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Recurso de Apelação em Processo Criminal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE MARÍLIA
PEDRO ANTUNES RODRIGUES, devidamente qualificado nos autos da ação criminal que lhe move a Justiça Pública (Processo nº. ....), por intermédio de seu advogado infra-assinado, não se conformando, “data máxima venia”, com a respeitável sentença que o condenou a pena de 5 anos de reclusão, como incurso no artigo 121, caput, c/c o art. 14, inciso II, e art. 61, inciso II, alínea e, todos do Código Penal, dela vem interpor, tempestivamente, RECURSO DE APELAÇÃO, com supedâneo no artigo 593, III, “d”, § 3º do Código de Processo Penal ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Termos em que, requerendo seja ordenado o processamento do recurso, com as inclusas razões.
Pede deferimento.
Marília ..., de .................... de 2011.
______________________________
ADVOGADO – OAB / SP nº. ...
RAZÕES DE APELAÇÃO
Processo nº. ...
Apelante: Pedro Antunes Rodrigues.
Apelado: Justiça Pública.
Egrégio Tribunal de Justiça;
Colenda Câmara;
Ínclitos Desembargadores;
Douta Procuradoria de Justiça.
Em que pese o ilibado saber jurídico do Meritíssimo Juiz de 1ª instância, impõe-se a reforma da respeitável sentença condenatória prolatada contra o recorrente, pelas razões a seguir aduzidas:
I – DOS FATOS
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o apelante por suposta infração ao artigo 121, caput, c/c art. 14, inciso II, e art. 61, inciso II, alínea e, todos do Código Penal.
Conforme a inicial acusatória, no dia 2 de novembro de 2010, por volta das 15h, na quadra 5, em via pública, nesta localidade, o apelante, fazendo uso de uma pistola, da marca Taurus, calibre 38, semi-automática, com capacidade para doze cartuchos, conforme laudo de exame em arma de fogo, efetuou um disparo contra seu irmão, na tentativa de matá-lo, causando-lhe lesões no peito, do lado esquerdo. O delito de homicídio não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, sendo evitado porque a vítima recebeu pronto atendimento médico. 
O que motivou o fato, conforme a exordial, foi a divisão de uma área de terras oriunda da herança. Narra a denúncia que o apelante teria dito que conseguiria a fazenda nem que para isso tivesse que matar o próprio irmão. Contudo, conforme narrou a defesa, o apelante absteve-se, voluntariamente, depois de efetuar um único disparo contra seu irmão, e ato contínuo, retirou-se do local, caminhando.
Todavia, consta dos autos informação da polícia técnica de que na arma, apreendida imediatamente após o crime, havia 7 cartuchos intactos. E, ainda, que o apelante não possui antecedentes penais. Conforme o laudo de exame de corpo de delito (lesões corporais), a vítima foi atingida do lado esquerdo do peito, tendo o projétil transfixado o coração, do que resultou perigo de vida. Em razão da lesão sofrida, seu irmão ficou 40 dias sem exercer suas atividades normais.
Sobreveio, então, sentença que pronunciou o apelante nos termos da denúncia.
II – DO DIREITO
Excelências, não deve o apelante ser condenado.
De fato, o apelante não teve a intenção de praticar o homicídio constante da sentença, de modo que sequer houve tentativa de homicídio, isto porque, conforme se depreende dos acontecimentos o apelante desistiu, voluntariamente de prosseguir com as lesões corporais que estava cometendo.
Mas também, reforçando tal hipótese, o apelante não efetuou todos os disparos possíveis com a munição da arma, de modo que de acordo com uma testemunha, após o primeiro disparo desistiu de prosseguir com os atos executórios. 
Dessa forma, entende-se que não houve a referida tentativa, pois não foram as circunstâncias alheias a sua vontade que impediram a consumação do referido homicídio, e sim sua desistência voluntária em continuar os atos executórios.
Assim, de acordo com o artigo 15 do Código Penal, tendo ele desistido de prosseguir com a execução deve responder pelos atos que praticou.
“Art. 15: O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados”.
Por conseguinte, o crime que realmente ocorreu é o de lesões corporais do artigo 129 do Código Penal, sendo esta de natureza grave, pelo fato de o irmão do apelante ter ficado incapacitado de exercer suas atividades pelo período de 40 dias; e não pelo crime de homicídio pelo qual foi erroneamente condenado. Assim dispõe o art. 129, §1ª, I do CP:
“Art. 129: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. § 1º: Se resulta: I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias”.
Por conseguinte, o crime que realmente teria ocorrido é o de lesão corporal e não o homicídio tentado com a referida agravante.
Ademais, tendo por base tais argumentos, mas também o que foi apresentado durante a instrução processual, percebe-se claramente que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária a prova dos autos, tendo em vista que ficou claramente provado por meio das testemunhas e do contexto fático que o apelante desistiu voluntariamente de prosseguir nos atos executórios do crime de lesão corporal, e, todavia, fora condenado pela prática de homicídio tentado com a agravante de ter sido praticado contra irmão. 
Logo, isso possibilita a interposição do presente recurso tendo por base legal o disposto no artigo 593, inciso III, alínea “d” do Código de Processo Penal:
“Art. 593: Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: III – das decisões do Tribunal do Júri, quando: d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária a prova dos autos”.
Portanto, diante disso o presente recurso tem por objetivo reformar a decisão errônea dos jurados, a fim de que ocorra um novo julgamento para que o apelante responda pelo delito que efetivamente ocorreu, e não nos termos do que foi pronunciado e condenado.
III – DO PEDIDO
Em face do exposto, postula-se seja dado provimento ao recurso interposto, decretando-se o novo julgamento do apelante consoante o previsto no art. 593, § 3º do Código de Processo Penal, como medida da mais lídima JUSTIÇA.
Termos em que,
Pede deferimento.
Marília, .... de .................. de 2011.
_______________________________
ADVOGADO – OAB / SP nº. ...

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