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3 - Revisão Criminal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
(10 linhas)
(Qualificação do condenado – nacionalidade, estado civil, endereço), devidamente assistido por seu procurador que firma a presente (instrumento de mandato incluso), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos. 621 e seguintes do Código de Processo Penal, requerer a revisão do Processo-crime nº........da.... Vara Criminal desta comarca, pelos seguintes fundamentos fáticos e de direito:
I – DOS FATOS
II – DO DIREITO
Conforme explanado anteriormente, o condenado foi processado e condenado pelo crime de tortura, com previsão na Lei nº. 9.455/97, art. 1º, inciso II, § 4º, inciso I.
Todavia, a sentença que transitou em julgado deve ser revista, isto porque surgiram novas provas de que o condenado é inocente das acusações que lhe foram impostas. Assim, vem recorrer da referida sentença transitada em julgado, tendo por base o artigo 621, III do Código de Processo Penal:
“Art. 621: A revisão dos processos findos será admitida: III – quando, após sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial de pena.”
Dessa forma, é cabível o presente recurso, tendo em vista que um dos detentos trouxe depoimento novo, dizendo que fora coagido pelo outro detento a dizer que tinha sido torturado, isto porque este não gostava do condenado, e, por isso resolveu mentir e coagir o detento a mentir com ele com o intuito de prejudicar o condenado. 
Ademais, referida informação fora colhida numa justificação criminal, sendo esta feita em 1ª instância, mas possui o condão de viabilizar a propositura do referido recurso.
Por conseguinte, deve-se verificar que o condenado não incidiu na figura típica do crime pelo qual fora condenado. Analisemos o artigo 1º, inciso II, da Lei de Tortura (9.455/97).
Referido artigo nos mostra que para alguém ser processado e condenado, tal pessoa deve submeter outra, “sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”.
Dessa forma, percebe-se claramente que o elemento subjetivo do tipo é o dolo, e, por conseguinte, o condenado, em nenhum momento, teve a intenção de submetê-los a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de castigá-los pela rebelião.
Tanto que, o exame de corpo de delito, mostrou que as lesões apuradas eram leves, sendo causadas pela própria movimentação dos presos, e não pela prática da tortura por parte do condenado.
Logo, referido exame sendo analisado juntamente com a prova nova, qual seja o novo depoimento do detento alegando a coação por parte de seu colega para prejudicar o condenado, possuem o condão de evidenciar que a sentença proferida, embora tenha transitado em julgado, baseou-se em prova viciada, devendo tal prova ser desentranhada e anulado o processo, consoante os artigos 157 e 573, §1º do CPP e o art. 5º, LVI da CF, absolvendo o condenado de tal acusação e devolvendo-lhe a função pública.
Seguem os referidos artigos citados anteriormente para melhor elucidação do que foi exposto:
“Art. 157: São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.”
“Art. 5º, LVI: São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.”
“Art. 573: § 1º: A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência.”
Portanto, como a prova que acabou por condenar o acusado possuía o vício da coação, referida prova não possui o condão de manter a sentença transitada em julgado como medida de justiça, devendo a mesma ser revista, posto que há novas provas da inocência do acusado, conforme já demonstrado.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto, postula-se que os autos do processo-crime sejam apensados a revisão, para que seja deferido o presente pedido revisional e a sentença condenatória reformada, decretando-se a absolvição do condenado, com supedâneo no art. 626 do Código de Processo Penal e a expedição do alvará de soltura, como medida da mais lídima justiça.
Termos em que, ouvida a Ilustrada Procuradoria Geral da Justiça,
P. Deferimento
......................... ....., de ....................... de ..................
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OAB-SP

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