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AULA 4 Hipersensibilidade, Tolerância Imunológica e Doenças autoimunes. GILCÉIA LUCIANE DALLAGASSA EICKHOFF A - HIPERSENSIBILIDADE Reações excessivas, indesejáveis (danosas, desconfortáveis e às vezes fatais) produzidas pelo sistema imune normal. Reações de hipersensibilidade requerem um estado pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro. Reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV, baseados nos mecanismos envolvidos e tempo levado para a reação. Frequentemente, uma condição clínica particular (doença) pode envolver mais de um tipo de reação. Hipersensibilidade tipo I: ou imediata, ocorre quando uma resposta IgE é dirigida contra antígenos inócuos, como pólen, ácaro da poeira doméstica ou pêlo de animais. A liberação resultante de mediadores farmacológicos, tais como a histamina, por mastócitos sensibilizados por IgE, produz uma reação inflamatóra aguda com sintomas como asma e rinite. Hipersensibilidade tipo II: ou citotóxica anticorpo-dependente, ocorre quando o anticorpo liga-se a um antígeno próprio nas células do indivíduo ou a um antígeno estranho e conduz à fagocitose, atividade de células exterminadoras ou lise mediada por complemento. Ex: reações transfusionais, principalmente reações aos eritrócitos (sintomas: febre, hipotensão, lombalgia, sensação de compressão torácica, náusea e vômito); doença hemolítica do recém nascido, anemias hemolíticas auto-imunes, reações induzidas por drogas contra componentes sanguíneos (raro ocorrer com penicilinas, quinia e sulfonamidas, 0,3% casos com alfa metildopa); reações contra leucócitos e plaquetas (púrpura trombocitopênica idiopática, anticorpos contra fosfolipídeos (trombose venosa e abortos recorrentes), também trombocitopenia pode ser induzida por drogas), rejeição hiperaguda de transplante (de alguns minutos a 48 h de completado o transplante, vistos em transplantes que são revascularizados diretamente após o procendimento, como os renais); síndrome de Goodpasture, miastenia gravis e Síndrome de Lambert-Eaton). Hipersensibilidade tipo III: ou mediada por complexo imune, desenvolve-se quando são formados complexos em grande quantidade ou quando estes não podem ser removidos adequadamente pelo sistema reticuloendotelial levando a reações do tipo doença do soro. Ex: Artrite reumatóide, LES, Poliarterite, Polimiosite, Dermatomiosite, Vasculite cutânea, Alveolite fibrosante, Crioglobulinemia, Doença devido a antígenos microbianos (Hanseníase, Endocardite Bacteriana, Malária, Tripanossomíase africana, Hepatie, Febre hemorrágica do dengue). Hipersensibilidade tipo IV:ou tardia (HT), é manifestada mais seriamente quando o antígeno, por exemplo, o bacilo da tuberculose, aprisionado num macrófago, não pode ser eliminado. Os linfócitos T são então estimulados a liberar linfocinas as quais são mediadoras de uma série de respostas inflamatórias. Outros aspectos de HT são vistos na rejeição de transplante e dermatite alérgica de contato. Bibliografia: Roitt I, Brostoff J, Male D. Imunologia. 3a edição, Editora Manole, SP. B - TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA Tolerância é um estado imunológico caracterizado por resposta efetora reduzida ou ausente, após um contato prévio com o antígeno. TOLERÂNCIA IMUNOLÓGICA Um estado de não-reatividade específica para determinado antígeno, e é induzida por prévia exposição àquele antígeno. A tolerância pode ser induzida para antígenos não-próprios, mas o aspecto mais importante da tolerancia é a autotolerância, que impede que o organismo elabore um ataque contra seus próprios constituintes. O potencial para a auto-agressão surge porque o sistema imune gera uma grande diversidade, ao acaso, de receptores antígeno-específicos, alguns dos quais se tornarão auto-reativos. As células portadores destes receptores devem ser eliminadas, funcional ou fisicamente. A auto-reatividade deve ser evitada por processos que ocorrem durante o desenvolvimento e não geneticamente pré-programadas. A ativação e a tolerância dos linfócitos são os dois resultados possíveis do reconhecimento dos antígeno pelos linfócitos. Antígenos indutores da tolerância são denominados tolerógenos, devendo ser distinguidos dos imunógenos, que geram respostas imunes. A tolerância aos antígenos próprios é uma propriedade fundamental do sistema imune, e sua perda leva às doenças auto-imunes. Normalmente, todos os antígenos próprios são tolerógenos. Muitos antígeno estranhos podem ser imunógenos ou tolerógenos, dependendo de sua forma fisicoquímica, dose, e via de administração. A exposição de um indivíduo a antígenos imunogênicos estimula a imunidade específica, e para a maior parte das proteínas imunogênicas, exposições subseqüentes gerarão respostas secundárias aumentadas. Imunógeno: Uma substância que induz uma resposta imune específica Tolerógeno: Quando um antígeno induz tolerância é chamado tolerógeno. Em contrates, a exposição a um antígeno tolerogênico não deixa apenas de induzir a imunidade específica, mas também inibe a ativação linfocitária pela subsequente administração de formas imunogênicas do mesmo antígeno. Esta inativação dos linfócitos, induzida por antígeno e imunologicamente específica é a marca distintiva de todas as formas de tolerância. Assim, os mecanismos responsáveis pela indução e manutenção da tolerância nos linfócitos são de fundamental importância, por determinarem como o sistema imune discrimina entre o próprio e o não-propio, e também como o sistema responde a diferentes formas de antígenos estranhos. C - DOENÇA AUTOIMUNE A doença autoimune é um tipo de doença comum, mas pouco conhecida da população em geral. O processo evolutivo criou um mecanismo de defesa que é capaz de reconhecer praticamente qualquer tipo de invasão ou agressão. A complexidade do sistema está exatamente em conseguir distinguir entre o que é danoso ao organismo, o que faz parte do nosso próprio corpo como células, tecidos e órgãos, e o que não é nosso, mas não causa danos, como alimentos por exemplo. Existe algo como uma "biblioteca de anticorpos" armazenada no nosso organismo. O corpo é capaz de lembrar de todos as substâncias, organismos ou proteínas estranhas que já entraram em contato conosco desde o nascimento. A estes dá-se o nome de antígenos. Esse contato com antígenos nos primeiros anos de vida é importante para a formação desta "biblioteca de anticorpos". O corpo consegue montar uma resposta imune muito mais rápida se já houver dados sobre o invasor. Se o antígeno for completamente novo, é necessário algum tempo até que o organismo descubra quais os anticorpos são mais indicados para combater aquele tipo de partícula. A Doença auto-imune ocorre quando o sistema de defesa perde a capacidade de reconhecer o que é "original de fábrica", levando a produção de anticorpos contra células, tecidos ou órgãos do próprio corpo. Exemplo: No diabetes tipo I (leia sobre diabetes), ocorre uma produção inapropriada de anticorpos contra as células do pâncreas que produzem insulina, levando a sua destruição e ao aparecimento do diabetes. EXISTEM INÚMERAS DOENÇAS AUTO IMUNES DENTRE ELAS - Diabetes tipo I - Lúpus - Artrite reumatóide - Doença de Crohn - Esclerose múltipla - Vitiligo - Tireoidite de Hashimoto - Esclerodermia - Doença celíaca - Hepatite auto-imune - Síndrome de Guillain-Barré - Anemia hemolítica - Granulomatose de Wegner
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