (MPPR) - há quem admita coautoria (Nucci, Greco, Bittencourt).
● Erro mandamental → erro de proibição que ocorre sobre os crimes omissivos.
V.g. vê uma pessoa se afogando e não socorre pq achava que só teria a obrigação de socorrer se ele conhecesse a vítima.
● Crime comissivo por omissão (omissivo impróprio) → decorrente da violação de um dever legal:
– agente responde por ação;
– admite tentativa e participação;
– causalidade normativa (art. 13, §2);
– necessaria// crimes de resultado (MPF).
● Não há crime comissivo por omissão s/ que exista o especial dever juríd. de impedir o dano ou o perigo ao bem juríd. tutelado, sendo, tb, indispensável, nos delitos comissivos por omissão dolosa, a vontade de omitir a ação devida (CESPE).
● No crime culposo comissivo por omissão pressupõe a violação, pelo omitente, do dever de agir p/ impedir o resultado, incumbindo tal dever a quem criou o risco por seu comportamento anterior (TRF).
● Pressupostos fundamentais do crime omissivo impróprio: (MPF)
	- dever de agir;
	- poder agir;
	- evitabilidade do resultado;
	- dever de impedir o resultado.
● Comportamento anterior, que cria o risco da ocorrência do resultado, pode ser voluntário ou involuntário, doloso ou culposo (MPF)
● Crime omissivo por comissão → ação que provoca omissão (própria ou imprópria) geradora de delito (alguém impede o socorro).
● Conduta mista → crimes que, p/ existirem, necessitam de ação e omissão (apropriação indébita).
 Tipicidade
● Tipicidade formal → adequação do fato à norma legal.
 - por subordinação imediata / direta → fato direta// subsumido à norma (conduta incide perfeita// sobre descrição legal).
 - por subordinação mediata / indireta → necessária norma de extensão:
– temporal → tentativa (pune ato anterior);
– espacial → participação (amplia âmbito de incidência da norma) – art. 13, §2.
● Tipicidade material → lesão ao bem jurídico tutelado.
● Tipicidade conglobante → tipicidade material + antinormatividade (ausência de norma ordenando ou fomentando a conduta).
● Causas de exclusão da tipicidade (Nucci):
- crime impossível (legal);
- adequação social (supralegal);
- insignificância (supralegal);
- consentimento (supralegal – MPRJ).
● Adequação social → a partir da premissa de que o dto penal somente tipifica condutas que têm certa “relevância social”, posto que do contrário não poderiam ser delitos, deduz-se, como consequência, que há condutas que, por sua “adequação social”, não podem ser consideradas como tal (Welzel). Esta é a essência da chamada teoria da ‘adequação social da conduta’: as condutas que se consideram ‘social// adequadas’ não podem ser delitos, e, portanto, devem ser excluídas do âmbito da tipicidade (Zaffaroni).
 Nexo causal
● Causalidade simples ou equivalência dos antecedentes causais ou “condictio sine qua non” (art. 13, caput) → fundado na teoria da eliminação hipotética de Thyrén – causa é qq condição que compõe o antecedente – o limite está no dolo (TJDFT).
- o legislador adotou a teoria da condition sine qua non em relação ao nexo causal (TJSP).
● Causalidade adequada ou condições qualificadas (art. 13, §1) → causa é o antecedente mais adequado, mais provável à produção do resultado – consideram-se as causas indispensáveis e idôneas, excluindo-se acontecimentos extraordinários / fortuitos.
● Imputação objetiva → limita a causalidade adequada ao acrescentar nexo normativo à causa objetiva – causa é a criação ou incremento do risco não permitido (TJDFT).
● Causa objetiva = nexo físico + nexo normativo.
● Causa subjetiva = dolo / culpa.
● Antecipação biocibernética (Zaffaroni) → por haver um proc. cego no campo da causalidade, a biocibernética se propõe a fazer a ponte entre a ciência física c/ a biologia, revelando que em toda conduta há uma programação, a partir de uma antecipação do resultado. A finalidade, sempre vidente, é a condutora e dirigente da própria causalidade. Daí que Welzel tb chama a ação final de antecipação biocibernética do resultado. O que interessa é que o Dto Penal respeite a estrutura ôntica da conduta. Não existe elementos da conduta, pq ela não é composta de elementos.
● Imputatio iuris → é o nexo causal subjetivo entre a conduta e o resultado (TJGO).
● Concausas → outras causas que interferem no processo causal.
● Responde pelo resultado lesivo final o agente cuja conduta típica e antijurídica, p/ produzi-lo, se conjuga a uma concausa preexistente da qual tinha ciência e cujos efeitos aceitou (MPSP).
	CONCAUSAS
	Pré-existentes
	Concomitantes
	Supervenientes
	Absoluta// independentes
(rompem o nexo causal)
	Tentativa
	Tentativa
	tentativa
	Relativa// independentes
	crime consumado
	crime consumado
	por si só – ato anterior*
não por si só – consumado
* Imputação irá depender do dolo do agente (crime meio consumado ou crime fim tentado)
 Resultado
● Naturalístico / material → modificação no mundo exterior – apenas nos crimes materiais (necessário no crime omissivo impróprio).
● Normativo / jurídico → lesão ou perigo de lesão causada pela conduta – sempre presente.
● Crime material (de resultado ou causal) → resultado naturalístico previsto e necessário à consumação.
● Crime formal (de atividade) → resultado naturalístico previsto, mas desnecessário – crime de consumação antecipada 
- não existe nexo causal entre a conduta e o evento (CESPE).
● Crime mera conduta (de atividade) → resultado naturalístico não previsto e tb desnecessário.
	- a consumação se dá c/ a simples ação (MPAM).
- não existe nexo causal entre a conduta e o evento (CESPE).
● Crime preterdoloso → resultado ulterior mais grave lesa o mesmo bem jurídico precedente// lesado (dolo + culpa) – é o caso do delito de lesão corporal seguida de morte.
● Crime qualificado pelo resultado → resultado ulterior mais grave lesa bem jurídico diverso do precedente// lesado – pode ser por: dolo + dolo / dolo + culpa / culpa + culpa.
● Crime agravado pelo resultado → o agente que dolosa// o produziu responde por crime autônomo, se existente e que corresponda a tal resultado (MPSP).
 Dolo
● Normativo (vontade livre + consciência da ilicitude)  Causalismo.
● Normativo (vontade livre + consciência atual da ilicitude)  Neokantismo.
● Natural (vontade livre e consciente)  finalismo.
● Axiológico (vontade livre + consciência do desvalor que a conduta representa).
● As 3 principais teorias sobre o dolo são as seguintes: (MPRJ)
- representação → bastaria a previsão doresultado p/ a conduta ser considerada dolosa;
- assentimento / consentimento → faz parte do dolo a previsão do resultado a que o agente adere, não sendo necessário que ele o queira – tb é dolo a vontade que, embora não dirigida direta// ao resultado previsto como provável ou possível, consente na sua ocorrência, ou seja, assume o risco de produzi-lo (CP adota essa teoria ao conceituar o dolo eventual);
- vontade ou volitiva → dolo é a vontade dirigida a um resultado (CP adota essa teoria ao conceituar dolo direto).
● Direto: de 1º ou 2º grau (dolo necessário ou de consequência necessária) – teoria volitiva ou da vontade.
● Indireto / indeterminado: - alternativo (não se importa em produzir um ou outro resultado – MPSP // CESPE 2X);
 - eventual (teoria do assentimento ou volitiva da indiferença) → é elemento constitutivo do tipo (TJRS).
● Dolo eventual → qdo a vontade do agente é dirigida a um resultado determinado, porém vislumbrando a possibilidade de um segundo resultado não desejado (TJDFT).
● Dolo Eventual X Culpa Consciente: (MPMG)
- teoria intelectiva da representação → não existe culpa consciente, pois a diferença entre dolo e culpa reside no conhecimento do agente qto aos elementos do tipo objetivo.
	- teoria intelectiva do perigo a descoberto → existe dolo eventual qdo a sorte ou o acaso decidem a ocorrência do resultado
- teoria volitiva da indiferença → o dolo eventual pode ser visto como expressão do dolo de perigo resultante de infração a medidas regulamentares de segurança.
● Dolo acidental → qdo a seu despeito o ato seria praticado, embora por outro modo (TRF).
● Dolo geral (aberratio causae):
– erro sucessivo → 2 condutas e 1 resultado pretendido – responde pelo meio utilizado que deu causa;
– aberratio causae em sentido estrito → 1 conduta e 1 resultado pretendido por meio diverso – responde pelo meio utilizado, sob pena de resp. objetiva.
● Delitos de intenção ou intenção transcendente ou transcendência interna → delitos que exigem uma especial finalidade por parte do agente, tipificado na própria lei (“c/ o fim de”) - aqueles em que o agente quer e persegue um resultado que não necessita ser alcançado de fato p/ a consumação do crime (tipos incongruentes):
– pune-se a mera periculosidade da conduta, sendo desnecessário o resultado;
– delitos de resultado cortado → agente deseja que o resultado externo ao tipo se produza s/ a sua intervenção direta (v.g.: extorsão mediante sequestro - a vantagem desejada não precisa concretizar-se, mas se vier será por ato de outrem);
– delitos mutilados de dois atos → o agente quer alcançar, por ato próprio, o resultado fora do tipo - crime já é praticado c/ a intenção de cometer outro – v.g.: fabricar moeda falsa.
● Delitos de tendência ou tendência intensificada ou tendência interna subjetiva transcendente → só podem ser compreendidos se presente uma especial finalidade não narrada na lei. Tipo contém um elemento subjetivo implícito diverso do dolo. Não se exige que o autor do crime deseje um resultado ulterior ao previsto no tipo penal – crimes contra a honra (exigem intenção de ofender).
● Conceito psicodinâmico do dolo → inspirada na psicanálise de Freud, tb se tem definido o dolo como "a atitude interior de adesão aos próprios impulsos intrapsíquicos antissociais", em que predomina a ideia do animus, ou seja, a má-fé criminosa (TJGO).
● Coconsciência (Roxin) → o dolo abarca tb aquelas circunstâncias em que o sujeito não pensa expressa//, mas de que é consciente. Trata-se de uma coconsciência, consubstanciada numa consciência em que não se presta atenção explicita//, mas que é conhecida c/ outro conteúdo a que se presta atenção e a que necessaria// há de se prestar atenção de modo implícito.
- p/ a afirmação da culpabilidade no caso concreto é insuficiente a constatação da consciência atualizável do injusto, sendo porém aceitável o conhecimento sob a forma da coconsciência (MPDFT).
- dolo há de ser deduzido dos indícios, pq não é acessível à observação direta. O dolo reclama uma consciência atual das circunstâncias do tipo, mas não obrigatoria// uma consciência reflexiva, satisfazendo-se c/ uma coconsciência irreflexiva ou marginal (Lenart).
- Roxin adverte que o reconhecimento da coconsciência irreflexiva gera o risco de ampliar demasiada// o dolo, em prejuízo da prudência.
 Culpa
● Crime culposo → tipo aberto – inobservância do dever de asseguramento de tráfego (MPRJ).
- maioria não admite participação.
- admite coautoria pela concorrência de culpa (v.g. joga tábua da obra).
● Elementos do fato típico culposo: (CESPE)
- conduta humana voluntária (ação ou omissão);
- inobservância do cuidado objetivo (negligência, imprudência, imperícia);
- previsibilidade objetiva do resultado (CESPE 3X);
- ausência de previsão;
- resultado involuntário;
- nexo de causalidade;
- tipicidade.
● Previsibilidade condiciona dever de cuidado: quem não pode prever o resultado, não pode ter o dever de cuidado em não gerá-lo.
● Culpa inconsciente → resultado previsível, mas imprevisto.
● Culpa consciente (c/ previsão) → resultado previsível, previsto, mas não querido / não tolerância do resultado (MPSP - MPRJ).
● Culpa imprópria / por assimilação / por equiparação / por extensão → derivada de erro de tipo vencível – exclui dolo e pune por culpa – há quem admita tentativa nessa hipótese.
	- agente quer o resultado, mas incide em erro vencível e inescusável (MPSP).
- o agente, incidindo sobre erro de tipo inescusável (vencível), supõe estar diante de uma causa de exclusão de ilicitude, pratica ato (ação ou omissão), visando à proteção de seu bem, ou seja, causa que justificaria um fato típico.
* Nucci → sendo o tipo do crime culposo um tipo aberto, composto da ausência do dever de cuidado, não há como afirmar que alguém auxiliou outrem a ser imprudente, negligente ou imperito, s/ ter sido igual// imprudente, negligente ou imperito – não há diferença entre autores e partícipes.
● Resultado naturalístico → componente necessário à consumação do delito culposo.
– quase totalidade dos crimes culposos é composta de delitos materiais e de tipo penal aberto, mas há exceções (MPRJ).
– exceção → prescrever droga culposa// (art. 38, Lei 11.343/06) e omissão de cautela (art. 13, Lei 10.826/03).
 
T E O R I A D A I L I C I T U D E P E N A L
 Antijuridicidade
● Tipo do injusto → tipo legal (conduta + resultado naturalístico + nexo causal + adequação típica + dolo/culpa) + ilicitude (MPDFT)
● Pela teoria da ratio cognoscendi, a antijuridicidade é presumida a partir da tipicidade da conduta.
● Pode ser excluída pelas descriminantes / justificantes → tornam a conduta permitida pelo dto.
– difere da antinormatividade, cuja conduta, embora formal// típica, é fomentada pelo dto.
● Teoria objetiva → agente não precisa ter conhecimento da situação de perigo justificadora – análise se reduz à apreciação do fato.
● Teoria subjetiva → agente deve ter ciência de que sua conduta decorre de uma situação de perigo preexistente.
● P/ o reconhecimento da causa de exclusão de ilicitude, há necessidade da presença dos pressupostos objetivos e da consciência do agente de agir acobertado por uma excludente, de modo a evitar o dano pessoal ou de 3º, admitindo-se as causas supralegais de justificação (CESPE).
● As descriminantes putativas são causas de isenção de pena (MPPR).
 Estado de necessidade (art. 24, CP)
● Prática de ato p/ salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, dto próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
● Caracteriza o estado de necessidade a existência de conflitos de interesses juridica// amparados (TJGO).
● Prevalece que o perigo não pode ser gerado dolosa// → cabe estado de necessidade p/ quem gerou o perigo culposa//.
● Não alcança quem tem o dever legal de enfrentar o perigo.
● Exige commodus discessus (retirada cômoda / fuga) → no estadode necessidade exige-se o meio menos gravoso.
● Defensivo → bem sacrificado é do causador do perigo - não é ilícito penal - não é ilícito civil - não há dever de indenizar.
● Agressivo → bem sacrificado não é do causador do perigo - não é ilícito penal - não é ilícito civil - há dever de indenizar.
● CP adotou a teoria unitária qto ao estado de necessidade → sempre justificante, ou seja, o bem juríd. sacrificado deve ser sempre de valor igual ou inferior ao bem juríd. preservado (CESPE).
● CPM adotou a teoria diferenciadora do estado de necessidade → justificante ou exculpante.
● O CP de 1969 chegou a prever a teoria diferenciadora alemã, mas não entrou em vigor. Pondera-se entre os bens e deveres em conflito e só o bem reputado de menor valor pode ser licita// sacrificado p/ proteção do de maior valor (CESPE).
 Legítima defesa (art. 25, CP)
● Uso moderado dos meios necessários p/ repelir injusta agressão, atual ou iminente, a dto seu ou de outrem.
● Agressão injusta → direta ou indireta (animal como instrumento) – inclusive de inimputável.
● Não exige commodus discessus – salvo contra inimputável.
● Legítima defesa por omissão → ocorre qdo o agente deixa de agir p/ repelir injusta agressão iminente.
● Legítima defesa putativa → agente acredita estar diante de agressão injusta – erro de tipo permissivo ou de proibição indireto.
● Legítima defesa sucessiva → legítima defesa do excesso de legítima defesa – possível.
● Legítima defesa subjetiva – é o excesso exculpável → excesso na legítima defesa provocado por erro de tipo escusável (TJGO).
● Legítima defesa recíproca → real x real – impossível – não haveria agressão injusta na 2ª ação, pois a 1ª estaria justificada.
● Não se admite legítima defesa contra quem pratica o fato acobertado por causa de exclusão da culpabilidade (MPDFT).
● Não se admite legítima defesa contra estado de necessidade (a agressão não seria injusta – CESPE).
● O excesso de legítima defesa pode ser doloso, culposo ou isento de culpa (TRF).
 Estrito cumprimento do dever legal 
● Estrito Cumprimento deve ser estrito → exatamente nos termos em que autorizado.
- v.g. testemunha que, sob compromisso, narra fatos pertinentes à causa, ainda que isso signifique atribuir fato criminoso a outrem, mas s/ faltar c/ a verdade (MPDFT).
- v.g. oficial de justiça que cumpre mandado de busca e apreensão.
- v.g. ato praticado pelo agente infiltrado (MPGO).
● P/ a teoria funcionalista reduzida (Zaffaroni), exclui a tipicidade por configurar conduta ordenada pelo dto (tipicidade conglobante → ensejaria antinormatividade e não exclusão de antijuridicidade).
 Exercício regular de direito
● Exercício deve ser regular → não pode ser abusivo ou colocar 3º em risco.
● V.g. intervenção médica (MPMG), violência esportiva (TJRJ).
● P/ a teoria funcionalista reduzida (Zaffaroni), exclui a tipicidade por configurar conduta ordenada pelo dto (ensejaria antinormatividade e não exclusão de antijuridicidade).
 Causas supralegais
● Ofendículo → enquanto não acionado é exercício regular de dto // depois de acionado é legítima defesa preordenada.
● Consentimento (MPRJ) → irrelevante (bem indisponível) – exclui tipicidade (dissenso como elementar) – exclui ilicitude.
	- pode funcionar apenas como causa excludente da tipicidade e da antijuridicidade (MPPR).
- a definição do consentimento do ofendido como hipótese de atipicidade ou de justificação da conduta é dependente do tipo penal de que se trata no caso concreto (MPDFT).
● P/ excluir ilicitude o consentimento deve ser: 
– de pessoa capaz;
– de bem disponível;
– antes ou durante a conduta;
– revogável.
 Excesso nas descriminantes
● Doloso → causado propositada// – responde pelo resultado.
● Culposo → causado por erro de cálculo – responde pelo resultado a título de culpa.
● Exculpante → causa supralegal de excludente de culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa.
● O excesso punível pode ser doloso ou culposo (TJPB).
T E O R I A D A C U L P A B I L I D A D E P E N A L
● Culpabilidade é o juízo de reprovação que se formula ao autor → é a reprovação que se faz ao autor, por ter tido a possibilidade exigível de atuar de maneira diversa – é a reprovação da ação conforme a possibilidade de autodeterminação no caso concreto.
● Os elementos da culpabilidade não são psicológicos, mas normativos (puros juízos de valor – MPPR). A previsibilidade subjetiva é elemento da culpabilidade (potencial consciência da ilicitude – CESPE).
● Culpabilidade é: 
– fundamento da pena → pois elemento do crime (ligado ao conceito analítico de crime);
– limite da pena → pois representa o grau de censura do fato e autor (previsão do art. 59 CP).
● A culpabilidade é fator determinante p/ a adequação da pena à necessidade de prevenção geral (t. relativa ou preventiva) e espe-cífica, pois opera como limitador primário na sua aplicação, sendo sua análise indispensável à individualização da pena (MPRJ).
● Enquanto injusto é um juízo de desvalor do ato, a culpabilidade é juízo de reprovabilidade.
● P/ a afirmação da culpabilidade no caso concreto é insuficiente a constatação da consciência atualizável do injusto, sendo porém aceitável o conhecimento sob a forma da coconsciência (MPDFT).
● Coculpabilidade → se funda na constatação de que, se nenhuma sociedade apresenta mobilidade vertical, a ponto de oportunizar a todos os seus integrantes o mesmo espaço social, o juízo de reprovação penal deve adequar-se, em cada caso, ao espaço social conferido ao indivíduo (Zaffaroni).
- tal fator teria por efeito uma redução do juízo de reprovação incidente sobre o indivíduo, atenuando a correlata reprimenda penal. Haveria um compartilhar de responsabilidades entre o agente e a sociedade.
● Coculpabilidade às avessas → a tipificação de condutas dirigidas a pessoas marginalizadas, ou aplicando penas mais brandas aos detentores do poder econômicos, ou ainda como fator de diminuição e tb aumento da reprovação social e penal (MPMG) - identificação crítica da seletividade do sist. e da incriminação da própria vulnerabilidade (Gregore Moura).
- LCP → mendicância e vadiagem (tipificando condutas dirigidas a pessoas marginalizadas).
- nos casos de crimes comuns é apenas uma causa de diminuição ou atenuação da pena, enquanto nos crimes contra a ordem tributária é causa de extinção da punibilidade.
● Oculta compensatio → não se pode ter como requisito do princ. da insignificância a oculta compensatio, expressão que vem sendo utilizada pelo Ex-Min. Eros Grau, no sentido da bagatela se prestar a beneficiar somente as classes subalternas, utilizando requisito essencial// subjetivo que vai de encontro aos parâmetros objetivos norteadores da teoria do instituto.
- oculta compensatio significa a “compensação oculta” conferida às classes pobres, em decorrência de todo o sofrimento, que os parcos recursos financeiros lhes impõem.
	TEORIA PSICOLÓGICA
	TEORIA PSICOLÓGICA / NORMATIVA
	TEORIA NORMATIVA PURA ou EXTREMADA
	TEORIA NORMATIVA LIMITADA
	Causalistas / Beling
	Neokantistas / Mezger
	Finalistas / Welzel
	Finalistas / Welzel
	Espécies – dolo normativo / culpa
	--
	Dolo natural no tipo
	Dolo natural no tipo
	Dolo normativo 
(vontade + consciência da ilicitude) 
	Dolo normativo (vontade + consciência atual da ilicitude) e culpa
	Potencial consciência da ilicitude
	Potencial consciência da ilicitude
	
	Exigibilidade de conduta diversa - conduta valorada
	Exigibilidade de conduta diversa
	Exigibilidade de conduta diversa
	Imputabilidade (pressuposto da culpabilidade)
	Imputabilidade (elemento da cul-pabilidade)
	Imputabilidade (elemento da cul-pabilidade)
	Imputabilidade (elemento da cul- pabilidade)
	As duas modalidades de erro de permissão (erro de proibição indireto) que acon-tecem nas descriminantes putativas são inescusáveis (MPMG)
	Ratio essendi (fato só é típico se tb for ilícito)
Fato total do injusto
	Todas as descriminantes são erro de proibiçãoRatio cognoscendi
	Erro na descriminante pode ser:
- Erro de tipo permissivo – recai sobre pressuposto fático (mundo fenomênico)
- Erro de proibição indireto – recai sobre autorizações (descriminan-tes) e limites
	Ligação de nat. psíquica entre o agente e o fato (MPMG)
	
	Juízo de reprovação ao autor do fato (MPMG)
Consciência da antijuridicidade não faz parte do dolo, mas sim da culpabilidade (MPGO)
	Zaffaroni – esta teoria está relacionada c/ os elementos negativos do tipo
Obs: erro de permissão = erro de proibição indireto
● A diferença da psicológica p/ psicológica-normativa é que nesta a conduta é valorada, daí a exigibilidade de conduta diversa como elemento da culpabilidade.
 Potencial consciência da ilicitude
● Desde o neokantismo, exige-se apenas a valoração paralela na esfera do profano → análise do juiz acerca da capacidade do leigo de entender o caráter ilícito da conduta – inconsciente coletivo acerca do proibido ou permitido.
● Valoração paralela na esfera do profano (o que o leigo entende por ilícito) → o dolo no neokantismo era normativo, assim, quem agia c/ dolo, naquela época, é quem tinha consciência do fato e consciência da ilicitude, mas, esta, na esfera do leigo. Mezger dizia que a consciência da ilicitude exigida do criminoso era a consciência do povo, ou seja, o que o leigo entendia por ilícito. 
● C/ teoria normativa limitada são eliminados os requisitos subjetivos da culpabilidade, nela somente restaram requisitos normativos (potencial consciência da ilicitude, imputabilidade e exigibilidade de conduta diversa). Todos esses requisitos são normativos pq devem ser aferidos pelo juiz. Nem a imputabilidade nem a consciência da ilicitude, que se acham na cabeça do agente, devem ser enfocados desde essa perspectiva. Cabe ao juiz examinar em cada caso concreto se o agente tinha capacidade de entender ou de querer e, ademais, se tinha possibilidade de ter consciência da ilicitude, ainda que seja nos limites de sua capacidade de compreensão do injusto - numa "valoração paralela na esfera do profano”.
● Deslocamento do dolo natural p/ o tipo, fez c/ que a consciência da ilicitude se tornasse potencial → isso permitiu a responsabilização do erro de proibição vencível c/ redução de pena (pois qdo a consciência da ilicitude era atual, qq erro sobre o caráter ilícito da conduta, ainda que potencial// previsível a ilicitude, excluía a culpabilidade e isentava de pena).
● Teoria extremada → erro na descriminante putativa sempre como erro de proibição – autorização, limites e pressupostos.
● Teoria limitada → erro na descriminante putativa ora de proibição indireto (autorização/limite) ora de tipo permissivo (pressuposto).
● P/ Zaffaroni, a teoria limitada da culpabilidade apenas seria compatível c/ a teoria dos elementos negativos do tipo, pois só nesta teoria o erro na descriminante poderia ser erro de tipo.
● O erro de proibição, ainda que invencível, não exclui o dolo, mas sim a potencial consciência da ilicitude (MPRJ).
 Imputabilidade
● Imputabilidade é a capacidade psíquica de culpabilidade.
– é a capacidade de entender a ilicitude e de se adequar a ela (juízo de valor).
– não se confunde c/ responsabilidade (da imputabilidade decorre a responsabilidade).
● Teoria psicológica → é pressuposto da culpabilidade – s/ ela, não há relação psíquica entre conduta e resultado.
● Teoria psicológica / normativa e normativa → é um dos elementos que compõem a culpabilidade.
● Regra → critério biopsicológico.
– exceção → critério biológico na menoridade.
● Emoção e paixão → não excluem imputabilidade (art. 28, I) – podem ser atenuantes ou causas de redução de pena (privilégio).
● Doença mental é o critério biopsicológico → acarreta a inimputabilidade ou semi-imputabilidade conforme o critério psicológico:
 - inimputável → inteira// incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo c/ esse entendimento;
 - semi-imputável → não inteira// capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo c/ esse entendimento
● Embriaguez:
- preordenada ou não acidental (voluntária ou culposa) → responde pelo crime – actio libera in causa.
	- acidental (caso fortuito ou força maior) ou patológica: 
- completa → isenta de pena;
- incompleta → reduz a pena.
 Exigibilidade de conduta diversa
● Capacidade de adequar a conduta ao dto → p/ Zaffaroni, integra a imputabilidade.
● Pode ser excluída por coação moral irresistível (vis compulsiva) e obediência hierárquica (subordinado cumprindo ordem não manifesta// ilegal de autoridade competente).
 Dirimentes / exculpantes
● São causas que dirimem a reprovação social no tocante àquele que pratica um injusto penal (fato típico e antijurídico).
● Erro de proibição → exclui a culpabilidade qdo invencível ou indireto (qto à descriminante putativa).
● “A” encontra pacote jogado na calçada em via pública. Após apanhá-lo, mas antes de abri-lo, é abordado pela PM, que encontra cocaína no mesmo. “A” praticou fato típico e ilícito, mas s/ culpabilidade, por ter incorrido em erro de proibição invencível, s/ consciência do injusto típico (TJRS).
● Inimputabilidade → exclui a culpabilidade pela menoridade ou doença mental completa.
● Inexigibilidade de conduta diversa → exclui a culpabilidade pela coação moral irresistível ou vis compulsiva (a coação física exclui a própria tipicidade) ou obediência hierárquica (ordem não manifesta// ilegal de superior hierárquico).
T E O R I A D O E R R O P E N A L
 Erro de Tipo
● Se o agente não tiver consciência da realização de comportamento punível, incidirá em erro de tipo, que exclui o dolo, mas permitirá punição por crime culposo, se previsto em lei (TRF).
● Nunca interfere na competência → considera-se o efetiva// ocorrido.
● Erro de tipo incriminador → erro que recai sobre uma elementar do tipo incriminador.
● Erro de tipo permissivo → erro qto aos pressupostos fáticos da descriminante putativa (mundo fenomênico – teoria limitada da culpabilidade).
	- o erro sobre pressuposto fático de uma causa de justificação tem regra específica no CP (MPF).
- “A” tenta abrir a porta de carro alheio por achar que era o seu. “A” é atacado por “B”, uma vez que este acha que estava sendo vítima de furto. “B” agiu em legítima defesa putativa, a qual é caracterizada por um erro de tipo permissivo, excluindo a culpabilidade dolosa (TJRS).
- teoria dos elementos negativos do tipo → considera o erro sobre os pressupostos de uma causa de justificação como um erro sobre os elementos negativos do tipo, consequente//, excluindo o dolo (MPGO).
● Erro inevitável, invencível, escusável → exclui a previsibilidade – não é punível.
● Erro evitável, vencível, inescusável → exclui o dolo – pune-se a título de culpa imprópria se previsto o delito culposo.
● Erro essencial: - recai sobre elementar do tipo → elemento normativo (demanda juízo de valor);
 - elemento normativo especial de ilicitude → “indevidamente” / “sem juta causa”.
● Erro acidental → recai sobre dados não essenciais (periféricos) ao tipo – não exclui o dolo – crimes aberrantes.
- Crimes aberrantes → aqueles em que o erro acidental refere-se ao modo de execução do crime e dividem-se em: erro na execução (aberratio ictus); resultado diverso do pretendido (aberratio criminis/aberratio delicti); e dolo geral (aberratio causae).
● Erro sobre o objeto → responde pela coisa efetiva// lesada.
● Erro qto à pessoa → responde pela vítima pretendida (vítima virtual – teoria da equivalência).
● Erro na execução (aberratio ictus // desvio no golpe) → o objeto pretendido e o atingido devem ser equivalentes (pessoa/pessoa ou coisa/coisa) – pode ser em sentido estrito (vítima pretendida no local) ou por acidente (vítima pretendida não está no local).
- aberratio c/ resultado único → responde só pela vítima pretendida (teoria da equivalência).
- aberratio c/ resultado duplo → responde pelas duas em concurso formal ou material se

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