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Poluição das Águas aula 02

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – Campus Videira 
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA 
CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA – 5ª FASE 
DISCIPLINA: QUALIDADE DE ÁGUAS 
PROF.: Estela de Oliveira Nunes 
 
POLUIÇÃO DAS ÁGUAS 
1. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS 
- Esgotos domésticos: Provenientes da atividade humana. Possuem matéria 
orgânica em concentrações relativamente baixas quando comparadas com 
efluentes industriais, porém, ainda suficiente para desenvolver microrganismos 
heterotróficos aeróbios que irão consumir o oxigênio da água. Outra preocupação 
da contaminação com esgotos domésticos é a presença de coliformes fecais 
indicando a potencialidade de conter microrganismos transmissores de doenças. 
Além destes, outros problemas associados ao esgoto sanitário estão a cor, odor, 
turbidez e uma série de compostos orgânicos e inorgânicos ainda não controlados 
pelos órgãos responsáveis. Os esgotos domésticos são os maiores responsáveis 
pela poluição hídrica devido aos grandes volumes envolvidos, à descentralização 
de sua geração e à precários sistemas de tratamento implantados. 
- Esgotos industriais: provenientes da atividade industrial podendo ter uma 
composição diversa dependendo do seu ramo. Alguns possuem alta concentração 
de matéria orgânica e outros compostos tóxicos e recalcitrantes. Grandes desafios 
são enfrentados para o desenvolvimento de tecnologias adequadas ao tratamento 
destas águas. 
- Águas pluviais: Estas águas podem carregar impurezas da superfície do solo 
ou contendo esgotos lançados nas galerias. Normalmente, carregam consigo 
resíduos de origem urbana e são lançados na natureza de forma pontual, ou 
resíduos de origem rural, como pesticidas e fertilizantes de forma dispersa. 
- Resíduos sólidos (lixo): o lixo urbano acondicionado de forma inadequada 
libera um líquido percolado chamado de chorume que contém altas concentrações 
de matéria orgânica e de metais pesados, além de uma infinidade de compostos 
orgânicos. A precipitação das chuvas auxilia na lixiviação destes compostos 
aumentando os riscos de contaminação. 
- Precipitação de poluentes atmosféricos: Poluentes atmosféricos podem ser 
carreados pelas chuvas aos mananciais hídricos. Dentre os poluentes mais 
comuns encontram-se os ácidos sulfúrico e nitrito pela conversão de gases 
contendo SOx e NOx na atmosfera. 
- Erosão: Alterações nas margens dos mananciais, como o desmatamento, 
provocando o carreamento de solo e conseqüente assoreamento dos mananciais. 
- Acidentes industriais: acidentes provocados pelo manuseio e transporte de 
compostos químicos em mananciais ou em regiões próximas. 
  Poluição dos mares e oceanos 
 Os mares e oceanos foram sempre um vazadouro natural e ao longo dos 
séculos os ciclos biológicos asseguraram a purificação das águas e a absorção 
dos dejetos. Nos dias que correm, atingimos um estado de desequilíbrio. O mar 
possui uma a capacidade de autodepuração e constitui um meio desfavorável à 
maioria dos germes patogênicos. Contudo este estado de desequilíbrio torna-o um 
meio favorável ao desenvolvimento de organismos patogênicos. 
 Os microorganismos não representam, em geral, risco para os banhistas, 
contudo no caso de elevadas poluições fecais constituem um perigo para quem se 
alimenta de seres criados nesse meio. Por ex. a abundância de matéria orgânica 
leva ao aparecimento de moluscos comestíveis, assim como peixes, que 
absorvem e retêm numerosos organismos patogênicos, assim se explicam as 
salmoneloses humanas e outras doenças provocadas pela ingestão destes 
moluscos. 
 Embora a importância da poluição por microorganismos seja notória, é de 
maior importância a poluição química. Muitos detergentes e pesticidas arrastados 
pelas águas fluviais têm efeitos muito nocivos sobre a flora e fauna litorais. 
 Alguns produtos petrolíferos têm efeitos catastróficos nas comunidades 
costeiras. As correntes marinhas auxiliam na formação de marés negras, que se 
abatem nas praias e outras zonas costeiras. Esta maré deve-se essencialmente à 
limpeza dos depósitos dos petroleiros que despejam assim em cada viagem, cerca 
de 1% da sua carga. Um número insignificante mas, quando assimilado ano após 
ano tende para um número cada vez mais significativo. Esta contaminação por 
produtos petrolíferos tem como efeitos a diminuição da fotossíntese, o tornar 
deficiente a oxigenação das águas e a intoxicação de muitos animais. 
 
 Poluição dos rios 
 A água é uma substância essencial à vida. Ironicamente, as águas doces 
em condições de utilização são cada vez menos, visto que a sua qualidade vai 
decrescendo diariamente, devido à poluição. 
 Entre os vários poluentes dos rios encontramos: a contaminação de lixos 
orgânicos incluindo as excreções humanas e dos animais e resíduos agrícolas. 
Com o aumento da população e a aparição da atividade industrial, a poluição de 
rios e lagos aumentou proporcionalmente. 
 Relativa à poluição das águas doces foi dada em 1961 pela Organização 
Mundial de Saúde, a seguinte definição: «Um curso de água considera-se poluído 
logo que a composição ou estado da água são direta ou indiretamente moldados 
pela atividade humana, de tal maneira que a água se presta menos facilmente às 
utilizações que teria no seu estado natural». Incluem-se aqui as modificações das 
propriedades físicas, químicas e biológicas da água que a podem tornar salobra 
ou inutilizada para consumo nas atividades industriais, domésticas, agrícolas, 
etc. 
 
2. POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 
 A água subterrânea pode ser contaminada por substâncias que são 
prejudiciais à saúde dos organismos e que diminuem a sua utilidade. Estas águas 
estão, no entanto, geralmente livres de contaminação sendo por isso utilizadas na 
alimentação. Felizmente, a contaminação por poluentes de um aqüífero é muito 
lenta, pois o seu trajeto é feito através do solo e de rochas permeáveis. A poluição 
destas águas pode dar-se por ex. devido ao mau armazenamento ou 
derramamento de químicos no solo. Depois do aqüífero ser atingido, a área 
contaminada é alargada e a fonte fica inutilizada. É este o problema causado por 
lixeiras localizadas em aterros não impermeabilizados. ou por tóxicos derramados 
nos solos. As águas subterrâneas podem ainda ser impregnadas por pesticidas ou 
herbicidas através da água de irrigação que penetra nos solos. Também a água 
da chuva pode dissolver substâncias (mercúrio, chumbo, cromo, cobre, cádmio ou 
venenos) de uma lixeira e transportá-la para os aquíferos. Depósitos ou canos de 
esgoto podem conter microorganismos que podem contaminar estas águas assim 
como os resíduos tóxicos eliminados pelas indústrias e bases limitares e os 
produtos resultantes da drenagem de minas de carvão e de metais que 
contaminam a superfície, alastrando-se depois até às águas subterrâneas. Os 
líquidos armazenados em fossas e as estações de abastecimento de gasolina são 
geralmente fontes de poluentes, desde que atinjam terrenos permeáveis. 
 
 
 
TIPOS DE POLUIÇÃO 
 
 
 Materiais orgânicos degradáveis 
 Os materiais orgânicos passíveis de ataques bacterianos (biodegradáveis) 
constituem a maior parte do volume dos despejos em regiões costeiras, estuários 
e leitos (poluição orgânica). 
 Estes materiais dividem-se principalmente em: 
 
 - Resíduos agrícolas, especialmente fertilizantes(podem levar à eutrofização), 
insecticidas e dejectos animais (fosfatos, nitratos e silicatos) - o consumo de água 
com uma elevada percentagem de nitratos pode originar metaemoglobina infantil 
(oxidação incompleta da hemoglobina); 
 
- Resíduos urbanos - que podem conter bactérias e vírus(poluição biológica), 
podem conter ainda detergentes que além de tóxicos possuem fósforo, um 
nutriente que quando em excesso favorece a eutrofização; 
 
´ 
água poluída por resíduos urbanos 
 (www.mediacolors.ch) 
 
 
 - Resíduos industriais - substâncias ácidas, sulfuretos, amoníaco, etc., 
provenientes da produção industrial paralisam as reações bioquímicas dos peixes 
e provocam a morte do animal; 
 - Resíduos derivados do processamento de alimentos (ex.: matadouros, 
frigoríficos e usinas de açúcar, destilarias e fábricas de bebidas fermentadas); 
 - Polpa de papel moído, incluindo uma grande variedade de grandes moléculas 
que são relativamente instáveis e que se partem facilmente; 
 
 
 
indústria situada na faixa costeira 
 (www.funkandwagnalls.com) 
 
 - Resíduos petrolíferos e derrame - são basicamente hidrocarbonetos e 
derivam do tráfego marítimo, descargas de navios, exploração de poços de 
petróleo; limpeza dos tanques dos petroleiros e acidentes com os mesmos, 
refinarias e instalações petroquímicas costeiras, resíduos urbanos, carreamento 
por águas das chuvas e dos rios, infiltrações naturais e precipitação atmosférica. 
 Os produtos orgânicos mais freqüentes são: os aminoácidos, os ácidos 
graxos, ésteres, detergentes anônimos, aminas, etc. 
 Os componentes inorgânicos encontram-se sob a forma de iões: sódio, 
cálcio, mangânes, cloro, nitrato, bicarbonato, sulfato e fosfato. 
 A degradação bacteriana é um processo oxidante em que as bactérias 
aeróbias utilizam o oxigênio dissolvido na água na redução dos compostos 
orgânicos em compostos inorgânicos estáveis (ex.: dióxido de carbono, água e 
amônia). 
 As bactérias anaeróbias têm a capacidade de oxidar moléculas orgânicas 
sem necessidade de utilizar oxigênio, no entanto os seus produtos finais são 
compostos como o sulfito de hidrogênio e o metano que para além de serem 
tóxicos para os organismos aquáticos, possuem um odor horrível. 
 Se a taxa de introdução de matéria orgânica superar a taxa de degradação 
bacteriana, dar-se-á uma acumulação de matéria orgânica que beneficiará as 
plantas, conduzindo ao aumento de fito e zooplâncton, beneficiando assim muitas 
outras cadeias alimentares. Contudo se a acumulação de nutrientes for excessiva, 
dar-se-á a eutrofização. Esta associa-se, no mar, à maré vermelha, isto é, a 
abundância de fitoplâncton leva a que o mar ganhe uma coloração avermelhada. 
Esta maré deve-se a uma desoxigenação, derivada de uma ação bacteriana 
intensa. Estes fatores levam à poluição das águas das praias e de moluscos, o 
que pode causar doenças como hepatite ou conjuntivite. Por vezes, as marés 
vermelhas podem tornar-se tóxicas e letais para o Homem. 
 A acumulação de matéria orgânica assim como a desoxigenação pode ter fortes 
impactos sobre a fauna e a flora. Resultados evidentes são por exemplo, o 
aparecimento nas praias de algas verdes (devido ao aumento de nutrientes) e de 
plantas macroscópicas (devido à desoxigenação) que levam ao desaparecimento 
de algumas espécies de peixes e animais. A desoxigenação, pode no entanto ter 
um impacto direto sobre os animais (ex.: os peixes, que antes de morrerem aos 
milhares, vêm á tona tentando desesperadamente sorver o oxigênio do ar)assim, 
como a maré vermelha (a morte de golfinhos, botos, e baleias coincidiu, por vezes, 
com o descoramento de recifes de coral e com o aparecimento de enormes marés 
vermelhas). Na saúde pública, os efeitos estão associados à contaminação de 
recursos naturais e à transmissão de patogêneses como o tifo e a cólera. 
 
 
 
derrame de óleo 
(www.funkandwagnalls.com) 
 
 
 Poluentes Conservativos: 
 Os poluentes conservativos não são passíveis de nenhum tipo de degradação, 
são sim bioacumulativos e biomagnificativos. Dividem-se essencialmente em: 
 metais pesados como o mercúrio, o cádmio, o chumbo e o zinco; 
 hidrocarbonetos halogenados: insecticidas (DDT) e produtos industriais ( PCBs); 
 radioatividade. 
 
→ Metais: Constituintes naturais da água e vitais a vários organismos (a 
hemoglobina contém ferro; a hemocianina, cobre; e algumas enzimas, zinco). No 
entanto quando em elevadas concentrações estes metais podem ser tóxicos para 
determinados organismos. A toxicidade dos metais é de ordem inversa à sua 
ocorrência na natureza, isto é, o metal é tanto mais perigoso quanto menor for a 
sua abundância na natureza. 
 Parte do mercúrio que é lançado nos cursos de água é absorvido direta ou 
indiretamente pelas plantas e animais aquáticos, num processo denominado 
bioacumulação. Este processo leva à concentração crescente de mercúrio nos 
animais, como os peixes que iram ser consumidos pelo Homem. O mercúrio 
metálico provoca lesões celulares, atacando principalmente o tubo digestivo, os 
rins e o sistema nervoso central. A atividade bacteriana pode no entanto 
transformar o mercúrio metálico, em mercúrio orgânico, extraordinariamente 
tóxico. Este último foi o responsável, em 1956, pela morte de 46 pessoas e pela 
intoxicação de centenas numa vila de pescadores na baía de Minamata, no Japão. 
 
 
 → Hidrocarbonetos Halogenados: Os, hidrocarbonetos, ao contrário dos metais, 
não se encontram na natureza e constituem um grande número de compostos, 
tais como compostos voláteis (solventes e CFCs) e os pesticidas e PCBs. 
 Os solventes, utilizados na indústria têxtil, não são acumulativos nos 
organismos aquáticos. No entanto, os CFCs causam graves danos na camada do 
ozono e por isso estão a ser extintos. 
 Os pesticidas (DDT) e os PCBs são compostos utilizados na agricultura. Estes 
entram no ciclo da água, podendo espalhar-se pelo mundo. São compostos 
insolúveis em água mas, no entanto solúveis nas gorduras, podendo assim ser 
encontrados nos diversos organismos. 
 
 → Radioatividade: A radioatividade é um fenômeno natural, sendo a água 
naturalmente radioativa. No final da Segunda Guerra Mundial, com a explosão das 
primeiras bombas nucleares começou a introdução de radioatividade no mar, 
devido a atividades humanas. Nos tempos que correm, os lixos radioativos 
líquidos e sólidos das usinas nucleares e as águas de refrigeração dos reatores, 
são os que mais contribuem. Existem contribuições menores que são 
consideradas insignificantes, como as que advêm de acidentes com baterias 
radioativas (plutônio); dos navios e submarinos nucleares; dos rejeitos das 
plataformas de petróleo; de hospitais e universidades. 
 As substâncias radioativas interferem diretamente nos átomos e moléculas 
que formam os tecidos vivos, provocando lesões celulares que podem levar ao 
cancro, alterações no material genético que podem acarretar mutações nas 
próximas gerações e modificações nas funções de certos órgãos do corpo. 
 
 
 Poluentes dissipativos: 
 
 Poluentes dissipativos são os despejos industriais como resíduos de salinas 
e o calor dos reatores nucleares, que quando em contacto com a água perdem as 
suas propriedades prejudiciais. A poluição causada por este tipo de poluente 
restringir-se-á a uma área próxima à fonte. 
 As águas de resfriamento dos reatores nucleares contêm calor assim como 
as descargas de efluentes a altas temperatura (poluição térmica). Este calor pode 
fazer aumentar até 15ºC acima da temperatura ambiente. Este fato pode 
representar uma perda substancial de indivíduos visto que, em regiões tropicais, 
na altura do verão, existem muitos organismos que vivem a uma temperatura 
próxima do seu ponto térmico letal. Outro fator que pode levar à morte dos 
indivíduos é que o aumento de temperatura levar a uma ligeira desoxigenação da 
água, isto porque a água quentenão é capaz de conter tanto oxigênio como a 
água fria. 
 
 Resíduos sólidos : 
 
 De entre os resíduos sólidos, os que mais se destacam são: 
os materiais dragados em portos, rios e canais e que estão por vezes 
contaminados com metais pesados, hidrocarbonetos halogenados ou óleo e que 
acabam por se espalhar quando lançados no meio aquático; 
partículas suspensas (poluição física) como a fuligem, libertadas das usinas a 
carvão e/ou de outras empresas que possuem sistemas de incineração sem os 
devidos sistemas de filtros 
os plásticos e isopores, que não sendo tóxicos podem ser ingeridos por 
pássaros, peixes ou mamíferos acabando estes por morrer; 
 entulhos em sua maioria provenientes de obras de engenharia; 
redes de pesca ( armadilhas fatais para peixes e pássaros); 
munições perdidas durante as guerras, incluindo armas químicas (mares e 
grandes rios). 
 
 
Interferência dos efluentes nos corpos d’água 
 
o Redução do nível de oxigênio dissolvido na água pela degradação da 
matéria orgânica, podendo ocasionar a mortandade de peixes e a formação de 
ambientes com odores desagradáveis; 
o Presença de compostos tóxicos (sulfatos, metais pesados) que causam 
inibição das atividades vitais dos peixes, microfauna e micoflora; 
o Aumento da dureza da água devido à presença de sais inorgânicos de 
Cálcio e Magnésio; 
o Eutrofização devido à presença de nitrogênio e fósforo; 
o Variação do pH dos cursos d’água; 
o Presença de materiais grosseiros, óleos, espumas, corantes, etc., que 
deterioram a aparência e influenciam negativamente na capacidade de re-
oxigenação natural dos cursos d’água. 
 
 
Eutrofização: A eutrofização dos corpos d’água depende principalmente das suas 
cargas de nutrientes. O conceito de limitação de nutrientes pode ser considerado a 
chave da pesquisa da eutrofização. Com efeito, isto implica: 
 (a) que um nutriente chave será o principal fator limitante para o crescimento de 
plantas em um dado ecossistema, 
(b) o crescimento de plantas em um dado ecossistema será proporcional à razão 
de fornecimento do nutriente e 
(c) que o controle da eutrofização será associado por restrição da carga deste 
nutriente para o ecossistema. 
 
 
 
AUTODEPURAÇÃO DOS CORPOS D’ÁGUA 
 
 
 O impacto que as águas residuárias causam ao meio ambiente depende 
muito da sua composição química, da quantidade e da velocidade com que estes 
são lançados ao meio ambiente e da capacidade daquele ambiente natural em 
neutralizar os efeitos adversos causados pelos poluentes através das próprias 
características ambientais específicos. A esta capacidade de recuperação do 
ambiente natural por recursos próprios dá-se o nome de efeito de autodepuração. 
 Um ecossistema antes de sofrer o lançamento de poluentes encontra-se 
num estado de equilíbrio físico, químico e biológico, de tal forma que as reações 
interativas entre seus meios permaneça de forma global constantes. Quando 
introduzimos um composto estranho ao meio ambiente este irá reagir à 
perturbação tendendo a voltar ao equilíbrio anterior. Dependendo da magnitude 
desta perturbação o ecossistema poderá atingir outro estado de equilíbrio 
diferente do original, o que seria indesejável. Portanto, deve-se conhecer com a 
maior precisão possível a capacidade de autodepuração do manancial em 
questão, frente ao poluente que está sendo introduzido no mesmo. Este 
conhecimento é de grande valia, auxiliando na definição da utilização da 
capacidade do manancial em funcionar como um sistema de tratamento do 
resíduo e impedir que sejam lançados resíduos em quantidades acima desta 
capacidade. 
 Este conceito se aplica, a princípio, a qualquer composto poluente e a 
qualquer ambiente natural, porem, para ilustrar este conceito, um exemplo da 
capacidade de autodepuração de um rio quando lançado uma corrente de esgoto 
sanitário é apresentado a seguir: 
 
 
 
 
 
 
Figura de Autodepuração 
 
 A figura mostra que ao ser lançado um esgoto sanitário em um ponto 
específico de um rio, contendo principalmente matéria orgânica como poluente 
primário, a princípio a concentração de oxigênio dissolvido (OD) na água cai pela 
dissolução dos compostos químicos no meio. 
 Logo após, essa concentração começa a cair devido a atividade dos 
microganismos heterotróficos aeróbios que consomem também a matéria orgânica 
(DBO) lançada no meio. Com este metabolismo, a concentração dos 
microrganismos cresce até que a concentração do substrato (matéria orgânica) já 
não seja suficiente para sustentar o crescimento dos microrganismos. A partir 
deste momento, o rio com o seu contato com a atmosfera e com a sua agitação 
natural reaera o sistema voltando a crescer a sua concentração dissolvida no 
meio. No final do processo, os microrganismos voltam a concentrações próximas 
às anteriores, devido à morte dos mesmos pela falta de substrato e o oxigênio 
dissolvido também assume valores próximos aos originais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁGUAS RESIDUÁRIAS 
 
 A associação da transmissão de doenças por veiculação hídrica com os 
resíduos lançados em mananciais datam de pouco mais de 100 anos. A partir de 
então, as águas residuárias domésticas, ou esgotos sanitários, passaram a 
receber especial atenção com relação ao seu destino final. 
 Já as águas residuárias industriais, efluentes de processos de fabricação 
específicos, somente vieram a ser de importância após a revolução industrial, ou 
seja, quando estes passaram a ser produzido em grande escala. 
 Durante o século XX o desenvolvimento econômico de um país foi 
diretamente relacionado com o desenvolvimento agrícola e industrial e através da 
exploração de seus recursos naturais, o que vem mudando um pouco esta 
perspectiva no século XXI. Este desenvolvimento se deu sem uma maior 
preocupação com as conseqüências ao meio ambiente, gerando um passivo 
ambiental considerável. Atualmente, os países desenvolvidos vêm centrando 
esforços para reverter a situação remediando os ambientes contaminados e 
tratando sua águas residuárias em níveis de purificação cada vez mais exigentes. 
 No entanto, a geração de bens de consumo para suportar os crescimentos 
econômicos, associados às necessidades básicas de sobrevivência do ser 
humano, minimizando os impactos ambientais causados pela atividade do homem, 
continuam a ser grandes desafios principalmente para países em 
desenvolvimento. Esta consciência das diferenças entre os países desenvolvidos 
e em desenvolvimento é fundamental, pois a economia mundial está cada vez 
mais associada aos investimentos nas questões ambientais o que poderá abrir um 
grande abismo entre estas nações. Cumprir as determinações das leis é preciso, 
porém, de forma sustentável. 
 Na definição de um processo de tratamento de resíduos será selecionada a 
tecnologia que melhor se adequa àquela situação, sendo decisão tomada em 
relação ao nível de desenvolvimento da tecnologia e dos custos envolvidos, 
conforme a realidade do local de suas instalações. Para a tomada de decisão 
deve-se primeiro analisar as características da água residuárias para então 
verificar qual é o nível de tratamento que deve ser aplicado para chegar aos 
parâmetros exigidos pela legislação. 
 Dentre as principais características das águas residuárias deve-se estar 
atento para aquelas que definem a necessidade de uma ou mais etapas de 
processo, as quais serão descritas a seguir: 
 Sólidos em suspensão: a presença de sólidos em suspensão na água 
residuárias deve ser analisada com cuidado, dependendo da sua natureza. Se os 
sólidos forem majoritariamente inorgânicos e estes devem ser removidos antes deserem alimentados pelo sistema de tratamento propriamente dito, pois poderão 
provocar o assoreamento e abrasão dos equipamentos subseqüentes. Como 
estes já se encontram num estado de matéria de fácil separação, o uso da força 
da gravidade através de uma câmara de sedimentação é uma opção adequada 
para sua remoção. Caso os sólidos sejam de origem orgânica, a necessidade de 
separá-los dependerá de sua concentração e do processo de tratamento que será 
utilizado. Normalmente estes são separados em sedimentadores e tratados de 
forma independente da matéria orgânica dissolvida, pois existem tecnologias mais 
adequadas para cada tipo de resíduos; 
 Óleos e graxas: as gorduras (óleos e graxas) são contaminantes presentes 
em vários efluentes, principalmente aqueles originados na indústria de alimentos. 
Primeiramente, deve-se avaliar a potencialidade de seu reuso como matéria prima 
de uma serie de produtos como na fabricação de sabão e na indústria de 
cosméticos. A sua presença nos processos subseqüentes trás uma serie de 
problemas operacionais, devido as características de aderência a superfícies que 
possuem este material, aumentando a manutenção destes equipamentos e 
diminuindo a eficiência da degradação dos compostos solúveis em água. A sua 
remoção também é facilitada pela diferença de densidade entre este e a água, 
sendo a flotação alternativa comumente usada; 
 Matéria orgânica: o tipo de matéria orgânica e sua concentração devem 
ser analisados para auxiliar na escolha do sistema a ser usado. A tendência atual 
é a aplicação dos dois processos (aeróbios e anaeróbios) para aproveitar as 
vantagens de ambos, sendo o primeiro considerado o tratamento principal, e o 
segundo o polimento; 
 Nutrientes: os nutrientes importantes são aqueles necessários em grandes 
quantidades para o crescimento dos microrganismos (macronutrientes), como 
nitrigenio, fósforo e enxofre. Existem métodos físico-químicos para remoção 
destes compostos como a precipitação e a volatização (striping), no entanto, 
recentemente estão sendo desenvolvidos processos biológicos de remoção destes 
compostos, que também são combinações de processos aeróbios seguidos de 
anaeróbios, ou vice-versa. Por outro lado, se estes compostos tiverem presentes 
em quantidades insuficientes para sustentar o crescimento dos microrganismos 
desejáveis ao processo de degradação, estes devem ser adicionados em 
quantidades suficientes para este fim; 
 Compostos tóxicos e recalcitrantes: a presença de compostos tóxicos 
aos microrganismos e de compostos de difícil degradação deve ser analisada com 
cautela. Dependendo da natureza do composto tóxico e de sua concentração seu 
efeito deve ser neutralizado antes de entrar no reator biológico. Na maioria dos 
casos contorna-se a situação diluindo-se a água residuária com o próprio efluente 
tratado antes de ser alimentado no reator biológico. Após o tratamento biológico, 
estes compostos devem ser removidos por processos físico-químicos específicos, 
podendo envolver adsorção, troca iônica, oxidação fotocatalítica ou química, e 
uma serie de outros processos; 
 Microrganismos patogênicos: os esgotos domésticos, por sua origem, 
possuem microrganismos patogênicos, indicados pelos coliformes fecais. Após 
todo o processamento das águas residuárias um elevado grau de inativação 
destes microrganismos foi realizado, no entanto, normalmente não é suficiente 
para removê-los aos níveis exigidos pela legislação. Um tratamento por oxidação 
química normalmente é empregado para atingir os níveis exigidos. 
 Como exemplo, a tabela a seguir apresenta as características do esgoto 
sanitário. Observa-se nesta tabela que os esgotos sanitários possuem uma 
concentração de matéria orgânica baixa, comparada com as características da 
maioria dos efluentes industriais, o que implica em trabalhar com grandes volumes 
de líquido em reatores operados a baixos tempos de residência. Nota-se também 
que estes possuem uma concentração de sólidos em suspensão elevada em 
relação aos sólidos totais, indicando haver necessidade de uma separação previa 
destes sólidos antes de prosseguir com o tratamento biológico. Uma boa parte 
destes sólidos em suspensão são materiais orgânicos (~80%), indicando haver 
necessidade de tratamento dos resíduos sólidos separadamente, podendo ser 
utilizado um processo biológico para tal. Nos sólidos dissolvidos também há uma 
grande quantidade de matéria orgânica, indicando a viabilidade do uso de 
processos biológicos para remoção da matéria orgânica. Como complementação, 
verifica-se que há excesso de nitrogênio e fósforo nestes efluentes, que devem ser 
removidos ao final do processo, para fins de atendimento aos parâmetros 
definidos pela legislação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Como pode ser observada na tabela a seguir a composição de uma água 
residuária industrial depende muito do tipo de produção na industria e é muito 
diferente das características encontradas nos esgotos domésticos. As 
possibilidades de processos para o tratamento destes efluentes são varias e 
dependerá muito da experiência prévia com a água residuária em questão, devido 
as particularidades não só da produção, mas das praticas cotidianas da fábrica. A 
composição de uma planta de tratamento de águas residuárias é complexa e 
dependerá de uma serie de decisões, podendo variar muito de um projetista a 
outro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Uma pratica comum realizada no passado e que hoje é evitada ou não 
recomendada é a mistura dos efluentes industriais com os esgotos sanitários, 
devido a uma serie de problemas associados como a diluição de compostos 
tóxicos dificultando o seu tratamento. No entanto, não é incomum tratar o efluente 
industrial e depois lançá-lo na rede de esgotos municipal para sofrer um polimento 
final. 
 É importante ressaltar que as características dos efluentes industriais 
apresentados na tabela a seguir está em constante modificação, pois há um 
movimento no sentido de minimizar a geração de resíduos e economizar insumos, 
promovendo os programas de reuso e de reciclo de águas e de recuperação de 
insumos e produtos. Como exemplo, na fabricação de cervejas era comum utilizar 
dez a quinze litros de água para produzir um litro de cerveja. Atualmente, esta 
media já ultrapassou a barreira dos cinco litros de água por litro de cerveja 
produzida, considerada como faixa mínima a alguns anos atrás. Com a 
minimização do descarte de água no processo a tendência é de aumentar as 
concentrações de matéria orgânica e dos poluentes encontrados nos poluentes 
industriais, o que por um lado é interessante do ponto de vista do tratamento dos 
resíduos orgânicos, mais por outro trás desafios ainda não mensurados para tratar 
estas águas altamente concentradas em resíduos tóxicos e recalcitrantes.

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