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4Poder de Policia

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PODER DE POLÍCIA 
Temos direitos, mas ao usufruí-los, não podemos ferir direitos alheios – o poder de polícia existe para regular a vida em sociedade. Para regular o exercício do direito, o governo se vale do poder de polícia. 
Conceito – Art. 78 CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Poder de policia é a atividade da administração pública pela qual ela fiscaliza e condiciona o exercício dos direitos, ajustando-os as necessidades de interesse coletivo. O Código Tributário Nacional no art. 78 conceitua o poder de policia do Estado, limitando ou disciplinando os direitos, sempre em busca do interesse público concernente à segurança, a higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina, ao exercício de atividades econômicas e até mesmo ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos. 
Considera-se regular o poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente, nos limites da lei, nunca transgredindo esta legislação bem como com observância do processo legal, evitando-se assim abuso ou desvio de poder. 
Amplitude – União/Estados/Distrito Federal/Município – existe em todas as esferas da federação e tem natureza administrativa, com limitação editada pelo próprio Estado. 
Toda prefeitura tem o seu poder de policia. O poder de polícia existe em todas as pessoas federativas do Brasil. Cada ente federativo pode impor regras de convivência entre nós. 
Polícia Administrativa # Polícia Judiciário # Policia Ostensiva – a polícia judiciária é a exercida pela polícia federal e pelas polícias civis com o objetivo de apurar a prática de infrações penais e as respectivas autorias, para embasar futura instauração de ação penal. A polícia ostensiva atua para manutenção da ordem pública, é exercida pelas policias militares, com o objetivo primeiro de impedir a prática de infrações penais. A polícia administrativa é a exercida por toda a administração e tem por objeto condicionar o exercício de direitos e liberdades. 
 Se diz polícia administrativa, porque é o Estado agindo, administrativamente, em nossas vidas. A polícia ostensiva cuida da manutenção da ordem. A policia judiciária é instrumentalizada pelas policias civis e federal. Tem que apurar as circunstâncias em que o crime ocorreu e a autoria. A polícia ostensiva é a polícia militar, tem que autuar preventivamente. A policia judiciária é repressiva. A polícia administrativa é a cautela que o ente tem para regular a vida em sociedade. As outras duas policias regula mais o comportamento do indivíduo em si. 
Finalidade – Proteção, regular vida em sociedade – É a proteção da sociedade contra o mal uso de qualquer direito ou contra o exercício de atividades que não se conforma com os mandamentos da lei. Ex. todos nós podemos construir, mas temos que construir dentro das normas de engenharia, sob pena de a obra ser embargada. Todos nós podemos nos estabelecer com um comércio legal, desde que o objeto deste comércio seja lícito. Quando há jogo de bixo em bar, por exemplo, a polícia judiciária oficia a polícia administrativa. Esta pode fechar o bar. 
Fundamento – Fim do Estado - Vida digna – Supremacia Geral - O fundamento confunde-se com a própria finalidade do Estado de assegurar a todos as condições indispensáveis a uma vida digna. Assim, utilizando-se de sua supremacia geral, desenvolve atividade de condicionamento das atividades humanas com vistas à obtenção da paz social. 
O poder de policia é o mesmo fundamento do Estado, ou seja, promover uma vida digna a todos os cidadãos. Aquele que transgredir sofrerá o ônus da transgressão. 
Atributos (qualidades) do Poder de polícia: 
Normalmente, é exercido em razão da lei, tratando-se de atividade vinculada, não obstante seja composta de inúmeros atos discricionários, no entanto, somente poderá agir com discricionariedade onde a lei assim o permitir. Ex. liberdade de ação na aplicação de uma penalidade. 
O agente público tem que cumprir a lei, em alguns raros momentos o agente público pode usar de sua discricionariedade, em sua atividade vinculada. Às vezes, para o caso concreto, a lei da uma margem na aplicação da sanção. Ex. advertência, multa repreensão, etc. 
É indelegável a particulares. Embora o Estado não possa delegar atribuições, isto também não significa que ele próprio não possa contratar algum serviço, desde que este serviço seja apenas meio para a consecução do resultado final. 
É ato típico do Estado. Se eventualmente o Estado não consegue desenvolver certa atividade, pode ele valer-se de particulares? Sim. O Estado pode socorrer-se de particulares para formar sua convicção. Ex. no passado não se tinha no Estado exame de DNA, o Estado pagava a empresas privadas para a realização do exame.
Autoexecutarieadade (executoriedade) – implica que a administração deve executar diretamente as providências inerentes ao Poder de Polícia. 
O Estado tem força para executar suas atividades sem se socorrer do Poder Judiciário, não tendo necessidade de valer-se do Poder Judiciário para a imposição das medidas necessárias. 
Coercibilidade – as medidas tomadas no âmbito do poder de policia são obrigatórias para aqueles que estão na posição de particulares. O poder de polícia deve ser exercido em relação a quem estiver na relação de particular ou até mesmo em desfavor das pessoas jurídicas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) ou até mesmo aos integrantes da administração pública indireta, quanto a eventuais transgressões, por desrespeitar os limites da lei.
A coercibilidade é o Estado advertindo o particular. O Estado, desenvolvendo alguma atividade pode ultrapassar os limites da lei. A coercibilidade vale para o Estado também? Sim, pode incidir também para o próprio Estado. Ex. 1 - o lixo tem que ser tratado, se não for feito, os outros órgãos podem usar de seu poder de polícia para punir o próprio Estado. Ex. 2 - hospital público que não incinera lixo hospitalar. 
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2º BIMESTRE
19/04/12
Requisitos do exercício do Poder de Polícia:
Existência de lei - Toda limitação ao exercício de direito deve ser prevista em lei, devendo o poder de polícia ser exercido com apoio em previsão legal, complementada, se o caso, pelos atos normativos que a regulam. Sem lei, o agente público estará abusando de sua autoridade. (Lei 4.898/65). Para o administrador público é necessário amparo legal.
Competência legal para exercer o ato - Para exercer o poder de polícia, o agente deve ser competente, para fiscalizar e controlar os atos dos administrados. Deve ter para o desempenho de suas atribuições um rol de atividades que tenham correspondência ao cargo ocupado. Cada agente público do Estado tem parâmetros. O agente público tem que saber qual o seu rol de atividades. 
Finalidade - (interesse público). O agente público deve em todas as suas ações sempre perseguir o interesse público ou o interesse da coletividade e jamais algum interesse particular.
Proporcionalidade - Os meios utilizados pela administração devem ser apenas os indispensáveis para o atingimento do fim ao qual está preordenado. Implica que o agente público adote medidas capazes de proteger o bem jurídico na intensidade e na extensão necessárias a esta proteção, sob pena de ser invalidados. O agente público deve tomar a medida exata dentro do caso concreto. Nenhum agente público pode tomar uma decisão desproporcional, sob pena de nulidade. A medida aplicada deve ser proporcional ao ato praticado. 
Forma - Todas as ações da administração pública em desfavor do administrado deve seguir a forma escrita, tudo deve ser reduzido a termo. Não é possívela punição verbal. O administrado tem que se saber o que ele infringiu para se defender. 
Sem os requisitos acima, o ato administrativo pode ser anulado ou revogado pela Justiça. 
Infrações administrativas 
Conceito – é o descumprimento voluntário de uma norma administrativa para a qual se prevê sanção, cuja imposição é decidida por uma autoridade no exercício de função administrativa. 
Finalidade – é desestimular comportamentos prejudiciais ao interesse coletivo, além de punir aqueles que não observam as limitações impostas em favor do interesse da sociedade. 
Princípios - Estas infrações submetem-se aos princípios da legalidade e o da anterioridade. Somente a lei pode descrever infrações administrativas, não podendo ser elas objeto de previsão em sede infralegal. Os regulamentos, portanto, podem apenas explicitar a lei. 
Legalidade
Anterioridade
Sanções – O poder de polícia implica, obrigatoriamente, na previsão de sanções que dão eficácia a atividade estatal e funcionam como medida de intimidação e punição dos infratores. As sanções são múltiplas. As multas, também, variam de valores. 
Aplicação dos Princípios da razoabilidade 
Devido processo legal – toda sanção aplicada deve respeitar o devido processo legal.
Contraditório 
Ampla defesa
Polícia Administrativa

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