Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2005 1º Semestre DIREITO PROCESSUAL CIVIL I ? EXPEDIENTE CURSO DE DIREITO – CADERNOS DE EXERCÍCIOS Coordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá Prof. Sérgio Cavalieri Filho Prof. André Cleofas Uchôa Cavalcanti Coordenação Executiva: Márcia Sleiman COORDENAÇÃO DO PROJETO Comissão de Qualificação e Apoio Didático-pedagógico Presidência: Prof. Laerson Mauro Coordenação: Prof.ª Tereza Moura ORGANIZAÇÃO DO CADERNO Prof. Luís Carlos Araújo APRESENTAÇÃO A metodologia de ensino aplicada no Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá é centrada na articulação entre a teoria e a prática, com vistas a desenvolver o raciocínio jurídico do aluno. Essa metodologia abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito, permitindo o exercício constante da pesquisa, bem como a análise de conceitos e a discussão de suas aplicações. Nesta perspectiva, foi criada a Coleção Cadernos de Exercícios, que contempla uma série de casos práticos e interdisciplinares para serem desenvolvidos em aula, simulando casos concretos de provável ocorrência na vida profissional. O objetivo desta coleção é possibilitar aos alunos o acesso ao material didático que propi- cie um aprender fazendo. Os pontos relevantes para o estudo dos casos devem ser objeto de pesquisa prévia pelos alunos, envolvendo a legislação pertinente, a dou- trina e a jurisprudência, de forma a prepará-los para as discussões reali- zadas em aula. Esperamos, com estes cadernos, criar condições para a realização de aulas mais interativas e propiciar a melhoria constante da qualidade do ensino do nosso Curso de Direito. Coordenação Geral do Curso de Direito PROCEDIMENTOS Compete ao aluno 1. Resolver os casos concretos e as questões objetivas que serão discu- tidas em sala de aula. 2. Levar para a aula os apontamentos e as respostas necessários à corre- ção das questões e dos casos. O trabalho pode ser sucinto, não preci- sando exceder a 15 linhas. 3. Corrigir suas respostas após o debate e a apresentação da solução do caso pelo professor. 4. Arquivar o conteúdo das aulas em pasta própria, identificada com nome, turma e turno, que será entregue ao professor no dia da PR1, PR2 e 2ª chamada, para atribuição de até dois pontos. Atenção: A participação na discussão dos casos e na correção das respostas será objeto de avaliação subjetiva do professor, que poderá atribuir até dois pontos na PR1, PR2 e 2ª chamada. A prova final valerá dez pontos e não será considerada a apresentação da pasta. As provas (PR1, PR2 e 2ª chamada) serão compostas de seis questões de múltipla escolha, com respostas justificadas, valendo 0,5 ponto cada (total: três pontos), e dois casos concretos, valendo 2,5 pontos cada, num total de oito pontos. SUMÁRIO AULA 1 Noções básicas de Direito Processual Civil Autonomia e instrumentalidade. Natureza das leis processuais. Rela- ções do Direito Processual com outros ramos do Direito. Finalidade do Direito Processual. Leis processuais no tempo e no espaço. Prin- cípios informativos do Direito Processual. Distinção entre ação, juris- dição e processo. ..................................................................... 9 AULA 2 Jurisdição Conceito. Características. Princípios fundamentais. Poderes. Distinção entre funções do Estado. Poderes compreendidos na juris- dição. Espécies de tutela jurisdicional. Jurisdição contenciosa e vo- luntária. Substitutivos da jurisdição. ...................................... 11 AULA 3 Estrutura judiciária brasileira As Justiças especiais. Justiça federal, TRF e juízes federais. Organização da Justiça estadual. Órgãos da Justiça estadual. Órgãos especiais das Justiças estaduais. Câmaras cíveis, juízes de Direito. Juizados Especiais Cíveis estaduais e da Justiça federal. Turmas recursais....... 12 AULA 4 Ação Conceito. Condições de legítimo exercício da ação. Condições gené- ricas e específicas. Específicas positivas e negativas......................... 15 AULA 5 Ação Classificação. Elementos de individualização das ações. Concurso e cumulação de pedidos. Momento da cumulação. Espécies de cumula- ção. Requisitos da cumulação.................................................. 18 AULA 6 Processo Conceito. Natureza jurídica. Objeto. Relação jurídica processual. Pres- supostos processuais: de existência e de validade......................... 19 AULA 7 Competência Conceito. Natureza jurídica. Competência internacional e interna. Competência das Justiças especiais. Competência da Justiça comum: federal e dos estados. .............................................................................. 21 AULA 8 Competência Critérios de fixação da competência. Competência de foro. Critério territorial. Competência de juízo. Critério objetivo e funcional. Incom- petência relativa e absoluta. Distinção. ....................................... 23 AULA 9 Competência Modificações da competência. Prevenção. Conexão. Continência. Prorrogação e perpetuação. Controle da competência e seus instrumen- tos: controle de ofício, exceção de incompetência e conflito de com- petência. .................................................................................................... 25 AULA 10 Partes Sujeitos do processo. Distinção com o sujeito da lide. Capaci- dade. Compreensão. Conceito. Capacidade de ser parte e capaci- dade de estar em juízo. Conseqüências da falta de capacidade processual............................................................................ 30 AULA 11 Processo e procedimento Espécies de processo. Espécies de procedimento. Princípios gerais do processo e do procedimento. Garantias constitucionais proces- suais. Atos atentatórios ao exercício da jurisdição.......................... 31 AULA 12 Formação do processo Sujeitos do processo. Partes. Juiz. Sucessão processual. Substituição processual. Tratamento especial ao idoso........................... 33 AULA 13 Procedimentos e sua estrutura Procedimentos ordinários, sumários e especiais. A conversão dos procedimentos especiais para o ordinário. Procedimento da Lei 9.099/1995. Princípios norteadores dos Juizados especiais de causas cíveis.................................................................................... 35 8 9 AULA 1 Noções básicas de Direito Processual Civil Autonomia e instrumentalidade. Natureza das leis processuais. Relações do Direito Processual com outros ramos do Direito. Finalidade do Direito Processual. Leis processuais no tempo e no espaço. Princípios informa- tivos do Direito Processual. Distinção entre ação, jurisdição e processo. CASO 1 Proposta ação de conhecimento por Caio em face de Mévio. Citado por edital, o réu não oferece contestação. O juiz, atendendo ao que dispõe o art. 9º do CPC, nomeia curador especial ao réu para oferecer a sua defesa. Na audiência foram ouvidas as testemunhas do autor. O juiz que a presi- diu considerou falso por ser manifestamente contrário aos fatos cons- tantes dos autos o depoimento prestado pela testemunha Sabrina, que tinha sido advertida no momento em que foi colhido o seu compromisso. Indaga-se: É do conhecimento de todos que o Direito Processual Civil mantém relações com outros ramos do Direito. No presente caso, levando em conta o que ocorreu na audiência, quais as relações existentes entre o processo civil e os outros ramos do Direito? A autonomia do Direito Processual estaria afetada neste caso? CASO 2 Imaginemos que uma sentença condenando a Fazenda Pública ao paga- mento de uma indenização por danos materiais, de valor inferior a 60 salários mínimos, é proferida dias antes da entrada em vigor da Lei 10.352/ 2001, que acrescentou o § 2º ao art. 475 do CPC. Ainda assim, está sujeita à revisão obrigatória? Por quê? Justifique indicando o dispositivo legal pertinente. CASO 3 Imaginemos que está em votação, na AssembléiaLegislativa do Estado do Rio de Janeiro, o Projeto de lei 3.333 que trata de reformas no Sistema Recursal previsto no Código de Processo Civil no âmbito do Estado do Rio de Janeiro para atender ao princípio da celeridade processual. Visa alterar precisamente o disposto no art. 508 do CPC. 10 Pergunta-se: a) A Assembléia Legislativa estadual pode legislar sobre matéria pro- cessual? Por quê? b) E quanto aos procedimentos administrativos de apoio ao proces- so? Justifique, indicando o dispositivo legal pertinente. c) Este projeto de lei é constitucional? Justifique e dê a base legal. Questões objetivas 1) Assinale a alternativa INCORRETA: a) A doutrina classifica o Direito Processual Civil como ramo do Direi- to Público. b) Considerando a estreita ligação com o direito material, pode-se a- firmar que o Direito Processual possui nítido caráter acessório. c) O Direito Processual Civil é do ponto de vista jurídico um instru- mento a serviço do direito material. d) É possível dizer que o Direito Processual se relaciona com os de- mais ramos da ciência jurídica formando uma conexão instrumen- tal genérica e específica. 2) Considere as afirmações quanto aos métodos de interpretação da lei processual, apontando a alternativa INCORRETA: a) Como aponta a doutrina, após utilizarmos todos os meios de in- terpretação, chegamos a um resultado que pode ser: declarativo, restritivo, extensivo ou ab-rogante. b) O fenômeno da integração dispõe que o magistrado diante de uma lacuna da lei não poderá eximir-se de julgar, devendo portanto re- correr à analogia, aos costumes e aos princípios gerais do Direito. Projeto de lei 3.333 ( altera o artigo 508 da Lei 5.869/1973) Art. 1º. Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordi- nário, no recurso especial, no recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de dez dias. Esta lei entrará em vigor na data da publicação. 11 c) Podemos apontar cinco métodos de interpretação da lei processual: literal, lógico-sistemático, histórico, comparativo e teleológico. d) No chamado método teleológico, o intérprete busca subsídios nas lições da doutrina e normas do direito positivo estrangeiro. AULA 2 Jurisdição Conceito. Características. Princípios fundamentais. Poderes. Distinção entre funções do Estado. Poderes compreendidos na jurisdição. Espé- cies de tutela jurisdicional. Jurisdição contenciosa e voluntária. Substitu- tivos da jurisdição. CASO 1 Caio, funcionário público municipal, foi punido em processo administra- tivo, sob a acusação de improbidade administrativa. Promove em juízo ação pleiteando anulação da decisão administrativa ao argumento de que não lhe foram garantidos os princípios constitucionais do contradi- tório e da ampla defesa. O município, por meio do seu procurador, apre- senta defesa sustentando que a decisão do processo administrativo não pode ser modificada pelo órgão jurisdicional, por haver transitada em julgado, sendo imutável. Indaga-se: Tem razão o procurador do município? Justifique a resposta. CASO 2 Antônio e Maria, casal sem filhos, após três anos de vida matrimonial, decidem postular em juízo a separação consensual. Pergunta-se: a) Trata-se de modalidade de jurisdição voluntária ou contenciosa? Por quê? b) Neste caso, está presente o caráter substitutivo da jurisdição? Justifique. c) Aponte as principais diferenças entre jurisdição voluntária e juris- dição contenciosa. 12 Questões objetivas 1) Marque a alternativa CORRETA. São princípios da jurisdição: a) investidura, aderência, indelegabilidade e inafastabilidade. b) investidura, abstração e inafastabilidade. c) indelegabilidade, oralidade e identidade física do juiz. d) inafastabilidade, devido processo legal e contraditório. 2) Marque a alternativa INCORRETA: a) A função legislativa consiste na atividade de elaboração de leis de caráter geral e abstrato. b) A função jurisdicional consiste na aplicação das normas abstratas ao caso concreto submetido à apreciação do Poder Judiciário. c) A função administrativa não tem caráter substitutivo e os procedi- mentos são resolvidos pela administração. d) A função jurisdicional não produz decisão de natureza definitiva. AULA 3 Estrutura judiciária brasileira As Justiças especiais. Justiça federal, TRF e juízes federais. Organização da Justiça estadual. Órgãos da Justiça estadual. Órgãos especiais das Justiças estaduais. Câmaras cíveis, juízes de Direito. Juizados Especiais Cíveis estaduais e da Justiça federal. Turmas recursais. Obs: As atribuições dos órgãos de Justiça estadual estão previstas nos Códigos de Organização Judiciária (1ª e 2ª instâncias) e nos regimentos internos dos Tribunais de Justiça. O projeto de emenda da Constituição da República, em tramitação no Congresso Nacional, suprime os tribu- nais de alçada atualmente existentes nos mencionados estados. Os Tri- bunais Militares foram implantados nos estados de São Paulo, Minas Gerias e Rio Grande do Sul. 13 TST (111, I, CF) TST (111, I, CF) TRT (118, II, CF) Justiça Trabalho (118, III, CF) TSE (118, I, CF) TSE (118, I, CF) TRE (118, II, CF) Justiça Eleitoral (118, III, CF) Junta Eleitoral (118, IV, CF). STM (112, I, CF) STM (112, I, CF) Tribunal Militar (112, II, CF) STF (arts. 101 e 102,CF) STJ (art. 105, CF) Justiças Especiais / Justiça Comum TRF's (106, I, CF) Justiça Federal (106, III, CF) Tribunal Justiça (125 CF) Justiças Estaduais (125 CF) Turma de Uniformização (14, § 2º, Lei 10.259/2001) Turmas Recursais (21, Lei 10259/2001) Juizados Especiais (3º Lei 10.259/2001) Turmas Recursais (98, parágrafo único, CF Lei 10.259/2001) Juizados Especiais (98, parágrafo único, CF Lei 10.259/2001). Organograma do Poder Judiciário Tribunal Pleno 33 ministros (CF, art. 104). Conselho da Justiça Federal (105, parágrafo único) Corte Especial 21 ministros 1º Seção 10 ministros 1ª Turma 5 ministros 2ª Turma 5 ministros 2º Seção 10 ministros 3ª Turma 5 ministros 4ª Turma 5 ministros 3º Seção 10 ministros 5ª Turma 5 ministros 6ª Turma 5 ministros Organograma do Superior Tribunal de Justiça 14 Obs.: A competência da corte especial, das seções e das turmas, ratione materiae, é definida no regimento interno do Superior Tribunal de Justi- ça. O Tribunal Pleno só exerce funções administrativas. O conselho da Justiça Federal exerce a supervisão administrativa e orçamentária da Jus- tiça federal de 1º e 2º graus. CASO 1 João Braga, português, residente em Coimbra, Portugal, pretende postu- lar ação reivindicatória de um imóvel situado na comarca do Rio de Janei- ro em face de Sílvio, também português, residente na comarca de Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Indaga-se: a) A ação deve ser distribuída na Justiça comum ou em uma das Justiças especiais do Brasil? Por quê? b) Como se sabe quando a competência é da Justiça federal ou de uma das Justiças estaduais? c) Sendo da competência da Justiça comum, como se sabe qual é o juízo competente. CASO 2 Mévia pretende mover ação de alimentos em face de seu pai, tendo em vista ser menor e deles necessitar para o seu sustento. Mévia reside na cidade do Rio de Janeiro, capital, e o seu pai na cidade de São Gonçalo. Indaga-se: A autora deverá promover a ação em que Justiça comum? Qual a comarca? Por que não é da competência da Justiça comum federal? Questões objetivas 1) Paulo e Joana, brasileiros, casados, residentes na Argentina, promoveram o seu divórcio nesse país. Retornam ao Brasil, onde Paulo pretende se casar. Indaga-se: a) Há liberdade para Paulo novamente se casar, bastando exibir a certidão de casamento com a averbação do divórcio. 15 b) Somente poderá casar no Brasil se promovera homologação da sentença de divórcio no STJ. c) O divórcio do casal deverá ser promovido no Brasil. d) Nenhuma das alternativas está correta. 2) Fernando Carlos residente e domiciliado na capital do Estado do Rio de Janeiro, pretende promover, em face da CEF, ação de indenização por danos morais no valor correspondente a 40 salários mínimos. A ação deverá ser promovida: a) na Justiça estadual. b) na Justiça federal. c) no Juizado Especial de causas cíveis da Justiça federal. d) por opção do autor, em qualquer Justiça federal ou estadual. e) Nenhuma das alternativas acima. AULA 4 Ação Conceito. Condições de legítimo exercício da ação. Condições genéricas e específicas. Específicas positivas e negativas. CASO 1 Mévio promove ação em face da Construtora Carioca Ltda., estabelecida na avenida do Imperador, 100, em Petrópolis, perante o juízo da 1ª Vara Cível central da comarca do Rio de Janeiro, postulando a condenação do réu a fazer reparos no imóvel novo que lhe foi entregue, por força de contrato de compra e venda celebrado entre as partes. Citado, o réu alegou a sua ilegitimidade, eis que a obrigação não é de sua responsabi- lidade e sim da Incorporadora Santa Clara, dona da obra, localizada tam- bém nesta cidade, com quem o autor efetivamente celebrou contrato. Indaga-se: A ilegitimidade de parte passiva é questão que se encontra no plano do processo ou do direito material (mérito)? Acolhida a defesa do réu o processo será extinto sem julgamento do mérito? Por quê? 16 CASO 2 Caio promoveu ação em face de Alberto alegando ser credor da impor- tância de R$ 5.000,00. Citado, o réu alega que o verdadeiro devedor é a sociedade empresária Livraria Sentinela da Cultura Ltda, da qual é o diretor presidente e representante legal. Indaga-se: O réu é parte legítima para figurar no polo passivo? Por quê? A questão envolve matéria do plano processual ou do mérito? É possível a substituição de parte pelo juiz, fazendo ingressar no pólo passivo a Livraria Sentinela da Cultura Ltda.? CASO 3 Carlos promoveu ação em face de Daniel postulando a condenação do réu a pagar indenização decorrente de ilícito civil a título de dano moral. O juiz, ao proferir a sentença, elaborou o relatório (art. 458, I , do CPC) nos seguintes termos: “Antônio Carlos ingressou em juízo com o presente processo contra Daniel, visando à procedência da ação para que o réu fosse condenado ao pagamento de indenização por danos morais.” Indaga-se: A redação desta parte da sentença, sob o prisma processual, está correta? Por quê? CASO 4 Carlos Alberto promoveu ação de conhecimento em face de Fernando Batista, postulando a cobrança de créditos constituídos a seu favor. Citado, o réu alega, na contestação, a existência de outro processo pen- dente, com o mesmo pedido, a mesma causa de pedir e, entre as mesmas partes, ação que foi movida anteriormente pelo autor, juntando a com- provação do alegado. Indaga-se: Neste caso o réu está argüindo a inocorrência de alguma condição da ação? Porquê? Até que momento essa questão poderia ser suscitada? CASO 5 Antônio promove ação em face de João cobrando a importância de R$ 5.000,00. Citado, o réu alega tratar-se de dívida de jogo de azar, pelo que pede a extinção do processo sem julgamento de mérito. Produzida a pro- 17 va na audiência, ficou provado que o valor é realmente oriundo de dívida de jogo de azar. Indaga-se: O advogado do réu deverá manter, em sua defesa, na sustentação oral na audiência, a impossibilidade jurídica do pedido, com extinção do processo sem julgamento do mérito ou pugnar, pelo que ficou provado, a improcedência do pedido e conseqüente extinção do processo com exame de mérito? Até que momento a matéria sobre a falta de condição para o legítimo exercício da ação pode ser alegada e por quê? Questões objetivas 1) É CERTA a afirmação: a) A ação e o processo são expressões sinônimas. b) A ação provoca a jurisdição, que é exercida por meio de um com- plexo de atos, que é o processo. c) A ação é o método pelo qual se provoca a prestação jurisdicional do Estado num caso concreto. d) As alternativas B e C estão corretas. 2) Sobre a concepção da teoria abstrata da ação, assinale a afirmativa CORRETA: a) Só tem a ação quem for titular efetivo do direito postulado. b) O direito de ação não está condicionado à existência do direito material e com ele não se confunde. c) O direito de ação corresponde a um outro direito a obter uma resposta de mérito d) Não há exercício do direito de ação quando o juiz extingue o pro- cesso sem julgar o mérito. 3) De acordo com a legislação processual civil, a ausência das condições da ação e dos pressupostos processuais: a) pode ser reconhecida pelo juiz de ofício ou a requerimento da parte, a qualquer tempo, antes de proferida a sentença, não se verificando na hipótese a preclusão. 18 b) somente pode ser reconhecida mediante iniciativa da parte. c) não pode ser examinada após o saneador. d) deve necessariamente ser decidida no despacho que determina a citação. AULA 5 Ação Classificação. Elementos de individualização das ações. Concurso e cumulação de pedidos. Momento da cumulação. Espécies de cumulação. Requisitos da cumulação. CASO 1 Foi proposta ação por Mariana em face de Pedro, postulando a autora a separação judicial do casal, sob o fundamento de grave violação dos deveres conjugais. Narra, como causa de pedir, que o réu teria deixado de prover o sustento da família. Citado, o réu oferece contestação, alegando que se encontra desempregado. Indaga-se: Quais são os elementos subjetivos, objetivos e causais da ação proposta? O que é o princípio da individualização das ações? CASO 2 Gustavo promove ação de investigação de paternidade cumulada com pedido de alimentos em face de Frederico, seu suposto pai. Citado, o réu oferece contestação negando a paternidade, pelo que os alimentos não são devidos. Indaga-se: O autor formulou que espécie cumulação de pedidos? Qual a distinção entre cumulação eventual e sucessiva? Questões objetivas 1) São condições genéricas para o legítimo exercício da ação: a) jurisdição, legitimação e devido processo legal. 19 b) inafastabilidade do Poder Judiciário, possibilidade jurídica do pe- dido e o princípio da inércia. c) legitimidade, possibilidade jurídica do pedido e interesse processual. d) interesse processual, legitimidade e demanda. e) possibilidade jurídica do pedido, jurisdição e contraditório. 2) São requisitos da cumulação de pedidos: a) competência do juízo, causa de pedir e pedidos idênticos. b) competência do mesmo juízo para conhecer de todos os pedidos, compatibilidade entre os pedidos e adequação dos procedimen- tos para todos os pedidos. c) uniformidade de procedimento e competência do mesmo juízo. d) adequação de procedimentos, competência do mesmo juízo e co- nexão pela causa de pedir. e) conexão, demanda e jurisdição. 3) Uma ação é idêntica à outra quando: a) não foi admissível, a seu respeito, a confissão. b) tem a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. c) se repete ação que está em curso. d) tem o mesmo pedido, a mesma causa de pedir e as mesmas partes. e) apenas são iguais as causas de pedir. AULA 6 Processo Conceito. Natureza jurídica. Objeto. Relação jurídica processual. Pressu- postos processuais: de existência e de validade. CASO 1 Ricardo Silva propôs em face de sua filha, Cristina da Silva, ação de exoneração de alimentos, alegando que a ré, com mais de 24 anos de idade, possui meios próprios para prover a sua subsistência. Narra, como 20 causa de pedir, que recebe quantia insignificante como funcionário pú- blico, padecendo ainda de problemas de saúde, que comprometem quase todo o seu salário, pelo que não dispõe de condições financeiras para continuar provendo a manutenção da ré. A ré não contestou o pedido. Verificou-seque, por engano, o ato de citação se deu na pessoa de sua mãe, de nome igual ao da filha. Indaga-se: A citação nula caracteriza ausência de pressuposto processual de existência ou de validade? Por quê? A questão jurídica é do plano do processo ou do direito material? CASO 2 Adão promoveu ação em face de Amélia, menor impúbere, postulando a redução do valor da pensão alimentícia, em conta que sua filha recebeu herança – legado – de grande valor pela morte de seu avô materno, em testamento, além de pensão substancial para a sua manutenção. A cita- ção da ré foi feita na pessoa de sua mãe. Indaga-se: a) A citação foi corretamente feita? Por quê? b) Amélia, menor impúbere de 14 anos, tem capacidade de ser parte e de estar em juízo? c) A falta de representação legal acarreta ausência de pressuposto processual de existência ou de validade? CASO 3 Professores aposentados do quadro da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro impetraram mandado de segurança objetivando a percepção integral de seus vencimentos, reduzidos por ato da Secretária Estadual de Administração. Argumentam que a redução operada violou direito líquido e certo, atentando ainda contra o princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos. A ré, notificada, ale- gou ilegitimidade ad processum do representante dos autores, na medi- da em que estaria impedido de exercer a advocacia em face do Estado do Rio de Janeiro, pelo fato de pertencer ao quadro de servidores da Assem- 21 bléia Legislativa, estando no cargo de procurador jurídico, o que enseja a extinção do processo sem julgamento do mérito. Indaga-se: O advogado é representante dos autores? Há no caso ilegitimidade ad processum ou falta de capacidade postulatória? É vício sanável ou insanável? Questões objetivas 1) São pressupostos processuais subjetivos: a) Legitimidade, capacidade de ser parte e capacidade postulatória. b) Legitimidade, capacidade processual e capacidade de estar em juízo. c) Capacidade processual, capacidade postulatória e capacidade de ser parte. d) Capacidade civil, capacidade processual e representação. 2) A representação da parte por advogado é um(a): a) condição ao exercício do direito de ação. b) pressuposto processual subjetivo. c) matéria de exame de mérito. d) pressuposto processual objetivo. e) pressuposto processual de existência do processo. AULA 7 Competência Conceito. Natureza jurídica. Competência internacional e interna. Com- petência das Justiças especiais. Competência da Justiça comum: federal e dos estados. CASO 1 Adão Coimbra pretende mover ação de cobrança de dívida contraída por Aurélio dos Santos, em virtude de contratação de prestação de serviços, tendo o réu domicílio e residência na cidade de Três Rios. 22 Indaga-se: O autor deverá promover a ação em que órgão do Poder Judiciário? Qual é, no caso, o critério de fixação da competência da Justiça estadual? CASO 2 A Companhia Imperial de Seguros do Brasil foi citada por carta rogatória advinda da Justiça da França, da Companhia de Resseguros Eiffel, como autora. A causa envolve alegação de descumprimento de obrigação contratual entre a autora e a ré. Indaga-se: A jurisdição brasileira seria a competente? Por quê? Trata-se de competência exclusiva ou concorrente da justiça brasileira? CASO 3 Fabrício pretende fazer prova de relação de trabalho, de período em que sua carteira de trabalho não estava assinada pelo empregador da época (ano de 1970), para efeito de alcançar a aposentadoria. O justificante reside na comarca da capital do Estado do Rio de Janeiro. Indaga-se: Qual da Justiça comum é a competente? Se o justificante tivesse domicílio na comarca de Sumidouro, que órgão do judiciário seria o competente? Questões objetivas 1) Caio, alegando que perdeu um de seus dedos enquanto operava uma prensa na empresa em que trabalha, propôs demanda com objetivo de obter pagamento de benefícios previdenciários a que tem direito. Essa demanda deverá ser julgada pela: a) Justiça do Trabalho. b) Justiça comum federal. c) Justiça comum estadual, por Vara da Fazenda Pública, nas comarcas em que esta existir. d) Justiça comum estadual, por Vara Cível, se não existir Vara espe- cializada. e) Justiça especial. 23 2) Maria Angélica, portuguesa, após viver longo período no Brasil, decide voltar à terra natal, para viver ao lado de seu único irmão. Dois meses após desembarcar em Portugal, Maria Angélica falece vítima de acidente automobilístico. Seu vasto patrimônio é constituído por dois imóveis situados no Rio de Janeiro, cinco na Espanha e três em Portugal. Pergunta- se: Qual o juízo competente para processar o inventário dos bens situados no Brasil? a) Caberia à Justiça portuguesa por três motivos básicos: a falecida era portuguesa, deixou bens neste país e o único herdeiro reside em Portugal. b) Os herdeiros podem optar entre a Justiça brasileira ou a portugue- sa, uma vez que a falecida possuía bens em ambos os países. c) Seria exclusivamente a Justiça brasileira, pois somente a autorida- de judiciária brasileira pode decidir acerca da partilha de bens situados em território nacional. d) Tendo em vista que a maior parte do patrimônio de Maria Angélica encontra-se na Espanha, a justiça deste país seria competente para processar o inventário. AULA 8 Competência Critérios de fixação da competência. Competência de foro. Critério territorial. Competência de juízo. Critério objetivo e funcional. Incompe- tência relativa e absoluta. Distinção. CASO 1 Sérgio propôs ação em face de Gustavo, na comarca de Carmo, postulan- do a anulação do contrato de compra e venda de imóvel situado na cidade de Sapucaia, por vício de manifestação da vontade (simulação). Citado, o réu, residente na cidade do Carmo, alega em preliminar, na contestação, a incompetência do foro, considerando que o imóvel está localizado na cidade de Sapucaia, envolvendo a ação disputa de um imóvel, sendo a incompetência absoluta do juízo da comarca de Carmo. 24 Indaga-se: A competência é de foro ou de juízo? Trata-se de ação real ou pessoal? O réu tem razão? CASO 2 Júnior, domiciliado na cidade de Cabo Frio, propõe em face de Celso ação de indenização por dano moral decorrente do delito de lesão corporal. O juiz da comarca de Cabo Frio, para onde a ação foi distribuída, declina de sua competência para o juízo da comarca de Saquarema, entendendo ser competente o juízo do foro do lugar do fato, nos termos do art. 100, V, “a”, do CPC. Fundamenta sua decisão afirmando que a norma do parágrafo único do art. 100 do CPC não se aplica a todo e qualquer delito, mas aos que se verificam com a utilização de veículos. Indaga-se: A competência é do foro da comarca de Cabo Frio ou é da comarca de Saquarema? Por quê? A regra do art. 100, parágrafo único, é especial em relação às previstas nos artigos 94 e 100, V, letra “a”, todas do CPC? CASO 3 Maria ajuizou execução de prestação alimentícia perante a 4ª Vara de Família regional de Jacarepaguá. O executado peticionou argüindo a in- competência absoluta deste juízo, tendo em vista que a ação de conheci- mento foi intentada e decidida na 1ª Vara de Família regional e, segundo o art. 575, II, do CPC, ali seria o juízo competente para a ação de execução. Indaga-se: A alegação de incompetência absoluta, feita pelo executado, deve ser acolhida pelo juiz? O juízo poderia conhecer da matéria de ofício? CASO 4 Cassiano promoveu ação de investigação de paternidade em face de seu pai Paulo, tendo sido distribuída para a 1ª Vara Cível da comarca de Nova Iguaçu. Citado, o réu alega em preliminar, na contestação, a incompetên- cia absoluta do juízo, em conta que o objeto da ação diz respeito à matéria de competência de uma das varas de família da mesma comarca. Indaga-se: A competência é de foro ou de juízo? Por quê? É absoluta? Tem razão o réu?25 Questões objetivas 1) A ação fundada em direito pessoal será proposta no domicílio do réu, segundo a regra do art. 94 do CPC. Diante desse dispositivo legal, é CORRETA a afirmação: a) Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. b) Sendo incerto ou desconhecido seu domicílio, o réu somente po- derá ser demandado no foro do seu curador nomeado em proces- so de interdição. c) Quando não tiver domicílio no Brasil, o réu será demandado no país onde estiver domiciliado ou, se esse país não tiver relações diplomáticas com o Brasil, no foro do seu último domicílio. d) Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão de- mandados no foro do domicílio do autor da ação. 2) Marque a alternativa CORRETA: a) A incompetência relativa pode ser argüida pelas partes. b) A incompetência absoluta pode ser alegada a qualquer tempo. c) A incompetência relativa pode ser alegada a qualquer tempo. d) A incompetência absoluta só pode ser conhecida pelo juiz. AULA 9 Competência Modificações da competência. Prevenção. Conexão. Continência. Pror- rogação e perpetuação. Controle da competência e seus instrumentos: controle de ofício, exceção de incompetência e conflito de competência. CASO 1 João Paulo promoveu ação em face de Sérgio Mendes, na comarca de Duque de Caxias, narrando como causa de pedir que é credor do réu, em razão de contrato de prestação de serviços, já cumprido pelo autor. Não recebeu os valores ajustados no pacto. Citado, o réu argüiu em preliminar 26 que dois dias após a sua citação mudou de endereço, passando a residir na comarca vizinha de São João de Meriti, para onde os autos deverão ser remetidos, certo de que a competência é de foro, critério territorial, aplican- do-se o disposto no art. 94 do CPC. Indaga-se: A preliminar do réu deverá ser acolhida? Qual o significado da perpetuatio jurisdicionis? Fundamente a resposta, indicando os dispo- sitivos legais pertinentes. CASO 2 João requereu perante o juízo da 1ª Vara de Órfãos e Sucessões, da comarca da capital do estado, levantamento da interdição de seu filho Carlos, sujeito à curatela de sua mãe, Maria José, e com ela residente nesta cidade do Rio de Janeiro. O Ministério Público oficiou no sentido de que o foro competente para conhecer do pedido seria o da comarca de Macaé (RJ), onde a interdição fora decretada. Indaga-se: A manifestação do órgão de atuação do Ministério Público está correta? Por quê? CASO 3 Cláudio propôs em face de Administradora de Consórcio Malboro Ltda. ação postulando a condenação da ré a restituir prestações de consórcio de automóveis, perante o juízo da 10ª Vara Cível central da comarca da capital. Este declinou da sua competência para um dos juízos das Varas empresa- riais, entendendo incidir no caso concreto a hipótese do art. 101 do Código de Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Rio de Janeiro. Indaga-se: A decisão do juiz foi correta? A competência das Varas empresa- riais é absoluta ou relativa? Por quê? CASO 4 Joana propôs perante o Juizado Especial Cível de Jacarepaguá, em face da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), ação de indenização pelos danos causados a seu carro, em virtude da queda de galhardetes pendurados nos postes. Aduziu a ré que já havia recomendado ao seu gari que os cortasse, sem, contudo, proporcionar-lhe os meios e condições 27 adequadas para perfeita realização do serviço. Em contestação, a Comlurb argüiu a incompetência do juízo, alegando ser uma sociedade de economia mista, prestadora de serviço público de limpeza urbana, entidade da admi- nistração indireta do Município do Rio de Janeiro, criada pelo Decreto-lei 102/1975. Portanto, as matérias relacionadas com a companhia deverão ser discutidas em uma das Varas de Fazenda Pública, segundo o artigo 86, letra “a”, do CODJERJ, e art. 3º, § 2º, da Lei 9.099/1995. Indaga-se: Procede a preliminar argüida pela ré, de incompetência do juízo do Juizado Especial de Jacarepaguá? Trata-se de incompetência absoluta ou relativa? CASO 5 Mévia ajuizou ação ordinária de responsabilidade civil em face do Esta- do do Rio de Janeiro, postulando indenização em razão da chacina de Vigário Geral. O feito foi distribuído para a 5ª Vara de Fazenda Pública da comarca da capital. Foi promovida anteriormente, por outra vítima da chacina, ação idêntica distribuída para a 2ª Vara de Fazenda Pública, da mesma comarca. Citado, o réu opõe exceção de incompetência, sus- tentando que o feito deverá ser remetido para a 2ª Vara de Fazenda Públi- ca, sob o argumento de que há conexão entre as ações, em conta que ambas possuem a mesma causa de pedir, embora distintos os autores. O réu sustenta, em sua defesa, a necessidade de reunião dos processos para evitar decisões contraditórias, em desprestígio à imagem da Justiça. Indaga-se: Há conexão entre as causas? É necessária ou não a reunião das ações propostas em separado? CASO 6 Cornélio promoveu ação de anulação de contrato de hipoteca sobre deter- minado imóvel em face de Lúcio. A ação foi proposta na cidade de Teresópolis, onde o réu reside, distribuída para a 1ª Vara Cível. O juiz, ao despachar a inicial, entendeu ser incompetente, no fundamento de que a ação envolve direito real, pelo que competente o juízo onde se localiza o bem imóvel, remetendo os autos para a comarca de Petrópolis. Recebidos os autos, a ação foi distribuída para o juízo da 2ª Vara Cível, que entendeu 28 ser competente o juízo da comarca de Teresópolis, onde reside o réu, por tratar-se de ação pessoal, aplicável à espécie o art. 94 do CPC. Indaga-se: a) Pode o juízo da comarca de Petrópolis devolver os autos ao juízo da comarca de Teresópolis? Por quê? b) Qual a providência que deverá tomar o juízo da comarca de Petrópolis? c) Pode o relator do incidente proferir imediatamente o julgamento monocrático? Por quê? CASO 7 Mário ajuizou ação de reparação de danos morais em face do Estado do Rio de Janeiro, alegando tratamento indigno quando esteve preso na carceragem da delegacia policial de Barra Mansa. A ação foi proposta naquela comarca, onde se deu o ato ilícito, havendo, porém, o juízo da 3ª Vara Cível, para onde foi distribuída, declinado de sua competência para um dos juízos da Fazenda Pública da capital. Indaga-se: Está correta a decisão do juiz? O que pode o juiz declinado promover, entendendo ser incompetente para conhecer e processar a ação? Por quê? CASO 8 Andréia propôs, em face do grupo Setor, ação ordinária que foi distribuída para a 25ª Vara Cível central da comarca da capital, postulando indenização por perdas e danos, decorrentes do desabamento do edifício onde morava. Existe, entretanto, nos autos, cópia da sentença em que o juízo da 4ª Vara Cível central da comarca da capital decidiu anteriormente idêntica matéria em outra ação, promovida por um vizinho em face de uma construtora, componente do grupo Setor, com base no mesmo evento. Em face disso, o juízo da 25ª Vara Cível declinou de sua competência para o juízo da 4ª Vara Cível, entendendo existir, entre as ações, identidade de causa de pedir, de pedidos e das partes rés, o que caracteriza a conexão. 29 Indaga-se: Agiu corretamente o juízo da 25ª Vara Cível, remetendo os autos para o juízo da 4ª Vara Cível, por entender presente a conexão? A ré poderá argüir, por simples petição, no juízo declinado, a sua incompetência? Questões objetivas 1) Qual o foro competente para a ação de reparação de danos? a) O domicílio do autor. b) O domicílio do réu. c) O lugar em que ocorreu o fato. d) O lugar de escolha do autor, sem possibilidade de rejeição pelo réu. e) Nenhuma das alternativas acima. 2) Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes: a) determinará, ouvida a parte contrária, a imediata contestação da matéria alegada pela parte contrária. b) podeordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. c) dará prazo à parte contrária para alegar qualquer tipo de exceção de incompetência. d) Nenhuma das alternativas está correta. 3) Argüido o conflito negativo de competência, o relator do tribunal: a) deverá, obrigatoriamente, determinar seu processamento e julga- mento pela câmara cível. b) poderá decidir de plano desde que haja jurisprudência dominante do tribunal. c) deverá não conhecer o incidente, na medida em que somente é admissível no conflito positivo de competência. d) deverá, obrigatoriamente, determinar seu processamento e julga- mento pelo plenário do tribunal. 30 4) A incompetência absoluta deve ser argüida: a) somente pelo réu e por meio de exceção. b) somente pelo autor e por meio de exceção. c) por ambas as partes por simples petição e pelo juiz de ofício, a qualquer tempo. d) pelo Ministério Público, quando atua como parte. AULA 10 Partes Sujeitos do processo. Distinção com o sujeito da lide. Capacidade. Com- preensão. Conceito. Capacidade de ser parte e capacidade de estar em juízo. Conseqüências da falta de capacidade processual. CASO 1 Pâmela, mãe da menor impúbere Jéssica, promoveu ação postulando con- denação de Manoel, pai de sua filha, a pagar a importância de cinco salários mínimos de pensão alimentícia, informando que a filha de ambos necessita de alimentos para a sua sobrevivência, estando, ainda, em idade escolar, o que exige gastos com a sua educação. O pai sempre se esquivou de manter a filha. Citado, Manoel contesta alegando que a autora é parte ilegítima, não sendo sujeito da lide e, sim, sua filha Jéssica. Indaga-se: a) Quem, no caso, tem capacidade de ser parte e de estar em juízo? Por quê? b) O sujeito da lide se confunde com o sujeito do processo? c) Qual a qualidade de Pâmela no processo? d) É possível no caso evitar a extinção do processo? CASO 2 Paulo, órfão de pai e mãe e menor púbere, move ação indenizatória em face de Pedro, cobrando indenização por danos materiais. Citado, o réu alega a incapacidade de Paulo para estar em juízo. 31 Indaga-se: Qual a providência que deve tomar o juiz, diante da alegação do réu? A questão jurídica é de ausência de pressuposto processual de existência ou de validade? Questões objetivas 1) Tem capacidade processual para estar em juízo: a) toda pessoa que se acha no exercício de seus direitos. b) o incapaz, representado ou assistido por seus pais, tutor ou cura- dor, na forma da lei civil. c) espólio, representado pelo inventariante. d) Todas as alternativas são verdadeiras. 2) Sobre a capacidade processual é FALSO afirmar: a) Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capa- cidade para estar em juízo. b) Ao réu preso o juiz dará curador especial. c) O síndico representa apenas passivamente a massa falida. d) Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da re- presentação das partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito. AULA 11 Processo e procedimento Espécies de processo. Espécies de procedimento. Princípios gerais do processo e do procedimento. Garantias constitucionais processuais. Atos atentatórios ao exercício da jurisdição. CASO 1 Mário pretende mover ação em face de Alberto para postular a condena- ção do réu a pagar a importância de R$ 20 mil, a título de danos materiais. Indaga-se: Qual o rito a ser adotado para esta ação de conhecimento? Se a importância cobrada fosse R$ 10 mil o rito seria o mesmo? 32 CASO 2 Ângelo, funcionário público estadual, deixa de comparecer ao trabalho sem apresentar qualquer justificativa, além dos constantes atrasos. Carlos, responsável pela repartição, decide instaurar procedimento ad- ministrativo para apurar a razão dos atrasos e faltas, com o objetivo de aplicar a sanção cabível. Indaga-se: a) Este procedimento administrativo está sujeito ao princípio do con- traditório e da ampla defesa? Por quê? b) Após a obtenção da decisão na esfera administrativa poderá Ân- gelo buscar amparo junto ao Poder Judiciário? Justifique. c) Para isto é preciso o prévio esgotamento da instância administra- tiva? Justifique. Questões objetivas 1) Bernardo pretende promover ação de indenização por dano material em face de Humberto, alegando que dirigia o seu veículo pela avenida das Américas, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, quando o réu bateu violentamente na traseira de seu carro, que estava parado em um sinal de trânsito. O autor da ação deverá adotar o rito: a) sumário. b) ordinário. c) especial. d) que escolher. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 2) O rito sumário não será observado nas causas: a) de valor superior a 60 salários mínimos. b) em que é feita a cobrança de cotas condominiais pelo condomínio. c) de arrendamento rural. d) de ressarcimento de danos em prédio urbano. 33 AULA 12 Formação do processo Sujeitos do processo. Partes. Juiz. Sucessão processual. Substituição processual. Tratamento especial ao idoso. CASO 1 Bernardo, acionista da Companhia Brasileira de Livros, promove ação de responsabilidade em face do seu diretor-presidente, alegando que o réu, na administração da empresa, causou enormes prejuízos à sociedade. Informa que a companhia deixou de promover a ação, passados três meses da deliberação da assembléia geral de acionistas, como previsto no art. 159, § 3º, da Lei 6.404/1976. Indaga-se: a) Bernardo pode figurar como autor da ação? Com que qualidade? b) Existe alguma distinção entre parte na demanda e parte no processo? c) De quantas formas se pode adquirir a qualidade de parte? Quais são elas? d) No caso, Bernardo é parte em sentido formal (processual) ou é em sentido material? Por quê? CASO 2 Paulo promoveu ação em face de Mário. No curso do processo a morte de Paulo é noticiada por petição e comprovada com a juntada da certidão de óbito. O inventariante postula o ingresso do espólio de Paulo como autor da ação. Indaga-se: a) O ingresso do espólio deve ser admitido? A que título? b) Se houvesse alienação da coisa no curso do processo, dar-se-ia necessariamente a substituição da parte? Por quê? c) Se o réu (Mário) fosse menor absolutamente incapaz, como seria suprida a incapacidade de estar em juízo? 34 Questões objetivas 1) Caio promoveu ação em face de Sandra, postulando a sua condenação no valor de R$ 5.000,00 a título de dano moral. O autor da ação poderá adotar o rito a) sumário. b) ordinário. c) especial. d) sumário do CPC ou o sumaríssimo dos Juizados especiais esta- duais de causas cíveis. 2) O rito ordinário tem a seguinte característica: a) Não admite oralidade. b) É o único disciplinado de forma completa pelo CPC. c) Não admite a argüição de incompetência relativa do juízo. d) Pode ser substituído pelo rito sumário. 3) De conformidade com o vigente CPC, é correto afirmar: a) A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, altera a legitimidade das partes, e o adquirente ou o cessionário poderá ingressar em juízo, substituindo o alienante ou o cedente, ainda que não consinta a parte contrária. b) A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, altera a legitimidade das partes, porque a senten- ça estende seus efeitos ao adquirente ou ao cessionário. c) A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, não altera a legitimidade das partes, e o adquirente ou o cessionário não poderá ingressar em juízo, substituindo o alienante ou cedente, sem que consinta a parte contrária. d) A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos, altera a legitimidade das partes, e o adquirente ou o cessionário não poderá ingressar em juízo, substituindoo alienante ou o cedente, sem que o consinta a parte contrária, porque o prin- cípio é o mesmo da substituição pelo espólio no caso de morte. 35 AULA 13 Procedimentos e sua estrutura Procedimentos ordinários, sumários e especiais. A conversão dos proce- dimentos especiais para o ordinário. Procedimento da Lei 9.099/1995. Princípios norteadores dos Juizados especiais de causas cíveis. CASO 1 Caio promoveu ação em face de Tício postulando a condenação do réu a pagar a importância de R$ 5 mil, valor inferior a 20 salários mínimos. Indaga-se: Qual o rito a ser adotado pelo autor para esta ação de cobrança? Por quê? É necessária a contratação de advogado como representante judicial da parte autora? Por quê? CASO 2 Caio promoveu ação de reintegração de posse em face de Marcelo. O juiz determinou a audiência de justificação prévia da posse. Na audiência, após ouvir as testemunhas arroladas pelo autor, deferiu o mandado de reinte- gração, correndo o prazo para contestar como previsto no art. 928 do CPC. Indaga-se: Tendo o réu oferecido contestação, o rito desta ação continua sendo o especial? Se o réu não contestar o pedido do autor, a revelia altera a solução da questão? CASO 3 O Condomínio Barra Sol promoveu ação de cobrança de cotas condominiais em face do proprietário da unidade 101, Alberto Costa. Citado, o réu ale- gou, em preliminar em sua contestação, a inadequação de rito, uma vez que o autor adotou o ordinário, afrontando norma de ordem pública e cogente do CPC. Indaga-se: a) A defesa do réu de inadequação de rito deve ser acolhida pelo juiz? b) A escolha do rito fica a critério do autor? c) Quais as características do rito a ser adotado? 36 CASO 4 Mévio promove ação de depósito em face de Companhia Depositária de Bens São Luiz. Alega ter celebrado contrato de depósito com a ré de coisas móveis infungíveis. Indaga-se: a) Qual o rito a ser imprimido nesta ação? Fundamente a resposta. b) Quais as razões que o legislador levou em conta para estabelecer os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa, disciplina- dos a partir do art. 890 do CPC? c) Na jurisdição voluntária tem lide, sentença e coisa julgada? Por quê? d) O procedimento ordinário é o padrão? Por quê? Questões objetivas 1) O procedimento especial pode ser transmudado em ordinário, dando- se ou não a contestação do pedido pelo réu? a) Sempre, em todos os procedimentos previstos a partir do art. 896 do CPC. b) Somente quando há previsão legal, como na ação de reintegração de posse. c) Nunca, devendo se manter no mesmo rito até a sentença. d) Nenhuma das situações acima. 2) Assinale a alternativa CORRETA: a) O autor não pode livremente optar por um determinado rito. b) O autor pode livremente adotar o rito que desejar imprimir à ação proposta. c) O rito sumário não é obrigatório. d) O rito ordinário é adotado nas ações até o valor de 40 salários mínimos.
Compartilhar