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MODELO3Relaxamento da Prisão em Flagrante

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MARÍLIA / SP.
PEDRO PAULO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado na Rua ................, nº. ..., nesta cidade e comarca, por seu advogado e procurador infra assinado (instrumento de mandato anexo, doc. 1) vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, com supedâneo no art. 5º, LXV da Constituição Federal, pelas razões a seguir aduzidas:
I – DOS FATOS
O requerente e Marconi estavam sendo investigados pela autoridade policial de distrito policial desta comarca em razão da prática do delito de tentativa de furto qualificado pelo concurso de pessoas, ocorrido no dia 20/01/2011, por volta das 22h. 
O inquérito policial foi autuado e tramitava perante esta vara. Ao registrar ocorrência policial, a vítima, Maria Helena, narrou ter visto dois indivíduos de estatura mediana, com cabelos escuros e utilizando bonés, no estacionamento do shopping Iguatemi, tentando subtrair o veículo Corsa/GM, de cor verde, placa IFU 6643/SP, que lhe pertencia. Disse ainda, que eles só não alcançaram êxito na empreitada criminosa por motivos alheios às suas vontades, visto que foram impedidos de concluí-la pelos policiais militares que estavam em patrulhamento na região.
No dia 21/02/2011, o requerente foi convidado para que se fizesse presente naquela delegacia de polícia e assim o fez, imediata e espontaneamente, a fim de se submeter a reconhecimento formal. Na ocasião negou a autoria do delito, relatando que, no horário do crime, estava em casa, dormindo. A vítima, e a testemunha, que, no dia do crime, iria pegar uma carona com a vítima não reconheceram, inicialmente, o requerente como autor do delito.
Em seguida, o requerente foi posto em uma sala, junto com Marconi, para reconhecimento, havendo insistência, por parte dos policiais, para que a vítima confirmasse que os indiciados eram os autores do crime. Então, a vítima assinou o auto de reconhecimento, declarando que o requerente era a pessoa que, no dia 20/01/2011, havia tentado furtar o seu veículo, conforme orientação dos agentes de polícia. 
Diante disso, o delegado autuou o requerente em flagrante delito e recolheu-o à prisão. Foi entregue ao mesmo a nota de culpa, e, em seguida, foram feitas as comunicações de praxe. O requerente é primário, possui residência e emprego fixos.
II – DO DIREITO
O requerente estivesse sendo investigado pela autoridade policial em razão de possível prática do delito de tentativa de furto qualificado pelo concurso de pessoas, por ter tentado furtar o carro da vítima, crime previsto no art. 155, § 4º, IV do Código Penal que diz:
“Art. 155: Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: § 4º: A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido: IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.”
Ocorre que tal crime aconteceu no dia 20/01/2011, e o requerente foi convidado para que se fizesse presente naquela delegacia de policia apenas no dia 21/02/2011, ou seja, um mês depois. Dessa forma, fica descaracterizado o flagrante próprio, uma vez que o requerente não foi surpreendido cometendo a infração penal ou então acabando de cometê-la, e assim não incorre na aplicação do art. 302, incisos I e II do CPP que dizem:
“Art. 302: Considera-se em flagrante delito quem: I – está cometendo a infração penal; II – acaba de cometê-la.”
Por conseguinte, como não houve perseguição ao requerente logo após a prática do delito, por parte da autoridade policial, pelo ofendido ou por qualquer pessoa na situação em questão fica descaracterizado também o flagrante impróprio, tanto que nem as vítimas inicialmente o reconheceram e, dessa forma não incorre na aplicação do art. 302, inciso III do CPP, que diz:
“Art. 302, III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração.”
Ademais, há o descabimento do flagrante ficto ou presumido, isto porque o requerente em momento algum foi encontrado com o objeto do delito, ou mesmo com os instrumentos utilizados para a prática do mesmo, que poderiam fazer com que se presumisse sua autoria, portanto, não incorrendo na aplicação do art. 302, inciso IV do CPP, que diz:
“Art. 302, IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.”
Mas também, no que tange ao comparecimento do requerente, cabe ressaltar que o mesmo quando convidado para que se fizesse presente na delegacia de polícia fez, imediata e espontaneamente, a fim de se submeter a reconhecimento formal; dessa forma, sua apresentação espontânea faz com que não seja cabível a prisão em flagrante, e a mesma se for decretada é ilegal devendo ser relaxada, pois contraria o disposto no art. 317 do CPP, que diz:
“Art. 317: A apresentação espontânea do acusado à autoridade não impedirá a decretação da prisão preventiva nos casos em que a lei a autoriza.”
Como também, tal prisão deve ser relaxada pelo fato de o requerente ter sido posto em uma sala para reconhecimento, havendo insistência, por parte dos policiais, para que a vítima confirmasse que os indiciados eram os autores do crime. A vítima, por sua vez, acabou assinando o auto de reconhecimento declarando que o requerente era a pessoa que no dia já indicado, havia tentado furtar o seu veículo, conforme orientação dos agentes de polícia. E graças a isso, o delegado autuou o requerente em flagrante delito e recolheu-o à prisão. Logo, conforme se evidenciou não foram observados os preceitos do art. 226 do CPP, com relação ao reconhecimento, pois assim diz o referido artigo:
“Art. 226: Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I – A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
II – A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III – Se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV – Do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais”.
Assim, de acordo com o que foi demonstrado, a prisão em flagrante do requerente foi ilegal devendo ser imediatamente relaxada, de acordo com o disposto na Constituição Federal que diz:
“Art. 5º, LXV: A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.”
III – DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, pleiteia-se o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, a fim de que possa permanecer em liberdade durante o processo, com a expedição do respectivo alvará de soltura em seu favor, como medida de JUSTIÇA.
Termos em que
Pede Deferimento
Marília, ..... de ............... de 2011.
_________________________
Advogado – OAB/SP

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